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Unidade 2 Livro Didático Digital MÁrcia ValÉria Marconi Teorias Contábeis Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Gerente Editorial CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA Projeto Gráfico TIAGO DA ROCHA Autora MÁRCIA VALÉRIA MARCONI A AUTORA Márcia Valéria Marconi Olá! Meu nome é Márcia Valéria Marconi. Sou formada em Ciências Contábeis, com uma experiência técnico-profissional nas áreas de contabilidade, controladoria, custos, recursos humanos e educação, sendo mais de 20 anos de atuação. Passei por empresas como, a Esso Brasileira de Petróleo Ltda., Sadia S.A., Econet Editora Ltda, Grupo Uninter, Universidade Positivo e FAEC. Sou apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo! ICONOGRÁFICOS Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimento de uma nova compe- tência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser priorizadas para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofundamen- to do seu conheci- mento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou dis- cutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últi- mas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma atividade de au- toaprendizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; SUMÁRIO Doutrina da Escola Italiana e Norte-Americana ............................ 10 A Decadência da Escola Italiana no Brasil .................................................................... 10 Normas Brasileiras de Contabilidade ................................................. 19 Princípios Contábeis ..................................................................................................................... 20 Normas Internacionais ..............................................................................30 Padrões Internacionais ................................................................................................................32 IFRS – Internacional Financial Report Standard ............................ 37 Relatórios Financeiros ................................................................................................................. 39 Teorias Contábeis 7 LIVRO DIDÁTICO DIGITAL UNIDADE 02 Teorias Contábeis8 INTRODUÇÃO Você sabe qual é a principal função de Teorias Contábeis? Nesse estudo você aprenderá sobre as dúvidas mais frequentes sobre gestão de negócios. Além disso, será capaz de conhecer a importância dos estudos contábeis. Com isso, também aprenderá a atuação da contabilidade na empresa. Desse modo, ao final do estudo você estará preparado para refletir e tomar decisões sobre as práticas voltadas para a Contabilidade Gerencial, oriundas da real informação para a tomada de decisões na empresa. Por essa razão, abordar esse tema significa também compreender as finanças organizacionais, seu conceito, papel, elementos formadores e funções sistêmicas e que tragam resultados equilibrados e positivos para a organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Teorias Contábeis 9 OBJETIVOS Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2. Nosso propósito é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término desta etapa de estudos: 1. Conhecer da importância à decadência da Doutrina contábil italiana; 2. Aprender sobre a importância das normas contábeis na profissão contábil; 3. Analisar as normas internacionais e conduzir as empresas a colocar nos padrões os procedimentos necessários; 4. Verificar os números da empresa e gerenciar os relatórios financeiros para a tomada de decisão. Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Teorias Contábeis10 Doutrina da Escola Italiana e Norte- Americana INTRODUÇÃO: Neste Capítulo iremos conhecer o papel da contabilidade como teoria e as características das doutrinas das escolas italianas e quando houve sua decadência, e a importância da escola americana como prática contábil. É difícil comparar as duas escolas e encontrar as vantagens ou desvantagens de cada uma, pois não se sabe o que prevalece de mais importante. Enquanto na escola italiana se priorizava os trabalhos teóricos, os norte-americanos realizavam pesquisas com exigência na qualidade das pesquisas, podendo ser inferior, mas com mais exemplos práticos para a vida dos profissionais da contabilidade. A Decadência da Escola Italiana no Brasil A Escola Italiana foi uma corrente de pensamento que predominou e depois foi a Escola do Controle (Controlismo). Por ter célebres autores, entre eles o Fábio Besta, foi defendida e acreditava-se que para iniciar a contabilidade deveria partir das evidências dos fatores ocorridos, e finalizar com as demonstrações dos resultados para ter a aprovação ou ser rejeitado pelos gestores. Lembrava também que a contabilidade deveria ter um ponto de partida para ser possível sua análise dos resultados da gestão. Iremos fazer um resumo com as características mais importantes das escolas italianas, conforme a seguir: Teorias Contábeis 11 Tabela 1: Escolas e autores italianos Fonte: Elaborada pela autora, (2020). SAIBA MAIS: Grande parte do desenvolvimento do conjunto de trabalhos que chamamos de “Escola Norte-Americana” se deu através das contribuições das entidades de classe ligadas aos profissionais da área contábil. Os trabalhos desenvolvidos pelas associações profissionais dos Estados Unidos, em especial o American Accounting Association (AAA), o American Institute of Certified Public Accountants (AICPA) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), trouxeram grandes contribuições à Contabilidade, ditando regras no tratamento de questões ligadas a auditoria, contabilidade de custos, controladoria, análise de demonstrações contábeis, gestão financeira, controle orçamentário e ainda outros ramos do conhecimento contábil. A escola norte-americana não apresentou um rigor teórico tão rico quanto o desenvolvido pelos italianos, voltando-se mais a questões práticas da profissão. Ainda assim, citando Shmidt (2007, p.83), “a Contabilidade deve muito do seu atual estágio de desenvolvimento aos pesquisadores, acadêmicos e contadores norte-americanos”. Dentre os principais pensadores da escola norte-americana, destacamos: Charles Ezra Sprage, Henry Rand Hatfield, William Andy Paton, Ananias Charles Littleton, Carman George Blough, Maurice Moonitz, Raymond John Chambers e Richard Mattessich (Lopes, 2016). Teorias Contábeis12 Observe a imagem a seguir relativa as práticas da Escola Americana. Figura 2: Escola Americana Fonte: @freepik As demonstrações contábeis têm como objetivo primordial apresentar informação/composição da forma da posição financeira das demonstrações com o Balanço Patrimonial (BP), o acompanhamento das Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração do Resultado Abrangente (DRA) e fluxos de caixa, que são úteis para tomada de decisão a várias formas e stakeholders que não está em posição de exigir relatórios feitos sob medida para respondera àsparticulares de informação. IMPORTANTE: A Escola Norte-Americana ganhou importância com a decadência da Escola Italiana, se diferenciando desta basicamente por preocupar-se mais com a prática do que com a teoria, fato que levou autores brasileiros a acreditarem que a teoria norte-americana fosse fraca, o que não é verdade, como demonstra as obras The Theory and Measurement of Business Icome, de Edwards & Bell, trabalho de Hendriksen e o trabalho de Mattessich. https://bit.ly/38vdTkM https://bit.ly/38vdTkM Teorias Contábeis 13 O Brasil, desde então utiliza os modelos internacionais para representação as formas das Demonstrações Contábeis nas Normas Brasileiras de Contabilidade (2011, p. 10): Segundo Demonstrações contábeis elaboradas com tal finalidade satisfazem as necessidades comuns da maioria dos seus usuários, uma vez que quase todos eles utilizam essas demonstrações contábeis para a tomada de decisões econômicas, tais como: a. decidir quando comprar, manter ou vender instrumentos patrimoniais; b. avaliar a administração da entidade quanto à responsabilidade que lhe tenha sido conferida e quanto à qualidade de seu desempenho e de sua prestação de contas; c. avaliar a capacidade de a entidade pagar seus empregados e proporcionar-lhes outros benefícios; d. avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados à entidade; e. determinar políticas tributárias; f. determinar a distribuição de lucros e dividendos g. elaborar e usar estatísticas da renda nacional; ou h. regulamentar as atividades das entidades. A Estrutura Conceitual fundamentada através do estabelecimento de conceitos para elaborar e apresentar as demonstrações contábeis aos usuários internos e externos a eles destinados. Conforme os objetivos definidos com relação à Estrutura conceitual pelas Normas Brasileiras de Contabilidade (2011, p. 10): A finalidade desta Estrutura Conceitual é: a. dar suporte ao desenvolvimento de novas normas, interpretações e comunicados técnicos e à revisão dos já existentes, quando necessário; Teorias Contábeis14 b. dar suporte à promoção da harmonização das regulações, das normas contábeis e dos procedimentos relacionados à apresentação das demonstrações contábeis, provendo uma base para a redução do número de tratamentos contábeis alternativos permitidos pelas normas, interpretações e comunicados técnicos; c. dar suporte aos órgãos reguladores nacionais; d. auxiliar os responsáveis pela elaboração das demonstrações contábeis na aplicação das normas, interpretações e comunicados técnicos e no tratamento de assuntos que ainda não tenham sido objeto desses documentos; e. auxiliar os auditores independentes a formar sua opinião sobre a conformidade das demonstrações contábeis com as normas, interpretações e comunicados técnicos; f. auxiliar os usuários das demonstrações contábeis na interpretação de informações nelas contidas, elaboradas em conformidade com as normas, interpretações e comunicados técnicos; e g. proporcionar aos interessados informações sobre o enfoque adotado na formulação das normas, das interpretações e dos comunicados técnicos. Esta Estrutura Conceitual não é uma norma propriamente dita e, portanto, não define normas ou procedimentos para qualquer questão particular sobre aspectos de mensuração ou divulgação. Baseando-se na experiência de acordo com utilização, esta Estrutura Conceitual será revisada durante um tempo com base na experiência conforme utilização. No entanto, esta Estrutura conceitual apresenta abordagens pelas NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade (2011, p. 10): Esta Estrutura Conceitual aborda: a. o objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro; b. as características qualitativas da informação contábil-financeira útil; Teorias Contábeis 15 c. a definição, o reconhecimento e a mensuração dos elementos a partir dos quais as demonstrações contábeis são elaboradas; e d. os conceitos de capital e de manutenção de capital. As estruturas conceituais vieram das teorias italianas, e as atuações contábeis de verificação e indicadores vieram dos americanos. As demonstrações financeira são realizadas pela contabilidade e depende dos stakeholders (envolvidos) internos , como: acionistas, sócios, sócios diretores, conselheiros, etc.) e externos, como: órgãos reguladores como CRC – Conselho Regional de Contabilidade e CFC - Conselho Federal de Contabilidade, autoridades tributárias como RFB – Receita Federal do Brasil, por exemplo, tendo diversas necessidades e finalidades, podendo atender aos interesses próprios e exigências governamentais. Todas as empresas apresentam, anualmente, pelo menos as demonstrações financeiras, ou caso não consiga entregar as demais demonstrações, devem apresentar nas notas explicativas o fato ocorrido. A gestão administrativa se utiliza dos indicadores de desempenho avaliação para verificar a situação financeira da empresa, através das suas demonstrações financeiras, informações sobre se a empresa sofre algum risco de liquidação, ou verificar alguma possibilidade de transformação, cisão, incorporação ou outra forma de gestão de risco ou encerramento das atividades. EXPLICANDO MELHOR: As empresas devem manter a uniformidade na entrega das demonstrações contábeis e classificações de continuidade entre os períodos. Quando houver alteração nas demonstrações contábeis e a entidade puder alterar ou reclassificar os valores comparativos ou realizar uma reclassificação que não seja praticável. As organizações devem divulgar informação comparativa ao período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações Teorias Contábeis16 contábeis. A empresa deve compreender as demonstrações contábeis e apresentar comparativamente a informação descritiva e detalhada que for relevante. As características qualitativas da Informação Contábil estão relacionadas às demonstrações financeiras relevantes que devemos conhecer: • Representação das Demonstrações Financeiras As demonstrações contábeis são apresentadas pelos relatórios contábeis com: o Fluxo de Caixa, o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício, e a DRA (Demonstração do Resultado Abrangente), apresentando a posição financeira e patrimonial, bem como o desempenho da empresa. • Adequação as Normas de Contabilidade: Notas Explicativas A empresa deve apresentar as informações explícitas de acordo com o IFRS nas notas explicativas. • Continuidade Ao elaborar as demonstrações contábeis, a administração deve verificar a capacidade da empresa em dar continuidade de um futuro previsível, a menos que a administração tenha intenção de liquidá-la ou cessar sua empresa, ou ocorra o risco de descontinuar as atividades dos negócios. • Publicação das Demonstrações Contábeis As empresas devem divulgar as demonstrações contábeis obrigatórias anualmente, quando não conseguir apresentar as demonstrações, deverá comunicar nas notas explicativas. • Apresentação da Uniformidade A empresa deverá apresentar uniformidade na apresentação e manter os itens classificados de um ano para o outro, através das demonstrações contábeis. Teorias Contábeis 17 Quando a apresentação ou a classificação de itens forem alterados nas demonstrações contábeis, a empresa deve realizar a reclassificação dos fatos impraticáveis, ou ao menos reclassificar os valores comparativos. • Informação Comparativa A empresa deve divulgar informação comparativa ao período anterior nas demonstrações contábeis aos valores informados. A empresa deve realizar a comparação de forma informativa, descritiva e detalhada para que as demonstrações contábeis tenham informações relevantes apresentadas. • Materialidade e Agregação As empresas devem apresentar as classes materiais separadamente e nas demonstrações contábeis os itens semelhantes.Os itens imateriais não necessitam ser apresentados, mas devem ser apresentados separadamente os de função distinta de natureza. As informações incorretas, omissões e declarações influenciam as tomadas de decisões econômicas com base nas demonstrações, e devem ser apresentados coletivamente ou individualmente, se possível. SAIBA MAIS: Os modelos das demonstrações contábeis são baseados no custo histórico recuperável, além da forma conceitual do capital financeiro nominal e sua manutenção. Também existem demais modelos e conceitos que podemos considerar apropriados para atingir a meta de proporcionar importantes informações para se tomar decisões financeiras e econômicas, apesar de não ter, neste sentido, nenhum consenso. Contudo, as demonstrações financeiras deveriam ser preparadas conforme a Estrutura Conceitual e não devem ser afetadas por exigências tributárias. No entanto, para atender as Normas Internacionais criadas a partir da lei 11.638/2007, devem respeitar as exigências das Demonstrações Financeiras são criadas pela NBC (Normas Brasileiras de Contabilidade). Teorias Contábeis18 RESUMINDO: Com a doutrina da Escola Italiana vimos várias teorias e formas de demonstrações a serem orientadas da melhor forma, e com a doutrina da Escola Americana conhecemos as melhoras práticas, não tão aprofundadas, mas úteis para o dia a dia do profissional contábil. Ambos contribuíram para a evolução da Ciência Contábil, como é hoje conhecida. Espero que tenha aproveitado este encontro e principalmente as informações aqui passadas com bastante segurança, para que você possa alimentar sua bagagem acadêmica. Teorias Contábeis 19 Normas Brasileiras de Contabilidade INTRODUÇÃO: Temos como principal intuito desenvolver o conhecimento do aluno nas novas normas brasileiras de contabilidade, e apontar para a importância do alinhamento das atividades de contabilidade gerencial das diretrizes das organizações. Preparado?. Diante da nova Resolução CFC nº 1.282 de 2010, os Princípios Fundamentais de Contabilidade do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), começam a ser chamados de Princípios de Contabilidade. Segundo Gitman (2008, p. 36), [...] os princípios de produção e acumulação de registros e relatórios financeiros são os chamados princípios contábeis geralmente aceitos (generally accepted accounting principles – GAAP). Tais práticas e procedimentos contábeis são autorizados pelo organismo regulador da atividade profissional em Contabilidade, que é o Financial Accouting Standards Board (FASB). Figura 3: Normas Brasileiras Fonte: @freepik https://br.freepik.com/vetores-premium/processo-fiscal-de-auditoria-financeira_4365478.htm Teorias Contábeis20 Princípios Contábeis Os princípios contábeis adotados com tais práticas e procedimentos contábeis no Brasil passaram por uma reformulação para começarem a se adequar ao padrão internacional. A seguir, veremos quais eram os Princípios de Contabilidade, conforme a Resolução CFC nº 750/93: 1. Princípio da Entidade. 2. Princípio da Continuidade. 3. Princípio da Oportunidade. 4. Princípio do Registro pelo Valor Original. 5. Princípio da Atualização Monetária (revogado pela Resolução CFC nº 1.282/2010. 6. Princípio da Competência. 7. Princípio da Prudência. No texto a seguir, extraído do site do CFC (https://bit.ly/3ncxjie), relata-nos quais os motivos da revogação dos princípios contábeis. OBS.: O artigo 8º, em seu parágrafo único, e os incisos I, II e III, que tratavam do Princípio da Atualização Monetária, foi revogado pela Resolução CFC nº 1282/10. Veremos os Princípios Contábeis, trazendo a importância de cada um individualmente, como uma peça de quebra cabeça, mas que juntos têm muito mais relevância se a empresa seguir as normas contábeis propriamente ditas. Teorias Contábeis 21 Figura 4: Princípios Contábeis Fonte: @freepik. Continuando a tratar sobre os Princípios Contábeis, veremos sobre a Resolução do Conselho Federal de Contabilidade nº 750/93 (com alterações dadas pela Resolução CFC nº 1.282/10) que dispõe sobre: “Art. 1º - Constituem PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE (PC) os enunciados por esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obrigatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Princípios de Contabilidade há situações concretas e a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.” Já o Artigo 2º apresenta as doutrinas e teorias referentes aos Princípios de Contabilidade, mediante conhecimento do mundo profissional e científico do Brasil. Lembrando que a contabilidade é file:///C:/Users/anapa/Desktop/Telesapiens/24%20-%20Teorias%20Cont%c3%a1beis/E-book/Unidade%202/@freepik. Teorias Contábeis22 formada pelo patrimônio das empresas e que é também considerada uma ciência social. Segue os 6 Princípios Contábeis que serão apresentados. Figura 5: Princípios Contábeis Fonte: Elaborada pela Autora (2020). OBS.: O artigo 8º apresenta sobre o Princípio da Atualização Monetária que foram revogados na Resolução CFC nº 1282/10, através do parágrafo único e dos incisos I, II e III. Vamos agora ver cada um individualmente. Princípio da Entidade Conforme a legislação, o princípio da entidade vem orientar ao profissional da contabilidade para se atentar aos valores recebidos e pagos das empresas, e observar que não deve se confundir com os gastos do empregador. Teorias Contábeis 23 Segue o artigo 4 da CFC nº 1282/10: Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. Parágrafo único. O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-contábil. Desta forma, percebemos que este princípio mostra a necessidade das empresas terem controles de fluxo de caixa e gestão financeira bem ajustada para não correr o risco. Princípio da Continuidade O Princípio da continuidade apresenta aos empresários da área quais demonstrações devem apresentar notas explicativas, tanto para a auditoria quanto para o fisco, e também para orientar os donos e gestores sobre todos os registros e atividades ocorridas na empresa. Abaixo a Redação do artigo da Resolução deste Princípio Contábil: Art. 5º O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do Patrimônio levam em conta esta circunstância. (Resolução CFC nº. 1.282/10) Através deste Princípio os demais anos apresentam explicações das movimentações relevantes realizadas na empresa. Teorias Contábeis24 Princípio da Oportunidade Com o princípio da Oportunidade, observamos que os profissionais da área contábil devem apresentar demonstrações financeiras com informações transparentes e relevantes para que os acionistas ou proprietários possam acreditar que as informações sejam confiáveis. Como descreve o artigo 6º do CFC em sua Resolução: Art. 6º O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. Parágrafo único. A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionar a perda de sua relevância, por isso é necessário ponderar a relação entrea oportunidade e a confiabilidade da informação. (Resolução CFC nº. 1.282/10) Através de informações seguras para o fisco e o acionista, a empresa tem a oportunidade de crescimento e desenvolvimento no mercado, saindo na frente dos concorrentes e evoluindo financeiramente, gerando lucros e prestígio. Teorias Contábeis 25 Figura 6: Evolução Financeira Fonte: @freepik. Princípio do Registro pelo Valor Original Este princípio contábil do Registro do Valor Original envolve atualização monetária de acordo com o valor real do Ativo e do Passivo para que as demonstrações financeiras apresentem valores que compõe a originalidade das contas. De acordo com o artigo 7 do Regulamento do CFC: Art. 7º O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do Patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. § 1º As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas: https://br.freepik.com/vetores-gratis/modelo-infografico-financeiro_1161566.htm Teorias Contábeis26 I – Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data da aquisição. Os passivos são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serão necessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: a. Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis; b. Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as correspondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade; c. Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade; Teorias Contábeis 27 d. Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e e. Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. § 2º São resultantes da adoção da atualização monetária: I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante em termos do poder aquisitivo; II – para que a avaliação do patrimônio possa manter os valores das transações originais, é necessário atualizar sua expressão formal em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores dos componentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido; e III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir a variação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Um exemplo de valor justo é quando um veículo já depreciado perdeu valor no mercado, e deve ter seu valor histórico contabilizado. Princípio da Competência O Princípio da Competência entendemos como obrigatório para que a empresa se mantenha no mercado, pois ele reconhece o pagamento no momento que ele ocorre. Em conformidade com o artigo 9º da Resolução do Conselho Federal de Contabilidade, podemos dizer que: Art. 9º O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos Teorias Contábeis28 a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único. O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) As empresas usam este princípio no momento que fazem as provisões de salário e demais gastos fixos que as empresas possam ter para se resguardar de possíveis problemas, instabilidade econômica ou financeira que possa ocorrer durante o mês e o ano. Este princípio pode ser considerado um elo entre os demais por ser a base que representa a norma obrigatória devido ao fisco, depende dela para que os demais ocorram e demonstra que a empresa está de acordo com o mercado e práticas contábeis aceitas. Figura 7: Conexão entre os princípios Fonte:@freepik. https://br.freepik.com/vetores-gratis/maos-que-conectam_766600.htm Teorias Contábeis 29 Princípio da Prudência Já o Princípio da Prudência é conhecido como o próprio nome diz, o prudente, onde a empresa adota prevenção de deixar os menores valores para o Ativo e os maiores valores para o Passivo para se precaver de possíveis problemas ocasionados tanto financeira, como economicamente. Podemos assim, afirmar com o artigo 10 da Resolução do CFC, que: Art. 10. O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. Parágrafo único. O Princípio da Prudência pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários às estimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados e que passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais. (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.282/10) Um exemplo deste princípio e no caso de PCLD (Provisão para Crédito de Liquidação Duvidosa), colocar valores de perdas maiores do que o necessário para no caso de não receber do cliente. RESUMINDO: Neste capítulo percebemos como os Princípios Contábeis fazem diferença à atuação do profissional contábil. Através desta norma contábil, ele deve obedecer aos padrões sugeridos pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade) para o melhor andamento da profissão e desenvolvimento da empresa em seguir estas normas éticas solicitadas. Espero que tenha absorvido as valiosas informações para seus estudos. Vamos adiante? Teorias Contábeis30 Normas Internacionais INTRODUÇÃO: Nosso objetivo neste momento é de apresentar sobre as normas internacionais e sua forma de aplicação na gestão financeira, através do Comitê dos Pronunciamentos Contábeis – CPC - que garantem padronização e transparência nas demonstrações contábeis e apresentam normas para garantir melhor controle e gestão das contas, a exemplo da Europa e Estados Unidos.. Houve alteração de acordo com os padrões internacionais (IASB e FASB) para serem elaboradas conforme a EstruturaConceitual e fornecer informações necessárias para a tomada de decisões financeiras e econômicas e realizando avaliações através de indicadores financeiros pelos usuários, a fim de especificar e determinar os usuários que fazem parte do grupo e respeitar as necessidades dos mesmos. Figura8: Normatização Fonte: @freepik. Teorias Contábeis 31 As normas internacionais foram criadas para assegurar maior desempenho financeiro nas empresas através da troca de informações, para serem padronizadas para as auditorias através da globalização e unificação nos padrões europeus e americanos. Assim, fazendo com que as contas e valores sejam sempre apresentados em moeda internacional e nacional para contribuir com o entendimento internacional, conforme figura abaixo. Figura 9: Globalização Fonte: @freepik. Com esta estrutura conceitual se desenvolveu uma forma de ser aplicada uma gama de moldes contábeis e conceituação de capital, bem a manutenção da mesma. Conceito: O IFRS foi adotado mundialmente para referenciar a divulgação e apresentação em nível internacional das informações financeiras, sendo que estas normas têm a responsabilidade de apresentar padrões internacionais a serem seguidos. https://br.freepik.com/vetores-gratis/dinheiro-trocando-icone-no-celular_3132848.htm Teorias Contábeis32 Padrões Internacionais Você sabia que a contabilidade passou por modificações, assim como os responsáveis pela contabilidade por ela? Sim, com relação ao apurar um pagamento de impostos, como também com a alteração proposta através da introdução da lei 11.638/2007. Pelo fato do Brasil ter que alterar as demonstrações devido ao impacto de se adaptar às normas internacionais, também gerando as mudanças na Legislação Societária e no Ambiente Internacional de Negócios por ações, com a regulamentação e interpretação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Devido à necessidade de mais transparência nas atividades empresariais brasileiras, com cumprimentos de metas previstas na legislação e alterações dos artigos da lei 6.404 de 1976, tendo os negócios globais atualizados. Portanto, uma das primeiras alterações ocorridas foi no Balanço Patrimonial, adequando a forma de apresentação das demonstrações e com a forma das práticas contábeis. A forma de estruturar as Demonstrações Financeiras, conforme a Lei 6.404 de 1976 e a Lei 11. 638 de 2007: Teorias Contábeis 33 Figura 10: Alteração da estrutura do Balanço Patrimonial ANTES DEPOIS ATIVO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO ATIVO PERMANENTE INVESTIMENTO IMOBILIZADO DIFERIDO ATIVO CIRCULANTE ATIVO NÃO CIRCULANTE REALIZÁVEL A LONGO PRAZO INVESTIMENTO IMOBILIZADO INTANGÍVEL DIFERIDO PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO RESERVA DE EXERCÍCIOS FUTUROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVA DE CAPITAL RESERVA DE REAVALIAÇÃO RESERVAS DE LUCROS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS PASSIVO CIRCULANTE PASSIVO NÃO CIRCULANTE EXIGÍVEL A LONGO PRAZO RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS PATRIMÔNIO LÍQUIDO CAPITAL SOCIAL RESERVA DE CAPITAL AJUSTE DE AVALIAÇÃO PATRIMONIAL RESERVAS DE LUCROS AÇÕES EM TESOURARIA PREJUÍZOS ACUMULADOS Adaptação; (Revista contábil & Jurídica Netlegis: Aspectos societários e tributários da Lei +11.638/2007 e da MP 449/08 (www.netlegis.com.br) Já com relação à área societária, tivemos algumas modificações, podendo ser destacadas: a. Balanço Patrimonial: A divisão do Ativo Imobilizado em: investimentos, imobilizado, intangível e diferido. Outra alteração dos lucros acumulados que deve ser distribuído em: reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados (antes previa também: reservas de reavaliação e lucros e prejuízos acumulados http://www.netlegis.com.br Teorias Contábeis34 pelo patrimônio líquido que não pode ficar disponível no balanço e tem que ir para uma destas contas). Demonstrações Financeiras: Além das demonstrações dos fluxos de caixa da companhia aberta e o Demonstrativo do valor adicionado (DVA), por ter sido alterada a demonstração das origens e aplicações de recursos (As demonstrações financeiras também sofreram modificações e demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados). b. Reservas e retenção de lucros: Com a criação da reserva de incentivos fiscais através Lei 11.638, que pode ser eliminada da base de cálculo do dividendo obrigatório, prevendo a assembleia geral, poderá com os órgãos de administração, para destinação de reserva de incentivos fiscais a parcela do lucro liquido, através de subvenções ou doações do governo para serem investidos. c. Demonstração do resultado do exercício: Com os instrumentos financeiros e fundos ou instituições de previdência e assistência de empregados, que não são consideradas como despesa, a forma da nova lei cria o DRE - Demonstração do Resultado do Exercício, discriminada, entre outras formas, as participações de debêntures de colaboradores e administradores. O que propunha era que o aumento do valor de elementos do ativo em consequência de novas avaliações, registrado com a reserva de reavaliação, podendo ser computado como lucro ou efeito de distribuição de dividendos, ou participações depois de realizado, com a revogação do parágrafo 2º do art. 187 da Lei nº 6.404. Os saldos das reservas de reavaliação devem ser mantidos até o seu estorno, ou realização até o final do exercício social em que entrar em vigor, conforme o artigo 6º da Lei 11.638. d. Demonstrações dos fluxos de caixa e do DVA – Demonstração do Valor Adicionado: http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/base_de_calculo Teorias Contábeis 35 • As Demonstrações dos fluxos de caixa e alteradas durante o exercício, com o saldo de caixa e equivalentes de caixa, com as alterações em, no mínimo, 3 formas: de operações, de financiamentos e de investimentos; • As DVA´S Demonstrações do Valor Adicionado tem um valor da riqueza realizada pela companhia, com a intenção de distribuição entre os elementos que fazem parte da riqueza ou não com os acionistas, governo, colaboradores financiadores e outros. NOTA: Entre as alterações estão os modelos de notas explicativas das ME/EPP (1.23.4) e sem fins lucrativos (1.23.5) ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC. 1a ed. São Paulo: Atlas, 2014. A entidade deve fazer uma declaração explicativa e sem reservas de acordo com o IFRS nas notas explicativas. O IASB - International Accounting Standards Board está atualizando sua forma de Estrutura Conceitual, sendo conduzido o projeto dessa Estrutura Conceitual em forma de fases. Conforme o capítulo é finalizado, itens da Estrutura Conceitual para Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis vão sendo substituídos pelas que foram emitidas em 1989. No momento em que o IASB for sendo finalizado, apresentará somente um documento abrangente e completo, conhecido como Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro (The Conceptual Framework for Financial Reporting). De acordo com a figura abaixo, os padrões devem ser acordados entre as áreas a que se referem, por esta razão a empresa deve estar interagindo com as mudanças das normas internacionais. Teorias Contábeis36 Figura 11:Padrões Internacionais Fonte: @freepik. Deve se observar um número limitado desta forma de Estrutura Conceitual e comunicação técnica e interpretação, podendo ser gerado um conflito. Com isso, deve se deixar claro que esta Estrutura Conceitual deve ser interpretada ou comunicada de acordo, prevalecendo às exigências da norma. Primeiramente apresentaremos os 26 pronunciamentos contábeis previstos pelo CPC e pela CMV - Comissão de valores mobilizados. Entretanto, pode ser visto que ao mesmo tempo que perdemos no quesito comparabilidade, ganhamos na transparência. RESUMINDO: Para nossos estudos, nesse momento, finalizaremos com uma reflexão: porque são utilizados Relatórios Contábeis e para que servem? Servem para ser analisados pelos seus gestores/administradores, que através dessa análise ficarão sabendo qual a situação da empresa, se está havendo lucro ou prejuízo, qual problema está ocorrendo e qual medida deve ser tomada para solucionar os problemas encontrados para que os relatórios contábeis internacionais sejam padronizados adequadamente. https://br.freepik.com/vetores-gratis/conceito-de-negocio-de-plano-de-negocios_4252246.htm Teorias Contábeis 37 IFRS – Internacional Financial Report Standard INTRODUÇÃO: Conhecer as contas contábeis para lidar com normas internacionais e administrá-las para alcançar objetivos e metas da gestão contábil em relação aos Relatórios Internacionais Padrões.. A entidade deve fazer uma declaração explícita e sem reservas de conformidade com o Internacional Financial Report Standard (IFRS) nas notas explicativas. VOCÊ SABIA? Através de atualizações nas regras contábeis brasileiras e no Balanço Patrimonial na visão contábil internacional e adequada pelas suas demonstrações financeiras. Com as grandes mudanças ocorrendo no cenário internacional (e empresas), para linguagem de negócios deve ser entendida em diversos lugares, esperando que elas adotem um novo procedimento contábil padronizado no geral. Figura 12: Internacionalização Fonte: @freepik. http://www.contabeis.com.br/termos-contabeis/balanco_patrimonial https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-profissional-de-elementos-empresariais_1321400.htm Teorias Contábeis38 As instituições devem apresentar separadamente nas demonstrações contábeis cada classe material de itens semelhantes. Os itens de natureza ou função distinta, salvo se imateriais, devem ser apresentados separadamente. São materiais se puderem, coletivamente ou individualmente, influenciar as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstrações contábeis (Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 02), podendo ser declarações ou omissões de informações incorretas. As demonstrações contábeis do exercício anterior, apresentadas para fins de comparação, podem conter reclassificações, quando aplicável, para melhoria da informação e comparabilidade. Ao elaborar as demonstrações contábeis, a administração avaliou a capacidade de a entidade continuar em operação em futuro previsível e declara que não tem a intenção de liquidá-la ou cessar seus negócios, ou ainda não apresenta evidências realistas para a descontinuação de suas atividades. A administração da sociedade declara que não ocorreram eventos subsequentes entre a data do encerramento das demonstrações contábeis e a data de autorização para emissão dessas demonstrações (Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC 12). NOTA: Eventos subsequentes são aquelas situações que ocorrem entre a data do balanço e a data na qual é autorizada a emissão dessas demonstrações, podendo ser favoráveis ou desfavoráveis. Teorias Contábeis 39 Relatórios Financeiros Através da Lei 11.638 de 2007, referente às alterações desta legislação contábil, apresentamos os impactos destas alterações como mais relevante a extinção da reavaliação de ativos e a inserção do impairment , havendo a possibilidade de indicar a necessidade do teste de impairment e da reavaliação apurada se tornar um fator conjuntural, fazendo compreender os benefícios em relação a esta nova forma de reavaliação de ativos no Brasil para a gestão contábil. Com a lei 11.638/2007, que traz a exclusão da reavaliação de ativos e a inclusão do impairment, que informa a necessidade do teste do impairment para o retorno econômico da empresa, a fim de deixar os ativos registrados no limite do valor real ou de mercado. Quando as empresas mascaram as demonstrações contábeis e os indicadores de análise, apresentando números irreais, os investidores estrangeiros perdem a confiança na empresa, sendo que com o impairment e a reavaliação, quando estava auferindo ao ativo registrado um valor superior ao seu real e gerava capacidade de caixa e retorno econômico, os números estavam incorretos e as empresas reduzem a credibilidade dos acionistas. Figura 13: Perda a valor de mercado Fonte: @freepik. A NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, no caso o valor recuperável tenha ficado abaixo do valor contábil, onde ocorrem Teorias Contábeis40 as perdas pela desvalorização (impairment) que são reconhecidos pela empresa. Segue trecho da NBC TG : a. os princípios para reconhecimento e mensuração de perdas de estoques para ajuste ao valor líquido de realização, reestruturações ou perdas por redução ao valor recuperável (impairments) de período intermediário são os mesmos que seriam adotados se a entidade fosse preparar somente as demonstrações contábeis anuais. Entretanto, se tais itens forem reconhecidos e mensurados em período intermediário e a estimativa mudar em período intermediário subsequente daquele mesmo exercício social, as estimativas originais são alteradas em períodos intermediários subsequentes tanto por contabilização de montante adicional de perda quanto por reversão de montante previamente reconhecido; (Redação alterada pela Resolução CFC nº. 1.359/11) b. os custos que não se enquadram na definição de ativo ao final de um período intermediário não devem ser diferidos no balanço patrimonial, seja para aguardar informações futuras quanto ao seu enquadramento na definição de ativo, seja para fins de nivelamento de resultados (smooth earnings) ao longo dos períodos intermediários dentro do exercício social; e (Redação dada pela Resolução CFC nº. 1.359/11) c. despesa com tributo sobre o lucro e contribuição social é reconhecida em cada período intermediário com base na melhor estimativa da alíquota média efetiva ponderada anual esperada para o exercício social completo. Montantes contabilizados de despesa de tributo sobre o lucro e contribuição social de um período intermediário devem ser ajustados em períodos subsequentes daquele exercício social se as estimativas da alíquota anual de tributo mudarem. (Redação alterada pela Resolução CFC nº. 1.359/11) Teorias Contábeis 41 A entidade deve aplicar a NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos, a fim de: a. verificar se houve perda por redução ao valor de recuperação (impairment) ao adotar as novas práticas contábeis adotadas no Brasil; e b. medir a eventual perda por redução ao valor de recuperação existente, com o objetivo de complementar ou reverter perdas por redução ao valor de recuperação que possam ter sido constituídas anteriormente. Ajustes apropriados devem ser efetuados após a aquisição, nos resultados da investida, por parte do investidor, para considerar, por exemplo, a depreciação de ativos com base nos respectivos valores justos da data da aquisição. Da mesma forma, retificações na participação do investidor nos resultados da investida devem ser feitas, após a aquisição, por conta de perdas reconhecidas pela investida em decorrência da redução ao valor recuperável (impairment) de ativos, tais como, por exemplo, para o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill) ou para o ativo imobilizado. Devem ser observadas, nesses casos, as disposições da Interpretação Técnica ITG 09. A entidade é requerida a proceder ao teste de redução ao valor recuperável de ativos (impairment test) para o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ao término de cada período de reporte, para investimentos em instrumentos patrimoniais e para ativos financeiros avaliados ao custo, ao término de cada período de reporte e, se requerido, deve reconhecer perdas por desvalorização nessa data, de acordo com a NBC TG 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos e a NBC TG 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração. Teorias Contábeis42 EXPLICANDO MELHOR: Qualquer entidadepode baixar total ou parcialmente suas participações em entidade no exterior mediante venda, liquidação, resgate, reembolso ou amortização de ações, ou abandono do todo ou parte da operação. A redução do valor contábil de entidade no exterior quer seja em função de suas próprias perdas, quer seja em função de desvalorização reconhecida (impairment), não caracteriza baixa parcial. Desse modo, nenhuma parte do ganho ou da perda cambial reconhecido em outros resultados abrangentes deve ser transferida para a demonstração do resultado no momento dessa redução do valor contábil. No entanto, no final do período do reporte seguinte, podendo ter havido alterações em condições, de tal forma que as perdas pela desvalorização deveriam ser evitadas ou reduzidas, caso o teste de redução ao valor recuperável de ativos tivesse sido feito somente nessa data. Este Apêndice proporciona orientação sobre se tais perdas por desvalorização devem ou não ser revertidas. As reduções no valor recuperável (impairment) ou perdas de propriedade para investimento, relacionados com pedidos de pagamento de indenização de terceiros e qualquer aquisição ou construção posterior de ativos, contabilizados separadamente de substituição, apresentam acontecimentos econômicos separados, conforme segue: a. as perdas por redução ao valor recuperável da propriedade para investimento são reconhecidas de acordo com a NBC TG 01; b. as retiradas ou alienações da propriedade para investimento são reconhecidas conforme os itens 66 a 71 desta Norma; c. pelo investimento que sofre impairment na indenização dos terceiros por propriedade, que ocorra perdas ou tenha sido cedida é reconhecida no resultado quando se tornar recebível; e Teorias Contábeis 43 d. o custo dos ativos restaurados, comprados ou construídos como substituições determinando conforme os itens 20 a 29 desta Norma. Figura 14: Características qualitativas da Informação Contábil Teorias Contábeis44 Fonte: Adaptado do CRC/PR Figura 15: Tomada de decisão Fonte: @freepik. Sabemos que para tomada de decisões as empresas necessitam de informações completas, claras e seguras dos usuários para que os Teorias Contábeis 45 relatórios, documentos e declarações sejam de acordo com informações confiáveis para se ter a credibilidade do acionista e gestores com as demonstrações contábeis transparentes, prudentes e seguindo todos os princípios e normas contábeis, e especialmente de acordo com as normas internacionais e atualizados no mercado. NOTA: Não pode ocorrer na mesma data de fechamento do balanço patrimonial, os saldos das contas de Lucros Acumulados e de Prejuízos Acumulados, devendo o saldo ser de um ou outro. RESUMINDO: Concluímos que, por razão de se adequar aos interesses da globalização e da situação brasileira, as empresas devem estar acompanhando as mudanças das leis e os impactos econômicos e financeiros para poder dar um suporte ainda maior aos empresários e garantir valores adequados e seguros, em conformidade com os procedimentos contábeis e pronunciamentos internacionais. Teorias Contábeis46 Síntese da Unidade: Nesta unidade pudemos compreender que: • Vimos que existem processos de evolução contábil em contrapartida da parte de evolução das empresas. • Conhecemos a atuação contábil: pública, gerencial, de custos, financeira e internacional • Aprendemos sobre as doutrinas: patrimonialistas e personalistas. Por isso o contador precisa conhecer como planejar a estratégia e analisar os riscos e custo-benefício do negócio, para poder estar alinhado ao mercado e ser um diferencial frente aos concorrentes, analisar seu planejamento estratégico para verificar se está tendo um grande retorno do investimento. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido sobre teorias contábeis e suas particularidades. Para complementar seu aprendizado, não deixe de realizar as atividades que acompanham esta aula. Até a próxima! Teorias Contábeis 47 REFERÊNCIAS ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Curso de Contabilidade Introdutória em IFRS e CPC. 1a ed. São Paulo: Atlas, 2014. LOPES, André Charone Tavares. Contabilidade para não contadores. Revista Contadores Belém-Pará, 2016. Normas brasileiras de contabilidade: NBC TG - geral - normas completas, NBC TG – estrutura conceitual e NBC TG 01 a 40 (exceto 34 e 42)/ Conselho Federal de Contabilidade. Brasília: Conselho Federal de Contabilidade, 2011. SANTOS, João José dos. IFRS Manual de Contabilidade Internacional. Cenofisco, 2006. SÁ, Antônio Lopes de. Teoria da Contabilidade.Editora Atlas. São Paulo, 2006. SCHMIDT, Paulo. A História do Pensamento Contábil. Porto Alegre: Bookman, 2000. SILVEIRA, Alexandre Di Miceli da. Governança Corporativa no Brasil e no Mundo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Márcia Valéria Marconi Teorias Contábeis _GoBack Doutrina da Escola Italiana e Norte-Americana A Decadência da Escola Italiana no Brasil Normas Brasileiras de Contabilidade Princípios Contábeis Normas Internacionais Padrões Internacionais IFRS – Internacional Financial Report Standard Relatórios Financeiros
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