Buscar

AD1 - ALFABETIZAÇÃO 1 - CEDERJ - UERJ - Trabalho (modelo de fichamento) - RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório.

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Nome: 
Data: 23 de ago. 2022.
Disciplina: Alfabetização 1
Professor(a): Luiz Antonio Gomes Senna
Trabalho (modelo de fichamento).
Pág. 
RIBEIRO, Darcy. O processo civilizatório. UERJ CEDERJ • Disciplina: Alfabetização I. Pp. 1-6. [São Paulo], [1996?].
“O processo civilizatório, acionado pela revolução tecnológica que possibilitou a navegação oceânica, transfigurou as nações ibéricas, estruturando‐as como impérios mercantis salvacionistas. Assim é que se explica a vitalização extraordinária dessas nações, que de repente ganharam uma energia expansiva inexplicável numa formação meramente feudal e também numa formação capitalista. Mesmo porque essas últimas só surgiram mais tarde, na Inglaterra e na Holanda.” (p.1). 
“A certa altura, como aconteceu com todas as civilizações, entram em obsolescência e se feudalizam, abrindo espaço para um novo gênero de salvacionismo.” (p.1). 
“Os iberos [...] Exterminaram, simultaneamente, milhares de povos que antes viviam em prosperidade e alegria, espalhados por toda a terra com suas línguas e com suas culturas originais.” (p.1). 
“Ao mesmo tempo, se plasmam a si mesmas como novas formações socioeconômicas e como novas configurações histórico-culturais, que cobrem áreas e subjugam populações infinitamente maiores que a europeia (Ribeiro 1970).” (p.1). 
“Viabilizando‐a na base dos saberes indígenas, que permitiram a adaptação do europeu em outras latitudes, e provendo largamente a força de trabalho que as inseriu no mercado mundial em formação.” (p.1). 
“Os ingleses se expandiram como operosos granjeiros puritanos ou como uma burguesia industrial e negocista, que calculava bem cada um dos seus lances. Empenhados em outro gênero de colonização, sua tarefa era a de transplantar sua paisagem mundo afora, recriando pequenas Inglaterras, desatentos ou indiferentes ao que havia aonde chegaram.” (p.2). 
“Os iberos, ao contrário, se lançaram à aventura no além-mar, abrindo novos mundos, atiçados pelo fervor mais fanático, pela violência mais desenfreada, em busca de riquezas a saquear ou de fazer produzir pela escravaria. […] querendo fluí-los, recriá-los, convertê-los e mesclar-se racialmente com eles. Multiplicaram-se, em conseqüência, prodigiosamente, fecundando ventres nativos e criando novos gêneros humanos.” (p.2)
“Como se viu, a causa primeira da expansão ultramarina, e portanto dos descobrimentos, fora a precoce unificação nacional de Portugal e da Espanha, movidos por toda uma revolução tecnológica que lhes deu acesso ao mundo inteiro com suas naus armadas [...] Foram os primeiros do mundo moderno.” (p.2)
“Nesses conflitos de amplitude mundial, a Ibéria se debilita tanto, que acaba por sucumbir como cabeça do Império mundial [..] nos novos mundos, seus sêmens continuam fecundando prodigiosamente a mestiçagem americana; sua língua e sua cultura prosseguem expandindo-se. Nesse passo, se enriquecem para constituir, afinal, uma das províncias mais amplas, mais ricas e a mais homogênea da terra, a América Latina.” (p.2)
“Assim é que a Ibéria e a Grã-Bretanha, tão recheadas de duras resistências dos povos [...] Onde se deparam com altas civilizações, seus povos são sangrados, contaminados, decapitados de suas chefaturas, para serem convertidos em mera energia animal para o trabalho servil. (p.3)
“No Brasil, de índios e negros, a obra colonial de Portugal foi também radical. Seu produto verdadeiro não foram os ouros afanosamente buscados e achados, nem as mercadorias produzidas e exportadas. Nem mesmo o que tantas riquezas permitiram erguer no Velho Mundo. Seu produto real foi um povo-nação, aqui plasmado principalmente pela mestiçagem, que se multiplica prodigiosamente como uma morena humanidade em flor.” (p.3)
“ao longo desses cinco séculos, do que essa classe dirigente exógena e infiel a seu povo. No afã de gastar gentes e matas, bichos e coisas para lucrar, acabam com as florestas mais portentosas da terra. Desmontam morrarias incomensuráveis, na busca de minerais.” (p.3)
“a classe dirigente, permaneceu igual a si mesma, exercendo sua interminável hegemonia.” (p.3)
“Em contraste com as etnias tribais que sobreviveram algum tempo a seu lado, a sociedade colonial nascente, bizarra e precária, era e atuava como um rebento ultramarino da civilização européia, em sua versão portuguesa. Vale dizer, era já uma sociedade bipartida em uma condição rural e outra urbana, estratificada em classes, servida por uma cultura erudita e letrada, e integrada na economia de âmbito internacional que a navegação possibilitara.” (p.3)
“Essa posição evolutiva mais alta não representava, obviamente, uma ascensão das sociedades indígenas […] Era uma simples projeção dos avanços civilizatórios alcançados pelos europeus, ao saírem da Idade Média” (p.3)
“Estamos diante do resultado de um processo civilizatório que, interrompendo a linha evolutiva prévia das populações indígenas brasileiras […] No caso, esse passo se dá por incorporação ou atualização histórica que supõe a perda da autonomia étnica dos núcleos engajados, sua dominação e transfiguração -, estabelecendo as bases sobre as quais se edificaria daí em diante a sociedade brasileira.” (p.3 – p.4)
“Tais bases […] viabilizava sua existência na condição socioeconómica de um proletariado externo." (p.4)
“No plano adaptativo […] os núcleos coloniais brasileiros se estabeleceram nas seguintes bases:” (p.4) 
“• a incorporação da tecnologia européia aplicada à produção, ao transporte, à construção e à guerra, com uso de instrumentos de metal e de múltiplos dispositivos mecânicos.” (p.4)
“• a navegação transoceânica que integrava os novos mundos em uma economia mundial, como produtores de mercadorias de exportação e como importadores de negros escravos e bens de consumo.” (p.4)
“• o estabelecimento do engenho de cana, baseado na aplicação de complexos procedimentos agrícolas, químicos e mecânicos para a produção de açúcar” (p.4)
“• a introdução do gado.” (p.4) 
“• a adoção e difusão de novas espécies de plantas cultiváveis” (p.4)
“• tecnologia portuguesa de produção de tijolos e telhas, sapatos e chapéus, sabão, cachaça, rodas de carros, pontes e barcos etc.” (p.4)
“No plano associativo […] aqueles núcleos se estruturaram como implantação de uma civilização graças à:” (p.4)
“• substituição da solidariedade elementar fundada no parentesco, característica do mundo tribal igualitário, por outras formas de estruturação social” (p.4)
“• introdução da escravatura indígena, logo substituída pelo tráfico de escravos africanos.” (p.4)
 “• integração de todos os núcleos locais em uma estrutura sócio-política única.” (p.4)
“• disponibilidade de capitais financeiros.“(p.5)
“No plano ideológico ou seja, o relativo às formas de comunicação.” (p.5)
“• a língua portuguesa, que se difunde lentamente […] até converter-se no veículo único de comunicação das comunidades brasileiras entre si e delas com a metrópole.” (p.5)
“• um minúsculo estrato social de letrados […] orienta as atividades mais complexas e opera como centro difusor de conhecimentos, crenças e valores.” (p.6)
“• uma Igreja oficial, associada a um Estado salvacionista, que depois de intermediar a submissão dos núcleos indígenas através da catequese [...] para impedir a difusão de qualquer outra ideologia e até mesmo do saber científico.” (p.6)
“• artistas que exercem suas atividades obedientes aos gêneros eestilos europeus.” (p.6)
“Aquelas inovações tecnológicas, somadas às referidas formas mais avançadas de ordenação social e a esses instrumentos ideológicos de controle e expressão proporcionaram as bases sobre as quais se edificou a sociedade e a cultura brasileira como uma implantação colonial européia.” (p.6)
“Isso explica a ausência de uma classe dominante nativa. Os que cumprem esse papel, seja na qualidade de agentes da exploração econômica, seja na qualidade de gestores da hegemonia política, são na realidade prepostos da dominação colonial.” (p.6)
“Com base nessa comunidade atípica e em seu acervo sociocultural, as novas entidades puderam enfrentar prontamente dois desafios cruciais.Um foi aniquilar os grupos indígenas […] Outro foi manter a regência colonial portuguesa sobre os núcleos neobrasileiros.” (p.6)

Outros materiais