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Página inicial DIVERSIDADE CULTURAL NA ESCOLA: PARÂMETROS, DIRETRIZES E LEGISLAÇÃO Professor (a) : Adélia Cristina Tortoreli Objetivos de aprendizagem https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 • Compreender o conceito de diversidade cultural. • Entender como a diversidade cultural é apresentada na escola. • Conhecer as leis que regem a diversidade cultural. Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • Diversidade Cultural • A diversidade cultural na Escola • Os Parâmetros, as Diretrizes e a Legislação Introdução Olá, caro(a) aluno(a). É com muito prazer que eu apresento as considerações introdutórias deste estudo, intitulada “Diversidade Cultural na Escola: parâmetros, diretrizes e legislação”. Este livro é composto por três aulas que estão divididas na ordem, a seguir: Diversidade Cultural; A diversidade Cultural na Escola; Os Parâmetros, as diretrizes e a legislação. Para a elaboração do conteúdo escolhemos para o debate alguns teóricos que imbuídos da consciência democrática e igualitária têm se debruçado sobre as questões da diversidade cultural. Na sequência, buscamos nas diretrizes e leis legitimidade para uma cidadania plena e de igualdade. Com base no breve exposto, caro(a) estudante, acompanhe comigo o que será discutido em cada aula. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial https://getfireshot.com Na primeira aula, “Diversidade Cultural”, conceituaremos os termos diversidade e cultura, a fim de entender essas expressões separadamente para posteriormente compreendê-las dentro da “Multiculturalidade ou Multiculturalismo”. Por fim, o objetivo final é que você perceba que a diversidade de culturas deve ser entendida e articulada a partir de um processo de humanização e rejeição às culturas hegemônicas. nossas reflexões serão sobre a Diversidade Cultural na Escola. Essa instituição social desempenha um importante papel na construção da diversidade. Uma escola democrática e não discriminatória juntamente com os seus educadores precisa discutir as relações de poder que foram construídas historicamente, a fim de incitar o diálogo para a exclusão e a discriminação que permeia a realidade sociocultural dos alunos. Por fim, a terceira e última aula, aborda algumas leis e diretrizes em vigência em nosso país, que em primeira instância formaliza e legitima ações e alterações curriculares em conjunto, a fim de promover uma discussão acerca dos direitos individuais e coletivos de grupos étnico-raciais que foram excluídos e marginalizados historicamente. Avançar DOWNLOAD PDF UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://drive.google.com/file/d/1zzovXmOEx5JOzatsGobJ2NI6Tt9-GwYM/view?usp=sharing Página inicial DIVERSIDADE CULTURAL Olá, caro(a) aluno(a)! Eu gostaria de dialogar com você sobre um tema muito importante que permeia as sociedades democráticas e inevitavelmente, adentra a instituição escolar configurando e alterando algumas práticas pedagógicas. Então, para iniciarmos o nosso diálogo, eu quero te fazer uma pergunta: você conhece a expressão diversidade cultural? Partindo da hipótese de que a sua resposta seja positiva, isso torna as nossas reflexões ainda mais instigantes na medida em que nessa aula, você poderá revisitar alguns conceitos. No caso de não ter uma aproximação com essa temática, torná-la-á objeto de estudo para um importante debate sobre a temática. Diante do exposto e independente da sua resposta inicial, convido você para refletir inicialmente sobre o conceito de “ Diversidade ”. Vamos lá? De acordo com o dicionário de Português online Michaelis ([2018], on-line) , o conceito de diversidade é 1 definido como: “1. Qualidade daquele ou daquilo que é diverso. 2. Diferença, dessemelhança: Diversidade de interpretações. 3. Variedade”. O conceito se aproxima de diversidade, heterogeneidade e pode ser entendido como algo que não está assentado em um único posicionamento ou ponto de vista. No entanto, Costa (2008, p. 38) amplia esse conceito: Seria muito mais simples dizer que o substantivo diversidade significa variedade, diferença e multiplicidade. Mas essas três qualidades não se constroem no vazio e nem https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 se limitam a ser nomes abstractos. Elas se constroem no contexto social e, sendo assim, a diversidade pode ser entendida como um fenómeno que atravessa o tempo e o espaço e se torna uma questão cada vez mais séria quanto mais complexas vão se tornando as sociedades. Nas palavras de Costa (2008), a diversidade está assentada no entendimento de sua passagem pelo tempo e espaço. Quanto mais complexo o desenvolvimento das sociedades, maior será a urgência do debate para além das definições preliminares de alguns substantivos. Para Gomes (2012), a diversidade é uma construção política, cultural, histórica, a qual ganha contorno e significado no entorno das relações hegemônicas de poder, assim como no crescimento e agravamento nacional e internacional da desigualdade econômica. Concretamente, não se pode negar o efeito dessa desigualdade na sociedade globalizada, sobretudo nos construtos sociais coletivos considerados diversos e excluídos do processo democrático e inclusivo. Uma abordagem sobre a diversidade implica, ainda, em assumir posicionamentos contra os processos de dominação tais como a política, a religião e o ambiente escolar que, posteriormente será objeto de nossas reflexões. Diante do breve exposto, daremos continuidade às nossas reflexões conceituando a expressão “ Cultura ”. Essa explicação se faz necessária na medida em que reconhecemos a existência de uma relação entre os termos cultura e diversidade. Iniciando pelo ponto de vista de Brandão (2002, p. 29), esse estudioso entende a cultura como local e resultado das vivências concretas em que o homem foi socializado: [...] cultura é tudo que resulta da criação humana, o homem cria, transforma e é afectado por essas transformações. O homem ao produzir cultura produz-se a si mesmo, ou seja, ele se autoproduz. Logo não há cultura sem o homem, como não há homem sem cultura. A cultura, pois, não somente envolve o homem, mas penetra-o, modelando sua identidade, personalidade, maneira de ver, pensar e sentir o mundo. Considerando a citação supracitada, podemos inferir que a cultura não é algo externo ao homem, mas parte fundante de toda a sua existência e reconhecimento do mundo operante que o cerca. Podemos considerar, ainda, que a dinâmica social, as várias identidades criadas e recriadas de acordo com as mudanças da sociedade, alteram a forma como o homem vê e sente o mundo à sua volta. Brandão (2002, p.31) ainda firma que: [...] cultura existe nas diversas maneiras por meio das quais criamos e recriamos as teias e as (tessituras) e os tecidos sociais de símbolos e de significados que atribuímos a nós próprios, as nossas vidas e aos nossos mundos. Criamos os mundos sociais em que vivemos, e só sabemos viver nos mundos sociais que criamos. E isto, é a cultura que https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com criamos para viver e conviver. É importante destacar que, ao refletirmos sobre a cultura, temos a tendência de valorizá-la de acordocom os nossos códigos construídos socialmente e em grupos. Isso implica em reconhecer, quase sempre, como válida, a nossa cultura de origem ou a qual fomos criados socialmente. Diante do exposto, podemos dizer que a cultura é, no mínimo, um processo conflituoso, complexo e dinâmico. No final do século XX e início do século XXI, têm-se ocupado do debate sobre a diversidade e a cultura, mas ainda carece de olhares atentos, cuidadosos e constantemente permeado por um amplo debate teórico. Respaldados no reconhecimento de que a diversidade seja um elemento oriundo de um processo de humanização, observamos que as culturas, de modo geral, exibem uma valorização de alguns valores, disseminando o estranhamento e a rejeição em relação ao diferente. Com base no esposo, será que ainda podemos falar em “ Cultura ” no singular, ou “ Culturas ”, no plural? Essa pluralidade cultural pode ser conceituada como “ Multiculturalidade ou Multiculturalismo ”. Mas, o que será que ela expressa? Para responder essa questão traremos a contribuição de Gasparin e Tortoreli (2006, p. 13) que entendem o multiculturalismo como: [...] uma realidade social, ou seja: a presença de diferentes grupos culturais numa mesma sociedade. A tomada de consciência desta realidade é motivada por fatos concretos que explicitam diferentes interesses, discriminações e preconceitos presentes no tecido social. Os “outros”, os diferentes se revelam em toda sua concretude. Esta realidade pode provocar comportamentos e dinâmicas sociais que constroem “muros” de forma física, afetiva e ideológica; evita-se o contato e criam-se mundos próprios sem relação com os “diferentes” Diante desse breve exposto, gostaria de suscitar em você, caro(a) estudante, algumas reflexões sobre a cultura e diversidade. Para tanto, encerro o meu diálogo com algumas inferências, de modo a contribuir para uma interiorização do conteúdo aqui abordado, está bem? Podemos dizer que a cultura é, no mínimo, um processo conflituoso, complexo e dinâmico. No final do século XX e início do século XXI, têm-se ocupado do debate sobre a diversidade e a cultura, mas ainda carece de olhares atentos e cuidadosos, e é constantemente permeada por um amplo debate teórico, sobretudo pelos comportamentos e dinâmicas sociais, que constroem “muros” invisíveis e impede a concretude física, afetiva e ideológica evitando e impedindo uma relação com o diferente. Respaldados no reconhecimento de que a diversidade seja um elemento oriundo de um processo de humanização, observamos que nas culturas, de modo geral, exibem uma valorização de alguns valores, disseminando o estranhamento e a rejeição em relação ao diferente. Eis o nosso desafio: ampliar a consciência da diversidade cultural. Caro(a) aluno(a), espero que esta aula tenha contribuído para os conhecimentos iniciais sobre cultura e diversidade cultural. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Um abraço! A DIVERSIDADE CULTURAL NA ESCOLA Olá, caro(a) aluno(a)! Dialogaremos nesta aula sobre a diversidade cultural na escola. Essa instituição social é de suma importância para a conscientização e formação dos sujeitos para o trato com a diversidade negligenciando toda e qualquer forma de preconceito. Com base nessa primeira hipótese, gostaria de refletir junto como você e, ao mesmo tempo, elaborar duas questões: de que forma a escola aborda o discurso da diversidade cultural? Em que medida ela tem formado os cidadãos com perspectivas democráticas? Para sustentar as nossas reflexões e buscar respostas para as nossas indagações eu convidei para a mesa de discussão alguns estudiosos teóricos que se ocupam dessa temática e gostaria de apresentá-los a você: Vamos lá? A instituição escolar é um espaço em que diferentes pessoas se encontram e é também, um lugar apropriado para a construção da cidadania e o desenvolvimento humano em todas as suas https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com potencialidades. Todavia sempre é um desafio para essa instituição sociocultural assegurar a construção de uma sociedade sem discriminação e preceitos de toda ordem (GOMES 2012; FÁVERO, 2004). A escola tanto pode perpetuar preconceitos, mas também desconstruí-los. Dizendo de outra forma, essa prática escolar é uma tarefa que envolve a equipe e a gestão que tem como principal tarefa se comprometer com os direitos humanos e com a diversidade cultural (GOMES 2012; FÁVERO, 2004). Para Castilho (2009, p. 15): [...] a diversidade cultural e o direito à diferença também devem ser observados na educação. Para tanto, os (as) educadores (as) devem assumir a tarefa de quebrar o silêncio sobre a diversidade e revelar o invisível. Em segundo lugar, devem atuar conforme o paradigma do pensamento complexo, único capaz de abarcar a diversidade humana e de permitir a adaptação às diferenças e a um mundo em constante transformação em todos os planos, do biofísico ao econômico, político e sociocultural. Com base na citação supracitada, entendemos o importante papel dos educadores e todos os agentes da escola frente a uma situação delicada, mas que deve ser enfrentada de forma corajosa e democrática. Esse comprometimento deve suprimir qualquer situação que remeta a um desequilíbrio da diversidade cultural ou que concorra para o desrespeito das diferentes culturas. Todavia, essa postura exige coragem para denunciar e expor atitudes por meio de palavras e gestos que indicam uma possível quebra de seguridade de direitos humanos universalmente reconhecidos e assegurados. Para Gomes (2008, p.17-18), é preciso questionar a escola sobre a discussão da diversidade: [...] como a educação escolar pode se manter distante da discussão da diversidade se a mesma se faz presente no cotidiano escolar (universo escolar) por meio da presença de professores/as e alunos/as dos mais diferentes pertencimentos étnico-raciais, idades e culturas? Qual a dimensão sócio-cultural da escola? A escola, assim como os educadores precisam conhecer seus alunos e refletir sobre o seu meio social e cultural. Essa aproximação da realidade dos estudantes enquanto sujeitos sociais permite um reconhecimento étnico e cultural do contexto familiar, das diferentes personalidades, assim como diferentes valores. Juntos, escola e educadores devem desenvolver propostas e atividades educativas que promovam a superação da desigualdade privilegiando a tolerância e os aspectos culturais de cada aluno. (GOMES, 2012; FÁVERO, 2004; CASTILHO, 2009). https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com A problematização do espaço escolar frente à diversidade deve ser concebido como fonte de análise para a compreensão do mundo das crianças que adentram essa instituição. Nesse sentido, ao menos uma pergunta deve ser feita para refletir sobre o seu papel na construção da diversidade cultural. Quais as concepções de diversidade que os alunos trazem para o espaço escolar? Cada criança ou adolescente que chega à escola traz consigo vastas experiências que os acompanham desde o nascimento até o ingresso nessa instituição social. Isso implica em dizer que esses estudantes vivenciam práticas culturais em múltiplos espaços que vão desde a sua casa, a vizinhança, a formação religiosa num constante ir e vir de valores. São essas experiências que constituem a concretude dos alunos de forma dinâmica, ininterrupta e sempre reelaborando as suas interações do dia a dia. É preciso considerar que tudo o que acontece no âmbito das relações sociais dos sujeitos, adentra o campo escolar. A escola precisa discutir e compreender a diversidade cultural e compreendê-la dentro de um aspecto de ações de sujeitos sociais, problematizando práticas, buscando evidenciar as diferenças e excluir ahomogeneização de práticas e discussões que não privilegiam as experiências vividas pelos alunos em contextos extraescolares. A instituição escolar deve ser compreendida desde (a sala de aula) até à sociedade mais ampla do educando. Essa escola deve privilegiar a diversidade, mas acima de tudo contribuir para o respeito e propostas emancipatórias. Diante da breve reflexão que fizemos sobre a diversidade cultural na escola, gostaria de encerrar as nossas discussões, com algumas contribuições de (SILVA; PEREIRA, 2011, p.45): • Todo indivíduo tem a liberdade de escolher seu modo de vida, sua ideologia, sua religião, enfim, tem o direito de ser diferente; • Historicamente, muitas culturas têm sido marginalizadas devido às relações de seleção e exclusão, características da sociedade capitalista; • O processo de homogeneização das culturas é um mito, pois, ao invés de promover a igualdade de direitos, encobre e cristaliza a discriminação; • A democracia real é aquela que dá voz a todos, permitindo que assumam sua identidade e reivindiquem seus direitos. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com A escola é partícipe de uma sociedade pautada na democracia, nos direitos individuais e universais, não podendo se eximir do reconhecimento de práticas sociais, religiosas e étnicas dos seus educandos. A escola por meio de suas práticas educativas precisa lutar contra toda e qualquer forma de exclusão e marginalização que são acirradas por uma sociedade capitalista e homogeneizadora. A homogeneização da cultura deve ser evitada, a qualquer modo, pois esse discurso aparente encobre e dificulta o reconhecimento da diferença e da discriminação. O verdadeiro reconhecimento vem por meio de vozes que foram historicamente silenciadas e por grupos considerados minoritários e por vezes, marginalizados pelo seu estilo de vida. Todos têm direito à diferença e a escola, como formadora das gerações atuais e ciente das responsabilidades da atuação desses sujeitos no futuro, deve formá-los para negligenciar toda e qualquer forma de discurso hegemônico. É preciso ir além da tolerância e do respeito aparente com o diferente. Por fim, a escola tem a possibilidade de discutir as relações de poder que foram construídas historicamente e intervir nas relações sociais de modo a não considerar com naturais práticas discriminatórias e excludentes. No ano de 2015 eu e o professor Silvio Paradiso, ambos professores do curso de Artes Visuais presencial da Unicesumar, propomos um projeto para os alunos do 1º ano de Artes Visuais, intitulado “Enegrecendo a arte : projeto do mês da consciência negra. O objetivo do projeto era propor a desconstrução de uma obra clássica e, em seguida, reconstruí-la com base nos materiais, tecidos, cores, elementos da natureza, sementes, flores da cultura afro. O resultado do projeto foi a criação e a releitura em painéis construídos por equipes e exposição realizada no Bloco 8 da Unicesumar, permitindo o acesso para os estudantes de outros cursos. Fonte: a autora https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Figura 1 - O nascimento de Iemanjá – Liberdade e Igualdade Fonte: acervo pessoal Adélia Cristina Tortoreli. Imagem relativa ao painel construído para o projeto “ Enegrecendo a arte : projeto do mês da consciência negra. PAINEL: O nascimento de Iemanjá – Liberdade e Igualdade . Uma releitura da obra: O nascimento de Vênus, de Sandro Boticelli . Espero, nessa aula, ter alcançado o meu objetivo de promover uma reflexão sobre como a escola aborda o discurso da diversidade cultural e em que medida ela tem formado os cidadãos com perspectivas democráticas. Um abraço! OS PARÂMETROS, AS DIRETRIZES E A LEGISLAÇÃO https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Olá, caro(a) aluno(a)! Nesta aula eu te convido para junto comigo refletir a diversidade cultural sob os aspectos legais. Para essa breve reflexão serão abordados os seguintes documentos: a. Constituição Federal de 1988. b. LDB- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). c. PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais), de 1997. d. Lei 10.639/03, que posteriormente sofreu uma alteração com a promulgação da Lei 11.645/2008. e. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, de 2004. São cinco documentos de suma importância para um primeiro socorro conceitual acerca dos direitos relativos à diversidade cultural e pluralidade étnica. A partir dessa primeira organização iniciaremos as nossas leituras. Vamos comigo? O Brasil, assumindo um compromisso democrático justamente por constituir-se um Estado Democrático de direito, possui pilares de dignidade, igualdade e diversidade cultural. No texto da Constituição Federal (CF) de 1988 existe uma série de artigos que asseguram a diversidade cultural. O primeiro deles está no Título II, Art.5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade [...]” (BRASIL, 1988). Ao promulgar esse artigo, a carta magna assume que as pessoas são livres para o exercício de suas crenças religiosas, de suas concepções filosóficas e para a expressão cultural e intelectual. No decorrer da CF 1988, especificamente no Título III, fomenta-se a diversidade cultural no art. 215. “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais” (BRASIL, 1988) o art. 216, encontramos o seguinte texto: Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (BRASIL, 1988). Diante do exposto, percebemos que a legislação maior de nosso país, assegura a todos a proteção individual e a diversidade cultural. No que diz respeito à LDB 9.9394/96, que estabelece as diretrizes para a Educação Nacional observamos uma preocupação relativa à diversidade cultural e pluralidade ética, que determina a liberdade religiosa no cotidiano escolar, sendo proibida qualquer forma de doutrinação ou conversão de várias pessoas ou grupos a uma determinada causa. Essa preocupação está expressa e prevista no Art. 33. Vamos ler atentamente? https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. (Redação dada pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) § 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores.(Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) § 2º Os sistemas de ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso.(Incluído pela Lei nº 9.475, de 22.7.1997) (BRASIL, 1996). Em seguida à promulgação da LDB 9.394/96, surgiram os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (BRASIL, 1997), organizado pelo Ministério da Educação em 1997 que visam a estruturação e reestruturação dos currículos nacionais obrigatórios para a rede pública de ensino e opcionalpara as instituições privadas. Esse documento preconiza uma orientação para os professores na busca por novas metodologias e abordagens. Sinaliza, ainda, a preocupação com a diversidade cultural e a plenitude da cidadania para todos. Vamos ler a página 21 deste documento? Tratar da diversidade cultural, reconhecendo-a e valorizando-a na superação das discriminações é atuar sobre um dos mecanismos de exclusão, tarefa necessária ainda que insuficiente, para caminhar na direção de uma sociedade mais plenamente democrática. É um imperativo do trabalho educativo, voltado para a cidadania uma vez que tanto a desvalorização cultural-traço bem característico de país colonizado-quanto à discriminação são entraves à plenitude da cidadania para todos, portanto, para a própria nação (BRASIL, 1997, p. 21). Muito embora os PCNs legitimem o direito a uma cidadania plena e democrática, sabemos que são muitos os contingentes que ainda estão cristalizados na cultura e que impedem a valorização dos traços culturais de um país colonizado por diferentes culturas e étnicas, provocando ainda tensões, conflitos e resistência a quebra de paradigmas. Todavia, a preocupação central da escola e dos educadores deve estar assentada nos direitos individuais e na diversidade cultural. A escola enquanto espaço sociocultural ocupa um lugar central na transmissão de conhecimentos e se mantém como legítima interpretante das leis e diretrizes nacionais. Passados seis anos após a promulgação da LDB 9.394/96, a Lei 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, altera a LDB incluindo, no seu art. 26A, a obrigatoriedade do estudo da história e Cultura Afro Brasileira. Além de incluir o estudo da História da África e dos africanos, a cultura negra e formação na sociedade brasileira, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas econômicas, sociais e políticas. (LDB 9.396/96). https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Em 2008, a Lei 10.639/2003, sofreu uma alteração com a promulgação da Lei 11.645/2008, ao incluir a história e a cultura indígena. Nesse sentido, o art. 26 A ficou com a seguinte redação: “Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”. Com base nesse artigo, vamos conhecer os parágrafos 1º e 2º? 1º O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). § 2º Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras. (Redação dada pela Lei nº 11.645, de 2008). (BRASIL, 2003). Os dois parágrafos indicam a preocupação com as questões históricas e culturais dos africanos e dos povos indígenas. É importante destacar que esses conteúdos deverão ser ministrados em todo o currículo escolar nos níveis da Educação Básica e Ensino Superior. Voltando ao ano de 2004, verificamos que o Conselho Nacional de Educação, institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Vamos fazer alguns recortes dos objetivos dessas diretrizes, está bem? Acompanhe a leituracomigo. Conjunto de medidas e ações com o objetivo de corrigir injustiças, eliminar discriminações e promover a inclusão social e a cidadania para todos no sistema educacional brasileiro. [...] o fortalecimento de políticas e a criação de instrumentos de gestão para a afirmação cidadã tornaram-se prioridades, valorizando a riqueza de nossa diversidade étnico- racial e cultural. [...] Esta estrutura permite a articulação de programas de combate à discriminação racial e sexual com projetos de valorização da diversidade étnica. [...] Mais do que uma reunião de programas, a tarefa da nova secretaria é articular as competências e experiências desenvolvidas, tanto pelos sistemas formais de ensino como pelas práticas de organizações sociais, em instrumentos de promoção da cidadania, da valorização da diversidade e de apoio às populações que vivem em https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com situações de vulnerabilidade social. (BRASIL, 2004, p. 5). Dessas diretrizes podemos verificar uma preocupação latente para a correção de injustiças, fortalecimento da inclusão social e democracia, valorização da diversidade ético-racial e programas de combate à discriminação racial e sexual. Diante do breve exposto, caro(a) aluno(a), quero que você perceba a importância das Leis e Diretrizes para a reflexão da diversidade cultural. É imperativo destacar que esses documentos são constituídos de um importante avanço e sua aplicabilidade nas escolas é uma exigência do ponto de vista de uma formação cidadão e democrática. Todavia, as leis por si só não conseguirão alterar a situação de discriminação e exclusão, pois essas ações e comportamentos são decorrentes de um estrato social mais amplo. Nesse sentido, é importante que a escola se ocupe da transformação das pessoas, para que essas, retornando para a sociedade, contribuam para novos pensamentos e atitudes com relação àqueles que foram alvos de injustiças construídas historicamente. Uma pesquisa realizada em 2009 pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) com 501 escolas públicas do país, apontou as formas de preconceito no ambiente escolar brasileiro. Das 18,5 mil pessoas entrevistadas, entre alunos, educadores, funcionários e pais, 99,3% demonstram algum tipo de preconceito: étnico-racial, socioeconômico, de gênero, geração, orientação sexual ou territorial ou em relação a pessoas com algum tipo de necessidade especial. A discriminação relacionada aos portadores de deficiências especiais são as mais frequentes (96,5% dos entrevistados), seguido pelo preconceito étnico-racial (94,2%), de gênero (93,5%), de geração (91%), socioeconômico (87,5%), com relação à orientação sexual (87,3%) e 75,95% têm preconceito territorial. Os números são preocupantes e trazem um desafio para a escola.Algumas medidas tentam enfrentar o problema como a Lei 10.369, de 2003, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares. Fonte: Pré-Univesp (2015, on-line)2. Foi muito bom contar com a sua participação na trajetória desse estudo. Obrigada pela leitura atenta! Um abraço! Avançar https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/atividades?authuser=0 UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/unidade-1?authuser=0 https://getfireshot.com Página inicial ATIVIDADES 1. Com relação aos conceitos de diversidade, cultura e multiculturalismo, leia as assertivas a seguir, e analise (V) para Verdadeiro e (F) para Falso. ( ) A diversidade é uma construção cultural, política e histórica. ( ) Diversidade pode ser entendida como diferença, heterogeneidade ou algo que não está assentado em um único posicionamento. ( ) A cultura é resultado da criação humana, portanto não existe homem sem cultura. ( )A cultura mais importante é dos negros e dos indígenas. ( ) O Multiculturalismo pode ser entendido como a presença de diferentes grupos econômicos numa mesma sociedade. Assinale a alternativa correta: a) V, V, F, F, F. b) V, V, V, F, F. c) F, F, V, V, F. d) F, V, V, V, F. e) F, V, F, V, F. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/atividades?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 2. Sobre a diversidade Cultural na escola, o papel dos professores e gestores, leia as assertivas a seguir. A. A escola é espaço apropriado para a discussão da cidadania e o desenvolvimento humano. B. A escola pode perpetuar preconceitos e desconstruí-los. Essa tarefa envolve toda a equipe escolar. C. Os professores devem assumir o papel de quebrar o silêncio sobre a diversidade. D. O papel dos educadores e gestores frente as diferenças deve ser enfrentada de forma democrática e corajosa. E. A escola e os educadores precisam conhecer os seus alunos e refletir sobre o seu meio cultural e social. Com base no exposto, assinale a alternativa correta. a) Somente as alternativa A e B estão corretas. b) Somente as alternativas B e C estão corretas. c) Somente as alternativas C, D e E estão corretas. d) Todas as assertivas estão corretas. e) Nenhuma das anteriores. 3. Com relação aos arts. 5º e 215 da Constituição Federal de 1988, leia as assertivas seguir, e analise (V) para Verdadeiro e (F) para falso. ( ) O art. 5º da Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. ( ) O art. 5º da Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida. ( ) O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. ( ) O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos sociais acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. Assinale a alternativa correta: a) F, F, V, F. b) F, V, F, V. c) V, V, V, F. d) F, F, F, V. e) V, F, V, F. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/atividades?authuser=0 https://getfireshot.com Resolução das atividades Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/atividades?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/resumo?authuser=0 Página inicial RESUMO Olá, caro(a) aluno(a)! Na primeira aula, o nosso objetivo foi o de conceituar diversidade cultural e compreender o significado dessa expressão para além de um substantivo. O desdobramento de tal termo deve ser compreendido como um fenômeno que atravessa o tempo e o espaço. À medida que a sociedade se torna cada vez mais complexa, essa temática atinge níveis de igual complexidade. O fenômeno da diversidade cultural deve ser entendido enquanto uma conscientização coletiva para a valorização da diversidade cultural e humana. Na segunda aula abordamos a diversidade cultural na escola. Para tanto elegemos duas questões: Em que medida a escola aborda o discurso da diversidade cultural? Como essa instituição social tem formado os cidadãos com perspectivas democráticas? Os autores com os quais dialogamos procuraram evidenciar o importante papel da escola e dos professores para o reconhecimento das diferentes realidades dos alunos e seus contextos socioculturais. Esse reconhecimento permite ações conjuntas entre escola e professores para a exclusão do preconceito na escola. Na última aula comentamos sobre algumas leis e diretrizes que indicam a obrigatoriedade do Estado em legitimar direitos constitucionais e legais que preservem o direito de liberdade, de expressão, de opção religiosa e sexual. Esses documentos, em seu conjunto, no seu conjunto evidenciam uma conquista para o trato com a diversidade cultural e a voz para grupos minoritários excluídos e marginalizados historicamente. Espero que as considerações finais seja um ponto de chegada abstrato para novas pesquisas sobre a temática. Muito embora tenhamos legislações que garantam a diversidade, ainda existe um longo caminho a percorrer para a implementação e conscientização desses direitos. Um abraço. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/resumo?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/eu-indico?authuser=0 Página inicial Material Complementar Na Web Conheça mais sobre a diversidade cultural brasileira e seus aspectos. Acesse Na Web Olá caro(a) aluno(a)! É muito importante abordar a Diversidade Cultural em sala de aula, assim como esclarecer o conceito de cultura. Para conhecer mais sobre o tema, acesse o link a seguir. Acesse Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/eu-indico?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fmundoeducacao.bol.uol.com.br%2Fgeografia%2Fdiversidade-cultural-no-brasil.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF8JL_8sBzSLhl7fd4qtVEWYOLsNQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Feducador.brasilescola.uol.com.br%2Festrategias-ensino%2Fa-diversidade-cultural-brasilei-ra-sala-aula.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF1CKJZ_1fNeCyBavFCLCtIsOF5fQ https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/refer%C3%AAncias?authuser=0 Página inicial REFERÊNCIAS BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A Educação como Cultura . Campinas: Mercado das Letras, 2002. BRASIL.Constituição(1988). Constituição da República Federativa do Brasil . Brasília, DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. ______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros curriculares nacionais, apresentação dos temas transversais e ética. V. O8, Brasília, DF: MEC/SEF, 1997. ______. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 . Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9394.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. ______. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana , 2004. Disponível em: < http:// www.acaoeducativa.org.br/fdh/wp-content/uploads/2012/10/DCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico- Raciais.pdf >. Acesso em: 16 abril 2018. ______. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003 . Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências. Disponível: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. ______. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei nº 11.645, de 10 março de 2008 . Altera a Lei no9.394, de 20 de dezembro de 1996,modificada pela Lei no10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/refer�ncias?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2FConstituicao%2FConstituicao.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHFgrcotjOYbTk5nyRg62LWWqW95Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2FCcivil_03%2Fleis%2FL9394.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEQgxJLCttFpnn13_FB7CAHGScYMQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.acaoeducativa.org.br%2Ffdh%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F10%2FDCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEDMY6t1F3mkCdQ2i0xyljz03yVjA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.acaoeducativa.org.br%2Ffdh%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F10%2FDCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEDMY6t1F3mkCdQ2i0xyljz03yVjA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.acaoeducativa.org.br%2Ffdh%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F10%2FDCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEDMY6t1F3mkCdQ2i0xyljz03yVjA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.acaoeducativa.org.br%2Ffdh%2Fwp-content%2Fuploads%2F2012%2F10%2FDCN-s-Educacao-das-Relacoes-Etnico-Raciais.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEDMY6t1F3mkCdQ2i0xyljz03yVjA http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2Fleis%2F2003%2Fl10.639.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNG_NsxKAC8Yr6Gwn6qcWe5j7fibNQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2007-2010%2F2008%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEKiSXOl2oFilUU3j5ys_dXI0PclQ em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/ lei/l11645.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. CASTILHO, EWV. O papel da escola para a educação inclusiva. In : LIVIANU, R., cood. Justiça, cidadania e democracia [online]. Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009. p.108-119. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/ff2x7/pdf/livianu-9788579820137-10.pdf >. Acesso em: 16 abril 2018. COSTA, M. V. Currículo e pedagogia em tempo de proliferação da diferença : Trajetórias e processos de ensinar e aprender. Porto Alegre: Edipucrs, 2008. FÁVERO, E. A.G. Direitos das pessoas com deficiência : garantia de igualdade na diversidade. Rio de Janeiro: WVA, 2004. GASPARIN, J. L. G.; TORTORELI, A. C. Multiculturalismo e Educação : um desafio histórico para a escola. 2006. Disponível em: < http://www.histedbr.fe.unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario7/TRABALHOS/A/Adelia%20Cri stina%20T.%20Morante.pdf >. Acesso em: 16 abril 2018. GOMES, L. S. Desigualdades e diversidades na educação . Educ. Soc., Campinas, v. 33, n. 120, p. 687-693, jul.-set. 2012. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/es/v33n120/02.pdf >. Acesso em: 16 abril 2018. GOMES, N. L. Indagações sobre Currículo . Diversidade e Currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. SILVA, F. S.; PEREIRA, J. H. V. O papel da escola frente à diversidade cultural expresso em documentos nacionais. Revista Polyphonía , v. 22, n. 2. 2011. REFERÊNCIAS ON-LINE 1 Em: < http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues- portugues&palavra=diversidade >. Acesso em: 16 abril 2018. 2 Em: < http://pre.univesp.br/preconceito-na-escola#.VzESFPkrLIU >. Acesso em: 16 abril 2018. Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/refer�ncias?authuser=0 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2007-2010%2F2008%2F&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEKiSXOl2oFilUU3j5ys_dXI0PclQ http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fbooks.scielo.org%2Fid%2Fff2x7%2Fpdf%2Flivianu-9788579820137-10.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFSOFicQnENvs7tpPrUo08CZPMX9g http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.histedbr.fe.unicamp.br%2Facer_histedbr%2Fseminario%2Fseminario7%2FTRABALHOS%2FA%2FAdelia%2520Cristina%2520T.%2520Morante.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGMv62hUwkZLVHPkLY6BDsu0xHIZw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.histedbr.fe.unicamp.br%2Facer_histedbr%2Fseminario%2Fseminario7%2FTRABALHOS%2FA%2FAdelia%2520Cristina%2520T.%2520Morante.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGMv62hUwkZLVHPkLY6BDsu0xHIZw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fes%2Fv33n120%2F02.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGjMyXVb3H2svQSdt3F9tKnIobQjg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fmichaelis.uol.com.br%2Fmoderno%2Fportugues%2Findex.php%3Flingua%3Dportugues-portugues%26palavra%3Ddiversidade&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFt7jOY5H4ZYNQcCnQK1DYC5g8AIw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fmichaelis.uol.com.br%2Fmoderno%2Fportugues%2Findex.php%3Flingua%3Dportugues-portugues%26palavra%3Ddiversidade&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNFt7jOY5H4ZYNQcCnQK1DYC5g8AIw http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fpre.univesp.br%2Fpreconceito-na-escola%23.VzESFPkrLIU&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNE_9wXnDdzVO04JxVP5RAcLb8rohw https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/aprofundando?authuser=0 Página inicial APROFUNDANDO Caro(a) aluno(a). No decorrer deste estudo abordamos o art.5ª da Constituição Federal de 1988, que traz o seguinte texto: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” (BRASIL, 1988). Com base no art. 5ª leia a matéria publicada em 21.01.2015, no Portal Brasil, sobre a Intolerância Religiosa. Entretanto antes de você iniciar a sua leitura gostaria que você fizesse uma reflexão: será que os direitos constitucionais do art. 5º da CF de 1988 estão sendo cumpridos? Em outubro de 1999, um jornal religioso estampou em sua capa uma foto da iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos, a Mãe Gilda, em publicação com o título “Macumbeiros charlatões lesam o bolso e a vida dos clientes”. A casa da Mãe Gilda foi invadida, seu marido foi agredido verbal e fisicamente e seu terreiro, depredado por integrantes de outro segmento religioso. Mãe Gilda morreu em 21 de janeiro de 2000, vítima de um infarto. Para combater atitudes discriminatórias (sic) e prestar homenagem a Mãe Gilda, foi instituído, em 27 de dezembro de 2007, pela Lei 11.635, o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, celebrado nesta quarta-feira (21). Casos como o de Mãe Gilda não são isolados. Em 2014, o Disque 100 registrou 149 denúncias de discriminação religiosa no País. Mais de um quarto (26,17%) ocorreu no estado do Rio de Janeiro e 19,46%, em São Paulo. “No ano passado, tivemos diferentes ações contra a intolerância religiosa, como manifestações, publicação de vídeos. Não acho que diminuiu imediatamente, mas os grupos têm reagido. Não quer dizer que tivemos menos invasões de casas e agressão pela não permissão do uso de indumentárias (sic) em espaços públicos”, analisa a coordenadora da organização não governamental (ONG) Criola, Lúcia Xavier. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/aprofundando?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 REFERÊNCIAS BRASIL. Intolerância religiosa: líderes alertam sobre discriminação. 2014. Disponível em: < http://www.brasil.gov.br/cidadania-e-justica/2015/01/intolerencia-religiosa-lideres-alertam-sobre- discriminacao >. Acesso em: 16 abril 2018. ______. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,DF. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. _____. Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei no 11.645, de 10 março de 2008. Altera a Lei no 9.394,de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm >. Acesso em: 16 abril 2018. PARABÉNS! Você aprofundou ainda mais seus estudos! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/aprofundando?authuser=0 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.brasil.gov.br%2Fcidadania-e-justica%2F2015%2F01%2Fintolerencia-religiosa-lideres-alertam-sobre-discriminacao&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHHpyZpdY2bfu7kSHmvDJIcGT08bg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.brasil.gov.br%2Fcidadania-e-justica%2F2015%2F01%2Fintolerencia-religiosa-lideres-alertam-sobre-discriminacao&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHHpyZpdY2bfu7kSHmvDJIcGT08bg http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2FConstituicao%2FConstituicao.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNHFgrcotjOYbTk5nyRg62LWWqW95Q http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.planalto.gov.br%2Fccivil_03%2F_ato2007-2010%2F2008%2Flei%2Fl11645.htm&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNGAUWSNjoji_nlNAK-Ts_QNYKi2Ag https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial/editorial?authuser=0 Página inicial EDITORIAL DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ . Núcleo de Educação a Distância; TORTORELI, Adélia Cristina. Diversidade e Cultura na escola. Adélia Cristina Tortoreli. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2017. 29 p. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/editorial?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 “Pós-graduação Universo - EaD”. 1. Diversidade. 2. Cultura. 3. Escola. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 306 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Pró Reitoria de Ensino EAD Unicesumar Diretoria de Design Educacional Equipe Produção de Materiais Fotos : Shutterstock NEAD - Núcleo de Educação a Distância Av. Guedner, 1610, Bloco 4 - Jardim Aclimação - Cep 87050-900 Maringá - Paraná | unicesumar.edu.br | 0800 600 6360 Retornar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p�gina-inicial/editorial?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade1/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 Página inicial A DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL NA ESCOLA Professor (a) : Adélia Cristina Tortoreli Objetivos de aprendizagem • Compreender o racismo no ambiente escolar. • Compreender de que forma os livros didáticos abordam o racismo e criam os estereótipos. • Identificar as formas de superar o racismo e os preconceitos nas escolas. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 Plano de estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: • O racismo no cotidiano da escola • O racismo e os estereótipos na escola por meio dos livros didáticos • Superando o racismo e o preconceito nas escolas Introdução Olá, caro (a) aluno(a)! Neste estudo, abordaremos a diversidade étnico-racial na escola. Para tanto, elegemos três aulas que permitem, ainda que introdutoriamente, uma reflexão sobre esta temática. Na Aula 1, intitulada o racismo no cotidiano da escola, procuramos compreender de que forma o racismo está cristalizado nas escolas e nas práticas pedagógicas. Para o esclarecimento dessa temática, trouxemos os conceitos de racismo e etnia, que são indispensáveis para a compreensão do debate. Em seguida, nos interrogamos de que forma o racismo está inserido no contexto escolar. Para o esclarecimento desta inquietação, o diálogo com os autores indica que esta prática é recorrente no âmbito escolar e, em algumas situações, o professor tem um papel neste processo. Na Aula 2, o racismo e os estereótipos na escola por meio dos livros didáticos, fizemos uma discussão acerca dos livros didáticos e da forma como eles contribuem para o discurso do racismo e dos estereótipos. No primeiro momento, nos ocupamos com o entendimento da obrigatoriedade desse livro nas escolas como recurso auxiliar do professor para compor a sua aula e as suas práticas pedagógicas. Na Aula 3, superando o racismo e o preconceito nas escolas, convidamos para o debate a contribuição de Ana Célia da Silva (2004) e Maria José Lopes da Silva (2005) com os seus respectivos livros e artigos “A Discriminação do Negro no Livro Didático” e “As Artes e a Diversidade Étnico-Cultural na Escola Básica”. Nesses artigos, as autoras trazem objetivos e atividades no teatro, nas artes visuais e na música, que https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial https://getfireshot.com colaboram para a superação do racismo e do preconceito nas escolas. O trabalho docente e as atividades pedagógicas têm um papel importante na condução desses objetivos e atividades, uma vez que eles possibilitam a participação dos próprios alunos. Aguardo você para as nossas aulas! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial/unidade-2?authuser=0 Página inicial O RACISMO NO COTIDIANO DA ESCOLA Olá, caro(a) aluno(a)! A escola é uma instituição social criada historicamente para a socialização dos conhecimentos, muito embora ela não seja a única nesse processo. Enquanto instituição, ela é parte fundamental no processo de formação humana e deve não somente ser uma educação voltada para o trabalho, mas alicerçada na formação de valores que são aceitos pela maioria dos cidadãos de um Estado de Direito e em pleno exercício de direito e deveres. Neste sentido, o assunto que agora discutiremos é de suma importância e não partirá de uma pergunta ou de uma dúvida, mas de uma afirmação: o racismo está no cotidiano das escolas! Essa afirmação parece ser muito contundente, mas está acompanhada e sustentada por estudiosos e pesquisadores que confirmam a presença do racismo no contexto escolar. Neste sentido, faz-se necessária a construção de um olhar para as questões étnico-raciais neste ambiente, assim como uma investigação teórica, ainda que inicial, sobre essa temática. Qual será o ponto de partida, para fundamentar a nossa afirmação e, ao mesmo tempo, providenciar justificativas para reflexões presentes e futuras? Vamos começar pelo conceito de racismo? Mas, antes desta definição, é necessário o entendimento de que o racismo tem origem mítica, passou pela sociedade antiga, medieval e moderna, é entendido como um caractere biológico, entre outros, e o seu conceito foi criado por volta de 1920 (MUNANGA, 2002). https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0Então, se considerarmos, hipoteticamente, que as palavras são conceitos e estes são históricos, podemos admitir que eles já foram objetos de várias leituras e interpretações. Assim, que tal tratarmos da definição de racismo circunstanciada no século XXI? [...] o racismo é uma crença na existência das raças naturalmente hierarquizadas pela relação intrínseca entre o físico e o moral, o físico e o intelecto, o físico e o cultural. O racista cria a raça no sentido sociológico, ou seja, a raça no imaginário do racista não é exclusivamente um grupo definido pelos traços físicos (MUNANGA, 2002, p.15). A partir da configuração do autor, é possível estabelecer o raciocínio de que o racismo é um tipo de preconceito baseado numa ideologia de superioridade que é alimentada por racistas. Esta ideia não está circunstanciada somente nos traços físicos, morais, culturais e intelectuais, ela abrange pensamentos, opiniões, crenças que transcendem as gerações, portanto, ela faz parte de um processo e de uma construção sócio-histórica. A hierarquização e o estabelecimento de uma escala de valores foram decretados, coletivamente, pela raça “branca”, sobrepondo-se às etnias negras, pardas, indígenas, dentre outras. Dando continuidade ao parágrafo anterior, vamos nos ater ao princípio da transcendência de gerações e elaborar a seguinte indagação: de que forma o racismo está configurado no contexto escolar? São muitas as categorias de análise para um problema complexo e abrangente. Neste sentido, qualquer escolha por uma dessas categorias eliminaria outras variáveis de interpretação. Contudo, para efeito desse estudo, vamos refletir, inicialmente, a partir da formação dos professores. O impacto da pouca reflexão acerca da temática racial no processo de formação certamente será sentido no exercício da prática profissional. Diante do quadro de grande desigualdade social de nosso país, em que está subjacente a discriminação racial, o profissional que foi educado no seio de uma sociedade cuja cultura, ainda hegemônica, é a do mito da democracia racial e que não obteve no período de sua formação instrumentos de análise crítica das relações raciais constituintes do seu país, poderá ter dificuldade em intervir de forma competente e comprometida com a restituição de direitos violados da população historicamente discriminada por condição étnico-racial (ROCHA, 2009, p. 544). Considerando que esta citação é recente do ponto de vista histórico, podemos inferir que tanto nós quanto você nos formamos, inicialmente, pela mesma escola, certo? Quando dizemos escola, nos referimos a todo um sistema educacional vigente formatado pelo Estado, com uma estrutura política, social e econômica organizada para atender interesses de grupos majoritários. Neste sentido, o exercício da prática docente incapacita os professores a uma leitura crítica da sociedade e, por conseguinte, a uma atuação mais eficiente no combate ao racismo. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com Os docentes inseridos nesta lógica capitalista fortemente reconhecida e sustentada pelo Estado sentem- se incapacitados de exercer com plenitude o seu exercício profissional e ficam, portanto, submetidos a uma prática descontextualizada e fortemente alicerçados na continuidade do status quo (ROCHA, 2009). A discussão do papel do professor frente ao racismo pode ser analisada por outra perspectiva. Quando se propõe uma discussão com os professores, ela gera, na maioria das vezes, tensão e desconforto. Muitos preferem silenciar, ao invés de enfrentar o problema. Alguns chegam a negar a existência de racismo na escola. A ausência de iniciativas diante de conflitos raciais entre alunos e alunas mantém o quadro de discriminação. Diante desses conflitos, o “silêncio” revela conivência com tais procedimentos (CAVALLEIRO, 2001, p.153). O silêncio, muitas vezes, pode gerar situações de racismo e contribuir para o acirramento de violências físicas e psicológicas na criança ou no adolescente. O fato dos professores e da escola, como um todo, não se posicionarem no ambiente escolar frente a um contexto de racismo, pode contribuir para, pelo menos, dois aspectos. De um lado, a criança que recebeu o ato de racismo poderia adotar um sentimento de abandono e violência, sentindo-se envergonhada perante si e os outros. Por outro lado, a criança que praticou o ato de racismo passa a ser estereotipada como cruel ou violenta. Diante do exposto, precisamos refletir sobre o papel da escola, as práticas pedagógicas e a promoção de debates que viabilizem a desconstrução do racismo. No decorrer dessa aula, espero que você tenha, ainda que introdutoriamente, refletido sobre a diversidade racial na escola e o papel dos professores e da escola nesse processo. Obrigada por caminhar comigo. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com O RACISMO E OS ESTEREÓTIPOS NA ESCOLA POR MEIO DOS LIVROS DIDÁTICOS Olá, caro(a) aluno(a). O assunto que agora abordaremos diz respeito ao livro didático. Todos nós, em nossos anos de escolarização, o utilizamos e, muitas vezes, nos apegamos a ele, seja pela sua beleza, desde a capa, até as imagens coloridas e alegres que o compunham em sua totalidade. Nos dias atuais, ele é consumível e, muitas vezes, o encontramos no lixo. Mas este é um assunto que não abordaremos nesse estudo. O apreço por esses livros, todavia, é justificável, pois, em alguns momentos na história da educação moderna brasileira, ele foi o único recurso utilizado pelo professor para a construção do conhecimento e do processo de ensino-aprendizagem. Com as mudanças na sociedade e a introdução da tecnologia em sala de aula dos demais recursos, hoje ele é percebido como um apoio para o os professores. Diante do breve exposto, surge uma pergunta: é obrigatório o uso do livro didático nas escolas de educação básica? https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com O Decreto nº 7.084, de 27 de janeiro de 2010 e que foi revogado pelo Decreto n° 9.099, de 18 de julho de 2017, dispõe sobre os programas de material didático e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) e sanciona que todas as escolas da educação básica nas esferas federal, estadual e municipal, além do Distrito Federal, devem fazer uso desse recurso de forma sistemática, regular e gratuita. Dentre os seus objetivos, disposto no parágrafo 2º, estão a melhoria da qualidade de ensino e da educação, democratização e acesso à cultura, apoio para o desenvolvimento e atualização do professor. No parágrafo 3º, as palavras respeito e garantia estão contempladas de forma a atender ao pluralismo de ideias, o respeito às diversidades sociais, regionais e culturais, apreço à tolerância e à liberdade (BRASIL, 2010; 2017). A esta altura, caro(a) aluno(a), você já deve ter percebido que a utilização do livro didático é obrigatória em todo o território nacional. Tal obrigatoriedade nos dá a certeza de que os professores fazem uso desse recurso formando gerações, incutindo ideias e transmitindo valores e culturas selecionados por esses livros. Neste sentido, de acordo com Abud (1997), todo professor acaba utilizando os livros didáticos em suas práticas pedagógicas como apoio para a disseminação e a construção do conhecimento e, muitas vezes, quando ele é capacitado para a utilização desses livros, como um canal para a sua própria formação, contribuindo, deste modo, para a manutenção de racismo, estereótipos e mitos. Eis, aqui, caro(a) aluno(a), uma expressão que precisa ser explicada antes de prosseguirmos com o nosso estudo: o que são estereótipos? Se considerarmos o conhecimento público do termo “estereótipos”, entre aspas duplas, disponibilizado em sites de busca na Internet, encontraremos535.000 resultados vinculados a este termo. Segundo Pereira (2002), Cavalleiro (2003), Silva (2004) e Munanga (2005), estereótipos são crenças, formas esquemáticas, processos de simplificação e generalização a todos os envolvidos de um determinado grupo. Esses estereótipos podem ser sociais, econômicos, relacionados às diferenças étnicas e religiosas, aos gêneros sexuais etc. É uma forma de tornar universal algo que deveria ser caracterização como individual. Neste sentido, existe uma relação entre preconceito, racismo e estereótipo, pois este último fornece elementos para as crenças, segundo Pereira (2002), Cavalleiro (2003), Silva (2004) e Munanga (2005). Diante do exposto, podemos nos indagar: de que forma o estereótipo e o racismo podem ser encontrados nos livros didáticos? Para responder a esta indagação, compartilharmos das ideias de alguns estudiosos sobre o tema. A primeira contribuição será de Cavalleiro (2003), que analisou imagens de negros e mestiços em alguns livros didáticos. Observe, caro(a) aluno(a), a forma como o negro aparece nesses livros. Personagens negros e mestiços são revestidos de atributos que reforçam imagens negativas e estigmatizantes. Praticamente, todos os itens indicadores de uma posição de destaque na ilustração privilegiam os personagens brancos [...]. Esses livros contribuem para reforçar estereótipos sobre o grupo negro. Nos livros analisados, frequentemente, os personagens negros aparecem como escravos, humildes, empregados domésticos e pobres, entre outros. Desse modo, os personagens negros, em comparação com os demais, são os que apresentam o maior percentual de personagens negativos (CAVALLEIRO, 2003, p. 34). https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com Gomes (1995, p. 89) comenta sobre o aluno negro quando este adentra o ambiente escolar. “[...] O aluno negro, ao ingressar na escola, além de encontrar a história de sua raça trabalhada de maneira folclorizada, ainda encontra reforços por parte do corpo docente no que diz respeito à negação de sua origem racial [...]”. Na concepção de Silva (2001), o livro didático deveria cumprir com o papel de formação para a cidadania, a igualdade e a formação de valores. Todavia, existe um descompasso entre o prescrito nas leis e o que se encontra nos livros didáticos. “[...] O livro didático apresenta o passado histórico e a cultura do povo negro sob forma reduzida e conveniente, quando não consegue inviabilizá-los completamente. O fato histórico mais reduzido refere-se à escravidão” (SILVA, 2001, p. 51). A partir das citações, podemos inferir que a discriminação dos negros causa efeitos negativos frente à formação e à união das pessoas em nosso país. Desde que chegaram ao Brasil, os colonizadores tentaram encontrar justificativas para escravidão dos negros, alegando desde inferioridade intelectual até exclusão no mercado de trabalho, ocasionada pelo processo de migração. No que diz respeito à visão de como os índios brasileiros são abordados nos livros didáticos, recorremos a Grupioni (1995, p. 483): “a imagem de um índio genérico, estereotipado, que vive nu no mato, mora em ocas e tabas, cultua Tupã e Jací e que fala Tupi permanece, predominantemente, tanto na escola como nos meios de comunicação”. Para este autor, o livro didático é a única fonte de informação de culturas e povos, contribuindo para o entendimento de uma cultura sobreposta a outra. Para o historiador e antropólogo paranaense e presidente da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Márcio Meira (2009, on-line)1, a visão que ainda se tem do índio é estereotipada. A sociedade como um todo tende a ver o índio ou de uma forma negativista, como se ele fosse um problema, ou romântica, como a de que índio autêntico é o que vive isolado na floresta com os mesmos costumes do século 16. Precisamos romper com nossos preconceitos, aceitar que eles são diferentes e reconhecer seu valor. Ainda que o racismo virtual não seja objeto de nosso estudo, é importante destacar que ele faz parte de um novo modelo de práticas e atitudes racistas. O Ministério Público do Rio Grande do Sul, em uma ação integrada com o Ministério Público Federal, Superintendência Regional da Polícia Federal do Rio Grande do Sul e Associação Riograndense de Provedores de Acesso, Serviços e Informações da Rede Internet (INTERNETSUL), com as empresas a ela filiadas, firmou Termo de Compromisso de Integração Operacional com objetivo de unir esforços para prevenir e combater a prática de racismo e outras formas de discriminação, instrumentalizadas via Internet. Fonte: as autoras. Para Leandro Henriques Magalhães (2000), em seu artigo “O índio brasileiro no livro didático”: https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com [...] o índio representado era aquele que interessava ao domínio europeu, ou seja, bárbaro, selvagem, antropófago, incapaz de gerir a vida, legitimando a dominação, tanto econômica como política e espiritual, dependendo da expectativa em relação a ele [...]. O índio é visto assim como algo estranho, que teria vivido em uma época e lugar distante do nosso, o que contribuiria para uma visão preconceituosa, entendida como um conceito ou juízo formado antes de se reunir informações suficientes sobre determinado assunto (MAGALHÃES, 2000, p. 10-12). O autor continua na sua discussão: “[...] o índio aparece nas narrativas dos livros didáticos, sendo eles: origem do homem americano, chegada dos europeus, extração do Pau Brasil, aprisionamento dos índios por bandeirantes e a evangelização jesuítica das missões” (MAGALHÃES, 2000, p.12). Com base no breve exposto, esperamos ter contribuído para as suas reflexões acerca do livro didático e a abordagem a respeito dos negros e dos índios. Foi bom compartilhar com você alguns conhecimentos sobre o racismo, os estereótipos e de que forma os livros didáticos apresentam a temática racial. Creio que você deva ter percebido o importante papel da escola e dos professores diante das questões levantadas nessa aula. Um abraço! https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com SUPERANDO O RACISMO E O PRECONCEITO NAS ESCOLAS Olá, caro(a) aluno(a)! Neste encontro, trataremos do racismo e do preconceito nas escolas e a forma de superá-los. Para tanto, traremos para o debate a contribuição de Ana Célia da Silva e o seu livro intitulado “A Discriminação do Negro no Livro Didático” (2004). Em seguida, Maria José Lopes da Silva discute “As Artes e a Diversidade Étnico-Cultural na Escola Básica” (2005). Começaremos pela contribuição de Ana Célia da Silva, está bem? Para a autora, é possível corrigir a invisibilidade de mulheres e negros apresentada nas imagens dos livros didáticos: “[...] solicitando-se à criança que descreva outras atividades exercidas pelas mulheres e homens negros que constituem sua família, que moram na sua rua, que freqüentam seu local de encontros religiosos e de lazer, etc.” (SILVA, 2001, p. 25). https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com O combate ao racismo nos livros didáticos consubstanciou-se por meio de uma série de ações impulsionadas e desenvolvidas pelos movimentos sociais, especialmente pelo movimento negro, subsidiado por pesquisadores negros e brancos e implantadas peloEstado. Para saber mais, acesse: < http://www.scielo.br/pdf/ep/v29n1/a10v29n1.pdf >. Fonte: as autoras. No caso da presença do negro, frequentemente demonstrado como escravo e sem referência à história do seu passado em que não havia a escravidão, este aspecto pode ser corrigido se o professor: “[...] contar a história de Zumbi dos Palmares, dos quilombos, das revoltas e insurreições ocorridas durante a escravidão; [...] a organizaçãosócio-político econômica e cultural na África pré-colonial; e [...] a luta das organizações negras, hoje, no Brasil e nas Américas” (SILVA, 2004, p. 25). É possível, ainda, desconstruir o estereótipo de incompetência de negros, como pouco inteligente “burro, feio, sujo e mau”, diminuindo o sentimento de incapacidade que, muitas vezes, é absorvido pelas crianças, podendo conduzi-las ao desinteresse ou à evasão escolar. Esta atitude pode ser realizada pela contação de histórias. É preciso um trabalho que aborde os diferentes cabelos, realizando concursos de penteados afros. Nos estudos de Maria José Lopes da Silva (2004) sobre as artes e a diversidade étnico-cultural na escola pública, a autora ocupa-se do teatro, das da estética e das culturas de matrizes africanas nas artes visuais e na música como forma de apresentar a diversidade e a linguagem artística para, assim, possibilitar a transformação do preconceito dominante que ainda permeia os livros infantojuvenis no mercado brasileiro. Qual seria, então, a contribuição da autora para refletirmos sobre a legitimação de valores culturais e de diferentes grupos étnicos? Em primeiro lugar, a autora traça alguns objetivos gerais para trabalhar o teatro, tais como: • resgatar a cultura afro-brasileira no sentido de reintegrar os educandos nos valores étnicos e sociais da ancestralidade nacional; • levar o aluno a conhecer as concepções estéticas africanas; • levar o aluno oprimido a atuar conscientemente de modo a contribuir para a assunção da sua cidadania; • facilitar a construção da identidade do aluno através de uma autoidentificação positiva consigo mesmo e com o patrimônio históricocultural brasileiro [...] (SILVA, 2005, p. 129). De posse do reconhecimento destes objetivos, a autora menciona algumas orientações didáticas, conteúdos e atividades que a escola e os professores devem assumir, tais como: desenhos que estimulem a criatividade e a imaginação, conhecer as diferenças étnicas por meio das vestimentas, do cabelo, do uso de sapatos, dos costumes e da religiosidade, dos movimentos corporais e das danças, leituras dramatizadas, corais falados com diversos tipos de bonecos, cenários, figurinos, adereços, variedade de cantos e danças, levar os alunos ao teatro, ao circo, entre outros (SILVA, 2005). Para as artes visuais, a autora também informa alguns objetivos gerais, sugestões de conteúdos e atividades: • resgatar, por meio das artes visuais, a ancestralidade/atualidade cultural africana; • levar o aluno a conhecer as concepções estéticas africanas; https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.scielo.br%2Fpdf%2Fep%2Fv29n1%2Fa10v29n1.pdf&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNF1XvEVs9-bSEDLsjjfgCCcPIPPSg • possibilitar ao aluno identificar-se como pessoa no grupo; • levar o aluno a reconhecer criticamente os estereótipos de representação étnica encontrados nas artes visuais, na publicidade, e na mídia em geral (SILVA, 2005, p. 133). No que diz respeito às sugestões de conteúdos e atividades que atendam aos objetivos gerais, a autora propõe: a utilização de materiais que fazem parte do cotidiano das crianças, a saber: massa de modelar, desenho do autorretrato das crianças, dos colegas e familiares. Produzir colares e máscaras africanas, oficinas de gravuras, histórias em quadrinhos, objetos, fotos, pesquisar como os negros são retratados no cinema e na publicidade, visitas a museus, exposições, ateliês, galerias etc. (SILVA, 2005, p. 133). No ensino da música, a autora menciona a importância da escola e que ela esteja atenta: “[...] no sentido de fazer fluir o potencial no educando, [...] dando-lhe condições de tirar do seu próprio corpo o som, o ritmo, a tonalidade, a intensidade, partindo para a instrumentalização de base: a percussão” (SILVA, 2005, p. 135). Os objetivos gerais para o ensino de música devem ser: • valorizar a identidade do aluno; • despertar no aluno a sua sensibilidade criadora; • levar os alunos a construírem criativamente o seu próprio material; • levar os alunos a conhecerem outros grupos étnicos e culturais; • levar os alunos a resgatar o conhecimento das influências africanas na arte brasileira (SILVA, 2005, p. 137). As sugestões para os conteúdos e as atividades de música devem levar em conta a percepção de diferentes partes do corpo da criança, o conhecimento de instrumentos musicais de origem africana, a apresentação e a utilização da capoeira para os diferentes sexos, aproveitamento de sucatas para a fabricação de objetos musicais, as entrevistas com cantores e compositores de diferentes estilos musicais, tais como: o rap, o axé music, o pagode, o reggae etc., e a diversidade de cantos religiosos (SILVA, 2005, p. 137). Diante desta breve exposição dos objetivos, das sugestões e atividades apresentadas pelas autoras, verificamos que a escola e os professores podem utilizar variadas abordagens que superem o racismo na escola. Vamos conhecer o documentário “Você faz a Diferença”. Ele reúne depoimentos de alunos e professores sobre o preconceito e a importância de refletir sobre as diferenças. Esse documentário, produzido em 2005, buscou retratar as muitas facetas do preconceito no âmbito escolar, as quais atingiram pessoas que, por conta de sua etnia ou condição social, foram coagidas e humilhadas. Para saber mais, acesse: < http://www.geledes.org.br/voce-fa-z-diferenca-retrata-racismo-ambiente escolar/ >. Fonte: adaptado de Geledés (2014, on-line)2. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com http://www.google.com/url?q=http%3A%2F%2Fwww.geledes.org.br%2Fvoce-fa-z-diferenca-retrata-racismo-ambiente&sa=D&sntz=1&usg=AFQjCNEkxt1JNI6WUoD8JImEvdYqtXU2fg Caro(a) aluno(a), espero que, no decorrer dessa aula, você tenha percebido que a leitura dos livros didáticos deve ser feita de forma cuidadosa, procurando identificar alguns estereótipos que foram construídos historicamente. É preciso desconstruir o estereótipo abordado nesses livros. A arte e as suas linguagens (música, teatro, artes visuais e dança) podem ser admitidas como uma prática pedagógica que leva à transformação do preconceito dominante. Um abraço! Avançar UNICESUMAR | UNIVERSO EAD https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/unidade-2?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial/atividades?authuser=0 Página inicial ATIVIDADES 1. Sobre a diversidade racial na escola, o racismo e o papel dos professores, leia as assertivas a seguir e assinale verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) O racismo é um conceito que foi consolidado por volta de 1920. ( ) O racismo é uma crença que se baseia somente nas existência das raças. ( ) Professores(as) que não tiveram uma formação acerca da temática racial sentirão esta ausência na prática profissional. ( ) O racismo é uma ideologia e a educação colabora para a sua perpetuação. ( ) Quando o(a) professor(a) discute sobre o papel do racismo, gera, na maioria das vezes, desconforto e tensão. A sequência correta da resposta da questão é: a) F, F, V, V, F. b) V, F, V, V, V. c) F, F, V, F, V. d) V, F, V, V, F. e) V, F, F, F, V. https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p�gina-inicial/atividades?authuser=0 https://getfireshot.com https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 https://sites.google.com/fabrico.com.br/dce-unidade2/p%C3%A1gina-inicial?authuser=0 2. Em relação ao racismo e aos estereótipos na escola por meio dos livros didáticos, leia as alternativas a seguir. I) Todas as escolas da educação básica na esfera federal, estadual e municipal, além do Distrito Federal, devem fazer uso do livro didático. II) Um dos objetivos do Programa Nacional do Livro
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