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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURICIO DE NASSAU CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO DISCIPLINA PRÁTICA FORENSE PENAL ALUNO ANA BEATRIZ VEIGA DE FARIAS MATRÍCULA 04069679 PROFESSORA MAYZA DE ARAÚJO BATISTA GERMANO TURMA 8º PERÍODO MANHÃ EXERCÍCIO 05 Paulo, que tem 20 anos de idade, foi denunciado como incurso nas sanções do art. 234 do CP, porque, em data de 13.03.2012, foram encontradas dentro de sua mochila, inúmeras revistas de conteúdo pornográfico. Paulo, embora tenha assumido a propriedade das revistas, declarou que elas destinavam-se a entretenimento pessoal. O Promotor de Justiça ofereceu denúncia em 10.03.2014, perante a 6ª Vara Criminal da Capital. A denúncia foi recebida em 14.03.2014, tendo o MM. Juiz determinado a citação de Paulo para oferecer resposta. Questão: Elaborar peça apta a solucionar a situação de Paulo, levando em conta que o réu não deseja aceitar a proposta de suspensão condicional do processo formulada pelo Promotor de Justiça. RESPOSTA: EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA 6ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAPITAL Processo nº: PAULO, nacionalidade, inscrito no CPF nº..., RG nº..., já qualificado nos autos em epígrafe, vem, respeitosamente, ante V.Exa., para apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com fulcro no art. 396-A do CPP, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I - DOS FATOS Paulo foi denunciado pelo I.R.M.P. em 10.03.2010, pelo suposto cometimento da prática de Ultraje Público ao Pudor por escrito, conforme previsto no art. 234, porque, em 13.03.2008 foram encontradas dentro de sua mochila inúmeras revistas de conteúdo pornográfico. V.Exa. Recebeu a denúncia do Ilustre Membro do Ministério Público em 14.03.2010 e o acusado foi devidamente citado para apresentar resposta à acusação. II - DO DIREITO Acontece, V.Exa., que o crime previsto no art. 234 possui pena máxima de dois anos, o que, conforme o art. 109, V, do CPB, prescreve com quatro anos. Porém, o acusado, ao tempo do crime, era menor de 21 anos, o que nos leva aos dizeres do art. 115, do CPB: "São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos...". Portanto, o delito em tela prescreve em dois anos. Ademais, é importante ressaltar que, a denúncia foi recebida após dois anos da data dos fatos. O que nos leva a crer que o crime encontra-se prescrito desde 13.03.2010. Devendo ser extinta a punibilidade por prescrição punitiva. III - DO PEDIDO Por todo o exposto, requer seja declarada a ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA do acusado, nos termos do art. 397, IV, do CPB, com fulcro no artigo 107, IV. Caso não seja esse o entendimento, requer sejam ouvidas as testemunhas arroladas pela defesa em audiência de instrução e julgamento. Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado OAB EXERCÍCIO 06 Peça Prático-Profissional Oficial (XXV Exame) Patrick, nascido em 04.06.1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa em Araruama, em 05.03.2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado de sua sobrinha, Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. Verificando o risco que sua sobrinha corria com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de intervir, porque estava com uma perna enfaixada devido a um acidente de trânsito. Ao ver que as agressões não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma de fogo, de uso permitido, que mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele autorização para tanto. Com intenção de causar lesão corporal que garantisse a debilidade permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar disparo na direção de sua perna. Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas o barulho da arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para narrar a conduta de Patrick. Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas presenciais do fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízo competente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do art. 129, § 1.º, inciso III, c/c o art. 14, inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente da denúncia, vieram as principais peças que constavam do inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em curso pela suposta prática do crime do art. 168 do Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. Em busca do cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência de Patrick e verifica que o imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único comparecimento no dia 26.02.2018, certifica que o réu estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção das medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito. Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada do último dia do prazo. Resolução em Aula: 26/09/2022 RESPOSTA: EXMO. SR. DR. JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE ARARUAMA – RIO DE JANEIRO Processo nº: Patrick, nacionalidade XXX, estado civil XXX, profissão XXX, inscrito no CPF XXX, carteira de identidade número XXX, residente e domiciliado na XXX, nesta cidade, vem, através de sua advogada (procuração em anexo), apresenta: Resposta à acusação, art. 396 e 396-A. Pelos motivos de fato e direito seguintes: I - DOS FATOS Trata-se de ação penal, que é imputa ao acusado o delito tipificado no art.129, parágrafo 1°, inciso III, combinado com art. 14, inciso II do Código Penal. Que no dia, 5 de março de 2017, visando sanar as agressões que sua sobrinha Natália estava sofrendo, o acusado pegou uma arma de fogo de uso permitido o tentou efetuar disparos contra suposta vítima, porém a arma não funcionou. Diante dos fatos narrados o Ministério Público ainda assim ofereceu denúncia, porém o caso é de absolvição, o que ficar provado a seguir. II - DO DIREITO - Da nulidade Houve nulidade uma vez que a citação por hora certa deve seguir os requisitos do art. 362 do Código de Processo Penal em razão do art. 252 do Código de Processo Civil que é aplicável por causa do art. 1046 do Código de Processo Civil de 1973. É de se afirmar que o acusado não se esquivou da citação, pois encontrava-se embarcado trabalhando, e o oficial de justiça não esperou prazo de três dias. Sendo assim, deve ser reconhecida a nulidade do ato de citação na forma do art. 564, inciso III, alínea "E". - Do crime impossível Superada tal questão caso não seja reconhecida a nulidade há de se falar em crime impossível. Apesar de haver a tipicidade, não seria possível concretizar o delito já que a arma era incapaz de efetuar disparos (conforme laudo pericial em anexo aos autos), figurando assim o crime impossível no qual o réu deve ser absolvido sumariamente, de acordo com os artigos 17 do Código Penal eu art. 397, inciso III do Código de Processo Penal. - Da legítima defesa de terceiro.Outro fato de absolvição sumária se dá pois o fato praticado pelo acusado visava apenas manter a integridade física de sua sobrinha, que estava sendo agredida. Sendo assim o utilizado foi necessário, já que o acusado estava imobilizado da perna e outro meio não viu a não ser o da atitude que tomou. Fica assim provado que o acusado agiu em legítima defesa de terceiro, devendo ser absolvido sumariamente de acordo com os artigos 25 do Código Penal e art. 397, inciso I do Código de Processo Penal. III - DO PEDIDO Diante de todo o exposto requer: A) O reconhecimento da nulidade de citação conforme art. 564, inciso III, alínea "E" e Art. 362 do Código de Processo Penal combinado com art. 252 do Código de Processo Civil de 2015 em razão do art. 1042 do Código de Processo Civil de 1973. B) Superada tal questão, deve ser absolvido sumariamente o réu pelo crime impossível e legítima defesa de terceiro conforme artigos 17 e 25 do Código Penal e art. 397, inciso I e III do Código de Processo Penal. C) Caso haja prosseguimento da instrução, requer o acusado a intimação das testemunhas a seguir: 1- Natalia (end XXX, tel XXX, cpf XXX). 2- Maria (end XXX, tel XXX, cpf XXX). 3- José (end XXX, tel XXX, cpf XXX). Nestes termos, Pede deferimento. Local e data. Advogado OAB
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