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APOSTILA DA DISCIPLINA

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Prévia do material em texto

Estado e Cidadania
Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Beatriz Longen Rohling
Caroline da Silva Marques
Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante
Geovane Vinícius da Broi Maciel
Jéssica Eugênio Azevedo
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
Carlos Firmino de Oliveira
2022 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2022 Os autores
Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
F475e Galvão, Figueiredo, Jorge Alberto de 
 
 Estado e cidadania / Jorge Alberto de Figueiredo. 
 Paranavaí: EduFatecie, 2022. 
 87 p.: il. Color. 
 
 
1. Cidadania. 2. Democracia. 3. Brasil - Política e governo. 
 4. Participação social. I. Centro Universitário UniFatecie. II. 
 Núcleo de Educação a Distância III. Título. 
 
 CDD: 23 ed. 323.6 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
 
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
Rua Cândido Bertier 
Fortes, 2178, Centro, 
Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 3 
Rodovia BR - 376, KM 
102, nº 1000 - Chácara 
Jaraguá , Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
AUTOR
Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo
● Graduado em História pela Universidade Paranaense-UNIPAR (2001).
● Graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Estadual de Educação Ciências 
e Letras de Paranavaí (1992) atualmente UNESPAR (Universidade Estadual do 
Paraná).
● Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá -UEM- (2006).
● Atuou como Docente na UNESPAR - Campus Paranavaí (2010-2012).
● Atuou como Docente no Curso de Urbanismo e Arquitetura na UNIPAR-Universi-
dade Paranaense, Campus de Paranavaí.
● Atuou como Supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docên-
cia (PIBID-CAPES) UNESPAR - Campus-Paranavaí.
● Docente na Secretaria de Educação do Estado do Paraná nas Séries Finais do 
Ensino Fundamental.
● Produtor de Materiais Didáticos e vídeos Aulas ( UNIPAR, VG Consultoria e 
● Palestrante sobre: Educação e Cidadania, Ética, Política, Sociedade e Democra-
cia, Educação, Liberdade, e Igualdade.
● Psicanalista.
Experiência vasta na área educacional com atuação docente no Ensino Fundamental 
Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior e Pós-Graduação.
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Prezado (a) aluno (a), é uma imensa honra, estudarmos juntos! Termos a 
disciplina de Estado e Cidadania, na ementa do curso, denota a preocupação e a necessidade 
de ampliar debates, sobre o papel do cidadão em um país democrático ou que deveria 
ser. Compreender essas premissas pode propiciar uma evolução social, que tem como 
objetivo, esclarecer os indivíduos para a busca de suas necessidades de forma honesta e 
segura. O Estado tem um papel fundamental, para que não sejam marginalizados os menos 
favorecidos e ao mesmo tempo propiciar bases sólidas, sociais, econômicas, políticas para 
que possam garantir seus sustentos de forma digna.
Em nossa Unidade I, aprenderemos a diferenciar, Governança e Governabilidade, 
caridade de cidadania. O conceito de Poder que tanto causa conflitos, aprofunda essa 
diferença e afirma que se exercermos a cidadania e aplicarmos de forma coletiva, tudo de 
maneira compassada pode alterar. Que fique bem claro, nenhuma mudança acontece em 
um passe de mágica. Tempo e paciência, são aliados em todos os setores de nossa vida. Por 
isso a necessidade de estudar a historicidade sobre o estado Brasileiro e desenvolvimento 
e formação das políticas públicas.
Na Unidade II, você irá agregar conhecimento sobre a Constituição de 1988 é a 
Lei máxima do país, que descreve nossos direitos e deveres, que abrange não apenas nós 
enquanto indivíduo, mas o Estado e toda a sociedade civil. Houve mudanças benéficas 
nesse contexto, mas também pontos negativos que impactaram em nosso meio social, 
econômico, cultural, religioso. A ruptura de ideias, desencadeou novos paradigmas 
e conceitos. Mas vale a pena refletirmos se não estamos sendo complacentes demais. 
Pensando na desordem e em um possível caos social. 
Sequencialmente na Unidade III, falaremos a respeito do que é cidadania, seus 
conceitos e história, quais os tipos de cidadania, como ela é vista e aplicada no Brasil. 
Compreender essas premissas, nos conduzirá a diferenciar cidadania de democracia. 
Nesse sentido, pergunto-lhe: para você cidadania e democracia são as mesmas coisas? 
Ambos os termos são discutidos diariamente, mas entendo que é preciso compreender a 
etimologia das palavras e fazer a leitura em nosso mundo real. 
Em nossa Unidade IV, finalizaremos com o assunto participação social. Cabe 
assim dizer que o Brasil, quiçá o mundo necessita desse engajamento da sociedade, para 
que haja mudanças significativas para o cidadão brasileiro. Perdemos muitos de nossos 
direitos, porque em um mundo tão acelerado como este capitalista, queremos exercer 
nossos deveres, mas precisamos, no mínimo, não perder o que temos. Planejamento 
governamental, algo que precisa ser entendido para que possamos opinar, debater, discutir 
e mudar o caminho quando for necessário. 
Um ótimo estudo! 
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 4
O Que é Estado?
UNIDADE II ................................................................................................... 23
Noção do Estado no Brasil 
UNIDADE III .................................................................................................. 41
O Que é Cidadania?
UNIDADE IV .................................................................................................. 62
Participação Social 
4
Plano de Estudo:
● Noção do conceito de estado;
● Conceito de Poder;
● Diferentes Tipos de Estado ao longo da História;
● Governança e Governabilidade?.
Objetivos da Aprendizagem:
● Estabelecer parâmetro sobre formalização do Estado historicamente;
● Compreender a importância do Estado e seu dever para com o povo;
● Conceituar o que é poder e suas implicações no cotidiano.
UNIDADE I
O Que é Estado?
Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 
5UNIDADE I O Que é Estado
INTRODUÇÃO
Que bom continuar nossos estudos com temas tão relevantes como os que vamos 
aprender. Por mais que sabemos, é certo que sempre temos mais a aprender. Conhecimento 
é uma fonte inesgotável, flexível e inovadora. Sim! Inesgotável, porque o conhecimento é 
contínuo, flexível porque a cada área agrega conceitos diversificados, tornando os conteúdos, 
científicos, que desnudam a característica do senso comum. É inovadora, porque a evolução 
é primordialquando falamos sobre sociedade, pois visivelmente ela se renova. 
Nesta unidade trataremos de assuntos que você com certeza já ouviu falar, mas 
vamos juntos aprender de forma mais detalhada sobre noções do conceito de estado, 
conceito de poder, os diferentes tipos de estado ao longo da história e governança e 
governabilidade. Os temas estão alinhados e refletem todas condutas atuais, nos cenários 
políticos, sociais e econômicos. 
Nosso objetivo é que você compreenda que para exercer o papel de cidadão é 
crucial conhecer tudo o que envolve neste papel de agente ativo na sociedade, assim, 
estabeleceremos parâmetro sobre a formalização do estado de forma histórica, a 
compreensão da devida importância do Estado e o seu dever para com o povo e a 
conceituação do que é poder, bem como suas implicações em nosso cotidiano. De forma 
esclarecedora esta unidade abrange os conhecimentos que precisamos para desafiar a nós 
e a nossa sociedade que detém o poder de escolhas políticas. 
6UNIDADE I O Que é Estado
1. NOÇÃO DE CONCEITO DE ESTADO 
O que é Estado? Uma pergunta que no primeiro momento nós ficamos sem uma 
resposta imediata. Isso é perfeitamente natural quando se trata de assuntos complexos e o 
assunto Estado não é diferente. Mas é nas palavras de Hegel e Hobbes que podemos tirar 
algumas conclusões sobre esse tema, visto que o assunto é para muitas reflexões. Para 
Hegel o Estado é “substância ética consciente de si mesma”, uma frase simples, mas de 
grande importância quando paramos e pensamos sobre o assunto. Essa frase de Hegel 
abrevia uma enérgica e inovadora compreensão da sociedade humana, na história política 
da humanidade.
O Estado é posto como uma ferramenta viva e essencialmente compacta de caráter 
unitário, uma adequada família expandida. É o instante primordial e invencível da ética, é o 
que de mais pronto e acabado que determinou o adiantamento da espiritualidade humana. 
Assim nos ensina Hegel: 
[...] O estado é substância ética consciente de si mesma, a reunião do 
princípio da família e da sociedade civil; a mesma unidade que está a família 
como sentimento de amor é essência do Estado, o qual, porém mediante o 
segundo princípio da vontade que sabe e está vivo por sí só, recebe também 
a forma da universalidade conhecida. Esta, pelas suas determinações, 
que se desenvolvem no saber, tem como conteúdo a esse copo absoluto a 
subjetividade que sabe; ou seja, quer essa racionalidade para si. [...] (HEGEL, 
1980, p.162).
Já para Hobbes teórico do Absolutismo político, analisava o Estado como um Deus 
mortal pouco abaixo do Deus imortal, um leviatã, o aterrorizante monstro descrito na Bíblia 
no Livro de Jó.
7UNIDADE I O Que é Estado
Sendo o Estado em tese realizador da vontade de todos, este deve ser protegido 
pelos indivíduos que fazem parte do todo. Um Estado surge quando todos os sujeitos se 
reconhecem em um só e praticam a obediência. Hobbes assim justifica.
[...] Isso é mais do que um consenso ou acordo. È a unidade verdadeira de 
todos em uma única e idêntica pessoa, realizada por meio do pacto entre o 
homem, como se cada um desses ao outro eu autorizo e cedo o direito que 
tenho de governar a mim mesmo a este homem ou a esta assembleia de 
homens, sob a condição de que tu também lhe cedas o teu direito e autorizes 
igualmente as suas [...] (HOBBES, 1974, p. 99). 
E continua Hobbes em seu raciocínio: 
[...] Feito isso, a multidão reunida em um único indivíduo passa a ser chamada 
de Estado, em latim civitas. Esta é a origem do grande Leviatã, ou melhor, 
(para falar com maior reverência), do Deus mortal, ao qual devemos, abaixo 
de Deus imortal, a nossa paz e a nossa defesa. [...] ( HOBBES, 1974, p.102) 
O Estado moderno também conhecido por Estado-Nação simula um apurado modo 
de organização do poder que teve início na Europa Feudal a partir do século XIV, em uma 
luta constante dos camponeses e burgueses para derrubar o Feudalismo e a extinção do 
abuso de poder e tirania do Absolutismo. Essa atitude de ordenamento político se espalhou 
por toda a Europa chegando mais tarde ao Novíssimo Mundo das Américas. 
Em outros continentes adquiriu distinta forma ao longo do tempo. Em relação à 
Nação, no caso, esse termo simboliza o compartilhamento da mesma língua, costumes, 
história e tradições de um grupo. Isso institui a ciência de pertencimento nos indivíduos, que 
passam a habituarem-se como um povo. Afinal o que é o Estado moderno? Quais são as 
suas características e as formas?
O nascimento do estado moderno está coligado a um modo explícito de 
aparelhamento social do poder político. Mas não possui um nome único. São diversas as 
acepções para essa forma de organização que chamamos meramente de Estado. O Estado 
Segundo Norberto Bobbio et al (1999), em sua obra Estado, governo, sociedade: para uma 
teoria geral da política assim nos ensina “trata-se de uma organização social complexa 
caracterizada pela centralização do poder, fundamentada na afirmação do princípio da 
territorialidade da obrigação política e sobre a progressiva aquisição da impessoalidade do 
comando político".
Assim essa centralização que se opõe ao policentrismo do poder dos senhores 
feudais, é determinada por Max Weber como o “monopólio da violência legítima" em um 
território demarcado. Em outras palavras, o Estado apreendeu o controle sobre todas as 
nascentes autênticas de violência, por meio de instituições como a polícia que tem a função 
de manter a ordem, justiça e conter os cidadãos, e as forças armadas que agem como 
defensores de possíveis agressões externas.
8UNIDADE I O Que é Estado
2. CONCEITO DE PODER
Você gostaria de ter poder? O que faria se assim o tivesse? Saberia lidar com as 
demandas originadas dele? Existe um ditado popular que diz “quer conhecer uma pessoa 
dê-lhe poder”. O nosso assunto de hoje, na dimensão sociológica, faz muito sentido. Atrelado 
ao poder, vem grandes responsabilidades e um compromisso com o qual você está se 
colocando à disposição para obtê-lo. Pois o poder possibilita o exercício da influência sobre 
a conduta de outrem em uma relação social. Bobbio, define poder da seguinte forma: 
Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou 
possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos 
e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (como na 
expressão Poder calorífico, Poder de absorção) (BOBBIO, 1995, p. 933).
Para Weber, poder é toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação 
social, mesmo contra resistência, seja qual for o fundamento dessa probabilidade (WEBER, 
1994,p.33) 
Existem três formas de poderes: político, econômico e ideológico. Todos caminham 
de forma conjunta ou isoladamente. O poder econômico está canalizado na classe dominante 
interpondo a classe operária. Regra geral do capitalismo que dita tendências, que faz girar 
todo mercado consumidor, em todos os ramos, alimentícios, vestuários, entre outros. O que 
fica explicito a relação existente entre poder e dominação na visão de Weber (1999): 
9UNIDADE I O Que é Estado
Dominação, no sentido muito geral de poder, isto é, de possibilidade de impor 
ao comportamento de terceiros a vontade própria, pode apresentar-se nas 
formas mais diversas. Pode-se, por exemplo, como ocorreu ocasionalmente, 
compreender os direitos que a lei concede ao indivíduo, contra um ou vários 
outros, como o poder de dar ordens ao devedor ou ao não-autorizado, 
interpretando-se, portanto, todo o cosmo do direito privado moderno como 
descentralização da dominação nas mãos dos "autorizados" pela lei (WEBER, 
1999, p. 188).
O poder no campo ideológico pode ter a capacidade de grandes mudanças relevantes 
em prol de todos ou pode desfavorecer a minoria, com informações que trariam benefícios 
para a maioria. A segunda alternativa é o que mais vem ocorrendo no Brasil. Influenciando 
comportamentos, utilizando das redes sociais, meios de comunicaçãodiversos e por 
intermédio da educação. É muito interessante pensarmos quanto a sociologia e a filosofia 
tem o compromisso de esclarecer essas questões ideológicas, sem envolver com questões 
partidárias. 
O poder político são as argumentações que os que se interessam em ingressar 
no meio político usam para persuadir e influenciar os eleitores para a conquista do voto. E 
quando eleito, faz uso do seu poder em propiciar ações em prol da existência humana ou 
apenas com interesse próprio. O homem precisa ser racional e ativo. Thompson, retrata 
essa contextualização:
O que descobrimos (em minha opinião) está num termo que falta: 'experiência 
humana'. E esse, exatamente, o termo que Althusser e seus seguidores 
desejam expulsar, sob injúrias, do clube do pensamento, com o nome de 
'empirismo'. Os homens e mulheres também retornam como sujeitos, 
dentro deste termo não como sujeitos autônomos, 'indivíduos livres', mas 
como pessoas que experimentam suas situações e relações produtivas 
determinadas como necessidades e interesses e como antagonismos, e em 
seguida 'tratam' essa experiência e sua cultura (as duas outras expressões 
excluídas pela prática teórica) das mais complexas maneiras (sim, 
'relativamente autônomas') e em seguida (muitas vezes, mas nem sempre, 
através das estruturas de classe resultantes) agem, por sua vez, sobre sua 
situação determinada (THOMPSON, 1981, p. 182) 
Quando falamos de poder na gestão pública fica mais evidente, pois o controle social 
é a imposição de uma autoridade muitas vezes não alcançada, prevalecendo a coação para 
com os indivíduos. Tudo faz parte do sistema e essa conduta reflete na sociedade. Por 
sistema, segundo Eribon compreende-se: 
um conjunto de relações que se mantêm, se transformam, independentemente 
das coisas que os ligam. Foi possível provar, por exemplo, que os mitos 
romanos, escandinavos, célticos mostravam deuses e heróis muito 
diferentes uns dos outros, mas que a organização que os ligava (e essas 
culturas se ignoravam mutuamente), suas hierarquias, suas rivalidades, suas 
traições, seus contratos, suas aventuras obedeciam a um sistema único ( 
ERIBON,1996, p.141).
Weber define três tipos importantes de dominação: 
10UNIDADE I O Que é Estado
Carismática: quando a liderança se dá em virtude das qualidades pessoais do 
indivíduo, transmitindo aos liderados a imagem de herói ou profeta. Ela “apoia-
se na autoridade não racionalmente nem tradicionalmente fundamentada de 
personalidades concretas” Tradicional: quando o líder domina pelo fato de 
possuir um direito que foi adquirido ou herdado. A posição autoritária pessoal 
deste tem em comum com a dominação burocrática, pois está a serviço de 
finalidades objetivas, a continuidade de sua existência, o “caráter cotidiano” 
. Racional-legal: como em uma burocracia, essa dominação se dá através 
de leis, regras, regulamentações e procedimentos que validam o poder. Este 
poder, por sua vez, é consentido entre os líderes (WEBER, 1999, p. 23). 
O poder é um instrumento de mudança e depende muito de quem o detém. Assim, 
a conduta ética para fazer uso é essencial . O poder não pode corromper a pessoa, para 
que não seja um arma em suas mãos, que impõe a destruição de si mesma e dos que estão 
ao seu redor. 
11UNIDADE I O Que é Estado
3. DIFERENTES TIPOS DE ESTADO AO LONGO DA HISTÓRIA 
3.1 Estado Absolutista
Foi com o Absolutismo que apareceu o Estado moderno. Estava caracterizado 
pela unidade territorial e pela concentração do poder na figura do Rei ou Imperador. Esse 
tipo de Estado predominou na Europa dos séculos XVI ao século XVIII. Tem como sua 
principal característica o fundamento da centralização do poder e o controle das atividades 
econômicas, bem como da justiça e o comando das forças armadas. “Um dos melhores 
exemplos sobre essa realidade encontramos na figura do Rei Luís XIV denominado o “Rei 
Sol” onde o próprio afirma” L’état c’est moi “(O Estado sou eu!) ``. o Absolutismo tem como 
seu principal pensador Thomas Hobbes.
Ele faz uma série de considerações sobre a essência do Estado, afirmava que 
o homem, por sua natureza egoísta, sempre iria colocar os seus interesses à frente dos 
outros. Esse conceito foi elaborado a partir das observações e estudos feitos por Hobbes 
das atitudes dos homens e assim a denominou de “estado de natureza” onde o mais forte 
oprime o mais fraco, “O homem é o lobo do homem”.
Para Hobbes o estado de natureza é um estado de todos contra todos o que parece 
que sempre estamos em guerra uns com os outros. Nessa acepção a função do Estado 
seria a de apaziguar os ânimos e procurar a justiça para todos, assegurando a paz. Para que 
isso acontecesse cada indivíduo deveria dilatar parte de seus direitos naturais sobre todas 
as coisas para o Estado formulando, assim, um “contrato social” para um único soberano 
ou assembleia que estivesse acima de todos.
12UNIDADE I O Que é Estado
3.2 Estado Liberal
Foi com a Revolução Francesa que o Estado Liberal teve sua inspiração através 
da burguesia que defendia o lema “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Foram esses 
princípios que moveram a sociedade burguesa contra o Absolutismo no final do século 
XVI e início do século XVII. O estado Liberal tem como o seus principais fundamentos 
a soberania da população e a representação política dando origem ao lema “o poder é 
do povo”. John Lock ( 1689-1755) discordava de Hobbes em relação à natureza humana 
e ao absolutismo. Escreve suas ideias pautando que os homens devem ser livres e 
responsáveis pelas suas ações e ter o direito à propriedade e a sua defesa, bem como 
também a obrigação de defender o Estado. Mas é com Montesquieu(1689-1755) que o 
Estado tem uma grande evolução. Montesquieu elaborou as ideias de divisão dos poderes 
do Estado, e, Executivo. Legislativo e Judiciário, ideia essa que permanece até hoje nos 
países democráticos. Todo esse estudo está pautado na ideia de contestar os poderes 
absolutistas onde a concentração de poderes e o mando estava nas mãos de um soberano.
 Em relação à economia, a principal crítica ao Absolutismo estava na 
interferência do Estado na economia, para as classes burguesas o Estado deveria agir como 
um “guardião da ordem” zelando para manter a conservação e a segurança da propriedade 
privada. Dessa forma, estabelecia-se a separação entre os domínios públicos, ou seja, 
tudo aquilo que eram de importância comum e, portanto, apto à interferência do Estado do 
privado, que se diz excepcionalmente aos indivíduos não incumbindo, assim, a interferência 
do Estado. Adam Smith (1723-1790) considerado o pai do liberalismo econômico nos traz 
uma grande contribuição em relação à condução do estado Liberal. Com o lema “Laissez-
faire,laissez-passer” (deixai fazer, deixar passar) que proclama a visão de que as atividades 
econômicas se autorregulam por meio da oferta e da procura do mercado e, portanto, não 
deveria ser controlada pelo Estado.
O liberalismo não prega uma política anti estatal. Confere ao Estado o papel de garantir 
a segurança pública e proteger a propriedade privada. Entretanto, esse modelo de estado 
liberal causou exaltada concorrência entre as empresas. Atrapalhou o desenvolvimento dos 
pequenos empreendedores e meditou o capital nas mãos de poucos. Esse panorama avivou 
a demanda popular a necessitar de benefícios sociais, principalmente após os períodos de 
guerras ocasionadas justamente pela disputa de mercados consumidores pelas grandes 
nações. Passando por grandes crises econômicas, esse modelo de Estado começou a ser 
examinado, repensado e reestruturado no final do século XIX.
13UNIDADE I O Que é Estado
3.3 Estado Socialista
É no socialismo que o Estado Liberal enfrenta a sua maior oposição e reação. 
Questionando as bases materiais da sociedade, ou seja, a divisão em duas classes sociais 
principais: a burguesia e a classe trabalhadora, assim, o socialismo tem como proposta 
uma profundaalteração nas condições de produção e assimilação da riqueza produzida 
pela sociedade. O primeiro Estado socialista surgiu com a revolução Russa de 1917. Essa 
revolução teve como base e inspiração as teorias de Karl Marx e Friedrich Engels. Naquele 
contexto e em condições favoráveis para sua instalação em virtude da má administração 
Czarista, a revolução derrubou o governo czarista de Nicolau II.
A revolução Russa teve como objetivo suplantar o capitalismo, eliminar a propriedade 
privada e socializar os meios de produção. Nesse sentido, o Estado seria o responsável para 
tal feito, pois versaria em organizar a sociedade e permitir a livre aparelhamento do povo. 
Segundo as teorias de Marx e Engels após a superação do capitalismo e a constituição de 
uma sociedade comunista esta necessitaria da expansão da revolução socialista para as 
outras nações. Entretanto, não foi isso que aconteceu, em virtude de discussões entre os 
líderes comunistas após a morte de Lênin. Nesse período, sobe ao poder Joseph Stalin 
com um modelo de Estado ditatorial que durou até os anos 50. Após a Segunda Grande 
Guerra Mundial o socialismo foi implantado em países do leste Europeu e em alguns países 
do Continente Africano bem como da Ásia, destacando a China como uma das principais 
nações ao aderir o socialismo.
Porém ao findar os anos 80 o processo de decadência política e econômica na 
então URSS vêm à tona. Liderados por Gorbachev na URSS passa por um período de 
reestruturação e adequação frente aos desafios da nova ordem mundial. Restrito pela 
aliança entre a burocracia e a elite militar, e pela falta de liberdades democráticas e também 
sufocada pela força econômica dos países capitalistas, o país entra em crise. Acabava-se, 
assim, a ideia do Estado Socialista. No entanto, os referenciais de suas teorias continuam 
em partidos que têm como seu ideário político, a luta contra o Estado liberal.
3.4 Estados Nazistas e Fascistas
Dentre os tipos de Estados destacam os Estados Nazista e Fascista. Ambos eram 
contra o Socialismo. Nesse tipo de Estado destaca-se a devoção para o Estado, ou seja, 
o Estado estava acima de tudo e todos, até mesmo das demais organizações públicas 
e privadas. Tinha suas bases voltadas para a moralidade preocupava-se com todos os 
campos da vida social e principalmente com a educação. Em relação à economia houve 
uma constante nacionalização econômica onde procurava afastar-se de grupos financeiros 
e industriais de outras nações.
14UNIDADE I O Que é Estado
O fascismo surgiu na Itália nos primeiros anos após a Primeira Guerra Mundial, foi 
liderado pelo ditador Benito Mussolini, nacionalista tinha por base o restabelecimento das 
glórias do Antigo Império Romano com o intuito de se desenvolver o patriotismo e promover 
uma expansão territorial aumentando, assim, as colônias Italianas. O fascismo tinha suas 
características versadas de que o poder do Estado deveria estar personificado de uma 
figura ou um único partido político, organizado de forma hierárquica. Para o fascismo, a 
nação era uma unidade moral, política e econômica que se realizava universalmente no 
Estado. Desprezava o individualismo liberal e era totalmente contra o comunismo.
A diferença entre o Fascismo e o Nazismo é que enquanto o fascismo não se 
preocupou com a questão racial e o preconceito, o Nazismo deu plena exaltação à questão 
racial. Consideravam-se homens de raça pura que pregavam a supremacia ariana e tinham 
profundos sentimentos xenófobos. A principal consequência da implantação desse Estado 
levou o mundo à Segunda Guerra Mundial. Mesmo depois de ser derrotado pela democra-
cia pós-guerra, esse fenômeno pode ser notado no crescente fortalecimento dos partidos 
ultranacionalistas e de movimentos neonazistas em várias partes do mundo, inclusive aqui 
no Brasil.
3.5 Estado de Bem-estar-social
Conhecido por Welfare State o estado de Bem-estar-social foi implantado pelos 
grandes economistas liberais na primeira metade do século XX. Foi com a queda da Bolsa 
de Valores de 1929 (Crack) que apareceu esse novo modelo de Estado. Para que houvesse 
a melhora da situação econômica mundial, segundo John Maynard Keynes era necessário 
uma política intervencionista do Estado voltada para atender aos direitos sociais básicos 
como saúde, educação, trabalho, transporte, previdência social e salários dignos. Foi nos 
Estados Unidos e na Grã-Bretanha que esse modelo de Estado teve amparo.
O resultado obteve um retorno econômico em que foi criada uma sociedade 
duradoura às crises do sistema capitalista. Segundo seus críticos se o Estado que 
consentisse às exigências por direitos de cidadania da classe trabalhadora produziria para 
a elite econômica funcionários mais preparados e empenhados. Nos anos 60 o Estado de 
Bem-estar-social começa a sofrer críticas em relação aos gastos públicos com a previdência 
originada pelo aumento do desemprego e pela recessão econômica mundial. O que se 
acentuou com a crise do petróleo de 1973. Mesmo sendo alvo de inúmeras críticas esse 
modelo de Estado ainda existe em alguns países da Europa Ocidental.
 
15UNIDADE I O Que é Estado
3.6 Estado Neoliberal
Nos anos 80 os Estados Unidos da América bem como a Grã-Bretanha após um 
estudo complexo sobre o Estado de Bem–estar-social chegaram a conclusão de que o 
mesmo não estava produzindo e não era eficaz o bastante para a nova realidade mundial. 
Os seus principais pontos como a redução da pobreza e a distribuição de renda não 
estavam alcançando os seus verdadeiros objetivos. Com base nessas análises Tanto os 
Estados Unidos como a Inglaterra sob o governo de Ronald Reagan optaram por uma 
reestruturação de um novo modelo de Estado.
 Na Inglaterra a política de Margaret Thatcher foi orientada pela desregula-
mentação da economia, redução de gastos públicos com a educação, habitação e previ-
dência social, causou as privatizações das empresas estatais e uma flexibilização das leis 
trabalhistas. Essas mudanças produziram um impacto direto na vida de toda a população 
originando greves e alguns distúrbios sociais. Pelo seu enfrentamento a essas crises, Mar-
garet Thatcher ficou conhecida como a Dama de Ferro.
Acompanhando o desenrolar das mudanças realizadas na Inglaterra, o Estado 
Unidos na América sob o Governo de Ronald Reagan exibiu postura semelhante, não 
intervindo na economia, mas com uma severa redução dos gastos públicos e a redução 
de impostos. Essas mudanças incluíram como base o livre mercado, e a livre iniciativa, 
esperando, assim que a desvinculação do Estado na economia e na política induziram a 
prosperidade econômica.
As teorias neoliberais não só ficaram nos Estados Unidos da América e na Ingla-
terra. Em 1989 em uma reunião com FMI (Fundo Monetário Internacional) deliberou-se que 
esta política deveria ser adotada pelos países em desenvolvimento em que deveriam seguir 
regras básicas como privatizações das estatais, flexibilização das leis trabalhistas, aumento 
dos investimentos estrangeiros sem restrições fiscais e redução de gastos públicos. O com-
prometimento com o FMI afetou as economias desses países, que ficaram sob uma forte 
fiscalização dos agentes econômicos que tinham nas mãos o direcionamento da aplicação 
dos recursos.
Em 2008 com uma grave crise econômica mundial esse Modelo de Estado sofreu 
severas críticas. Denúncias foram feitas em que se mostrava as desigualdades sociais e as 
falhas do sistema financeiro para a sustentabilidade do programa.
16UNIDADE I O Que é Estado
4. GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE? 
Você já deve ter ouvido falar sobre governança e governabilidade. Embora ambas 
são parecidas, relativas à escrita, partindo da derivação “governo”, cada qual representa um 
conceito. Vamos entender o conceito e suas particularidades para que possamos aprimorar 
nosso conhecimento. Aliás, a Gestão pública deve aprimorar seus mecanismos para que 
a governança e a governabilidade seja plena, porser um Estado Democrático de Direito. 
Cabendo ao povo exigir do governo, pois: 
[...] é mais do que tempo de nos emanciparmos da crença ingênua de 
que uma boa lei nos redimiria da tarefa de aplicá-la de forma adequada à 
unicidade. Como bem pontua Grindle (2004, p. 525-548):de e irrepetibilidade 
características das situações da vida, sempre individualizadas e concretas 
(CARVALHO NETTO; SCOTTI, 2011, p. 134).
Governança é a capacidade de implementar, de forma eficiente, reduzindo 
custos, eficaz, alcançando os objetivos e metas e efetivamente beneficiando a sociedade, 
consolidando as políticas públicas. Pois a governança está atrelada à capacidade de 
administrar. Como bem pontua Grindle (2004, p. 525-548):
[...] governança consiste em: distribuição de poder entre instituições de 
governo; a legitimidade e autoridade dessas instituições; as regras e normas 
que determinam quem detém poder e como são tomadas as decisões sobre o 
exercício da autoridade; relações de responsabilização entre representantes, 
cidadãos e agências do Estado; habilidade do governo em fazer políticas, gerir 
os assuntos administrativos e fiscais do Estado, e prover bens e serviços; e 
impacto das instituições e políticas sobre o bem- -estar público.
17UNIDADE I O Que é Estado
Governabilidade é a capacidade de tomada de decisões , representando os interes-
ses da sociedade de forma legítima. Se tivermos na figura de nossos representantes sejam 
eles presidente, prefeitos, vereadores entre outros, se a sociedade não vê representada por 
eles. Podemos dizer que estamos carecendo de governabilidade. Segundo Bobbio et al: 
[...] a não governabilidade é produto de uma sobrecarga de problemas 
aos quais o Estado responde com a expansão de seus serviços e da sua 
intervenção, até o momento em que, inevitavelmente surge uma crise fiscal. 
Não há governabilidade, portanto, é igual a crise fiscal do Estado (1995, p.15).
Para Santos: 
A governabilidade refere-se às condições políticas, a capacidade e 
legitimidade que um governo tem, isto é, está vinculada a ação do governo em 
si, de “governar”. É equivalente à dimensão político-estatal no que concerne 
a “[...] condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do 
poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, 
as relações entre os Poderes, o sistema de intermediação de interesses” ( 
SANTOS,1997,P.342) 
Portanto, podemos afirmar que o Brasil precisa de governança e governabilidade. 
Podemos exemplificar com construções que no Brasil custa 3 a 4 vezes mais que em 
outros países, e pior nunca ficam prontos. Construções que dizem ser para beneficiar a 
sociedade, mas não é real, é notório como a sociedade necessita de empreendimentos 
em todas as áreas. O Brasil é ineficiente em grande parte de suas ações governamentais. 
Quando falamos de Gestão Pública, sabemos que há divergências de acordo com pontos 
de vista, com relação à administração. Mas o que precisa sempre prevalecer é o foco na 
coletividade, no bem comum. 
[...] a configuração dos modelos de gestão pública é influenciada pelo 
momento histórico e pela cultura política que caracterizam uma determinada 
época do país. Assim, a evolução, o aperfeiçoamento e a transformação dos 
modelos de gestão das organizações se desenvolvem a partir de pressões 
políticas, sociais e econômicas existentes e que se traduzem em diferentes 
movimentos reformistas empreendidos pelos governos que buscam um 
alinhamento com as demandas sociais internas e externas (FIATES, 2007, 
p. 92).
É necessário a compreensão que o Estado Democrático de Direito só será efetivo 
quando o Estado tiver ciência de sua responsabilidade. Da mesma forma, a Administração 
Pública, o Gestor Público. Tudo o que se refere ao interesse público, para que a ética, moral 
e lei sejam de fatos considerados elementares. 
Um termo mais atual é utilizado além de governança e governabilidade. Accounta-
bility. ARAÚJO, V. de C. A conceituação de governabilidade e governança, da sua relação 
entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu aparelho. Brasília: ENAP, 2002. 
Você já ouviu essa denominação? Sabe do que se trata? Bem, vamos compreender melhor 
sobre isso. 
18UNIDADE I O Que é Estado
É um processo de responsabilização do servidor público perante à sociedade. Ou 
seja, se você faz um concurso público é porque almeja o cargo escolhido. Assim precisa ter 
responsabilidade, execução adequada do trabalho. Ter transparência e prestar contas para 
a sociedade. Qual o instrumento que permite ao cidadão exercer seus direitos de fazer o 
controle social: accountability. Segundo Araújo:
Accountability é um conceito novo na terminologia ligada à reforma do Estado 
no Brasil, mas já bastante difundido na literatura internacional, em geral pelos 
autores de língua inglesa. Não existe uma tradução literal para o português, 
sendo a mais próxima “a capacidade de prestar contas” ou “uma capacidade 
de se fazer transparente”. Entretanto, aqui nos importa mais o significado que 
está ligado, segundo Frederich Mosher, à responsabilidade objetiva ou obri-
gação de responder por algo ou à transparência nas ações públicas (2002, 
p. 17).
Assim, compreendemos que a transparência na gestão pública é algo imprescindível, 
assim como a importância do Gestor Público ter o discernimento que tudo que ele faz é 
para o povo. Ele precisa do povo, das pessoas que depositaram confiança, por meio do 
voto. Cabendo a ele a ética para saber governar.Não é possível governar se não houver 
governabilidade! Sabe porque? Governança é a capacidade de administrar e governabilidade 
é a capacidade de dar ordens. Se o povo não se sente representado, não seguirá as ordens. 
Causando um caos político, que gera uma ineficiência nessa esfera, com consequências 
imprevisíveis nas áreas sociais, econômicas entre outras. 
SAIBA MAIS
A luta pelo estabelecimento de uma forma de dominação legítima – isto é, de definições 
de conteúdos considerados válidos pelos participantes das relações sociais – marca 
a evolução de cada uma das esferas da vida social em particular e define o conteúdo 
das relações sociais no seu interior. As atitudes subjetivas de cada indivíduo passam a 
orientar-se pela crença numa ordem legítima, a qual acaba por corresponder ao interesse 
e vontade do dominante. Desse ponto de vista, o que mantém a coesão social, o que 
garante a permanência das relações sociais e a existência da própria sociedade é a 
dominação (BARBOSA; OLIVEIRA; QUINTERO, 2003, p. 130-31).
19UNIDADE I O Que é Estado
REFLITA 
[...] só um parlamento ativo e não um parlamento onde apenas se pronunciam arengas 
pode proporcionar o terreno para o crescimento e ascensão seletiva de líderes genuí-
nos, e não meros talentos demagógicos. Um parlamento ativo, entretanto, é um parla-
mento que supervisiona a administração participando continuamente do trabalho desta 
(WEBER, 1974, p. 44).
20UNIDADE I O Que é Estado
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Compreendemos que o poder é algo desejado por muitos, mas nem todos têm a 
capacidade de utilizá-lo. Pois no contexto sociológico e político, muitas vezes, o poder muda 
as pessoas de forma a causar ineficiência em suas ações. O poder precisa ser conquistado, 
por intermédio de uma boa governança, governabilidade e accountability.
Poder em gestão pública, em uma sociedade carente de manutenção, precisa 
ser alicerçada pela execução de ações que são voltadas para a sociedade, revertendo a 
demanda de dinheiro público, para saneamento básico, saúde, educação, esporte e lazer, 
setores que contribuem para a qualidade de vida dos contribuintes.
Garantindo a legitimidade de escolha, assim os eleitores apoiam seus representantes, 
pois aprendemos de forma muito superficial, sobre o que é cidadania em nossa idade 
escolar e aprendemos na prática, quando precisamos enfrentar as mazelas sociais, com as 
quais nos deparamos com a realidade tão massificante. 
Assimpodemos concluir sobre a importância do Estado, pois com seu fortalecimento 
estrutura, mantém a soberania do povo. O Estado é um conjunto de organizações de 
fins políticos e administrativos que tem o propósito de organizar para administrar sua 
comunidade específica de suas delimitações territoriais. Para que o estado tenha força, é 
necessário poder, pessoas e o espaço para governar.
Como aprendemos existem, vários tipos de estados e cada qual proveniente do 
momento histórico necessário, então não podemos julgar com a mentalidade que temos 
na atualidade. Mas é visto o amadurecimento intelectual que proporcionou o crescimento e 
desenvolvimento, deste contexto tão significativo para o país. 
É muito relevante aprender com cada tipo de Estado, pois, oferece as características 
positivas e também contribuições não assertivas que servem como aprendizado para que 
não cometamos os mesmo equívocos, mesmo que não controlamos o Estado, temos 
conhecimento para não sermos controlados por ele. 
21UNIDADE I O Que é Estado
LEITURA COMPLEMENTAR
Este artigo, com a temática Governança. Governabilidade, Accountability e Gestão 
Pública: Critérios de Conceituação e aferição de requisitos de legitimidade foi produzido 
por Paula Ribczuk e Arthur Ramos do Nascimento e expõe em seu resumo o que pretende 
evidenciar: Resumo: O presente trabalho busca refletir sobre a importância da observância 
da governança, da governabilidade, da accountability e da gestão pública para a efetivação 
do Estado Democrático de Direito, previsto na Constituição Federal de 1988. Para tanto, 
se faz necessário discorrer sobre a boa governança, sobre a legitimidade do Estado para 
governar, ou seja, governabilidade, assim como sobre accountability e gestão pública diante 
da atual conformação do Estado federativo brasileiro. Por fim, são apontados mecanismos 
para a efetivação da boa governança, da governabilidade, da accountability e da gestão 
pública, atestando que na atual conjectura do Estado nacional o administrador público 
deve responder por todos seus atos, o que comprova a necessidade da judicialização das 
políticas públicas para a obtenção do bem comum. 
Fonte: RIBCZUK, Paula; DO NASCIMENTO, Arthur Ramos. Governança, Go-
vernabilidade, Accountability e Gestão Pública: Critérios de Conceituação e Aferição de 
Requisitos de Legitimidade. Revista Direito Mackenzie, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 218-237. 
Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/
doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Macken-
zie_v.09_n.02.12.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021.
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf.
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf.
http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf.
22UNIDADE I O Que é Estado
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Estado, Governo e Sociedade: Fragmentos de um Dicionário 
Político
Autor: Norberto Bobbio
Editora: Paz e Terra
Sinopse: O livro reflete sobre a crise atual mais sem dogmatismos, 
visto de uma forma real, apontando formas de governo e Estado 
e demonstra as possibilidades de reorganizar as bases de 
convivência social por intermédio de reformas do Estado e da 
própria política. 
FILME/VÍDEO 
Título: O Lobo de Wall Street
Ano: 2014
Sinopse: Um homem busca de forma correta cumprir seu papel , 
trabalha de forma exaustiva e pouco ganho, com a queda na bolsa 
de valores, a crise o impõe o desemprego. Em meio ao caos ele 
se reencontra com uma oportunidade de ganhar muito dinheiro e 
de extremo poder, mudando sua vida radicalmente. 
23
Plano de Estudo:
● Breve histórico do Estado Brasileiro e sua trajetória;
● A crise do Estado desenvolvimentista e Formação de Políticas;
● O Estado brasileiro após Constituição de 1988: as relações entre o Estado e Sociedade Civil;
● O estado contemporâneo e suas transformações: novos paradigmas de políticas públicas.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar o histórico do estado brasileiro;
● Destacar a crise do Estado e as influências para a formação de Políticas;
● Conhecer a Constituição e as relevância entre Estado e Sociedade Civil;
● Compreender o estado contemporâneo e avanços nas políticas públicas.
UNIDADE II
Noção do Estado no Brasil 
Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo
24UNIDADE I O Que é Estado 24UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
INTRODUÇÃO
Caro(a) aluno(a)! Na Unidade anterior aprendemos o que era Estado, os tipos 
de estados, o conceito de poder e entendemos sobre governança e governabilidade. 
Aprendizagem é sempre muito significativa, ao passo que aprendemos um pouco, 
temos anseios de mais conhecimento. Isso é fundamental para quem tem o interesse de 
melhorar enquanto cidadão.
Para prosseguirmos e aprimorar nossos conceitos, nessa unidade II, daremos 
continuidade, estudando sobre o Estado Brasileiro e sua trajetória, a crise do Estado 
desenvolvimentista e a formação de Políticas, O estado Brasileito após a Constituição 
de 1988, destacando a relação de poder entre estado e Sociedade Civil e o Estado 
contemporâneo e suas transformações: novos paradigmas de políticas públicas.
Todos esses conteúdos têm o objetivo de conceituar e contextualizar o histórico do 
estado brasileiro, destacar a crise do Estado e as influências para a formação de Políticas, 
conhecer a Constituição e as relevância entre Estado e Sociedade Civil, compreender o 
Estado contemporâneo e avanços nas políticas públicas.
Você concorda com que muitos dizem que política não se discute? Se essa 
também for seu conceito, penso que reflita! A política está em tudo o que fazemos e se não 
aprendermos sobre ela e tudo que está entrelaçado nela, como, sociedade civil, constituição 
tão importante, por conter nossos direitos e deveres, Estado e políticas públicas. Ficaremos 
a mercê de um sistema que poderá controlar nosso cotidiano, pois, não teremos argumentos 
para contrapor a nosso liberdade de expressão. 
Ao final de nossos estudos a necessidade de sentir pertencente ao meio no qual 
estamos inseridos, sermos mais atuantes e de fato fiscalizar nossos representantes, será 
para você uma prática comum vinculada à participação cidadã na sociedade. 
25UNIDADE I O Que é Estado 25UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
1. BREVE HISTÓRICO DO ESTADO BRASILEIRO E SUA TRAJETÓRIA
Para que se possa entender a formação do Estado Brasileiro é importante fazer 
um resgate histórico sobre o contexto das grandes navegações e a formação das colônias 
ultramarinas europeias nas Américas também conhecida como novíssimo mundo. A 
formação do Estado do Brasil teve início com a exploração comercial do período Colonial, 
o Ciclo do pau-brasil (1500), o Ciclo da Cana de Açúcar (1532-1700) e o Ciclo do Ouro 
(1700-1803). 
O período Colonial brasileiro que foi de 1500 a 1822 foi marcado pela exploração 
das riquezas naturais, Portugal como sendo a metrópole da colônia do Brasil não tinha 
interesse em construir aqui uma sociedade política organizada. Nesse período, o Brasil era 
composto de vários núcleos privados e independentes sendo que cada núcleo tinha suas 
leis e a sua própria vida econômica. Dividido em partes ou facções e não existia, assim, um 
sentimento de coletividade o que se pode afirmar uma atrofia em favor da metrópole.
Desenvolvia-se nesses núcleos um sentimento de individualidade com certa natureza 
anarquista sem identificação com a política da coroa portuguesa, notando-se, então, que tal 
sentimento não passava de abstrações. Em sua obra “Populações Meridionais do Brasil” 
do autor Oliveira Viana fica evidenteque essa atitude impossibilitava a formação de uma 
sociedade moderna no Brasil. Segundo o autor, para tal constituição seria necessário 
um Estado forte com poder centralizado e com capacidade de gerar um sentimento de 
pertencimento público e acabar com os vínculos privados.
26UNIDADE I O Que é Estado 26UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
Observamos a preocupação de Sérgio Buarque de Holanda autor dá "O Homem 
cordial” entender as atitudes da sociedade e do Estado no período colonial. O autor 
demonstra pelos seus escritos que o principal motivo era a preocupação em sobrepor as 
afinidades familiares e pessoais acima dos interesses públicos. Assim, realça o autor que 
essa herança do período colonial predomina até os dias atuais em que, ainda se encontra 
núcleos com dificuldades de exercer os ritos sociais que são rigidamente formais e não 
pessoais de separar a partir de um raciocínio lógico o que é público e o que é privado.
No período Imperial, com o fim do período Colonial em 1822 com a proclamação 
da Independência, aconteceu uma adaptação das estruturas do Estado português em 
relação ao Brasil. Ocorre um reforço das relações existentes, agora, entre o Estado do 
Brasil e Portugal. Surge um novo relacionamento entre a sociedade civil e o Estado em que 
o ascende do sentimento público racional em relação ao sentimento privado. No primeiro 
período Imperial sobre a regência de Pedro I, o Brasil obtém a sua primeira Constituição, o 
que é considerado um avanço significativo para a formatação de um Estado forte e soberano.
 Embora essa primeira constituição outorga plenos poderes ao Imperador, dando 
uma nuance à ditadura Absolutista, encontrou-se uma solução, acrescentado o Poder 
moderador, juntamente com os outros poderes. Era uma constituição com características 
liberais, em virtude das ideias vindas dos países europeus, porém sem afetar o cotidiano da 
nação imperial brasileira, em virtude de que, grande parte da população brasileira estava 
excluída da primeira Carta Magna. A nova cidadania recém-constituída não abrangia a 
todos, é importante lembrar que nesse período o Brasil era um país escravagista.
Surge, então, a ideia da República e o movimento republicano agilizou setores 
progressistas da sociedade urbana no final do segundo reinado sob a regência de Pedro 
II. Tinha como ideias a representação politica efetiva de todos os cidadãos, a divisão das 
províncias transformando-as em unidades federativas, a garantia de direitos individuais e o 
fim da escravidão. 
A luta foi intensa, pois havia partidários do império que desejavam manter-se no 
poder e garantir as oligarquias e os seus títulos de barões. Influenciados pelo movimento 
positivista, os militares aderiram à causa dos republicanos com o apoio das províncias do 
sudeste brasileiro. A proclamação da República acontece no idos de 1889, porém o preço 
para que a república ou esse novo modelo de Estado fosse implantado assim como na 
Independência camadas da população ficaram fora da Carta Magna Republicana.
27UNIDADE I O Que é Estado 27UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
Os primeiros anos da República também conhecida por República Velha foram 
distintos pela continuidade das particularidades sociais e políticas contidas na primeira 
constituição do Brasil após a independência. Surge nesse período o Coronelismo que é 
qualificado pelo poder público fortalecido que prefere a manutenção dos antigos chefes 
locais com poderes na esfera privativa. Era uma política de caráter individualista mostrando 
o poder das oligarquias acima do poder público visto que os Coronéis nunca entravam em 
conflito com a esfera do Estado. Essa política foi marcada pelo “voto de cabresto” com a 
intenção de manter sempre os mesmos chefes no poder.
O Brasil, neste período, era dependente da agricultura principalmente da cultura 
do café, uma herança do baronato imperial. Sendo um país extremamente agrário sem 
incentivos à industrialização, a maioria das pessoas que viviam nas áreas rurais sofria 
pelo estado de pobreza e os mandos e desmandos políticos o analfabetismo era altíssimo, 
colocando o camponês em estado de subserviência, sendo que o servo da Europa feudal 
ainda tinha muito mais direitos do que esses recém-cidadãos do Brasil república.
A República Velha implantou o regime presidencialista de governo, o presidente e 
o seu vice eram eleitos em eleições diretas, com a maioria absoluta dos votos. Caso isso 
não ocorresse, o Congresso formado por deputados nas suas maiores, sob as ordens das 
oligarquias ou partidários dos concorrentes à eleição escolhia entre os dois candidatos 
votados nas urnas. Mais do que promulgar as preferências dos eleitores, as eleições 
também serviam para validar o controle do governo pelas elites políticas. Era uma eleição 
dirigida, em que, apenas homens com idade superior a 21 anos podiam votar, as mulheres 
e os analfabetos não participaram do pleito eleitoral. 
Com o fim da República Velha marcada pela Revolução de 1930, Getúlio Vargas 
torna-se presidente do Brasil em um período conturbado e marcado por grandes conflitos, 
também conhecido como a Era Vargas. A sua própria ascensão ao poder é marcada por 
um período revolucionário em que a sociedade brasileira clama pela mudança da ordem 
social. Desde o princípio de seu mandato, Getúlio Vargas fez transparecer que seu governo 
aproximava-se de uma ditadura. Em 1932 a Revolução Constitucionalista enlaçou o 
imaginário popular dando uma nova forma nas campanhas políticas graças ao rádio e aos 
jornais, foi um movimento idealizado pelos produtores de café, ou seja, as velhas oligarquias 
que queriam se manter no poder político das elites brasileiras. Assim descreve Ianni:
28UNIDADE I O Que é Estado 28UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
[...] O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão 
do Poder Executivo, em detrimento do legislativo. Em um país de tradição 
política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que 
privilegiam a missão “civilizatória” do Estado na sociedade, o alargamento 
do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo; implica 
o alargamento do poder político e cultural do Executivo. Tanto assim que 
o Estado se transforma em um poderoso agente da indústria cultural, por 
suas implicações não só econômicas, mas também políticas e culturais [...] à 
medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do 
Estado com a sociedade compreendendo as diversidades e as desigualdades 
sociais, econômicas e outras. Na prática dissocia-se o poder estatal de 
amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses, empregados, 
funcionários e outros, compreendendo negros mulatos, caboclos, imigrantes 
e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder. [...] 
( IANNI OCTAVIO, 1989, p. 259-60).
Getúlio Vargas percebendo as intenções desse setor flexibilizou a sua política 
abafando, assim, a revolução e propiciou o surgimento da terceira constituição brasileira 
em que foi promulgada em 1934. Porém, mesmo acalmando os setores que amparam a 
Revolução Constitucionalista, Vargas enfrentou as investidas do Socialismo obrigando-o, 
mais tarde, através de um golpe de estado implantar o Estado Novo com uma nova 
Constituição em 1937. O período de Governo de Getúlio Vargas foi de 1930 até 1945 
também conhecidos como Ditadura Vargas, em que somente foi deposto em virtude de 
uma nova ordem política Mundial contra qualquer regime ditatorial pós- Segunda Guerra. 
 Entende-se por Democracia Populista o período que pôs Getúlio Vargas em que foi 
promulgada a Constituição de 1946. Esse período foi engendrado por Estado influenciado 
pelos ideais democráticos promovidos pela vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. 
Entretanto não foi assim como parece, pois nesse período a nova ordem mundial se fez 
presente nas formas de Estado, embora o Brasil passasse por período de crescimentocom o 
Governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil nunca chegou ou conheceu um verdadeiro Estado 
de bem estar social, em virtude de que esta experiência democrática ficou nas mãos dos 
partidos políticos. Na constituição de 1946 algumas mudanças significativas ocorreram, mas 
ainda não era o ideal. Foram mantidos os direitos sociais e a garantia dos direitos civis e 
políticos. Esse período vai de 1946 até o ano de 1964 quando os militares entraram no poder.
29UNIDADE I O Que é Estado 29UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
2. A CRISE DO ESTADO DESENVOLVIMENTISTA E FORMAÇÃO DE POLÍTICAS 
Com o Estado Novo na era Vargas é elaborada uma nova Constituição para o 
Estado Brasil. Essa Constituição estava sob o caráter do autoritarismo de Vargas, tendo 
como meta a modernização do Estado inserindo uma nova ordem social e econômica 
inspirada no nacional-desenvolvimentismo. Tendo como líder, o próprio Getúlio Vargas 
procura atender às reivindicações da classe trabalhadora, regulamentando a jornada de 
trabalho bem como o lançamento da carteira de trabalho e a criação da CLT (Consolidação 
das Leis do Trabalho). Com essa política de apaziguamento, mas com o controle total do 
estado e Getúlio conquista a simpatia da classe trabalhadora e da burguesia industrial.
Essa nova forma de governar criou um acordo entre o Governo e as elites urbanas 
para dar início a industrialização do Brasil. O Estado foi o principal agente investidor da 
ação, e a visão implantada por Vargas permaneceu pelos anos seguintes, chegando até os 
dias atuais. Foi nesse período que Vargas recebeu o apelido de “a mãe dos pobres e o pai 
dos ricos ``, apelido que, segundo consta em suas biografias, o agradava muito.
Como foi exposto em parágrafo anterior com a instauração do Estado Novo, foi 
imposta ao país nova Carta Magna, a Constituição de 1937, com um estilo autoritário, 
centralizador e antidemocrático, o novo regime político no Brasil tornou- se inequívoco. 
Foram suprimidos os direitos políticos e extinguiu o poder legislativo, ficando apenas o 
poder executivo com o exercício das suas funções. 
30UNIDADE I O Que é Estado 30UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
Os partidos políticos foram invalidados, as greves proibidas e houve censura aos 
meios de comunicação, com a criação do DIP (Departamento de Impressa e Propaganda) 
essa atitude tornou-se rotineiras que facilitouas probabilidades de contenção ao regime 
Vargas o que não oscilou em valer-se da ameaça e da tortura contra os seus opositores.
Assim como bem assinalou José Murilo de Carvalho:
[...] a expansão dos direitos sociais não decorreu do exercício dos direitos civis 
e políticos, como no caso inglês, uma vez que se tratou de uma legislação 
introduzida em ambiente de baixa ou nula participação política e de precária 
vigência dos direitos civis. Esse pecado de origem e a maneira como foram 
distribuídas os benefícios sociais tornaram duvidosa sua definição como 
conquista democrática e comprometeram em parte sua contribuição para o 
desenvolvimento de uma cidadania ativa [...] (CARVALHO, 2001, p. 110).
É importante recordar que nesse contexto, a ação do regime Vargas em relação à 
área social foi escoltada por um projeto político ideológico com bases na ética do trabalho 
bem sucedido com a intencionalidade de aproximar os assalariados e Estado na figura 
emblemática de Getúlio Vargas.
Mediante todas as atitudes dos governantes do Brasil desde o Império e a República 
Velha, e com o Estado Novo sob a conduta de Getúlio Vargas que o Estado do Brasil obteve 
progressos que até o presente momento são de grande valor. Embora o Governo de Vargas 
seja julgado por muitos como ditatorial, em tese não deixa de ser uma verdade, e agora 
deixando de lado esse aspecto obscuro do seu caráter, é nas conquistas sociais que 
podemos, então, equilibrar as ações do Estado Novo.
Getúlio Vargas sem dúvida e assim podemos afirmar que é o construtor do moderno 
Estado brasileiro. Foi o transformador de uma economia agrária exportadora (a monocultura 
cafeeira) voltada para fora em outra voltada para dentro. Criou instituições que contribuíram 
para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A CLT ainda é a estrutura geral 
da regulamentação das leis trabalhistas sem mencionar a criação do salário mínimo e 
da carteira de trabalho. Ampliou o crédito agrícola via projetos do Governo Federal como 
também dos Governos Estaduais, instalou as carteiras de crédito do Banco do Brasil e criou 
o BNDES, que ainda financia boa parte dos investimentos na indústria e na infraestrutura 
do Estado Brasileiro.
31UNIDADE I O Que é Estado 31UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
3. O ESTADO BRASILEIRO APÓS A CONSTITUIÇÃO DE 1988: AS RELAÇÕES
ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL
Com a aprovação da lei da Anistia em 1979 começa acontecer a tão esperada 
abertura política, chegando ao fim o período histórico denominado de Ditadura Militar de 
1964 a 1985. O Estado Brasileiro ingressou em uma nova etapa democrática, determinando 
as bases para o início de uma concepção democrática, com a promulgação da Constituição 
de 1988. Nessa nova Carta Magna, os limites institucionais e as manifestações populares 
se faziam presentes naquele contexto transitório.
Esses movimentos cooperaram para a arrumação do novo regime democrático, 
com eleições regulares, pluralidades partidárias, liberdade de expressão e igualdade 
jurídica. O povo foi às ruas, começou a sair de uma letargia e passou a ver a realidade do 
estado Brasileiro e da ordem pública.
Como observa Marcos Napolitano:
[...] Havia vários projetos que propunham uma saída para o governo autoritário 
que o Brasil vivenciava. Os liberais, mais moderados, defendiam a liberdade 
de expressão e de organização partidária, o fim da censura e o respeito 
aos direitos civis. As esquerdas, divididas entre comunistas de diversos 
matizes, petistas e trabalhistas [...], [...] queriam isso e algo mais. Para eles, 
a democracia deveria colocar na pauta os direitos sociais dos trabalhadores, 
sua participação efetiva nas decisões políticas e a busca de uma divisão de 
renda mais justa [...] (NAPOLITANO, 2015, p. 35).
32UNIDADE I O Que é Estado 32UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
Nos anos 90, o Estado Brasileiro passou por uma provação muito grande, em 
que mexeu com toda a nação o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, 
um drama nacional, pois Fernando Collor tinha sido o primeiro presidente eleito após a 
ditadura. Acusado de corrupção, Collor perdeu o apoio da maioria do Congresso e dos 
empresários. O povo se manifestou nas ruas principalmente através dos estudantes que 
ficaram marcados pelo contingente dos “caras pintadas''. Coagido e vendo que seu Governo 
não tinha condições de governabilidade, e com o temor de sua cassação o Presidente 
renuncia ao cargo no dia 29/12/1992.
Após a sua renúncia o Vice-presidente assume o cargo. Itamar Franco imediatamente 
acirrou os ânimos colocando ordem e conseguiu através do plano Real estabilizar a economia 
do Brasil. Seu Governo foi de pouca duração, visto que não pretendia a reeleição. Nas 
eleições de 1994 Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente do Brasil. Seu governo, 
porém, não foi como desejava a sociedade, com tendências neoliberais continuou com 
a política de privatizações e de regulamentação dos gastos públicos. Segue a cartilha 
imposta pelo FMI e do Banco Mundial com o intuito de atingir um superávit primário.
Mesmo o Estado do Brasil tendo uma estabilidade econômica produzida pelo 
plano real, implantado no Governo anterior, as políticas neoliberais feitas pelo Governo de 
FHC sofreram severas críticas da oposição. A crise no Governo FHC se agravou com as 
reduções das atividades econômicas e o desemprego, juntamente com o aparecimento de 
uma crise energética. A recessão internacional ajudou a desgastar mais o governo, vindo 
este a sofrer uma derrota eleitoral nas eleições de 2002.
Eleito em 2002Luiz Inácio Lula da Silva com uma liderança carismática e com 
promessas de crescimento nacional torna-se o primeiro Presidente do Brasil vindo das 
camadas mais baixas, faz história pelo sua luta na Ditadura e pela sua origem humilde 
nordestina, criando, assim, o misto de semi-herói vencedor das adversidades da vida. Tem 
como meta política abrandar a política neoliberal do governo anterior. Cria programas 
sociais de redistribuição de renda como os programas “vale gás, Bolsa Alimentação e Bolsa 
família”. Deu ênfase ao mercado interno e consolidou os fundamentos macroeconômicos 
do Brasil. Com esses programas altruístas sua imagem no exterior ficou bem difundida.
O Governo Lula foi de 2003 a 2007, disputando a reeleição, sendo vencedor do 
pleito, ficando com um novo mandato de 2007 a 2010. Como em todo Governo, existem os 
pontos negativos. E com o Governo Lula não se fez diferente. O seu governo foi marcado 
por episódios de corrupção e clientelismo. A prática do clientelismo limita a transparência 
pública e coloca em risco os fundamentos do Estado democrático de Direito. 
33UNIDADE I O Que é Estado 33UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
A maior superação do Estado é acabar com essa ação em que poucos são muito 
privilegiados, e a maioria é prejudicada.
Os programas de iniciativas socioeconômicas realizadas no governo Lula facilitaram 
as disputas eleitorais de 2010, quando se saiu vencedora a ex-ministra da Casa Civil, do 
Governo Lula, a senhora Dilma Rousseff, como sendo a primeira mulher Presidenta do 
Brasil. As mudanças a serem realizadas no Brasil, para que este se tornasse um país 
mais justo e democrático é uma responsabilidade de todos aqueles que sonham, lutam e 
acreditam num país melhor para todos.
34UNIDADE I O Que é Estado 34UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
4. O ESTADO CONTEMPORÂNEO E SUAS TRANSFORMAÇÕES: NOVOS 
PARADIGMAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Quando pensamos em Estado Contemporâneo, muitas vezes não relembramos 
a trajetória percorrida para a sua formação. Parece-nos que tudo está pronto ou que 
simplesmente surgiu do nada e que apenas temos que viver conforme as normas da 
sociedade contemporânea que tudo o que ocorre em relação ao Estado é “normal”. Essa 
ideia já concebida ou pré-formada surge com o fenômeno da Globalização sendo um dos 
paradigmas das políticas públicas existentes no Estado Contemporâneo. A Globalização 
é desenvolvida por vários aspectos que são exprimidas por nomes como: compressão 
espaço-temporal; interdependência econômica; impressão de encurtamento das distâncias; 
integração global; reordenação das relações de poder; surgimento de uma cultura global e 
consciência do aumento das diversidades. Todas essas interpretações sobre a Globalização 
são vistas diariamente nos meios de comunicação e em discursos dos líderes de Estado.
Essa ideia nos remete a uma sensação de que o mundo e os seus moradores alteraram 
a forma de suas vivências do seu cotidiano e entendem a necessidade do imediatismo. 
Como, exemplo, o uso dos aparelhos celulares que influem nos aspectos da vida privada, 
bem como das ligações comerciais e das agitações políticas do Estado Contemporâneo. Mas 
a realidade é muito diferente, na prática é evidente que o fenômeno da Globalização não 
chegou a todos os lares e a todas as pessoas. Como ensina Held David.
35UNIDADE I O Que é Estado 35UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
[...] Para continuar eficaz num mundo que se globaliza,[ ela a Globalização] 
tem que estar inserida num sistema reformulado[...] que procure combinar a 
segurança humana com a eficiência econômica. A reconstrução de um projeto 
social democrático exige a busca coordenada de programas[...] que regulam 
as forças da globalização econômica --- a garantia, em outras palavras, de 
que os mercados globais comecem a servir às populações do mundo e não o 
inverso.[...] (HELD; MCGREW, 2001, p. 73-74).
Em relação aos novos modelos de políticas do Estado Contemporâneo em virtude 
de seu modo de libertação de todo ou qualquer tipo de superioridade e também pela procura 
da equiparação de direitos, que são típicos da multiplicidade dos movimentos sociais, por 
longo tempo confiou-se que seu arrolamento com o Estado só poderia ser nas bases do 
conflito. Porém os tempos são outros, os ventos sopram para outra direção, entretanto não 
se pode esquecer que o cerne desses movimentos e conflitos com o Estado ocorre quando 
o Estado é centralizador e autoritário ou ainda debelado por apenas um grupo ou elite 
nacional como ocorreu durante a ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil. Por incrível 
que nos pareça, ainda no século XXI após inúmeras lutas e sofrimentos, existem Estados 
ou nações despóticas.
A conjuntura social e política de uma sociedade pode ser o apontador que qualifica 
os movimentos ao mesmo tempo em que apresenta as bases para adaptarem-se às causas 
de seu aparecimento. O esboço das bases sociais da convulsão e da obediência demonstra 
que as situações de censura política podem ter efeito imediato, mas é de difícil sustentação 
em longo prazo, o que gera mais revolta. Mesmo assim a violência do Estado é um artifício 
que dificulta a propagação dos movimentos sociais como forma de reclamação, ao passo 
que nos regimes democráticos esses movimentos alargam-se e desenvolvem-se, com 
embasamento nas garantias constitucionais de direitos civis e políticos. Está posta aqui 
uma das conquistas do Estado contemporâneo.
Quando o Estado é mais acessível às demandas da sociedade civil, dilatam-se 
as possibilidades de um melhor relacionamento entre os setores políticos e que não seja 
apenas de confrontação. Na maioria das vezes os movimentos procuram precisamente que 
suas exigências sejam analisadas pelo Estado e transformadas em leis, ou em políticas 
públicas. Do mesmo modo, o Estado pode buscar os movimentos sociais, a fim de acatar 
melhor às necessidades da população ou meramente, legitimar sua autoridade diante da 
sociedade. Assim nos ensina Boaventura Santos.
36UNIDADE I O Que é Estado 36UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
[...] os desafios que são postos à democracia no nosso tempo são os 
seguintes. Primeiro, se continuarem a aumentar as desigualdades sociais 
entre ricos e pobres ao ritmo das três últimas décadas, em breve, a igualdade 
jurídico-política entre os cidadãos deixará de ser um ideal, republicano para 
se tornar uma hipocrisia social constitucionalizada. Segundo, a democracia 
atual não está preparada para reconhecer a diversidade cultural, para lutar 
eficazmente contra o racismo, o colonialismo, o sexismo e as discriminações 
em que eles traduzem... [...] Terceiro, as imposições econômicas e militares 
dos países dominantes dos países dominantes são cada vez mais drásticas e 
menos democráticas. Assim sucede, em particular, quando vitórias eleitorais 
legítimas são transformadas pelo chefe da diplomacia norte-americana em 
ameaças à democracia, sejam elas as vitórias do Hamas [na Palestina] de 
Hugo Chávez [na Venezuela] ou de Evo Morales [na Bolívia]. Finalmente o 
Quarto desafio diz respeito às condições da participação democrática dos 
cidadãos. São três as principais condições; ser garantida a sobrevivência: 
quem não tem com que se alimentar- se e à sua família tem prioridades mais 
altas que votar; não estar ameaçado: quem vive ameaçado pela violência 
no espaço público, na mesma empresa ou em casa, não é livre, qualquer 
que seja o regime político em que viver; estar informado: quem não dispõe 
da informação necessária a uma participação esclarecida, equivoca-se quer 
quando participa, quer quando não participa. Pode dizer-se com segurança 
que a promoção da democracia não ocorreu de um par com a promoção das 
condições de participação democrática. [...] (SANTOS, 2006, p.164).
Está evidente em nossos estudos que os paradigmas da políticas públicas no Estado 
contemporâneo terá que percorrer longos caminhos até o objetivo de uma sociedade justae igualitária. Isso em relação ao mundo e ao Brasil, entretanto não podemos apenas ver o 
lado pessimista da situação, através do tempo, tivemos e estamos tendo muitas conquistas, 
mesmo sendo estas em passos lentos.
Os desafios são imensos, pois, mesmo no século XXI e com o fenômeno da 
globalização, o mundo e porque não dizer nossa nação, enfrenta os resquícios das velhas 
ordens sociais e a ignorância e a estupidez que permeiam em várias sociedades espalhadas 
pelo mundo bem como no campo político nos Estados. Assim nos ensina Karl Mannheim: 
[...] Depois que nos livrarmos do preconceito de que tudo o que faz o Estado 
e sua burocracia é errado, mal feito e contrário à liberdade, e de que tudo 
é feito pelos indivíduos particulares é eficiente o sinônimo da liberdade --- 
enfrentar adequadamente o verdadeiro problema. Reduzindo a uma só frase, 
o problema consiste em que, em nosso mundo moderno, tudo é político, O 
Estado está em toda parte e a responsabilidade política acha-se entrelaçada 
em toda a estrutura da sociedade. A liberdade consiste não em negar essa 
interpretação, mas em definir seus usos legítimos em todas as esferas, 
demarcando limites e decidindo qual deve ser o caminho da penetração, e, em 
última análise, em salvaguardar a responsabilidade pública e a participação 
de todos no controle das decisões.[...]( MANNHEIM, 1972, p .66).
Parecem utópicas as palavras de Mannheim, alguns céticos riem ou, até mesmo, 
fazem pouco caso sobre os novos modelos e desafios do Estado Contemporâneo. Pode 
ser que estejam certos? Podem! Entretanto, todas as conquistas humanas em relação à 
formação do Estado e das instituições democráticas sofreram chacotas e eram tidas como 
devaneios filosóficos em épocas passadas. O tempo tem nos revelado o contrário.
37UNIDADE I O Que é Estado 37UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
SAIBA MAIS
As políticas sociais – e a educação – se situam no interior de um tipo particular de Estado. 
São formas de interferência do Estado, visando a manutenção das relações sociais 
de determinada formação social. Portanto, assumem “feições” diferentes em diferentes 
sociedades e diferentes concepções de Estado. É impossível pensar no Estado fora de 
um projeto político e de uma teoria social para a sociedade como um todo.
Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro/2001
REFLITA 
(...) os valores de uma sociedade, sua cultura, suas convenções sociais, todos eles 
desenvolvem-se de idêntica maneira, através do intercâmbio voluntário, da cooperação 
espontânea, da evolução de uma estrutura complexa através de tentativas e erros.
FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e liberdade. São Paulo: Arte Nova, p.68,1977.
38UNIDADE I O Que é Estado 38UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluirmos esta unidade, temos a pretensão que você tenha aprendido a 
importância dos estudos, da leitura, pois a sociedade em constante evolução necessita 
de buscas de alternativas para a sobrevivência. Reformulações de conceitos que agregam 
novos valores, que se recriam a cada geração. 
Para fundamentar essa afirmativa sobre o conhecimento, sobre o histórico 
brasileiro, sua respectiva trajetória, nos faz analisar que para cada tempo existe uma 
medida e que nosso olhar precisa estar, nossos julgamentos não podem ser com base 
na modernidade de hoje, relacionando aos conflitos passados. Pois configuram épocas e 
pensamentos distintos.
A cada passo de evolução, as resoluções são distintas, vimos, ao falarmos da 
crise do estado e o processo de construção de políticas públicas, como as transformações, 
muitas vezes, pautadas nas dificuldades vivenciadas, fazem com que estratégias sejam 
mais significativas, aprendendo com os equívocos. 
Leis são criadas e estabelecidas, para firmar direitos e deveres, sejam dos cidadãos 
ou do Estado e a Constituição de 1988 trouxe inúmeras conquistas para a sociedade, 
que hoje tem parâmetros para seguir. Podemos afirmar que o Estado Contemporâneo, 
vem acompanhado de mudanças, que oferece um olhar direcionado a políticas públicas, 
garantindo à sociedade civil , dignidade, por meio de seus direitos e deveres, que devem 
ser garantidos pelo Estado. 
39UNIDADE I O Que é Estado 39UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
LEITURA COMPLEMENTAR 
Nesta Unidade, a prioridade foi falarmos sobre políticas públicas e suas formações, 
porém, ainda existem muitos assuntos a serem aprimorados, no artigo que selecionamos, 
demonstra que as Políticas Públicas no Brasil dependem da participação do setor privado 
nas fases de planejamento e execução. A Constituição de 1988 traz que o processo de 
acumulação de riquezas no Brasil depende do Setor Privado e, este, por sua vez, depende 
da atuação do Estado na organização da economia. Dessa forma, as Políticas Públicas 
somente ocorrerão se houver a reprodução desta relação na atuação do Poder Públicas 
através das Políticas Públicas.
Fonte: Revista Ética e Filosofia Política – Nº 16 – Volume 1 – junho de 2013 
57 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL: O PAPEL DAS EMPRESAS. Autores: 
Alessandra Benedito e Daniel Francisco Nagao Menezes. 
Disponível em: https://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2009/08/16_1_benedito.pdf. 
Acesso em: 22 nov. 2021.
 
https://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2009/08/16_1_benedito.pdf.
40UNIDADE I O Que é Estado 40UNIDADE II Noção do Estado no Brasil
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Estado, Sociedade Civil e Cidadania no Brasil: Bases para 
uma Cultura de Direitos Humanos
Autor: Enio Waldir da Silva.
Editora: UNIJUI.
Sinopse: Desde nosso nascimento buscamos conhecimento sobre 
o mundo ao qual estamos inseridos, precisamos de tudo ao nosso 
redor, das pessoas, terra, água, ar, energia. Mas sabemos que a 
apropriação indevida no decorrer da história nos deixou limitados 
a muitas coisas necessárias. Ou seja, a dominação do outro e 
da natureza, além de fazer mal uso dos recursos que tanto são 
relevantes à nossa vida. O que desfaz muito nossas perspectivas 
futuras. Mas é preciso pensar a política na sociedade, a natureza 
egocêntrica e solidária do ser humano e o conhecimento que 
liberta (conhecimento-emancipação) como sendo o conteúdo de 
uma cultura democrática é uma das contribuições deste livro.
FILME/VÍDEO
Título: Getúlio
Ano: 2013.
Sinopse: O filme retrata a intimidade de Getúlio Vargas e de 
forma atual, como os representantes fazem seus conchavos 
políticos,defendem seus interesses particulares, fazem do povo 
uma massa de manobra e como suas ações são sempre em prol 
de uma minoria.
41
Plano de Estudo:
● Breve Histórico do Conceito de Cidadania;
● Tipos de cidadania;
● Cidadania no Brasil;
● Concepções de cidadania e de democracia: encontros e desencontros.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar cidadania;
● Compreender os tipos de cidadania e como são conduzidas no Brasil;
● Estabelecer as singularidades de cidadania e democracia.
UNIDADE III
O Que é Cidadania?
Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 
42UNIDADE III O Que é Cidadania?
INTRODUÇÃO
Nesta unidade III, o termo mais descrito será cidadania. Parece um assunto repetitivo, 
ou sem importância, mas pautado em sua singular definição, podemos refletir sobre a 
grande complexidade que envolve a palavra e consequentemente a ação de um cidadão. 
Viver em sociedade requer acima de tudo, ações individuais, mas as coletivas precisam 
ser dinamizadas sempre para o bem comum. O individualismo impera e juntamente com 
ela a ignorância, amplia o pré- conceito e divide as pessoas em grupos, o respeito nessa 
premissa é relevante. E o mais perigoso, quando a pessoa se julga inteligente demais para 
ouvir os outros, mantendo sempre suas ideias como as corretas. 
Assim compreendemos de forma sucinta sobre o conceito de cidadania historicamente 
falando, conhecer a história, nos faz entender e refletir melhor, tanto quando nos colocamos 
no momento de estudo, assim como projetamos o futuro, pois o presente é fruto

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