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Estado e Cidadania Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo Reitor Prof. Ms. Gilmar de Oliveira Diretor de Ensino Prof. Ms. Daniel de Lima Diretor Financeiro Prof. Eduardo Luiz Campano Santini Diretor Administrativo Prof. Ms. Renato Valença Correia Secretário Acadêmico Tiago Pereira da Silva Coord. de Ensino, Pesquisa e Extensão - CONPEX Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza Coordenação Adjunta de Ensino Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman de Araújo Coordenação Adjunta de Pesquisa Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme Coordenação Adjunta de Extensão Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves Coordenador NEAD - Núcleo de Educação à Distância Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal Web Designer Thiago Azenha Revisão Textual Beatriz Longen Rohling Caroline da Silva Marques Carolayne Beatriz da Silva Cavalcante Geovane Vinícius da Broi Maciel Jéssica Eugênio Azevedo Kauê Berto Projeto Gráfico, Design e Diagramação André Dudatt Carlos Firmino de Oliveira 2022 by Editora Edufatecie Copyright do Texto C 2022 Os autores Copyright C Edição 2022 Editora Edufatecie O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi- tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP F475e Galvão, Figueiredo, Jorge Alberto de Estado e cidadania / Jorge Alberto de Figueiredo. Paranavaí: EduFatecie, 2022. 87 p.: il. Color. 1. Cidadania. 2. Democracia. 3. Brasil - Política e governo. 4. Participação social. I. Centro Universitário UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância III. Título. CDD: 23 ed. 323.6 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 UNIFATECIE Unidade 1 Rua Getúlio Vargas, 333 Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 2 Rua Cândido Bertier Fortes, 2178, Centro, Paranavaí, PR (44) 3045-9898 UNIFATECIE Unidade 3 Rodovia BR - 376, KM 102, nº 1000 - Chácara Jaraguá , Paranavaí, PR (44) 3045-9898 www.unifatecie.edu.br/site As imagens utilizadas neste livro foram obtidas a partir do site Shutterstock. AUTOR Professor Mestre: Jorge Alberto de Figueiredo ● Graduado em História pela Universidade Paranaense-UNIPAR (2001). ● Graduado em Estudos Sociais pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1992) atualmente UNESPAR (Universidade Estadual do Paraná). ● Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Maringá -UEM- (2006). ● Atuou como Docente na UNESPAR - Campus Paranavaí (2010-2012). ● Atuou como Docente no Curso de Urbanismo e Arquitetura na UNIPAR-Universi- dade Paranaense, Campus de Paranavaí. ● Atuou como Supervisor do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docên- cia (PIBID-CAPES) UNESPAR - Campus-Paranavaí. ● Docente na Secretaria de Educação do Estado do Paraná nas Séries Finais do Ensino Fundamental. ● Produtor de Materiais Didáticos e vídeos Aulas ( UNIPAR, VG Consultoria e ● Palestrante sobre: Educação e Cidadania, Ética, Política, Sociedade e Democra- cia, Educação, Liberdade, e Igualdade. ● Psicanalista. Experiência vasta na área educacional com atuação docente no Ensino Fundamental Anos Finais, Ensino Médio, Ensino Superior e Pós-Graduação. APRESENTAÇÃO DO MATERIAL Prezado (a) aluno (a), é uma imensa honra, estudarmos juntos! Termos a disciplina de Estado e Cidadania, na ementa do curso, denota a preocupação e a necessidade de ampliar debates, sobre o papel do cidadão em um país democrático ou que deveria ser. Compreender essas premissas pode propiciar uma evolução social, que tem como objetivo, esclarecer os indivíduos para a busca de suas necessidades de forma honesta e segura. O Estado tem um papel fundamental, para que não sejam marginalizados os menos favorecidos e ao mesmo tempo propiciar bases sólidas, sociais, econômicas, políticas para que possam garantir seus sustentos de forma digna. Em nossa Unidade I, aprenderemos a diferenciar, Governança e Governabilidade, caridade de cidadania. O conceito de Poder que tanto causa conflitos, aprofunda essa diferença e afirma que se exercermos a cidadania e aplicarmos de forma coletiva, tudo de maneira compassada pode alterar. Que fique bem claro, nenhuma mudança acontece em um passe de mágica. Tempo e paciência, são aliados em todos os setores de nossa vida. Por isso a necessidade de estudar a historicidade sobre o estado Brasileiro e desenvolvimento e formação das políticas públicas. Na Unidade II, você irá agregar conhecimento sobre a Constituição de 1988 é a Lei máxima do país, que descreve nossos direitos e deveres, que abrange não apenas nós enquanto indivíduo, mas o Estado e toda a sociedade civil. Houve mudanças benéficas nesse contexto, mas também pontos negativos que impactaram em nosso meio social, econômico, cultural, religioso. A ruptura de ideias, desencadeou novos paradigmas e conceitos. Mas vale a pena refletirmos se não estamos sendo complacentes demais. Pensando na desordem e em um possível caos social. Sequencialmente na Unidade III, falaremos a respeito do que é cidadania, seus conceitos e história, quais os tipos de cidadania, como ela é vista e aplicada no Brasil. Compreender essas premissas, nos conduzirá a diferenciar cidadania de democracia. Nesse sentido, pergunto-lhe: para você cidadania e democracia são as mesmas coisas? Ambos os termos são discutidos diariamente, mas entendo que é preciso compreender a etimologia das palavras e fazer a leitura em nosso mundo real. Em nossa Unidade IV, finalizaremos com o assunto participação social. Cabe assim dizer que o Brasil, quiçá o mundo necessita desse engajamento da sociedade, para que haja mudanças significativas para o cidadão brasileiro. Perdemos muitos de nossos direitos, porque em um mundo tão acelerado como este capitalista, queremos exercer nossos deveres, mas precisamos, no mínimo, não perder o que temos. Planejamento governamental, algo que precisa ser entendido para que possamos opinar, debater, discutir e mudar o caminho quando for necessário. Um ótimo estudo! SUMÁRIO UNIDADE I ...................................................................................................... 4 O Que é Estado? UNIDADE II ................................................................................................... 23 Noção do Estado no Brasil UNIDADE III .................................................................................................. 41 O Que é Cidadania? UNIDADE IV .................................................................................................. 62 Participação Social 4 Plano de Estudo: ● Noção do conceito de estado; ● Conceito de Poder; ● Diferentes Tipos de Estado ao longo da História; ● Governança e Governabilidade?. Objetivos da Aprendizagem: ● Estabelecer parâmetro sobre formalização do Estado historicamente; ● Compreender a importância do Estado e seu dever para com o povo; ● Conceituar o que é poder e suas implicações no cotidiano. UNIDADE I O Que é Estado? Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 5UNIDADE I O Que é Estado INTRODUÇÃO Que bom continuar nossos estudos com temas tão relevantes como os que vamos aprender. Por mais que sabemos, é certo que sempre temos mais a aprender. Conhecimento é uma fonte inesgotável, flexível e inovadora. Sim! Inesgotável, porque o conhecimento é contínuo, flexível porque a cada área agrega conceitos diversificados, tornando os conteúdos, científicos, que desnudam a característica do senso comum. É inovadora, porque a evolução é primordialquando falamos sobre sociedade, pois visivelmente ela se renova. Nesta unidade trataremos de assuntos que você com certeza já ouviu falar, mas vamos juntos aprender de forma mais detalhada sobre noções do conceito de estado, conceito de poder, os diferentes tipos de estado ao longo da história e governança e governabilidade. Os temas estão alinhados e refletem todas condutas atuais, nos cenários políticos, sociais e econômicos. Nosso objetivo é que você compreenda que para exercer o papel de cidadão é crucial conhecer tudo o que envolve neste papel de agente ativo na sociedade, assim, estabeleceremos parâmetro sobre a formalização do estado de forma histórica, a compreensão da devida importância do Estado e o seu dever para com o povo e a conceituação do que é poder, bem como suas implicações em nosso cotidiano. De forma esclarecedora esta unidade abrange os conhecimentos que precisamos para desafiar a nós e a nossa sociedade que detém o poder de escolhas políticas. 6UNIDADE I O Que é Estado 1. NOÇÃO DE CONCEITO DE ESTADO O que é Estado? Uma pergunta que no primeiro momento nós ficamos sem uma resposta imediata. Isso é perfeitamente natural quando se trata de assuntos complexos e o assunto Estado não é diferente. Mas é nas palavras de Hegel e Hobbes que podemos tirar algumas conclusões sobre esse tema, visto que o assunto é para muitas reflexões. Para Hegel o Estado é “substância ética consciente de si mesma”, uma frase simples, mas de grande importância quando paramos e pensamos sobre o assunto. Essa frase de Hegel abrevia uma enérgica e inovadora compreensão da sociedade humana, na história política da humanidade. O Estado é posto como uma ferramenta viva e essencialmente compacta de caráter unitário, uma adequada família expandida. É o instante primordial e invencível da ética, é o que de mais pronto e acabado que determinou o adiantamento da espiritualidade humana. Assim nos ensina Hegel: [...] O estado é substância ética consciente de si mesma, a reunião do princípio da família e da sociedade civil; a mesma unidade que está a família como sentimento de amor é essência do Estado, o qual, porém mediante o segundo princípio da vontade que sabe e está vivo por sí só, recebe também a forma da universalidade conhecida. Esta, pelas suas determinações, que se desenvolvem no saber, tem como conteúdo a esse copo absoluto a subjetividade que sabe; ou seja, quer essa racionalidade para si. [...] (HEGEL, 1980, p.162). Já para Hobbes teórico do Absolutismo político, analisava o Estado como um Deus mortal pouco abaixo do Deus imortal, um leviatã, o aterrorizante monstro descrito na Bíblia no Livro de Jó. 7UNIDADE I O Que é Estado Sendo o Estado em tese realizador da vontade de todos, este deve ser protegido pelos indivíduos que fazem parte do todo. Um Estado surge quando todos os sujeitos se reconhecem em um só e praticam a obediência. Hobbes assim justifica. [...] Isso é mais do que um consenso ou acordo. È a unidade verdadeira de todos em uma única e idêntica pessoa, realizada por meio do pacto entre o homem, como se cada um desses ao outro eu autorizo e cedo o direito que tenho de governar a mim mesmo a este homem ou a esta assembleia de homens, sob a condição de que tu também lhe cedas o teu direito e autorizes igualmente as suas [...] (HOBBES, 1974, p. 99). E continua Hobbes em seu raciocínio: [...] Feito isso, a multidão reunida em um único indivíduo passa a ser chamada de Estado, em latim civitas. Esta é a origem do grande Leviatã, ou melhor, (para falar com maior reverência), do Deus mortal, ao qual devemos, abaixo de Deus imortal, a nossa paz e a nossa defesa. [...] ( HOBBES, 1974, p.102) O Estado moderno também conhecido por Estado-Nação simula um apurado modo de organização do poder que teve início na Europa Feudal a partir do século XIV, em uma luta constante dos camponeses e burgueses para derrubar o Feudalismo e a extinção do abuso de poder e tirania do Absolutismo. Essa atitude de ordenamento político se espalhou por toda a Europa chegando mais tarde ao Novíssimo Mundo das Américas. Em outros continentes adquiriu distinta forma ao longo do tempo. Em relação à Nação, no caso, esse termo simboliza o compartilhamento da mesma língua, costumes, história e tradições de um grupo. Isso institui a ciência de pertencimento nos indivíduos, que passam a habituarem-se como um povo. Afinal o que é o Estado moderno? Quais são as suas características e as formas? O nascimento do estado moderno está coligado a um modo explícito de aparelhamento social do poder político. Mas não possui um nome único. São diversas as acepções para essa forma de organização que chamamos meramente de Estado. O Estado Segundo Norberto Bobbio et al (1999), em sua obra Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política assim nos ensina “trata-se de uma organização social complexa caracterizada pela centralização do poder, fundamentada na afirmação do princípio da territorialidade da obrigação política e sobre a progressiva aquisição da impessoalidade do comando político". Assim essa centralização que se opõe ao policentrismo do poder dos senhores feudais, é determinada por Max Weber como o “monopólio da violência legítima" em um território demarcado. Em outras palavras, o Estado apreendeu o controle sobre todas as nascentes autênticas de violência, por meio de instituições como a polícia que tem a função de manter a ordem, justiça e conter os cidadãos, e as forças armadas que agem como defensores de possíveis agressões externas. 8UNIDADE I O Que é Estado 2. CONCEITO DE PODER Você gostaria de ter poder? O que faria se assim o tivesse? Saberia lidar com as demandas originadas dele? Existe um ditado popular que diz “quer conhecer uma pessoa dê-lhe poder”. O nosso assunto de hoje, na dimensão sociológica, faz muito sentido. Atrelado ao poder, vem grandes responsabilidades e um compromisso com o qual você está se colocando à disposição para obtê-lo. Pois o poder possibilita o exercício da influência sobre a conduta de outrem em uma relação social. Bobbio, define poder da seguinte forma: Em seu significado mais geral, a palavra Poder designa a capacidade ou possibilidade de agir, de produzir efeitos. Tanto pode ser referida a indivíduos e a grupos humanos como a objetos ou a fenômenos naturais (como na expressão Poder calorífico, Poder de absorção) (BOBBIO, 1995, p. 933). Para Weber, poder é toda probabilidade de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contra resistência, seja qual for o fundamento dessa probabilidade (WEBER, 1994,p.33) Existem três formas de poderes: político, econômico e ideológico. Todos caminham de forma conjunta ou isoladamente. O poder econômico está canalizado na classe dominante interpondo a classe operária. Regra geral do capitalismo que dita tendências, que faz girar todo mercado consumidor, em todos os ramos, alimentícios, vestuários, entre outros. O que fica explicito a relação existente entre poder e dominação na visão de Weber (1999): 9UNIDADE I O Que é Estado Dominação, no sentido muito geral de poder, isto é, de possibilidade de impor ao comportamento de terceiros a vontade própria, pode apresentar-se nas formas mais diversas. Pode-se, por exemplo, como ocorreu ocasionalmente, compreender os direitos que a lei concede ao indivíduo, contra um ou vários outros, como o poder de dar ordens ao devedor ou ao não-autorizado, interpretando-se, portanto, todo o cosmo do direito privado moderno como descentralização da dominação nas mãos dos "autorizados" pela lei (WEBER, 1999, p. 188). O poder no campo ideológico pode ter a capacidade de grandes mudanças relevantes em prol de todos ou pode desfavorecer a minoria, com informações que trariam benefícios para a maioria. A segunda alternativa é o que mais vem ocorrendo no Brasil. Influenciando comportamentos, utilizando das redes sociais, meios de comunicaçãodiversos e por intermédio da educação. É muito interessante pensarmos quanto a sociologia e a filosofia tem o compromisso de esclarecer essas questões ideológicas, sem envolver com questões partidárias. O poder político são as argumentações que os que se interessam em ingressar no meio político usam para persuadir e influenciar os eleitores para a conquista do voto. E quando eleito, faz uso do seu poder em propiciar ações em prol da existência humana ou apenas com interesse próprio. O homem precisa ser racional e ativo. Thompson, retrata essa contextualização: O que descobrimos (em minha opinião) está num termo que falta: 'experiência humana'. E esse, exatamente, o termo que Althusser e seus seguidores desejam expulsar, sob injúrias, do clube do pensamento, com o nome de 'empirismo'. Os homens e mulheres também retornam como sujeitos, dentro deste termo não como sujeitos autônomos, 'indivíduos livres', mas como pessoas que experimentam suas situações e relações produtivas determinadas como necessidades e interesses e como antagonismos, e em seguida 'tratam' essa experiência e sua cultura (as duas outras expressões excluídas pela prática teórica) das mais complexas maneiras (sim, 'relativamente autônomas') e em seguida (muitas vezes, mas nem sempre, através das estruturas de classe resultantes) agem, por sua vez, sobre sua situação determinada (THOMPSON, 1981, p. 182) Quando falamos de poder na gestão pública fica mais evidente, pois o controle social é a imposição de uma autoridade muitas vezes não alcançada, prevalecendo a coação para com os indivíduos. Tudo faz parte do sistema e essa conduta reflete na sociedade. Por sistema, segundo Eribon compreende-se: um conjunto de relações que se mantêm, se transformam, independentemente das coisas que os ligam. Foi possível provar, por exemplo, que os mitos romanos, escandinavos, célticos mostravam deuses e heróis muito diferentes uns dos outros, mas que a organização que os ligava (e essas culturas se ignoravam mutuamente), suas hierarquias, suas rivalidades, suas traições, seus contratos, suas aventuras obedeciam a um sistema único ( ERIBON,1996, p.141). Weber define três tipos importantes de dominação: 10UNIDADE I O Que é Estado Carismática: quando a liderança se dá em virtude das qualidades pessoais do indivíduo, transmitindo aos liderados a imagem de herói ou profeta. Ela “apoia- se na autoridade não racionalmente nem tradicionalmente fundamentada de personalidades concretas” Tradicional: quando o líder domina pelo fato de possuir um direito que foi adquirido ou herdado. A posição autoritária pessoal deste tem em comum com a dominação burocrática, pois está a serviço de finalidades objetivas, a continuidade de sua existência, o “caráter cotidiano” . Racional-legal: como em uma burocracia, essa dominação se dá através de leis, regras, regulamentações e procedimentos que validam o poder. Este poder, por sua vez, é consentido entre os líderes (WEBER, 1999, p. 23). O poder é um instrumento de mudança e depende muito de quem o detém. Assim, a conduta ética para fazer uso é essencial . O poder não pode corromper a pessoa, para que não seja um arma em suas mãos, que impõe a destruição de si mesma e dos que estão ao seu redor. 11UNIDADE I O Que é Estado 3. DIFERENTES TIPOS DE ESTADO AO LONGO DA HISTÓRIA 3.1 Estado Absolutista Foi com o Absolutismo que apareceu o Estado moderno. Estava caracterizado pela unidade territorial e pela concentração do poder na figura do Rei ou Imperador. Esse tipo de Estado predominou na Europa dos séculos XVI ao século XVIII. Tem como sua principal característica o fundamento da centralização do poder e o controle das atividades econômicas, bem como da justiça e o comando das forças armadas. “Um dos melhores exemplos sobre essa realidade encontramos na figura do Rei Luís XIV denominado o “Rei Sol” onde o próprio afirma” L’état c’est moi “(O Estado sou eu!) ``. o Absolutismo tem como seu principal pensador Thomas Hobbes. Ele faz uma série de considerações sobre a essência do Estado, afirmava que o homem, por sua natureza egoísta, sempre iria colocar os seus interesses à frente dos outros. Esse conceito foi elaborado a partir das observações e estudos feitos por Hobbes das atitudes dos homens e assim a denominou de “estado de natureza” onde o mais forte oprime o mais fraco, “O homem é o lobo do homem”. Para Hobbes o estado de natureza é um estado de todos contra todos o que parece que sempre estamos em guerra uns com os outros. Nessa acepção a função do Estado seria a de apaziguar os ânimos e procurar a justiça para todos, assegurando a paz. Para que isso acontecesse cada indivíduo deveria dilatar parte de seus direitos naturais sobre todas as coisas para o Estado formulando, assim, um “contrato social” para um único soberano ou assembleia que estivesse acima de todos. 12UNIDADE I O Que é Estado 3.2 Estado Liberal Foi com a Revolução Francesa que o Estado Liberal teve sua inspiração através da burguesia que defendia o lema “ Liberdade, Igualdade e Fraternidade”. Foram esses princípios que moveram a sociedade burguesa contra o Absolutismo no final do século XVI e início do século XVII. O estado Liberal tem como o seus principais fundamentos a soberania da população e a representação política dando origem ao lema “o poder é do povo”. John Lock ( 1689-1755) discordava de Hobbes em relação à natureza humana e ao absolutismo. Escreve suas ideias pautando que os homens devem ser livres e responsáveis pelas suas ações e ter o direito à propriedade e a sua defesa, bem como também a obrigação de defender o Estado. Mas é com Montesquieu(1689-1755) que o Estado tem uma grande evolução. Montesquieu elaborou as ideias de divisão dos poderes do Estado, e, Executivo. Legislativo e Judiciário, ideia essa que permanece até hoje nos países democráticos. Todo esse estudo está pautado na ideia de contestar os poderes absolutistas onde a concentração de poderes e o mando estava nas mãos de um soberano. Em relação à economia, a principal crítica ao Absolutismo estava na interferência do Estado na economia, para as classes burguesas o Estado deveria agir como um “guardião da ordem” zelando para manter a conservação e a segurança da propriedade privada. Dessa forma, estabelecia-se a separação entre os domínios públicos, ou seja, tudo aquilo que eram de importância comum e, portanto, apto à interferência do Estado do privado, que se diz excepcionalmente aos indivíduos não incumbindo, assim, a interferência do Estado. Adam Smith (1723-1790) considerado o pai do liberalismo econômico nos traz uma grande contribuição em relação à condução do estado Liberal. Com o lema “Laissez- faire,laissez-passer” (deixai fazer, deixar passar) que proclama a visão de que as atividades econômicas se autorregulam por meio da oferta e da procura do mercado e, portanto, não deveria ser controlada pelo Estado. O liberalismo não prega uma política anti estatal. Confere ao Estado o papel de garantir a segurança pública e proteger a propriedade privada. Entretanto, esse modelo de estado liberal causou exaltada concorrência entre as empresas. Atrapalhou o desenvolvimento dos pequenos empreendedores e meditou o capital nas mãos de poucos. Esse panorama avivou a demanda popular a necessitar de benefícios sociais, principalmente após os períodos de guerras ocasionadas justamente pela disputa de mercados consumidores pelas grandes nações. Passando por grandes crises econômicas, esse modelo de Estado começou a ser examinado, repensado e reestruturado no final do século XIX. 13UNIDADE I O Que é Estado 3.3 Estado Socialista É no socialismo que o Estado Liberal enfrenta a sua maior oposição e reação. Questionando as bases materiais da sociedade, ou seja, a divisão em duas classes sociais principais: a burguesia e a classe trabalhadora, assim, o socialismo tem como proposta uma profundaalteração nas condições de produção e assimilação da riqueza produzida pela sociedade. O primeiro Estado socialista surgiu com a revolução Russa de 1917. Essa revolução teve como base e inspiração as teorias de Karl Marx e Friedrich Engels. Naquele contexto e em condições favoráveis para sua instalação em virtude da má administração Czarista, a revolução derrubou o governo czarista de Nicolau II. A revolução Russa teve como objetivo suplantar o capitalismo, eliminar a propriedade privada e socializar os meios de produção. Nesse sentido, o Estado seria o responsável para tal feito, pois versaria em organizar a sociedade e permitir a livre aparelhamento do povo. Segundo as teorias de Marx e Engels após a superação do capitalismo e a constituição de uma sociedade comunista esta necessitaria da expansão da revolução socialista para as outras nações. Entretanto, não foi isso que aconteceu, em virtude de discussões entre os líderes comunistas após a morte de Lênin. Nesse período, sobe ao poder Joseph Stalin com um modelo de Estado ditatorial que durou até os anos 50. Após a Segunda Grande Guerra Mundial o socialismo foi implantado em países do leste Europeu e em alguns países do Continente Africano bem como da Ásia, destacando a China como uma das principais nações ao aderir o socialismo. Porém ao findar os anos 80 o processo de decadência política e econômica na então URSS vêm à tona. Liderados por Gorbachev na URSS passa por um período de reestruturação e adequação frente aos desafios da nova ordem mundial. Restrito pela aliança entre a burocracia e a elite militar, e pela falta de liberdades democráticas e também sufocada pela força econômica dos países capitalistas, o país entra em crise. Acabava-se, assim, a ideia do Estado Socialista. No entanto, os referenciais de suas teorias continuam em partidos que têm como seu ideário político, a luta contra o Estado liberal. 3.4 Estados Nazistas e Fascistas Dentre os tipos de Estados destacam os Estados Nazista e Fascista. Ambos eram contra o Socialismo. Nesse tipo de Estado destaca-se a devoção para o Estado, ou seja, o Estado estava acima de tudo e todos, até mesmo das demais organizações públicas e privadas. Tinha suas bases voltadas para a moralidade preocupava-se com todos os campos da vida social e principalmente com a educação. Em relação à economia houve uma constante nacionalização econômica onde procurava afastar-se de grupos financeiros e industriais de outras nações. 14UNIDADE I O Que é Estado O fascismo surgiu na Itália nos primeiros anos após a Primeira Guerra Mundial, foi liderado pelo ditador Benito Mussolini, nacionalista tinha por base o restabelecimento das glórias do Antigo Império Romano com o intuito de se desenvolver o patriotismo e promover uma expansão territorial aumentando, assim, as colônias Italianas. O fascismo tinha suas características versadas de que o poder do Estado deveria estar personificado de uma figura ou um único partido político, organizado de forma hierárquica. Para o fascismo, a nação era uma unidade moral, política e econômica que se realizava universalmente no Estado. Desprezava o individualismo liberal e era totalmente contra o comunismo. A diferença entre o Fascismo e o Nazismo é que enquanto o fascismo não se preocupou com a questão racial e o preconceito, o Nazismo deu plena exaltação à questão racial. Consideravam-se homens de raça pura que pregavam a supremacia ariana e tinham profundos sentimentos xenófobos. A principal consequência da implantação desse Estado levou o mundo à Segunda Guerra Mundial. Mesmo depois de ser derrotado pela democra- cia pós-guerra, esse fenômeno pode ser notado no crescente fortalecimento dos partidos ultranacionalistas e de movimentos neonazistas em várias partes do mundo, inclusive aqui no Brasil. 3.5 Estado de Bem-estar-social Conhecido por Welfare State o estado de Bem-estar-social foi implantado pelos grandes economistas liberais na primeira metade do século XX. Foi com a queda da Bolsa de Valores de 1929 (Crack) que apareceu esse novo modelo de Estado. Para que houvesse a melhora da situação econômica mundial, segundo John Maynard Keynes era necessário uma política intervencionista do Estado voltada para atender aos direitos sociais básicos como saúde, educação, trabalho, transporte, previdência social e salários dignos. Foi nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha que esse modelo de Estado teve amparo. O resultado obteve um retorno econômico em que foi criada uma sociedade duradoura às crises do sistema capitalista. Segundo seus críticos se o Estado que consentisse às exigências por direitos de cidadania da classe trabalhadora produziria para a elite econômica funcionários mais preparados e empenhados. Nos anos 60 o Estado de Bem-estar-social começa a sofrer críticas em relação aos gastos públicos com a previdência originada pelo aumento do desemprego e pela recessão econômica mundial. O que se acentuou com a crise do petróleo de 1973. Mesmo sendo alvo de inúmeras críticas esse modelo de Estado ainda existe em alguns países da Europa Ocidental. 15UNIDADE I O Que é Estado 3.6 Estado Neoliberal Nos anos 80 os Estados Unidos da América bem como a Grã-Bretanha após um estudo complexo sobre o Estado de Bem–estar-social chegaram a conclusão de que o mesmo não estava produzindo e não era eficaz o bastante para a nova realidade mundial. Os seus principais pontos como a redução da pobreza e a distribuição de renda não estavam alcançando os seus verdadeiros objetivos. Com base nessas análises Tanto os Estados Unidos como a Inglaterra sob o governo de Ronald Reagan optaram por uma reestruturação de um novo modelo de Estado. Na Inglaterra a política de Margaret Thatcher foi orientada pela desregula- mentação da economia, redução de gastos públicos com a educação, habitação e previ- dência social, causou as privatizações das empresas estatais e uma flexibilização das leis trabalhistas. Essas mudanças produziram um impacto direto na vida de toda a população originando greves e alguns distúrbios sociais. Pelo seu enfrentamento a essas crises, Mar- garet Thatcher ficou conhecida como a Dama de Ferro. Acompanhando o desenrolar das mudanças realizadas na Inglaterra, o Estado Unidos na América sob o Governo de Ronald Reagan exibiu postura semelhante, não intervindo na economia, mas com uma severa redução dos gastos públicos e a redução de impostos. Essas mudanças incluíram como base o livre mercado, e a livre iniciativa, esperando, assim que a desvinculação do Estado na economia e na política induziram a prosperidade econômica. As teorias neoliberais não só ficaram nos Estados Unidos da América e na Ingla- terra. Em 1989 em uma reunião com FMI (Fundo Monetário Internacional) deliberou-se que esta política deveria ser adotada pelos países em desenvolvimento em que deveriam seguir regras básicas como privatizações das estatais, flexibilização das leis trabalhistas, aumento dos investimentos estrangeiros sem restrições fiscais e redução de gastos públicos. O com- prometimento com o FMI afetou as economias desses países, que ficaram sob uma forte fiscalização dos agentes econômicos que tinham nas mãos o direcionamento da aplicação dos recursos. Em 2008 com uma grave crise econômica mundial esse Modelo de Estado sofreu severas críticas. Denúncias foram feitas em que se mostrava as desigualdades sociais e as falhas do sistema financeiro para a sustentabilidade do programa. 16UNIDADE I O Que é Estado 4. GOVERNANÇA E GOVERNABILIDADE? Você já deve ter ouvido falar sobre governança e governabilidade. Embora ambas são parecidas, relativas à escrita, partindo da derivação “governo”, cada qual representa um conceito. Vamos entender o conceito e suas particularidades para que possamos aprimorar nosso conhecimento. Aliás, a Gestão pública deve aprimorar seus mecanismos para que a governança e a governabilidade seja plena, porser um Estado Democrático de Direito. Cabendo ao povo exigir do governo, pois: [...] é mais do que tempo de nos emanciparmos da crença ingênua de que uma boa lei nos redimiria da tarefa de aplicá-la de forma adequada à unicidade. Como bem pontua Grindle (2004, p. 525-548):de e irrepetibilidade características das situações da vida, sempre individualizadas e concretas (CARVALHO NETTO; SCOTTI, 2011, p. 134). Governança é a capacidade de implementar, de forma eficiente, reduzindo custos, eficaz, alcançando os objetivos e metas e efetivamente beneficiando a sociedade, consolidando as políticas públicas. Pois a governança está atrelada à capacidade de administrar. Como bem pontua Grindle (2004, p. 525-548): [...] governança consiste em: distribuição de poder entre instituições de governo; a legitimidade e autoridade dessas instituições; as regras e normas que determinam quem detém poder e como são tomadas as decisões sobre o exercício da autoridade; relações de responsabilização entre representantes, cidadãos e agências do Estado; habilidade do governo em fazer políticas, gerir os assuntos administrativos e fiscais do Estado, e prover bens e serviços; e impacto das instituições e políticas sobre o bem- -estar público. 17UNIDADE I O Que é Estado Governabilidade é a capacidade de tomada de decisões , representando os interes- ses da sociedade de forma legítima. Se tivermos na figura de nossos representantes sejam eles presidente, prefeitos, vereadores entre outros, se a sociedade não vê representada por eles. Podemos dizer que estamos carecendo de governabilidade. Segundo Bobbio et al: [...] a não governabilidade é produto de uma sobrecarga de problemas aos quais o Estado responde com a expansão de seus serviços e da sua intervenção, até o momento em que, inevitavelmente surge uma crise fiscal. Não há governabilidade, portanto, é igual a crise fiscal do Estado (1995, p.15). Para Santos: A governabilidade refere-se às condições políticas, a capacidade e legitimidade que um governo tem, isto é, está vinculada a ação do governo em si, de “governar”. É equivalente à dimensão político-estatal no que concerne a “[...] condições sistêmicas e institucionais sob as quais se dá o exercício do poder, tais como as características do sistema político, a forma de governo, as relações entre os Poderes, o sistema de intermediação de interesses” ( SANTOS,1997,P.342) Portanto, podemos afirmar que o Brasil precisa de governança e governabilidade. Podemos exemplificar com construções que no Brasil custa 3 a 4 vezes mais que em outros países, e pior nunca ficam prontos. Construções que dizem ser para beneficiar a sociedade, mas não é real, é notório como a sociedade necessita de empreendimentos em todas as áreas. O Brasil é ineficiente em grande parte de suas ações governamentais. Quando falamos de Gestão Pública, sabemos que há divergências de acordo com pontos de vista, com relação à administração. Mas o que precisa sempre prevalecer é o foco na coletividade, no bem comum. [...] a configuração dos modelos de gestão pública é influenciada pelo momento histórico e pela cultura política que caracterizam uma determinada época do país. Assim, a evolução, o aperfeiçoamento e a transformação dos modelos de gestão das organizações se desenvolvem a partir de pressões políticas, sociais e econômicas existentes e que se traduzem em diferentes movimentos reformistas empreendidos pelos governos que buscam um alinhamento com as demandas sociais internas e externas (FIATES, 2007, p. 92). É necessário a compreensão que o Estado Democrático de Direito só será efetivo quando o Estado tiver ciência de sua responsabilidade. Da mesma forma, a Administração Pública, o Gestor Público. Tudo o que se refere ao interesse público, para que a ética, moral e lei sejam de fatos considerados elementares. Um termo mais atual é utilizado além de governança e governabilidade. Accounta- bility. ARAÚJO, V. de C. A conceituação de governabilidade e governança, da sua relação entre si e com o conjunto da reforma do Estado e do seu aparelho. Brasília: ENAP, 2002. Você já ouviu essa denominação? Sabe do que se trata? Bem, vamos compreender melhor sobre isso. 18UNIDADE I O Que é Estado É um processo de responsabilização do servidor público perante à sociedade. Ou seja, se você faz um concurso público é porque almeja o cargo escolhido. Assim precisa ter responsabilidade, execução adequada do trabalho. Ter transparência e prestar contas para a sociedade. Qual o instrumento que permite ao cidadão exercer seus direitos de fazer o controle social: accountability. Segundo Araújo: Accountability é um conceito novo na terminologia ligada à reforma do Estado no Brasil, mas já bastante difundido na literatura internacional, em geral pelos autores de língua inglesa. Não existe uma tradução literal para o português, sendo a mais próxima “a capacidade de prestar contas” ou “uma capacidade de se fazer transparente”. Entretanto, aqui nos importa mais o significado que está ligado, segundo Frederich Mosher, à responsabilidade objetiva ou obri- gação de responder por algo ou à transparência nas ações públicas (2002, p. 17). Assim, compreendemos que a transparência na gestão pública é algo imprescindível, assim como a importância do Gestor Público ter o discernimento que tudo que ele faz é para o povo. Ele precisa do povo, das pessoas que depositaram confiança, por meio do voto. Cabendo a ele a ética para saber governar.Não é possível governar se não houver governabilidade! Sabe porque? Governança é a capacidade de administrar e governabilidade é a capacidade de dar ordens. Se o povo não se sente representado, não seguirá as ordens. Causando um caos político, que gera uma ineficiência nessa esfera, com consequências imprevisíveis nas áreas sociais, econômicas entre outras. SAIBA MAIS A luta pelo estabelecimento de uma forma de dominação legítima – isto é, de definições de conteúdos considerados válidos pelos participantes das relações sociais – marca a evolução de cada uma das esferas da vida social em particular e define o conteúdo das relações sociais no seu interior. As atitudes subjetivas de cada indivíduo passam a orientar-se pela crença numa ordem legítima, a qual acaba por corresponder ao interesse e vontade do dominante. Desse ponto de vista, o que mantém a coesão social, o que garante a permanência das relações sociais e a existência da própria sociedade é a dominação (BARBOSA; OLIVEIRA; QUINTERO, 2003, p. 130-31). 19UNIDADE I O Que é Estado REFLITA [...] só um parlamento ativo e não um parlamento onde apenas se pronunciam arengas pode proporcionar o terreno para o crescimento e ascensão seletiva de líderes genuí- nos, e não meros talentos demagógicos. Um parlamento ativo, entretanto, é um parla- mento que supervisiona a administração participando continuamente do trabalho desta (WEBER, 1974, p. 44). 20UNIDADE I O Que é Estado CONSIDERAÇÕES FINAIS Compreendemos que o poder é algo desejado por muitos, mas nem todos têm a capacidade de utilizá-lo. Pois no contexto sociológico e político, muitas vezes, o poder muda as pessoas de forma a causar ineficiência em suas ações. O poder precisa ser conquistado, por intermédio de uma boa governança, governabilidade e accountability. Poder em gestão pública, em uma sociedade carente de manutenção, precisa ser alicerçada pela execução de ações que são voltadas para a sociedade, revertendo a demanda de dinheiro público, para saneamento básico, saúde, educação, esporte e lazer, setores que contribuem para a qualidade de vida dos contribuintes. Garantindo a legitimidade de escolha, assim os eleitores apoiam seus representantes, pois aprendemos de forma muito superficial, sobre o que é cidadania em nossa idade escolar e aprendemos na prática, quando precisamos enfrentar as mazelas sociais, com as quais nos deparamos com a realidade tão massificante. Assimpodemos concluir sobre a importância do Estado, pois com seu fortalecimento estrutura, mantém a soberania do povo. O Estado é um conjunto de organizações de fins políticos e administrativos que tem o propósito de organizar para administrar sua comunidade específica de suas delimitações territoriais. Para que o estado tenha força, é necessário poder, pessoas e o espaço para governar. Como aprendemos existem, vários tipos de estados e cada qual proveniente do momento histórico necessário, então não podemos julgar com a mentalidade que temos na atualidade. Mas é visto o amadurecimento intelectual que proporcionou o crescimento e desenvolvimento, deste contexto tão significativo para o país. É muito relevante aprender com cada tipo de Estado, pois, oferece as características positivas e também contribuições não assertivas que servem como aprendizado para que não cometamos os mesmo equívocos, mesmo que não controlamos o Estado, temos conhecimento para não sermos controlados por ele. 21UNIDADE I O Que é Estado LEITURA COMPLEMENTAR Este artigo, com a temática Governança. Governabilidade, Accountability e Gestão Pública: Critérios de Conceituação e aferição de requisitos de legitimidade foi produzido por Paula Ribczuk e Arthur Ramos do Nascimento e expõe em seu resumo o que pretende evidenciar: Resumo: O presente trabalho busca refletir sobre a importância da observância da governança, da governabilidade, da accountability e da gestão pública para a efetivação do Estado Democrático de Direito, previsto na Constituição Federal de 1988. Para tanto, se faz necessário discorrer sobre a boa governança, sobre a legitimidade do Estado para governar, ou seja, governabilidade, assim como sobre accountability e gestão pública diante da atual conformação do Estado federativo brasileiro. Por fim, são apontados mecanismos para a efetivação da boa governança, da governabilidade, da accountability e da gestão pública, atestando que na atual conjectura do Estado nacional o administrador público deve responder por todos seus atos, o que comprova a necessidade da judicialização das políticas públicas para a obtenção do bem comum. Fonte: RIBCZUK, Paula; DO NASCIMENTO, Arthur Ramos. Governança, Go- vernabilidade, Accountability e Gestão Pública: Critérios de Conceituação e Aferição de Requisitos de Legitimidade. Revista Direito Mackenzie, São Paulo, v. 9, n. 2, p. 218-237. Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/ doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Macken- zie_v.09_n.02.12.pdf. Acesso em: 02 nov. 2021. http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf. http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf. http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Rev-Dir-Mackenzie_v.09_n.02.12.pdf. 22UNIDADE I O Que é Estado MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Estado, Governo e Sociedade: Fragmentos de um Dicionário Político Autor: Norberto Bobbio Editora: Paz e Terra Sinopse: O livro reflete sobre a crise atual mais sem dogmatismos, visto de uma forma real, apontando formas de governo e Estado e demonstra as possibilidades de reorganizar as bases de convivência social por intermédio de reformas do Estado e da própria política. FILME/VÍDEO Título: O Lobo de Wall Street Ano: 2014 Sinopse: Um homem busca de forma correta cumprir seu papel , trabalha de forma exaustiva e pouco ganho, com a queda na bolsa de valores, a crise o impõe o desemprego. Em meio ao caos ele se reencontra com uma oportunidade de ganhar muito dinheiro e de extremo poder, mudando sua vida radicalmente. 23 Plano de Estudo: ● Breve histórico do Estado Brasileiro e sua trajetória; ● A crise do Estado desenvolvimentista e Formação de Políticas; ● O Estado brasileiro após Constituição de 1988: as relações entre o Estado e Sociedade Civil; ● O estado contemporâneo e suas transformações: novos paradigmas de políticas públicas. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar o histórico do estado brasileiro; ● Destacar a crise do Estado e as influências para a formação de Políticas; ● Conhecer a Constituição e as relevância entre Estado e Sociedade Civil; ● Compreender o estado contemporâneo e avanços nas políticas públicas. UNIDADE II Noção do Estado no Brasil Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 24UNIDADE I O Que é Estado 24UNIDADE II Noção do Estado no Brasil INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a)! Na Unidade anterior aprendemos o que era Estado, os tipos de estados, o conceito de poder e entendemos sobre governança e governabilidade. Aprendizagem é sempre muito significativa, ao passo que aprendemos um pouco, temos anseios de mais conhecimento. Isso é fundamental para quem tem o interesse de melhorar enquanto cidadão. Para prosseguirmos e aprimorar nossos conceitos, nessa unidade II, daremos continuidade, estudando sobre o Estado Brasileiro e sua trajetória, a crise do Estado desenvolvimentista e a formação de Políticas, O estado Brasileito após a Constituição de 1988, destacando a relação de poder entre estado e Sociedade Civil e o Estado contemporâneo e suas transformações: novos paradigmas de políticas públicas. Todos esses conteúdos têm o objetivo de conceituar e contextualizar o histórico do estado brasileiro, destacar a crise do Estado e as influências para a formação de Políticas, conhecer a Constituição e as relevância entre Estado e Sociedade Civil, compreender o Estado contemporâneo e avanços nas políticas públicas. Você concorda com que muitos dizem que política não se discute? Se essa também for seu conceito, penso que reflita! A política está em tudo o que fazemos e se não aprendermos sobre ela e tudo que está entrelaçado nela, como, sociedade civil, constituição tão importante, por conter nossos direitos e deveres, Estado e políticas públicas. Ficaremos a mercê de um sistema que poderá controlar nosso cotidiano, pois, não teremos argumentos para contrapor a nosso liberdade de expressão. Ao final de nossos estudos a necessidade de sentir pertencente ao meio no qual estamos inseridos, sermos mais atuantes e de fato fiscalizar nossos representantes, será para você uma prática comum vinculada à participação cidadã na sociedade. 25UNIDADE I O Que é Estado 25UNIDADE II Noção do Estado no Brasil 1. BREVE HISTÓRICO DO ESTADO BRASILEIRO E SUA TRAJETÓRIA Para que se possa entender a formação do Estado Brasileiro é importante fazer um resgate histórico sobre o contexto das grandes navegações e a formação das colônias ultramarinas europeias nas Américas também conhecida como novíssimo mundo. A formação do Estado do Brasil teve início com a exploração comercial do período Colonial, o Ciclo do pau-brasil (1500), o Ciclo da Cana de Açúcar (1532-1700) e o Ciclo do Ouro (1700-1803). O período Colonial brasileiro que foi de 1500 a 1822 foi marcado pela exploração das riquezas naturais, Portugal como sendo a metrópole da colônia do Brasil não tinha interesse em construir aqui uma sociedade política organizada. Nesse período, o Brasil era composto de vários núcleos privados e independentes sendo que cada núcleo tinha suas leis e a sua própria vida econômica. Dividido em partes ou facções e não existia, assim, um sentimento de coletividade o que se pode afirmar uma atrofia em favor da metrópole. Desenvolvia-se nesses núcleos um sentimento de individualidade com certa natureza anarquista sem identificação com a política da coroa portuguesa, notando-se, então, que tal sentimento não passava de abstrações. Em sua obra “Populações Meridionais do Brasil” do autor Oliveira Viana fica evidenteque essa atitude impossibilitava a formação de uma sociedade moderna no Brasil. Segundo o autor, para tal constituição seria necessário um Estado forte com poder centralizado e com capacidade de gerar um sentimento de pertencimento público e acabar com os vínculos privados. 26UNIDADE I O Que é Estado 26UNIDADE II Noção do Estado no Brasil Observamos a preocupação de Sérgio Buarque de Holanda autor dá "O Homem cordial” entender as atitudes da sociedade e do Estado no período colonial. O autor demonstra pelos seus escritos que o principal motivo era a preocupação em sobrepor as afinidades familiares e pessoais acima dos interesses públicos. Assim, realça o autor que essa herança do período colonial predomina até os dias atuais em que, ainda se encontra núcleos com dificuldades de exercer os ritos sociais que são rigidamente formais e não pessoais de separar a partir de um raciocínio lógico o que é público e o que é privado. No período Imperial, com o fim do período Colonial em 1822 com a proclamação da Independência, aconteceu uma adaptação das estruturas do Estado português em relação ao Brasil. Ocorre um reforço das relações existentes, agora, entre o Estado do Brasil e Portugal. Surge um novo relacionamento entre a sociedade civil e o Estado em que o ascende do sentimento público racional em relação ao sentimento privado. No primeiro período Imperial sobre a regência de Pedro I, o Brasil obtém a sua primeira Constituição, o que é considerado um avanço significativo para a formatação de um Estado forte e soberano. Embora essa primeira constituição outorga plenos poderes ao Imperador, dando uma nuance à ditadura Absolutista, encontrou-se uma solução, acrescentado o Poder moderador, juntamente com os outros poderes. Era uma constituição com características liberais, em virtude das ideias vindas dos países europeus, porém sem afetar o cotidiano da nação imperial brasileira, em virtude de que, grande parte da população brasileira estava excluída da primeira Carta Magna. A nova cidadania recém-constituída não abrangia a todos, é importante lembrar que nesse período o Brasil era um país escravagista. Surge, então, a ideia da República e o movimento republicano agilizou setores progressistas da sociedade urbana no final do segundo reinado sob a regência de Pedro II. Tinha como ideias a representação politica efetiva de todos os cidadãos, a divisão das províncias transformando-as em unidades federativas, a garantia de direitos individuais e o fim da escravidão. A luta foi intensa, pois havia partidários do império que desejavam manter-se no poder e garantir as oligarquias e os seus títulos de barões. Influenciados pelo movimento positivista, os militares aderiram à causa dos republicanos com o apoio das províncias do sudeste brasileiro. A proclamação da República acontece no idos de 1889, porém o preço para que a república ou esse novo modelo de Estado fosse implantado assim como na Independência camadas da população ficaram fora da Carta Magna Republicana. 27UNIDADE I O Que é Estado 27UNIDADE II Noção do Estado no Brasil Os primeiros anos da República também conhecida por República Velha foram distintos pela continuidade das particularidades sociais e políticas contidas na primeira constituição do Brasil após a independência. Surge nesse período o Coronelismo que é qualificado pelo poder público fortalecido que prefere a manutenção dos antigos chefes locais com poderes na esfera privativa. Era uma política de caráter individualista mostrando o poder das oligarquias acima do poder público visto que os Coronéis nunca entravam em conflito com a esfera do Estado. Essa política foi marcada pelo “voto de cabresto” com a intenção de manter sempre os mesmos chefes no poder. O Brasil, neste período, era dependente da agricultura principalmente da cultura do café, uma herança do baronato imperial. Sendo um país extremamente agrário sem incentivos à industrialização, a maioria das pessoas que viviam nas áreas rurais sofria pelo estado de pobreza e os mandos e desmandos políticos o analfabetismo era altíssimo, colocando o camponês em estado de subserviência, sendo que o servo da Europa feudal ainda tinha muito mais direitos do que esses recém-cidadãos do Brasil república. A República Velha implantou o regime presidencialista de governo, o presidente e o seu vice eram eleitos em eleições diretas, com a maioria absoluta dos votos. Caso isso não ocorresse, o Congresso formado por deputados nas suas maiores, sob as ordens das oligarquias ou partidários dos concorrentes à eleição escolhia entre os dois candidatos votados nas urnas. Mais do que promulgar as preferências dos eleitores, as eleições também serviam para validar o controle do governo pelas elites políticas. Era uma eleição dirigida, em que, apenas homens com idade superior a 21 anos podiam votar, as mulheres e os analfabetos não participaram do pleito eleitoral. Com o fim da República Velha marcada pela Revolução de 1930, Getúlio Vargas torna-se presidente do Brasil em um período conturbado e marcado por grandes conflitos, também conhecido como a Era Vargas. A sua própria ascensão ao poder é marcada por um período revolucionário em que a sociedade brasileira clama pela mudança da ordem social. Desde o princípio de seu mandato, Getúlio Vargas fez transparecer que seu governo aproximava-se de uma ditadura. Em 1932 a Revolução Constitucionalista enlaçou o imaginário popular dando uma nova forma nas campanhas políticas graças ao rádio e aos jornais, foi um movimento idealizado pelos produtores de café, ou seja, as velhas oligarquias que queriam se manter no poder político das elites brasileiras. Assim descreve Ianni: 28UNIDADE I O Que é Estado 28UNIDADE II Noção do Estado no Brasil [...] O forte comprometimento do Estado com o capital implica a expansão do Poder Executivo, em detrimento do legislativo. Em um país de tradição política autoritária, no qual predominam o pensamento e a prática que privilegiam a missão “civilizatória” do Estado na sociedade, o alargamento do poder econômico do Estado implica a expansão do Executivo; implica o alargamento do poder político e cultural do Executivo. Tanto assim que o Estado se transforma em um poderoso agente da indústria cultural, por suas implicações não só econômicas, mas também políticas e culturais [...] à medida que se alarga o poder estatal, redefine-se e modifica-se a relação do Estado com a sociedade compreendendo as diversidades e as desigualdades sociais, econômicas e outras. Na prática dissocia-se o poder estatal de amplos setores da sociedade civil. Operários, camponeses, empregados, funcionários e outros, compreendendo negros mulatos, caboclos, imigrantes e outros, sentem-se deslocados, não representados, alienados do poder. [...] ( IANNI OCTAVIO, 1989, p. 259-60). Getúlio Vargas percebendo as intenções desse setor flexibilizou a sua política abafando, assim, a revolução e propiciou o surgimento da terceira constituição brasileira em que foi promulgada em 1934. Porém, mesmo acalmando os setores que amparam a Revolução Constitucionalista, Vargas enfrentou as investidas do Socialismo obrigando-o, mais tarde, através de um golpe de estado implantar o Estado Novo com uma nova Constituição em 1937. O período de Governo de Getúlio Vargas foi de 1930 até 1945 também conhecidos como Ditadura Vargas, em que somente foi deposto em virtude de uma nova ordem política Mundial contra qualquer regime ditatorial pós- Segunda Guerra. Entende-se por Democracia Populista o período que pôs Getúlio Vargas em que foi promulgada a Constituição de 1946. Esse período foi engendrado por Estado influenciado pelos ideais democráticos promovidos pela vitória dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Entretanto não foi assim como parece, pois nesse período a nova ordem mundial se fez presente nas formas de Estado, embora o Brasil passasse por período de crescimentocom o Governo de Juscelino Kubitschek, o Brasil nunca chegou ou conheceu um verdadeiro Estado de bem estar social, em virtude de que esta experiência democrática ficou nas mãos dos partidos políticos. Na constituição de 1946 algumas mudanças significativas ocorreram, mas ainda não era o ideal. Foram mantidos os direitos sociais e a garantia dos direitos civis e políticos. Esse período vai de 1946 até o ano de 1964 quando os militares entraram no poder. 29UNIDADE I O Que é Estado 29UNIDADE II Noção do Estado no Brasil 2. A CRISE DO ESTADO DESENVOLVIMENTISTA E FORMAÇÃO DE POLÍTICAS Com o Estado Novo na era Vargas é elaborada uma nova Constituição para o Estado Brasil. Essa Constituição estava sob o caráter do autoritarismo de Vargas, tendo como meta a modernização do Estado inserindo uma nova ordem social e econômica inspirada no nacional-desenvolvimentismo. Tendo como líder, o próprio Getúlio Vargas procura atender às reivindicações da classe trabalhadora, regulamentando a jornada de trabalho bem como o lançamento da carteira de trabalho e a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). Com essa política de apaziguamento, mas com o controle total do estado e Getúlio conquista a simpatia da classe trabalhadora e da burguesia industrial. Essa nova forma de governar criou um acordo entre o Governo e as elites urbanas para dar início a industrialização do Brasil. O Estado foi o principal agente investidor da ação, e a visão implantada por Vargas permaneceu pelos anos seguintes, chegando até os dias atuais. Foi nesse período que Vargas recebeu o apelido de “a mãe dos pobres e o pai dos ricos ``, apelido que, segundo consta em suas biografias, o agradava muito. Como foi exposto em parágrafo anterior com a instauração do Estado Novo, foi imposta ao país nova Carta Magna, a Constituição de 1937, com um estilo autoritário, centralizador e antidemocrático, o novo regime político no Brasil tornou- se inequívoco. Foram suprimidos os direitos políticos e extinguiu o poder legislativo, ficando apenas o poder executivo com o exercício das suas funções. 30UNIDADE I O Que é Estado 30UNIDADE II Noção do Estado no Brasil Os partidos políticos foram invalidados, as greves proibidas e houve censura aos meios de comunicação, com a criação do DIP (Departamento de Impressa e Propaganda) essa atitude tornou-se rotineiras que facilitouas probabilidades de contenção ao regime Vargas o que não oscilou em valer-se da ameaça e da tortura contra os seus opositores. Assim como bem assinalou José Murilo de Carvalho: [...] a expansão dos direitos sociais não decorreu do exercício dos direitos civis e políticos, como no caso inglês, uma vez que se tratou de uma legislação introduzida em ambiente de baixa ou nula participação política e de precária vigência dos direitos civis. Esse pecado de origem e a maneira como foram distribuídas os benefícios sociais tornaram duvidosa sua definição como conquista democrática e comprometeram em parte sua contribuição para o desenvolvimento de uma cidadania ativa [...] (CARVALHO, 2001, p. 110). É importante recordar que nesse contexto, a ação do regime Vargas em relação à área social foi escoltada por um projeto político ideológico com bases na ética do trabalho bem sucedido com a intencionalidade de aproximar os assalariados e Estado na figura emblemática de Getúlio Vargas. Mediante todas as atitudes dos governantes do Brasil desde o Império e a República Velha, e com o Estado Novo sob a conduta de Getúlio Vargas que o Estado do Brasil obteve progressos que até o presente momento são de grande valor. Embora o Governo de Vargas seja julgado por muitos como ditatorial, em tese não deixa de ser uma verdade, e agora deixando de lado esse aspecto obscuro do seu caráter, é nas conquistas sociais que podemos, então, equilibrar as ações do Estado Novo. Getúlio Vargas sem dúvida e assim podemos afirmar que é o construtor do moderno Estado brasileiro. Foi o transformador de uma economia agrária exportadora (a monocultura cafeeira) voltada para fora em outra voltada para dentro. Criou instituições que contribuíram para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. A CLT ainda é a estrutura geral da regulamentação das leis trabalhistas sem mencionar a criação do salário mínimo e da carteira de trabalho. Ampliou o crédito agrícola via projetos do Governo Federal como também dos Governos Estaduais, instalou as carteiras de crédito do Banco do Brasil e criou o BNDES, que ainda financia boa parte dos investimentos na indústria e na infraestrutura do Estado Brasileiro. 31UNIDADE I O Que é Estado 31UNIDADE II Noção do Estado no Brasil 3. O ESTADO BRASILEIRO APÓS A CONSTITUIÇÃO DE 1988: AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO E SOCIEDADE CIVIL Com a aprovação da lei da Anistia em 1979 começa acontecer a tão esperada abertura política, chegando ao fim o período histórico denominado de Ditadura Militar de 1964 a 1985. O Estado Brasileiro ingressou em uma nova etapa democrática, determinando as bases para o início de uma concepção democrática, com a promulgação da Constituição de 1988. Nessa nova Carta Magna, os limites institucionais e as manifestações populares se faziam presentes naquele contexto transitório. Esses movimentos cooperaram para a arrumação do novo regime democrático, com eleições regulares, pluralidades partidárias, liberdade de expressão e igualdade jurídica. O povo foi às ruas, começou a sair de uma letargia e passou a ver a realidade do estado Brasileiro e da ordem pública. Como observa Marcos Napolitano: [...] Havia vários projetos que propunham uma saída para o governo autoritário que o Brasil vivenciava. Os liberais, mais moderados, defendiam a liberdade de expressão e de organização partidária, o fim da censura e o respeito aos direitos civis. As esquerdas, divididas entre comunistas de diversos matizes, petistas e trabalhistas [...], [...] queriam isso e algo mais. Para eles, a democracia deveria colocar na pauta os direitos sociais dos trabalhadores, sua participação efetiva nas decisões políticas e a busca de uma divisão de renda mais justa [...] (NAPOLITANO, 2015, p. 35). 32UNIDADE I O Que é Estado 32UNIDADE II Noção do Estado no Brasil Nos anos 90, o Estado Brasileiro passou por uma provação muito grande, em que mexeu com toda a nação o impeachment do presidente Fernando Collor de Mello, um drama nacional, pois Fernando Collor tinha sido o primeiro presidente eleito após a ditadura. Acusado de corrupção, Collor perdeu o apoio da maioria do Congresso e dos empresários. O povo se manifestou nas ruas principalmente através dos estudantes que ficaram marcados pelo contingente dos “caras pintadas''. Coagido e vendo que seu Governo não tinha condições de governabilidade, e com o temor de sua cassação o Presidente renuncia ao cargo no dia 29/12/1992. Após a sua renúncia o Vice-presidente assume o cargo. Itamar Franco imediatamente acirrou os ânimos colocando ordem e conseguiu através do plano Real estabilizar a economia do Brasil. Seu Governo foi de pouca duração, visto que não pretendia a reeleição. Nas eleições de 1994 Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente do Brasil. Seu governo, porém, não foi como desejava a sociedade, com tendências neoliberais continuou com a política de privatizações e de regulamentação dos gastos públicos. Segue a cartilha imposta pelo FMI e do Banco Mundial com o intuito de atingir um superávit primário. Mesmo o Estado do Brasil tendo uma estabilidade econômica produzida pelo plano real, implantado no Governo anterior, as políticas neoliberais feitas pelo Governo de FHC sofreram severas críticas da oposição. A crise no Governo FHC se agravou com as reduções das atividades econômicas e o desemprego, juntamente com o aparecimento de uma crise energética. A recessão internacional ajudou a desgastar mais o governo, vindo este a sofrer uma derrota eleitoral nas eleições de 2002. Eleito em 2002Luiz Inácio Lula da Silva com uma liderança carismática e com promessas de crescimento nacional torna-se o primeiro Presidente do Brasil vindo das camadas mais baixas, faz história pelo sua luta na Ditadura e pela sua origem humilde nordestina, criando, assim, o misto de semi-herói vencedor das adversidades da vida. Tem como meta política abrandar a política neoliberal do governo anterior. Cria programas sociais de redistribuição de renda como os programas “vale gás, Bolsa Alimentação e Bolsa família”. Deu ênfase ao mercado interno e consolidou os fundamentos macroeconômicos do Brasil. Com esses programas altruístas sua imagem no exterior ficou bem difundida. O Governo Lula foi de 2003 a 2007, disputando a reeleição, sendo vencedor do pleito, ficando com um novo mandato de 2007 a 2010. Como em todo Governo, existem os pontos negativos. E com o Governo Lula não se fez diferente. O seu governo foi marcado por episódios de corrupção e clientelismo. A prática do clientelismo limita a transparência pública e coloca em risco os fundamentos do Estado democrático de Direito. 33UNIDADE I O Que é Estado 33UNIDADE II Noção do Estado no Brasil A maior superação do Estado é acabar com essa ação em que poucos são muito privilegiados, e a maioria é prejudicada. Os programas de iniciativas socioeconômicas realizadas no governo Lula facilitaram as disputas eleitorais de 2010, quando se saiu vencedora a ex-ministra da Casa Civil, do Governo Lula, a senhora Dilma Rousseff, como sendo a primeira mulher Presidenta do Brasil. As mudanças a serem realizadas no Brasil, para que este se tornasse um país mais justo e democrático é uma responsabilidade de todos aqueles que sonham, lutam e acreditam num país melhor para todos. 34UNIDADE I O Que é Estado 34UNIDADE II Noção do Estado no Brasil 4. O ESTADO CONTEMPORÂNEO E SUAS TRANSFORMAÇÕES: NOVOS PARADIGMAS DE POLÍTICAS PÚBLICAS Quando pensamos em Estado Contemporâneo, muitas vezes não relembramos a trajetória percorrida para a sua formação. Parece-nos que tudo está pronto ou que simplesmente surgiu do nada e que apenas temos que viver conforme as normas da sociedade contemporânea que tudo o que ocorre em relação ao Estado é “normal”. Essa ideia já concebida ou pré-formada surge com o fenômeno da Globalização sendo um dos paradigmas das políticas públicas existentes no Estado Contemporâneo. A Globalização é desenvolvida por vários aspectos que são exprimidas por nomes como: compressão espaço-temporal; interdependência econômica; impressão de encurtamento das distâncias; integração global; reordenação das relações de poder; surgimento de uma cultura global e consciência do aumento das diversidades. Todas essas interpretações sobre a Globalização são vistas diariamente nos meios de comunicação e em discursos dos líderes de Estado. Essa ideia nos remete a uma sensação de que o mundo e os seus moradores alteraram a forma de suas vivências do seu cotidiano e entendem a necessidade do imediatismo. Como, exemplo, o uso dos aparelhos celulares que influem nos aspectos da vida privada, bem como das ligações comerciais e das agitações políticas do Estado Contemporâneo. Mas a realidade é muito diferente, na prática é evidente que o fenômeno da Globalização não chegou a todos os lares e a todas as pessoas. Como ensina Held David. 35UNIDADE I O Que é Estado 35UNIDADE II Noção do Estado no Brasil [...] Para continuar eficaz num mundo que se globaliza,[ ela a Globalização] tem que estar inserida num sistema reformulado[...] que procure combinar a segurança humana com a eficiência econômica. A reconstrução de um projeto social democrático exige a busca coordenada de programas[...] que regulam as forças da globalização econômica --- a garantia, em outras palavras, de que os mercados globais comecem a servir às populações do mundo e não o inverso.[...] (HELD; MCGREW, 2001, p. 73-74). Em relação aos novos modelos de políticas do Estado Contemporâneo em virtude de seu modo de libertação de todo ou qualquer tipo de superioridade e também pela procura da equiparação de direitos, que são típicos da multiplicidade dos movimentos sociais, por longo tempo confiou-se que seu arrolamento com o Estado só poderia ser nas bases do conflito. Porém os tempos são outros, os ventos sopram para outra direção, entretanto não se pode esquecer que o cerne desses movimentos e conflitos com o Estado ocorre quando o Estado é centralizador e autoritário ou ainda debelado por apenas um grupo ou elite nacional como ocorreu durante a ditadura civil-militar (1964-1985) no Brasil. Por incrível que nos pareça, ainda no século XXI após inúmeras lutas e sofrimentos, existem Estados ou nações despóticas. A conjuntura social e política de uma sociedade pode ser o apontador que qualifica os movimentos ao mesmo tempo em que apresenta as bases para adaptarem-se às causas de seu aparecimento. O esboço das bases sociais da convulsão e da obediência demonstra que as situações de censura política podem ter efeito imediato, mas é de difícil sustentação em longo prazo, o que gera mais revolta. Mesmo assim a violência do Estado é um artifício que dificulta a propagação dos movimentos sociais como forma de reclamação, ao passo que nos regimes democráticos esses movimentos alargam-se e desenvolvem-se, com embasamento nas garantias constitucionais de direitos civis e políticos. Está posta aqui uma das conquistas do Estado contemporâneo. Quando o Estado é mais acessível às demandas da sociedade civil, dilatam-se as possibilidades de um melhor relacionamento entre os setores políticos e que não seja apenas de confrontação. Na maioria das vezes os movimentos procuram precisamente que suas exigências sejam analisadas pelo Estado e transformadas em leis, ou em políticas públicas. Do mesmo modo, o Estado pode buscar os movimentos sociais, a fim de acatar melhor às necessidades da população ou meramente, legitimar sua autoridade diante da sociedade. Assim nos ensina Boaventura Santos. 36UNIDADE I O Que é Estado 36UNIDADE II Noção do Estado no Brasil [...] os desafios que são postos à democracia no nosso tempo são os seguintes. Primeiro, se continuarem a aumentar as desigualdades sociais entre ricos e pobres ao ritmo das três últimas décadas, em breve, a igualdade jurídico-política entre os cidadãos deixará de ser um ideal, republicano para se tornar uma hipocrisia social constitucionalizada. Segundo, a democracia atual não está preparada para reconhecer a diversidade cultural, para lutar eficazmente contra o racismo, o colonialismo, o sexismo e as discriminações em que eles traduzem... [...] Terceiro, as imposições econômicas e militares dos países dominantes dos países dominantes são cada vez mais drásticas e menos democráticas. Assim sucede, em particular, quando vitórias eleitorais legítimas são transformadas pelo chefe da diplomacia norte-americana em ameaças à democracia, sejam elas as vitórias do Hamas [na Palestina] de Hugo Chávez [na Venezuela] ou de Evo Morales [na Bolívia]. Finalmente o Quarto desafio diz respeito às condições da participação democrática dos cidadãos. São três as principais condições; ser garantida a sobrevivência: quem não tem com que se alimentar- se e à sua família tem prioridades mais altas que votar; não estar ameaçado: quem vive ameaçado pela violência no espaço público, na mesma empresa ou em casa, não é livre, qualquer que seja o regime político em que viver; estar informado: quem não dispõe da informação necessária a uma participação esclarecida, equivoca-se quer quando participa, quer quando não participa. Pode dizer-se com segurança que a promoção da democracia não ocorreu de um par com a promoção das condições de participação democrática. [...] (SANTOS, 2006, p.164). Está evidente em nossos estudos que os paradigmas da políticas públicas no Estado contemporâneo terá que percorrer longos caminhos até o objetivo de uma sociedade justae igualitária. Isso em relação ao mundo e ao Brasil, entretanto não podemos apenas ver o lado pessimista da situação, através do tempo, tivemos e estamos tendo muitas conquistas, mesmo sendo estas em passos lentos. Os desafios são imensos, pois, mesmo no século XXI e com o fenômeno da globalização, o mundo e porque não dizer nossa nação, enfrenta os resquícios das velhas ordens sociais e a ignorância e a estupidez que permeiam em várias sociedades espalhadas pelo mundo bem como no campo político nos Estados. Assim nos ensina Karl Mannheim: [...] Depois que nos livrarmos do preconceito de que tudo o que faz o Estado e sua burocracia é errado, mal feito e contrário à liberdade, e de que tudo é feito pelos indivíduos particulares é eficiente o sinônimo da liberdade --- enfrentar adequadamente o verdadeiro problema. Reduzindo a uma só frase, o problema consiste em que, em nosso mundo moderno, tudo é político, O Estado está em toda parte e a responsabilidade política acha-se entrelaçada em toda a estrutura da sociedade. A liberdade consiste não em negar essa interpretação, mas em definir seus usos legítimos em todas as esferas, demarcando limites e decidindo qual deve ser o caminho da penetração, e, em última análise, em salvaguardar a responsabilidade pública e a participação de todos no controle das decisões.[...]( MANNHEIM, 1972, p .66). Parecem utópicas as palavras de Mannheim, alguns céticos riem ou, até mesmo, fazem pouco caso sobre os novos modelos e desafios do Estado Contemporâneo. Pode ser que estejam certos? Podem! Entretanto, todas as conquistas humanas em relação à formação do Estado e das instituições democráticas sofreram chacotas e eram tidas como devaneios filosóficos em épocas passadas. O tempo tem nos revelado o contrário. 37UNIDADE I O Que é Estado 37UNIDADE II Noção do Estado no Brasil SAIBA MAIS As políticas sociais – e a educação – se situam no interior de um tipo particular de Estado. São formas de interferência do Estado, visando a manutenção das relações sociais de determinada formação social. Portanto, assumem “feições” diferentes em diferentes sociedades e diferentes concepções de Estado. É impossível pensar no Estado fora de um projeto político e de uma teoria social para a sociedade como um todo. Cadernos Cedes, ano XXI, nº 55, novembro/2001 REFLITA (...) os valores de uma sociedade, sua cultura, suas convenções sociais, todos eles desenvolvem-se de idêntica maneira, através do intercâmbio voluntário, da cooperação espontânea, da evolução de uma estrutura complexa através de tentativas e erros. FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e liberdade. São Paulo: Arte Nova, p.68,1977. 38UNIDADE I O Que é Estado 38UNIDADE II Noção do Estado no Brasil CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao concluirmos esta unidade, temos a pretensão que você tenha aprendido a importância dos estudos, da leitura, pois a sociedade em constante evolução necessita de buscas de alternativas para a sobrevivência. Reformulações de conceitos que agregam novos valores, que se recriam a cada geração. Para fundamentar essa afirmativa sobre o conhecimento, sobre o histórico brasileiro, sua respectiva trajetória, nos faz analisar que para cada tempo existe uma medida e que nosso olhar precisa estar, nossos julgamentos não podem ser com base na modernidade de hoje, relacionando aos conflitos passados. Pois configuram épocas e pensamentos distintos. A cada passo de evolução, as resoluções são distintas, vimos, ao falarmos da crise do estado e o processo de construção de políticas públicas, como as transformações, muitas vezes, pautadas nas dificuldades vivenciadas, fazem com que estratégias sejam mais significativas, aprendendo com os equívocos. Leis são criadas e estabelecidas, para firmar direitos e deveres, sejam dos cidadãos ou do Estado e a Constituição de 1988 trouxe inúmeras conquistas para a sociedade, que hoje tem parâmetros para seguir. Podemos afirmar que o Estado Contemporâneo, vem acompanhado de mudanças, que oferece um olhar direcionado a políticas públicas, garantindo à sociedade civil , dignidade, por meio de seus direitos e deveres, que devem ser garantidos pelo Estado. 39UNIDADE I O Que é Estado 39UNIDADE II Noção do Estado no Brasil LEITURA COMPLEMENTAR Nesta Unidade, a prioridade foi falarmos sobre políticas públicas e suas formações, porém, ainda existem muitos assuntos a serem aprimorados, no artigo que selecionamos, demonstra que as Políticas Públicas no Brasil dependem da participação do setor privado nas fases de planejamento e execução. A Constituição de 1988 traz que o processo de acumulação de riquezas no Brasil depende do Setor Privado e, este, por sua vez, depende da atuação do Estado na organização da economia. Dessa forma, as Políticas Públicas somente ocorrerão se houver a reprodução desta relação na atuação do Poder Públicas através das Políticas Públicas. Fonte: Revista Ética e Filosofia Política – Nº 16 – Volume 1 – junho de 2013 57 POLÍTICAS PÚBLICAS DE INCLUSÃO SOCIAL: O PAPEL DAS EMPRESAS. Autores: Alessandra Benedito e Daniel Francisco Nagao Menezes. Disponível em: https://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2009/08/16_1_benedito.pdf. Acesso em: 22 nov. 2021. https://www.ufjf.br/eticaefilosofia/files/2009/08/16_1_benedito.pdf. 40UNIDADE I O Que é Estado 40UNIDADE II Noção do Estado no Brasil MATERIAL COMPLEMENTAR LIVRO Título: Estado, Sociedade Civil e Cidadania no Brasil: Bases para uma Cultura de Direitos Humanos Autor: Enio Waldir da Silva. Editora: UNIJUI. Sinopse: Desde nosso nascimento buscamos conhecimento sobre o mundo ao qual estamos inseridos, precisamos de tudo ao nosso redor, das pessoas, terra, água, ar, energia. Mas sabemos que a apropriação indevida no decorrer da história nos deixou limitados a muitas coisas necessárias. Ou seja, a dominação do outro e da natureza, além de fazer mal uso dos recursos que tanto são relevantes à nossa vida. O que desfaz muito nossas perspectivas futuras. Mas é preciso pensar a política na sociedade, a natureza egocêntrica e solidária do ser humano e o conhecimento que liberta (conhecimento-emancipação) como sendo o conteúdo de uma cultura democrática é uma das contribuições deste livro. FILME/VÍDEO Título: Getúlio Ano: 2013. Sinopse: O filme retrata a intimidade de Getúlio Vargas e de forma atual, como os representantes fazem seus conchavos políticos,defendem seus interesses particulares, fazem do povo uma massa de manobra e como suas ações são sempre em prol de uma minoria. 41 Plano de Estudo: ● Breve Histórico do Conceito de Cidadania; ● Tipos de cidadania; ● Cidadania no Brasil; ● Concepções de cidadania e de democracia: encontros e desencontros. Objetivos da Aprendizagem: ● Conceituar e contextualizar cidadania; ● Compreender os tipos de cidadania e como são conduzidas no Brasil; ● Estabelecer as singularidades de cidadania e democracia. UNIDADE III O Que é Cidadania? Professor Mestre Jorge Alberto de Figueiredo 42UNIDADE III O Que é Cidadania? INTRODUÇÃO Nesta unidade III, o termo mais descrito será cidadania. Parece um assunto repetitivo, ou sem importância, mas pautado em sua singular definição, podemos refletir sobre a grande complexidade que envolve a palavra e consequentemente a ação de um cidadão. Viver em sociedade requer acima de tudo, ações individuais, mas as coletivas precisam ser dinamizadas sempre para o bem comum. O individualismo impera e juntamente com ela a ignorância, amplia o pré- conceito e divide as pessoas em grupos, o respeito nessa premissa é relevante. E o mais perigoso, quando a pessoa se julga inteligente demais para ouvir os outros, mantendo sempre suas ideias como as corretas. Assim compreendemos de forma sucinta sobre o conceito de cidadania historicamente falando, conhecer a história, nos faz entender e refletir melhor, tanto quando nos colocamos no momento de estudo, assim como projetamos o futuro, pois o presente é fruto
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