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Faculdade Multivix: Qualidade em Educação

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BIOMECÂNICA
A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do 
Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais 
em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, 
Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, 
e com a Educação a Distância presente 
em todo estado do Espírito Santo, e com 
polos distribuídos por todo o país. 
Desde 1999 atua no mercado capixaba, 
destacando-se pela oferta de cursos de 
graduação, técnico, pós-graduação e 
extensão, com qualidade nas quatro 
áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, 
Humanas e Saúde, sempre primando 
pela qualidade de seu ensino e pela 
formação de profissionais com consciência 
cidadã para o mercado de trabalho.
Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de 
Instituições de Ensino Superior que 
possuem conceito de excelência junto ao 
Ministério da Educação (MEC). Das 2109 
instituições avaliadas no Brasil, apenas 
15% conquistaram notas 4 e 5, que são 
consideradas conceitos de excelência em 
ensino. Estes resultados acadêmicos 
colocam todas as unidades da Multivix 
entre as melhores do Estado do Espírito 
Santo e entre as 50 melhores do país.
 MISSÃO
Formar profissionais com consciência cidadã para o 
mercado de trabalho, com elevado padrão de quali-
dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança 
e modernidade, visando à satisfação dos clientes e 
colaboradores.
 VISÃO
Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida 
nacionalmente como referência em qualidade 
educacional.
R E I TO R
GRUPO
MULTIVIX
R E I
2
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
3
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte)
Daniel Vicentini de Oliveira
Biomecânica / Vicentini de Oliveira, Daniel - Multivix, 2022
Catalogação: Biblioteca Central Multivix 
 2022 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 
4
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE QUADROS
UNIDADE 3
 Quadro 1 – ADM dos movimentos do completo lombo-pélvico 24
 Quadro 2 – ADM dos movimentos da coluna cervical 25
 Quadro 3 – ADM dos movimentos do ombro 25
 Quadro 4 – ADM dos movimentos do cotovelo e antebraço 26
 Quadro 5 – ADM dos movimentos do punho e mão 26
 Quadro 6 – ADM dos movimentos do quadril 27
 Quadro 7 – ADM dos movimentos do joelho 28
 Quadro 8 – ADM dos movimentos do cotovelo e antebraço 28
5
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
LISTA DE FIGURAS
UNIDADE 1
 Figura 1 – Praticante de exercício físico 12
 Figura 2 – Anatomia e Fisiologia Humana 14
 Figura 3 – Cinesiologia – Análise do movimento humano 15
 Figura 4 – Dinamômetro manual 24
UNIDADE 2
 Figura 1 – Ptolomeu 30
 Figura 2 – Centro de Gravidade 34
UNIDADE 3
 Figura 1 – Osteócito 45
 Figura 2 – Epífise 46
 Figura 3 – Osteoblasto 49
 Figura 4 – Articulação sinovial. 51
UNIDADE 4
 Figura 1 – Tipos de músculos. 64
 Figura 2 – Estrutura do músculo estriado esquelético 68
 Figura 3 – Estrutura microscópica da fibra muscular esquelética 69
UNIDADE 5
 Figura 1 – Músculo trapézio. 79
 Figura 2 – Músculo latíssimo do dorso 80
 Figura 3 – Músculo reto femoral. 85
 Figura 4 – Músculo sartório 90
 Figura 5 – Músculo tensor da fáscia lata 91
 Figura 6 – Músculo tibial anterior 93
6
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
UNIDADE 6
 Figura 1 – Músculo psoas maior 103
 Figura 2 – Agachamento livre 107
 Figura 3 – Piscinas 111
 Figura 4 – Natação 113
7
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
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MULTIVIX EAD
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SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 10
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA BIOMECÂNICA 13
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 13
1.1 ÁREA DE ESTUDO DA BIOMECÂNICA 13
1.2 BIOMECÂNICA DO ESPORTE E DO DIA A DIA 20
2 CINEMÁTICA E CINÉTICA 31
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 31
2.1 CINEMÁTICA 31
2.2 CINÉTICA 37
3 BIOMECÂNICA DO SISTEMA ESQUELÉTICO E ARTICULAR 45
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 45
3.1 BIOMECÂNICA ÓSSEA 45
3.2 BIOMECÂNICA ARTICULAR 52
4 BIOMECÂNICA DO SISTEMA MUSCULAR E AS ALAVANCAS 65
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 65
4.1 BIOMECÂNICA MUSCULAR 65
4.2 ALAVANCAS 75
5 BIOMECÂNICA DAS REGIÕES CORPORAIS 79
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 79
5.1 COLUNA VERTEBRAL, CINTURA ESCAPULAR E CINTURA PÉLVICA 79
5.2 MEMBRO SUPERIOR E MEMBRO INFERIOR 88
6 TÓPICOS ESPECIAIS EM BIOMECÂNICA 99
INTRODUÇÃO DA UNIDADE 99
6.1 BIOMECÂNICA DA MARCHA E DA CORRIDA 99
6.2 BIOMECÂNICA EM MODALIDADES DE EXERCÍCIO FÍSICO 103
1UNIDADE
2UNIDADE
3UNIDADE
4UNIDADE
5UNIDADE
6UNIDADE
9
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
ATENÇÃO 
PARA SABER
SAIBA MAIS
ONDE PESQUISAR
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
GLOSSÁRIO
ATIVIDADES DE
APRENDIZAGEM
CURIOSIDADES
QUESTÕES
ÁUDIOSMÍDIAS
INTEGRADAS
ANOTAÇÕES
EXEMPLOS
CITAÇÕES
DOWNLOADS
ICONOGRAFIA
10
BIOMECÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Nesta disciplina, você terá a oportunidade de estudar a respeito da biome-
cânica, de conhecer os seus princípios, as suas áreas de atuação e os seus 
procedimentos. Isso permitirá a otimização das intervenções profissionais e 
contribuirá na melhora do desempenho do atleta e do praticante de exercício 
físico regular.
O estudo da biomecânica também contribui para que se evitem lesões, so-
bretudo porque ela possibilita a definição de maneiras corretas, com técnicas 
bem desenvolvidas, para a execução dos movimentos e uma postura adequa-
da do treinador no que diz respeito às suas escolhas durante o planejamento 
e às instruções que fornece ao indivíduo.
Na Unidade 1, estudaremos alguns conceitos básicos da biomecânica, assim 
como a aplicação dessa ciência no esporte e nas atividades diárias. Na Uni-
dade 2, o foco será na cinética e cinemática. Na Unidade 3, estudaremos a 
biomecânica óssea e articular. Na Unidade 4, a biomecânica muscular e as 
alavancas de movimento. A biomecânica das regiões corporais, como da co-
luna vertebral, cintura escapular, cintura pélvica e dos membros, será foco de 
estudo da Unidade 5. E, por fim, na Unidade 6, estudaremos tópicos especiais 
em biomecânica, por exemplo, a biomecânica da marcha, da corrida e em 
outras modalidades de exercício físico. 
11
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIOMECÂNICA
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
12
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIOMECÂNICA
> Conhecer as 
áreas de estudo da 
biomecânica.
> Compreender 
a biomecânica 
aplicada ao esporte e 
as atividades de vida 
diária.
13
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIOMECÂNICA
1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA 
BIOMECÂNICA
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Esta unidade abordará informações introdutórias a respeito da biomecânica, 
essa ciência que estuda, principalmente, as forças inseridas sobre o corpo hu-
mano e os movimentos. 
Iniciaremos alguns fundamentos básicos e as subdivisões da biomecânica. 
Sem esse conhecimento, seria difícil compreender os demais assuntos, ok? 
Você verá, por exemplo, que biomecânica e cinesiologia caminham juntas!
Em seguida, veremos sobre as áreas de atuação da biomecânica. Em outras 
palavras, onde essa ciência pode ser aplicada, como no esporte e nas ativida-
des diárias, que, por sinal, é o foco da segunda parte desta unidade! 
Vamos lá?
1.1 ÁREA DE ESTUDO DA BIOMECÂNICA
1.1.1 FUNDAMENTOS E SUBDIVISÕESDA 
BIOMECÂNICA
Caro(a) estudante, a biomecânica do movimento humano é uma das subdivi-
sões da cinesiologia, que significa o estudo do movimento humano. E qual é 
a importância de ambas para a área do treinamento físico?
Por exemplo, na prescrição de exercícios, é importante saber quando e quais 
músculos serão utilizados em cada movimento/exercício. As mudanças no uso 
dos músculos, que ocorrem de acordo com a intensidade ou a característica 
do exercício, são dados que podem comprometer o trabalho do praticante.
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BIOMECÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
FIGURA 1 – PRATICANTE DE EXERCÍCIO FÍSICO
Fonte: Pixabay (2021).
#PraCegoVer: a imagem representa a foto de um homem sem camiseta, realizando 
exercício físico de força no chão.
Por isso, a biomecânica torna-se importante para o entendimento de como 
as articulações funcionam. Com esse conhecimento, os profissionais da área 
do movimento humano podem programar o treinamento e a reabilitação ou, 
até mesmo, determinar a intensidade da atividade.
Por meio da biomecânica, no esporte, por exemplo, busca-se a compreensão 
de habilidades esportivas e a observação e a análise de movimentos durante 
o esporte. No decorrer da execução dos movimentos, o atleta está suscetí-
vel a lesões, sendo necessária uma possível reabilitação para voltar ao treino. 
O profissional deve conhecer os principais métodos de análise biomecânica 
para fazer uma reabilitação adequada do atleta. Além de reabilitar, ele se tor-
na apto a fortalecer os grupos musculares envolvidos na realização de uma 
habilidade esportiva a fim de prevenir futuras lesões musculoesqueléticas.
Para estudar a cinesiologia humana, é necessário entender de biomecânica e do 
funcionamento de músculos e articulações, fator primordial para se obter suces-
so em planos de treinamento e reabilitação. Muitas vezes, não nos dedicamos a 
investigar o papel de cada músculo em determinados movimentos e podemos 
negligenciar algum grupo muscular importante. Isso, porém, é de extrema im-
portância quando se trata de estabilização e de equilíbrio muscular em atletas 
de alta performance, para, por exemplo, evitar lesões e potencializar resultados.
15
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
BIOMECÂNICA
Existem dois distintos campos de estudo na biomecânica: o estudo das forças 
internas e das forças externas, assim como as suas repercussões. Dessa forma, 
conseguimos diferenciar a existência da biomecânica interna e externa. 
A biomecânica interna objetiva determinar as forças internas, assim como as 
consequências que resultam dessas forças. Já a biomecânica externa objetiva 
determinar, quantitativa ou qualitativamente, os parâmetros relacionados às 
mudanças de posição do corpo e lugar, ou seja, às características observáveis 
exteriormente na estrutura do movimento. 
Outra definição da biomecânica é o estudo da estrutura e da função dos sis-
temas biológicos, utilizando os métodos da mecânica. As áreas subsidiárias 
da biomecânica são: a anatomia, a fisiologia e a mecânica.
Anatomia
Ciência que estuda a constituição, as formas e as estruturas dos seres 
vivos. 
Fisiologia
Ciência que estuda o funcionamento de todas as partes do organismo 
vivo e do organismo como um todo.
Mecânica
Ciência que descreve e prediz as condições de repouso ou de 
movimento de corpos sob a ação de forças (HALL, 2020).
Em uma análise da palavra “Biomecânica”, pode-se 
apresentar o termo em duas partes: do prefixo “bio”, 
provindo de biológico, isto é, relativo aos seres vivos, 
e de “mecânica”. Assim, a biomecânica é a aplicação 
dos princípios da mecânica aos seres vivos.
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BIOMECÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
FIGURA 2 – ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA
Fonte: Pixabay (2021).
#PraCegoVer: a imagem representa um desenho de um corpo feminino com transparência 
para os órgãos internos.
A biomecânica é uma ciência interdisciplinar que descreve e analisa o mo-
vimento dos humanos e de animais. Ela utiliza-se de aplicações da área da 
mecânica e leva em consideração as propriedades do sistema biológico. Em 
outras palavras, estuda as forças internas e externas e seus impactos nas es-
truturas do corpo humano. O objetivo da biomecânica é analisar o movimen-
to dos sistemas corporais, considerando as particularidades fisiológicas e ana-
tômicas.
1.1.2 BIOMECÂNICA X CINESIOLOGIA
Você sabe a diferença entre cinesiologia e biomecânica? A cinesiologia ob-
jetiva analisar os movimentos do corpo humano. Já a biomecânica estuda a 
aplicação das leis da mecânica ao sistema locomotor humano. São ciências 
distintas, mas que se complementam.
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MULTIVIX EAD
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BIOMECÂNICA
FIGURA 3 – CINESIOLOGIA – ANÁLISE DO MOVIMENTO HUMANO
Fonte: Wikimedia Commons (2021).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um esqueleto humano e de alguns 
músculos.
Durante o início da década de 1970, a comunidade internacional começou a 
utilizar o termo biomecânica na descrição da ciência dedicada ao estudo dos 
sistemas biológicos por meio de uma perspectiva mecânica. Os profissionais 
desta área utilizam diversos instrumentos da mecânica para estudar os as-
pectos anatômicos e funcionais do corpo humano. A cinemática e a cinética 
são subdivisões do estudo biomecânico. Você estudará melhor sobre elas em 
outras unidades.
Entre os autores que estudam o movimento humano, há divergências quanto
ao uso dos termos “cinesiologia” e “biomecânica”. O primeiro deles pode ser 
empregado de duas formas. Uma delas compreende que a cinesiologia, 
quando utilizada como base científica de estudos sobre o movimento huma-
no, descreve as avaliações psicológicas, anatômicas, fisiológicas e/ou a própria 
mecânica do movimento. Outra maneira de se usar o termo é para se referir a 
uma avaliação específica do movimento humano a partir de suas caracterís-
ticas e sua origem. Uma aula que aborda temas da área de cinesiologia tem 
como base a anatomia funcional ou somente fatores biomecânicos.
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BIOMECÂNICA
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Com o passar dos tempos, o estudo da cinesiologia vem compondo as grades cur-
riculares das universidades, sendo incluída nos planejamentos pedagógicos de 
cursos, como de educação física, ciências do movimento humano e fisioterapia.
De forma geral, esses cursos dão ênfase ao aparelho locomotor, analisando a 
eficácia dos movimentos propriamente ditos, simples ou complexos, e tendo 
como proposta identificar de forma fragmentada as ações musculares em 
cada fase dos movimentos articulares. Por exemplo, o acadêmico analisa, en-
tre as inúmeras situações, o movimento de levantar-se de uma cadeira, iden-
tificando a extensão dos quadris, dos joelhos e a flexão plantar e relaciona 
esses movimentos às ações dos músculos isquiotibiais, quadríceps femoral e 
tríceps sural, respectivamente. 
Quanto à biodinâmica, cabe pontuar que o seu objetivo central é melhorar o 
desempenho nas ações. Entretanto, para além da atenção ao desempenho, 
também é importante melhorar os equipamentos e os métodos de treina-
mento, priorizando-se sempre a prevenção de lesões.
1.1.3 ÁREAS DE ATUAÇÃO DA BIOMECÂNICA 
Os objetivos da biomecânica são: otimizar o rendimento e reduzir a sobrecar-
ga. Já as áreas de aplicação (atuação) envolvem:
• Biomecânica do esporte: análise da técnica do movimento e a construção 
de equipamentos esportivos.
• Clínica e reabilitação.
• Movimento laboral.
• Movimento cotidiano.
• Instrumentação (instrumentos e métodos).
• Biomateriais.
A maior parte das análises em cinesiologia 
apresenta um perfil qualitativo, tendo em vista as 
observações do movimento e a fragmentação tanto 
das habilidades quanto das descrições das ações 
musculares requeridasno movimento em análise.
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MULTIVIX EAD
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BIOMECÂNICA
Os estudos na área de biomecânica são considerados relativamente novos, 
principalmente no que se refere à evolução científica. Entre as áreas acadê-
micas em que a biomecânica se insere, estão zoologia, ortopedia, cardiologia, 
medicina desportiva, engenharia biomédica ou biomecânica, fisioterapia, ci-
nesiologia, anatomia funcional etc. Todas essas áreas têm como interesse co-
mum os fatores biomecânicos estruturais e funcionais dos organismos vivos. 
Cada componente curricular, ou disciplina, que tem como base de investiga-
ção o movimento humano — como a antropometria, a anatomia funcional, a 
neurofisiologia, a fisiologia geral, a bioquímica, a psicologia esportiva, a me-
dicina desportiva, o ensino do movimento aplicado ao esporte, a sociologia, a 
física, a matemática e os processamentos de sinais eletrônicos, bem como a 
biomecânica — deve ser considerado em um contexto multidisciplinar e/ou 
multiprofissional, a fim de que seja possível compreender o movimento de 
forma mais ampla.
O processo pedagógico, nesse caso, deve respeitar a realidade do público-
-alvo, de modo que ela sirva como conhecimento prévio para a assimilação 
do conhecimento novo.
Especificamente na biomecânica, observa-se um grande cuidado com a sua 
utilização como prática pedagógica, sobretudo pelas suas formas de abor-
dagem. A biomecânica não estuda somente o movimento em si e, mesmo 
com foco em, por exemplo, modalidades esportivas, ela se associa com outras 
áreas do conhecimento. 
A biomecânica do movimento humano é uma 
subdivisão da cinesiologia e o movimento humano 
é o objeto de estudo de ambas (HALL, 2020).
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BIOMECÂNICA
MULTIVIX EAD
Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017
A integração entre conceitos e práticas determina a ação e a maneira como 
o trabalho é ou deve ser proposto. Nessa perspectiva, é necessário compre-
ender o que a metodologia tradicional e o treinamento propriamente dito 
destacam no processo de ensino e aprendizagem. Enquanto a biomecânica 
favorece a compreensão da técnica e a sua forma mais adequada de aplica-
ção, as metodologias tradicionais buscam definir o que deve ser ensinado e 
como deve se dar esse ensino no processo educativo. 
Por meio de análises biomecânicas, pode-se melhorar o desempenho no 
esporte, assim como as técnicas dos movimentos e os equipamentos espor-
tivos utilizados, além de ser possível otimizar a prevenção de lesões e proto-
colos de reabilitação.
1.2 BIOMECÂNICA DO ESPORTE E DO DIA A DIA
Agora, estudaremos um pouco a respeito da biomecânica na área do esporte 
e no dia a dia.
1.2.1 BIOMECÂNICA NO ESPORTE
Um treinador, professor ou profissional da saúde, precisa avaliar o movimento 
humano durante as práticas esportivas. Para tal, é preciso conhecer as análi-
ses biomecânicas da técnica do esporte, como a qualitativa ou subjetiva e a 
quantitativa ou objetiva. Essas análises se referem a como as características 
de desempenho são observadas e examinadas.
As associações entre as diversas áreas do 
movimento e os princípios biomecânicos visam 
ao aprimoramento de gestos técnicos de cada 
movimento, etapas de treino, simulação do 
movimento, tecnologias instrumentais de hardware 
ou software, bem como adaptações ambientais. 
Em resumo, tais associações objetivam tanto a 
realização de análises dos movimentos quanto a 
sua aplicação prática.
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BIOMECÂNICA
É importante que o profissional busque conhecimentos referentes à biome-
cânica do esporte, porque a compreensão das habilidades, a observação sis-
temática e a análise biomecânica do movimento permitem que ele propor-
cione uma assistência adequada à necessidade do paciente. Tendo em vista 
essas informações, o profissional tem a capacidade de não só reabilitar os 
atletas, mas também de participar das análises realizadas em laboratórios de 
alta tecnologia, ajudando no desenvolvimento da habilidade para a preven-
ção de lesões decorrentes dos esportes.
Juntamente com outros componentes curriculares, a biomecânica represen-
ta um recurso essencial para embasar tanto um bom planejamento quanto 
a aplicação de um programa de treino. No esporte, por exemplo, saltar mais 
alto ou correr por uma distância maior em menos tempo são feitos que po-
dem resultar em maior pontuação nas competições. E, para alcançar esses 
objetivos, é necessário investir em uma melhor performance de modo a su-
perar limites, finalidades essas que estão em consonância com os princípios 
biomecânicos.
Apesar de a melhora do rendimento no esporte estar associada a fatores ge-
néticos e a aspectos sociais e afetivos, é inquestionável que alcançar um alto 
rendimento esteja sob responsabilidade, em grande parte, do planejamento 
estratégico. Desse modo, é preciso elaborar programas que potencializem as 
capacidades requeridas por cada desporto, bem como utilizar ferramentas 
biomecânicas adequadas para as devidas investigações.
1.2.2 ANÁLISE DO DESEMPENHO ESPORTIVO
No esporte, uma questão essencial (e que, portanto, não deve ser negligen-
ciada) é a capacidade do profissional responsável pelo treinamento de fazer 
análises adequadas em relação à técnica desportiva. Trata-se de um encaixe, 
Outra grande contribuição da biomecânica é a 
possibilidade de se identificarem as características 
mecânicas dos gestos esportivos. A biomecânica 
estabelece uma significativa contribuição para a 
avaliação da influência da técnica de movimento 
no desempenho esportivo.
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BIOMECÂNICA
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em geral, entre análises quantitativas e qualitativas. Em outras palavras, há dois 
tipos de análises biomecânicas, quais sejam: a qualitativa ou subjetiva, as quais 
descrevem as características do desempenho dos atletas por intermédio da 
observação da qualidade do movimento humano; e a quantitativa ou objetiva, 
as quais se referem às variáveis biomecânicas expressas em valores numéricos.
O principal benefício da análise qualitativa é o fornecimento de um amplo 
conhecimento ao treinador, que o utiliza rapidamente para dar feedbacks ou 
instruções imediatas ao atleta. Apesar dessa possibilidade de uso rápido do 
conhecimento pelo treinador, é preciso agir com cautela, de modo a não in-
duzir os atletas ao erro por falta de atenção aos elementos-chave que defi-
nem o desempenho. Portanto, uma análise qualitativa deve ser estruturada e 
aplicada adequadamente.
Esta análise se refere à observação sistemática e à avaliação qualitativa não 
numérica do movimento e tem como objetivo ofertar a intervenção mais 
adequada para melhorar o desempenho do atleta. Para sua eficácia, o pro-
fissional deve entender o esporte praticado e os movimentos realizados. Ela 
determina os pontos positivos e negativos do desempenho esportivo, a fim 
de que sejam diagnosticadas as causas do mau desempenho e, a partir disso, 
são realizadas sugestões e adequações para melhorar a performance.
A análise qualitativa envolve quatro tarefas: 
1. preparação;
2. observação;
3. avaliação ou diagnóstico; e
4. intervenção.
A análise qualitativa é uma forma de observação 
sistemática e subjetiva em torno das características 
do movimento humano. O seu objetivo é intervir 
apropriadamente na melhora do desempenho.
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BIOMECÂNICA
A preparação é a primeira tarefa da análise biomecânica qualitativa e ela é 
feita pelo treinador, é o agrupamento de informações sobre o atleta, o esporte 
e as suas técnicas. Para tê-las, é preciso buscar fontes como experiências de 
atividades anteriores, opinião de especialistas e pesquisas científicas.
Nessa etapa, o profissional precisa ser capaz de diferenciaro que é, ou não, 
importante e efetivo, o correto e o incorreto, o possível e o impossível, bem 
como o seguro e o arriscado em um esporte.
Já a segunda tarefa da análise qualitativa se refere à observação do movimen-
to. A visual é a base primária, mas o analista deve fazer a união de todo tipo 
de informação. Essa análise precisa considerar alguns pontos e ser planejada 
anteriormente, como quem será observado, condições em que ocorre seu de-
sempenho, onde se executa esses movimentos e o que será analisado. Para 
tal, o avaliador deve entender as técnicas esportivas e seus movimentos e usar 
imagens de vídeo e a possibilidade de replay.
Nos planejamentos, o treinador precisa realizar observações de diversos pon-
tos positivos, pois garante a possibilidade de avaliar a consistência do desem-
penho, observando o movimento a partir de vários planos anatômicos. É pre-
ciso determinar se a atividade tem um plano de movimento principal e se a 
maioria dos movimentos de um esporte ocorre no mesmo plano anatômico, 
por exemplo, a corrida, o salto em distância e de ginástica, o arremesso livre e 
o nado de costas são feitos no plano sagital. 
O avaliador precisa, além de pesquisar, analisar as 
características fundamentais do movimento; assim 
como as fases do desenvolvimento motor; suas 
técnicas de observação; as falhas; e as orientações 
mais comuns observadas nos atletas.
O treinador também precisa observar a posição do 
corpo, a duração e a amplitude de movimento do 
corpo e de seus segmentos em fases específicas da 
habilidade, assim como a velocidade e a aceleração 
deles durante as fases essenciais da tarefa.
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A terceira tarefa da análise qualitativa possui dois objetivos: 1º) avaliar os pon-
tos positivos e negativos do desempenho do atleta; 2º) diagnosticar o desem-
penho incorreto para, desta forma, selecionar a intervenção mais adequada. 
É importante que, na avaliação, o profissional considere alguns aspectos, 
como erros na execução dos movimentos em esportes mais arriscados e que 
devem ser minimizados. Para isso, utiliza-se equipamentos para evitar lesões. 
A quarta tarefa da análise qualitativa é a intervenção, que objetiva ajudar o 
atleta a melhorar seu desempenho. Essa tarefa pode ser realizada por meio 
do feedback do treinador, envolvendo funções como reforço, orientação, mo-
tivação e o incentivo para que o atleta realize movimentos corretos das técni-
cas esportivas, principalmente a fim de evitar lesões. 
Já a análise quantitativa mede variáveis biomecânicas que possam, com pre-
cisão, descrever o desempenho. Essas podem ser temporais, cinemáticas 
(deslocamento, posição, aceleração e velocidade) e cinéticas (energia, força, 
trabalho e potência). 
Além do feedback verbal, um outro exemplo seria 
mostrar filmagens ou fotos do desempenho e 
comparar com o correto!
A coleta de dados para análise quantitativa pode 
ser realizada em laboratórios, cujo ambiente deve 
configurar o mais próximo possível o local onde 
o atleta fará as técnicas, para não influenciar no 
seu desempenho. 
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BIOMECÂNICA
Há quatro métodos utilizados pela biomecânica para abordar o movimento 
humano durante a realização da técnica esportiva: cinemetria, dinamometria, 
eletromiografia (EMG) e antropometria
A cinemetria tem como intuito determinar a posição, o deslocamento, a ve-
locidade e a aceleração, enquanto descritores das características cinemáticas 
dos segmentos e do próprio corpo humano. Trata-se de mensurações feitas 
mediante registros de câmeras de vídeo, sistemas optoeletrônicos, acelerô-
metros e eletrogoniômetros.
Cinética
Possui relação com as características do movimento. Avalia o 
movimento a partir de uma perspectiva temporal e espacial sem 
referência com as forças que causam o movimento (HALL, 2020).
Cinemática
Examina as forças que agem sobre um sistema, como o corpo humano 
(HALL, 2020).
A dinamometria objetiva determinar as forças capazes de produzir o movi-
mento. Por se tratar de um recurso mais restrito metodologicamente, a dina-
mometria prioriza mensurar forças de origem externa, principalmente pelo 
uso da plataforma de força, instrumento utilizado para medir a força de rea-
ção do solo, isto é, a força que age sobre o corpo humano durante a fase de 
contato com o solo. Outro exemplo é o dinamômetro manual, como na figura 
abaixo, para avaliar a força de preensão.
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FIGURA 4 – DINAMÔMETRO MANUAL
Fonte: Wikimedia Commons (2018).
#PraCegoVer: na imagem há uma mão segurando um dinamômetro manual de cor cinza.
A eletromiografia investiga e identifica as ações musculares por meio da cap-
tação dos eventos elétricos que acontecem durante a contração dos múscu-
los. Nesse processo, observam-se parâmetros internos que são controlados 
pelo sistema nervoso. 
A antropometria descreve, a partir de técnicas experimentais e/ou analíticas, 
as características físicas dos segmentos corporais. A atuação dessa área de 
investigação é decisiva para determinar características físicas do aparelho lo-
Os sinais eletromiográficos são captados por 
eletrodos de superfície, quando se detectam 
músculos mais próximos da superfície corporal, ou 
com o uso de eletrodos de fio ou agulha, quando 
a investigação envolve estruturas musculares mais 
profundas.
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comotor — como, por exemplo, a massa, o peso, o centro de massa e o centro 
de gravidade —, além de auxiliar na criação de modelos físico-matemáticos 
que podem mimetizar as forças internas por meio da dinâmica inversa.
Os resultados de análises antropométricas são importantes para interpretar o 
movimento humano, assim como para as ações relacionadas ao desenvolvi-
mento de equipamentos que possam auxiliar na execução dos movimentos, 
como mochilas e calçados.
A partir do uso individual ou combinado dos procedimentos discutidos, a bio-
mecânica consegue cumprir o seu principal objetivo, que é analisar o movi-
mento humano.
1.2.3 BIOMECÂNICA NAS ATIVIDADES DA VIDA 
DIÁRIA
A biomecânica é a área da ciência que estuda e faz análises físicas de mo-
vimentos do corpo humano, correto? Estes movimentos são estudados por 
meio de padrões mecânicos e leis em função das específicas características 
do corpo humano, o que inclui conhecimento prévio de anatomia e fisiologia. 
Entre suas contribuições, podemos citar a análise e melhoria da técnica do 
movimento humano, prevenção de lesões, melhora da performance despor-
tiva, entre outras. 
A partir da correta aprendizagem do movimento, haverá um maior controle 
das cargas mecânicas sobre o corpo humano, podendo atuar na prevenção 
de lesões.
As alterações mecânicas, durante a realização das 
atividades da vida diária, ocorrem em vários níveis, 
como nas alterações de velocidade da marcha 
e do sentar-se e levantar-se, nas amplitudes de 
movimento e nas diferentes articulações envolvidas, 
podendo sobrecarregá-las de maneira deletéria. 
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CONCLUSÃO
Chegamos ao final da Unidade 1 de Biomecânica. Podemos perceber que a 
biomecânica é uma área interdisciplinar, com foco na anatomia e fisiologia 
humana, além da mecânica. É uma análise das forças que inserem sobre o 
corpo humano, principalmente quando em movimento.
A biomecânica é importante para as análises em atletas, nas atividades da 
vida diária e/ou em praticantes de exercícios físicos regulares. Portanto, deve 
ser um conhecimento básico dos profissionais do movimento humano.
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UNIDADE 2
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Compreender 
a cinemática e 
sua aplicação na 
Fisioterapia.
> Compreender 
a cinética e sua 
aplicação na 
Fisioterapia.
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2 CINEMÁTICA E CINÉTICA
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Estudar o movimento humano é uma prática antiga. Porém, foi a partir do 
século XX que houve um desenvolvimento acerca das abordagens e formas 
de análise de cada atividade locomotora. 
Durante o início da década de 1970, a comunidade internacional adotou o ter-
mo biomecânica para descrever a ciência dedicada ao estudo dos sistemas 
biológicos de uma perspectiva mecânica. Os biomecânicos utilizam os instru-
mentos da mecânica para estudar os aspectos anatômicos e funcionais dos 
organismos vivos. Cinemática e cinética são subdivisões adicionais do estudo 
biomecânico. Você estudará sobre elas nesta disciplina.
2.1 CINEMÁTICA
2.1.1 HISTÓRICO E CONCEITOS 
RELACIONADOS À CINEMÁTICA
No século II, Ptolomeu (Figura 1), um astrônomo, afirmava que, caso a terra 
possuísse movimento de rotação diariamente para realizar o seu circuito, a 
sua velocidade necessitava ser grande e, devido a isso, os objetos sobre ela 
eram para ser arremessados, a menos que estes mantivessem, por meio de 
uma força muito grande, ligação com o planeta. Devido a esse conceito de 
Ptolomeu, Galileu, Copérnico e Kepler criaram algumas leis que descreviam a 
circular trajetória dos planetas ao redor do Sol e que, por isso, harmonizavam 
os períodos de revolução desses planetas com suas distâncias do Sol.
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FIGURA 1 – PTOLOMEU
Fonte: Wikimedia Commons (2021).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de Ptolomeu com uma bata azul. Ele está 
segurando um objeto na mão, que representa a Terra.
Já Isaac Newton, em 1687, propôs a existência de uma força de atração entre 
dois corpos no universo: a conhecida Lei da gravidade. Alexander Pope perce-
beu a relevância da obra de Newton e escreveu: “A natureza e as leis da natu-
reza ocultavam-se nas trevas. Deus disse: ‘Que Newton se faça’ e fez-se a luz”.
Caro(a) aluno(a), assista a este vídeo sobre Cinemática. 
A partir dele, você terá um conhecimento básico 
e inicial sobre o tema. Link: https://www.youtube.
com/watch?v=vAgN3U36obA.
https://www.youtube.com/watch?v=vAgN3U36obA
https://www.youtube.com/watch?v=vAgN3U36obA
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A partir daí, e de outros fatos históricos, se desenvolveu a cinemática, uma 
subdivisão do estudo da biomecânica, e envolve tudo o que é capaz de ser 
visto em um corpo em movimento (HALL, 2020). É a área da mecânica que 
objetiva descrever o movimento, determinando a velocidade, a posição e a 
aceleração de um corpo em cada momento. 
As variações cinemáticas para um determinado movimento incluem:
• O tipo de movimento que está ocorrendo.
• O local do movimento.
• A magnitude do movimento.
• A direção do movimento.
Quando dizemos que um corpo está em movimento, devemos explicitar em 
relação a que outro corpo, sua posição se altera à medida que o tempo pas-
sa. Caro(a) estudante, imagine um táxi que se aproxima de uma região onde 
alguns passageiros aguardam sentados. Em relação a esta região, o táxi está 
em movimento e os passageiros estão em repouso. Já em relação ao táxi, tan-
to o local dos passageiros quanto os passageiros estão em movimento. Dessa 
forma, o conceito de movimento é considerado relativo, já que depende do 
corpo de referência adotado. 
Trajetória é outro conceito que depende do referencial adotado. A trajetória 
de um corpo compreende o caminho que ele percorreu durante vários ins-
tantes de tempo, ao longo de seu movimento. 
Outro termo importante é o deslocamento. É uma grandeza vetorial e pode 
ser definido como a variação de posição de um corpo em um específico inter-
valo de tempo. Podemos obter o vetor deslocamento por meio da diferença 
entre as posições final e inicial. 
Caro(a) estudante, para facilitar seu estudo sobre 
movimento, repouso e trajetória, sugerimos assistir 
a videoaula da Genius, no link: https://www.youtube.
com/watch?v=bi86esjeAA4.
https://www.youtube.com/watch?v=bi86esjeAA4
https://www.youtube.com/watch?v=bi86esjeAA4
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Ao longo de seu movimento, a distância percorrida por um corpo é a medida 
da linha de trajetória do corpo (HALL, 2020). É considera uma grandeza es-
calar, que só pode ter valores positivos ou nulos. O metro (m) é a unidade de 
medida da distância percorrida. 
A velocidade média informa a velocidade com que o corpo se desloca entre 
duas posições. Já velocidade instantânea é similar à de velocidade média. 
Nela, o intervalo de tempo diminui a um instante de tempo. Dessa forma, a 
velocidade média torna-se a velocidade naquele instante.
A aceleração média corresponde a quanto a velocidade de um corpo pode 
variar no correspondente intervalo de tempo. O conceito de aceleração ins-
tantânea, ou simplesmente aceleração, é definido similarmente à aceleração 
média. Aqui, a aceleração média torna-se a aceleração naquele instante.
2.1.2 FORMAS DE MOVIMENTO
O movimento geral se refere à maior parte do movimento humano, ou seja, a 
combinação dos componentes dos movimentos angular e linear. 
O movimento linear puro, ou de translação, compreende um movimento uni-
forme, em que todas as partes do corpo se movimentam na mesma direção 
e velocidade. 
Complicou um pouco? Assista o vídeo do professor 
Marcos Aba, sobre velocidade média, no link: https://
www.youtube.com/watch?v=Prc3BbuaOR4.
O movimento linear acontece quando qualquer 
ponto presente no corpo movimenta-se ao mesmo 
tempo, percorrendo a mesma distância e na 
mesma direção. 
https://www.youtube.com/watch?v=Prc3BbuaOR4
https://www.youtube.com/watch?v=Prc3BbuaOR4
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O movimento linear é considerado, também, como um movimento ao longo 
de uma linha. Se a linha é curva, o movimento é curvilíneo. Se a linha é reta, o 
movimento é retilíneo. 
Os eixos dos Sistemas de Referência Global (SRG) G são ortogonais, ou seja, 
formam um ângulo reto entre eles, e a convenção adotada neste material é 
a proposta da sociedade internacional de biomecânica (International Society 
of Biomechanics – ISB), no qual temos:
X
Eixo anteroposterior com valores positivos para a direção do 
movimento.
Y
Eixo vertical com valores positivos para cima.
Z
Eixo médio-lateral com valores positivos para a direita.
O Centro de Massa (CM) é considerado o ponto onde está localizada a média 
das massas de um corpo. Em outras palavras, é o local onde as massas do cor-
po estão igualmente distribuídas em todas as direções. Já o Centro de Gravi-
dade (CG) é o ponto no qual a força da gravidade está concentrada. 
De forma geral, movimento humano de um corpo é 
descrito com relação a um sistema de referência de 
inércia denominado Sistema de Referência Global. 
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FIGURA 2 – CENTRO DE GRAVIDADE
Fonte: Wikimedia Commons (2012).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um homem andando. Há destaque para 
o seu centro de gravidade (ou centro de massa).
Na posição anatômica, em ortostatismo, o CM está localizado anterior à se-
gunda vértebra sacral, aproximadamente. Porém, esse ponto pode mudar de 
posição de acordo com o movimento da pessoa.
Movimento angular é a rotação de uma linha centralimaginária, o eixo de 
rotação. Esse eixo é perpendicularmente orientado ao plano em que ocorre a 
rotação. 
2.1.3 TERMINOLOGIA PADRONIZADA DE 
REFERÊNCIA E DO MOVIMENTO ARTICULAR
Caro(a) aluno(a), devemos definir o sistema mecânico de maior interesse an-
tes de determinar a natureza de um movimento. Na maioria das vezes, todo 
o corpo é escolhido como o sistema a ser analisado. Porém, o sistema pode 
ser definido como a perna direita ou, talvez, até mesmo como um peso sendo 
projetada pelo braço esquerdo. 
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Quando é executado um lançamento (arremesso) com a mão levantada aci-
ma da altura do ombro (90º), o corpo como um todo exibirá um movimento 
geral. O movimento do braço que realiza o lançamento é angular. Já o movi-
mento da bola lançada é linear. 
2.2 CINÉTICA
2.2.1 CONCEITO RELACIONADOS À CINÉTICA
Compreender os conceitos de massa, inércia, volume, peso, pressão, peso es-
pecífico, densidade, torque e impulso irá proporcionar um alicerce bastante 
útil para o entendimento dos efeitos das forças.
Na prática, inércia significa resistência à ação ou à mudança. De maneira 
semelhante, a definição mecânica é de resistência à aceleração. Inércia é a 
tendência de um corpo manter seu estado atual de movimento, seja parado 
ou movimentando-se com velocidade constante. Por exemplo, uma barra de 
150kg sobre o solo tende a permanecer imóvel. O patinador que desliza sobre 
uma superfície lisa de gelo tende a ficar deslizando, seguindo uma linha reta 
em velocidade constante (HALL, 2020).
Inércia
Não possui unidades de mensuração. A quantidade de inércia que um 
corpo possui é diretamente proporcional à sua massa (HALL, 2020). 
Define-se massa (m) como a quantidade de matéria que compõe um corpo. 
A unidade de medida de massa no sistema métrico é o quilograma (kg). 
A força pode ser caracterizada como uma ação exercida por um objeto so-
bre outro, sendo esse conceito usado para descrever aquelas encontradas no 
movimento humano. As forças externas são aquelas que agem no corpo ou 
segmento, originadas de fontes fora do corpo. Um dos exemplos é a própria 
gravidade que constantemente age no corpo. As forças internas são forças 
que neutralizam as forças internas, pois estas podem danificar a integridade 
ou estabilidade da articulação.
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Cada força é caracterizada por sua direção, magnitude e ponto de aplicação 
em determinado corpo. Atrito, peso corporal e resistência da água ou do ar 
são consideradas forças que atuam sobre o corpo humano. A ação da força 
acarretará a aceleração da massa de um corpo.
F é o símbolo convencional para força. As unidades de força são unidades de 
massa multiplicadas por unidade de aceleração. No sistema métrico, a unida-
de de força mais comum é o Newton (N), que é definido como o produto de 1 
kg de massa por 1 m/s² de aceleração.
Os vetores de força são representados por um traço que apresenta as seguin-
tes características: (1) apresenta uma base no local onde a força está agindo, o 
ponto de aplicação; (2) possui um comprimento que representa a magnitude 
da força que está sendo aplicada; e (3) tem um corpo e uma seta na direção 
que ela está sendo aplicada, que é a linha de ação.
Várias forças simultaneamente atuam na maioria das situações do dia a dia 
do ser humano. Construir um diagrama de corpo livre constitui a primeira 
etapa para analisarmos os defeitos das forças sobre um corpo ou um sistema 
de interesse. 
Um corpo livre é qualquer corpo, objeto ou parte do corpo que está sendo 
focalizado para análise. O diagrama de corpo livre compreende um esboço 
do sistema que está sendo analisado e das representações vetoriais das for-
ças atuantes.
É rara a ação isolada de uma força, portanto, é necessário reconhecer que o 
efeito global de forças agindo sobre um sistema constitui uma função da for-
ça efetiva, que é a soma de vetores de todas as forças presentes. 
A unidade de força mais comum é a libra (lb), no 
sistema inglês. 
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A gravidade é a força de atração que a massa da Terra exerce sobre os objetos, 
sendo seu ponto de aplicação considerado como centro de gravidade do ob-
jeto. O CG, também conhecido como CM, é o ponto ao redor do qual a massa 
corporal está igualmente equilibrada, independendo de como o objeto está 
posicionado. Já falamos sobre eles anteriormente.
Definimos peso como a quantidade de força gravitacional exercida sobre um 
corpo. É uma modificação da definição geral de força, ou seja, peso (p) igual à 
massa (m) multiplicada pela aceleração da gravidade (ag).
O peso é uma força. As unidades de peso são unidades de força – N ou lb. 
Quando a massa de um corpo aumenta, há também aumento do peso pro-
porcionalmente. 
Sendo força, o peso também se caracteriza por direção, magnitude e ponto 
de aplicação. A direção na qual o peso atua será sempre o centro da Terra. O 
ponto no qual se admite que o peso atua sobre um corpo, constitui o centro 
de gravidade desse corpo, que é o ponto onde foi mostrado que o vetor de 
peso atua nos diagramas de corpo livre.
Apesar de os pesos dos corpos serem relatados em quilogramas, o quilogra-
ma é uma unidade de massa. Os pesos devem ser identificados em Newtons 
e as massas, em quilogramas.
Quando as forças presentes em um corpo são 
equilibradas ou neutralizadas mutuamente, a força 
efetiva é zero e, dessa forma, o corpo permanece 
em seu estado original de movimento.
Na lua ou em outro planeta com aceleração 
gravitacional diferente, o peso de um corpo seria 
diferente, embora sua massa possa continuar 
sendo a mesma. Lembre-se dos astronautas.
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Pressão (P) é definida como força (F) distribuída por determinada área (A). As 
unidades de pressão são unidades de força divididas por unidades de área. As 
unidades comuns de pressão no sistema métrico são N por centímetro qua-
drado (N/cm²) e Pascal (Pa) (HALL, 2020).
Consideramos o volume de um corpo como a quantidade de espaço que ele 
ocupa. Quando o espaço possui três dimensões (profundidade, largura e al-
tura), uma unidade de volume é uma unidade de comprimento multiplicada 
por uma unidade de comprimento. Na matemática, é uma unidade de com-
primento elevada ao cubo ou unidade de comprimento elevada à potência 
exponencial de três.
A densidade é definida como massa por unidade de volume. Combina a mas-
sa de um corpo com o seu volume. O símbolo para densidade é a letra minús-
cula grega rô (p) (Densidade (p) = massa / volume).
As unidades de densidade são unidades de massa divididas por unidades de 
volume. No sistema métrico, uma unidade comum de densidade é o quilo-
grama por metro cúbico (kg/m³). No sistema inglês de medidas, as unidades 
de densidade não costumam ser usadas. Em seu lugar, são empregadas as 
unidades de peso específico (densidade de peso).
Podemos definir peso específico como peso por unidade. O peso é propor-
cional à massa; já o peso específico é proporcional à densidade. As unidades 
de peso específico são unidades de peso divididas por unidades de volume. 
Torque ou momento da força é o efeito rotatório criado por uma força excên-
trica. Pode ser considerado como uma força rotatória e é o equivalente angu-
lar de força linear. É o resultado da força (F) e da distância (d) perpendicular 
que vai desde a linha de ação da força ao seu eixo de rotação.
A unidade métrica para peso específico é o Newton 
por metro cúbico (N/m³), enquanto o sistema inglês 
utiliza libra por pé cúbico (lb/m³).
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Quando uma força é aplicada a um corpo,o movimento que resulta do corpo 
dependerá da magnitude da força aplicada e da duração de sua aplicação. 
Conhecemos o produto da força pelo tempo como impulso.
Uma grande mudança no estado do movimento de um objeto pode resul-
tar de uma pequena força atuando por um período de tempo relativamente 
longo ou de uma grande força atuando por um período relativamente curto. 
2.2.2 CARGAS MECÂNICAS AGINDO SOBRE O 
CORPO HUMANO
Força compressiva, também denominada de força de compressão, pode ser 
interpretada como força de esmagamento. O peso corporal age como uma 
força compressiva sobre os ossos. Quando o tronco está ereto, cada vértebra 
da coluna terá que sustentar o peso da porção do corpo acima dela.
Força tensiva (ou força de tração) cria tensão no corpo sobre o qual é aplica-
da. Uma terceira categoria de força é denominada cisalhamento. A força de 
cisalhamento, também chamada de deslizamento, atua paralela ou tangen-
cialmente a uma superfície; enquanto as forças compressiva e tensiva atuam 
ao longo do eixo longitudinal de um osso ou de outro corpo sobre o qual são 
aplicadas.
Um outro fator que afeta o resultado da ação das forças sobre o corpo hu-
mano é a maneira pela qual a força se distribui. O estresse é a distribuição da 
força resultante dentro de um corpo quando está agindo uma força externa. 
Estresse compressivo, estresse tensivo e estresse de cisalhamento irão indicar 
a direção do estresse efetivo. O estresse compressivo na região lombar de-
veria ser, logicamente, maior, já que as vértebras lombares sustentam maior 
peso corporal se comparadas às torácicas, principalmente quando uma pes-
Determinada força agindo sobre uma pequena 
superfície produz maior estresse que a mesma 
força agindo sobre uma superfície maior.
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soa se encontra em pé. Porém, a quantidade de estresse não é diretamente 
proporcional à quantidade de peso suportado pelas vértebras, afinal, as áreas 
de superfície responsáveis pela sustentação das cargas nas vértebras lomba-
res são maiores do que as torácicas. 
A torção ocorre quando uma estrutura se enrosca ao redor de seu eixo longi-
tudinal. Ela geralmente ocorre quando uma de suas extremidades está fixa. 
A presença de mais de uma força de carga é conhecida como carga com-
binada. Como o corpo humano é submetido a inúmeras forças que atuam 
simultaneamente durante as atividades diárias, esse é o tipo mais comum de 
carga suportada pelo corpo humano.
Existem diversos fatores que explicam a ocorrência, ou não, de uma lesão no 
corpo. Entre estes fatores, podemos citar a direção da força, a magnitude da 
força e a área sobre a qual a força se distribui. Porém, são importantes as pro-
priedades materiais dos tecidos corporais que suportam as cargas.
O disco intervertebral L5-S1 (na extremidade 
inferior da coluna lombar) é o local mais comum 
de herniações discais, apesar de outros fatores 
também desempenharem algum papel.
Quando uma força atua sobre um objeto, ocorrem 
dois efeitos potenciais. O primeiro é a aceleração e o 
segundo é a deformação, ou mudança no formato. 
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Uma lesão pode resultar também da ação repetida de forças relativamente 
pequenas. Por exemplo, cada vez que o pé toca o solo durante uma corrida, é 
sustentada uma força de aproximadamente duas a três vezes o peso corpo-
ral. Embora não seja provável que uma única força dessa magnitude venha a 
resultar fratura de um osso sadio, numerosas repetições dessa força podem 
causar a fratura de um osso igualmente sadio em algum local na extremi-
dade inferior. Quando uma carga repetida ou crônica age durante um certo 
período e tempo produz uma lesão, esta é denominada lesão crônica ou lesão 
por estresse, e o mecanismo causal recebe o nome de microtrauma.
CONCLUSÃO
Chegamos ao final da Unidade 2 de Biomecânica. Podemos perceber o quão 
complexo, porém necessário, é a cinética e a cinemática. É a base de estudo 
da biomecânica e, consequentemente, da cinesiologia.
Quando uma carga interna suficiente para causar 
lesão age sobre os tecidos do corpo, denominamos 
de lesão aguda. Já a força que causou a lesão, 
denominamos de macrotrauma. 
UNIDADE 3
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
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> Conhecer a 
biomecânica dos 
ossos.
> Compreender a 
biomecânica das 
articulações.
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3 BIOMECÂNICA DO SISTEMA 
ESQUELÉTICO E ARTICULAR
INTRODUÇÃO DA UNIDADE
Boas-vindas à terceira unidade da disciplina de biomecânica. Nela, estudare-
mos a respeito da biomecânica dos ossos e das articulações, ou seja, do siste-
ma esquelético e articular.
Iniciaremos estudando a composição e estrutura do tecido ósseo, além do 
crescimento e desenvolvimento dos ossos e como essas estruturas respon-
dem ao estresse, como, por exemplo, ao movimento humano. Em seguida, 
estudaremos sobre a arquitetura, a estabilidade e a flexibilidade articular. 
3.1 BIOMECÂNICA ÓSSEA
3.1.1 COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA DO TECIDO 
ÓSSEO
O tecido ósseo é o constituinte principal do esqueleto, serve de suporte para 
as partes moles e protege órgãos vitais, como os contidos nas caixas crania-
nas e torácica e no canal raquidiano. Aloja e protege a medula óssea, forma-
dora das células do sangue. Proporciona apoio aos músculos esqueléticos, 
transformando suas contrações em movimentos úteis e constitui um sistema 
de alavancas que amplia as forças geradas na contração muscular. 
Além dessas funções, os ossos funcionam como depósito de cálcio, fosfa-
to e outros íons, armazenando-os ou liberando-os de maneira controlada, 
para manter constante a concentração desses importantes íons nos líqui-
dos corporais.
Este tecido é um tipo especializado do tecido conjuntivo formado por célu-
las e material extracelular calcificado, chamado de matriz óssea. As células 
da matriz são: 
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Osteócitos
Que se situam em cavidades ou lacunas no interior da matriz.
Osteoblastos
Produtores da parte orgânica da matriz.
Osteoclastos
Células gigantes, móveis e multinucleadas que reabsorvem o tecido 
ósseo, participando dos processos de remodelação óssea.
A nutrição dos osteócitos depende de canalículos que existem na matriz. Es-
ses canalículos possibilitam as trocas de moléculas e íons entre os capilares 
sanguíneos e os osteócitos. Todos os ossos são recobertos, tanto na superfície 
interna como na externa, por camadas de tecido contendo células osteogê-
nicas – endósteo nas superfícies internas e periósteo nas superfícies externas.
As células ósseas serão melhores abordadas a seguir:
Osteócitos
Células encontradas no interior da matriz óssea. São células achatadas, 
com forma de amêndoas, essenciais para a manutenção da matriz 
óssea. Sua morte é seguida por reabsorção da matriz óssea.
Osteoblastos
Células que sintetizam a parte orgânica (colágeno tipo I, 
proteoglicanas e glicoproteínas) da matriz óssea. Estas células são 
capazes de concentrar fosfato de cálcio, participando da mineralização 
da matriz. Uma vez aprisionado pela matriz recém-sintetizada, o 
osteoblasto passa a ser chamado de osteócito. 
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Osteoclastos
Células móveis, gigantes. A atividade dos osteoclastos é coordenada 
por citocinas e por hormônios como calcitonina, um hormônio 
produzido pela glândula tireóide, e paratormônio, secretado pelas 
glândulas paratireoides.
Veja, na figura abaixo, um osteócito.
FIGURA 1 – OSTEÓCITO
Fonte: Wikimedia Commons (2019).#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um osteócito na cor rosa.
Vejamos agora sobre a matriz óssea. A parte inorgânica representa cerca de 
50% do peso da matriz óssea. Os íons mais encontrados são o fosfato e o cál-
cio. Há também bicarbonato, magnésio, potássio, sódio e citrato em peque-
nas quantidades. A parte orgânica da matriz é formada por fibras colágenas 
(95%), constituídas de colágeno do tipo I e por pequena quantidade de prote-
oglicanas e glicoproteínas.
3.1.2 CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO 
DOS OSSOS
O crescimento dos ossos começa precocemente no desenvolvimento fetal, 
com o osso vivo modificando continuamente sua composição e estrutura du-
rante a vida. Muitas dessas mudanças representam o crescimento e a matu-
ração normais do osso.
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O crescimento longitudinal de um osso ocorre ao nível das epífises ou placas 
epifisárias. As epífises são discos cartilaginosos encontrados próximo das ex-
tremidades dos ossos longos. O lado diafisário (central) de cada epífise produz 
continuamente novas células ósseas. Durante ou logo após a adolescência, a 
placa desaparece e ocorre a fusão do osso, encerrando o crescimento longi-
tudinal. A maioria das epífises se fecha por volta dos 18 anos, porém algumas 
podem continuar. Veja, na figura abaixo, uma epífise no primeiro metatarso 
de uma criança de 11 anos.
FIGURA 2 – EPÍFISE
Fonte: Wikimedia Commons (2017).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um raio-x dos ossos do pé direito de uma 
criança de 11 anos. Há destaque para a epífise do primeiro dedo.
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Durante a maior parte da vida, os ossos longos crescem em diâmetro, mas é 
na fase adulta que o crescimento ósseo ocorre de forma mais rápida. O peri-
ósteo, internamente, produz concêntricas camadas de um tecido ósseo novo. 
Isso ocorre por cima das camadas já existentes. Concomitantemente, o osso é 
reabsorvido ou até mesmo eliminado ao redor da circunferência da cavidade 
medular. Isso é responsável pelo contínuo aumento do diâmetro da cavidade. 
Os estresses de inclinação e de torção que atuam sobre os ossos continuam 
sendo constantes.
Com o passar do tempo, ocorre perda progressiva de colágeno e aumento na 
fragilidade dos ossos com o envelhecimento. Assim sendo, os ossos das crian-
ças são mais flexíveis que os ossos dos adultos e idosos. 
O mineral ósseo se acumula normalmente durante toda a segunda infância e 
a adolescência, alcançando um pico por volta dos 25 aos 28 anos nas mulhe-
res e por volta dos 30 aos 35 anos em homens. Depois desse pico, os pesqui-
sadores discordam quanto ao período de tempo durante o qual a densidade 
óssea se mantém constante. Entretanto, um declínio progressivo relaciona-
do à idade na densidade óssea e na resistência dos ossos tanto em homens 
quanto em mulheres pode começar já no início da terceira década. Isso envol-
ve uma diminuição progressiva nas propriedades mecânicas e na resistência 
geral do osso, com aumento da perda de substância óssea e da porosidade. 
Essas alterações são, porém, muito mais pronunciadas em mulheres do que 
em homens. Nas mulheres, observa-se diminuição notável tanto no volume 
quanto na densidade do osso cortical e redução na densidade do osso trabe-
cular com o envelhecimento. 
O osso trabecular é particularmente afetado, 
com desconexão e desintegração progressivas 
das trabéculas, o que compromete a integridade 
da estrutura dos ossos e reduz acentuadamente 
a resistência.
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3.1.3 RESPOSTA DOS OSSOS AO ESTRESSE
Outras mudanças que ocorrem no osso vivo, durante a vida inteira, não estão 
relacionadas ao crescimento e desenvolvimento normais. O osso responde 
dinamicamente à presença ou ausência de diferentes forças com mudanças 
no tamanho, no formato e na densidade.
As densidades e, em grau muito menor, os formatos e os tamanhos dos ossos 
de determinado ser humano constituem uma função da magnitude e da di-
reção dos estresses mecânicos que atuam sobre os ossos. As cargas mecâni-
cas acarretam deformação ou compressão dos ossos, com as cargas maiores 
produzindo níveis mais altos de compressão. 
Quando a compressão ultrapassa um limiar de modelagem, ocorre o proces-
so de remodelagem óssea, com aumento na massa e na densidade dos ossos. 
Quando as magnitudes da compressão permanecem abaixo de um menor 
limiar de remodelagem, ocorre a remodelagem óssea, com remoção de osso 
próximo da cavidade medular. 
Aproximadamente 0,5 a 1.0% da massa óssea 
é perdida a cada ano, até que as mulheres 
alcancem cerca de 50 anos ou a menopausa. Após 
a menopausa, parece haver uma maior taxa de 
perda óssea, com valores de até 6,5% por ano tendo 
sido relatada durante os primeiros cinco a oito anos. 
Apesar de ocorrerem alterações semelhantes nos 
homens, estas não se tornam significativas antes de 
ser alcançada idade mais avançada. As mulheres, 
em todas as idades, costumam ter ossos menores 
e menos área de osso cortical do que os homens.
A remodelagem pode ocorrer seja por uma 
modalidade de conservação, sem qualquer 
mudança na massa óssea, seja por uma modalidade 
de desuso, com perda efetiva de massa óssea 
caracterizada por cavidade medular aumentada e 
cortical adelgaçada.
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O osso é um tecido bastante dinâmico, com os processos de modelagem e 
remodelagem agindo continuamente no sentido de aumentar, diminuir ou 
modificar o formato do osso.
Os osteócitos (lembra-se deles?) controlam o processo de modelagem e re-
modelagem óssea. Dizemos que eles realizam a manutenção deste proces-
so. Como resposta aos níveis detectados de compressão, essas células irão 
desencadear ações de osteoblastos e osteclastos, as células que formam e 
reabsorvem o osso, respectivamente.
Um predomínio da atividade osteoblástica produz modelagem óssea, com 
aumento efetivo da massa óssea. A remodelagem óssea envolve equilíbrio da 
ação dos osteoblastos e osteoclastos ou predomínio da atividade osteoclásti-
ca, com manutenção ou perda associada da massa óssea. 
FIGURA 3 – OSTEOBLASTO
Fonte: Wikimedia Commons (2019).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de um osteoblasto.
Aproximadamente, 25% do osso trabecular do corpo são remodelados a cada 
ano por meio desse processo. As compressões resultam de uma atividade 
como caminhada, podem ser suficientes para provocar renovação (turnover) 
do osso e formação de osso novo.
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Dessa forma, a resistência e mineralização dos ossos, em crianças e também 
em adultos, constituem uma função dos estresses produtores de compres-
sões sobre o esqueleto humano. O peso do corpo é o que proporciona o es-
tresse mecânico mais constante para os ossos. Sendo assim, a densidade ós-
sea mantém-se “paralela” com o peso corporal.
O nível de atividade física de determinada pessoa, a dieta, o estilo de vida e a 
genética influenciam também na densidade óssea. Fatores como força mus-
cular, massa corporal magra e prática regular de exercícios que demandem 
sustentação do peso corporal exercem influências mais significativas sobre a 
densidade óssea que o peso e a altura.
3.2 BIOMECÂNICA ARTICULAR
3.2.1 ARQUITETURA ARTICULAR
Caro(a) estudante, neste tópico, você irá estudar sobre a morfologia das arti-
culações, para, posteriormente, entender suas funções. 
Sabe-se que o esqueleto é constituído pelos ossos, os quais se unem por 
meio das articulações que tornam possível a mobilidade dessas estruturas. 
Podendo ser mais ou menos móveis de acordo com o tipo de união, há partes 
ósseas unidas apenas por uma zona detecido fibroso que permitem pouco 
ou nenhum movimento, e há partes ósseas em contato, onde suas formas 
permitem ajustar-se e mover-se uma sobre a outra. Assim, uma articulação 
anatômica é formada quando duas superfícies articulares ósseas, revestidas 
por cartilagem hialina, têm contato e movimentam-se entre si. Com isso, os 
movimentos existentes em cada articulação são determinados pelo formato 
de suas superfícies articulares.
Hipertrofia óssea significa o aumento da massa 
óssea que resulta de certa predominância da 
atividade osteoblástica, enquanto a atrofia óssea é a 
redução na massa óssea que resulta do predomínio 
da atividade osteoclástica.
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Para classificá-las de acordo com suas características estruturais e funcionais, 
deve-se saber se os ossos estão conectados por tecido conjuntivo fibroso ou 
cartilagem, se articulam-se entre si dentro de uma cápsula articular e quais 
são os graus de mobilidade, variando de móvel, pouco móvel ou imóvel. Dessa 
forma, podem ser classificadas em três grandes grupos: 
• Fibrosas.
• Cartilaginosas.
• Sinoviais.
Diferentemente de todos os outros tipos de articulações, as articulações sino-
viais possuem cavidade articular e não se unem por tecidos conjuntivo fibro-
so ou cartilagem. Essa característica promove mobilidade, pois possibilita o 
deslizamento de uma superfície óssea contra a outra, uma vez que o meio de 
união entre os ossos nesse tipo de articulação é dado pela cápsula articular 
preenchida por líquido sinovial. Dessa forma, sua estrutura é formada por ca-
vidade articular (recoberta pela cartilagem articular), cápsula articular e pelo 
líquido sinovial, os quais criam um espaço virtual que permite o deslizamento 
das partes ósseas com o mínimo de atrito. Há também a membrana sinovial.
FIGURA 4 – ARTICULAÇÃO SINOVIAL.
Fonte: Wikimedia Commons (2018).
#PraCegoVer: a imagem representa o desenho de uma articulação sinovial.
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A cavidade articular dos ossos é recoberta pela cartilagem articular, uma fina 
camada de cartilagem hialina que promove proteção ao osso subjacente 
quando um movimento é realizado. Trata-se de um tecido não vascularizado 
e inervado, sendo nutrido pelo líquido sinovial. 
A cápsula articular é dita como sendo um manguito fibroso, pois se trata de 
uma membrana conjuntiva que envolve toda a articulação sinovial, sendo 
reforçada onde os movimentos devem ser impedidos e frouxa e pregueada 
no sentido dos movimentos permitidos. Além disso, apresenta os ligamentos 
capsulares que conferem maior estabilidade e união às superfícies ósseas.
De acordo com as formas das superfícies articulares, as articulações sinoviais 
podem ser divididas como:
Esferoidal
Tipo bola e encaixe, proporciona movimentos ao redor de vários eixos.
Gínglimo ou dobradiça
O movimento ocorre em um único eixo e normalmente possuem 
ligamentos colaterais resistentes.
Plana
Ocorrem apenas movimento de deslizamento.
O líquido sinovial fornece lubrificação para reduzir 
o atrito entre os ossos e nutre a cartilagem articular. 
Isso é possível devido à membrana sinovial secretar a 
sinóvia, o líquido que preenche a cavidade articular.
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Elipsoidal
Formada por uma superfície convexa oval com uma superfície 
côncava. O movimento ocorre ao redor dos dois eixos.
Selar ou em sela
Cada superfície possui uma forma de sela, ou seja, côncava em uma 
direção e convexa em outra. O movimento é possível ao redor de dois 
eixos.
Bicondilar
Formada por uma superfície que possui dois côndilos convexos, 
unindo a outra com duas regiões côncavas, os movimentos ocorrem 
em um único eixo.
Tricóide ou em pivô
É formada por um pivô ósseo circundado por um anel 
osteoligamentar, apenas a rotação pode ocorrer.
Assim como a cápsula articular, os ligamentos têm o papel mecânico de 
manter a união dos ossos, impedindo movimentos indesejáveis e limitan-
do a amplitude dos movimentos ao que é considerado normal. Trata-se de 
uma banda de tecido fibroso que une os ossos adjacentes e pode ser um 
espessamento da cápsula, ser interno a ela ou externo. Seu papel é passivo, 
pois não se contraem como ocorre com os músculos, sendo então inexten-
síveis. Dessa forma, dependendo da posição da articulação, os ligamentos 
ficam tensos ou relaxados.
 Essas estruturas possuem sensibilidade proprioceptiva, pois possuem recep-
tores nervosos sensitivos que informam ao sistema nervoso central informa-
ções como velocidade, movimento, posição da articulação, estiramento e dor.
Entre as articulações sinoviais, algumas possuem, entre as superfícies articu-
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lares, formações de fibrocartilagem denominadas discos e meniscos intra-ar-
ticulares, que têm por objetivo melhorar a adaptação das superfícies ósseas, 
aumentando a congruência da articulação. Exemplos de discos interarticula-
res encontramos na articulação temporomandibular, enquanto os meniscos 
podem ser encontrados na articulação do joelho.
3.2.2 ESTABILIDADE ARTICULAR
A capacidade de resistir a deslocamento (luxação) é o que chamamos de es-
tabilidade articular. Em outras palavras, é a capacidade da articulação em re-
sistir ao deslocamento de uma extremidade óssea em relação à outra. Diver-
sos fatores influenciam a estabilidade articular, veja abaixo.
Em muitas articulações, as partes que se articulam possuem formatos exata-
mente opostos, razão pela qual sua ajustagem é perfeita. No corpo humano, 
é comum as extremidades dos ossos que se articulam apresentarem superfí-
cies reciprocamente convexas e côncavas.
A maioria das articulações possui superfícies que se encaixam reciprocamen-
te, porém essas superfícies não são simétricas, e existe normalmente uma 
posição de melhor ajuste na qual a área de contato é máxima. Esta é conhe-
cida como posição articular de impactação total (de coaptação fechada ou 
travada), sendo nesta posição que a estabilidade articular costuma ser maior. 
Qualquer movimento dos ossos na articulação, com relações diferentes da 
posição travada, resulta uma posição articular de impactação parcial (de co-
aptação aberta ou destravada), com redução na área de contato.
Alguns formatos de superfícies articulares fazem com que, tanto na posição 
travada quanto na posição destravada, exista maior ou menor área de contato 
e, consequentemente, mais ou menos estabilidade. 
O acetábulo proporciona uma cavidade 
relativamente profunda para a cabeça do fêmur, 
e existe sempre uma quantidade relativamente 
grande de área de contato entre os dois ossos, razão 
essa que torna estável a articulação do quadril. 
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No ombro, a pequena cavidade glenóide possui um diâmetro vertical, que é 
aproximadamente 75% do diâmetro vertical da cabeça do úmero, e um diâ-
metro horizontal que corresponde a 60% do tamanho da cabeça do úmero. 
Portanto, a área de contato entre esses dois ossos é relativamente pequena, o 
que contribui para a relativa instabilidade do complexo do ombro.
3.2.3 FLEXIBILIDADE ARTICULAR
Flexibilidade articular é um termo utilizado na descrição da amplitude de 
movimento, a ADM permitida em cada um dos planos de movimento de uma 
articulação sinovial. 
A ADM presente quando um segmento corporal é movimentado passiva-
mente, temos a flexibilidade estática. Já a flexibilidade dinâmica se refere à 
ADM que pode ser atingida movimentando-se ativamente um segmento 
corporal em virtude da contração muscular. A flexibilidade estática é conside-
rada o melhor indicador de frouxidão ou rigidez relativas de uma articulaçãoem relação às implicações para a ocorrência de possível lesão. Porém, sem 
restringir a ADM necessária para as atividades da vida diária, do trabalho ou 
dos esportes, a flexibilidade dinâmica deve ser suficiente.
Na maioria das vezes, a flexibilidade geral das pessoas é comparada, porém 
em verdade é específica para cada articulação. Isto é, uma quantidade extre-
ma de flexibilidade em uma articulação não garante o mesmo grau de flexi-
bilidade em todas as articulações.
A ADM articular é medida direccionalmente em unidades de graus. Na posi-
ção anatômica, todas as articulações são consideradas como estando em zero 
grau. Portanto, a ADM para a flexão de quadril é considerada como sendo o 
tamanho do ângulo por meio do qual a perna estendida se desloca de zero 
grau até o ponto de flexão máxima. A ADM para a extensão é a mesma da 
flexão, com movimento além da posição anatômica na outra direção, sendo 
quantificado como a ADM para a hiperextensão.
Diferentes fatores influenciam a flexibilidade (mobilidade) articular. Os forma-
tos das superfícies ósseas articulares e o músculo ou o tecido adiposo inter-
posto podem limitar o movimento extremo de uma ADM. 
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Veja, agora, a ADM de alguns os movimentos corporais, divididos por regiões. 
O complexo lombo-pélvico apresenta importante função no plano sagital por 
meio dos movimentos de flexão e extensão, mas também contribui para os 
movimentos de flexão lateral e rotação (Quadro 1). O complexo lombo-pélvico 
apresenta função estabilizadora e serve como base para todos os movimen-
tos dos membros inferiores e algumas vezes dos membros superiores. 
QUADRO 1 – ADM DOS MOVIMENTOS DO COMPLETO LOMBO-PÉLVICO
Flexão 40º a 60º
Extensão 20º a 35º 
Flexão lateral (direita ou esquerda) 15º a 20º 
Rotação lateral (direita ou esquerda) 3º a 18º 
Fonte: Kapanji (2013).
#PraCegoVer: a imagem representa um quadro com ADM dos movimentos do completo 
lombo-pélvico, com duas colunas e quatro linhas. Na primeira linha, há flexão, referente a 
40º a 60º; na segunda linha, há extensão, referente a 20º a 35º; na terceira linha, há Flexão 
lateral (direita ou esquerda), referente a 15º a 20º; e, na quarta linha, há Rotação lateral 
(direita ou esquerda), referente a 3º a 18º.
De modo geral, a coluna torácica, assim como a lombar e cervical, apresenta 
uma necessidade de postura. Mas, o que isso significa? Significa que todas 
elas necessitam estar na postura correta para melhor funcionamento de suas 
estruturas. Embora o conceito de postura correta esteja sendo mal utilizado, 
muitas vezes, precisamos conhecer, em nosso(a) aluno(a)/paciente, qual o po-
sicionamento que ele(a) consegue realizar os exercícios com maior segurança 
e efetividade.
Como exemplo disso, a coluna torácica apresenta como posição “ideal” uma 
leve flexão anterior (concavidade anterior), enquanto as colunas lombar e cer-
vical apresentam uma posição ideal com leve flexão posterior para formação 
de uma lordose. É importante ressaltar que essas posturas não são importan-
tes somente para evitar lesões e dores, mas também para melhorar o recruta-
mento muscular e também melhorar a qualidade dos movimentos do tronco, 
membros superiores e inferiores. Já a coluna cervical apresenta o movimento 
como sua principal característica. 
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QUADRO 2 – ADM DOS MOVIMENTOS DA COLUNA CERVICAL
Flexão 80º a 90º
Extensão 70º 
Flexão lateral (direita ou esquerda) 20º a 45º 
Rotação lateral (direita ou esquerda) 70º a 90º 
Fonte: Kapanji (2013).
#PraCegoVer: a imagem representa um quadro com ADM dos movimentos da coluna 
cervical, com duas colunas e quatro linhas. Na primeira linha, há flexão, referente a 80º 
a 90º; na segunda linha, há extensão, referente a 70º; na terceira linha, há Flexão lateral 
(direita ou esquerda), referente a 20º a 45º; e, na quarta linha, há Rotação lateral (direita ou 
esquerda), referente a 70º a 90º.
Assim como as demais regiões da coluna, a cervical apresenta a necessidade 
de uma postura correta para aumentar a eficiência dos seus músculos e de-
mais estruturas. Isso significa que, durante os exercícios, nossos(as) alunos(as)/
pacientes devem manter uma leve curvatura (lordose fisiológica) da cervical, 
de modo a otimizar a ativação dos músculos corretos e melhorar a qualidade 
do movimento. 
A principal característica do ombro é sua alta mobilidade, permite movimen-
to em muitas direções e em grandes amplitudes.
QUADRO 3 – ADM DOS MOVIMENTOS DO OMBRO
Flexão 180º
Extensão 60º
Abdução 180º
Adução 15º
Rotação interna 45º
Rotação externa 70º
Fonte: Kapanji (2013).
#PraCegoVer: a imagem representa um quadro com ADM dos movimentos do ombro, com 
duas colunas e seis linhas. Na primeira linha, há flexão, referente a 180º; na segunda linha, 
há extensão, referente a 60º; na terceira linha, há abdução, referente a 180º; na quarta linha, 
há adução, referente a 15º; na quinta linha, há rotação interna, referente a 45º; e, na sexta 
linha, há rotação externa, referente a 70º.
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A articulação do cotovelo e antebraço apresentam somente dois movimentos 
cada, sendo eles:
QUADRO 4 – ADM DOS MOVIMENTOS DO COTOVELO E ANTEBRAÇO
Flexão 140º 
Extensão 0º
Supinação 90º 
Pronação 90º 
Fonte: Kapanji (2013).
#PraCegoVer: a imagem representa um quadro com ADM dos movimentos do cotovelo e 
antebraço, com duas colunas e quatro linhas. Na primeira linha, há flexão, referente a 140º; 
na segunda linha, há extensão, referente a 0º; na terceira linha, há supinação, referente a 
90º; e, na quarta linha, há pronação, referente a 90º.
A articulação do cotovelo é diretamente influenciada pelos movimentos do 
antebraço (supinação e pronação), e, por isso, esses movimentos deverão 
ser escolhidos durante os exercícios funcionais de acordo com o objetivo do 
exercício. Além disso, é preciso levar em consideração o chamado ângulo de 
carregamento do cotovelo, que consiste no ângulo formado entre o braço e 
antebraço na extensão do cotovelo e supinação do antebraço. 
O punho possui dois graus de liberdade, o que dá a ele a capacidade de rea-
lizar os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução. Os movimentos 
de rotação são considerados uma combinação de movimentos e não rotação 
pura. Já a mão realiza os movimentos de flexão, extensão, abdução e adução 
dos dedos (incluindo o polegar), além da oposição do polegar aos dedos, ca-
racterística específica do polegar.
QUADRO 5 – ADM DOS MOVIMENTOS DO PUNHO E MÃO
Flexão do Punho 80º a 90º 
Extensão do Punho 70º a 90º
Abudção ou Desvio Radial 15º
Adução ou Desvio Ulnar 30º a 45º
Flexão dos Dedos 85º a 115º 
Extensão dos Dedos 30º a 45º 
Abdução dos Dedos 20º a 30º
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Adução 0º
Flexão do Polegar 45º a 90º
Extensão do Polegar 0º a 5º
Abdução do Polegar 60º a 70º
Adução do Polegar 30º 
Fonte: Kapanji (2013).
#PraCegoVer: a imagem representa um quadro com ADM dos movimentos do punho e 
da mão, com duas colunas e doze linhas. Na primeira linha, há flexão do punho, referente 
a 80º a 90º; na segunda linha, há extensão do punho, referente a 70º a 90º; na terceira 
linha, há Abudção ou Desvio Radial, referente a 15º; na quarta linha, há Adução ou Desvio 
Ulnar, referente a 30º a 45º, na quinta linha, há Flexão dos Dedos, referente a 85º a 115º; na 
sexta linha, há Extensão dos Dedos, referente a 30º a 45º; na sétima linha, há Abdução dos 
Dedos, referente a 20º a 30º; na oitava linha, há Adução, referente a 0º; na nona linha, há 
Flexão do Polegar, referente a 45º a 90º; na décima linha, há Extensão do Polegar, referente 
a 0º a 5º, na décima primeira linha, há Abdução

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