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ABDOME AGUDO Abdome agudo é uma síndrome clínica caracterizada por dor na região abdominal, não traumática, súbita e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas e que necessita de diagnóstico e conduta terapêutica imediata, cirúrgica ou não. O DIAGNÓSTICO VARIA CONFORME SEXO E IDADE. A apendicite é mais comum em jovens, enquanto a doença biliar, obstrução intestinal, isquemia e diverticulite são mais comuns em idosos. Classificações A classificação mais utilizada do abdome agudo é de acordo com o seu processo desencadeante: Abdome agudo obstrutivo • Informações gerais: síndrome caracterizada por presença de obstáculo mecânico ou funcional que leve a interrupção da progressão do conteúdo intestinal. • Etiologias: hérnia estrangulada, aderências, doença de Crohn, neoplasia intestinal, diverticulites, fecaloma, impactação por bolo de arcaris, íleo paralítico, oclusão vascular. Abdome agudo perfurativo • Informações gerais: é a terceira causa de abdome agudo, depois do inflamatório e do obstrutivo. A dor em geral é de início súbito e difuso e frequentemente vem associado com choque e septicemia. • Etiologias: decorrente de processos infecciosos, neoplásicos, inflamatórios, ingestão de corpo estranho, traumatismos, iatrogênicas. Abdome agudo vascular isquêmico • Informações gerais: dor abdominal intensa, desproporcional as alterações do exame físico. Os fatores de risco associados é idade avançada, doença vascular, fibrilação arterial, doenças valvares, cardiopatias, hipercoagulaçao. Embora seja raro, possui uma alta mortalidade. • Etiologias: isquemia mesentérica aguda e crônica; colite isquêmica Abdome agudo inflamatório • Informações gerais: é tipo de abdome agudo mais comum e é uma consequência de processos inflamatórios/infecciosos. • Etiologias: apendicite aguda, colecistite aguda, pancreatite aguda e diverticulite. Abdome agudo hemorrágico • Informações gerais: pode ocorrer em qualquer idade, sendo mais comum entre a 5ª e 6ª décadas de vida; em geral a dor aumenta progressivamente e pode ser acompanhado de manifestações de choque hipovolêmico. • Etiologia: em jovens está mais associado a ruptura de aneurismas das artérias viscerais; em mulheres à sangramentos por causas ginecológicas e obstétricas e em idosos à ruptura de tumores, veias varicosas e aneurismas de aorta abdominal. Anamnese • Caracterização da dor: cronologia, localização, irradiação, intensidade, características, fatores de melhora/piora; Sintomas associados (febre, náuseas, vômitos, diarreia, constipação, icterícia); • Hábitos de vida: alimentares, ingesta hídrica, etilismo, uso de drogas ilícitas; • Antecedentes patológicos e cirúrgicos; • Uso de medicações: anticoagulantes, imunossupressores; • Mulheres: data da última menstruação; dados sobre os ciclos; uso de método contraceptivo. Exame físico • Sinais de alerta: taquicardia, hipotensão, taquipneia, febre, fáscies de dor • Inspeção do abdome: distensão; equimoses; abaulamentos, cicatrizes. • Ausculta: presença ou ausência dos RHA • Percussão: avalia a distensão gasosa, ar livre intra-abdominal, grau de ascite ou a presença de irritação peritoneal; • Palpação: avaliar dor, rigidez involuntária (peritonite) Exames laboratoriais • Hemograma completo: fundamental para avaliação de processo infeccioso, em geral apresenta leucocitose; • AST, ALT, GGT, bilirrubinas: avaliação de causas de abdome agudo de origem biliar, como colecistite e colangite; • Amilase e lipase: quando elevadas podem sugerir pancreatite, isquêmica intestinal ou úlcera duodenal; • Eletrólitos, ureia e creatinina: avaliação das complicações de vômitos ou perdas de fluido para o terceiro espaço; • Beta HCG: fundamental sua solicitação para todas as pacientes em idade fértil, para diagnostico diferencial de gravidez ectópica; • Outros: VHS, TP, RNI, glicemia e sumário de urina. Exames de imagem • Raio-X de abdome e tórax: muito utilizado devido ao baixo custo e fácil acesso, além de permitir diagnostico diferencial. O raio-X pode detectar efetivamente um pneumoperitôneo, sugerindo perfurações gastroduodenais, por exemplo (Figura 1). Também podem ser observados calcificações no pâncreas e vesícula biliar ou distensão das alças intestinais, sugerindo um abdome agudo obstrutivo . Figura 1: A – raio-x de tórax em ortostase; B – raio-x em decúbito lateral. Pneumoperitôneo (setas). Monteiro et al. Diagnóstico por imagem no abdome agudo não traumático. Revista Hospital Universitário Pedro Ernesto. 2009;8(1):11-30 • USG abdominal: muito eficiente na detecção de cálculos biliares e avaliação da vesícula biliar (Figura 2). • TC de abdome: muito útil para avaliar complicações, principalmente em casos de abdome agudo inflamatório (Figura 3). Está sendo cada vez mais utilizadas devido a menor probabilidade de ser prejudicada pelo ar abdominal, como ocorre na USG. Classificações Abdome agudo obstrutivo Abdome agudo perfurativo Abdome agudo vascular isquêmico Abdome agudo inflamatório Abdome agudo hemorrágico Anamnese Exame físico Exames laboratoriais Exames de imagem
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