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Aula - Memória Processos Psicológicos Básicos • Vygotsky distingue entre imagens eidéticas e signos (1996), ressaltando a importância dos últimos na constituição da memória: “A verdadeira essência da memória humana está no fato de os seres humanos serem capazes de lembrar ativamente com a ajuda de signos” (Vygotsky 1989, p. 58). Lembrar com a ajuda de imagens, com a ajuda de signos. Memória artificial, memória mediada. Possibilidade de controle da memória nas formas de produção humana e nas estratégias de organização das imagens. Arte, Techné. Exercício da imaginação, constituição do imaginário. (Smolka, 2000) • Estudar a memória no homem, então, não é estudar uma “função mnemônica” isolada, mas é estudar os meios, os modos, os recursos criados coletivamente no processo de produção e apropriação da cultura. Exemplo: linguagem como forma de memorização O que é memória? • A memória é o processo pelo qual codificamos, armazenamos e recuperamos informações (ver Fig. 1). Cada uma das três ações dessa definição – codificar, armazenar e recuperar – representa um processo diferente. Você pode pensar esses processos como análogos ao teclado de um computador (codificação), ao disco rígido (armazenamento) e ao programa que acessa a informação para exibição na tela (recuperação). • Reconhecer que a memória envolve codificação, armazenamento e recuperação fornece- nos um ponto de partida para compreender o conceito. Mas como a memória realmente funciona? Como explicamos qual informação é inicialmente codificada, qual é armazenada e como ela é recuperada? Segundo a abordagem dos três sistemas da memória, que dominou a pesquisa nesse campo durante várias décadas, existem diferentes sistemas ou etapas de armazenamento da memória por meio dos quais a informação deve passar para que possa ser lembrada (Atkinson & Shiffrin, 1968, 1971). A memória baseia-se em três processos básicos – codificação, armazenamento e recuperação – que são análogos ao teclado, ao disco rígido e ao programa de um computador para acessar a informação a ser exibida na tela. Contudo, a analogia não é perfeita, pois a memória humana é menos precisa do que um computador. Como podemos modificar a analogia para torná-la mais precisa? Três armazenamentos de memória • A memória sensorial refere-se ao armazenamento momentâneo inicial da informação, que dura apenas um instante. Aqui, uma réplica exata do estímulo registrado pelo sistema sensorial de uma pessoa é armazenada por um tempo muito curto. • Em uma segunda etapa, a memória de curto prazo retém a informação por 15 a 25 segundos e a armazena de acordo com seu significado, e não como mera estimulação sensorial. • O terceiro tipo de sistema de armazenamento é a memória de longo prazo. A informação é armazenada na memória de longo prazo de uma forma relativamente permanente, embora possa ser difícil recuperá-la. Memória Sensorial Memória Sensorial • O clarão momentâneo de um raio, o som de um graveto quebrando-se e a ardência de uma picada representam estímulos de duração extremamente breve; nao obstante, fornecem uma informação importante que pode exigir uma resposta. Esses estímulos são inicialmente – e fugazmente – armazenados na memória sensorial, o primeiro repositório das informações que o mundo apresenta. Na verdade, existem vários tipos de memórias sensoriais, cada um deles relacionado a uma fonte de informação sensorial diferente. Por exemplo, a memória icônica reflete informações do sistema visual. A memória ecóica armazena as informações auditivas provenientes das orelhas. Além disso, existem memórias correspondentes para cada um dos outros sentidos. • A memória sensorial pode armazenar informações somente por um tempo muito curto. Se a informação não passa para a memória de curto prazo, ela se perde para sempre. Por exemplo, apesar da breve duração da memória sensorial, sua precisão é alta: ela pode armazenar uma réplica quase exata de cada estímulo ao qual é exposta (Darwin, Turvey, & Crowder, 1972; Long & Beaton, 1982; Sams et al., 1993; Deouell, Parnes, & Pickard, 2006; Saneyoshi et al., 2011). • Em suma, a memória sensorial funciona como uma espécie de retrato que armazena informações – as quais podem ser de natureza visual, auditiva ou de outra natureza sensorial – por um breve instante no tempo. Porém, é como se cada retrato, imediatamente depois de ser tirado, fosse destruído e substituído por um novo. A menos que a informação no retrato seja transferida a algum tipo de memória, ela se perde. Memória de Curto Prazo Memória de Curto prazo • Dado que a informação que é armazenada brevemente na memória sensorial consiste em representações de estímulos sensoriais brutos, ela não tem significado para nós. Para dar-lhe sentido e possivelmente retê-la, a informação precisa ser transferida para a próxima etapa da memória: a memória de curto prazo. A memória de curto prazo é o local onde a informação adquire seu primeiro significado, embora a duração máxima da retenção ali seja relativamente curta (Hamilton & Martin, 2007). • O processo específico pelo qual as memórias sensoriais são transformadas em memórias de curto prazo não está claro. Alguns teóricos sugerem que a informação é primeiro traduzida em representações gráficas ou imagens, enquanto outros conjecturam que a transferência ocorre quando os estímulos sensoriais são convertidos em palavras (Baddeley & Wilson, 1985). O que está claro, porém, é que, diferentemente da memória sensorial, que contém uma representação relativamente completa e detalhada – mesmo que efêmera – do mundo, a memória de curto prazo tem capacidades representacionais incompletas. Agrupamentos • Na verdade, a quantidade específica de informações que podem ser mantidas na memória de curto prazo foi identificada com sendo de sete itens ou “agrupamento” de informação, com variações de duas porções a mais ou a menos. Um agrupamento são porções de informaões que podem ser armazenadas na memória de curto prazo. Por exemplo, um agrupamento pode ser uma porção de sete letras ou números, permitindo-nos guardar um número de telefone de sete dígitos (como 226-4610) na memória de curto prazo. Ensaio Ensaio • A transferência de material da memória de curto prazo para a memória de longo prazo ocorre basicamente por ensaio, a repetição das informações que entraram na memória de curto prazo. O ensaio realiza duas tarefas. Primeiro, enquanto é repetida, a informação é mantida na memória de curto prazo. Mais importante, contudo, o ensaio permite-nos transferir a informação para a memória de longo prazo (Kvavilashvili & Fisher, 2007; Jarrold & Tam, 2011). Ensaio • O tipo de ensaio realizado parece em grande parte determinar se vai ocorrer a transferência da memória de curto prazo para a memória de longo prazo. Se a informação é simplesmente repetida diversas vezes – como faríamos com um número de telefone enquanto corremos da lista telefônica para o telefone –, ela é mantida corrente na memória de curto prazo, mas não será necessariamente transferida para a memória de longo prazo. Em vez disso, assim que pararmos de digitar os números do telefone, o número provavelmente será substituído por outras informações e será esquecido por completo. Ensaio • Ao contrário, se a informação na memória de curto prazo é ensaiada usando-se um processo chamado de ensaio elaborativo, ela tem muito mais chance de ser transferida para a memória de longo prazo. Ensaio elaborativo ocorre quando a informação é considerada e organizada de alguma maneira. A organização pode incluir expandir a informação para fazê-la caber em uma estrutura lógica, ligá-la a outra lembrança, transformá-la em uma imagem, ou transformá-la de alguma outra forma. Por exemplo, uma lista de legumes a serem comprados em um mercado poderia ser guardada na memória como os itens usados para preparar uma salada elaborada, poderia ser relacionada aos itens comprados em uma idaanterior ao supermercado, ou poderia ser pensada em termos de uma imagem de uma horta com filas de cada item. Memória de Trabalho Outra visão da memória de curto prazo Memória de Trabalho • Em vez de considerar a memória de curto prazo como uma estação intermediária independente na qual as memórias chegam, ou para desaparecer ou para serem repassadas para a memória de longo prazo, a maioria dos teóricos contemporâneos concebe a memória de curto prazo como muito mais ativa. • Nessa visão, a memória de curto prazo é como um sistema de processamento de informações que gerencia tanto o novo material reunido da memória sensorial como o material antigo puxado do armazenamento de longo prazo. Sob tal perspectiva cada vez mais influente, a memória de curto prazo é chamada de memória de trabalho e definida como um conjunto de armazenamentos temporários que manipulam e ensaiam as informaçoes de maneira ativa (Bayliss et al., 2005a, 2005b; Unsworth & Engle, 2005; Vandierendonck & Szmalec, 2011). Memória de Trabalho • Considera-se que a memória de trabalho contém um processador executivo central que está envolvido no raciocínio e na tomada de decisão. O executivo central coordena três sistemas de armazenamento e ensaio distintos: o armazenamento visual, o armazenamento verbal e a memória episódica. O armazenamento visual é especializado em informações visuais e espaciais, ao passo que o armazenamento verbal contém e manipula material relativo a fala, palavras e números. A memória episódica contém informações que representam episódios ou eventos (Rudner & Rönnberg, 2008; Baddeley, Allen, & Hitch, 2011; ver Fig. 4). Memória de Trabalho • A memória de trabalho permite-nos manter as informações em um estado ativo brevemente para que possamos fazer algo com a informação. Por exemplo, usamos a memória de trabalho quando estamos resolvendo mentalmente um problema aritmético de múltiplas etapas, armazenando o resultado de um cálculo enquanto nos preparamos para passar para a próxima etapa. (Faço uso de minha memória de trabalho quando calculo uma gorjeta de 20% em um restaurante primeiro calculando 10% da conta total e depois duplicando esse valor.) Memória de Trabalho • Embora a memória de trabalho auxilie na recordação de informações, ela consome uma quantidade significativa de recursos cognitivos durante sua operação. Logo, isso pode nos tornar menos conscientes do ambiente – algo que tem implicações como por que é inseguro usar telefones celulares enquanto estamos dirigindo. Se uma conversa telefônica exige pensar, ela sobrecarregará a memória de trabalho e deixará os condutores menos conscientes de seu ambiente, uma circunstância obviamente perigosa (Sifrit, 2006; Strayer & Drews, 2007). Memória de Longo Prazo Memória de Longo Prazo • O material que vai da memória de curto prazo para a memória de longo prazo entra em um depósito de capacidade quase ilimitada. Como um novo arquivo que salvamos em um disco rígido, a informação na memória de longo prazo é arquivada e codificada para que possamos acessá-la quando necessitarmos dela. • As evidencias da existência da memória de longo prazo, como distinta da memória de curto prazo, provem de diversas fontes. Por exemplo, pessoas com certos tipos de lesões cerebrais não tem lembrança duradoura de novas informações recebidas depois que a lesão ocorreu, embora pessoas e eventos armazenados na memória antes da lesão permaneçam intactas (Milner, 1966). Uma vez que as informações que foram codificadas e armazenadas antes da lesão podem ser recordadas e a memória de curto prazo após a lesão parece ser operacional – novo material pode ser recordado por um período muito breve –, podemos inferir que existem dois tipos distintos de memória: uma para armazenamento de curto prazo e outro para armazenamento de longo prazo. Memória de curto prazo e de Longo Prazo • A distinção entre memória de curto prazo e de longo prazo também tem o respaldo do efeito de posição serial, em que a capacidade de recordar informações em uma lista depende de onde um item aparece na lista. Por exemplo, muitas vezes ocorre um efeito de primazia, em que itens apresentados anteriormente em uma lista são lembrados de modo mais fácil. Também existe um efeito de recentidade, em que os itens apresentados por último em uma lista são mais facilmente lembrados (Bonanni et al., 2007; Tan & Ward, 2008; Tydgat & Grainger, 2009). Módulos da Memória de Longo Prazo • Assim como a memória de curto prazo é com frequência conceitualizada em termos de memória de trabalho, muitos pesquisadores contemporâneos agora consideram a memória de longo prazo como formada por diversos componentes ou módulos de memória. Cada um desses módulos representa um sistema de memória separada no cérebro. • A principal distinção referente a memória de longo prazo ocorre entre a memória declarativa e a memória processual • Memória declarativa é aquela para informações factuais: nomes, rostos, datas e fatos como “uma bicicleta tem duas rodas”. • Memória processual (ou memória não declarativa) refere-se a memória para habilidades e hábitos, como andar de bicicleta ou rebater uma bola. • Informações sobre coisas são armazenadas na memória declarativa; • Informações sobre como fazer as coisas são armazenadas na memória processual (Brown & Robertson, 2007; Bauer, 2008; Freedberg, 2011). Memória Declarativa Semântica e Episódica • Memória Semântica: é aquela para conhecimentos e fatos gerais sobre o mundo, bem como para as regras de lógica que sao usadas para deduzir outros fatos. Graças a memória semântica, lembramos que o DDD do RN é 084, que Natal é a capital do RN e que enchergar é a ortografia incorreta de enxergar. Assim, a memória semântica assemelha-se a um almanaque mental dos fatos (Nyberg & Tulving, 1996; Tulving, 2002). • Memória Episódica: é aquela para eventos que ocorrem em determinado tempo, lugar ou contexto. Por exemplo, recordar de aprender a rebater uma bola, nosso primeiro beijo, ou organizar uma festa-surpresa no aniversário de 21 anos de nosso irmão baseia-se em nossas memórias episódicas. Memórias episódicas estão relacionadas a contextos particulares. • Por exemplo, lembrar-se quando e como aprendemos que 2 × 2 = 4 seria uma memória episódica; o fato em si (que 2 × 2 = 4) é uma memória semântica. (Ver também Fig. 5.) • Ex.: aprendendo a tocar a nota Ré no violão. Redes Semânticas • Exemplo: tente, por um instante, recordar todas as coisas de cor vermelha que puder. Agora, puxe de sua memória os nomes de todas as frutas que você conseguir lembrar. • De acordo com alguns pesquisadores da memória, uma ferramenta organizacional fundamental que nos permite recordar informações detalhadas da memória de longo prazo são as associações que construímos entre diferentes informações. • A ativação de uma memória desencadeia a ativação de memórias relacionadas em um processo conhecido como ativação por propagação (Foster et al., 2008; Kreher et al., 2008). Redes Semânticas Redes Semânticas: representaçoes mentais de aglomerados de informaçoes interconectadas. Neurociência da memória • A busca pelo engrama, termo que designa o traço físico da memória no cérebro que corresponde a uma lembrança, provou ser um grande enigma para os psicólogos e outros neurocientistas interessados pela memória. Usando técnicas de varredura cerebral avançadas em seus esforços para determinar a base neurocientífica da formação da memória, os investigadores aprenderam que certas áreas e estruturas do cérebro especializam-se em diferentes tipos de atividades relacionadas a memória. O hipocampo, que faz parte do sistema límbico do cérebro,desempenha um papel central na consolidação das memórias. Localizado nos lobos temporais mediais do cérebro, logo atrás dos olhos, o hipocampo auxilia na codificação inicial da informação, atuando como um tipo de sistema de correio eletrônico neurológico. Essa informação é subsequentementerepassada ao córtex cerebral, onde ela é, de fato, armazenada (J. Peters et al., 2007; Lavenex & Lavenex, 2009; Dudai, 2011). • A importância do hipocampo é exemplificada por estudos de indivíduos que tem tipos particularmente bons, ainda que especializados, de memória. Por exemplo, os motoristas de táxi em Londres, na Inglaterra, precisam ter uma memória completa e precisa da localização do labirinto de ruas e vielas em um raio de nove quilômetros a partir do centro da cidade. São necessários anos de estudo para memorizar o material. Imagens de ressonância magnética dos motoristas de táxi mostram que, em relação a não motoristas com menos habilidades de orientação, a parte posterior do hipocampo é maior, enquanto a anterior é menor. As descobertas coadunam-se com a ideia de que determinadas áreas do hipocampo estão envolvidas na consolidação de memórias espaciais (ver Fig. 8 em A Neurociencia em sua Vida; Maguire, Woollett, & Spiers, 2006; Spiers & Maguire, 2007; Woollett & Maguire, 2009). As imagens mostram como o número de anos dirigindo um táxi está relacionado ao tamanho de áreas particulares do hipocampo, tornando os participantes experts em memória espacial e orientação. Em (a), vemos áreas do hipocampo posterior (atrás) que aumentam de atividade (em branco) com o número de anos dirigindo um táxi. Em (b), vemos áreas do hipocampo anterior (frente) que apresentam atividade reduzida (também em branco) depois de muitos anos dirigindo um táxi e a relação retratada graficamente. As alterações nas áreas ativadas durante tarefas de memória mostram como a prática pode moldar o cérebro e como isso nos permite desenvolver habilidades especializadas, tais como memória para localizações espaciais. (Fonte: Maguire et al., 2006.) Amígdala • A amígdala, outro componente do sistema límbico, também desempenha um papel importante na memória. A amígdala atua especialmente em memórias que envolvem emoção. Por exemplo, se você se assustou com um grande dobermann, é provável que você se lembre do evento de maneira nítida – um resultado relacionado ao funcionamento da amígdala. Encontrar um dobermann ou qualquer cachorro grande no futuro tende a reativar a amígdala e trazer a tona lembrança desagradável (Hamann, 2001; Buchanan & Adolphs, 2004; Talmi et al., 2008). Memória e Neurônios • Como a transformação das informações em uma lembrança se reflete no nível neuronal? Memória e Neurônios • A potencializarão de longo prazo mostra que certas rotas neurais tornam-se facilmente excitadas enquanto uma nova resposta está sendo aprendida. Ao mesmo tempo, o número de sinapses entre neurônios aumenta a medida que os dendritos ramificam-se para receber mensagens. Essas alterações refletem um processo chamado de consolidação, em que as mensagens tornam-se fixas e estáveis na memória de longo prazo. Memória e Neurônios • As memórias de longo prazo levam algum tempo para se estabilizar; isso explica por que eventos e outros estímulos não se fixam subitamente na memória. Em vez disso, a consolidação pode continuar durante dias e até mesmo anos (McGaugh, 2003; Meeter & Murre, 2004; Kawashima, Izaki, & Grace, 2006). • Visto que um estímulo contém aspectos sensoriais diferentes, as áreas visuais, auditivas e outras zonas cerebrais podem estar simultaneamente processando as informações sobre aquele estímulo. O armazenamento de informações parece ligado aos locais onde esse processamento ocorre, estando, portanto, situado nas áreas particulares que inicialmente processaram a informação em termos de seus estímulos sensoriais visuais, auditivos ou de outro tipo. Por isso, os traços de memória encontram-se distribuídos por todo o cérebro. Por exemplo, quando você se lembra de um lindo pôr do sol, sua recordação utiliza armazéns de memória localizados nas áreas visuais do cérebro (a visão do pôr do sol), nas áreas auditivas (os sons do oceano) e nas áreas táteis (a sensação do vento) (Brewer et al., 1998; Squire, Clark, & Bayley, 2004).
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