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1 
 
 
COORDENAÇÃO PEDAGOGICA 
1 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA 2 
INTRODUÇÃO 3 
História da educação no Brasil e a função da coordenação pedagógica 4 
Coordenação pedagógica: o que é e a sua importância na educação 11 
Coordenação pedagógica - acompanhamento e orientação do trabalho do 
professor 14 
As atribuições do coordenador pedagógico 18 
O coordenador pedagógico e a relação do planejamento escolar 22 
A importância do planejamento em sala de aula 27 
O Coordenador Pedagógico como articulador do Projeto Político Pedagógico e 
a contribuição da Pedagogia Freireana para sua prática 32 
O que é o Projeto Político Pedagógico 36 
CONCLUSÃO 41 
REFERENCIAS 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A coordenação pedagógica torna-se então essencial à gestão pedagógica da 
escola, uma vez que o coordenador assume a função de articulador da Proposta 
Pedagógica da escola e do currículo da rede na qual está inserido, assim como a 
responsabilidade pela formação continuada dos professores, sem perder de vista que 
a sala de aula e, portanto, a aprendizagem dos alunos deve se constituir como o 
referencial para as ações que irá desenvolver no seu exercício profissional. 
Ao atuar como gestor pedagógico, com competência para planejar, 
acompanhar e avaliar os processos de ensinar e aprender, o coordenador deve 
orientar o trabalho dos demais docentes, oferecendo condições para que o professor 
aprofunde sua área específica e transforme seu conhecimento em ensino. Desta 
maneira, deve rever periodicamente seu plano de formação e dedicar tempo para a 
elaboração de pautas para reuniões de formação continuada centradas tanto nas 
necessidades de ensino dos professores como nas necessidades de aprendizagem 
dos alunos, uma vez que cada reunião deve ser articulada ao contexto de trabalho e 
ter como referencial a reflexão sobre as práticas de sala de aula e a aprendizagem 
dos alunos, buscando construir coletivamente respostas para as dificuldades 
enfrentadas pelo grupo docente. 
Entretanto, o cotidiano atribulado verificado em muitas escolas resulta na falta 
de foco observada no trabalho de vários desses profissionais. Se o tempo não é bem 
organizado e as funções não estão bem definidas no ambiente escolar, o profissional 
corre o risco de ser engolido pelo dia a dia, respondendo por casos de indisciplina ou 
dedicando a maior parte do seu tempo ao atendimento de pais de alunos. Ou seja, 
somente quando o coordenador tem clareza de quais são suas reais funções é que 
ele consegue se reconhecer na função de articulador do trabalho pedagógico, 
organizando seu tempo de acordo com suas obrigações. 
 
 
4 
 
 
História da educação no Brasil e a função da 
coordenação pedagógica 
 
 
A experiência histórica, política, cultural e social dos homens e das mulheres 
jamais pode se dar “virgem” do conflito entre as forças que obstaculizam a busca da 
assunção de si por parte dos indivíduos e dos grupos e das forças que trabalham em 
favor daquela assunção. (FREIRE, 1996). 
Entender a produção histórica do ser humano, ou dos homens e mulheres, é 
entender os meandros que regem a sociedade atual, é entender que os fatos se dão 
a partir das condições humanas e materiais próprias de cada tempo, de cada período. 
Assim julga-se importante resgatar fatos históricos da educação no Brasil que 
auxiliam no entendimento da função da coordenação pedagógica. 
Inicia-se o debate com o trabalho proposto pela Companhia de Jesus, os 
jesuítas, um movimento da Igreja Católica que reagiu contra a Reforma. Esse 
movimento ficou conhecido como Contra Reforma. 
5 
 
 
O trabalho dos jesuítas no Brasil (1549), liderados pelo padre Manuel da 
Nóbrega, surgiu com o objetivo de expandir a fé cristã e doutrinar pessoas para esse 
fim, para tanto propunha estudos com base no sistema de ensino conhecido como 
Ratio atque institutio studiorum Societatis Jesu. 
Os jesuítas efetivaram uma organização escolar para públicos diferentes que 
se deu da seguinte maneira: 
-Para os índios, existiam as missões, locais onde esses eram catequizados; 
- Para os filhos dos colonos foram criadas as escolas de ler e escrever, destinadas 
ao ensino das primeiras letras; 
-Aos filhos dos nobres e senhores de engenho, os Colégios adotavam o Ratio 
Studiorum. 
O modus operandi da pedagogia jesuíta se caracterizava pela ordem, 
organização e rigidez, logo a função de uma pessoa para supervisionar os trabalhos 
era relevante, pois envolviam os aspectos políticos e administrativos da proposta 
educativa. 
Com a definição descrita, verifica-se na função do Reitor a prática do diretor 
escolar e na do Prefeito de Estudos a ação supervisora no acompanhamento do 
trabalho dos professores e na supervisão do cumprimento da programação dos 
estudos. Até o final do período monárquico presenciou-se várias reformas na 
educação do país e a figura de um profissional que supervisionasse o trabalho sempre 
esteve presente. 
Importante destacar nesse momento que o papel da supervisão está aliado à 
expansão do capitalismo industrial e financeiro que resultou no crescente 
desenvolvimento científico e tecnológico. 
A função supervisora nas escolas brasileiras seguiu as tendências 
pedagógicas desenvolvidas a cada período, de acordo com os debates e a produção 
social da época. Ou seja, do país como Colônia, passando pelo Império até chegar à 
6 
 
 
República, da educação tradicional, mais rigorosa, aqui exemplificada pela educação 
dos jesuítas, para a escola nova. 
 O Movimento 
Escolanovista encabeçado pelos 
Pioneiros da Escola Nova teve 
como marco o documento 
intitulado Manifesto dos Pioneiros 
da Escola Nova (1932). Esta 
corrente propunha uma educação 
ativa, democrática e condizente 
com os interesses e necessidades 
da criança, o aluno passa a ser 
visto como sujeito do processo 
educativo. Porém o sistema brasileiro de ensino permanecia dualista, pois as 
inovações propostas por essa pedagogia chegaram às escolas particulares e a 
apenas algumas escolas públicas dos grandes centros. 
Com a crescente demanda de escolas e de alunos a escola passa a ter a 
função administrativa distinta da função técnica, assim surge com a Reforma 
Francisco Campos em 1931, nos cursos de filosofia, ciências e letras a formação dos 
técnicos especialistas e assim a figura dos inspetores escolares. A instituição da 
função de inspeção escolar deu origem, mais tarde, à figura do supervisor escolar e 
dos chamados especialistas em educação. 
Em documento da Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da 
Educação (MEC), expõe que: O Curso de Pedagogia estruturou-se no Brasil em 1939. 
Desde o primeiro decreto-lei que regulamentou seu funcionamento e estrutura, estão 
presentesas dicotomias no campo da formação do educador: professor versus 
especialistas, bacharelado versus licenciatura, generalista versus especialista, 
técnico em educação versus professor. 
A formação em nível superior, na década de 60, passa por uma grande 
estruturação e não foi diferente com a formação dos especialistas em educação, 
respaldada pelo Parecer nº252/69 que propôs as habilitações de administrador, 
inspetor, supervisor e orientador educacional. 
7 
 
 
Ao final da década de 50 e início da década de 60 há um crescente êxodo 
rural, a vida na cidade era mais atraente e as indústrias eram um chamariz como 
opção de novas ocupações profissionais. 
Nessa época havia um grande número de adultos analfabetos, por isso 
destaca-se o trabalho de alfabetização de adultos liderada por Paulo Freire. Muito 
mais que alfabetizar, sua proposta era politizar o cidadão. Esse movimento fundado 
na cultura popular teve grande repercussão dentro e fora do Brasil. Com o governo 
militar, a partir de 1964, cuja proposta política não se respaldava em uma perspectiva 
democrática, os movimentos populares foram pouco a pouco sendo substituídos por 
uma política centralizadora e de cunho ditatorial. 
O que a história nos mostra é que a função do supervisor escolar ficou restrita, 
nas escolas, como um profissional fiscalizador, cumpridor de normas que pouco 
contribuía para o debate e organização da educação. Era um reprodutor dos planos 
advindos do planejamento realizado pelo MEC. A origem da função da supervisão 
escolar primava pela especialização da função, mas isso acabou por desqualificar o 
trabalho, pois como esse profissional era reprodutor de um plano pré-estabelecido, 
sem sua participação no processo, sua atuação passou a ser descontextualizada e 
sua visão anacrônica sobre o processo de ensino e de aprendizagem. 
Com o movimento de redemocratização no início da década de 80 e a 
derrocada do regime do governo militar, o debate em torno da educação pautava-se 
sobre a necessidade da participação crítica dos profissionais na organização da 
escola. As bandeiras dos educadores concentravam-se na expansão da educação, 
Educação para Todos, com qualidade e a gestão democrática nas escolas. 
A Constituição Federal de 1988 implanta o regime político democrático no 
Brasil, com isso todas as leis devem ser adequadas. A lei da educação, a 2ª Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9394, vai ser homologada 
somente no ano de 1996. 
Importante destacar que o movimento democrático no país, em especial dos 
educadores, clamava por uma escola pública fundada na gestão democrática e, 
sendo assim, a figura de um supervisor caracterizado pela reprodução do trabalho e 
pela mera fiscalização não respondia à filosofia que se propunha para o momento 
político. Assim, a função da supervisão escolar passa a ser revista e repaginada, 
8 
 
 
surge a figura do coordenador pedagógico. Essa função poderia ser ocupada por um 
professor que, dependendo da proposta do sistema de ensino, deveria ter uma 
formação, em nível de especialização (lato sensu), na área da didática. 
A própria LDBEN, n°9394/96, no artigo 64, determina: A formação de 
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e 
orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação 
em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, 
garantida, nesta formação, a base comum nacional. 
Com a homologação da Resolução CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006, 
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em 
Pedagogia, licenciatura, algumas críticas são feitas a esta legislação. Sobre a 
formação dos profissionais o artigo 4º define que: O curso de Licenciatura em 
Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério 
na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino 
Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio 
escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. 
O Movimento Escola novista encabeçado pelos Pioneiros da Escola Nova 
teve como marco o documento intitulado Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova 
(1932). Esta corrente propunha uma educação ativa, democrática e condizente com 
os interesses e necessidades da criança, o aluno passa a ser visto como sujeito do 
processo educativo. Porém o sistema brasileiro de ensino permanecia dualista, pois 
as inovações propostas por essa pedagogia chegaram às escolas particulares e a 
apenas algumas escolas públicas dos grandes centros. 
Com a crescente demanda de escolas e de alunos a escola passa a ter a 
função administrativa distinta da função técnica, assim surge com a Reforma 
Francisco Campos em 1931, nos cursos de filosofia, ciências e letras a formação dos 
técnicos especialistas e assim a figura dos inspetores escolares. A instituição da 
função de inspeção escolar deu origem, mais tarde, à figura do supervisor escolar e 
dos chamados especialistas em educação. 
Em documento da Secretaria de Educação Superior (SESu) do Ministério da 
Educação (MEC), expõe que: O Curso de Pedagogia estruturou-se no Brasil em 1939. 
Desde o primeiro decreto-lei que regulamentou seu funcionamento e estrutura, estão 
9 
 
 
presentes as dicotomias no campo da formação do educador: professor versus 
especialistas, bacharelado versus licenciatura, generalista versus especialista, 
técnico em educação versus professor. 
A formação em nível superior, na década de 60, passa por uma grande 
estruturação e não foi diferente com a formação dos especialistas em educação, 
respaldada pelo Parecer nº252/69 que propôs as habilitações de administrador, 
inspetor, supervisor e orientador educacional. 
Ao final da década de 50 e início da década de 60 há um crescente êxodo 
rural, a vida na cidade era mais atraente e as indústrias eram um chamariz como 
opção de novas ocupações profissionais. 
Nessa época havia um grande número de adultos analfabetos, por isso 
destaca-se o trabalho de alfabetização de adultos liderada por Paulo Freire. Muito 
mais que alfabetizar, sua proposta era politizar o cidadão. Esse movimento fundado 
na cultura popular teve grande repercussão dentro e fora do Brasil. Com o governo 
militar, a partir de 1964, cuja proposta política não se respaldava em uma perspectiva 
democrática, os movimentos populares foram pouco a pouco sendo substituídos por 
uma política centralizadora e de cunho ditatorial. 
O que a história nos mostra é que a função do supervisor escolar ficou restrita, 
nas escolas, como um profissional fiscalizador, cumpridor de normas que pouco 
contribuía para o debate e organização da educação. Era um reprodutor dos planos 
advindos do planejamento realizado pelo MEC. A origem da função da supervisão 
escolar primava pela especialização da função, mas isso acabou por desqualificar o 
trabalho, pois como esse profissional era reprodutor de um plano pré-estabelecido, 
sem sua participação no processo, sua atuação passou a ser descontextualizada e 
sua visão anacrônica sobre o processo de ensino e de aprendizagem. 
Com o movimento de redemocratização no início da década de 80 e a 
derrocada do regime do governo militar, o debate em torno da educação pautava-se 
sobre a necessidade da participação crítica dos profissionais na organização da 
escola. As bandeiras dos educadores concentravam-se na expansão da educação, 
Educação para Todos, com qualidade e a gestão democrática nas escolas. 
10 
 
 
A Constituição Federal de 1988 implanta o regime político democrático no 
Brasil, com isso todas as leis devem ser adequadas. A lei da educação, a 2ª Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9394, vai ser homologada 
somente no ano de 1996. 
Importante destacar que o movimento democrático no país, em especial dos 
educadores,clamava por uma escola pública fundada na gestão democrática e, 
sendo assim, a figura de um supervisor caracterizado pela reprodução do trabalho e 
pela mera fiscalização não respondia à filosofia que se propunha para o momento 
político. Assim, a função da supervisão escolar passa a ser revista e repaginada, 
surge a figura do coordenador pedagógico. Essa função poderia ser ocupada por um 
professor que, dependendo da proposta do sistema de ensino, deveria ter uma 
formação, em nível de especialização (lato sensu), na área da didática. 
A própria LDBEN, n°9394/96, no artigo 64, determina: A formação de 
profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e 
orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação 
em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, 
garantida, nesta formação, a base comum nacional. 
Com a homologação da Resolução CNE/CP Nº 1, de 15 de maio de 2006, 
que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em 
Pedagogia, licenciatura, algumas críticas são feitas a esta legislação. Sobre a 
formação dos profissionais o artigo 4º define que: O curso de Licenciatura em 
Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério 
na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino 
Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio 
escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. 
 
 
 
11 
 
 
Coordenação pedagógica: o que é e a sua importância 
na educação 
 
A coordenação pedagógica é uma profissão de extrema importância no 
âmbito escolar. O profissional que atua como coordenador pedagógico pode 
transformar e melhorar a educação por meio de estratégias pedagógicas nas escolas. 
 
A figura do Coordenador Pedagógico nas escolas é relativamente recente e 
teve origem na função de supervisão educacional. Instituída durante 
o regime militar em 1971, a supervisão educacional tinha como objetivo controlar o 
ensino, as práticas pedagógicas e fiscalizar o trabalho dos professores em sala de 
aula. No entanto, com o processo de redemocratização do país nos anos 1980 e o 
debate em torno da democratização do ensino, essa forma de atuação passou a ser 
contestada e os papéis a serem desempenhados pelo coordenador pedagógico 
tornam-se alvo de discussões e redefinições. 
A coordenação pedagógica torna-se então essencial à gestão pedagógica da 
escola, uma vez que o coordenador assume a função de articulador da Proposta 
12 
 
 
Pedagógica da escola e do currículo da rede na qual está inserido, assim como a 
responsabilidade pela formação continuada dos professores, sem perder de vista que 
a sala de aula e, portanto, a aprendizagem dos alunos deve se constituir como o 
referencial para as ações que irá desenvolver no seu exercício profissional. 
Diante dessa função estruturante no desenvolvimento da prática pedagógica 
é necessário que o coordenador priorize atividades através de uma rotina, elabore um 
projeto de formação continuada direcionado ao corpo docente e estruture um plano 
de ação a partir das definições da proposta pedagógica e com base nas necessidades 
da escola. 
O desenvolvimento de uma rotina resulta da necessidade de se prever 
espaços e tempo para cada ação do Professor Coordenador no cotidiano da escola: 
estudo, planejamento, reuniões de formação, acompanhamento do trabalho dos 
professores e das classes. 
Ao atuar como gestor pedagógico, com competência para planejar, 
acompanhar e avaliar os processos de ensinar e aprender, o coordenador deve 
orientar o trabalho dos demais docentes, oferecendo condições para que o professor 
aprofunde sua área específica e transforme seu conhecimento em ensino. Desta 
maneira, deve rever periodicamente seu plano de formação e dedicar tempo para a 
elaboração de pautas para reuniões de formação continuada centradas tanto nas 
necessidades de ensino dos professores como nas necessidades 
de aprendizagem dos alunos, uma vez que cada reunião deve ser articulada ao 
contexto de trabalho e ter como referencial a reflexão sobre as práticas de sala de 
aula e a aprendizagem dos alunos, buscando construir coletivamente respostas para 
as dificuldades enfrentadas pelo grupo docente. 
A partir disso, podemos dizer que a coordenação pedagógica articula projetos 
pedagógicos dentro do âmbito escolar e, também, faz o papel de integrar família e 
escola. 
 Quais as suas funções 
Para que o coordenador realize bem suas funções, é preciso que ele 
mantenha uma base de comunicação transparente e sólida com todos que fazem 
parte do núcleo escolar. Ou seja, é preciso que exista a parceria entre o coordenador 
13 
 
 
e os professores, diretores, família e alunos. Sendo assim, vamos apresentar abaixo 
algumas das diversas funções do profissional da área de coordenação pedagógica. 
 Liderar e coordenar a construção de projetos pedagógicos, como também 
propor alternativas para alcançar os resultados propostos. 
 Ser a ponte entre a família e a escola, para fins de que ambas ajudem no 
processo de construção de uma educação de qualidade. 
 Auxiliar na formação continuada dos professores, garantindo que eles estejam 
sempre atualizados sobre as metodologias da escola onde atuam. 
 Viabilizar e verificar recursos necessários para que aconteçam aulas e 
reuniões como planejado. 
 Organizar conselhos de classe para que seja possível apresentar sugestões 
sobre práticas que possam melhorar na obtenção de resultados efetivos no 
ensino e aprendizagem dos alunos. 
 
 A importância desse profissional 
Sendo assim, percebe-se a importância de um profissional de coordenação 
pedagógica no ambiente escolar. O coordenador pedagógico assumiu as funções de 
ser o articulador para promover a integração de todos que fazem parte do 
processo ensino-aprendizagem. 
Portanto, esse profissional tem um papel estratégico de englobar e gerir toda 
a instituição educacional. Isso tudo para promover a formação e transformação de 
indivíduos. 
 
14 
 
 
Coordenação pedagógica - acompanhamento e 
orientação do trabalho do professor 
 
 
 
Ao se pensar em prática educativa, a escola tem que refletir radicalmente sobre 
o seu papel, como será organizado o processo de ensino e de aprendizagem. 
Essa reflexão deve ser realizada com o coletivo de profissionais que atua em 
determinada etapa da educação básica, por exemplo. Outro aspecto que merece 
destaque é que no momento do planejamento a reflexão sobre a organização 
pedagógica, como manifesta Saviani (1989, p. 24), deve ser filosófica, ou seja, radical, 
rigorosa e de conjunto, 
 
Radical: [...] é preciso que se vá até as raízes da questão, até seus 
fundamentos. Em outras palavras, exige-se que se opere uma reflexão em 
profundidade. 
15 
 
 
Rigorosa: [...] deve-se proceder com rigor, ou seja, sistematicamente, segundo 
métodos determinados, colocando-se em questão as conclusões da sabedoria 
popular e as generalizações apressadas que a ciência pode ensejar. 
De conjunto: [...] o problema não pode ser examinado de modo parcial, mas 
numa perspectiva de conjunto, relacionando-se o aspecto em questão com os demais 
aspectos do contexto em que está inserido. [...]. 
Com a análise realizada de maneira filosófica, por todos os professores e 
coordenador pedagógico a leitura da realidade torna-se mais clara, objetiva e a 
organização do trabalho é construída de uma forma que promoverá as intervenções 
necessárias, provocando assim, as mudanças desejadas. 
A coordenação pedagógica ao liderar os momentos de planejamento com os 
professores tem que dominar os fundamentos que regem o fazer didático e ter clareza 
na condução de um debate que garanta a criticidade do papel da escola e da forma 
de organizar os conteúdos, a metodologia a ser utilizada na salade aula que levem o 
aluno a superar sua condição inicial e aprofundar o seu conhecimento, ou seja, se 
aproprie de conhecimentos mais elaborados, de conhecimentos científicos. 
 
 Como orientar um planejamento que vai resultar na elaboração do plano 
de ensino? 
 
A resposta a esta pergunta é a base do trabalho da coordenação pedagógica, 
pois, o professor, antes de iniciar seu trabalho com os alunos, já deve ter realizado o 
planejamento de suas atividades, quando vislumbrou todo o caminho a ser percorrido. 
Isso lhe possibilita conduzir o processo pedagógico com segurança dentro de uma 
visão de totalidade. 
 
No momento do planejamento a coordenação pedagógica desenvolve o 
trabalho com os professores objetivando orientar a elaboração dos planos de ensino 
abordando os seguintes aspectos: 
 
16 
 
 
• Traçar o diagnóstico da situação – conhecer os alunos, como a turma está 
agrupada, suas características. Definir: Para quem se planeja? 
• Conhecer os objetivos e a ementa curricular do curso (anos iniciais ou finais 
do ensino fundamental; ensino médio ou Educação de Jovens e Adultos). Este é o 
momento de responder por que desenvolver tais temáticas com os alunos? A resposta 
a esta pergunta deve ficar muito clara para o professor, pois se justifica a importância 
do estudo e a definição dos objetivos de aprendizagem para cada unidade, assim 
como o que se pretende alcançar com os conteúdos estudados. 
• O que estudar a partir da ementa curricular, dos grandes temas? Momento 
de definir os problemas a serem trabalhados com os alunos e estabelecer as 
prioridades, a seleção dos conteúdos e das fontes de referências. 
• Como trabalhar os conteúdos com os alunos. Momento de definir a dinâmica 
da sala de aula, a metodologia que será utilizada para provocar as intervenções 
necessárias e levar o aluno ao aprendizado. 
• O aluno apreendeu o conteúdo estudado? Avançou na sua condição inicial 
de aprendizagem sobre o conteúdo? Reelaborou conceitos? Para responder a estas 
perguntas faz-se necessário organizar o processo de avaliação. Momento de verificar 
a aprendizagem do aluno e a organização do plano do professor. 
O resultado deste debate será a elaboração do plano de ensino, que de acordo 
com a periodicidade poderá ser, o plano de unidade, plano de aula. 
Após a realização dos momentos acima descritos, a coordenação deve acordar 
com os professores como será realizado o acompanhamento do trabalho didático. 
Sugere-se que o acompanhamento seja sempre feito com orientações que auxiliem 
o professor no seu trabalho, para tanto é necessário que a coordenação leia 
atentamente cada plano de ensino, analise as atividades propostas, os instrumentos 
de avaliação e faça visitas previamente combinadas, na sala de aula. 
Quando a coordenação e os professores têm um bom diálogo e estão com 
suas ideias de trabalho alinhadas, as orientações e observações da coordenação são 
bem-vindas, pois têm como objetivo alicerçar e valorizar o trabalho do professor em 
sala de aula. 
17 
 
 
Existem algumas orientações para o desenvolvimento do papel da 
coordenação pedagógica junto aos professores. As orientações baseiam-se nos 
estudos de Vasconcellos (2011). 
A coordenação pedagógica como líder do processo de planejamento deve 
observar que: 
• os debates sejam orientados e fundamentados em uma concepção teórica 
que norteie o trabalho pedagógico da escola; 
• todos os professores participem ativamente do planejamento, promovendo a 
construção coletiva das ideias; 
• necessariamente não tem que dominar absolutamente todos os conteúdos 
das disciplinas e temas em debate; 
• toda reunião deve ter uma pauta, logo ter objetivos definidos e tempo para as 
discussões; 
• toda reunião de planejamento, também é um momento de formação entre os 
profissionais; 
• haverá momentos de tensão e esses devem ser resolvidos no grupo, valorizar 
o embate saudável das ideias e não o conflito pessoal; 
• planeja-se para que os alunos se apropriem de conhecimentos científicos; 
• uma reunião polarizada não promove a pluralidade de ideias; 
• é salutar ter sempre alguém do grupo para auxiliar nas anotações, no controle 
do tempo, dentre outros. 
O trabalho da coordenação pedagógica é complexo e de extrema relevância 
para a escola, pois exerce o papel político no debate sobre a educação e o papel de 
indutor de novas perspectivas pedagógicas na busca pela construção do 
conhecimento do aluno. 
 
 
18 
 
 
As atribuições do coordenador pedagógico 
 
 
 
A função da coordenação pedagógica é muito abrangente, ela está 
diretamente ligada ao pedagógico, que é posto em prática pelo professor, o seu 
trabalho ajuda os docentes nas práticas desenvolvidas em sala de aula. As práticas 
do coordenador também interferem indiretamente na vida escolar do aluno, já que 
suas orientações e solicitações auxiliam o trabalho do professor para que ele possa 
oferecer melhores condições de ensino para os alunos. 
Franco (2005, p. 3) apud Guimarães (2007) diz que “o trabalho do coordenador 
pedagógico é uma atividade voltada essencialmente à organização, compreensão e 
transformação da práxis docente, para fins coletivamente organizados e eticamente 
justificáveis”. O trabalho do coordenador é muito amplo, abrange os aspectos 
organizacionais/pedagógicos, o seu papel é importante para que haja no contexto 
escolar uma reflexão e modificação das práticas utilizadas pelos professores. O 
19 
 
 
coordenador apresenta ações inovadoras para que os docentes possam realizar em 
sala de sala, com a intenção de superar os problemas cotidianos. 
Almeida e Placco (2001, p. 23) afirmam que “propor ao professor uma prática 
inovadora é uma tarefa desafiadora para o coordenador, porque conduz a um 
momento de criação conjunta ao exercício da liberdade e as possibilidades efetivas 
de parceria”. O professor pode se recusar a modificar suas práticas, pois muitos 
acreditam que já faz o possível para que seus alunos possam aprender e os ajustes 
que foram solicitados podem ser pouco relevantes na concepção dos docentes. 
A mudança das práticas docentes é uma ação interna, pois se o docente não 
querer mudar as suas práticas ele não vai mudar, o coordenador apenas sugere 
algumas ações, mas a aceitação só depende do docente, por isso o coordenador 
precisa ter cautela para falar sobre a prática do professor, isso é necessário para que 
o educador não se sinta ofendido, essa tarefa não é fácil pois muitos educadores não 
percebem ou não querem perceber que precisam analisar a sua prática em sala de 
aula. 
O coordenador tenta sempre que necessário modificar a postura do professor, 
ele oferece meios para que isso aconteça através dos diálogos que mantem com os 
docentes, segundo Almeida e Placco (2001) o coordenador têm sempre a intenção 
de transformar a postura do professor e essas ações ocorrem nas reuniões 
pedagógicas, no acompanhamento das classes, no atendimento as dificuldades e 
necessidades do docente. 
Existe outro problema no contexto escolar que ocorre com os coordenadores, 
muitos não se ver como um agente de transformação, alguns coordenadores 
acreditam que o seu trabalho apenas quebra alguns galhos na escola, a sua função 
de “faz tudo” organiza a escola em pequenos quesitos e sua função pedagógica não 
possui uma força decisiva para a promoção das práticas. Franco (2008) relata que os 
coordenadores ficam aflitos e angustiados, pois trabalha muito e não percebem 
mudanças significativas na escola. 
Os desafios que os coordenadores enfrentam não são poucos é necessária 
muita determinação no seu oficio, é preciso que ele se reconheça como um agente 
transformador na escola, e não fique se ocupando bastante com questões 
burocráticas, que podem surgir nas urgências do cotidiano, sua função na escola é 
20 
 
 
muito importante para a formação continuada dos professores, o seu foco deve ser 
as questões pedagógicas,para que assim possa contribuir com a melhoria da 
qualidade do ensino e aprendizagem nas escolas. 
Ser coordenador pedagógico nos tempos de hoje não é nada fácil, além das 
suas funções pedagógicas, muitos coordenadores durante as urgências do dia a dia, 
organizam as festas escolares, conversam com os pais, resolvem problemas entre 
alunos, abrirem o portão, atendem telefonemas, preencher cadernetas e dentre outras 
atividades que vão surgindo no decorrer dos dias letivos, muitos coordenadores 
possuem a função exclusiva de coordenar o caos e a desorganização que a escola 
enfrenta. 
A maioria dos profissionais de educação sabem que a função do coordenador 
é com o pedagógico da escola, mas os mesmo admitem que o coordenador realiza 
inúmeras atividades que não tem nenhuma relação com o pedagógico, Almeida e 
Placco (2001) afirmam que o trabalho do coordenador possui três dimensões na 
escola, a primeira é articular as ações dos docentes, a outra é formar os educadores 
por meio de teorias e práticas que são essenciais para o seu exercício e a última é a 
de transformar a escola com o apoio dos demais sujeitos da transformação. 
Alguns coordenadores afirmam que, as principais dificuldades que eles 
possuem são as carências da formação e as constantes urgências da prática, eles 
relatam que as faculdades pecam em formar o formador e as obrigações extra-
pedagógicas na escola interfere no seu rendimento, não reconhecendo assim a sua 
condição transformadora. 
Franco (2008) ressalta que o real papel do coordenador na escola é a 
reformulação e a transformação da práxis docente. O coordenador possui um 
importante papel, pois ele é o principal intermeador entre os objetos definidos no PPP 
e as práticas que favorecem para que isso aconteça, Placco (2001) diz que o 
coordenador é a principal figura mediadora entre o currículo e os professores. 
Franco (2008) afirma que mudar a prática é um processo de mudança pessoal. 
Se o docente não quiser mudar as práticas ele irá permanecer do mesmo jeito, é 
preciso ter a humildade para saber ouvir a opiniões dos demais, Placco (2002) diz 
que a presença do coordenador pedagógico na escola é necessária para desenvolver 
21 
 
 
articulação, formação e orientação aos docentes, essa parceria é fundamental no 
desenvolvimento das atividades. 
O coordenador precisa reconhecer o seu papel na escola ele necessita exercer 
as suas devidas funções, isso pode ser bastante difícil em algumas escolas, mas é 
um caminho esperançoso a se acreditar e tentar percorrer, o coordenador é aquele 
que forma o educador e por isso detém muitos conhecimentos a ser transmitidos. 
Portanto o coordenador pedagógico possui muitas atribuições na escola e o 
seu foco principal é a formação continuada dos professores, isso é indispensável em 
qualquer escola, os seus conselhos, as suas propostas de ensino e a parceria com 
os professores são cruciais para que a escola tenha mais chances de êxito na 
qualidade do ensino. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
O coordenador pedagógico e a relação do 
planejamento escolar 
 
 
O coordenador pedagógico que antes tinha como principal função controlar, 
fiscalizar o trabalho dos professores, se apresenta com uma nova característica, ser 
aliado do professor no sentido de contribuir para que o planejado seja efetivado. 
Nesse sentido o planejamento é fundamental, pois nele estão contidas as 
necessidades, as possibilidades, os procedimentos e os recursos a serem 
empregados na prática pedagógica. 
No planejamento encontra-se o projeto pedagógico curricular que expressa a 
cultura da escola. Portanto, para que o coordenador atue de forma satisfatória precisa 
conhecer os níveis de currículo, os tipos de currículo e a organização do currículo, 
pois assim, contribuirá positivamente para uma prática onde quem mais ganha é a 
própria educação. 
A atuação da coordenação pedagógica no que tange a função social se dá no 
campo da mediação, pois deve articular a pedagogia de sala de aula e a pedagogia 
institucional. Sendo assim, deve acompanhar o trabalho do professor o acolhendo em 
23 
 
 
suas dificuldades, fazendo críticas construtivas, comprometendo com a busca de 
melhores condições de trabalho na escola. O coordenador é um mediador entre a 
instituição mantenedora e os professores e entre a comunidade e professores. 
A coordenação pedagógica deve ser capacitada nas três dimensões básicas 
de formação humana: conceitual, procedimental e atitudinal. A atitudinal é a mais 
difícil de ser trabalhada, pois envolve valores, interesses, sentimentos, disposição 
interior e convicções. O coordenador precisa desenvolver um mínimo de empatia para 
com o grupo, aplicando com coerência as categorias de análise que são elas: 
criticidade, ir além do superficial, valorizar os aspectos positivos; historicidade, saber 
como sair desta situação, investigar a gênese do problema. 
Na dimensão procedimental, refere-se ao saber fazer, encontrar caminhos 
para concretizar o que se busca. Ela se pauta nas categorias de: intervenção, em que 
a práxis é a chance de transformação da realidade, pois se estabelece na escola uma 
dinâmica de ação-reflexão, desenvolve uma metodologia que contemple a 
compreensão da realidade, clareza dos objetivos, age de acordo com o planejado e 
avalia a prática; sustentação, para sustentar um processo de mudança é preciso que 
tenha ética entre os membros do grupo, visão de processo, avaliação e participação. 
A dimensão conceitual, o coordenador deve ter conhecimento para saber 
argumentar, construir e desconstruir conceitos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
 Ação do planejamento escolar 
 
 
Planejamento Escolar consiste numa atividade de previsão da ação, ou seja, 
implica-se numa preparação para algo a ser objetivada para atender às necessidades 
dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, 
condizentes com o tempo de execução e as formas de avaliação. 
Ele irá se concretizar em planos e projetos da escola, do currículo e do ensino 
representando uma meta, uma seqüência de ações que irão orientar o educador 
referente à ação, reflexão e deliberação da prática em curso. Inclui também a 
avaliação dos processos e resultados previstos no projeto baseado na análise crítica 
e profunda do trabalho realizado havendo a reordenação dos rumos. 
 
O planejamento dentro do projeto pedagógico curricular expressa a cultura da 
escola porque está assentado nas crenças e valores orientando as práticas para 
produzir uma realidade voltada para a ação pedagógica não no sentido de “como se 
faz”, mas principalmente “por que se faz” para assim obter as finalidades sociais 
políticas almejadas pelo grupo de educadores (Libâneo, 1998). 
25 
 
 
No que se refere à proposta curricular o planejamento é coletivo e assegura a 
concepção e o formato do currículo escolhido, a articulação vertical e horizontal entre 
as áreas/disciplinas do currículo. 
O projeto pedagógico é um ingrediente do potencial formativo das situações de 
trabalho e pode ser denominado de vários nomes. Porém, o que importa é o processo 
de ação-reflexão-ação que se instaura na escola envolvendo todos os seus 
integrantes. O projeto concretiza o processo de planejamento, de modo que “fazer 
planejamento” é ir percorrendo as várias fazes de elaboração do projeto. 
O currículo constitui o elemento nuclear do projeto pedagógico, é ele que 
viabiliza o processo de ensino aprendizagem. O currículo define o que se ensina, o 
para quê ensinar, como ensinar e as formas de avaliação, em estreita colaboração 
com a didática. 
A maneira como a sociedade seleciona, classifica, distribui, transmite e avalia 
os saberes educacionais destinados ao ensino, reflete as intenções e práticas sociais 
que estão por detrás do currículo. Ou seja, a seleção é feita a partir do que a 
sociedade julga necessário ser incorporada pelosalunos. 
O currículo é a concretização do posicionamento da escola face à cultura 
produzida pela sociedade, o currículo representa a seleção e a organização da 
cultura. 
Os níveis de currículo são: formal, real e oculto. A diferença entre eles mostra 
o que os alunos aprendem na escola ou deixam de aprender, depende de muitos 
fatores e não apenas das disciplinas previstas na grade curricular. 
O currículo tem uma dimensão externa que se inicia na esfera política e 
administrativa do sistema escolar, passa pelas crenças, valores, comportamentos 
existentes na cultura, trabalhado pelos professores até chegar aos alunos. 
Quanto à organização escolar, o currículo está dividido em: currículo tradicional 
que se caracteriza pela organização do conhecimento por disciplinas 
compartimentalizadas, caráter livresco e verbalista; currículo racional-tecnológico 
tecnicista se baseia na transmissão de conteúdos e desenvolvimento de habilidades 
a serviço do sistema de produção; currículo escolanovista (ou progressivista) está 
centrado no aluno tendo a experiência como forma de ligar a escola com a vida e 
26 
 
 
adaptar os alunos ao meio; currículo construtivista crença no papel ativo do sujeito no 
processo de aprendizagem; currículo sócio-crítico possui várias correntes que dão 
ênfase às questões políticas ou pedagógicas no processo da formação em quanto ser 
social-político; currículo integrado ou globalizado caracteriza-se pela estrutura 
cognitiva e afetiva dos alunos tendo a interdisciplinaridade como princípio 
fundamental na formação do modelo curricular. 
Os tipos de currículos são: currículos fechados são caracterizados por 
disciplinas isoladas, inscritos numa grade curricular, professores limitam-se a segui-
los, sem autonomia para tomar decisões, não levando em consideração os saberes 
e competências dos docentes; currículos abertos voltam-se para a integração entre 
as disciplinas, contam com a participação dos professores respeitando seus saberes 
e valorizando suas competências. 
Existem alguns princípios que são importantes na construção de um currículo 
sócio-crítico: a escolarização básica obrigatória; seleção de conteúdos; cruzamento 
de culturas; ensino e aprendizagem centrados no ensino do aprender a pensar e do 
aprender a aprender; compreensão e clarificação de valores e atitudes; relação entre 
conhecimento e ação; superação do currículo pluridisciplinar, favorecendo a 
integração interdisciplinar; considerar a diversidade cultural e as diferenças; melhor 
qualidade cognitiva e operativa das experiências de aprendizagem; articulação entre 
as dimensões cognitiva, social e afetiva da aprendizagem; investimento no 
desenvolvimento pessoal e profissional dos professores e cultivar os processos 
democráticos e solidários de trabalho, convivência e tomada de decisões. 
 
 
27 
 
 
A importância do planejamento em sala de aula 
 
O planejamento é importante para o sucesso das ações realizadas pelo 
professor em sala de aula, é por meio do planejamento que podemos perceber quais 
são as necessidades cotidianas dos alunos, o docente precisa realizar essa reflexão 
diária e registrar o que foi trabalhado, pois dessa maneira é possível acompanhar o 
desenvolvimento das atividades que foram trabalhadas. 
O planejamento é uma ação que será realizada antes e depois de cada aula, 
a eficiência do planejamento já foi comprovada até em outras áreas de trabalho e na 
educação isso não é diferente, é por meio do plano que definimos aonde queremos 
chegar, mas para ter sucesso é preciso muita reflexão acerca de sua prática. 
O docente ao entrar em sala de aula, ele se depara com alunos de diferentes 
tipos de culturas, Gonh (2001) afirma que um dos grandes problemas que a escola 
enfrenta é diversidade de culturas. O planejamento é importante para superação 
dessa dificuldade, Oliveira (2013, p. 13) revela que: 
 
28 
 
 
O planejamento, além de dar subsídios ao professor, contribui para uma 
organização da escola, como um todo. Como a escola sempre está recebendo 
indivíduos com diferentes culturas, a cada dia vem se discutindo melhoramentos no 
processo do planejamento no espaço escolar para que a mesma possa atender as 
necessidades do público que está recebendo, e que esteja adequada as constantes 
transformações do ambiente. 
Muitas práticas pedagógicas não contemplam as reais necessidades dos 
estudantes, pois o docente faz um plano de acordo com um perfil de aluno, mas em 
sala de aula, existem vários tipos de personalidades, existem alunos com diferentes 
culturas que estão inseridos em distintos contextos sociais, Michelleto (2015, p. 2 ) 
diz que “a profissão docente foi ao longo do tempo tornando se mais complexa dado 
o contexto social, econômico, político transformados vertiginosamente pelo 
desenvolvimento cientifico e tecnológico”. 
Para fazer um bom planejamento é necessário que o docente seja profissional, 
o professor precisa ser um sujeito comprometido com a sua função, pois existem 
muitas exigências que precisam ser superadas pela ação do professor, Medeiros 
(2015, p. 2) afirma que “nossa sociedade está exigindo que os professores sejam 
profissionais, entende-se por profissionais aqueles que possuam todas as 
competências de um formador de cidadãos”. 
O docente precisa ser um pesquisador que se preocupa com insucessos dos 
seus alunos, e que busca novas práticas de ensino, também é necessário perceber 
as reais necessidades dos seus alunos, Medeiros (2015) afirma que o docente precisa 
sempre se atualizar, buscar saberes que não possuem e conquistar as qualidades 
que necessitam. 
Quando o docente não realiza o planejamento ele fica “perdido”, no que já foi 
trabalhado, e também em suas práticas diárias em sala de aula, o plano é fundamental 
para perceber o caminho percorrido e aonde se quer chegar, Mengolla e Sant’ana 
(2001, p. 4) diz que o planejamento “é um instrumento de todo o processo 
educacional, pois estabelece e determina as grandes urgências, indica as prioridades 
básicas, ordena e determina todos os recursos e meios necessários para a 
consecução de grandes finalidades, metas e objetivos da educação”. 
29 
 
 
Alguns professores afirmam que não gostam de planejar, pois acham que o 
plano é um trabalho a mais, é mais um trabalho burocrático que terão que realizar, 
nessas situações o plano de aula acaba se tornando um inimigo do docente. O plano 
deve ser um aliado do professor para que ele operacionalize as ações e assim alcance 
os objetivos quanto a formação dos seus alunos, Castro; Tacunduva e Arns (2008, p. 
7) falam sobre um caso comum que acontece em algumas escolas, “infelizmente, 
apesar do planejamento da ação educativa ser de suma importância, existem 
professores que são negligentes na sua prática educativa, improvisando suas 
atividades”. 
Para Moretto (2007, p. 100) “há, ainda, quem pense que sua experiência como 
professor seja suficiente para ministrar suas aulas com competência”. Há professores 
que acreditam que não precisam planejar, pois já possuem dez, vinte ou trinta anos 
de experiência, docentes que pensam assim não conhecem o real significado do 
planejamento, Fusari (2008, p. 47) afirma que “o preparar das aulas é uma das 
atividades mais importantes do profissional da educação, nada substitui a tarefa de 
preparação da aula em si”. 
Em alguns casos o docente apenas copia o plano do ano passado e em outros 
casos, copiam o plano do colega de profissão, e também aproveitam as atividades 
que em algumas situações estão inadequadas para o contexto da sua sala de aula. 
Cada professor sabe as necessidades da sua turma e propõe atividades que sejam 
adequadas ao desenvolvimento do seu trabalho, então copiar um plano do colega 
pode ser desastroso, pois os alunos podem não atender as expectativas desejadas. 
Gutenberg (2008) diz que o professor precisa entender que o planejamento 
embora pareça muito burocráticoou inútil, ele é uma tentativa clara para traçar os 
objetivos e as ações de aprendizagem. O plano é a primeira parte para que se possa 
alcançar os objetivos e assim o sucesso escolar, mas se a aula não for bem planejada, 
esse sucesso escolar pode ficar distante ou inalcançável. Muitos alunos sentem 
dificuldade em aprender algum assunto e isso é comum, até porque ninguém aprende 
no mesmo ritmo, o professor pode criar algumas estratégias facilitadoras que envolve 
a socialização em grupo e dinâmicas que façam relação com os conteúdos a serem 
trabalhados, dessa maneira os alunos terão mais chances de aprender, até porque 
vários recursos estão sendo utilizados e isso dinamiza o trabalho docente. 
30 
 
 
Sem um planejamento é difícil realizar uma avaliação do rendimento dos 
alunos, pois o registro é talvez a forma mais eficaz para se perceber os avanços e 
regressões da turma. Libâneo (1994, p. 2011) afirma que “ o planejamento é um meio 
para se propagar as ações docentes, mas é também um momento de pesquisa e 
reflexão intimamente ligado a avaliação”. 
O docente precisa fazer o plano para registrar os avanços e regressões da 
turma, é por meio do plano que também se traça os objetivos almejados, esses 
objetivos devem estar de acordo com os níveis de cada aluno, Gomes (2015, p. 5) 
relata que “o docente que em linhas gerais, deseja realizar uma boa atuação no 
ambiente escolar sabe que deve participar, elaborar e organizar os planos para 
atender o nível dos seus alunos bem como o objetivo almejado” 
O plano deve estar de acordo com os objetivos e prioridades estabelecidas 
pelo P.P.P, até porque o projeto político pedagógico é uma reflexão de um contexto 
para que assim possa construir uma nova realidade, Libâneo (2004, p. 152) diz que: 
O projeto político-pedagógico pode ser comparado, de forma análoga, a uma 
árvore. Ou seja, plantamos uma semente que brota, cria e fortalece suas raízes, 
produz sombra, flores e frutos que dão origem a outras árvores, frutos… Mas, para 
mantê-la viva, não basta regá-la, adubá-la e podá-la apenas uma vez. 
Veiga (1995, p. 34) contribui dizendo que “o projeto político pedagógico busca 
um rumo, uma direção. É uma ação intencional com um sentido explicito, com um 
compromisso definido coletivamente”. O plano deve atender as necessidades dos 
alunos, necessidades definidas por meio do PPP em conjunto com os membros da 
escola. 
Um caminho possível para atender as necessidades dos alunos é a 
interdisciplinaridade, pois uma ação interdisciplinar consegue abordar vários 
conteúdos das disciplinas, dessa maneira o aluno compreende um assunto por meio 
de outro conteúdo. Planos interdisciplinares costumam chamar a atenção do aluno, 
pois muitos ficam se perguntando se aquela aula é de Matemática? Artes? 
Português? Ciências ou História? O aluno consegue compreender que há uma 
relação entre os conteúdos de todas as disciplinas, isso só é possível por meio de um 
plano interdisciplinar. 
31 
 
 
Para trabalhar com êxito na perspectiva da interdisciplinaridade é necessário 
que o profissional tenha um comprometimento com sua função, Freire (1979, p. 7) diz 
que “o comprometimento seria uma palavra oca, uma abstração se não envolvesse a 
decisão lúcida e profunda de quem assume”, então é possível atingir uma educação 
de qualidade se os profissionais envolvidos tenham um comprometimento, esse 
compromisso deve ser baseado na práxis, que segundo Freire (1979) práxis é 
comprometimento de ser capaz de agir e refletir. 
O professor deve sempre rever suas práticas, e através dessa reflexão tentar 
ser melhorar em sua prática e no seu trabalho, para Zabala (1998, p. 13): “um dos 
objetivos de qualquer bom profissional consiste em ser cada vez mais competente em 
seu oficio. Geralmente se consegue esta melhora profissional mediante o 
conhecimento e a experiência”. 
Portanto o docente deve sempre refletir sobre as suas práticas, essa reflexão 
o ajudará na melhoria do processo de ensino-aprendizagem e a interdisciplinaridade 
é um caminho para essa melhoria, pois supera a fragmentação das disciplinas. Planos 
interdisciplinares costumam chamar atenção do aluno, esse tipo de plano deixa a aula 
muito mais prazerosa, então o professor deve realizar o planejamento para que assim 
possa melhor operacionalizar a sua aula e atender as reais necessidades dos alunos. 
 
 
32 
 
 
O Coordenador Pedagógico como articulador do 
Projeto Político Pedagógico e a contribuição da Pedagogia 
Freireana para sua prática 
 
 
Ao pensarmos nas questões sobre o aperfeiçoamento da ação do 
coordenador pedagógico, a partir das contribuições da Pedagogia Freireana, se faz 
necessário compreender, dentre outros fatores, qual é o sentido da Pedagogia para 
Freire. 
Paulo Freire, esclarece que não há uma pedagogia única, existe diversidade 
de formas atreladas aos momentos e contextos, o que implica no diálogo verdadeiro 
sobre a prática, a partir da vivência e da experiência, entendido como elemento para 
a formação na dinâmica dialética 
A necessidade formativa inicial e o desejo de aprender continuamente devem 
fazer parte das prioridades do professor na evolução da carreira, sobretudo quando 
o mesmo ambiciona tornar-se coordenador pedagógico. Portanto, o educador não 
deve apenas aceitar a realidade que se apresenta, mas também buscar maneiras de 
ir além, de buscar o conhecimento do outro, de oportunizar o desenvolvimento a partir 
33 
 
 
da consciência desse conhecimento, possibilitando a transformação das 
adversidades do cotidiano. Este não deve conformar-se com a aceitação da realidade 
que se apresenta, mas sim apresentar formas de busca do conhecimento, de 
oportunizar o desenvolvimento a partir da consciência desse conhecimento, 
possibilitando a transformação das adversidades apresentadas nos desafios 
cotidianos. 
Mais do que uma ciência que trata da educação, a Pedagogia é um conjunto 
de métodos que assegura ajuste de conteúdo. A partir dos ensinamentos de Freire 
podemos refletir sobre o processo de ensinar, que implica o de aprender e vice-versa, 
envolve a paixão de conhecer que nos insere numa busca prazerosa, ainda que nada 
fácil. 
Para Paulo Freire antes de ensinar é preciso aprender. O bom aluno e o bom 
professor passam pela mesma necessidade da compreensão do aprender. Em 
Pedagogia da Autonomia, Freire estabelece relações sobre o ensinar. Ensinar exige 
conhecimento não apenas técnico, mas conhecimento das relações humanas, 
respeito ao próximo e amorosidade, reforçando a capacidade crítica do educando 
como ser social e histórico, como ser pensante, comunicante, transformador, criador, 
realizador de sonhos. 
Segundo Freire, ensinar não é transferir conhecimento, mas criar 
possibilidades para sua produção. Sua concepção de educação libertadora tem uma 
visão humanista crítica, estuda-se o ser humano que aprende como um todo, sendo 
assim não podemos pensar apenas na dimensão cognitiva. Não são considerados 
apenas conhecimentos, mas também escolhas e atitudes por meio de uma Educação 
dialógica ao pensar crítico diante de sua realidade. 
Ao refletir sobre a formação do professor e os desafios da 
contemporaneidade, a mestre em Educação Joanete explicita de modo claro pontos 
referidos na pedagogia freireana, que versam sobre princípios e responsabilidades 
profissionais frente às questões adversas que enfrentamos cotidianamente, como a 
autora apresenta no trecho a seguir: 
 
34 
 
 
 
O Projeto Político Pedagógico (PPP) na escola é a referência documentada 
dos processos educativos discutidos, tal documento respalda determinadas decisões 
a serem tomadas pelo coletivo escolar, mas é importante ter entendimento do mesmo, 
com a interpretação à luz de um educador com a concepção ideológica crítica, assim 
sob o olhar da Pedagogia Freireana o PPP será uma referência dinâmica e viva. 
Para que um Coordenador Pedagógico possa iniciara reflexão sobre suas 
ações a serem desenvolvidas no contexto escolar, é necessário que tenha 
conhecimento do documento que define a identidade, embasa as ações e 
concepções, e indicam caminhos para o processo de ensino-aprendizagem. na 
perspectiva freireana, currículo é a política, a teoria e a prática do que fazer na 
educação, no espaço escolar e nas ações que acontecem fora desse espaço, numa 
perspectiva crítico-transformadora. 
Consideramos projeto por reunir as propostas de ação dentro de um 
determinado período de tempo; político por considerar a escola como um espaço de 
formação de educandos conscientes e críticos; pedagógico por organizar as 
atividades educativas imprescindíveis ao processo ensino-aprendizagem, documento 
este que indica caminhos a seguir para direção, coordenação pedagógica, alunos, 
familiares e demais funcionários de apoio. 
 
35 
 
 
Portanto, o Projeto Político Pedagógico contempla muito mais do que 
procedimentos: um projeto bem elaborado não deixa imprecisões sobre esse 
caminho; precisa ser flexível para se adaptar às necessidades de aprendizagem dos 
alunos; um projeto “vivo e real” que não fica “guardado”, mas ativo e inacabado, pois 
no decorrer do ano novas propostas vão permeando o fazer pedagógico e 
transformando-se em um novo projeto para ser apresentado no ano seguinte. Logo, 
o PPP é o exercício de elaboração do saber pedagógico para orientar a prática, não 
definitivo, é dinâmico e em contínua construção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
O que é o Projeto Político Pedagógico 
 
 
“Por que e com qual função existe esse espaço educativo?” 
 Essa é a indagação que serve como base para a elaboração de Projeto 
Político Pedagógico. Elaborar esse tipo de projeto é criar um guia para que a 
comunidade escolar — alunos, pais, professores, funcionários e gestores — consiga 
transformar sua própria realidade. 
Na prática, o documento estipula quais são os objetivos da instituição e o que 
a escola, em todas as suas dimensões, vai fazer para alcançá-los. Nele, serão 
considerados todos os âmbitos que compõem o ambiente educacional, como: 
A proposta curricular: deve ficar claro o que será ensinado e qual será a 
metodologia adotada. A proposta pedagógica deve trazer, ainda, as diretrizes 
37 
 
 
adotadas pela instituição para avaliação da aprendizagem, bem como do próprio 
método de ensino; 
Diretrizes sobre a formação dos professores: o documento deve ser claro sobre 
a forma como a equipe docente vai se organizar para cumprir a proposta curricular. 
Além disso, deve haver um plano para desenvolvimento e capacitação contínuos da 
equipe; 
Diretrizes para a gestão administrativa: para que a proposta curricular e as 
diretrizes sobre o corpo docente sejam cumpridas é necessário que exista um suporte 
administrativo bem organizado. O documento apontará o caminho para que a gestão 
da escola viabilize os outros pontos. 
Em suma, o documento funciona como um mapa para que a instituição alcance 
seu potencial máximo, adequando-se ao contexto no qual está inserida e contribuindo 
para o crescimento e o desenvolvimento de seus alunos. 
 
 Qual contexto histórico possibilitou o surgimento do Projeto 
Político Pedagógico? 
 
Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LBD) determinou 
que todas as instituições de ensino precisam ter um PPP. Mas em que contexto surgiu 
essa proposta? 
 
A década de 1980 foi marcada por um movimento de democratização no Brasil 
e no exterior. Nessa época, o mundo começou a questionar o modelo de Estado 
intervencionista, no qual as decisões tomadas nas instituições eram centralizadas e 
verticalizadas - inclusive na escola. 
Nesse contexto, em 1988, o Fórum Nacional em Defesa da Escola Pública 
começou a batalhar para que fosse instituída uma gestão democrática do ensino 
público, que garantisse autonomia a cada instituição de ensino. Existia uma 
necessidade latente para que as escolas se adaptassem às novas realidades. 
38 
 
 
Como consequência, o projeto pedagógico foi instituído na Constituição de 
1988. A partir de então, a realidade local de cada comunidade começou a fazer parte 
das considerações gerais a serem analisadas na definição das diretrizes de uma 
escola. 
 
 Quais conceitos dão forma ao Projeto Político Pedagógico? 
Os conceitos que aparecem no próprio nome do documento também podem 
ser úteis para esclarecer a necessidade e o objetivo do Projeto Político Pedagógico: 
 
» Projeto: é uma reunião de propostas que têm como objetivo a realização de 
uma ação. Assim, essa palavra traz a ideia de futuro, que tem como ponto de partida 
o presente; 
» Político: esse termo se refere à função social das instituições de ensino. Seu 
significado está relacionado à possibilidade de fazer da escola um espaço 
emancipatório que atua na formação de cidadãos ativos na construção da sociedade; 
» Pedagógico: a palavra define o conjunto de métodos utilizados na educação 
para que cada sujeito se desenvolva de forma global. No documento, o termo faz 
menção a todos os projetos e atividades educacionais que são utilizados nos 
processos de ensino e aprendizagem. 
 
Agora, pense em todos esses conceitos como dimensões. Se o objetivo do 
PPP é estipular quais são os objetivos da instituição e o que a escola fará para 
alcançá-los, essas dimensões são complementares. 
 
 Como deve ser construído o Projeto Político Pedagógico 
O PPP é um documento nortear que deve ser elaborado por todas as escolas 
com o objetivo de orientar as práticas educacionais durante todo o ano letivo. Apesar 
do seu caráter formal, o Projeto Político Pedagógico deve ser acessível para todos os 
integrantes da comunidade escolar e para isso a construção do PPP deve ser 
39 
 
 
colaborativa. Ainda assim, é fundamental que exista uma figura mobilizadora que se 
responsabilize por conduzir esse processo, papel designado ao diretor escolar. 
A elaboração do Projeto Político Pedagógico pode ocorrer de diversas formas. 
Há instituições que o constroem por meio do Conselho Escolar, já que ele envolve 
representantes dos diversos segmentos da comunidade. Outras instituições optam 
pela participação individual ou pela formação de plenárias. Não existe um formato 
correto, uma vez que cada espaço educacional possui uma realidade diferente. 
Por outro lado, para a finalização do documento muitas instituições de ensino 
convocam uma equipe de especialistas pedagógicos. Embora não seja regra, essa é 
uma ação muito praticada, pois esses profissionais geralmente conseguem atingir um 
alto padrão de qualidade e de viabilidade à redação final das propostas. 
 
 Por que o PPP é uma ferramenta flexível? 
Considerando-se o que é o Projeto Político Pedagógico e quais são os 
conceitos envolvidos, percebe-se que esse documento deve observar tanto a 
realidade da escola quanto da comunidade escolar. 
Isso significa que ele deve atender cada pessoa e o grupo como um todo ao 
mesmo tempo. É por isso que essa ferramenta deve ser completa, funcionando como 
um guia para o grupo, e flexível, para que se adapte às necessidades de cada 
estudante. 
 
Assim, é fundamental que a elaboração do PPP contemple: 
 
 Plano de ação; 
 Diretrizes pedagógicas; 
 Quem são os envolvidos; 
 Dados regionais sobre a aprendizagem; 
 Contexto das famílias dos estudantes; 
 
40 
 
 
Vale ressaltar que a finalização do documento não significa o fim desse 
processo. O Projeto Político Pedagógico deve ser revisto periodicamente, pelo menos 
uma vez por ano. Essa revisão possibilita que os membros das equipes pedagógica 
e gestora ajustem os objetivos e os prazos de acordo com os resultados alcançados 
pelos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
CONCLUSÃO 
 
 
Na origem da coordenação pedagógica, o coordenador era o “fiscal”, o chefe 
que gerenciava a produção. Hoje, deseja-se que este se configurecomo alguém que 
auxilia e contribui para a melhoria do processo de ensino aprendizagem, objetivando 
uma educação de qualidade. Sendo assim, ele é responsável pelo desenvolvimento 
de um Projeto Político Pedagógico e por colocar essa proposta em ação, ou seja, tirá-
la do papel. 
O coordenador em sua atuação na escola é de agente transformador e agente 
formador, ou seja, sua atuação vai além do convívio e relacionamento com os 
professores, significa ser formador, ouvinte de opiniões, planejando e pondo em 
execução o dever da escola que é exercer um papel social. 
Dessa forma, o planejamento deve ser feito em coletivo, levando em 
consideração a realidade cultural na qual a escola está inserida, pois só assim 
alcançará os objetivos propostos. 
O coordenador é uma figura muito importante no processo de ensino e 
aprendizagem, a sua função é contribuir com a melhoria das práticas dos professores. 
Por meio das reuniões e das conversas durante o dia a dia, ele expõe a sua 
experiência e ajuda os docentes respondendo às perguntas, apontando dinâmicas 
que auxiliam no aprendizado e indicando material teórico que condiz com os 
problemas enfrentados pelos professores em sala de aula. Seu apoio pedagógico é 
uma das condições para que a escola tenha um bom rendimento escolar. 
 
 
 
 
 
42 
 
 
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