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Mayra Gonçalves Soares Natannael Fernandes da Luz Sabrina Stefany De Oliveira Pires Sarah Jéssica Morais Brandão Discentes: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA São Luís, MA - 2022 LERNEA: PERIGOS PARA A PSICULTURA São Luís, MA - 2022 LERNEA: PERIGOS PARA A PSICULTURA São Luís, MA - 2022 Sumário O que é? Como se reproduz? Quais os prejuízos causados? Como chega na propriedade de cultivo? O que fazer? Procedimentos Terapêuticos no Controle da Lernaea sp. Referências 4 6 9 10 11 12 15 O QUE É? A Lernea é popularmente conhecida como "verme-âncora". Diferente da nomenclatura vulgar, não se trata de um verme, e sim de um crustáceo da ordem Copepoda e atua como parasita. Sua coloração varia de acordo com o tempo de vida: lerneas mais jovens são mais esbranquiçadas; já as mais velhas são mais escuras. Podem atingir até 22mm de comprimento e possuem uma cabeça pequena em comparação ao restante do corpo. O QUE É? Esse crustáceo tem como preferência a carpa para se hospedar, mas consegue parasitar também várias outras espécies de peixes, sejam nativos ou não. No Brasil há registros de que, além da carpa, parasitam também tambaquis, pacus, tambacus, matrinxã e lambaris. Os girinos de anfíbios também podem ser atacados por esse crustáceo. COMO SE REPRODUZ? Somente a fêmea adulta é parasita. Seus ovos liberam pequenas formas larvais planctônicas que se desenvolvem em uma outra forma denominada copepodito. A fêmea, fertilizada, procura um hospedeiro e, fixada nele, se desenvolve para a forma adulta. A partir disso, passa a produzir dois sacos de ovos para recomeçar o ciclo. Esses copepoditos se instalam nas brânquias e pelo corpo de algum peixe e lá ficam até se tornarem sexualmente maduros. Depois, abandonam o hospedeiro e se reproduzem. Todo esse processo pode durar entre 14 e 25 dias. COMO SE REPRODUZ? COMO SE REPRODUZ? 1. Espécimes adultos presos a diferentes partes do corpo do animal. Os parasitas são visíveis a olho nu e têm a aparência de pequenos fios esbranquiçados. Essa estrutura corporal corresponde às fêmeas, também sendo comum avistar no final do “fio” saquinhos com ovos. 2. Sangramento e úlceras entre as escamas dos peixes infectados. A área aparecerá vermelha e inchada. 3. Perda de pele nas áreas feridas. 4. Tentativas dos peixes de se arranhar contra qualquer superfície pontiaguda do aquário. 5. Problemas respiratórios. 6. Apatia generalizada. 7. Infecções oportunistas. QUAIS OS PREJUÍZOS CAUSADOS? Causa vários sintomas nos peixes e é muito destrutivo. O quadro clínico apresentado é conhecido como lernaeose, e alguns dos sinais clínicos mais comuns são os seguintes: Como a pele do peixe está cheia de feridas, é mais fácil desenvolver infecções derivadas dela. Dentre elas, destacam-se quadros bacterianos e fúngicos, principalmente a podridão das nadadeiras ou fin rot. Se não for tratado, o animal acaba morrendo. COMO CHEGA NA PROPRIEDADE DE CULTIVO? O QUE FAZER? 1. Mesmo sem detectar lernea através de exames nos alevinos, jovens ou reprodutores adquiridos, suas larvas podem ainda estar presentes nas brânquias dos peixes, longe da detecção visual. Consequentemente, é recomendável tomar alguns cuidados adicionais. Peixes recém-adquiridos devem ser colocados em tanques/viveiros isolados dos demais (tanques/viveiros de quarentena). 2. A melhor opção é buscar uma nova fonte de água, não contaminada caso seja detectada a contaminação da fonte atual. Outra opção, menos complicada, é o uso de filtros de areia e pedra na tomada de água para impedir a entrada de peixes parasitados e formas larvais planctônicas nos viveiros. 3. Procurar manter os canais de distribuição de água com um mínimo possível de peixes, promovendo sua despesca com freqüência. Procedimentos Terapêuticos no Controle da Lernaea sp. Para todos os tratamentos abaixo é recomendado que seja feito um teste inicial utilizando-se apenas poucos exemplares FORMALINA – só tem sucesso contra os estágios de vida livre da Lernaea, sendo o tratamento demorado consumindo-se muito tempo. A formalina deve ser usada com muito cuidado, pois geralmente o peixe não a tolera suficientemente bem para permitir aplicação segura. Seu uso mais promissor consiste em mergulhos de curta duração contra os parasitos frouxamente fixados, e a Lernaea adulta não se encontra nesta categoria. PERMANGANATO DE POTÁSSIO (KMnO4) – é usado no controle da Lernaea em muitas partes do mundo; ele não é eficaz contra os parasitos sexualmente maduros que sofreram metamorfose e que estão completamente enterrados na pele do peixe. Seu uso é limitado por ser ele uma substância instável ou seja, devido ao seu rápido desdobramento é difícil manter a concentração desejada. DIPTEREX (Dilox, Chlorophos, Neguvon, Masoten) – estas marcas registradas se referem a variadas formulações do trichlorphon. O produto devido a sua alta toxicidade e poder residual desconhecido em peixes, não deve ser utilizado em pisciculturas. Procedimentos Terapêuticos no Controle da Lernaea sp. ÓXIDO DE CÁLCIO (PROPEIXE) – óxido de cálcio anidro desenvolvido e comercializado por Campical Ltda./ Divisão Agropecuária, de Campinas – SP. O produto de altíssima reatividade por sua ação fungicida, bactericida e parasiticida natural, controla diversos patógenos no meio aquático. Por sua elevada alcalinidade, proporciona floculação e decantação da matéria orgânica em suspensão, melhorando a qualidade da água. Com teor de cálcio superior a 92%, PRNT superior a 170 % micronizado e reatividade imediata, provoca uma brusca elevação do pH da água, o que desestabilizaria a homeostase, causando a morte de microorganismos presentes no ambiente, inclusive aqueles instalados nos peixes. Por não possuir toxidade, permite a pesca e o consumo dos peixes tratados sem riscos à saúde pública, mesmo sem carência. Entretanto, sua aplicação deve obedecer critérios que garantam ao aplicador segurança contra riscos de queimaduras. Deve-se observar o pH da água antes e depois do uso do produto. SAL COMUM (NaCl) – o sal, substância barata e de fácil obtenção, é recomendado na fase de vida livre do parasito. Aparentemente não é eficaz contra as fêmeas já fixadas. É importante testar a tolerância do peixe à salinidade antes de se proceder ao tratamento. RAÇÃO SUPLEMENTADA – Comercializada com o nome de VITOSAN, foi desenvolvida na Piscicultura Águas do Vale (Leonhardt & Schwarzbold Ltda.) em Mato Leitão – RS e quando fornecida aos peixes por um determinado período (± 14 dias), elimina as formas parasitas da Lernaea sp., sem efeitos negativos aos peixes ou ao meio ambiente. Requer entretanto, um período de carência de 5 dias para o consumo humano. Além de sua composição básica, é enriquecida com premix vitamínico e mineral, contendo ainda os aditivos “Sinox” e “Amonix” como agentes ativos contra a parasitose. Seu rótulo encontra- se registrado no MARA sob o nº RS – 100800047 e é produzida com exclusividade pela Indústria Santista de Alimentos. Procedimentos Terapêuticos no Controle da Lernaea sp. Por fim, o sacrifício de uma pequena parte do plantel de peixes pode, muitas vezes ser mais econômico se existe probabilidade de disseminação do parasito no cultivo. Referências CRIAÇÃO DE PEIXES. Prejuízo na aquicultura: a Lernea. Disponível em: https://www.criacaodepeixes.com.br/prejuizo-na- aquicultura-a-lernea. Acesso em: 13 nov. 2022. PANORAMA AQUICULTURA. Workshop propõe medidas de prevenção e tratamento. Disponívl em: https://panoramadaaquicultura.com.br/lernaea- workshop-propoe-medidas-de-prevencao-e- tratamento/. Acesso em: 13 nov. 2022.
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