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FACULDADE AGES DE JACOBINA PROFESSOR ME. REUELIO MARQUES RIOS ESTRUTURAS E AMBIENTES DAS ORGANIZAÇÕES. ANNA LARA SILVA GOMES ANA PAULA SANTOS SOUZA CAROLINE SILVA NOVAES CLARA MENDES VILAS BOAS RIOS ESTEFANI SOARES PIRES GARDÊNIA SOARES SILVA OLIVEIRA JOÃO DARLIS SAMPAIO SANTOS MARINA DA SILVA FIGUEIREDO POLIANA LIMA FERNANDES REBECA SANTOS NASCIMENTO RICARDO SILVA SANTOS ROBERVAL HENRIQUE FERREIRA THIAGO DA SILVA LEITE WAGNE MELKART CARVALHO DE ALMEIDA DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS E A IMPORTÂNCIA DE MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE NEGOCIAL JACOBINA/BA 2022 ANNA LARA SILVA GOMES ANA PAULA SANTOS SOUZA CAROLINE SILVA NOVAES CLARA MENDES VILAS BOAS RIOS ESTEFANI SOARES PIRES GARDÊNIA SOARES SILVA OLIVEIRA JOÃO DARLIS SAMPAIO SANTOS MARINA DA SILVA FIGUEIREDO POLIANA LIMA FERNANDES REBECA SANTOS NASCIMENTO RICARDO SILVA SANTOS ROBERVAL HENRIQUE FERREIRA THIAGO DA SILVA LEITE WAGNE MELKART CARVALHO DE ALMEIDA DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS E A IMPORTÂNCIA DE MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE NEGOCIAL Trabalho apresentado ao Curso de Direito da Faculdade AGES de Jacobina como pré-requisito para a obtenção de nota na avaliação - A3. JACOBINA/BA 2022 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ________________________________________________4 2. DESENVOLVIMENTO __________________________________________5 2.1. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS ________________5 2.2. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE NEGOCIAL _____________________7 2.3. FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA ______________________________8 2.4. PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA __________________9 2.5. CONTRATO PLURILATERAL ________________________________10 2.6 DECRETO 3.708/1919 ______________________________________11 3. CONCLUSÃO ________________________________________________13 4. REFERÊNCIAS _______________________________________________14 4 INTRODUÇÃO Sabe-se que quando há o sucesso, mediante obtenção de lucros, as sociedades que exercem a empresa tendem a manter sua existência por longo período. Todavia, em caso de insucesso, o cenário tende a ser outro, conduzindo ao natural encerramento da atividade, à dissolução. De fato, são vários os fatores que, infelizmente, em nosso país, contribuem para que seja árdua a tarefa daqueles que decidem se aventurar em prol do exercício da atividade econômica, dentre eles, sobretudo, a alta carga tributária, concorrência antiética e os altos ônus decorrentes da legislação trabalhista. Nesse contexto, imperioso se faz priorizar a manutenção da atividade econômica exercida, de modo que se foque na preservação da empresa, pois como se construirá adiante, existem inúmeros outros interesses que gravitam em torno dela. O interesse social na manutenção do funcionamento da empresa é patente, razão pela qual a atividade empresarial deve ser incentivada. Seja de pequeno, médio ou elevado porte, a empresa, indubitavelmente, contribui para a circulação de riquezas no país. Logo, o instituto da recuperação aparece como meio idôneo a fazer a empresa superar a crise atravessada e, a posteriori, recuperar-se, saldando seus débitos e, deste modo, evitando maiores prejuízos à ordem econômica e a população, ou seja, a importância da manutenção é evitar a dissolução da sociedade empresarial. A dissolução da sociedade surgiu como mecanismo de defesa das próprias sociedades, com amparo na doutrina e na jurisprudência, tendo em vista a relevância social e o princípio da preservação da empresa, diante da manifestação de vontade de um dos sócios de se desligar da sociedade. Também serão analisadas as principais características do contrato plurilateral e do decreto 3.708/1919. Diante disso, apontados os objetivos a serem diluídos a partir da pesquisa realizada no presente trabalho, busca-se com base na bibliografia utilizada, demonstrar a relevância da atividade negocial e sua relação com a sociedade empresarial, assim como, depreender sobre a forma de dissolução de determinado contrato social. 5 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADES EMPRESARIAIS Afirma-se que pessoa jurídica é a soma de esforços humanos tendentes a uma finalidade lícita, específica, constituída na forma da lei a partir do registro, conforme podemos extrair do art. 45 do Código Civil – que abraça a teoria da realidade técnica ou sistema das disposições normativas. Portanto, a personalidade jurídica é o que confere à pessoa jurídica a aptidão de adquirir direitos, bem como contrair obrigações. Desse modo, não é pura e simplesmente a condição de sujeito de direito que caracteriza a personalidade, mas a aptidão genérica, até porque os entes despersonalizados também são sujeitos de direitos capazes de praticar atos jurídicos, ainda que de forma limitada, como é o caso da massa falida e do espólio. É fundamental, de pronto, esclarecer que a dissolução da sociedade pode ocorrer por vários ângulos dos sócios, seja pelo direito de se manter na sociedade por ter investido recursos ou pelo apoio no seu desenvolvimento. Todavia, é necessário também garantir o direito de sair da sociedade, sob o fundamento no art. 5º, inciso XX, da Constituição Brasileira, onde lê-se que ninguém deve ser obrigado a permanecer vinculado ad aeternum à sociedade e aos sócios. No que concerne ao contrato de sociedade, pode ser objeto de dissolução total ou parcial da sociedade empresarial; o contrato em comento pode ser no sentido de dissolução total, gerando sua extinção ou dissolução parcial – esta última poderá ser efetivada em relação a um ou mais sócios, sendo a morte de um deles que uma das possíveis causas, Ressalta-se que cada situação é única, cujo desenrolar acontecerá a depender do contrato social ter sido desenvolvido por profissional qualificado, considerando que o contrato em comento é a legislação que busca, em regra, resguardar a sociedade, não apenas por atos de terceiros, mas de atos próprios. Ainda nesse sentido, a dissolução poderá ser judicial ou extrajudicial, conforme encontramos o regramento no art. 1.044 do CC. Pelo viés do procedimento falimentar, ocorre, por sua vez, quando a crise econômico-financeira de uma empresa se torna invencível, ou seja, não se localizam mais possibilidades de recuperação de seu capital. 6 É cogente esclarecer que, quanto à dissolução judicial fixada no art. 1.034 do Código Civil, ocorrido o ato de dissolução da sociedade, esta não perde automaticamente a personalidade jurídica. Para tanto, o ato de dissolução deve ser levado a assentamento nas Juntas Comerciais dos entes federados e ao Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração – DRIE. Ocorre que, a partir desse momento, a sociedade inicia a sua liquidação, momento em que será acrescido ao seu nome empresarial a expressão “em liquidação”. Assim, efetivada a dissolução, é nomeado um liquidante. A partir dessa etapa, a liquidação é conduzida com a finalidade de atingir dois objetivos primordiais: a concretização do ativo e a satisfação do passivo. Por outro lado, a dissolução da sociedade em nome coletivo ocorre de pleno direito por qualquer das causas enumeradas no art. 1.033 do Código Civil e, se empresária, também pela declaração de falência. Em se tratando da sociedade cooperativa, a dissolução poderá ser feita de forma voluntária (como prevê o art. 63 da Lei nº 5.764/1971), também por meio de medida judicial, a pedido de qualquer associado ou, ainda, por iniciativa de órgão executivo federal. Outra forma que merece menção, em detrimento de ocorrência no mundo fático, no que tange a esse assunto, é à fusão, regramento trazido pelo art. 1.119 do CC e art. 228 da Lei das Sociedades Anônimas – LSA. Isso significa que é o inverso do quese dá na incorporação, vez que sobrevém a extinção de todas as sociedades envolvidas e, daí, o surgimento de uma nova sociedade. Na primeira etapa do procedimento, cada sociedade envolvida na operação realizará uma assembleia geral, a qual deverá aprovar a fusão; contudo, faz-se necessária a nomeação de peritos com o fito de avaliar os patrimônios das demais sociedades Na etapa seguinte, haverá uma assembleia conjunta em que deverão ser aprovados os respectivos laudos (obviamente, os sócios só votarão os laudos das outras sociedades e não o da que já fazem parte). Como na fusão, há a constituição de uma nova sociedade que deverá ser registrada na Junta Comercial competente (art. 1.121 do CC e art. 228, § 3o, da LSA). Por último, o surgimento da Lei nº 14.195/2021 trouxe uma alteração importante a respeito da dissolução da sociedade simples: o art. 1.033 do CC apresentava, em seu parágrafo único, um prazo de 180 dias para recomposição do quadro societário 7 na hipótese que porventura um sócio venha a sair; entretanto, a disposição foi revogada, tendo em vista a possibilidade de a sociedade se tornar unipessoal – razão pela qual a referida Lei é chamada de “Lei do ambiente de negócio”, pois consiste em um diploma legislativo que a doutrina comumente chama de transversal, pelas mudanças em diversos setores do ordenamento jurídico. 2.2. MANUTENÇÃO DA ATIVIDADE NEGOCIAL A manutenção da atividade negocial é de extrema importância para o desenvolvimento do negócio. Vivemos numa sociedade moderna, onde é fato que as coisas evoluem, e isso se reflete em várias áreas de uma sociedade, pois conforme o ambiente onde reside sua empresa evolui, se faz necessário para a sobrevivência do seu negócio, que ele evolua alinhadamente. Por isso, é de extrema precisão que o empresário tenha sempre um olhar crítico em direção à modernização, à manutenção e ao desenvolvimento da empresa, sendo importante observar que nos mínimos detalhes pode acontecer do negócio desenvolver, ou até mesmo falir. Observa-se também que após a pandemia do COVID-19, ocorrida no ano de 2020, muitas empresas fecharam, como também, muitas evoluíram e acabaram crescendo por saberem manusear o negócio de uma forma significativa e útil para essa nova era, e ela vai além das manutenções visuais, acontecem no interior administrativo de uma empresa, no lado mais sutil das coisas, e pós a isso, reflete ao público. Essa nova era é completamente ligada ao mundo digital e prático, eliminando alguns recursos não mais necessários para os dias de hoje e substituindo até mesmo o trabalho humano por máquinas. Com isso, há diversas vantagens quando se diz respeito até mesmo ao tempo de obra prima, praticidade e também qualidade na entrega dos produtos oferecidos, que independe da área. Em vista disso, é de extrema importância que as atividades negociais de uma empresa estejam sempre em constante manutenção, com um olhar crítico e inovador para as melhorias que ela precisa e principalmente atenta ao desenvolvimento da sociedade, que evolui juntamente com o negócio. 8 2.3. FUNÇÃO SOCIAL DA EMPRESA A função social da empresa se encontra em todo o ato de exercício da atividade empresarial, ou seja, na organização dos fatores de produção para criação ou circulação de bens e serviços. Dessa forma, a função social da empresa surge trazendo a concepção de que a empresa não deve apenas desenvolver atividades voltadas à produção de riquezas e à obtenção do lucro, mas deve também, expandir suas responsabilidades sociais em atenção ao bem estar da coletividade. O art. 170, da CF/1988, traz diversos princípios que orientam e direcionam o exercício da livre iniciativa empresarial, a exemplo da livre concorrência, da proteção dos empregados, da defesa do consumidor e do meio ambiente, da redução das desigualdades e do tratamento diferenciado à empresa de pequeno porte. A função social, nesse sentido, mantém relação com todos esses princípios, procurando destacar que o fim da empresa é o de proporcionar benefícios para todos os envolvidos diretamente com a atividade e, ainda, para a coletividade. Neste diapasão, descumpre a função social da empresa aquele empresário que faz o uso da prática de concorrência desleal, que exerce sua atividade de modo gravoso ao meio ambiente, não observa a saúde e segurança dos seus funcionários e clientes, que sonega ou deixa de recolher os impostos e direitos trabalhistas, entre outros motivos. Sendo assim, a função social não tem por fim aniquilar liberdades e direitos dos empresários e tampouco de tornar a empresa mero instrumento para a consecução de fins sociais. A função social tem por objetivo, com efeito, reinserir a solidariedade social na atividade econômica sem desconsiderar a autonomia privada, fornecendo padrão mínimo de distribuição de riquezas e de redução das desigualdades. No art. 88 da CF/88 é explicito o caráter social. Já o art. 5º, em seu inciso XXIII, prescreve o princípio da função social da propriedade, função esta reafirmada no parágrafo primeiro do artigo 1.228 do CC/02. Ainda na Carta Magna, os artigos 182 a 186, tratam, de modo específico a questão da propriedade, destacando a função social. Dessa forma, claro é o entendimento que a função social da empresa desempenha um papel imprescindível aos interesses da coletividade, não se limitando ao exercício da atividade empresarial, nem possuindo como único objetivo o lucro, mas também visando considerar os direitos e interesses daqueles que estão situados ao redor da empresa, se importando com os reflexos que suas decisões 9 provocam na sociedade. As empresas têm, portanto, a responsabilidade de criar estratégias para orientação de suas ações em consonância com as necessidades sociais, de modo a garantir, além do lucro e a satisfação do seu cliente, o bem-estar social onde exerce suas atividades. 2.4. PRINCÍPIO DA PRESERVAÇÃO DA EMPRESA A economia brasileira e/ou boa parte dos países não circulam por conta de governos, de estados, mas sim por causa dos empresários (empregos, tributos). A atividade empresarial produz muito valor para a economia e com isso é necessário benefícios que façam com que as empresas continuem em atividade (não decretar falência). Sendo assim, em junho de 2005 quando a Lei de Recuperação Judicial e Falência entrou em vigor, surgiu o Princípio da Preservação da Empresa. Art.47 Lei 11.101/2005 - A recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, a fim de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego dos trabalhadores e dos interesses dos credores, promovendo, assim, a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica. Supracitado, o princípio da preservação da empresa é em suma considerado como a base do Direito Empresarial, no qual, consiste em proteger a fonte da sociedade empresarial (atividades de produção), voltadas para circulação de bens e serviços com o propósito de lucro. A priori, compreende-se que o princípio da preservação da empresa não é absoluto, para ser analisado pode ser conciliado ao princípio da função social da empresa que tem objetivo de demarcar a atividade da empresa em razão da importância voltada à sociedade gerando emprego para a população e responsabilidade social. Portanto, podemos dizer que o princípio da preservação da empresa consiste na recuperação da empresa, preservação das fontes de serviços e mercadorias, mantendo a unidade produtiva. 10 2.5. CONTRATO PLURILATERAL As relações empresariais no todo ou em parte são regidas pelos contratos plurilaterais, dotados de direitos e obrigações dos pactuantes, estes contratos também podem ser conhecidos como contratos bilaterais, que são os contratos de sociedade,na composição dos contratos os sócios aderem as cláusulas que lhes proporcionam as condições de direitos e deveres em relação aos demais sócios. O art. 1001, do CC, aduz que as obrigações dos sócios começam imediatamente com o contrato, se este não fixar outra data, e terminam quando, liquidada a sociedade, se extinguirem as responsabilidades sociais. Existem algumas restrições para substituição dos sócios, de antemão, o art. 1.002 declara que o sócio não pode ser substituído no exercício das suas funções, sem o consentimento dos demais sócios, expresso em modificação do contrato social. É importante frisar, que para eficácia da modificação do contrato, é necessário que a cessão total ou parcial de quota, sem a correspondente modificação do contrato social com o consentimento dos demais sócios, não terá eficácia quanto a estes e à sociedade, é o que diz o art. 1003 do código civil. A responsabilidade do cedente ainda permanece pela “quarentena” de dois anos, pois até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio. As obrigações inerentes aos deveres dos sócios são estabelecidas no contrato, devendo estes observá-las para cumprimento, o art. 1.004 do CC, determina que os sócios são obrigados, na forma e prazo previstos, às contribuições estabelecidas no contrato social, e aquele que deixar de fazê-lo, nos trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade, responderá perante esta pelo dano emergente da mora. Desta forma, verificada a mora, poderá a maioria dos demais sócios preferir, à indenização, a exclusão do sócio remisso, ou reduzir-lhe a quota ao montante já realizado, aplicando-se, em ambos os casos, o disposto no § 1º do art. 1.031 do CC. 11 2.6. DECRETO 3.708/1919 Em 1892 na Alemanha surge a criação das sociedades de responsabilidade limitada, que, no nosso ordenamento jurídico, as compreendemos como denominação de sociedade por quotas. Ademais, a sociedade por quota nasceu para atender às necessidades econômicas do comércio, a qual, não possuía um tipo societário capaz de agregar benefícios e flexibilizar algumas regras. Todavia, as Câmaras de Comércio alemã, recebiam várias reclamações diariamente, ou seja, os comerciantes solicitavam que um novo tipo de sociedade fosse constituído, entretanto, precisaria ser simples, econômica e limitada de responsabilidade. Sendo assim, o sistema acompanharia o desenvolvimento comercial e industrial de forma completa. Neste contexto, o deputado OECHELHAEUSER tomou nota das reclamações e se posicionou de forma positiva através do seu projeto de lei, no qual deu vida a Sociedade de Responsabilidade Limitada. A lei foi criada em 20 de abril de 1892, mas sofreu alterações posteriormente. Em suma, em Lisboa, no ano de 1896, a Câmara do Comércio Local e Indústria, requer uma lei semelhante à da Alemanha, porém, só ocorreu em 11 de abril de 1901, com a promulgação da lei sobre a sociedade por quota, de responsabilidade limitada, consolidada em 1.º de julho. Neste sentido, Portugal, foi o segundo país a admiti-la, em seguida, a Áustria, mais tarde, o mundo todo. Com efeito, o representante do Rio Grande do Sul, o deputado JOAQUIM LUÍS OSÓRIO, em 20 de setembro de 1918, apresenta seu projeto de lei n. 247, com a mesma designação portuguesa, em lugar da alemã, entretanto, o projeto só é aprovado em 7 de janeiro de 1919, sancionada no dia 10 de janeiro e publicada no Diário Oficial, em 15 de janeiro. Diante disso, surge o Decreto n. 3.708/1919. Diante o exposto, a sociedade por quotas de responsabilidade limitada supriu as necessidades dos empresários da época. Os comerciantes seriam melhores no seu negócio, pois, existiam melhores possibilidades jurídicas na estrutura e formação do contrato social. Por outro lado, a Lei da Limitada de 1919, foi considerada concisa por alguns operadores do direito, não pelo fato de conter apenas dezenove artigos, mas por não 12 ter balizadores que regulam as relações internas e externas. Mediante a isso, a doutrina e jurisprudência era a responsável pela aplicação da legislação a este tipo de sociedade. Além disso, outra problemática da época seria o artigo 18 do Decreto e os equívocos de sua interpretação - A questão ultrapassava o entendimento doutrinário, pois, os casos que chegavam aos tribunais, dentre os conjuntos de regras, provinham em resultados totalmente distintos. Contudo, em 11 de janeiro de 2002, com a entrada do Novo Código Civil brasileiro, pela Lei 10.406, uma “Nova Sociedade Limitada” é criada. A nova lei trouxe características completas e distintas daquelas que estavam previstas no decreto de 1919. Assim sendo, o novo Código Civil “reforma” tacitamente o Decreto nº 3.708/1919 e expõe importantes inovações para administração, expulsão e deliberação dos sócios. Na verdade, o novo formato trouxe maior transparência e profissionalismo, resguardando os interesses dos sócios minoritários. Em suma, as novas exigências trouxeram a nova sociedade limitada um maior custo e complexidade, mas proporcionou maior segurança e profissionalismo a sua administração. 13 3. CONCLUSÃO Diante de todo exposto, depreende-se que a teoria da empresa é fundamental para as possibilidades que envolvem o direito empresarial, haja vista a importância de determinada atividade econômica para o crescimento da sociedade, assim como da preservação da empresa, e da função social que exerce, vislumbrando o empresário e a empresa através de uma perspectiva macro, a fim de compreender todos os setores abarcados pela manutenção da atividade negocial. A sociedade empresarial deve ser registrada e cumprir com os requisitos previstos em lei, visando a segurança do sócio empresário e também das pessoas envolvidas na atividade empresarial. Dessa forma, conforme prevê o art. 5º da Constituição Federal, inciso XX, “ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado”. Ou seja, a legislação Civil, ao tratar da sociedade empresarial, determina as possíveis causas de dissolução da sociedade, protegidos os direitos daqueles empresários que optarem por deixar a sociedade, ou que em razão do falecimento, seja possível aos herdeiros administrar espólio da quota que lhe cabe, do sócio falecido. Além disso, deve ser observado, ao iniciar ou dissolver uma sociedade empresarial, o quanto pactuado em contrato social, pois trata-se de documento essencial para eventual deliberação acerca da dissolução, extinção, integração da sociedade empresarial, ressaltando a possibilidade de a dissolução ocorrer através da via extrajudicial ou judicial. A dissolução da sociedade, como anteriormente mencionado, pode ocorrer de forma parcial ou total. Ao se dissolver totalmente, a empresa, necessariamente, deve observar todos os encargos inerentes a ela. Portanto, resta clara a importância da empresa e do seu objetivo. Sendo assim, além de produzir riquezas, deve a empresa exercer sua função social, ser preservada, e obedecer aos princípios constitucionais, os quais são reguladores da atividade econômica. 14 4. REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto nº 3708, de 10 de janeiro de 1919. Regula a constituição de sociedades por quotas, de responsabilidade limitada. [S. l.], 15 jan. 1919. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d3708.htm. Acesso em: 10 nov. 2022. CAMPINHO, Sergio; PINHO, Mariana. A sociedade limitada na perspectiva de sua dissolução. São Paulo: Saraivajur, 2022. Constituição Federal: CF de bolso / {organização Equipe Rideel}. – 4ª. Ed. – São Paulo: Rideel, 2021. PERIN JUNIOR, Ecio. A dimensão social da preservação da empresa no contexto da nova legislação falimentarbrasileira. Teresina, a. 12, n. 1682, 8 fev. 2018. VENOSA, Sílvio de S. Direito Empresarial. São Paulo: Grupo GEN, 2020. E-book. ISBN 9788597024791. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597024791/. Acesso em: 10 nov. 2022.
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