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APRESENTAÇÃO DE SLIDES Parasitologia

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Parasitologia Clínica
ENTEROPARASITOSES CAUSADAS
POR HELMINTOS – FILO NEMATODA
Os helmintos, popularmente conhecidos como vermes, são grupo de parasitas que mais acomete o ser humano. São distribuídos e classificados em três filos: Platyhelminthes, Nematoda e Acanthocephala, conforme descrito no livro de parasitologia de David Pereira Neves (2016). Dentre os três filos, os que mais acometem os seres humanos são Platyhelminthes e Nematoda. Os parasitas do filo Acanthocephala são raros em nosso meio
Platyhelminthes : O Filo Platyhelminthes (platy = chato; helmintos = verme), ou simplesmente filo dos platelmintos, reúne os animais invertebrados com corpo achatado dorsoventralmente, triblásticos, acelomados apresentando simetria bilateral.
Os platelmintos podem apresentar vidas livres, sendo encontrados em ambientes aquáticos ou úmidos, ou ainda alojados no interior de outros organismos, atuando como parasitas. São exemplos de platelmintos as tênias e as planárias, assim como outros vermes parasitas, como o Schistosoma causador da esquistossomose.
O que é Esquistossomose? É uma doença parasitária, diretamente relacionada ao saneamento precário, causada pelo Schistosoma mansoni. A pessoa adquire a infecção quando entra em contato com água doce onde existam caramujos infectados pelos vermes causadores da esquistossomose.
Doença causada pela infecção por vermes parasitas de água doce de certos países tropicais e subtropicais.
Parasita que pode ser encontrado em áreas como África Subsaariana, Oriente Médio, Sudeste Asiático, Caribe e Brasil. A água doce é contaminada por animais infectados e fezes ou urina de humanos contaminados. O parasita penetra na pele humana e atinge a corrente sanguínea, migrando para o fígado, intestino e outros órgãos.
Os sintomas incluem irritação na pele, coceira, febre, calafrios, tosse, dor de cabeça, dor de barriga, dores nas articulações e dores musculares.
A infecção pode ser curada por meio de medicação administrada por um ou dois dias.
O Schistosoma mansoni é um platelminto trematódeo agente da esquistossomose intestinal, popularmente conhecida como 'mal do caramujo' ou 'barriga d´água
Nematoda: Os nematódeos são animais invertebrados de corpo fino e tubular. Esses animais são representados por espécies de vida livre, terrestres ou aquáticos, de água doce ou salgada, existindo também representantes que parasitam outros animais e plantas. São animais de vida livre e possuem uma alimentação variada entre bactérias, fungos, algas e plantas, podendo ser saprofágico (comem matéria orgânica não digerida) ou coprofágico (comem matéria fecal). Existem também espécies predadoras que se alimentam de pequenos animais como anelídeos, rotíferos e até outros nematódeos e espécies parasitas que comem o que o hospedeiro disponibiliza. Os nematódeos são os primeiros animais a apresentarem sistema digestório completo, ou seja, possuem boca e ânus. A boca possui lábios ao redor. Esses lábios possuem papilas sensoriais, dentes ou placas cortantes seguidas de uma faringe musculosa que efetua sucção do alimento, bombeando para o intestino
Acanthocephala: É um filo de parasitas, encontrados em muitas espécies de peixes, anfíbios, pássaros e mamíferos. Os acantocéfalos caracterizam-se pela presença de uma probóscide reversível, munida de espinhos e que serve para fixar o animal ao intestino do hospedeiro.
ASCARIS LUMBRICOIDES
A verminose é a mais presente em todo o mundo é a Ascaridíase ou Ascaridose, é causada pelo helminto Ascaris lumbricoides, que é uma doença que é popularmente conhecida como “lombriga”, ela recebe esse nome devido à morfologia desse parasita. O Ascaris é encontrado em quase todos os países do mundo e ocorre com frequência em virtude das condições climáticas e ambientais. Esse parasita pode sobreviver entre 5 °C e 10 °C, por até dois anos e na ausência de oxigênio por até três meses. Em solos argilosos, úmidos e sombreados sobrevivem até seis anos. Trata-se de um parasita muito incidente na população de baixo grau socioeconômico, portanto, é uma infecção extremamente disseminada e pode levar a quadros clínicos graves e até mesmo fatais. As crianças adquirem a doença ao ingerir alimentos contaminados com os ovos do verme, principalmente frutas e verduras que não tenham sido lavadas adequadamente. Quando a pessoa é contaminada apresenta alguns sintomas como por exemplo: Dor ou desconforto abdominal; Náuseas e vômitos; Diarreia ou prisão de ventre; Presença de sangue nas fezes, em alguns casos; Cansaço excessivo; Perda de apetite; Presença de vermes nas fezes.
"A contaminação por ele se dá pela ingestão de seus ovos, geralmente encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram um contato anterior com fezes humanas contaminadas."
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MORFOLOGIA
 O estudo da morfologia dos parasitas, deve ser realizado observando-se fases evolutivas do ciclo biológico que o parasita faz, passando pela fase embrionária (ovo) e pela fase adulta (verme adulto macho e fêmea). É essencial que o profissional da área da saúde, saiba realizar o diagnóstico preciso da forma parasitária através do exame parasitológico de fezes, conhecendo a morfologia do parasita. A estrutura morfológica do Ascaris lumbricoides, verme adulto macho, fêmea e ovos, que são estruturas que podem ser liberadas e observadas em uma amostra de fezes.
Verme adulto macho:. É cilíndrico, possui simetria bilateral (ou seja, iguais dos dois lados), apresenta o corpo coberto por cutícula lisa e brilhante com estrias. uma coloração amarelo-rosado e pode medir de 15 a 30 cm, podendo chegar até 45cm. Apresentam um vestíbulo bucal, localizado na extremidade anterior, com três lábios (trilabiada) que servem como fixação e nutrição do parasita, para que consiga se fixar no interior do organismo humano. Possui também, um esôfago musculoso e um intestino retilíneo. A extremidade caudal é encurvada com a presença de espícula, necessárias durante o acasalamento (REY, 2018).
Verme adulto macho ela vive dentro de pequenas veias do intestino e do fígado do homem doente. O macho mede aproximadamente 10mm de comprimento e a fêmea 14mm e vivem constantemente acasalados
Verme adulto fêmea : é maior que o macho, possui extremidade caudal retilínea, apresenta dois ovários, úteros, vagina e vulva. Também possui uma boca trilabiada, com a mesma função do macho. “Os vermes adultos habitam o lúmen do instestino delgado humano, onde se alimentam e copulam. A fêmea deposita cerca de 200.000 ovos por dia, que são eliminados nas fezes” (FERREIRA, 2017, p. 103). 
Ovo: o ovo eliminado após o acasalamento entre macho e fêmea possui algumas características distintas quando o ovo está fértil ou infértil. As características morfológicas de um ovo fértil, envolvem uma coloração branca, mas adquirem a cor castanho escuro, devido ao contato com as fezes
(Figura 3A), a camada interna é chamada de vitelínica (que lembra vitelo = embrião), ela se encontra repleta de células germinativas que darão origem a um verme adulto após a eclosão (abertura) desse ovo. Possui uma camada intermediária chamada de quitinosa, que tem como função a proteção e a nutrição do embrião, composta de lipídeos e proteínas. Já a camada mais externa é chamada de albuminoide (albuminosa) ou maminolada (leva esse nome pois lembra a casca de um abacaxi), essa membrana tem como função a proteção do vitelo. A camada albuminosa, no entanto, pode estar ausente em alguns ovos férteis, também conhecidos como descorticados
(Figura 3B) é mais alongado, não possui capacidade de evoluir, portanto, não apresenta a membrana interna vitelínica. No seu interior existe a presença de uma massa amorfa, esses ovos são produzidos por fêmeas não fertilizadas, são frequentemente eliminados nas fezes, mas degeneram no meio externo, sem se tornarem infectantes (FERREIRA, 2017). 
TRANSMISSÃO: Ocorre através da ingestão de ovos embrionados, pelo consumo de água não tratada que contenham fezes de pessoas contaminadas ou através da ingestão de alimentos contaminados com ovos, devido àmá higiene desses alimentos e seu consumo. 
CICLO BIOLÓGICO: É o processo de nascimento do indivíduo, o qual deve se desenvolver, se reproduzir até que chegue ao fim. Como o ciclo biológico dos animais e de todas as formas de vida na Terra, o objetivo é perpetuar a espécie.
 Ciclo de vida do Ascaris lumbricoides
1. Vermes Ascaris adultos vivem na luz do intestino delgado.
2. Uma fêmea pode produzir cerca de 200.000 ovos por dia; os ovos são excretados nas fezes. Os ovos não fertilizados podem ser ingeridos, mas não são infecciosos.
3. No meio ambiente, os ovos fertilizados, dependendo das condições, se tornam embrionários e infecciosos entre 18 dias e algumas semanas; as condições ideais são solo úmido, quente e sombreado.
4. Ovos infecciosos são deglutidos.
5. No intestino delgado, os ovos eclodem em larvas.
6. As larvas penetram a parede do intestino delgado e migram via circulação porta até o fígado, a seguir via circulação sistêmica até os pulmões, onde amadurecem ainda mais (em 10 a 14 dias).
7. As larvas penetram as paredes alveolares, ascendem a árvore brônquica até a garganta e são deglutidas. A seguir retornam ao intestino delgado, onde se transformam em vermes adultos.
SINTOMATOLOGIA: Os sintomas que o parasita causa durante toda sua migração e seu desenvolvimento, deve ser estudada com base no ciclo biológico do parasita. O sintoma patognomônico do Ascaris é a obstrução intestinal, ocasionado pela alta capacidade de reprodução do parasita, eliminado até 200 mil/ovos/dia. Outro sintoma muito característico é a síndrome de Loss ou Loeffler, conhecida também como “falsa pneumonia”, ocasionando febre, tosse, dispneia, edema de alvéolo, infiltrado eosinofílico, manifestações alérgicas e bronquite, que são sintomas que se assemelham à pneumonia, mas na realidade são ocasionados devido à passagem do parasita por esse órgão. Essas manifestações geralmente ocorrem em crianças e estão associadas ao estado nutricional (NEVES, 2016).
PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO: Como medidas de prevenção a essa parasitose, temos a higienização de frutas e verduras, principalmente as que são consumidas in natura. Proteger os alimentos da poeira, do contato com vetores (moscas e baratas) e fazer a ingestão de água tratada. Evitar peridomicílio e geofagismo, bem como adotar medidas de melhora do saneamento básico, adotando também medidas de educação em saúde e tratar pessoas doentes para o ciclo seja eliminado (REY, 2010
MORFOLOGIA A morfologia desse parasita também é dividida em verme adulto (fêmea e macho) e ovos. Existem algumas características que são comuns em ambos os sexos, como: cor branca, corpo filiforme e cutícula finamente estriada
Verme adulto fêmea: possui corpo cilíndrico, mede de 0,8 a 1,2 cm e seu corpo é em forma de um ponto de interrogação invertido. Possui asa cefálica para locomoção (estrutura muito importante para o ciclo biológico do parasita
 Verme adulto macho: é menor que a fêmea, mede 0,3 a 0,5 cm, possui uma cauda encurvada ventralmente, necessária para a cópula, também possui asa cefálica para locomoção. Os vermes adultos, macho e fêmea, podem ser observados na Figura 5. A fêmea tem a capacidade de colocar 16 mil ovos por dia (NEVES, 2016). 
Ovo: os ovos medem de 55 a 25um, possuem uma coloração transparente/ acinzentada ou amarelo claro (tudo vai depender do método utilizado para o seu diagnóstico). Os ovos no exame da fita adesiva, se apresentam com dupla membrana evidente, célula germinativa no interior do ovo – que é liso e translúcido em formato de letra “D” –, um lado é achatado e outro é convexo, como é possível observar na Figura 6 (NEVES, 2016
MORFOLOGIA DO PARASITA ENTERBOIUS VERMICULARIS VERME ADULTO MACHO , FÊMEA E OVO 
TRANSMISSÃO: A transmissão dessa parasitose ocorre por diferentes mecanismos.
Heteroinfecção: quando os ovos presentes em alimentos, poeira ou outros fômites alcançam um novo hospedeiro, através da ingestão do ovo desse parasita, conhecido também como primoinfecção. 
Indireta: quando os ovos presentes em alimentos, poeira ou outros fômites alcançam o mesmo hospedeiro que os eliminou.
 Autoinfecção externa ou direta: quando o próprio indivíduo infectado após coçar a região perianal, leva os ovos infectantes até a boca. 
 CICLO BIOLÓGIC
1. Os ovos recém-eliminados tornam-se infetantes em seis horas, podendo permanecer viáveis no meio externo por até 13 dias. 23 
2. O homem adquire o parasita através da ingestão do ovo em água ou alimentos contaminados. 
3. Ele sofre a ação do suco gástrico, no intestino delgado ocorre a sua eclosão liberando uma larva (verme adulto) que migra para a região do ceco e sofre diversas mudas até se tornar efetivamente um verme adulto. 
4. No ceco, fêmea e macho realizam a cópula, após a cópula a fêmea mata o macho, que é eliminado nas fezes do hospedeiro. Todo o ciclo ocorre no lúmen intestinal, sem migração visceral. A fêmea grávida se desprende do ceco, passa por todo o intestino grosso, pelo esfíncter anal até alcançarem a região anal ou em áreas adjacentes como a região perianal, tudo isso ocorre no período da noite, pois é nesse período que ela encontra temperatura, luminosidade e tranquilidade adequada. 
5. Nesse momento e local, ela faz a postura dos ovos cerca de 5 a 16 mil/ovos/ dia, e, dentro de seis horas, esses ovos se tornam infectantes, podem infectar novamente o paciente, reiniciando o ciclo ou contaminando o ambiente, podendo resistir até três semanas (FERREIRA, 2017
SINTOMATOLOGIA: A patogenicidade do Enterobius vermicularis é usualmente baixa, dependendo da carga parasitária. O principal sintoma é o prurido (coceira) intenso, que é ocasionado devido à presença dos ovos colocados sobre a mucosa anal, causando uma reação imunológica devido às proteínas presentes no ovo do parasita que são alérgicas ao corpo do hospedeiro, esse, como consequência desenvolve o fenômeno de hipersensibilidade que se intensifica ocasionando a reação de coceira (REY, 2018).
PROFILAXIA E DIAGNÓISTICO: Além de impedir reinfecções do próprio paciente, deve-se buscar a prevenção da transmissão para outros indivíduos que possuem contato próximo, como família, creche e ambiente de trabalho. A higiene pessoal do hospedeiro contaminado deve ser realizada individualmente; as roupas do indivíduo e suas roupas de cama devem ser enroladas e lavadas com água fervente diariamente; as unhas devem estar curtas e as mãos devem ser lavadas com frequência, visto que no ato de coçar, o parasito pode se alojar debaixo da unha; o banho deve ser diário, preferencialmente logo após se levantar, devido à fêmea ter realizado a postura de ovos durante a noite, no momento em que o paciente acorda, tem uma maior chance de contaminação (NEVES, 2016).
O diagnóstico é realizado utilizando-se um método específico para o encontro desse parasita, visto que ele não é encontrado nas fezes, o parasita não deposita ovos no interior do intestino, mas na região perianal (mucosa), então, para o seu diagnóstico, não podemos utilizar métodos tradicionais parasitológicos com amostras de fezes, devemos utilizar do método de Graham, popularmente conhecido como método da fita adesiva, em que, ao despertar, o paciente introduz sobre a mucosa uma fita adesiva, já aderida a uma lâmina ou bastão de vidro e realiza fricção com essa fita sobre a região anal, após retirar a fita, leva-se para o laboratório para ser analisada, o analista clínico apenas coloca a fita no microscópio e analisa a presença dos ovos de Enterobius, através da sua morfologia (REY, 2010). 
TRICHURIS TRICHIURA:A tricuríase é uma infecção causada pelo parasita Trichuris trichiura cuja transmissão acontece por meio do consumo de água ou alimentos contaminados por fezes contendo ovos desse parasita. A tricuríase dá origem a sintomas intestinais, como diarreia, dor abdominal, náuseas e perda de peso, por exemplo.
MORFOLOGIA:Os vermes adultos apresentam uma forma típica semelhante a um chicote, essa aparência é consequência do afilamento da região esofagiana, que compreendecerca de dois terços do comprimento total do corpo do parasita, seguido de alargamento abrupto da região posterior, que compreende o intestino e os órgãos genitai
Verme adulto fêmea: medem aproximadamente de 3 a 5 cm de comprimento, a boca é localizada na parte anterior, sem lábios para fixação, seguida por um esôfago bastante longo e delgado. A parte posterior, ou seja, a região alargada, localiza-se o sistema reprodutor e o intestino. Possui uma coloração esbranquiçada.
 Verme adulto macho: é menor que a fêmea, mede de 3 a 4,5 cm, possui um único testículo, seguido por canal deferente, canal ejaculador que termina com um espículo na extremidade posterior que também é curvada ventralmente. Possui boca trilabiada na extremidade anterior para fixação (NEVES, 2016). O verme adulto macho e fêmea podem ser observados na Figura 8. 
Ovo: apresentam um formato elíptico e possui dois poros salientes mucoides e transparentes nas extremidades preenchidos por material lipídico, chamados de opérculos polares, que tem como função proteção do embrião (esses poros mucoides, conferem ao parasita semelhança a uma “bandeja”, por isso, são chamados de bandejinha ou ovos em formato de “barril”). Na Figura 9, pode ser observada com maior clareza a estrutura morfológica do ovo de Trichuris trichiura. A casca do ovo é formada por três camadas: uma camada lipídica externa para proteção, uma camada quitinosa intermediária para nutrição do embrião e uma camada vitelínica interna, onde o parasita se desenvolverá, são essas camadas que favorecem a resistência destes ovos a fatores ambientais (NEVES, 2016).
VERME ADULTO MACHO (B) E FÊMEA (A) DE TRICHURIS TRICHIURA
OVO DE TRICHURIS TRICHIURA
TRANSMISSÃO:, os ovos eliminados por um paciente contaminam o ambiente, principalmente em áreas onde o saneamento básico é deficiente ou ausente. Como os ovos são extremamente resistentes, podem ser facilmente disseminados pelo ambiente, pelo vento, água ou até mesmo pelas moscas que transportam os ovos do parasito do local onde as fezes foram depositadas até o alimento. Através dessa disseminação, o homem pode se contaminar ingerindo água ou alimentos contendo esses ovos do parasita, através também de hábitos e costumes, como geofagismo e peridomicílio. 
CICLO BIOLOGICO: 
SINTOMATOLOGIA: Segundo Neves (2016), a tricuríase não tem sido tratada com a devida atenção pelas autoridades de saúde pública. Provavelmente, o descaso seja em razão da grande proporção de casos assintomáticos da doença e da falta de informações 30 quanto à real consequência da infecção crônica, especialmente em crianças. As lesões ocasionadas pelo parasita ficam restritas ao intestino (ele é um parasita que não tem a capacidade de perfurar o intestino e cair na circulação sanguínea). A intensidade dos sintomas dependerá da intensidade da infecção, ou seja, da carga parasitária que foi adquirida pelo hospedeiro. Se a carga parasitária for leve, esse paciente pode se apresentar em muitos casos, assintomático, apenas relatando perda de apetite, insônia e nervosismo. Em infecções moderadas pode apresentar, diarreia, dor abdominal, vômito e náuseas (NEVES, 2016)
PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO: Os humanos contaminados e as condições ambientes favorecem o desenvolvimento e a sobrevivência dos ovos no ambiente. Então, como medidas profiláticas devemos tratar os doentes, investir em educação sanitária, higienizar frutas e verduras, principalmente alimentos que são consumidos in natura. Fazer consumo de água tratada e adotar bons hábitos de higiene pessoal. Para o seu diagnóstico são utilizados exames parasitológicos de fezes observando-se a morfologia do parasita encontrada
STRONGYLOIDES STERCORALIS. Strongyloides é um gênero de parasitas do sistema gastro-intestinal. As espécies desse gênero possuem ciclos de vida complexos, onde larvas podem seguir diferentes caminhos de desenvolvimento, levando a formas sexuais de vida livre ou a estágios, A infecção humana ocorre quando há penetração da pele por larvas filarioides de Strongyloides stercoralis, geralmente por contacto direto com o solo contaminado por fezes humanas. Andar descalço é um dos fatores de risco mais importantes para se contaminar.
 MORFOLOGIA: 
Fêmea partenogenética: primeiro vamos esclarecer o significado de partenogênese: é quando se dá o desenvolvimento de um ovo sem interferência de espermatozoides (parthenos + genesis = geração). Isso significa que essa forma evolutiva é capaz de realizar autofecundação, não precisando do macho. Ela possui corpo cilíndrico filiforme, com extremidade anterior arredondada e extremidade posterior afilada. Medindo de 1,7 a 2,5 mm. Possui vestíbulo bucal curto e esôfago longo, ocupando 25% do comprimento do parasita. Única forma adulta do verme para o homem. 
• Fêmea de vida livre: mede cerca de 0,8 a 1,2mm. Possui um aspecto fusiforme, com extremidade anterior arredondada e extremidade posterior afilada (retilínea). O esôfago é do tipo rabditoide maior que o macho. Essa forma parasitária é encontrada somente no solo. A fêmea tem a capacidade de eliminar ovos, após o acasalamento com o macho de vida livre. 
Macho de vida livre: é menor que a fêmea, mede cerca de 0,7mm. Também possui aspecto fusiforme e extremidade anterior arredondada, o que diferencia é a extremidade posterior que apresenta cauda em espiral (recurvada ventralmente). O esôfago é do tipo rabditoide, possui boca trilabiada e apresenta dois espículos auxiliares para a cópula na região caudal. 
 Larva rabditoide: é o tipo de esôfago do parasita que dá esse nome a ele, rabditoide. A larva rabditoide é originada pela fêmea partenogenética e pela fêmea de vida livre. Mede cerca de 0,2 a 0,3 mm, com cutícula fina e hialina, possui vestíbulo bucal curto, primóridio genital visível, cauda afilada e curta. É a forma de diagnóstico, essa a única forma morfológica do parasita encontrada nas fezes (Figura 11).
 Larva filarioide: possui esôfago do tipo filarioide, vestíbulo bucal curto, medindo cerca de 0,35 a 0,50 mm, com cutícula fina e hialina. A porção anterior do parasita é afilada (característica essa necessária para a contaminação do hospedeiro). Possui cauda com uma bifurcação (cauda em talhe). É a etapa infectante.
Ovos: são elípticos, de parede fina e transparente, praticamente idênticos aos de ancilostomídeos. Possuem uma fina e única membrana externa e célula germinativa em seu interior, que dará origem a larva rabditoide. Podem, excepcionalmente, serem observados em fezes de indivíduos com diarreia severa ou após utilização de laxantes.
FORMAS EVOLUTIVAS DO STRONGYLOIDES STERCORALIS
TRANSMISSÃO: A transmissão desse parasita pode ocorrer de diferentes formas, a forma mais frequente que acomete os pacientes é através da hetero ou primoinfecção, nesse caso, as larvas filarioides penetram ativamente sobre a pele humana, geralmente pelas mucosas mais finas, como os espaços interdigitais, em pessoas que não utilizam calçados ou até mesmo mucosa da boca e esôfago, denominado como infecção percutânea. O parasita possui sobre o seu corpo uma enzima que se chama protease, que tem a capacidade de quebrar a barreira da pele e entrar no organismo humano (CIMERMAN; CIMERMAN, 2005).
CICLO BIOLÓGICO STRONGYLOIDES STERCORALIS
SINTOMATOLOGIA: Os sintomas desse parasita vão desde o período de contaminação até a evolução do parasita. O sintoma mais característico é o cutâneo, ocasionado pela penetração da larva sobre a pele humana. Caracterizada pela formação de edema, eritema, prurido e pápulas hemorrágicas. A intensidade das lesões está ligada ao número de larvas invasoras. Outra característica desse parasita é a realização do ciclo pulmonar devido à passagem da larva filarioide pelo pulmão, podendo ocasionar hemorragias, petéquias, infiltrado inflamatório (linfócitos e eosinófilos), tosse, febre, expectoração sanguinolenta, edema pulmonar e insuficiência respiratória (característicos da síndrome de Loeffler) (NEVES, 2016)
PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO:As medidas profiláticas mais difundidas por Neves (2016)são as prevenções através de evitar o contato direto da pele com solo contendo larvas infectantes, portanto, o uso de calçados fechados é de suma importância para evitar essa parasitose. Além de identificar pacientes em risco e realizar testes diagnósticos apropriados antes de iniciar terapia imunossupressora. A disposição adequada de excreções humanas também reduz substancialmente a prevalência de estrongiloidíase e a conscientização da população através de equipes de saúde, com foco na atenção aos hábitos higiênicos, utilização da calçados, educação sanitária e melhoria da alimentação.
ANCYLOSTOMA SP: Atualmente, a ancilostomose é considerada uma doença de alto impacto mundial, negligenciada, devido à prevalência da infecção estar associada a áreas de pobreza e desigualdade sociais. Existem quatro espécies de Ancylostoma mais frequentes no Brasil, que abordaremos nesse tópico. Trata-se das espécies: Ancylostoma duodenale e Necatur americanos, que causam a ancilostomíase, ancilostomose, amarelão ou oplição, também popularmente conhecida como doença do “Jeca Tatu”, personagem ilustre de Monteiro Lobato; e os Ancylostoma brasiliensis e Ancylostoma caninun, que causam a larva migrans cutânea (LMC), dermatite serpinginosa ou popularmente conhecida como “bicho geográfico”. Os grandes movimentos migratórios dos tempos modernos, que se produzem em todos os continentes, têm levado a enormes alterações na distribuição mundial dessas espécies (NEVES, 2016). 
Um fato muito importante a levar em conta, quando falamos da epidemiologia do Ancylostoma, é que nos dias atuais houve um grande crescimento da população urbana e um decréscimo da população rural. O homem que antes trabalhava no campo, hoje migra para grandes centros, na busca de uma melhor qualidade de vida, e isso impacta diretamente no decréscimo de casos desse parasita, primeiro porque ele é endêmico de área rural, e segundo porque a forma de contaminação se dá através do não uso de calçados, o que dificilmente acontece na região urbana
MORFOLOGIA:O que basicamente diferencia as espécies de Ancylostoma é a quantidade e o tipo de dentes presentes na cápsula bucal do parasita. A identificação morfológica da espécie é possível de ser realizada apenas com microscopia eletrônica (pouco disponível nos laboratórios, devido ao alto custo). Então, a identificação do gênero Ancylostoma será sempre realizada através da visualização da morfologia do ovo, que, portanto, deve ser relatada como Ancylostoma sp., porque o ovo é idêntico para todas as espécies, o nome da espécie somente é relatado quando é realizado a identificação, com base na cápsula bucal do verme adulto, com microscopia especializada.
Ancylostoma duodenale :Possui dois pares de dentes triangulares, devido ao hábito de hematofagia (ato de consumir sangue), consomem 0,03 mL de sangue/dia, na extremidade anterior, possui cápsula bucal profunda. Em ambos os sexos a cápsula bucal é formada pela cutícula, que permite ao verme aderir, por sucção, à parede do intestino. A cápsula é provida de estruturas que dilaceram a mucosa intestinal, como dentes ou lâminas cortantes. Fêmea: mede 10 a 18 mm, extremidade anterior: cápsula bucal (dentes) e na extremidade posterior: retilínea (cauda afilada), realiza a oviposição de 20 a 30 mil/ovos/dia. Macho: mede 8 a 11 mm, extremidade posterior: bolsa copuladora e extremidade anterior: cápsula bucal (protuberância onde estão os dentes) (NEVES, 2011)
Necatur americanos Possui dois pares de dentes arredondados e consomem 0,04 mL sangue/dia. Fêmea: medem 9 a 11 mm, com extremidade anterior afilada e capacidade ovulatória de 6 a 11 mil ovos/dia. Macho: medem 5 a 9 mm, na extremidade posterior possui bolsa copuladora. O que diferencia uma espécie da outra é a número de dentes e a quantidade presente na cápsula bucal (Figura 14), é a observação do verme adulto que permite a diferenciação da espécie do parasita (NEVES, 2011).
Ancylostoma brasiliensis O verme adulto possui um par de dentes grandes, um par de dentes médios e um par de dentes pequenos. O restante do corpo do macho e da fêmea são semelhantes a outras espécies (NEVES, 2011).
Ancylostoma caninum Possui um par de dentes triangulares. O macho e fêmea têm o restante do corpo semelhante a outras espécies (NEVES, 2011)
Ovo de Ancylostoma sp: O ovo de Ancylostoma sp. é idêntico a todas as espécies, sem diferenciação morfológica. Elipsoide ou alongado (Figura 14), possui fina membrana dupla e transparente no interior, possui célula germinativa e, entre a membrana e a célula germinativa, apresenta halo claro, que diminui à medida que o parasita se desenvolve (REY, 2010). 
TRANSMISSÃO: A transmissão das diferentes espécies de Ancylostoma podem ocorrer através de duas formas, a primeira e mais a comum é através da via transcutânea, cuja larva filarioide penetra ativamente sobre a pele humana, quebrando as enzimas colagenases presentes na pele e, em 15 minutos, ganha o interior do organismo humano, geralmente os lugares mais acometidos são: mucosas, nádegas, virilhas e espaços interdigitais, devido à baixa espessura da pele e do contato direto da mucosa com o meio ambiente, nesse caso, com lugares de solo arenoso (praia, campo de futebol, creches e parques). Outra forma menos comum de contaminação é através da ingestão do ovo do parasita através de água insalubre, não fervida, e alimentos não higienizados de forma correta e consumidos de forma in natura, forma pouco frequente encontrada em nosso meio (NEVES, 2016).
CICLO BIOLÓGICO
1.O ciclo do Ancylostoma duodenale e do Necatur americanos se inicia com a liberação dos ovos nas fezes por um paciente contaminado (esquema 5).
2. Esses ovos no ambiente necessitam de TUS (solo arenoso, umidade 90%, temperatura 27 ºC a 32 ºC) para o se transformarem em L1 e depois para L2 (esôfago rabditoide). 
3. Na sequência maturativa, transforma-se em larva do tipo L3 (esôfago filarioide) que é a forma infectante do parasita (a eclosão da L1 ocorre em 12 a 24 horas, a muda L1 para L2 em três a quatro dias e muda para L3 após cinco dias). 
4. Após esse tempo, o ovo em estágio L3 eclode e sai uma larva do tipo rabditoide. Essa larva no ambiente tem condições de se alimentar de matéria orgânica, bactérias e detritos encontrados no solo por onde passa, devido aos movimentos serpentiformes que ela realiza. Essa larva no ambiente, perde a cutícula e se transforma em larva tipo filarioide que mede 700u, com vestíbulo bucal longo, podendo permanecer por até três meses no solo com as condições favoráveis. O homem, então, entra em contato com o parasita através da mucosa exposta, por exemplo na areia da praia, ao passar na areia a larva penetra no homem, essa penetração demora 15 minutos e é facilitada por essas enzimas colagenases. 
5. Ao entrar em contato com o ser humano, as larvas são estimuladas por sinais térmicos e químicos derivados do hospedeiro, continuando seu desenvolvimento na produção de secreção com movimentos que auxiliam na penetração, elas alcançam a corrente sanguínea, vão para linfa, fígado, pulmão, alvéolo, bronquíolos, brônquios, faringe, traqueia, epiglote, onde é deglutido e alcança o intestino delgado, ocorrendo a sua maturação (caracterizando ciclo pulmonar). As larvas L4, já no interior do intestino delgado, exercem a hematofagia e depois de 15 dias mudam para a forma adulta, a qual dão origem a vermes adultos, que realizam a cópula e liberam ovos nas fezes do hospedeiro reiniciando o ciclo, os ovos embrionados eclodem e liberam as larvas que sofrerão maturação e contaminarão novamente um hospedeiro. Outra forma de contaminação, menos comum, é através da ingestão dos ovos embrionados de Ancylostoma (NEVES, 2016)
1. Paras espécies de Ancylostoma brasiliensis e caninum, as fêmeas desse parasito colocam ovos que são eliminados nas fezes dos gatos e cães infectados para o meio exterior (Figura 17). 
2. Devido às condições de temperatura, umidade e solo adequada (Temperatura: 27 ºC a 35 ºC, Umidade: 90% e Solo: arenoso) para a maturação, alimentando-se de matériaorgânica presente no ambiente, ocorre a eclosão do ovo L1 que realizam duas mudas até alcançar o terceiro estágio infectante L3. 
3. Essa larva não se alimenta e pode permanecer no solo por vários dias, até encontrar uma mucosa “acessível” e realizar a penetração na pele
4. Essa penetração demora em torno de 15 minutos, onde a larva migra para os tecidos subcutâneos, progredindo e deixando um rastro sinuoso sobre a pele, conhecido como larva migrans cutânea (bicho geográfico ou bicho das praias) podendo permanecer durante semanas ou até meses e então morrem, devido à ação do sistema imunológico. 
5. Caso o paciente esteja com baixa imunidade, a larva pode migrar para as vísceras, e de forma menos frequente, a larva no estágio L3 pode ser ingerida, e se transformar em larva migrans visceral. Cães e gatos se infectam pelas vias oral, cutânea e transplacentária (NEVES, 2016
CICLO BIOLÓGICO DO ANCYLOSTOMA BRASILIENSIS E CANINUM
SINTOMATOLOGIA: os sintomas mais comuns após a contaminação pelas espécies de Ancylostoma duodenale e Necatur americanus, que ocorre através da penetração da larva filarioide, o primeiro sintoma imediato decorre da migração da larva no tecido cutâneo com migração dos vermes adultos, ocasionado lesões cutâneas/dermatite urticariforme: lesões traumáticas, prurido, edema e eritema. Os sinais e sintomas sequenciais são decorrentes da migração da larva, ocasionando lesões pulmonares: hemorragias, petequeias, pneumonite difusa e síndrome de Loeffler (febre, tosse produtiva, dificuldade respiratória e eosinofilia sanguínea). 
PROFILAXIA E DIAGNÓSTICO: A profilaxia deve ser baseada na melhora das condições socioeconômicas da população afetada. O uso de calçados é a principal medida profilática que deve ser adotada. A negligência da doença, sobretudo nas populações que vivem no meio rural ou em comunidades periféricas, ainda determina a presença de infecções nos dias atuais.
O diagnóstico na Ancylostomose, é realizado através do exame parasitológico de fezes, para a pesquisa morfológica dos ovos de Ancylostoma sp. O método de escolha para o encontro de ovos leves de Ancylostoma é através do método de Willis, que é o método específico utilizado para o encontro desse parasita
TOXOCARA SP:A doença ocasionada pela migração de larvas de nematódeos de parasitas, que são comuns a animais e ocasionalmente infectam o homem, são denominadas de toxocaríase, larva migrans visceral , Larva migrans visceral é problema de âmbito mundial. A raridade dos casos registrados deve-se sobretudo à dificuldade de diagnosticá-la e a sua confusão com outras doenças. As técnicas imunológicas mostraram que 2 a 3% das pessoas adultas e sadias, examinadas na Grã-Bretanha e em muitos outros países, reagem positivamente, indicando infecção atual ou no passado. As fontes de infecção, representadas por cães e gatos, encontram-se por toda parte, já que a convivência com esses animais faz parte dos hábitos anti-higiênicos do homem (REY, 2018, p. Os cães são considerados a principal fonte de infecção, pela alta frequência de transmissão transplacentária. Esse tipo de parasitose é considerado como uma zoonose, ou seja, essa espécie é característica de infecções em animais, e, ocasionalmente, ele pode contaminar os homens. Portanto, o cão é considerado o hospedeiro definitivo e o homem hospedeiro intermediário dessa parasitose. Por isso, ela é popularmente conhecida como “lombriga do cão” (NEVES, 2016)
MORFOLOGIA: 
Verme adulto Macho: mede de quatro a dez cm e possui extremidade posterior curvada ventralmente.
 • Verme adulto Fêmea: mede de seis a 18 cm, com cauda retilínea, boca provida de três lábios e duas expansões cuticulares na região anterior denominada asa cefálica, que tem como função locomoção do parasita. 
• Ovo: mede 60 µm, são arredondados ou ovalados (Figura 18), com a presença visível de três membranas (vitelínica, intermediária e quitinosa), que possuem as mesmas funções já vistas anteriormente em outros parasitas, ausência de membrana maminolada (a membrana desse parasita difere do Ascaris devido à membrana externa ser lisa, não apresentando protuberâncias). Possui coloração castanha devido aos pigmentos biliares (FERREIRA, 2017)
TRANSMISSÃO A transmissão acontece de forma diferente no hospedeiro definitivo que é o cão e no hospedeiro intermediário que é o homem. No cão a transmissão ocorre através da ingestão de ovos, ingestão de pequenos roedores infectados com larvas do parasito ou através da transmissão placentária e/ou durante a amamentação do filhote. Já no homem, a transmissão ocorre de forma acidental devido à ingestão de ovos presentes no solo ou alimentos contaminados com fezes de cães contaminados (NEVES, 2011).
CICLO BIOLOGICO
1. O Ciclo biológico no hospedeiro definitivo, que é o cão, ocorre quando faz a ingestão do ovo contendo a larva L3 através do solo, alimento ou pela ingestão de roedores contaminados.
 2. As larvas eclodem e penetram na parede intestinal, perfurando a mucosa e caindo na circulação, alcançam o fígado, o coração e o pulmão, migrando para os alvéolos, brônquios, traqueia, sendo deglutidas. 
3. Chegando ao intestino, crescem e alcançam a maturidade sexual em torno de quatro semanas. Uma vez infectada a cadela pode albergar larvas suficientes para infectar o feto de várias gerações. As fêmeas podem eliminar milhares de ovos por dia nas fezes do hospedeiro normais. No solo, em condições favoráveis de umidade e temperatura, o ovo se desenvolve e a larva alcança o estágio infectante dentro do ovo (NEVES, 2016). 
o Ciclo biológico no hospedeiro intermediário, o homem, torna-se infectado através da: 
Ingestão de ovos de Toxocara canis, em água e alimentos contaminados com fezes de cães e gatos contaminados (Figura 19). 
2. Após a ingestão do ovo, contendo a larva L3 ocorre a eclosão da larva no intestino delgado, que tem a capacidade de perfurar a mucosa intestinal, alcançando a circulação sanguínea, distribuindo-se por todo o organismo.
 3. Atravessam os capilares sanguíneos, tecidos como fígado, rim, pulmão, coração, medula óssea, músculo estriado e olhos. Nos hospedeiros anormais, como é o caso do homem, não sofrem mudanças, nem crescem, mas vivem durante semanas ou meses na fase L3. 
4. Nesses órgãos, fazem migração sendo que a maioria é destruída, formando uma lesão típica, denominada granuloma alérgico, no qual, o parasita morto encontra- -se cercado por infiltrados ricos em eosinófilos e monócitos. A maioria dos casos relacionados à larva migrans visceral e ocular, é referente a crianças com idade média de dois anos, e a de larva migrans ocular a crianças mais velhas e adultos, com história de geofagia e/ou exposição a fezes de cães e gatos (REY, 2010). 
SINTOMATOLOGIA: As manifestações clínicas da larva migrans visceral são causadas pela migração das larvas que podem ser assintomáticas, subagudas ou agudas, tudo dependerá da quantidade de larvas presentes no organismo, do órgão invadido e da resposta imunológica do paciente. O quadro é caracterizado por leucocitose, hipereosinofilia, hepatomegalia e linfadenite. Em alguns casos, podem-se observar infiltrados pulmonares acompanhados de tosse, dispneia, anorexia e desconforto abdominal. Podendo apresentar manifestações neurológicas, incluindo meningite e encefalite (NEVES, 2016).
As medidas de evitar essa parasitose envolvem principalmente os cuidados com a saúde do animal, por se tratar de uma zoonose, deve ser evitado o contato direto com animais que não possuem uma boa higiene, portanto animais de canis devem ficar em pisos de concreto higienizados regularmente, cadelas podem transmitir a doença para os filhotes devendo fazer uso de medicação anti-helmíntica. Sempre que possível, realizar exame de fezes periódicos em cães e gatos e tratamento profilático anti-helmíntico de grande espectro. Evitando também o acesso desses animais a locais públicos que são frequentados pelos humanos (NEVES, 2011). O diagnóstico pode ser realizado através do exame parasitológico de fezes, objetivando-se o encontro dos ovosdo parasita, através das técnicas de sedimentação, como Hoffmann e Ritchie
Obrigada pela atenção!

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