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PO LÍ TI CA E É TI CA E M A ÇÃ O: CI DA DA NI A E DE M OC RA CI A Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as Angela Rama Gislane Azevedo Isabela Gorgatti Leandro Calbente Reinaldo Seriacopi POLÍTICA E ÉTICA EM AÇÃO: CIDADANIA E DEM OCRACIA > EN SIN O M ÉDIO Área do conhecim ento: Ciências H um anas e Sociais Aplicadas Ciências H um anas 9 7 8 6 5 5 7 4 2 1 1 6 1 ISBN 978-65-5742-116-1 MANUAL DO PROFESSOR PO LÍ TI CA E É TI CA E M A ÇÃ O: CI DA DA NI A E DE M OC RA CI A Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as EN SI N O M ÉD IO H um an as H um an as H um an as H um an as Ci ên ci as Ci ên ci as CÓ DI GO D A CO LE ÇÃ O 02 15 P2 12 04 CÓ DI GO D O VO LU M E 02 15 P2 12 04 13 4 PN LD 2 02 1 • Ob je to 2 Ve rs ão su bm et id a à av al ia çã o M at er ia l d e di vu lg aç ão DIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V2-Capa.indd All PagesDIV-PNLD_21_3075-PRISMA-HUM-GIRA-MP-V2-Capa.indd All Pages 16/04/21 20:1116/04/21 20:11 PRISMA 1a edição São Paulo – 2020 Ár ea d o co nh ec im en to : Ci ên ci as H um an as e S oc ia is A pl ic ad as > EN SI N O M ÉD IO > EN SI N O M ÉD IO H um an as Ci ên ci as Maria Angela Gomez Rama • Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharela e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Licenciada em Pedagogia pela Universidade de Franca (Unifran-SP). • Formadora de professores. Atuou como professora no Ensino Fundamental e Médio das redes pública e privada e no Ensino Superior. Gislane Campos Azevedo Seriacopi • Mestra em História Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). • Professora universitária, pesquisadora e ex-professora de História do Ensino Fundamental e Médio nas redes pública e privada. Isabela Gorgatti Cruz • Bacharela em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP). • Especialista em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). • Editora de livros didáticos. Leandro Calbente Câmara • Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). • Mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade de São Paulo (USP). • Editor de livros didáticos. Reinaldo Seriacopi • Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). • Bacharel em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino Superior (IMS-SP). • Editor especializado na área de História. MANUAL DO PROFESSOR PO LÍ TI CA E É TI CA E M A ÇÃ O: CI DA DA NI A E DE M OC RA CI A D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 1D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21.indd 1 17/09/2020 00:5517/09/2020 00:55 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Prisma : ciências humanas : política e ética em ação : cidadania e democracia : ensino médio / Maria Angela Gomez Rama ... [et al.]. – 1. ed. – São Paulo : FTD, 2020. Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais aplicadas Vários autores : Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara, Reinaldo Seriacopi Bibliografia ISBN 978-65-5742-115-4 (Aluno) ISBN 978-65-5742-116-1 (Professor) 1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. Seriacopi, Gislane Campos Azevedo II. Cruz, Isabela Gorgatti III. Câmara, Leandro Calbente IV. Seriacopi, Reinaldo 20-44109 CDD-372.7 Índices para catálogo sistemático: 1. Ciências : Ensino médio 372.7 Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129 Copyright © Maria Angela Gomez Rama, Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara e Reinaldo Seriacopi, 2020 Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira Direção editorial adjunta Luiz Tonolli Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.) Bárbara Berges, Carolina Bussolaro, Maiza Garcia Barrientos Agunzi, Siomara Sodré Spinola Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (sup.) Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, Felipe Bio, Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, Jussara Rodrigues Gomes, Kátia Cardoso da Silva, Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, Thalita Martins da Silva Milczvski, Veridiana Maenaka Gerência de produção e arte Ricardo Borges Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido Imagem de capa nastas_styles/Shutterstock.com Arte e Produção Vinicius Fernandes (sup.) Ana Suely Silveira Dobon, Karina Monteiro Alvarenga, Jacqueline Nataly Ortolan (assist.) Diagramação C2 Artes Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.) Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens) Ilustrações Andreia Vieira, Davi Augusto, Eber Evangelista, Leandro Ramos, Ricardo Sasaki, Sonia Vaz Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD CNPJ 61.186.490/0016-33 Avenida Antonio Bardella, 300 Guarulhos-SP – CEP 07220-020 Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375 Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à EDITORA FTD. Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300 Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970 www.ftd.com.br central.relacionamento@ftd.com.br D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 2D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 2 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 APRESENTAÇÃO Diariamente, somos bombardeados por notícias e informações na internet, na televisão, nos jornais, o que torna muito difícil entender o que acontece no mundo e identifi car aquilo que é signifi cativo para nós e que pode infl uenciar nosso cotidiano e impactar nossa comunidade. Se muitas vezes você tem a sen- sação de que não consegue analisar satisfatoriamente esse imenso volume de informações, saiba que não está sozinho. As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são uma ferramenta importante para nos ajudar a refl etir sobre o mundo em que vivemos. Os saberes desenvolvidos pela História, pela Geografi a, pela Sociologia e pela Filosofi a permitem mobilizar competências e habilidades fundamentais para o exercício do pensamento crítico, essencial para transformarmos as informações recebidas diariamente em conhe- cimentos capazes de nos ajudar a modifi car a realidade que nos cerca. Para auxiliá-lo nessa tarefa, selecionamos um conjunto de temas importan- tes para a compreensão dos tempos atuais. Por meio de textos, mapas, gráfi cos, tabelas, fotografi as e muitos outros documentos, você terá condições de interpre- tar e analisar criticamente não só a sua realidade, mas o mundo de uma maneira mais ampla. Com isso, esperamos ajudá-lo no exercício da cidadania e no desen- volvimento de práticas colaborativas que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa, em busca do bem-estar coletivo. Esperamos oferecer o conhecimento necessário para você desenvolver uma visão crítica da realidade e se sentir seguro para adotar uma postura protagonista em seu dia a dia. Os autores D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 3D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 3 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 78 UNIDADE 78 3 Participação política Um aspecto central para a construção de uma sociedade justa é assegurar participa- ção política atodos os cidadãos. Participar da política não significa apenas votar ou acompanhar o desempenho do governo; significa também se envolver em ações comunitárias, se engajar em grupos, tomar parte de discussões de temas do interesse da coletividade e de manifestações públicas ou fazer uso da internet para debater ideias e promover formas de atuação coletiva. Nesta unidade, vamos refletir sobre a organização do governo e as diferentes possibilidades de participação política. 1. Você considera que participa ativamente da política? Como você faz isso? 2. O que pode ser feito para promover a maior participação dos jovens na política no Brasil contemporâneo? NÃO ESCREVA NO LIVRO ■ Ilustração de Paulica Santos, 2012. D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU1.indd 78D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU1.indd 78 16/09/20 18:1316/09/20 18:13 PA U LI CA S AN TO S 79 FAKE NEWS Fake news é um termo em inglês que significa "notícia falsa". Atualmente, podemos definir as fake news como notícias ou informações falsas ou, ainda, distorcidas, pro- duzidas e disseminadas intencionalmente para confundir os leitores. Com a internet, as fake news ganharam grande notoriedade em razão da velocidade e da quantidade de informações que recebemos diariamente por meio de diversos suportes midiáticos. As fake news acarretam as mais diversas consequências, como, por exemplo, modi- ficar cenários eleitorais e reduzir o número de mães e pais que vacinam seus filhos. Neste projeto, utilizaremos a análise de mídias tradicionais para produzir um folheto informativo, com o objetivo de ajudar a comunidade a identificar fake news e a se infor- mar de maneira segura. D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU1.indd 79D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU1.indd 79 16/09/20 18:1316/09/20 18:13 1 CAPÍTULO Em 2019, ocorreu um lance inusitado em uma partida de futebol na Dinamarca. As equipes do Vejle e do AGF disputavam um jogo para fugir do rebaixamento. Em determinado momento, a partida foi inter- rompida quando a bola estava com o AGF. O time do Vejle como manda o fair play, deveria devolver a bola aos jogadores do AGF. O atacante do Vejle, porém, chutou a bola em direção ao campo adver- sário e surpreendentemente marcou um gol. A situação criou uma grande confusão, já que era um gol que poderia mudar o futuro das duas equipes. Os jogadores começaram a discutir e precisaram entrar em um acordo para solucionar o impasse da forma mais justa possível. A solução foi permitir que o AGF marcasse um gol para reestabelecer a igualdade no placar. Essa situação é um exemplo de como a ética é um campo de refle- xão muito importante para a vida cotidiana. Os jogadores das duas equipes iniciaram uma discussão em torno de valores. O objetivo disso era determinar o que era justo e o que era injusto. O que transforma essa discussão em um problema ético é o fato de que não havia uma solução predeterminada para o conflito entre as equipes. As regras do futebol não estabelecem o que fazer em uma situação como essa. Além disso, o juiz da partida não tinha elementos prévios para resolver o conflito e estabelecer a decisão mais justa. Assim, a decisão dos jogadores foi tomada a partir da reflexão em torno do problema, visando ao comportamento mais adequado. Essa decisão criou um valor ético, que foi respeitado por todos. Ao final, a partida foi reequilibrada e o AGF venceu o adversário por 4 a 2. Mesmo derrotada, a equipe do Vejle jogou a partida de forma ética. Neste capítulo, vamos refletir sobre o conceito de ética e analisar como ele é importante para a vida de todos nós. A ética no mundo contemporâneo ■ Cena de partida de futebol disputada entre as equipes do Vejle e do AGF, em Vejle, Dinamarca, 2019. LA RS R O N BO G/ FR O N TZ O N ES PO RT /G ET TY IM AG ES 12 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 12D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 12 17/09/20 02:5517/09/20 02:55 Como vimos , os valores se transformam ao longo do tempo. Por isso, algumas ideias consideradas corretas no passado são vistas atual- mente como práticas criminosas que devem ser combatidas. O estudo da ética é muito importante nesse processo, já que ele pode ajudar a avaliar as transformações dos valores de modo a não reproduzir precon- ceitos ou práticas violentas que eram consideradas moralmente corretas em outras épocas. O texto a seguir, escrito por um juiz dos Estados Unidos em 1927, é um exemplo. Leia atentamente e responda ao que se pede: É melhor para todo mundo se, em vez de esperar para executar os descendentes degenerados por algum crime ou deixar que morram de fome por causa da imbecilidade, a sociedade possa prevenir aqueles que são manifestadamente inaptos de se reproduzirem. O princípio que sustenta a vacinação obrigatória é suficientemente amplo para cobrir o corte das trompas de Falópio. [...] Três gerações de imbecis são suficientes. Fonte dos dados: LANG-STANTON, P.; JACKSON, S. Eugenia: como movimento para criar seres humanos ‘melhores’ nos EUA influenciou Hitler. BBC News Brasil, 23 abr. 2017. Disponível em: https://www.bbc.com/ portuguese/internacional-39625619. Acesso em: 10 jun. 2020. 1. Tendo em vista o atual conhecimento científico, por que a proposta do juiz não se justifica? Caso julgue necessário, pesquise informações para fundamentar sua resposta. 2. Do ponto de vista ético, por que a proposta do juiz é incorreta? Apresente argumentos para justificar seu posicionamento. 3. Imagine que você deve ela- borar uma resposta ao juiz. Escreva uma carta mobili- zando argumentos cientí- ficos e éticos para refutar aquilo que ele defende. Ao final, discuta seu texto com os colegas em sala de aula. Corte das trompas de Falópio Método de esterilização de mulheres. DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> CO U N TW AY L IB RA RY O F M ED IC IN E/ H AR VA RD , E ST AD O S U N ID O S. NÃO ESCREVA NO LIVRO ■ Ilustração representando a "Árvore Eugenia" e a ideia de evolução humana por meio das raízes, que extraem materiais de diversas fontes. O cartaz foi utilizado como símbolo do Segundo Congresso Internacional de Eugenia, realizado em Nova York (Estados Unidos), em 1922. 19 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 19D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 19 16/09/2020 16:1916/09/2020 16:19 Abertura dos capítulos Todos os capítulos iniciam-se com algum assunto do presente, para que você possa começar a entender como as Ciências Humanas e Sociais Aplicadas se relacionam com o seu cotidiano. Atividades Conjunto de atividades que aparece ao final de muitos capítulos. É o momento em que você aplica os saberes apreendidos e exercita sua reflexão a respeito de diferentes temas estudados. Linguagens e leituras Esta atividade trabalha habilidades de leitura e interpretação de diferentes tipos de documentos, como mapas, gráficos, tabelas, charges, fotografias, textos impressos etc. Muitas vezes, você será convidado a relacionar informações em documentos distintos. A seção encontra-se no meio dos capítulos, mas pode aparecer também ao final deles. Abertura das unidades Texto e imagem apresentam o tema central da unidade. Também encontram-se perguntas que auxiliam na reflexão sobre o assunto. Muitas imagens presentes nas aberturas são trabalhos de artistas plásticos contemporâneos. Todos os volumes estão divididos em quatro unidades, e cada unidade tem dois capítulos. Nossa comunidade Por meio desta seção, você e seus colegas desenvolverão um projeto que impactará a comunidade em que vivem. É o momento de exercerem o protagonismo. São dois projetos por livro, cada um composto de quatro etapas que aparecem ao final de cada capítulo. Esta coleção é composta de seis volumes. A seguir, apresentare- mos algumas das principais características das obras. NÃO ESCREVA NO LIVROATIVIDADES> • Democracia é o tema da tirinha reproduzidaabaixo. Observe-a com aten- ção e responda ao que se pede. 1. Na tirinha vemos personagens que representam dois grupos distintos. a) Quais grupos são representados? b) Que elementos presentes na tirinha embasam sua resposta? 2. A tirinha faz referência à democracia. a) O que é a democracia, no seu entendimento? b) De que maneira essa ideia encontra-se expressa na charge? 3. Pode-se dizer que a imagem mostra um equilíbrio de forças entre dois grupos? Justifique. 4. De acordo com a cartunista, de que modo é possível haver um equilí- brio de forças? Como essa ideia é transmitida na charge? Você concorda com essa ideia? 5. Além da democracia, a tirinha faz referência a outro elemento funda- mental da vida política. Qual é ele? 6. Resuma em uma frase a mensagem que a tirinha transmite, em sua opinião. LA ER TE LAERTE. [Tirinha]. Folha de S.Paulo, 1o maio 2018. 92 D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU4.indd 92D3-CH-EM-3075-V2-U3-C5-082-097-LA-G21_AVU4.indd 92 17/09/20 02:0717/09/20 02:07 Glossário As palavras destacadas nos textos ganham uma explicação aprofundada no glossário. CONHEÇA SEU LIVRO D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 4D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 4 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 INVESTIGAÇÃO> O slam como forma de resistência Slam (slam poetry) é um estilo de poesia apresentada em forma de batalha e, por isso, também conhecido como batalha de slam. Os poetas devem ler ou recitar produção autoral, sem uso de adereços ou instrumentos, mas podem apresentar performances. ■ Apresentação de slam em CIEP da cidade do Rio de Janeiro (RJ), 2020. BE LG A/ FO TO AR EN A O termo slam teve origem em Chicago, nos Estados Unidos, em 1984, e seu sig- nificado está relacionado ao som de uma batida de porta ou janela. Atualmente, as batalhas de slam são realizadas em mais de 500 comunidades do mundo. No Brasil, todos os anos acontece o Slam BR – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, cujo vencedor compete na Copa do Mundo de Slam, realizada anualmente na França. Esse acontecimento poético dá voz a poetas da periferia, que trazem à tona questões da contemporaneidade, convidando o público a refletir sobre os temas abordados e provocando a tomada de consciência política. Os temas normalmente estão relacionados à realidade das periferias, como racismo, feminismo, desemprego, violência. Por isso, o slam é uma forma de resis- tência e, como tal, uma prática política. Com base nessas informações e em outras pesquisas, organize, coletivamente, uma batalha de slam na escola. Para iniciar essa atividade, em primeiro lugar, converse com os professores sobre como efetivar esse evento. 40 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C2-026-043-LA-G21_.indd 40D3-CH-EM-3075-V2-U1-C2-026-043-LA-G21_.indd 40 15/09/20 15:0215/09/20 15:02 Em seguida, com a ajuda de seus colegas, organize a turma em duplas ou trios para a criação das poesias e monte as chaves para determinar a ordem de confronto entre as duplas e trios, desde a primeira fase até a final. A ideia é que o número de participantes se reduza a cada fase. Após a organização do evento, escolha os professores que serão os jurados para determinar quem venceu cada confronto. É importante discutir previamente as regras de avaliação, de modo que todos tenham clareza dos critérios. Com o evento planejado, é o momento de criar os slams. Para isso, os grupos devem selecionar os temas das poesias e pesquisar informações. Também é inte- ressante buscar na internet exemplos de slams para ter uma ideia mais clara sobre o formato dessa produção. Com as poesias finalizadas, é importante ensaiar a apresentação. Caso nem todos os membros do grupo se sintam à vontade para se apresentar, é possível selecionar um representante. É necessário, porém, que todos os grupos apresentem suas produções no momento do confronto. Pronto, agora basta iniciar o evento. É importante respeitar os colegas e acom- panhar atentamente as apresentações de todos. Além disso, é interessante registrar as apresentações por meio de fotos ou filmagem. Caso o grupo esteja de acordo, é possível divulgar as batalhas nas redes sociais. Ao final, organizem uma etapa de discussão com todos os participantes, para entender como cada um interpretou os poemas e de que forma a atividade ajudou a refletir sobre nossa sociedade. ■ Grande final do Slam BR 2019 – Campeonato Brasileiro de Poesia Falada, no Sesc Pinheiros, em São Paulo (SP), 2019. BE RI TH EI A/ FO TO AR EN A 41 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C2-026-043-LA-G21_.indd 41D3-CH-EM-3075-V2-U1-C2-026-043-LA-G21_.indd 41 15/09/20 15:0215/09/20 15:02 O Complexo do Alemão, ou Morro do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, é formado por 13 comunidades e abriga uma população de 180 mil pessoas. Esses moradores convivem com uma série de pro- blemas, como ruas esburacadas, falta de eletricidade e de saneamento básico. Em 2010, os moradores do Complexo do Alemão viveram um momento de grande tensão quando tropas das Forças Armadas e da Polícia Militar ocuparam o morro, e as ruas se transformaram em um palco de guerra entre militares e traficantes. Foi a partir desse momento que Rene Silva ganhou reconhecimento. Na época com 17 anos, Rene, de dentro de sua casa – localizada no Morro do Adeus, uma das comunidades do complexo –, começou a publicar em uma rede social informações sobre o confronto em tempo real. Suas postagens se tornaram a principal fonte de notícias sobre os conflitos e viralizaram com rapidez. Em poucas horas, o perfil Voz das Comunidades, criado por Rene em uma rede social para divulgar as informações, recebeu milhares de seguidores do Brasil e de vários outros países. Mais do que isso, ganhou destaque nas mídias nacionais e internacionais. A experiência de Rene com o jornalismo comunitário começou aos 11 anos, quando lançou na escola o jornal Voz das Comunidades, para divulgar os problemas do Morro do Adeus. Com apenas quatro páginas e uma tiragem de 50 exemplares, o periódico ajudou a comunidade a chamar a atenção do poder público para suas reivindicações. ■ Rene Silva, funda- dor do jornal Voz das Comunidades, no Complexo do Alemão, Rio de Janeiro (RJ), em 2020. FE RN AN D O S O U ZA DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO> 108 D3-CH-EM-3075-V2-U3-C6-094-111-LA-G21_AVU1.indd 108D3-CH-EM-3075-V2-U3-C6-094-111-LA-G21_AVU1.indd 108 16/09/20 20:5916/09/20 20:59 Contando com uma equipe reduzida de colaboradores, todos da mesma faixa etária de Rene, o jornal passou a ser patrocinado por comer- ciantes locais, o número de páginas aumentou e a tiragem saltou para 5 mil exemplares. Tudo isso antes dos acontecimentos de 2010. Desde então, o Voz das Comunidades só cresceu, e seu campo de atuação se expandiu, transformando-se em um portal na internet. Além disso, ele tem contas em diversas redes sociais que conquistaram centenas de milhares de seguidores. O jornal, que no início circulava apenas no Morro do Adeus, chegava a dez comunidades do Complexo do Alemão em 2020. Além de dar voz aos moradores do Complexo do Alemão e mostrar as potencialidades do lugar, o Voz das Comunidades passou a realizar atividades ligadas à cultura, à assistência social, à educação e ao lazer. Todo esse trabalho desenvolvido por Rene lhe rendeu projeção inter- nacional. Em 2018, a Mipad, uma organização sediada em Nova York e ligada às causas dos afrodescendentes, elegeu Rene como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo. No Brasil, o trabalho de Rene serviu de inspiração para a criação de outros portais comunitários, como o Nordeste Eu Sou, de Salvador; e o Diário de Ceilândia, no Distrito Federal. A respeito de seu trabalho, Rene declarou: A realidade das favelas é não ter voz, não ter espaço, não ter mídia, e o meu desejo é fazer com que a gente tenha voz e espaço e que consiga, de fato, mais jovens assim como eu. XAVIER, E. Do Complexo do Alemão ao mundo, Rene Silva amplia voz de quemnão tem palavra. GQ, 20 jul. 2020. Disponível em: https://gq.globo.com/Prazeres/Poder/noticia/2020/07/do-complexo-do-alemao-ao- mundo-rene-silva-amplia-voz-de-quem-nao-tem-palavra.html. Acesso em: 12 ago. 2020. 1. Com base na leitura do capítulo, pode-se dizer que o trabalho de Rene Silva é um exemplo de participação política? Por quê? 2. Rene afirma: “A realidade das favelas é não ter voz, não ter espaço, não ter mídia”. Em sua opinião, por que isso acontece? Qual é o impacto dessa realidade para os moradores das comunidades? 3. A pouca idade não impediu Rene de realizar o desejo de escrever um jornal para a comunidade em que vivia. Como você reage quando se depara com algum problema que pode impedir a concretização de um objetivo seu? Você desiste ou procura alternativas? Conte para seus cole- gas sobre seu comportamento nessas ocasiões, procurando ilustrar com uma experiência vivida por você. NÃO ESCREVA NO LIVRO 109 D3-CH-EM-3075-V2-U3-C6-094-111-LA-G21_AVU1.indd 109D3-CH-EM-3075-V2-U3-C6-094-111-LA-G21_AVU1.indd 109 16/09/20 20:5916/09/20 20:59 Conceito em mudança permanente A própria ideia de cidadania está em mudança permanente. Ela varia de uma nação para outra, de um momento histórico para outro. Se, hoje, esse conceito é cada vez mais inclusivo, na antiga Grécia, onde a ideia da cidadania surgiu, ele tinha um caráter excludente. Nas antigas pólis, nem todos tinham direitos de cidadania. As pessoas escraviza- das, por exemplo, tinham muito menos direitos que os cidadãos livres. Além disso, mulheres e estrangeiros não podiam participar da vida política da cidade. Ainda hoje, o conceito de cidadania varia de um lugar para outro. Ser cidadão, no Brasil, é diferente de ser cidadão nos Estados Unidos ou na França. Uma das grandes questões na atualidade é como garantir a cidadania a todos, considerando as diferenças étnicas, religiosas, culturais, sociais e econômicas observadas em um mundo cada vez mais globalizado, plural e multicultural. São questões para as quais ainda não se tem uma resposta, mas, como afirma o historiador Peter Demant (1951-), para que a cidadania beneficie a todos, é neces- sário que as relações entre maioria e minorias, inclusive em nível institucional (leis, políticas públicas etc.), sejam renovadas de modo a considerar os interesses de toda a população, não apenas os das elites. ■ Refugiados e migrantes chegam a bordo de um barco inflável à ilha de Lesbos (Grécia), 2020. > DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO • Observe as fotografias desta página e da página anterior. Em sua opinião, as pessoas retratadas têm seus direitos de cidadão assegurados? Em sua comunidade, existem grupos que carecem desses direitos? Justifique suas respostas. AR IS M ES SI N IS /A FP 55 Esses vazios de cidadãos podem ser verificados em diferentes escalas espaciais: quando se comparam as grandes regiões, unidades da federação, municípios e regiões dentro dos municípios, e quando se verificam vazios nas periferias das cidades. Para que não fiquemos apenas na constatação dos vazios de cida- dãos, vale lembrar que não há outro caminho para reduzir ou eliminar tais vazios que não o da participação democrática de toda a população. Essa participação, como já vimos, vai muito além do voto, devendo cada cidadão estar alerta, cobrar as autoridades e manifestar-se, sempre con- siderando a lei maior do país, a Constituição. ■ Rua alagada no bairro Terra Firme. Os mora- dores convivem com esgoto a céu aberto e frequentes alaga- mentos do canal Lago Verde, que cruza o bairro. Belém (PA), 2019. NÃO ESCREVA NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM • Observe atentamente a fotografia desta página e analise a cena retratada com base no conceito de vazio de cidadãos. PE D RO L AD EI RA /F O LH AP RE SS 57 Winter on fire: Ukraine’s fight for freedom Direção: Evegny Afineevsky. Estados Unidos/Ucrânia, 2015. Vídeo (98 min). O documentário, cujo título pode ser traduzido como “Inverno em chamas: a luta da Ucrânia pela liberdade”, aborda a Revolução Ucraniana de 2014, quando jovens foram às ruas protestar contra a aproximação entre o governo ucraniano e a União Europeia. O filme mostra a complexa rede de influências formada por países como Rússia e Estados Unidos, além da União Europeia e partidos de extrema direita. Disponível em: https://www.netflix.com/br/title/80031666. Acesso em: 5 set. 2020. A onda Direção: Dennis Gansel. Alemanha, 2009. DVD (107 min). O filme narra a história de um professor que ministra aulas sobre regimes autocráticos por meio de práticas pedagógicas pouco convencionais. A narrativa mostra a facilidade com que discursos autocráticos conseguem manipular as massas, principalmente os jovens, que estão em processo de formação de personalidade. > SAIBA MAIS E-democracia Disponível em: http://www.edemocracia.leg.br/. Acesso em: 22 ago. 2020. A plataforma, criada em 2009 pela Câmara dos Deputados, permite a participação popular por meio da gestão de dados públicos. É possível encontrar diversos modelos de participação, como edição colaborativa de projetos de lei e interação em audiências. Oxfam Brasil Disponível em: https://www.oxfam.org.br/justica-social-e-economica/forum- economico-de-davos/tempo-de-cuidar/. Acesso em: 22 ago. 2020. O link dá acesso a informações recentes sobre a desigualdade econômica no mundo e ao relatório Tempo de cuidar – O trabalho de cuidado não remunerado e mal pago e a crise global da desigualdade, disponível para download. Navegando no site da organização, é possível acessar notícias atualizadas sobre desigualdades e direitos humanos; juventudes, gênero e raça; e justiça econômica. A ONU e a democracia Disponível em: https://nacoesunidas.org/acao/democracia/. Acesso em: 06 set. 2020. A página das Organização das Nações Unidas apresenta o trabalho desenvolvido pela ONU na promoção da democracia, incluindo o apoio à participação política das mulheres no mundo. 145 D3-CH-EM-3075-V2-U4-C8-128-145-LA-G21-AVU1.indd 145D3-CH-EM-3075-V2-U4-C8-128-145-LA-G21-AVU1.indd 145 16/09/20 21:4616/09/20 21:46 O movimento ambientalista também ganhou destaque nos últimos anos. Para fazer frente às crescentes agressões ao meio ambiente – como desmatamentos, extinção de espécies, despejo de produtos tóxicos na natureza –, que geram prejuízos sociais para as atuais e as futuras gera- ções, os ambientalistas vêm defendendo a necessidade de alterações na estrutura da economia global e no padrão de consumo das pessoas. Nessa esteira também atua o movimento indígena, cuja pauta está cada vez mais vinculada à preservação do meio ambiente. Existem, ainda, grupos que lutam pela ampliação dos direitos de populações marginalizadas. No Brasil, há dois importantes movimentos sociais que lutam, respectivamente, por moradia e terra: o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Enquanto o primeiro reivindica o direito à moradia para famílias carentes, o segundo reclama a concessão de terras públicas e improdutivas a agricultores que não possuem condições de adquirir propriedades. Ambos buscam implementar dispositivos da Constituição de 1988, que inclui o direito à moradia (artigo 6º) e uma política de reforma agrária (artigos 184 a 191). ■ Voluntárias trabalham na campanha Marmita Solidária, iniciativa organizada para fornecer água, alimentos e banho à população em situação de rua durante a pandemia da covid-19, no Recife (PE), 2020. > MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO • O movimento ambientalista vem ganhando um protagonismo cada vez maior nos últimos anos. Pesquise sobre a atuação dos diversos grupos dedicados a essa questão. Em seguida, escreva um texto no caderno, explicando a relação entre a causa ambiental e os direitos humanos. VE ET M AN O P RE M / F O TO AR EN A 72 D3-CH-EM-3075-V2-U2-C4-060-077-LA-G21.indd 72D3-CH-EM-3075-V2-U2-C4-060-077-LA-G21.indd 72 15/09/20 15:4015/09/2015:40 De mãos dadas Atividades que relacionam temas do capítulo com sua realidade, como seus amigos, sua escola, seu bairro, seu município etc. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Saiba mais Aqui você encontra sugestões de filmes, sites, vídeos, podcasts, livros e outros materiais que ampliam os saberes explorados nas unidades. Leitura de imagem Atividade de leitura e análise de mapas, gráficos, charges e outras linguagens imagéticas. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Meus argumentos Momento em que você expõe suas ideias, pois esta seção explora sua capacidade de analisar, refletir e argumentar a respeito de determinado assunto. Aparece de forma aleatória nos capítulos. Eu também posso Esta seção apresenta exemplos de jovens que exerceram o protagonismo e promoveram mudanças na comunidade em que vivem. O texto vem acompanhado de atividades que exploram, entre outros itens, suas competências socioemocionais. Esta seção aparece duas vezes por volume. InvestigAção Esta seção estimula o pensamento crítico. Aliando criatividade com diferentes práticas de pesquisa, você será convidado a solucionar problemas e desafios relacionados ao seu cotidiano. Esta seção aparece duas vezes por volume. Este ícone aparece junto das atividades em que é proposto o trabalho em grupo. D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 5D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 5 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 Ética e política . . . . . . . . . . . . . . . 10 UNIDADE 1 > Capítulo 1 A ética no mundo contemporâneo . . . . . . . . . . . . . . . 12 O que é ética? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 Ética e moral são a mesma coisa? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 Ética no dia a dia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 Vivemos uma crise ética? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 A modernidade líquida e a crise ética . . . . . . . . . . . . . . . . 21 Ética, bem-estar e território . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25 > Capítulo 2 Política não se discute? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26 O que é política? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 Política e justiça . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Política e cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33 Política e poder . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 O poder está em toda parte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34 Poder, política e resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Negação da política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43 Direitos humanos . . . . . . . . . 44 UNIDADE 2 > Capítulo 3 Em busca da cidadania . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46 É possível ser feliz? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Reflexões sobre a felicidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 A felicidade como direito humano . . . . . . . . . . . . . . . .49 Hobbes e a soberania popular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Locke e os direitos individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Direitos universais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Cidadania hoje . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54 Conceito em mudança permanente . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Cidadania e espaço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59 > Capítulo 4 O que são os direitos humanos? . . . . . . . . 60 Evolução histórica dos direitos humanos . . . . . . . 61 Os quatro pilares dos direitos humanos . . . . . . . . . . . . .62 Direitos para grupos específicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63 Desigualdades estruturais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65 Conquistas sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66 Muito a conquistar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Mundo: violação dos direitos humanos, 2014 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68 A luta por direitos sociais no presente . . . . . . . . . . . . . . . 70 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 SUMÁRIO D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 6D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 6 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 Participação política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78 UNIDADE 3 > Capítulo 5 A organização do governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Diferentes formas de organização do governo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 A divisão dos poderes e a organização do governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83 Formas de governo e regimes políticos . . . . . . . . . . . . . 84 Atividade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .85 As origens do governo no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 A independência e a organização de um governo autônomo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .86 A primeira democracia brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 O governo brasileiro no século XX: entre ditaduras e democracias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88 Um breve período democrático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88 A Nova República e o problema da corrupção . . . . . 90 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93 > Capítulo 6 Participação política . . . . 94 O que é participação política? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Participação política e governo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95 Outras formas de participação política ao longo do tempo . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 A invenção do sufrágio como forma de participação política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .98 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99 A participação política na era da internet . . . . 100 Internet e colaboração . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 A internet e a organização de movimentos sociais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102 O problema da desigualdade de acesso à internet . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 O jovem e a participação política . . . . . . . . . . . . . . . 104 As Jornadas de Junho de 2013 e a mobilização estudantil de 2015 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106 Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111 Organização do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 112 UNIDADE 4 > Capítulo 7 A organização do Estado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 114 A gênese do Estado moderno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 O fortalecimento da autoridade dos reis . . . . . . . . . . . 116 Os primeiros Estados centralizados: as monarquias nacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 A organização do Estado brasileiro . . . . . . . . . . . . . 119 Estado-nação e nações sem Estado . . . . . . . . . . . . 123 Nações e nacionalismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Nacionalismo e conflitos contemporâneos . . . . . . . . 124 O conflito na Palestina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 126 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127 > Capítulo 8 A democracia pode morrer? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 128 Origens da democracia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 129 Os limites da democracia ateniense . . . . . . . . . . . . . . . . 130 Espinosa: uma defesa radical da democracia . . . . . 130 As revoluções do século XVIII: a disseminação dos ideais democráticos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Democracia no século XX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 132 O fascismo e a crise da democracia . . . . . . . . . . . . . . . . 133 A retomada da democratização no pós-guerra . . 134 Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 A democracia e o sistema internacional . . . . . . 136 O impacto dos conflitos do mundo bipolar no processo de democratização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Organismos internacionais e o processo de democratização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 137 Democracia e desigualdade social . . . . . . . . . . . . . . 138 Uma nova crise da democracia? . . . . . . . . . . . . . . . . . 140 Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142 Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145 > FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152 > BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR . . . . 154 > BIBLIOGRAFIA COMENTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158 Orientações para o professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 7D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 7 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 NESTE VOLUME Objetivos, justificativas, competências e habilidades Você já parou para pensar por que e para que estuda os conteúdos escolares? Eles devem ter importância para sua vida, sendo uma ferramenta a mais para que você, com seus colegas e professores, pensem em solu- ções para diferentes problemas do cotidiano, da sociedade brasileira e do mundo em geral. Apresentamos, a seguir, as justifi cativas (importância) e os objetivos (para que) de cada unidade deste livro e também indicamos competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cujos textos se encontram ao fi nal do livro. UNIDADE 1 Ética e política Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? A ética e a política são práticas fundamentais para a orga- nização e a transformação das sociedades contemporâneas. Por essa razão, é fundamental refl etir sobre esses conceitos e enten- der o modo como eles se manifestam no cotidiano. Assim, esta unidade analisa e incentiva refl exões sobre o papel dessas práti- cas na transformação de nossa sociedade. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Refl etir sobre a importância da ética e da política ao longo do tempo na organização das sociedades contemporâneas, analisando cada um desses conceitos. 2. Compreender a ética como campo de refl exão humana, que se dedica a analisar os valores sociais, a fi m de pro- blematizar questões contemporâneas, como as fake news. 3. Valorizar posturas éticas, compreendendo a importância delas na vida cotidiana e na resolução dos confl itos, como forma de construir uma sociedade mais equilibrada e justa. 4. Reconhecer a importância da ação ética para a transforma- ção de nossa sociedade, diferenciando regra moral e ação ética. 5. Compreender que a política é uma forma de exercer o poder por meio de discussões coletivas, do convencimento e da argumentação, analisando a origem da atividade polí- tica e sua relação com o poder. 6. Reconhecer a importância da ação política dos jovens na busca de soluções para atender aos interesses e às neces- sidades de todos, com vistas ao bem comum. 7. Analisar a negação da política e a descrença na democracia a partir de diversos tipos de linguagens (gráfi cos, tabelas e textos). Competências e habilidades Competências gerais 1,4, 7, 8, 9 e 10 Competências específi cas 1, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS105, EM13CHS106, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS602, EM13CHS603 UNIDADE 2 Direitos humanos Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? Vivemos em um mundo de grandes conquistas, com avanços científi cos e tecnológicos. Mas, na contramão desse processo, encontra-se boa parte da população mundial e brasileira, que se vê excluída de seus direitos básicos de cidadania e tendo a integridade física e psicológica constantemente violada. Esta unidade, portanto, tem como objetivo problematizar essa rea- lidade, em busca de uma sociedade mais justa, democrática e inclusiva. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Compreender o processo de formação do conceito de cida- dania em diferentes tempos e espaços. 2. Refl etir sobre as condições necessárias para garantir a cida- dania a todos no mundo contemporâneo. 3. Entender o que são direitos humanos e sua importância para a construção de uma sociedade mais justa. 4. Entender as polêmicas existentes em torno dos direitos humanos na sociedade brasileira. 5. Diferenciar igualdade de equidade, de modo a esclarecer que a equidade pressupõe a garantia de direitosvoltados para um público específi co, reconhecendo a importância de corrigir desigualdades preexistentes. 6. Elaborar explicações sobre a posição do Brasil no ranking mundial de violação dos direitos humanos a partir da leitura e análise de informações representadas em mapa. 7. Conhecer as lutas por direitos sociais no presente, compre- endendo que a luta pela ampliação dos direitos humanos continua e identifi cando o protagonismo de jovens nesse processo. Competências e habilidades Competências gerais 1, 2, 4, 6, 7, 9 e 10 Competências específi cas 1, 4, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS403, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601, EM13CHS603, EM13CHS604, EM13CHS605 D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 8D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 8 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 UNIDADE 3 Participação política Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? A refl exão sobre a participação política é indissociável da refl exão sobre a forma como o governo se organiza ao longo do tempo. Assim, é necessário refl etir criticamente sobre a maneira como o governo se organiza no presente e as possibilidades de transformá-lo por meio da participação política. Além disso, é importante entender que a participação política vai além do voto, se expressando em diferentes atividades coletivas que se desenrolam no cotidiano de todos. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Avaliar as diferentes formas de organização dos governos no mundo contemporâneo a partir do entendimento de conceitos de forma, sistema e regime de governo. 2. Identifi car permanências e rupturas no processo de for- mação do Estado brasileiro, analisando problemas atuais, como a corrupção e o patrimonialismo. 3. Refl etir sobre a desconfi ança em relação às instituições democráticas a fi m de buscar soluções para fortalecer a democracia. 4. Reconhecer a importância da participação política para construir uma sociedade mais justa e democrática. 5. Conhecer práticas de jovens para participar da vida polí- tica, reconhecendo que ações e condutas de indivíduos e grupos podem infl uenciar na formação e na atuação dos governos. 6. Identificar formas variadas utilizadas por indivíduos e grupos para participar das decisões do governo e da socie- dade, ao longo do tempo. 7. Avaliar os pontos positivos e negativos da ação política no mundo digital, refl etindo sobre diferentes visões sobre o impacto da internet na participação política. 8. Reconhecer que o não envolvimento dos indivíduos e grupos sociais ajuda a manter a situação existente, sendo também um gesto político. 9. Utilizar coleta e análise de informações presentes em dife- rentes linguagens (gráfi co, poema, charge). Competências e habilidades Competências gerais 1, 5, 9 e 10 Competências específi cas 1, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS501, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS601, EM13CHS602, EM13CHS603 UNIDADE 4 Organização do Estado Justificativa • Por que é importante estudar este conteúdo? O problema da crise da democracia e o modo como isso afeta a organização das sociedades em diferentes regiões do mundo é uma questão muito presente no mundo contemporâ- neo. Ao se discutir essa crise, é necessária uma refl exão crítica em torno da importância de assegurar a continuidade do processo de democratização. Nesse contexto, são necessárias análises da emergência e transformação da noção de democracia, assim como análises do processo histórico de organização do Estado, da maneira como se estruturam as principais instituições estatais no Brasil e do problema das nações sem Estado. Objetivos • Devo estudar este conteúdo para... 1. Entender a organização e as funções do Estado no mundo e no Brasil, reconhecendo a importância da participação política para a construção de uma sociedade mais justa e democrática. 2. Compreender o processo histórico de constituição do Estado moderno, refl etindo de forma crítica sobre a reali- dade dos Estados no presente. 3. Conhecer exemplos da relação entre a estrutura do Estado centralizado e a vida cotidiana dos cidadãos. 4. Analisar a relação entre nacionalismos e conflitos con- temporâneos, operacionalizando conceitos de nação e de Estado. 5. Analisar os riscos de um novo período de governos auto- ritários no planeta e discutir a perda de confiança na democracia moderna nos dias atuais. 6. Entender avanços e recuos da democratização no planeta, analisando o processo histórico de formação das democra- cias modernas. 7. Identifi car e analisar fatores que desestabilizam as democra- cias no mundo contemporâneo, como a desigualdade social, o enfraquecimento das instituições políticas, a transforma- ção de adversários políticos em inimigos, entre outros. 8. Reconhecer a importância de fortalecer as práticas demo- cráticas, valorizando a imprensa livre, os partidos políticos e os movimentos sociais, entre outros mecanismos. Competências e habilidades Competências gerais 1, 7, 9 e 10 Competências específi cas 1, 2, 5 e 6 Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS201, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS603, EM13CHS604, EM13CHS605 D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 9D3-CH-EM-3075-V2-INICIAIS-001-009-LA-G21_AVU1.indd 9 17/09/20 02:5617/09/20 02:56 AR S RO N BO G/ FR O N TZ O N ES PO RT /G ET TY IM AG ES LE AN D RO R AM O S 10 LE AN D RO R AM O S UNIDADE 1 10 Ética e política Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Ética Concorrencial (ETCO), em parceria com o Datafolha, em 2017, revelou que 90% dos brasileiros entre 14 e 24 anos consideram a sociedade brasileira pouco ou nada ética. Apenas 4% dos jovens que parti- ciparam da pesquisa consideram o Brasil um país muito ético. A pesquisa apontou bombeiros e profes- sores como os profissionais mais éticos na avaliação dos jovens. Numa escala de notas de 0 a 10, os primeiros tiveram média 8,7 e os professores, 8,5. Os políticos ficaram em último lugar, com 2,2. 1. Você concorda com a opinião dos jovens pesquisados? Em seu caderno, justifique sua resposta. 2. O que você pensa do fato de os políticos terem ficado em último lugar na pesquisa? O que seria necessário para que os jovens pudessem ter uma visão mais positiva dos políticos e da política de modo geral? NÃO ESCREVA NO LIVRO D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 10D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 10 16/09/20 17:2616/09/20 17:26 BULLYING Você sabe o que significa bullying? Já vivenciou – como espectador, vítima ou agressor – algum ato de bullying em sua escola? Esse tipo de prática é muito usual e não ocorre apenas nas escolas. Às vezes, o que pode parecer uma brincadeira inofensiva é na verdade uma forma de violência que causa males a toda a comunidade, em especial, àqueles que são vítimas dessas agressões. A proposta deste projeto é organizar uma palestra em sua escola, com base em uma pesquisa de amostragem sobre os problemas acarretados pelo bullying. Em um sentido mais geral, o objetivo é pesquisar informações sobre essa prática, investigar se ocorre em outras escolas do bairro ou da cidade, averiguar quais são os tipos de bullying mais frequentes e quais são suas principais consequências, além de buscar, em conjunto, formas de conscientizar a comunidade escolar sobre o tema e propor formas de combate a esse tipo de violência. BULLYING 11 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 11D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 11 16/09/20 17:2616/09/20 17:26 1 CAPÍTULO Em 2019, ocorreu um lance inusitado em uma partida de futebol na Dinamarca. As equipes do Vejle e do AGF disputavam um jogo para fugir do rebaixamento. Em determinado momento, a partida foi inter- rompida quando a bola estava com o AGF. O time do Vejle como manda o fair play, deveria devolver a bola aos jogadoresdo AGF. O atacante do Vejle, porém, chutou a bola em direção ao campo adver- sário e surpreendentemente marcou um gol. A situação criou uma grande confusão, já que era um gol que poderia mudar o futuro das duas equipes. Os jogadores começaram a discutir e precisaram entrar em um acordo para solucionar o impasse da forma mais justa possível. A solução foi permitir que o AGF marcasse um gol para reestabelecer a igualdade no placar. Essa situação é um exemplo de como a ética é um campo de refle- xão muito importante para a vida cotidiana. Os jogadores das duas equipes iniciaram uma discussão em torno de valores. O objetivo disso era determinar o que era justo e o que era injusto. O que transforma essa discussão em um problema ético é o fato de que não havia uma solução predeterminada para o conflito entre as equipes. As regras do futebol não estabelecem o que fazer em uma situação como essa. Além disso, o juiz da partida não tinha elementos prévios para resolver o conflito e estabelecer a decisão mais justa. Assim, a decisão dos jogadores foi tomada a partir da reflexão em torno do problema, visando ao comportamento mais adequado. Essa decisão criou um valor ético, que foi respeitado por todos. Ao final, a partida foi reequilibrada e o AGF venceu o adversário por 4 a 2. Mesmo derrotada, a equipe do Vejle jogou a partida de forma ética. Neste capítulo, vamos refletir sobre o conceito de ética e analisar como ele é importante para a vida de todos nós. A ética no mundo contemporâneo ■ Cena de partida de futebol disputada entre as equipes do Vejle e do AGF, em Vejle, Dinamarca, 2019. LA RS R O N BO G/ FR O N TZ O N ES PO RT /G ET TY IM AG ES Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo e sobre o trabalho com as atividades. 12 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 12D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 12 16/09/20 17:4616/09/20 17:46 O que é ética? BECK, A. Armandinho Sete. Florianópolis: Edição do autor, 2015. p. 70. A reflexão ética está sempre presente em nossas vidas. Por isso, falamos em ética no trabalho, ética nos esportes, ética jornalística, ética nos relacionamentos e também em bioética. A ética pode ser compreendida como o campo da reflexão humana que se dedica a analisar os valores morais, como o bem, a verdade, a coragem. Ela examina a conduta humana do ponto de vista da ação. A reflexão ética se dedica a entender o que são os valores, como se formam e como podem ser aplicados à vida cotidiana. Cabe à ética refletir sobre o significado da justiça, do dever, da virtude e de outros valores morais. No próximo tópico, veremos a diferença entre a ética e a moral. Nesse sentido, é importante observar que, para a reflexão ética, os valores não são regras fixas e definitivas. Assim como os costumes mudam com o tempo, os princípios éticos também estão em constante transformação. Vamos ver um exemplo dessa situação? Quando os cientistas tra- balham na criação de um novo medicamento, eles precisam fazer testes para avaliar sua eficácia. Uma forma de fazer esses testes é uti- lizar animais criados em laboratório, como camundongos. Há pessoas, porém, que desaprovam essa prática, já que os experimentos subme- tem os animais a sofrimento e, muitas vezes, os levam à morte. Temos aí um impasse. O que é possível fazer para resolver essa questão, já que não existe uma regra fixa e definitiva para decidir qual é o melhor caminho a seguir? Pode-se, por exemplo, criar um comitê de bioética para avaliar os experimentos e tomar a decisão de como agir, a fim de assegurar o avanço do conhecimento científico sem provocar sofrimento aos animais. É esse o trabalho da reflexão ética. Bioética Campo de estudo que se refere às implicações éticas e filosóficas de procedimentos, tecno- logias e tratamentos médicos e científicos, como transplantes de órgãos e engenharia genética, entre outros. AR M AN D IN H O, D E AL EX AN D RE B EC K 13 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 13D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 13 15/09/20 12:1715/09/20 12:17 Ética e moral são a mesma coisa? Enquanto a ética analisa os valores morais e o comportamento humano do ponto de vista da ação, a moral consiste no conjunto de valores, regras e normas de conduta de uma sociedade. A diferença entre uma regra moral e a ação ética é que a segunda se forma a partir de uma reflexão consciente daquele que a pratica. A ética passa pela deliberação do indivíduo, enquanto a moral tem a finalidade de deter- minar o modo de agir dos indivíduos em comunidade. Os valores e as normas de conduta variam de acordo com a época e/ou a sociedade. Ao longo da história, as sociedades humanas criaram diferentes códigos morais. Na Idade Média, no Ocidente, os valores cristãos não podiam ser questionados, e a moral cristã era considerada a única possível e verdadeira. Essa visão teocêntrica do mundo, baseada na fé e na noção de bem e mal, impunha regras rígidas de comportamento social. Nesse caso, os valores se transformam em um conjunto de regras morais. Sendo regras, nem sempre são questionadas. A reflexão ética é um exercício da liberdade e é fundamental para a organização da vida em sociedade. Por meio dela, os indivíduos podem elaborar novas soluções para conflitos e determinar a melhor maneira de agir diante dos mais variados problemas. Ela é também uma importante ferramenta de crítica das regras morais, contribuindo para a transformação da sociedade. Deliberação Reflexão visando à reso- lução de um problema. Teocêntrico Que tem Deus como ponto de convergência de todas as coisas. ■ A ética e a moral estão presentes em nosso cotidiano e muitas vezes se confundem, mas é essencial diferenciá-las. Na foto, cena do programa Café Filosófico sobre ética no cotidiano, com os filósofos Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho. H TT PS :// W W W .Y O U TU BE .C O M /W AT CH ?V =9 _Y N LP XK LL U &H AS _V ER IF IE D =1 NÃO ESCREVA NO LIVRO> MEUS ARGUMENTOS • A ética está diretamente relacionada com nossas ações. Não basta refletir sobre ética sem aplicar a reflexão àquilo que fazemos cotidianamente. Imagine que a justiça comprove que uma loja da qual você é cliente costuma vender roupas produzidas por meio de trabalho análogo à escravidão. Reflita como agir de forma ética diante dessa situação e elabore um texto, no seu caderno, justifi- cando seu posicionamento. 14 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 14D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 14 16/09/2020 16:1816/09/2020 16:18 Ética no dia a dia Como vimos, a ética reflete sobre as ações humanas. Por isso, muitos pensadores entendem a ética como uma forma de saber prático. Isso significa que a reflexão ética não trata apenas de problemas abstratos, mas de situações concretas que afetam a vida e as relações entre os indivíduos. A palavra ética se origina do termo grego ethos, que significa lugar de convívio. Na Grécia antiga, considerava- -se ético aquilo que visasse ao bem comum e ao do lugar em que se vivia. Para o filósofo grego Aristóteles (385 a.C.-323 a.C.), a ética e a política seriam os dois principais saberes práticos da vida humana. Para Aristóteles, todo ser humano busca a felicidade e o bem-estar a partir da realização de seus objetivos e pro- jetos de vida. Segundo o filósofo, existe uma relação entre a felicidade e as virtudes necessárias para a condução da vida individual. Aristóteles considera princípios centrais de uma vida ética a realização das tarefas cotidianas, o empenho nos estudos e o exercício das atividades profissionais com afinco. Para isso, o filósofo grego aconselha a prudência e o desenvol- vimento da capacidade de escolher a melhor opção entre as diversas possibilidades que surgem ao longo da vida. Assim, para ele, a ética seria uma forma de reflexão que poderia ajudar os indivíduos a alcançaruma vida feliz, além de auxiliar na construção de relações sociais harmoniosas. ■ BAGDATOPOULOS, W. S. Aristóteles ensinando aos pés da Acrópole em Atenas. Litografia colorida que ilustra a obra de Arthur Mee, The children's encyclopedia ("A enciclopédia das crianças"), publicada em c 1930. Fonte: MIOTO, R. Felicidade custa R$ 11 mil por mês, aponta estudo. Folha de S.Paulo, São Paulo, 7 set. 2010. Disponível em: https://m.folha.uol.com.br/ciencia/2010/09/795092-felicidade-custa-r-11-mil-por- mes-aponta-estudo.shtml. Acesso em: 5 set. 2020. ■ A felicidade é um valor relativo. Na atualidade, muitas pessoas associam a felicidade ao bem-estar material, como apontam os dados do gráfico da pesquisa realizada nos Estados Unidos, em 2010. Para Aristóteles, porém, a felicidade está ligada à vida virtuosa. CO LE ÇÃ O P AR TI CU LA R. F O TO : B RI D G EM AN IM AG ES /F O TO AR EN A Bem-estar segundo a estatística, 2010 1,4 2,8 5,6 11,3 22,6 0 50% 60% 70% 80% 90% Proporção dos entrevistados Entrevistados se dizendo felizes e contentes com a vida Entrevistados que não relataram nenhum estresse R$ 11,3 mil/mês: ponto a partir do qual mais dinheiro não signi�ca mais felicidade Renda mensal em R$ mil SO N IA V AZ 15 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 15D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 15 16/09/2020 16:1816/09/2020 16:18 A ética como um caminho para a felicidade, conforme concebida por Aristóteles, teve grande importância na história do pensamento filosófico e influenciou muitos pensadores, da Antiguidade até o presente. Um exemplo é a forma como o filósofo holandês Baruch de Spinoza, ou Bento de Espinosa (1632-1677), refle- tiu sobre a ética. Para ele, uma vida ética é baseada na busca da felicidade e da liberdade, e um aspecto central dessa busca é o modo como os indi- víduos lidam com seus afetos. Segundo Espinosa, todos os seres vivem em constante interação. Essas interações podem ser posi- tivas, potencializadoras (afecções alegres), aumentando a capacidade dos seres de agir sobre o mundo, ou negativas, despotencializado- ras (afecções tristes), diminuindo essa capacidade. Para esse filósofo, quanto maior a alegria de um ser, maior sua liberdade de ação. Dessa forma, uma vida ética se constrói a partir da alegria compartilhada. Assim como Aristóteles e Espinosa, vários outros pensadores ana- lisaram a importância da ética na vida cotidiana. O filósofo francês Jean-Paul Sartre (1905-1980) analisou o problema ético a partir da ideia de que a liberdade é a característica central do ser humano. Para Sartre, os seres humanos não nascem com uma função determinada. Cada indivíduo vai definir aquilo que é a partir de suas escolhas, e essas escolhas são da responsabilidade de cada um. Assim, ao longo da vida, o indiví- duo toma uma série de decisões que lentamente vão construindo aquilo que ele é. ■ Para Espinosa, o ciúme é um exemplo de afeto triste. Na foto, cena do filme O ciúme, com direção de Philippe Garrel. França, 2014. ■ A vida ética está implícita na relação com o outro. Na foto, adolescentes trabalham em grupo voluntário. Ucrânia, 2018. FI LM E D E PH IL IP PE G AR RE L. O C IÚ M E. F RA , 2 01 3. F O TO : G U Y FE RR AN D IS /C AP RI CC I FI LM S/ CO U RT ES Y EV ER ET T CO LL EC TI O N /F O TO AR EN A DMYTRO ZINKEVYCH/SHUTTERSTOCK.COM 16 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 16D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 16 15/09/20 12:1715/09/20 12:17 Entretanto, se o indivíduo é livre, há sempre o risco de suas escolhas se chocarem com as escolhas de outros indivíduos. É a partir dessa ideia que nasce o problema da ética para Sartre. Ele defende que toda escolha implica não apenas a construção da liberdade individual, mas um modelo de ação para os demais. Assim, um indivíduo que ingressa na vida política e, livremente, decide agir apenas de acordo com seus interesses, desviando dinheiro público, estaria afir- mando não apenas que sua liberdade é mais importante que a dos demais, mas enfatizando que todos podem agir da mesma forma. Segundo essa perspectiva, uma vida ética corresponde àquela na qual a liber- dade individual é construída a partir do fortalecimento da liberdade de todos, o que implica necessariamente escolhas individuais que respeitem o outro. A verdade também é um problema ético que nasce da relação com o outro. O compromisso em dizer e agir de forma verdadeira está estreitamente associado a uma vida ética. Essa questão, discutida por pensadores desde a Antiguidade, ganhou um novo sentido na contemporaneidade. Diversos cientistas sociais contemporâneos afirmam que vivemos a era da pós-verdade, em que a disseminação de fake news vem enfraquecendo a credibilidade dos meios de comunicação e dos pes- quisadores. Com a facilidade de circulação de informações pelas redes sociais e aplicativos, muitas pessoas ignoram canais que divulgam notícias com base em fontes confiáveis e dados científicos, passando a compartilhar mensagens falsas, sem fonte ou de fontes duvidosas. ■ Para Sartre, todos nascem livres para decidir aquilo que farão de suas vidas. São as escolhas feitas ao longo do tempo que fazem de nós aquilo que somos. Fake news Termo utilizado para se referir a notícias falsas, que podem ser intei- ramente fabricadas ou distorcer um conteúdo real. Suas fontes são duvidosas (veículos de mídia sem credibilidade) ou inexistentes. G AT U RR O, N IK © 2 00 6 N IK / D IS T. B Y AN D RE W S M CM EE L SY N D IC AT IO N > DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO • Segundo Espinosa, existem interações positivas e negativas entre os seres, afetos alegres e afetos tristes. Assim, para esse pensador, uma vida ética está relacionada com ações que promovem a alegria em nós mesmos e nos outros. Como é possível aplicar essa ideia em sua vida cotidiana? Converse com seus colegas sobre esse tema. 17 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 17D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 17 15/09/20 12:1715/09/20 12:17 ■ O gráfico demonstra a força das fake news em alguns países. O Brasil é o país com o maior número de pessoas que admitiram já terem sido enganadas por notícias falsas. Ações como compartilhar uma notícia nas redes sociais sem confirmar a pro- cedência da informação contribuem para enfraquecer a credibilidade das fontes confiáveis e estimular comportamentos que ameaçam a democracia e mesmo a vida de outras pessoas. Assim, problematizar as fake news e valorizar o conhecimento científico e a infor- mação baseada em fatos e pesquisas é também uma forma de agir eticamente na sociedade em que vivemos. Nesse sentido, o conceito de maioridade intelectual pro- posto pelo filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) nos ajuda a refletir sobre essa questão. Segundo Kant, quando o indivíduo é incapaz de usar sua capacidade de entendi- mento para agir por si próprio, guiando-se pelo pensamento alheio, ele está vivendo numa condição de menoridade intelectual. Para ele, o indivíduo só conquista a maiori- dade intelectual quando consegue pensar e agir de maneira autônoma, livre da tutela dos outros. Nesse sentido, a maioridade intelectual pode ser entendida como a postura ética diante das informações que recebemos, distinguindo as notícias falsas das verdadei- ras e agindo sempre de modo a evitar a disseminação de inverdades. Enganados pelas fake news, 2018 Fonte: FANTINI, F. Para além das fake news: os fake numbers, escreve Flamínio Fantini. Poder 360, 22 jul. 2019. Disponível em: https://www.poder360.com.br/ opiniao/midia/para-alem-das-fake-news-os-fake-numbers-escreve-flaminio- fantini/. Acesso em: 10 jun. 2020. 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Países % Brasil Arábia Saudita Coreia do Sul Peru Espanha China Índia Polônia Suécia Chile média mundial *Pesquisa com 27 países. 6258 58 57 57 56 55 55 55 54 48 SO N IA V AZ Porcentagem dos que admitem ter acreditado em uma notícia falsa na internet 18 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 18D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 18 16/09/2020 16:1916/09/2020 16:19 Como vimos , os valores se transformam ao longo do tempo. Por isso, algumas ideias consideradas corretas no passado são vistas atual- mente como práticas criminosas que devem ser combatidas. O estudo da ética é muito importante nesse processo, já que ele pode ajudar a avaliar as transformações dos valores de modo a não reproduzir precon- ceitos ou práticas violentas que eram consideradas moralmente corretas em outras épocas. O texto a seguir, escrito por um juiz dos Estados Unidos em 1927, é um exemplo. Leia atentamente e responda ao que se pede: É melhor para todo mundo se, em vez de esperar para executar os descendentes degenerados por algum crime ou deixar que morram de fome por causa da imbecilidade, a sociedade possa prevenir aqueles que são manifestadamente inaptos de se reproduzirem. O princípio que sustenta a vacinação obrigatória é suficientemente amplo para cobrir o corte das trompas de Falópio. [...] Três gerações de imbecis são suficientes. Fonte dos dados: LANG-STANTON, P.; JACKSON, S. Eugenia: como movimento para criar seres humanos ‘melhores’ nos EUA influenciou Hitler. BBC News Brasil, 23 abr. 2017. Disponível em: https://www.bbc.com/ portuguese/internacional-39625619. Acesso em: 10 jun. 2020. 1. Tendo em vista o atual conhecimento científico, por que a proposta do juiz não se justifica? Caso julgue necessário, pesquise informações para fundamentar sua resposta. 2. Do ponto de vista ético, por que a proposta do juiz é incorreta? Apresente argumentos para justificar seu posicionamento. 3. Imagine que você deve ela- borar uma resposta ao juiz. Escreva uma carta mobili- zando argumentos cientí- ficos e éticos para refutar aquilo que ele defende. Ao final, discuta seu texto com os colegas em sala de aula. Corte das trompas de Falópio Método de esterilização de mulheres. DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> CO U N TW AY L IB RA RY O F M ED IC IN E/ H AR VA RD , E ST AD O S U N ID O S. NÃO ESCREVA NO LIVRO ■ Ilustração representando a "Árvore Eugenia" e a ideia de evolução humana por meio das raízes, que extraem materiais de diversas fontes. O cartaz foi utilizado como símbolo do Segundo Congresso Internacional de Eugenia, realizado em Nova York (Estados Unidos), em 1922. 19 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 19D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 19 16/09/2020 16:1916/09/2020 16:19 Vivemos uma crise ética? Nas últimas décadas, um tema tem aparecido com frequência nos meios de comunicação, nas redes sociais, nos debates entre especialis- tas e nas rodas de conversa: a crise ética do mundo contemporâneo. Vários pensadores defendem a ideia de que a ação e a reflexão ética perderam espaço em nossa sociedade. No Brasil, por exemplo, muitos especialistas afirmam que vivemos uma profunda crise ética na política. Isso fica claro quando observa- mos os dados alarmantes sobre corrupção e uso das ferramentas e instituições públicas para beneficiar agentes privados. O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) é medido pela Transparência internacional, que classifica 180 países com base em quão corrupto o setor público é percebido por especialistas e executivos. A nota vai de 0 a 100, do mais corrupto ao mais íntegro. A média dos países em 2018 foi 43. Índices abaixo de 50 indicam preocupação no combate à corrupção. A corrupção não é o único exemplo de manifestação da crise ética no mundo contemporâneo. A questão dos refugiados é outro indício desse fenômeno. Milhões de pessoas, em diferentes regiões do mundo, são forçadas a deixar suas terras por causa de confli- tos ou problemas ambientais. Contudo, nem sempre elas são acolhidas de forma digna por outros países. > DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO • Você presencia exemplos de ações em sua comunidade que demonstram a crise ética da atualida- de? Converse sobre o assunto com seus colegas e pensem conjuntamente em ações que possam ajudar a superar essa situação. SO N IA V AZ Fonte: ÍNDICE de percepção da corrupção 2018. Gazeta do Povo, 29 jan. 2019. Disponível em: https://infograficos.gazetadopovo.com.br/politica/indice-de- percepcao-da-corrupcao-2018/. Acesso em: 11 jun. 2020. 2012 2013 2014 201720162015 2018 100º 80º 60º 69º 72º 69º 76º 79º 96º 105º Em pontos A nota vai de 0 a 100; quanto mais alta, melhor. Posição no ranking Brasil: índice de percepção da corrupção, 2018 20 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 20D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21_AVU1.indd 20 16/09/2020 16:1916/09/2020 16:19 A modernidade líquida e a crise ética O sociólogo polonês Zygmunt Bauman (1925-2017) foi um dos pensadores que analisaram as causas da crise ética contemporânea. Em muitas de suas obras, ele refletiu sobre a importância da ética e investigou como as transformações na socie- dade afetam os princípios éticos nas relações entre os indivíduos. Bauman criou o conceito de modernidade líquida para definir uma nova forma de organização das relações sociais, econômicas e produtivas que teve início na segunda metade do século XX. Esse conceito designa uma época na qual todas essas relações se tornaram frágeis, efêmeras e flexíveis. Para o sociólogo, durante muito tempo, as relações sociais se mantiveram estáveis e duráveis. Isso significa que as pessoas desempenhavam papéis predeterminados na sociedade, as estruturas familiares eram rígidas e havia poucas possibilidades de mudança no modo de vida dos indivíduos. Em meados do século XX, muitas pessoas tinham a expectativa de iniciar sua carreira profissional em uma empresa e nela permanecer até se aposentarem. O casamento era considerado uma instituição sólida, em geral concebida como algo indissolúvel. Lentamente, a solidez das relações humanas foi se desfazendo em vista das mudanças econômicas, sociais, políticas e culturais ocorridas no mundo. Com isso, as relações duráveis e estáveis foram sendo aos poucos substituídas por relações líquidas. Por meio dessa metáfora, Bauman expressa a ideia de que os papéis sociais se tornaram fluidos, transformando-se com rapidez. ■ Para Bauman, na modernidade líquida a amizade deixou de ser uma relação sólida e duradoura, que é construída lentamente, para se tornar algo superficial e passageiro, que pode ser criado e desfeito rapidamente nas redes sociais. Na modernidade líquida, os relacionamentos se tornam mais instáveis e de curta duração, os indivíduos têm maior liberdade para mudar de profissão ou de trajetória profissional, os laços familiares se enfraquecem e o individualismo é valorizado. W IL L LE IT E 21 D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 21D3-CH-EM-3075-V2-U1-C1-010-025-LA-G21.indd 21 15/09/20 12:1715/09/20 12:17 Com as transformações nas relações entre os indivíduos, os valores também se tornam mais frágeis. Dessa forma, a preocupação em agir de forma ética perde importância e é substituída por uma valorização excessiva da individualidade. Para Bauman, o resultado é a intensificação do consumismo e a des- responsabilização do indivíduo em relação ao outro. Assim, as pessoas se enxergam cada vez mais como consumidoras que agem movidas por seus interesses, sem se preocupar com os efeitos de suas ações. Ocorre também um enfraquecimento da empatia, o que ajudaria a entender o crescimento da xenofobia e de atos intolerantes contra minorias, na visão de Bauman. Para o sociólogo polonês, a reflexão ética e a crítica do individua- lismo e do consumismo são essenciais para lutar contra os efeitos negativos da modernidade líquida e construir relações que não sejam baseadas apenas em valores individualistas e consumistas. Ética, bem-estar e território
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