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Microbiologia A microbiologia é o ramo da Biologia que estuda os microrganismos. Os microrganismos são seres vivos de tamanho pequeno, cujas dimensões não permitem que sejam observados a olho nu pelo homem. Assim, eles só podem ser visualizados ao microscópio. O estudo da microbiologia abrange a identificação, forma, modo de vida, fisiologia e metabolismo dos microrganismos, além das suas relações com o meio ambiente e outras espécies. De modo geral, os microrganismos contribuem na fertilização do solo, reciclagem de substâncias e participam de ciclos biogeoquímicos. Ainda podem ser usados na fabricação de produtos como iogurte, vinhos, queijos, vinagres e pães. Existem ainda os microrganismos patogênicos que causam doenças em seres humanos, animais e plantas. Grupos de microrganismos Os principais grupos de microrganismos são: vírus, bactérias, protozoários, algas e fungos. - Vírus Vírus são seres microscópicos constituídos de DNA ou RNA e protegidos por uma capa formada de proteínas. Os vírus são seres acelulares, cujo tamanho varia entre 20 e 300 nm. São diversificados e capazes de sofrer mutação. Eles são parasitas intracelulares, pois para se reproduzirem precisam invadir uma célula e utilizar todos os seus recursos. Esses organismos são causadores de muitas doenças. Por serem tão pequenos são capazes até de infectar fungos e bactérias. Podem ser encontrados em qualquer lugar. Embora sejam capazes de infectar qualquer tipo de célula, fora delas eles permanecem inertes. O SARS-CoV-2 é um vírus pertencente à família dos coronavírus e é causador da doença COVID-19. A AIDS é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). - Tipos de Vírus Os vírus são classificados de acordo com o tipo de ácido nucleico, de acordo com a forma do capsídeo e também pelos organismos que eles são capazes de infectar. • Adenovírus: formados por DNA, por exemplo o vírus da pneumonia. • Retrovírus: formados por RNA, por exemplo o vírus HIV. • Arbovírus: transmitidos por insetos, por exemplo o vírus da dengue. • Bacteriófagos: vírus que infectam bactérias. • Micófagos: vírus que infectam fungos. Os podem utilizar agentes transmissores em uma infecção. Por exemplo, as plantas podem ser infectadas por vírus através de insetos ou outros organismos que se alimentam delas. - Características dos vírus As principais características dos vírus são: • São seres acelulares, ou seja, não possuem células; • Suas dimensões variam de 17 nm até 300 nm; • São seres diversificados e, portanto, não possuem um padrão; • São capazes de sofrer mutações; • Fora de um organismo hospedeiro cristalizam-se como os minerais; • Não possuem metabolismo próprio e, por isso, a reprodução ocorre em uma célula viva. Muito se discute sobre os vírus serem considerados seres vivos ou não. Enquanto para alguns estudiosos eles são apenas partículas infecciosas, para outros, uma vez que se reproduzem e sofrem mutações genéticas, estão inclusos na categoria dos seres vivos. - Estrutura do Vírus Os vírus são formados por ácidos nucleicos, RNA (ácido ribonucleico) ou DNA (ácido desoxirribonucleico), envolvidos por uma capa proteica chamada de capsídeo. Além desses componentes, alguns vírus ainda podem ser revestidos por uma película de gordura e proteína. Estrutura do vírus causador da Hepatite C • Ácidos nucleicos (RNA e DNA): são as informações contidas no vírus que deverão ser utilizadas para sintetizar proteínas na célula invadida; • Capsídeo: envolve e protege o ácido nucleico viral da digestão por enzimas. Além disso, possui regiões que permitem a passagem do ácido nucleico para injetar no citoplasma da célula hospedeira; • Envelope de glicoproteínas: revestimento formado por lipídios e proteínas ao redor do capsídeo, que são utilizadas para invadir a membrana celular e se ligar a ela, facilitando a fixação do vírus. - Reprodução Os vírus são capazes de invadir diferentes tipos de células, principalmente bactérias, plantas e animais. No ciclo de reprodução, geralmente os vírus rompem a parede celular, entram, replicam-se e partem para infectar novas células. Há também os vírus que não precisam entrar em uma célula para se reproduzirem, eles apenas injetam seu genoma na célula hospedeira. O material genético viral inserido em uma célula é traduzido e replicado à medida que a célula se multiplica. Geralmente, os vírus utilizam os ribossomos das células eucarióticas para traduzir o RNA mensageiro viram e, assim, produzirem proteínas virais dentro da célula. O ciclo reprodutivo desses organismos pode então ser dividido em 4 etapas: • Entrada do vírus na célula hospedeira; • Eclipse (inatividade do vírus); • Multiplicação do material viral (cópias da matriz); • Liberação dos novos vírus. No processo de reprodução dos vírus há a duplicação do material genético viral e a síntese das proteínas na medida em que ele inibe o funcionamento normal da célula. - Doenças causadas por vírus As doenças causadas por vírus, também chamadas de viroses, são aquelas que tem como agente etiológico diversos vírus. Algumas das doenças virais, se não forem tratadas podem levar o paciente ao óbito. Geralmente, não possuem um tratamento específico, visto que o corpo produz anticorpos para combater o vírus. Principais doenças causadas por vírus: - Raiva A raiva é uma infecção aguda do sistema nervoso central. Esta doença é causada pelo Rhabodo vírus que pode ser transmitido ao homem através da picada https://www.todamateria.com.br/reproducao/ ou saliva de mamíferos afetados, por exemplo, cães, lobos, raposas, ratos, gatos, morcegos, coelhos, vacas, cavalos e cabras. O vírus da raiva se reproduz nos músculos e se espalha para o sistema nervoso central. As características de um cão com raiva são aparência doentia, inquieta, agressiva, salivação excessiva, língua protuberante, gosta de estar sozinho em um lugar escuro, cauda dobrada entre as patas traseiras, medo de luz e som e morder qualquer coisa que seja existe ao seu redor objetos e pessoas. Os sintomas de raiva experimentados por humanos incluem dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor de garganta, febre, alucinações, rigidez muscular e aumento de secreções de suor e saliva. A raiva pode ser prevenida com vacinas. - Doença da boca e unhas A febre aftosa é uma doença altamente contagiosa em bovinos, ovinos, porcos, cabras, búfalos e animais selvagens com cascos fendidos, como os elefantes. Esta doença é causada pelo Aphthovirus da família Picornaviridae. A transmissão do vírus pode se dar pela respiração, contato direto, alimentos e equipamentos contaminados com o vírus. Os sintomas experimentados por animais infectados são letargia, inquietação, desidratação, preguiça de ficar em pé, mancar, febre chega a 41 graus, salivando muito, diminuição do apetite, aparecimento de vesículas (preenchidas com um líquido amarelo claro a vermelho e facilmente descascável) na língua, lábios, mucosa da bochecha, gengivas, céu da boca e dedos dos pés. Esta doença faz com que a produção de leite e gado diminua, e causa cerca de 70% das mortes de gado. Mesmo assim, as doenças da boca e das unhas podem ser evitadas com a vacinação. - Tetelo (NCD) A doença de Newcastle (DCNT) ou tetelo (febre do papagaio) é uma doença que ocorre em aves domésticas (como galinhas e patos) com sintomas de diarreia, tosse e perda de equilíbrio, fazendo com que o corpo gire com a cabeça inclinada. A doença Tetelo é causada pelo vírus NCD e é contagiosa. Como a febre aftosa, o tetelo também pode causar a morte de animais. - Tumores (verrugas) Não apenas humanos, tumores ou verrugas também podem ser sofridos por animais. Um deles é o frango, causado pelo vírus do sarcoma de Rous (RSV) e, em bovinos, pelo papilomavírusbovino. Este vírus causa tumores nas células epiteliais e nas membranas mucosas. - Tratamento para viroses O tratamento das doenças causadas pelos vírus é realizado de acordo com o agente infecioso e a região do corpo afetada. Para muitas viroses não existem vacinas e remédios contra ou um tratamento específico. Sendo assim, o próprio sistema imunológico cria anticorpos para combater o vírus. Recomenda-se sempre uma boa alimentação, hidratação e repouso do paciente. - Bactérias As bactérias são seres unicelulares e procariontes. Elas fazem parte do Reino Monera. As bactérias podem ser encontradas em diversos ambientes e são capazes de suportar condições ambientais inóspitas à maioria dos seres vivos. Mesmo sendo imperceptível, as bactérias desenvolvem importantes funções no ambiente. Elas atuam nos ciclos biogeoquímicos e na produção de alimentos e medicamentos. Algumas bactérias podem ser patogênicas e causam doenças como a cólera, difteria, febre tifoide, lepra, meningite, tuberculose. - Morfologia Bacteriana As bactérias podem apresentar diferentes formas: esféricas, de bastões, espiraladas, de vírgula, entre outras. Observe a seguir exemplos de bactérias e os formatos de cada ser. As bactérias recebem uma designação específica: • Cocos: são esféricos ou arredondados; • Bacilos: são alongados e cilíndricos; • Espirilos: são longos, espiralados e deslocam-se por meio de flagelos; • Espiroquetas: são espiralados e deslocam-se com movimentos ondulatórios; • Vibriões: apresentam aspecto de vírgula. - Estrutura da célula bacteriana A célula da bactéria é formada basicamente por: material genético, citoplasma, ribossomos, membrana plasmática, parede celular e, em alguns casos, cápsula. https://www.todamateria.com.br/anticorpos/ https://www.todamateria.com.br/bacterias/ https://www.todamateria.com.br/reino-monera/ https://www.todamateria.com.br/reino-monera/ https://www.todamateria.com.br/ciclos-biogeoquimicos/ https://www.todamateria.com.br/ciclos-biogeoquimicos/ A célula bacteriana é procariótica, ou seja, o material genético fica disperso no citoplasma e é constituído de uma molécula circular de DNA, chamada nucleoide. Além do nucleoide, pode haver também moléculas adicionais de DNA circular, os plasmídeos. A presença dos plasmídeos ajuda a defender as bactérias da ação de antibióticos, pois contêm genes resistentes. Também estão espalhados no citoplasma diversos ribossomos que produzem proteínas. Os flagelos são estruturas responsáveis pela locomoção e as fímbrias pela adesão ou troca de DNA dependendo do tipo de bactéria. Revestindo a célula bacteriana está a membrana plasmática, que delimita o citoplasma e mais externamente um envoltório rígido, a parede bacteriana ou membrana esquelética, que protege a célula contra a entrada de água por osmose, que faria a bactéria estourar. Em algumas bactérias pode haver ainda uma camada mais externa chamada cápsula, que protege da desidratação, defende de ataques de bacteriófagos e de serem fagocitadas e ainda auxilia a fixação às células dos hospedeiros. - Reprodução das bactérias A reprodução das bactérias é assexuada, geralmente por divisão binária (ou fissão binária), em que o cromossomo é duplicado e depois a célula se divide ao meio originando duas bactérias idênticas. É um processo extremamente rápido, o que explica a rápida proliferação bacteriana em infecções, por exemplo. Outro modo é através da esporulação, que acontece em condições adversas como falta de água e nutrientes, calor extremo, entre outras. Nesse caso, a célula sofre um espessamento do envoltório e interrompe o metabolismo, formando assim um esporo chamado endósporo. Esse endósporo é capaz de viver em completa inatividade por anos. Clostridium tetani, causadora do tétano e Bacillus anthracis, que provoca o carbúnculo ou Anthrax, são exemplos de bactérias que produzem endósporos e vivem por muitos anos inativos no solo. Ao penetrarem no interior do corpo humano ou de um animal (ambiente anaeróbico) passam por uma desesporulação e voltam à forma normal, infectando o corpo do hospedeiro. https://www.todamateria.com.br/reproducao/ - Recombinação genética nas bactérias Embora não realizem reprodução sexuada, as bactérias podem realizar processos de recombinação genética em que produzem novos indivíduos com características diferentes do indivíduo original. São 3 tipos de processos em que há a mistura do material genético: conjugação bacteriana, transformação bacteriana e transdução bacteriana. Na conjugação bacteriana há transferência direta de DNA de uma bactéria a outra, através das fímbrias sexuais, que são filamentos mais longos que as fímbrias normais. Neste caso, há a formação de uma ponte citoplasmática para a transferência da cópia do DNA ou do plasmídeo da bactéria doadora para uma bactéria receptora, onde ocorre uma recombinação gênica. A transformação bacteriana consiste na absorção de fragmentos de moléculas de DNA dispersos no meio e posterior incorporação dos mesmos ao DNA bacteriano. Sob certas condições, qualquer tipo de DNA pode ser incorporado ao DNA bacteriano, desde que tenham semelhanças. Essa característica permite que os cientistas utilizem as bactérias em experimentos de engenharia genética. Na transdução bacteriana ocorre transferência de fragmentos do material genético através de bacteriófagos (tipos de vírus infectantes de bactérias). Os bacteriófagos costumam injetar seu material genético na célula bacteriana e assim se multiplicar. Entretanto, durante esse processo pode acontecer a incorporação de segmentos de DNA da bactéria hospedeira e posterior liberação desses fragmentos na bactéria receptora, assim que o bacteriófago for infectar outra bactéria. Havendo recombinação genética entre os materiais surgem novas características. - Metabolismo bacteriano O metabolismo corresponde ao conjunto de reações necessárias para manter os organismos vivos. As bactérias podem ser classificadas em fototróficas ou quimiotróficas, de acordo com a fonte de energia que utilizam, também ser autotróficas ou heterotróficas, de acordo com a fonte de carbono empregado na produção de matérias orgânicas. Assim sendo, se unirmos essas características elas podem ser: • Bactérias Fotoautotróficas: são as bactérias capazes de produzir o próprio alimento pela fotossíntese, usando o gás carbônico (fonte de carbono) e a luz (fonte de energia). As cianobactérias pertencem a esse grupo. • Bactérias Fotoheterotróficas: utilizam apenas a luz como fonte de energia, mas não são capazes de sintetizar moléculas orgânicas (não fazem fotossíntese), tendo que absorver do meio o seu alimento. Essas são as bactérias anaeróbias. • Bactérias Quimioautotróficas: usam como fonte de energia as reações de oxidação de compostos inorgânicos, produzindo assim o próprio alimento através de quimiossíntese. Pertencem a esse grupo as Nitrobacter e Nitrossomonas que participam do Ciclo do Nitrogênio. • Bactérias Quimioheterotróficas: as fontes de energia e também de carbono usadas são moléculas orgânicas que elas absorvem através do alimento. Nesse grupo estão as bactérias saprofágicas, que atuam como decompositoras de matéria orgânica morta (animais e vegetais mortos) e as parasitas que provocam doenças. - Fatores de virulência bacteriana Algumas bactérias habitam naturalmente certos nichos do corpo humano, outras são sempre patogênicas; entretanto todas podem causar doenças quando instaladas em ambiente estéril. - Colonização, Adesão e Invasão Certas bactérias produzem moléculas específicas para aderirem ao tecido do hospedeiro. Adesinas, fímbrias e o ácido lipoteicoicosão exemplos de substâncias produzidas para auxiliar na colonização. Outras bactérias produzem uma espessa e pegajosamatriz de polissacarídeos. O biofilme ajuda na fixação/ adesão/ colonização da população bacteriana e muitas vezes confere certa resistência à ação de antibióticos não observada em cultura in vitro. - Ações Patogênicas da Bactérias Seres procariontes produzem enzimas, ácidos, toxinas e até gases associados à destruição tissular. Exotoxinas são enzimas citolíticas que podem ser produzidas tanto por Gram positivas quanto por Gram negativas. A toxina tetânica, a toxina botulínica e a estreptolisina são exemplos de exotoxinas. Endotoxina é o lipopolissacarídeo (LPS) de parede celular exclusivo de bactérias Gram negativas. LPS causa um processo inflamatório sistêmico e severo caracterizado por ativação de complemento, degranulação mastocitária, ativação plaquetária secreção de citocinas de fase aguda (IL-1, IL-6 e TNF), podendo causar CIVD (coagulação intravascular disseminada), característica do choque séptico. Algumas bactérias funcionam como superantígenos, uma vez que podem ativar linfócitos sem precisar de processamento antigênico. Superantígenos se ligam ao MHC-II (complexo de histocompatibilidade tipo 2) de células apresentadoras de antígeno e ao TCR (receptor de célula T) ao mesmo tempo. Dessa forma, superantígenos ativam linfócitos sem a necessidade de coestimulação. Ainda por um mecanismo de mimetismo molecular, antígenos bacterianos podem ser “confundidos” com autoantígenos, causando reações cruzadas com tecidos do organismo. É o caso da febre reumática pós-estreptocócica (S. pyogenes). - Mecanismos de Escape Bacterias desenvolvem diversos mecanismos de escape das defesas do hospedeiro. Cápsulas são estruturas externas à parede celular, de constituição polissacarídea ou protéica, pouco imunogênicas. Bacterias encapsuladas sofrem menos reatividade do sistema imunológico. As cápsulas bacterianas das cepas mais prevalentes podem ser utilizadas para a síntese de vacinas, como ocorre na imunização para pneumonia pneumocócia (Streptococcus pneumoniae). Culturas mistas de bactérias encapsuladas com bactérias desprovidas de cápsula mostram uma conversão destas àquelas, provavelmente devido à troca de material genético entre as cepas. A cápsula define a virulência de muitas bactérias. Sem ela, normalmente não são patogênicas. Para escapar do ataque imunológico do hospedeiro, bactérias assumem várias estratégias: • Impedir a opsonização por anticorpos e/ou por complemento; • Inibir fusão do fagossomo com o lisossomo; • Escape do fagolisossomo para o citoplasma; • Resistir às enzimas lisossômicas e multiplicar-se no interior da célula (ex: Mycobacterium leprae). - Doenças causadas por bactérias - Piodermite em Gatos • As principais bactérias envolvidas são do gênero Staphylococcus spp., sendo o Staphylococcus pseudintermedius o principal agente • A piodermite é caracterizada como rara nos gatos, e uma das explicações, seria a menor capacidade do Staphylococcus spp. de se aderir aos queratinócitos felinos • A doença é normalmente secundária, sendo as principais causas de base: - Traumas Imunossupressão induzida por drogas ou doenças Alergias (DAPE, alergia alimentar ou síndrome atópica felina) Doenc ̧as autoimunes da pele Sinais clínicos mais frequentes: - Sinais clínicos Há uma variação muito grande dos locais onde as lesões podem aparecer com maior frequência e, na maioria dos casos, as lesões são disseminadas em mais de uma região. Nos gatos as lesões faciais são mais prevalentes. Dentre as lesões em face, as mais frequentemente observadas são as periauricular, periocular, perilabial, na ponte nasal, dorsal da cabeça e lateral da cabeça. - Diagnostico das causas primárias Como já citado, a piodermite é normalmente secundária. Dos gatos deste levantamento, 73% tiveram a confirmação de uma causa de base. Dentre esses, os diagnósticos da causa primária mais frequentes foram: • Síndrome atópica felina – 48% • Carcinoma de células escamosas in situ – 10% • DAPE – 8% • Alergia alimentar – 4% • Doenc ̧a autoimune – 3% - Tratamento Mesmo alguns gatos com piodermites primárias recebem antibioticoterapia sistêmica empírica, o que poderia ser considerado algo aceitável à época deste levantamento. Hoje, existe uma crescente preocupação com o uso indiscriminado de antibióticos sistêmicos, e os guidelines sugerem que a cultura e antibiograma seja realizada rotineiramente e que o tratamento sistêmico seja reservado para https://vetsmart-parsefiles.s3.amazonaws.com/e57e0bc97cc1eca66478cbd5099fa38d_richTextImg.jpg https://vetsmart-parsefiles.s3.amazonaws.com/868cb42336a07cbcf160d4681a3c1107_richTextImg.jpg casos mais complicados de piodermites superficiais, piodermites profundas ou recorrentes, dando-se preferência ao tratamento tópico sempre que possível. A clorexidina é uma biguanida que apresenta ações antisséptica e desinfetante. Atua sob espécies bacterianas Gram-positivas ou negativas, incluindo Staphylococcus spp. Outra característica é o espectro de ação contra leveduras e fungos, incluindo Malassezia pachydermatis e as espécies de dermatófitos. São ativas as concentrações de 2 a 4%, já exercendo a partir de 2% ações antibacteriana e antifúngica. De forma geral, a concentração mais empregada é a de 3% e, nessa concentração, é possível a utilizac ̧ão em felinos. O potencial de irritação da clorexidina é considerado baixo. É necessário utilizar-se da citologia e cultura e antibiograma para proceder com o diagnostico correto e, assim, propor o tratamento mais adequado, sempre que houver suspeita. - Otite Canina A otite pode se dar por vários motivos, entre eles: infecção por fungos, bactérias, ácaros, alergias e a presença de pólipos no conduto auditivo. Infelizmente, algumas raças são mais propícias a essa doença do que outras, principalmente aqueles cães que possuem as chamadas orelhas pendulares, ou seja, as que são caídas e por conta disso acabam abafando e criando umidade no ouvido. Nestes pets, é comum que eles desenvolvam uma otite canina grave. - Remédios utilizados no combate a Otite Gentamicina: O principal antibiótico usado para otite é a Gentamicina, presente na maioria dos remédios para essa mazela. Ela detém ação super rápida e é comumente recomendada para quadros mais graves, principalmente aqueles causados por bactérias gram-negativas. Serve tanto para infecção de ouvido quanto de pele. Neomicina: Esta é usada em situações onde a infecção é de curto prazo e foi causada por bactérias gram-negativas. E ela só é usada em curto prazo pois pode causar o rompimento da membrana do tímpano. Orbifloxacina: Este antibiótico é de uso restrito aos veterinários e está presente apenas no Posadex. Tobramicina: A Tobramicina pode ser usada tanto em infecção de ouvido, quanto de olhos. Ele elimina as bactérias gram-negativas. Também é utilizada em infecções de curto prazo, porém, não tem perigo de intoxicar o pet. Enrofloxacina: Atuando principalmente contra as bactérias gram-negativas, ele é liberado também em alguns tipos positivos. Não é recomendado para cães jovens pois pode afetar a cartilagem do animal. - Gengivite Gengivite é a inflamação da gengiva decorrente do acúmulo de placa bacteriana que produz toxinas que irritam a mucosa da gengiva. Um dos seus principais sintomas é a vermelhidão e o inchaço da gengiva, consequentemente sensível, podendo muitas vezes sangrar e também o mau hálito. O pet pode ter também dificuldade de se alimentar devido à dor causadas pela inflamação. A boa notícia é que a gengivite tem tratamento, mas se não receber o cuidado necessário, as bactérias podem se infiltrar para baixo da gengiva levando a retração gengival e perda do osso que segura os dentes. Neste caso, os dentescomeçam a ficar “moles” e podem “cair”. - Protozoários Tipos de protozoários Os protozoários são seres eucariontes, unicelulares e heterótrofos. Pertencem ao Reino Protista, junto com as algas que são organismos aquáticos que têm a capacidade de realizar fotossíntese. Elas podem ser micro ou macroscópicas, eucariontes ou procariontes. Os protozoários apresentam variadas formas corporais e ocupam ambientes úmidos ou o interior de outros organismos. Alguns são parasitas, causadores de doenças. Entre as doenças causadas por protozoários estão: amebíase, giardíase, malária e doença de chagas. - Características Gerais Os protozoários pertencem ao Reino Protista, juntamente com as algas. Por serem eucariontes, apresentam núcleo individualizado e sua única célula exerce todas as funções que normalmente há nos multicelulares: respiração, excreção e reprodução. https://www.todamateria.com.br/protozoarios/ https://www.todamateria.com.br/reino-protista/ Uma característica típica de suas células é a presença de vacúolos contráteis ou pulsáteis, com função de realizar regulação osmótica. Devido à diferença de concentração entre o citoplasma e o ambiente externo, há entrada constante de água por osmose. Assim, o vacúolo controla a quantidade de água, recolhendo e eliminando o excesso. - Alimentação Para a alimentação, os protozoários capturam o alimento por fagocitose, dando origem aos fagossomos, que se fundem aos lisossomos, formando os vacúolos digestivos. Após a digestão, dentro dos vacúolos, os restos são eliminados por clasmocitose. - Reprodução A reprodução pode ser de forma assexuada e sexuada. A reprodução assexuada é a mais comum. Ela ocorre por: • Divisão binária: a célula-mãe se divide e origina duas células-filhas; • Divisão múltipla: a célula faz muitas mitoses, forma muitos núcleos que se dividem em células pequenas. Enquanto isso, os paramécios realizam reprodução sexuada, através de um processo chamado conjugação.Esse processo ocorre quando dois indivíduos se unem e trocam material genético, dando origem a novos protozoários. Cada indivíduo realiza mitose e produz micronúcleos, que contêm o material genético. Um macho e uma fêmea ficam lado-a- lado e fazem entre si uma ponte citoplasmática, através da qual trocam micronúcleos. Após a troca, eles se separam e dentro de cada um, os micronúcleos se multiplicam. Em seguida, acontece a fusão dos micronúcleos originais com os recebidos do parceiro. Conjugação entre paramécios - Classificação A principal classificação é baseada no modo de locomoção, dando origem aos variados tipos de protozoários. Eles são divididos em: sarcodíneos, ciliados, flagelados e esporozoários. - Sarcodíneos ou Rizópodos São os protozoários que usam prolongamentos do citoplasma, chamados pseudópodes (falsos pés), para locomoção. Eles fazem parte do filo Rhizopoda. https://www.todamateria.com.br/reproducao/ - Amebas Os representantes mais comuns dos sarcodíneos são as amebas, sendo em sua maioria de vida livre e habitando água doce. Entretanto, existem espécies comensais que vivem dentro do corpo humano sem causar prejuízos. São exemplos a Entamoeba coli que habita o intestino grosso e a Entamoeba gengivalis que vive na boca. E também existem as parasitas, como a Entamoeba histolytica que vive no intestino grosso do ser humano e provoca a amebíase. Estrutura da ameba Os pseudópodes das amebas também são usados para a alimentação. Elas se aproximam do alimento, usam os pseudópodes para englobá-lo, depois ele é internalizado e fica envolto por um pedaço da membrana celular, formando uma bolsa chamada fagossomo. No citoplasma, o fagossomo se une ao lisossomo, que contém enzimas digestivas e são formados os vacúolos digestivos, no interior dos quais ocorre a digestão. Em seguida, os restos da digestão são eliminados por clasmocitose. Representação da fagocitose realizada pela ameba - Foraminíferos Os foraminíferos são protozoários do filo Foraminifera, que também locomovem-se por pseudópodes. Eles possuem uma carapaça externa de carbonato de cálcio, com perfurações pelas quais se projetam finos e delicados pseudópodes. - Heliozoários e Radiolários Os heliozoários e radiolários são protozoários do filo Actinopoda. Eles possuem pseudópodes afilados que se projetam como raios em volta da célula. Todos os radiolários são marinhos. Enquanto os heliozoários são marinhos ou de água doce. Em comum, apresentam um "esqueleto" interno de sílica que torna sua forma bem definida. https://www.todamateria.com.br/amebiase/ Foraminíferos, heliozoários e radiolários - Ciliados Os protozoários ciliados pertencem ao filo Ciliophora e se locomovem por meio de filamentos curtos e numerosos, os cílios. A maioria desses organismos tem vida livre. Um caso interessante é a Vorticella, um ciliado séssil em formato de sino invertido com uma haste para se fixar a um substrato. Vorticella de água doce. Aumento de 400x Outro exemplo de ciliado é o Paramecium. Os paramécios são dióicos, ou seja, possuem sexos separados e se reproduzem de forma sexuada através da conjugação. Cada paramécio se divide duas vezes originando um total de 8 novos indivíduos. - Flagelados ou Mastigóforos Os protozoários flagelados pertencem ao filo Zoomastigophora. Eles se movimentam através de flagelos em forma de chicote. Alguns flagelados são sésseis e usam o flagelo para capturar moléculas de alimento. Eles podem viver sozinhos ou associados formando colônias. Algumas espécies são parasitas, como: • Trichomonas vaginalis que se aloja na mucosa vaginal provocando doenças na genitália feminina; • Trypanosoma cruzi que causa a doença de Chagas; • Trypanosoma brucei que causa a doença do sono. - Esporozoários Os protozoários esporozoários pertencem ao filo Apicomplexa, eles não possuem estrutura locomotora. São exclusivamente espécies parasitas de seres humanos e de animais vertebrados e invertebrados. A reprodução ocorre através da alternância de gerações sexuada e assexuada e produção de esporos. Isso faz com que muitos esporozoários tenham ciclos de vida mais complexos. Um dos exemplos mais conhecidos desse grupo são os plasmódios causadores da https://www.todamateria.com.br/trypanosoma-cruzi/ malária. Eles passam por algumas fases dentro do corpo, sendo uma delas chamados de merozoítos, quando se multiplicam dentro dos glóbulos vermelhos, que se rompem liberando parasitos infectando novas células. Célula sanguínea infectada liberando merozoítos - Doenças causadas por protozoários - Toxoplasmose Toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii (ou doença do gato). Toxoplasma gondii infecta alguns animais. Estes após contato com humanos, transmitem o patógeno, e por consequência cria cistos no organismo que podem se espalhar para qualquer parte do corpo, como o cérebro e o coração. Essa contaminação pode ocorrer devido contato direto com fezes de gato, água contaminada, frutas mal lavadas, dentre outros. - Leshimaniose Leishmaniose é uma doença causada por um protozoário e é uma antropozoonose. O protozoário invade o organismo por meio da picada do mosquito-palha infectado. O protozoário sobrevive ao mecanismo da célula de tentar destruir o parasita. A partir disso, ele induz as células a se autodestruírem. - Doença de Chagas A Doença de Chagas é uma doença causada pelo Trypanosoma cruzi, chamado de “barbeiros” no Brasil. O Trypanosoma invade o organismo a partir de uma picada realizada pelo barbeiro. Estes ao retirarem sangue depositam o protozoário. Essa deposição ocorre pelo contato das fezes do barbeiro que ficam armazenadas ao redor das feridas. Ao coçar o ferimento o indivíduo facilita a entrada do protozoário nosistema. - Fungos Os fungos são seres macroscópicos ou microscópicos, unicelulares ou pluricelulares, eucariotas (com um núcleo celular), heterótrofos. Na biologia, eles fazem parte do Reino Fungi, dividido em cinco Filos: quitridiomicetos, ascomicetos, basidiomicetos, zigomicetos e os deuteromicetos. Especialistas afirmam que cerca de 1,5 milhão de espécies de fungos habitam o planeta Terra, como os cogumelos, as leveduras, os bolores, os mofos, sendo utilizados para diversos fins: culinária, medicina, produtos domésticos. Por outro lado, muitos fungos são considerados parasitas e transmitem doenças aos animais e as plantas. - Habitat dos Fungos Os fungos possuem diversos tipos de habitat visto que são encontrados no solo, na água, nos vegetais, nos animais, no homem e nos detritos em geral. - Reprodução dos Fungos Os fungos podem se reproduzir de maneira sexuada ou assexuada, sendo o vento considerado um importante condutor que espalha os propágulos e fragmentos de hifa, favorecendo, assim, a reprodução e a proliferação dos fungos. - Reprodução Assexuada Nesse tipo de reprodução não há fusão dos núcleos e através de mitoses sucessivas, a fragmentação do micélio originará novos organismos. Além do processo de fragmentação, a reprodução assexuada dos fungos pode ocorrer por meio do brotamento e da esporulação. - Reprodução Sexuada Esse tipo de reprodução ocorre entre dois esporos divididos, em três fases: 1. Plasmogamia: Fusão de protoplasma; 2. Cariogamia: Fusão de dois núcleos haploides (n) para formar um núcleo diploide (2n); 3. Meiose: Núcleo diploide se reduz formando dois núcleos haplóides. - Alimentação dos Fungos Diferentemente das plantas, os organismos do Reino Fungi não possuem clorofila, nem celulose e, com isso, não sintetizam seu próprio alimento. Eles liberam uma enzima chamada de exoenzima, que os auxiliam na digestão dos alimentos. De acordo com o tipo de alimentação, os fungos são classificados em: • Fungos Saprófagos: Obtêm alimentos decompondo organismos mortos; • Fungos Parasitas: Alimentam-se de substâncias de organismos vivos; • Fungos Predadores: Alimentam-se de pequenos animais que capturam. - Fatores de virulência fúngica - Dimorfismo → Alteração de antígenos da superfície, alteração fenotípica https://www.todamateria.com.br/reproducao/ https://www.todamateria.com.br/esporos/ Depende de alterações da temperatura e/ou ambiente Fungos dimórficos são mais patogênicos - Dimorfismo clássico (estímulo: temperatura) -> Termofimorfismo No dimorfismo clássico o estímulo principal é a temperatura, mas um aumento de nutrientes também é estímulo. Além disso, é um processo reversível, ou seja, o fungo é capaz de retornar à sua forma normal. O fungo ganha termotolerância a partir do dimorfismo (capacidade de sobreviver e replicar a 37°C) Acredita-se que mesmo pequenas diferenças na tolerância à temperatura podem influenciar potencial patogênico de um fungo assim como a forma da doença apresentada pelo hospedeiro Isolados de S. Schenckii de lesões sistêmicas podem crescer a 35º c e a 37ºc, mas isolados da forma cutânea fixa crescem somente a 35ºc. cepas mais virulentas são capazes de suportar mudanças drásticas de temperatura e se transformam rapidamente em leveduras - Fator de virulência dos fungos → PAMPs 3 principais componente da parede celular fúngica (PAMPs): β glicanos (polímeros de glicose); Quitina (polímero de N-acetilglicosamina); Mananas: cadeias de centenas de moléculas de manose ligadas a proteínas fúngicas. Alterações de moléculas (Ag) de superfície: na parede celular há beta- glucanos (principal PAMP dos fungos). Após morfogênese, vira alfa1, 3-glucana, diminuindo a resposta imune protetora (inibição do reconhecimento por dectina 1) - Paracocidioides brasiliensis: Interação com Receptores Hormonais e Hormônios. Mais infecção em homens do que em mulheres. Fungos têm receptores parecidos com o receptor para 17-beta-estradiol. Estradiol se liga ao fungo, impedindo o dimorfismo (mulheres produzem mais estradiol, portanto a ocorrência é menor). - Dimorfismo invertido Não depende de temperatura. Ex: Candida albicans. Leveduras - filamentosos O dimorfismo ocorre por proliferação excessiva do fungo ou lesão da mucosa, baixa resposta imune (ou seja, fatores pré-disponentes). Hifas podem invadir a submucosa, atingir a corrente sanguínea e gerar infecções sistêmicas. Ocorre expressão de moléculas (adesinas e proteases) nas hifas. Fêmeas são mais suscetíveis - leveduras têm receptores para 17-beta estradiol - estimula o dimorfismo Adesinas permitem que a candida seja capaz de formar biofilme – ADESÃO E COLONIZAÇÃO -> ATENÇÃO: cateter (A capacidade de C. albicans de reconhecer e ligar-se às células hospedeiras ou materiais implantados no corpo é requerido para virulência). - Biofilme Evasão do sistema imune. Resistência a antifúngicos. Formação é dependente das condições ambientais - Componentes da parede celular Quitina. Melanina (fungos demáceos). Evasão do SI (principalmente dos mecanismos dos fagócitos) - Quitina Síntese depende de família de enzimas (chitin synthase-CHS) - Maior expressão dessas enzimas em condições de stress: enzimas líticas, antifúngicos ou agentes oxidantes dos fagolisossomas.. Grandes fragmentos de quitina não geram resposta imunológica. Fungos aumentam a produção de quitina quando expostos a antifúngicos - Melanina Formada a partir da polimerização de compostos fenólicos e indólicos MELANIZAÇÃO: deposição deste complexo polimérico na superfície celular Proteção contra o calor, UV , radiação solar, metais pesados, altas temperaturas e enzimas hidrolíticas - no meio ambiente. Protege contra o RI Inativa ROS (ex: H2O2, que é altamente microbicida). Inibite o TNF-alfa (que tem potencial para ativar macrófagos) - Impede ativação de MO4. - Cápsula Característica distinta de Cryptococcus neoformans Dois principais componentes polissacarídicos: GXM - glucuronoxilomanana (polímero linear de manose com ramificações de xilose e ácido glucurônico) e GalXM – galactana α 1-6, com ramificações de β(1-3) galactose - α(1-4) manose – α(1-3) manose. Outras ramificações de β(1-3) ou β(1-2) xilose. Propriedades antifagocíticas (repulsão eletrostática). Ativa a via alternativa do complemento (deposição de fragmentos C3 e reconhecimento por receptores C3 nos leucócitos, porém como a liberação de cápsula para o meio é alta, pode ocorrer uma depleção dessas opsoninas). Em pacientes com criptococose disseminada, os antígenos fúngicos (GXM) inibem a migração de polimorfonucleares ao sítio de infecção (permitem a liberação de L-selectina nos neutrófilos, molécula importante para a adesão ao endotélio e posterior migração ao sítio de infecção. Polissacaridios Capsulares Ativam Morte Celular: APC pode levar a célula à apoptose ou mata linfócito T, pois os polissacarídeos da cápsula induzem expressão de Fas e Fasl-L (Faz ligante) na APC e expressão de Fas no linfócito T. Obs: Fas+FasL = ativação da cascata das caspases – apoptose - Micotoxinas Substâncias tóxicas produzidas por fungos. Exógenas: doença: Micotoxicose (ingestão apenas da micotoxina). Endógenas: doença: Micetismo (ingestão do fungo que produz a micotoxina) - Toxicidade: Aguda: resultando em danos aos rins ou fígado. Crônica: resultando em câncer de fígado. Mutagênica: causando danos ao DNA. Teratogênica: causando câncer em crianças por nascer - Prejuízos à pecuária, principalmente à suinocultura e à avicultura: Restringe a exportação Morte do animal – intoxicações agudas Redução da velocidade de crescimento e da eficiênciaalimentar : Redução do metabolismo proteico e pela absorção de gordura Diminuição da postura/leite/carne :Interferência sistemas enzimáticos (amilase pancreática, tripsina, lipase, RNAse, DNAse) - Interferência na digestão do amido, proteínas, lipídeos e ácidos nucleicos Aumento da suscetibilidade às doenças infecciosas e parasitárias: C´’, Igs, atividades fagocíticas e linfocíticas. Problemas reprodutivos – Interação com receptores hormonais/esteroides = anestros/abortos/mal formação fetal - Alimento/rações: um ingrediente previamente contaminado por um fungo toxigênico, e mesmo que este seja eliminado no processamento, as micotoxinas permanecem. - Leucoencefalomalácia equina: a leucoencefalomalácia é uma intoxicação que acomete o sistema nervoso central dos equinos, gerando manifestações clínicas como andar em círculos, incapacidade de deglutir, cegueira aparente, apoio da cabeça contra objetos, quedas e convulsões tônico-clônicas. A intoxicação pela fumonisina provoca o quadro neurológico, toxina esta produzidapelo Fusarium moniliforme, podendo também ser produzida pelo Fusarium verticillioides. Muitas vezes o animal acometido vai a óbito e, quando sobrevive, as lesões são permanentes. Esse fungo cresce e produz sua toxina principalmente em milho e outros cereais, sendo raro na forragem .- Ergotismo: Alcalóides: propriedades vasoconstritoras e sobre neurotransmissão Claviceps purpúrea e Claviceps fusiformes. Ergotismo Convulsivo: mania e alucinações, depressão e confusão mental, hipertensão, bradicardia, vasoespasmos (com perda de consciência e cefaléia). Ergotismo Gangrenoso: dor intensa (queimação), cianose periférica (mãos e pés ) podendo ainda levar ao coma e morte. Amputações espontâneas - Alcalóides de Ergot Causam o Ergotismo “Esporão do centeio”, “ergot”, formado em gramíneas pelo Claviceps spp Sensação frio ou calor intenso, dor muscular na panturrilha, convulsões severas e gangrena. Micetismo faloidiano Falotoxinas e amanitinas Falotoxinas: Inibem a polimerização de actina e induzem necrose de membranas Amanitinas: Inibe síntese de ptns 50 a 90 % dos envenenamentos graves ou mortais. Latência de 6 a 48 horas. Distúrbios gastrintestinais, alterações hepáticas, alucinações e morte. Fase coleriforme: 24 horas após ingestão: cefaleia, vômitos ,diarreia, convulsões. Fase hepática: 2-16 dias após: Ictericia, hematuria, transtornos consciência, euforia , paralisias e morte - Micetismo cerebral Ácido ibotêmico (mucimol) → Muscarina - Amanita muscaria Muscarina – estrutura semelhante a aceticolinam - receptores muscarínicos Causa alterações no sistema nervoso, como: alteração da percepção da realidade, alucinações, crises de euforia ou depressão intensa, espasmos musculares, transpiração, salivação, lacrimejamento, tontura e vômitos - Psilocybe cubensis - Psilocibina/Psilocina Estrutura molecular: análogo a serotonina. Vomito, alucinações Estudos : Uso X TOC, enxaqueca... - Esporidesmina: Hepatotóxica Eczema facial de carneiros e úbere da vaca. Disfunção hepática: obliteração dos ductos biliares → bile não é eliminada no intestino. Clorofila - até filoeritrina junto com a bile - cai na circulação. Fotossensibilização: produtos causam bolhas na pele. - Doenças relacionadas aos Fungos - Candidíase A candidíase é uma doença causada por leveduras (fungo unicelular) do gênero Candida spp, que pode atingir diversos sistemas do animal, principalmente o tegumentar (pele). Os quadros infecciosos podem ser ocasionados por várias espécies, como: a C. albicans, a C. tropicalise a C. parapsilosis, sendo a primeira a principal delas. Essas leveduras habitam a pele, a mucosa oral, genital, respiratória, o meato acústico externo (estrutura auditiva) e o sistema digestivo. São consideradas integrantes da microbiota dos mamíferos e normalmente não provocam danos à saúde dos hospedeiros, a não ser que ocorra um desequilíbrio imunológico ou lesões nas barreiras anatômicas de proteção dos animais. Dessa forma, essas leveduras podem ser consideradas oportunistas, uma vez que causam malefícios apenas em situações específicas. - Patogenicidade Como dissemos acima, a infecção começa a partir da imunossupressão, que favorece o crescimento desordenado das leveduras, tornando-as patogênicas. Nesse caso, a imunossupressão pode estar associada a diversos fatores, como: idade, estresse, presença de doenças imunomediadas, desordens neoplásicas e uso prolongado de corticosteroides, de antibióticos ou de citostáticos (fármacos que inibem a reprodução ou o crescimento de células indesejadas). - Sinais clínicos A candidíase afeta as mucosas, as junções mucocutâneas e diferentes partes da pele, como a pele abdominal, a pele do saco escrotal, o períneo, as dobras ungueais (estrutura das unhas), narinas, orelhas, planos nasais e dobras cutâneas (espaços interdigitais). Em casos mais graves, as leveduras desse gênero podem atingir o trato urinário, o sistema gastrintestinal e o sistema reprodutor. No entanto, as infecções nesses sistemas são raras. Dessa forma, os sinais dermatológicos mais frequentes são: erosões úmidas e eritematosas (vermelhas), com contorno irregular e levemente edemaciadas, vesículas, crostas, úlceras, pápulas, pústulas e lesões alopécicas (caracterizadas por possuir pouca ou nenhuma pelagem em determinada área). Em casos de otite podemos observar a presença de inflamação, dor, descamação, coceira e edema. - Diagnóstico O diagnóstico é feito por meio do exame físico (análise dos sinais clínicos) e de exames laboratoriais. Esfregaços direto das lesões são necessários para confecção de lâminas para análise microscópica. Para confirmação do agente etiológico é necessário o isolamento em cultura. - Criptococose A Criptococose é uma enfermidade infecciosa sistêmica causada pelo fungo Cryptococcus neoformans, que está presente no solo e nos dejetos de aves contaminadas. Essa espécie de levedura é considerada oportunista por causar infecções apenas em seres que estão imunossuprimidos. Normalmente acomete mamíferos domésticos, como os cães e gatos e é vista com maior frequência em regiões geográficas de clima quente e úmido. No caso dos gatos, que são os animais mais acometidos, a queda da imunidade está frequentemente relacionada ao uso exagerado de medicamentos (corticosteroides) e a doenças infecciosas, a exemplo da FeLV e do linfossarcoma. - Transmissão A transmissão dessa levedura acontece por meio da inalação dos esporos presentes no ambiente. Quando inalados, causam a chamada infecção primária, que afeta as narinas e os pulmões. Em seguida, ocorre a disseminação sistêmica por via hematógena ou linfática, chegando em outros sistemas do organismo, como o tegumentar e o nervoso. - Sinais clínicos Os sinais clínicos mais comuns são: presença de pápulas, pústulas, vesículas, úlceras e nódulos. Na maioria dos casos, as lesões estão localizadas na cabeça (narina, lábios, língua, palato, gengiva) e nas regiões próximas ao pescoço. - Diagnóstico A Criptococose é uma das micoses mais fáceis de ser diagnosticada pelo fato de possuir muitos elementos fúngicos nas lesões. O diagnóstico consiste no exame físico e na identificação das leveduras por meio do esfregaço e da análise em microscópio com auxílio da tinta nanquim. Posteriormente os microrganismos também podem ser cultivados em ágar de Sabouraud a 25°C – 35°C para a confirmação da doença. - Dermatofitose A Dermatofitose é uma das enfermidades cutâneas mais importantes na clínica veterinária de pequenos animais por ser muito contagiosa e por ser considerada uma zoonose (transmitida do animal para o homem e do homem para o animal) de difícil tratamento. A doença é causadapor um grupo de fungos queratinofílicos (que se nutrem através da ingestão de queratina) denominados de dermatófito. Esses tornam-se potencialmente patogênicos apenas em circunstâncias de imunodepressão. - Transmissão A transmissão acontece através do contato direto com os esporos dos fungos. Estes microrganismos podem estar presentes nos animais (pelos), no ambiente e em fômites, como em escovas, pentes ou camas. É importante destacar que os dermatófitos são bastante resistentes ao ambiente e que alguns animais assintomáticos também poder ser uma fonte de infecção. - Sinais clínicos Os sinais clínicos da Dermatofitose variam de acordo com cada animal, mas na maioria dos casos o prurido (coceira) é moderado ou ausente. Na pele é possível notar a presença de crostas, escamas e alopecia circular (queda de pelo em regiões focais) expansiva e descamativa, unhas fragmentadas e pelos partidos. As lesões normalmente estão localizadas nas extremidades e na região da cabeça. Ocasionalmente os gatos apresentam uma dermatite com numerosas crostas de pequenas dimensões e otite ceruminosa. - Diagnóstico Um dos possíveis métodos de diagnóstico é o exame microscópico das estruturas queratinizadas, que mostram as hifas dos fungos. Para tal finalidade, pelos partidos, escamas de lesões ativas e fragmentos de unhas devem ser examinados em óleo mineral. Se for preciso confirmar o diagnóstico, é indicado fazer uma cultura fúngica através do Meio de Teste de Dermatófitos (DTM). - Malasseziose A Malassezia spp. é um fungo que habita a pele de cães e gatos. Quando se proliferam em excesso no sistema tegumentar ou no canal externo do ouvido, podem agir como patógenos, causando inflamação dos tecidos. Existem diversas espécies desse gênero, e a M. Pachydermatis é encontrada com grande frequência nos exames clínicos. - Patogenia A malasseziose é o termo utilizado para caracterizar as dermatites causadas pelo aumento populacional da Malassezia spp. Esse aumento populacional normalmente está relacionado com algumas doenças primárias, como as endócrinas, imunológicas ou parasitárias, que afetam o sistema imune do animal e a pele do animal Dessa forma, podemos classificar a malasseziose como primária ou secundária. A malasseziose primária, menos frequente, acontece quando o animal não possui nenhuma alteração dermatológica, e após a proliferação do agente começa apresentar sintomas característicos da doença. Embora essas leveduras sejam consideradas oportunistas, elas também possuem capacidade de causar inflamações e reações de hipersensibilidade devido ao fato de produzir metabólitos nocivos e enzimas como as fosfolipases e proteinases. Já a malasseziose secundária, mais frequente, ocorre quando o animal possui alguma enfermidade na pele, que predispõe a proliferação da Malassezia spp com maior facilidade. Nesse caso, a dermatite é agravada por consequência da multiplicação exacerbada desses patógenos que alteram ainda mais as funções de proteção da barreira cutânea, causando o aumento das lesões já existentes. - Sinais Clínicos As lesões primárias de dermatite por Malassezia spp. são caracterizadas pela presença de prurido. Já as lesões secundárias apresentam eritema (vermelhidão da pele), alopecia (queda de pelos), escoriações, liqueinificação (alteração da espessura da pele, que fica mais espessa e rígida) e hiperpigmentação. Na maioria dos casos, as regiões mais acometidas são: ouvido, pescoço, axilar, intertriginosa (dobras) e espaços interdigitais. Quando esses microrganismos atingem a região do canal externo do ouvido podem causar a otite. Os sinais mais comuns são dor, produção excessiva de cerúmen e o ato de balançar a cabeça repetidamente. - Diagnóstico A maior dificuldade no diagnóstico dessa enfermidade é a quantificação, uma vez que a presença desse fungo na pele é comum quando não há excesso. Entretanto, técnicas como citologia (por meio de raspado cutâneo, suabes de algodão ou fita adesiva transparente), histologia e cultivo são as mais indicadas. - Tratamento Os tratamentos das quatro enfermidades citadas são bastante semelhantes. Em todos os casos é indicado uma terapia com medicamentos antifúngicos sistêmicos e/ou tópicos, higienização das áreas afetadas, utilização de elizabetano (colar) para reduzir as lambidas e as mordeduras nas feridas, banhos terapêuticos e se necessário, o uso de antibióticos em caso de infecções secundárias causadas por bactérias. No caso da Criptococose, pode ser necessário alguma excisão cirúrgica dependendo da situação. Áreas de estudo da microbiologia A microbiologia abrange uma área de estudo ampla, podendo ser fonte de diferentes pesquisas. Os campos de atuação que a microbiologia pode atuar são: • Microbiologia médica: tem como foco de estudo os microrganismos patogênicos. Sua atuação está diretamente ligada ao controle e prevenção de doenças, estando assim relacionada à imunologia. • Microbiologia farmacêutica: tem como objetivo o estudo dos microrganismos que podem contribuir com a produção de medicamentos, especialmente antibióticos. • Microbiologia ambiental: tem como foco de estudo as bactérias e fungos que atuam na decomposição de matéria orgânica e dos elementos químicos da natureza. Está relacionada aos ciclos biogeoquímicos. • Microbiologia de alimentos: tem como objetivo estudar os microrganismos envolvidos na indústria alimentícia, especialmente no controle da produção e industrialização dos alimentos. • Microbiologia microbiana: tem como foco os processos que envolvem manipulação genética e molecular dos microrganismos. Citologia A Citologia ou Biologia Celular é o ramo da Biologia que estuda as células. A citologia foca-se no estudo das células, abrangendo a sua estrutura e metabolismo. 9Teoria Celular O estabelecimento da Teoria Celular foi possível graças ao desenvolvimento da microscopia. A Teoria Celular apresenta postulados importantes para o estudo da Citologia: • Todos os seres vivos são constituídos por células; • As atividades essenciais que caracterizam a vida ocorrem no interior das células; • Novas células se formam pela divisão de células preexistentes através da divisão celular; • A célula é a menor unidade da vida. . Tipos de Células As células podem ser divididas em dois tipos: as procariontes e eucariontes. - Procariontes https://www.todamateria.com.br/celula/ A principal característica da célula procarionte é a ausência de carioteca delimitando o núcleo celular. O núcleo da célula procarionte não é individualizado. As células procariontes são as mais primitivas e possuem estruturas celulares mais simples. Esse tipo celular pode ser encontrado nas bactérias. - Eucariontes As células eucariontes são mais complexas. Essas possuem carioteca individualizando o núcleo, além de vários tipos de organelas. Como exemplos de células eucariontes estão as células animais e as células vegetais. - Partes da Célula As células eucariontes apresentam partes morfológicas diferenciadas. As partes principais da célula são: membrana plasmática, citoplasma e núcleo celular. - Membrana Plasmática A membrana plasmática ou membrana celular é uma estrutura celular fina e porosa. Ela possui a função de proteger as estruturas celulares ao servir de envoltório para todas as células. A membrana plasmática atua como um filtro, permitindo a passagem de substâncias pequenas e impedindo ou dificultando a passagem de substâncias de grande porte. A essa condição damos o nome de Permeabilidade Seletiva. .- Citoplasma O citoplasma é a porção mais volumosa da célula, onde são encontradas as organelas celulares. O citoplasma das células eucariontes e procariontes é preenchido por uma matriz viscosa e semitransparente, o hialoplasma ou citosol.As organelas são pequenos órgãos da célula. Cada organela desempenha uma função diferente. : Mitocôndrias: Sua função é realizar a respiração celular, que produz a maior parte da energia utilizada nas funções celulares. Retículo Endoplasmático: Existem 2 tipos de retículo endoplasmático, o liso e o rugoso. O retículo endoplasmático liso é responsável pela produção de lipídios que irão compor as membranas celulares. https://www.todamateria.com.br/celulas-procariontes/ https://www.todamateria.com.br/celulas-eucariontes/ https://www.todamateria.com.br/celula-animal/ https://www.todamateria.com.br/celula-vegetal/ https://www.todamateria.com.br/celula-vegetal/ https://www.todamateria.com.br/permeabilidade-seletiva/ O retículo endoplasmático rugoso tem como função realizar a síntese proteica. Complexo de Golgi: As principais funções do complexo de golgi são são modificar, armazenar e exportar proteínas sintetizadas no retículo endoplasmático rugoso. Ele também origina os lisossomos e os acrossomos dos espermatozoides. Lisossomos: São responsáveis pela digestão intracelular. Essas organelas atuam como sacos de enzimas digestivas, digerindo nutrientes e destruindo substâncias não desejadas. Ribossomos: A função dos ribossomos é auxiliar a síntese de proteínas nas células. Peroxissomos: A função dos peroxissomos é a oxidação de ácidos graxos para a síntese de colesterol e respiração celular. - Núcleo Celular O núcleo celular representa a região de comando das atividades celulares. No núcleo encontra-se o material genético do organismo, o DNA. É no núcleo que ocorre a divisão celular, um processo importante para o crescimento e reprodução das células.
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