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A HERANÇA DO LEGADO RENASCENTISTA NA CONCEPÇÃO DA ARQUITETURA ENQUANTO PROFISSÃO NOS DIAS ATUAIS

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A HERANÇA DO LEGADO RENASCENTISTA NA CONCEPÇÃO DA ARQUITETURA ENQUANTO PROFISSÃO NOS DIAS ATUAIS
 
Os séculos XIV e XVI presenciaram a ascensão de um movimento surgido na Itália que viria a ser conhecido como Renascimento. A definição desse estilo ressurgiria um sentimento de grandeza nos italianos, que jamais foram esquecidos, Roma, o fausto centro antigo da Antiguidade Clássica. Seu apogeu aconteceu na Itália, em Florença, sendo a pioneira para a história do estilo, com isso, o renascimento italiano trouxe conhecimentos artísticos, com influência nas artes e esculturas, um dos nomes artísticos é o próprio Leonardo Da Vinci, artista que, por meio da teoria, fez o Homem Vitruviano, representando o ideal renascentista harmonia, equilíbrio e a perfeição das proporções. Também culturais com seus interesses humanistas e racionalista com a razão sendo o centro e não mais a fé; e os trajetos científicos, por meio da experimentação e da segmentação de informação, como um exemplo, a descoberta da perspectiva. Sendo assim, fica inteligível que o movimento contribuiu para diversas mudanças, algumas dessas, se perduraram até a atualidade, como por exemplo, a mentalidade acerca do que foi construída durante esse período, as trajetórias se encaminharam em sentido oposto ao que era possível observar na Idade Média. Não mais a fé, mas sim o homem como centro de tudo, o que corrobora para as ideias humanistas presente em todos os aspectos, estabelecendo a geometria perfeita, os métodos, a forma, marcada pelo antropocentrismo. Em destaque, na arquitetura, a retomada dos modelos clássicos fez parte da consolidação nos edifícios edificados durante esse período, com a influência dos tratados, que se fez marco da história no renascimento, contribuiu de forma clara em como suas teorias influenciaram para a arquitetura atual, e que desse modo, o profissional arquiteto também foi destacado e a conceitualização do profissional, às mudanças do arquiteto na arquitetura se fez a partir dessa ruptura trazida pelo renascimento para as projeções científicas do arquiteto, como seguir cada passo dessa profissão. O renascimento foi assertivo em diversos descobrimentos, sendo uma delas a descoberta do tratado de Vitrúvio, que foi influente para a construção do legado da arquitetura com suas teorias, também se fez presente para que Alberti construísse suas teorias acerca da arquitetura, através da forma em como interpretou, Alberti trouxe aspectos mais claros da grandeza arquitetônica, desde uma base até aspectos mais técnicos, que dimensiona em seus livros cada forma que pode ser visto na profissão arquitetônica.
COMO ERA A DEFINIÇÃO DO ARQUITETO/ CONSTRUTOR ANTES DO RENASCIMENTO?
 Antes de se ter a profissão de arquiteto reconhecida, esse processo percorreu ao longo dos anos, às vezes ganhando prestígio, outras vezes perdendo, ampliando ou restringindo seu campo de atuação. Devido a isso, dá-se a origem do nome arquitetura, “Arkhitektôn é o termo grego do qual deriva a palavra arquiteto; dele podem ser extraídos múltiplos significados, tais como “o construtor principal”, “o mestre de obras” ou “o construtor primordial” (KOSTOF, 1986, p. 11-12). 
 Os “arquitetos” na antiguidade se reuniam, profissionalmente e socialmente, para os trabalhos tradicionais da construção, eram os mestres de obras, participavam de todo o processo construtivo. Por essa razão sofriam a desvalorização reservada às atividades manuais da época. Como alguns exemplos, na Grécia, o escultor era colocado acima do papel do arquiteto, já em Roma, a importância do profissional era limitada. Partindo para outra época, durante a Idade Média, na Europa não houve diferenciação entre a concepção de um projeto  e sua materialização, porque todas as atividades eram executadas pela figura do mestre de obra, sem a autoria projetual de um arquiteto. E por conseguinte, no período medieval, uma outra figura construtiva o pedreiro foi o artesão mais importante e seu ofício exemplifica bem a organização da construção. Ainda nesse período existia uma classificação entre o que eram as artes liberais e artes mecânicas, não reconheciam as diferenciações  dos artistas, os arquitetos-pintores ou os arquitetos escultores, do mundo dos artesãos e daqueles trabalhadores manuais.
 Vendo esse estilo, que antecede o Renascimento, o estilo gótico, reafirma esse ponto da história da arquitetura, onde o que se destacava era a obra, e não o arquiteto, pois não havia a nomeação e o exercício da função, que tinha  a ideia de mimesis arquitetural, em que o edifício adquire sua excelência, a fim de conectar com o Criador, à natureza, algo divino. 
Arquitetura gótica, na França, foi um estilo importante da Europa, durante os séculos X ao XV, e teve como a exploração em suas edificações as catedrais e mosteiros. À vista disso, esse estilo marcava, como uma das suas características principais, a verticalidade era predominante nesse estilo, essa nova estética estabelecida em suas edificações foi vista, com artefatos que representam o estilo; as catedrais possuem com abundância, o uso dos arcobotantes, vitrais, arco ogival e elementos diferenciais das outras tradições arquitetônicas. Os artistas e construtores foram inovadores para os refinamentos desses novos elementos, algo imediato as técnicas construtivas para que pudessem sustentar a grande verticalização desse estilo, influenciando ainda mais o movimento da época. 
 Dessa forma, o marco histórico nesse período rompeu com a arquitetura anteriormente, em aspecto de trazer a grandiosidade e dimensionamento, propondo a supremacia de Deus e da igreja. Embora as poderosas configurações desse novo estilo enalteceram a arquitetura, os autores, e a nomeação de quem projetou e construiu, é consequentemente, difícil de apontar essa vigência do profissional construtor, e até mesmo do próprio arquiteto. Como por exemplo, a catedral de Notre-Dame, com sua construção iniciada em 1163, em Paris, França, teve a autoria de “vários arquitetos”, como a ausência de um nome chave para a consolidação do edifício, em consonância disso, é notório a ausência e o anonimato de arquiteto do estilo gótico na França. 
A função do papel arquitetônico é muito falada, também suas estratégias são rebuscadas na arquitetura gótica da França, mas até então, na mesma, o perfil do arquiteto se torna ausente. A arquitetura foi fundamental para as importantes construções em criar essa nova aparência, com isso, existe a ausência no quesito do profissional. O termo autoral, foi, muitas vezes, substituída por “construída por franceses”, ou “artistas”, mas nunca a citação da autoria de qual arquiteto, mesmo com todos os triunfos que é, claramente, desde a estética até a transparência dos novos nichos e agrupamentos desse estilo secular, que, em contrapartida, a arquitetura Renascentista se adentra quebrando esse parâmetro. 
 
 ARQUITETO NO PERÍODO DO RENASCIMENTO.
O Renascimento foi o divisor de águas no reconhecimento da profissão do arquiteto, existe uma arquitetura antes e depois desse marco. Durante esse período a profissão do arquiteto aparece, em que o projetista é responsável por pensar e estruturar a edificação como um todo. A descoberta dos tratados vitruvianos, um importante marco para a base de toda principal pesquisa, onde se misturavam a teoria e prática, nas palavras de Rowland (1999):
                                       [...] O conhecimento nasce da prática e da teoria. Prática é o exercício                            constante e frequente do emprego das mãos pelas quais o trabalho é realizado, com qualquer material necessário à consecução de um projeto. Teoria, entretanto, é a habilidade para demonstrar e explicar os princípios das proporções dos trabalhos executados, 11 hábil e sistematicamente.”(11 ROWLAND, Ingrid D. (1999). Op. cit. p: 21.) 
Na Renascença, além da configuração do arquiteto que é estabelecida, vê-se nas edificações o próprio autor e como esse perfil se fez, concentrando os aspectos do arquiteto como trabalhavam para a formação da construção dessa profissão,o seu passo-a-passo, deixando um legado apreciativo e a importância deslumbrante do arquiteto. Dessa maneira, as novas discussões relacionadas a uma nova forma de processo construtivo, ou seja, uma nova arquitetura, foi devido devido a um grande estudo, comprovado por teorias e clareza, como os livros De Archichture por Vitruvio, e De Re Aedificatorie, por Alberti.
No Renascimento, diferentemente do século medieval, que presenciou o estilo gótico, relata de imediato, a presença do arquiteto e como foi trabalhado essa profissão. Com o desejo de construir uma das representatividades da arquitetura Renascentista, a Catedral de Santa Maria del Fiori, em 1296 – 1436, ressalta o arquiteto Filippo Brunelleschi (1377-1446), e com os resgates do passado. Apreciada em Florença, essa arquitetura marca a ruptura estratégica para o futuro da arquitetura, os limites antepostos, são inclusas até nos dias atuais, a base deixada para a ascensão da arquitetura. 
O iniciador de todo esse avanço, Filippo Brunelleschi, líder de um grupo de jovens florentinos, tinha um foco em um novo processo de criação de construção, com intuito de uma arquitetura mais harmônica. Brunelleschi não foi apenas o precursor da arquitetura do Renascimento, ele também dominou a arte da perspectiva. Afirmando que “o projeto é ideia de pensamento, trabalho intelectual, separado do trabalho de execução. Surge a ideia de propriedade intelectual e responsabilidade profissional perante a obra a ser executada.” (BARBOSA, 2007, p:87).
Logo de início, a denominação de Brunelleschi encara o fato da autoria projetual e arquitetônica como fato da existência decorrida da profissão, em mais embargo, no contexto renascentista. Os tratadistas  resgatados da antiguidade clássica, durante a Grécia e Roma, havendo as designações da profissão da arquitetura, como se debruçava aos projetos para que se consolida num momento que conhecemos isso, o Renascimento de fato consolidou uma ruptura na importância do papel do arquiteto.
Nesse momento a aplicação da perspectiva é a chave principal para para o arquiteto, aproveitando um modelo tridimensional para representar qualquer obra, trazendo uma visualização anteposta de um projeto, uma idealização do resultado final, a fim de que o desenho viesse tomar o papel de destaque na arte de projetar.
Além de Brunelleschi, outros artistas italianos deram vida ao ideal Renascentista, do uomo universale, entre os séculos XV e XVIII: Leon Battista Alberti (1404-1472), Michelangelo di Lodovico Buonarroti Simoni (1475-1564) entre outros.
Entre os séculos XV ao XVIII foi visto, portanto, uma valorização da arquitetura, cada qual ao seu modo, através da composição clássica. As obras projetadas resultaram do trabalho intelectual que, no geral, estudaram profundamente os diversos domínios da arte, da ciência e da vida e, como consequência, desempenharam variadas atividades profissionais. 
A trama a favorecer com o objetivo de como um arquiteto trabalha é ressaltado por Vitrúvio, em que fala que “o artista perfeito está relacionado com a ciência que o arquiteto deveria ter", que, como tratadista, o reconhecimento da profissão e sua funcionalidade adentrava nesse processo. O "arquiteto" do Gótico, e o arquiteto do Renascimento trava um novo legado a história dessa profissão, um legado necessário que, mesmo no presente, pôde-se perceber essa notoriedade para o funcionamento da profissão, como os tratadistas relatam em seus tratados, como no caso de Vitrúvio, promove em seu tratado os passos de um arquiteto intercepta para chegar a uma obra, um tratado encontrado nessa época designa, em seu primeiro livro a abertura de como se inicia a profissão e como se perpetua até os dias atuais 
A HERANÇA DO RENASCIMENTO PARA O ARQUITETO
A princípio, o Renascimento foi o divisor de água nesse reconhecimento, abrangendo a arquitetura antes e depois desse marco. Por conseguinte, o Tratado resgatado da antiguidade clássica, De Architeture, em que visava auxiliar nas aspirações das construções, por Vitrúvio. “Os dez livros de arquitetura”, chamados assim, são reencontrados em 1414, durante o período do Renascimento Italiano. Os livros escritos serviram de influência para o reconhecimento da profissão e sua funcionalidade, em seu primeiro livro, o contexto é tratado da ciência da conjuntura do arquiteto, dos saberes para a preparação contínua, em que, conforme Vitrúvio cita “o arquiteto perfeito, ele está relacionado às diversas narrativas”, da capacidade de justificar em seus projetos os saberes de um todo para a incorporação do projeto, como por exemplo, no contexto do livro I, ele relata sobre as bases para projetar, os quais servem de referência, como a importância que ele da utilização do terreno, em que a área, as curvas de níveis, a terra, engloba essa análise minuciosa e vai se projetando a larga escala, outrossim, o clima nas quais as referências para o arquiteto projetar são de majoritariamente, significantes para o adentro do profissional arquiteto. Nos dias atuais, isso também é relevante para se basear, como o estudo da climatologia, temperatura, chuva, ventos, a lógica de como isso se emerge na conceitualização do projeto. Também é visto em seu tratado a essência dos usos materiais para incrementar na construção em decorrer da natureza, para que pudesse construir, também, com razão, simetria, proporção, a estética e a linguagem técnica, em valor do conhecimento que se forma e completa num só artefato, o projeto. Ademais dessa contribuição, o tratado de Vitruvio também corroborou para a influência ainda mais para o profissional, em conjunto com o tratado de Alberti, há uma ligação, em que, nos finais dos livros de Vitrúvio, ele traz uma finalização que foi inspirada para o começo da escrita de Alberti, pois a finalização dos livros de Vitrúvio, ele se adentra nas questões gnomônicas, com o uso da cartografia, sol, que faz a análise, por Alberti, onde mostra em seus livros, a forma ideal a partir desses parâmetros do ideal vitruviano, em que Alberti resgata o pensamento arquitetônico, também pensando nas questões gnômicas, como isso influencia para a execução do projeto, a base. O tratado De Re Aedificatorio, de Alberti, traz a materialização linear, partindo do pressuposto cartográfico, onde se aprofunda ainda mais nos quesitos de localidade e a geografia de tal região deve partir da análise para o arquiteto, em uma busca essencial para o correto planejamento de aberturas, que, talvez, com os elementos cartográficos já estudados antes, pudessem contribuir para um melhor conforto dentro da edificação, tal como os formatos de abertura e direção dos ventos, isso antes de algo ser construído, então, essa lógica também é significativa para como os arquitetos atuais se emergem antes de iniciar o projeto concreto, a materialização em si dos componentes e posição para a aplicação, que resultasse num perfeito objetivo. Ainda tendo como ponto chave também os ensinamentos antigos, a fonte de idealizar os materiais construtivos e suas probabilidades dos erros, pois as características dos materiais e seus formatos são relevantes para o desempenho funcional da construção arquitetônica, e como ela será sucedida na obra. Esse pressuposto trazido pelos livros de Alberti, que também reafirma, na junção dos materiais como planos bases.
Além disto, os tratadistas renascentistas, como Vitrúvio e Alberti, também refletem em como a lógica e a estética, fica claro que o ornamento estético é significativo, ao representar o culto da beleza, mas que também, a essência qualitativa da função e utilidade para a edificação formam um conjunto, e contribui o aprecio da junção dos elementos para consolidar as propriedades fundamentais do projeto, no qual se comprometem na idealização do projeto em que, muitas vezes, a concepção atual, acerca do profissional arquiteto, é vista como apenas por interesse estético, os tratadistas fazem uma ressalva quanto a isso, em que o arquiteto deve satisfazer a construção também como um todo, que a partir da estrutura seja bela e funcional,um ideal claro trazido pelos interesses que compõem os tratadistas durante o Renascimento.
Desse modo, os tratados, com sua ascensão renascentista, traz os ideais projetistas que deixa o formato até hoje, em como o profissional explora através desse marco, a partir do princípio da utilidade, funcionalidade e estética a junção da matéria, a lógica e teoria, que através de planos fazem a nomeação do profissional, como foram relevantes todo o trajeto e andamento para estabelecer a profissão, em que princípios antigos são levados em conta, como o arquiteto exerce sua função na atualidade, sendo uma base dessa herança renascentista, que além da autoria arquitetônica, compromete algumas bases condicionais que são levadas em conta na atualidade. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Então, a forma de pensar desse legado é influente como o passo de projetar designado ao profissional, a base significativa para as projeções construtivas no modo de pensar desde os princípios básicos, como são ditos nos tratados, no qual apresentam a influência da cartografia, clima, releva, geografia, estética, proporção, simetria, pensamento lógicos para a edificação, em como serão utilizados, e que assim, faz de imediato um legado, uma ruptura para o arquiteto, em que rege a concepção arquitetônica, dos passos de um arquiteto, um processo mental

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