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Apostila-Fundamentos e Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa

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1
FACULDADE ÚNICA
DE IPATINGA
2
FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO EN-
SINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
1ª edição
Ipatinga – MG
2021
3
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério
Diretor Executivo: William José Ferreira
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva
Carla Jordânia G. de Souza
Rubens Henrique L. de Oliveira
Design: Brayan Lazarino Santos
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Maria Luiza Filgueiras
© 2021, Faculdade Única.
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autorização
escrita do Editor.
‘
Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - .
Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, MG:
Editora Única, 2020.
113 p. il.
Inclui referências.
ISBN: 978-65-990786-0-6
1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título.
CDD: 100
CDU: 101
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
NEaD – Núcleo de Educação a Distância FACULDADE ÚNICA
Rua Salermo, 299
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300
www.faculdadeunica.com.br
4
Menu de Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo apli-
cado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dostextos.Elessão
para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um com
uma função específica, mostradas a seguir:
São sugestões de links para vídeos, documentos científico
(artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou links das
Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Biblioteca Pearson)
relacionados com o conteúdo abordado.
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações im-
portantes nas quais você deve ter um maior grau de
atenção!
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em cada
unidade do livro.
São para o esclarecimento do significado de determinados
termos/palavras mostradas ao longo do livro.
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões cit-
adas em cada unidade, associando-o a suas ações, seja no
ambiente profissional ou em seu cotidiano.
5
SUMÁRIO
A LÍNGUA MATERNA: DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA
NA ESCOLA ............................................................................................... 9
1.1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 9
1.2 LÍNGUA, LINGUAGEM E DIVERSIDADE LINGUÍSTICA .................................. 9
1.3 TEORIAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM .........................11
1.4 TEORIA INTERACIONISTA DE JEAN PIAGET..................................................13
1.5 TEORIA INTERACIONISTA DE LEV VYGOTSKY ..............................................15
1.6 DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA NA ESCOLA ..............21
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................22
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM PELA CRIANÇA E SUAS IMPLICAÇÕES
PARA UMA PROPOSTA DE ESCOLARIZAÇÃO DA INFÂNCIA ................ 28
2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................28
2.2 AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: UM PROCESSO ESPONTÂNEO ..................28
2.3 APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM: UM PROCESSO SISTEMATIZADO .......29
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................32
O PAPEL DA ORALIDADE E DA ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ...... 36
3.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................36
3.2 A LÍNGUA FALADA NA SALA DE AULA.........................................................36
3.3 A LÍNGUA ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL ............................................38
3.4 A LINGUAGEM DO DESENHO ........................................................................39
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................42
A RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E ESCRITA NO ENSINO DA
LÍNGUA PORTUGUESA.............................................................................46
4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................46
4.2 EMILIA FERREIRO, A ESTUDIOSA QUE REVOLUCIONOU A
ALFABETIZAÇÃO ....................................................................................................46
4.3 A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA .........................................................47
4.4 OS NÍVEIS ESTRUTURAIS DA ESCRITA ............................................................49
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................53
A LEITURA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS ORAIS E ESCRITOS NA
ESCOLA ......................................................................................................58
5.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................58
5.2 A LEITURA NA ESCOLA ...................................................................................58
5.3 PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DA LEITURA NA SALA
DE AULA ..................................................................................................................59
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................64
UNIDADE
01
UNIDADE
02
UNIDADE
03
UNIDADE
04
UNIDADE
05
6
OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E A BNCC DO
ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA EDUCAÇÃO INFANTIL E
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL .....................................69
6.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................69
6.2 PCNS - OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS .............................69
6.3 ALFABETIZAÇÃO E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA ....70
6.3.1 Proposta da BNCC – Base Nacional Comum Curricular: uma nova Perspectiva do
Ensino da Língua Portuguesa........................................................................................................................ 72
6.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................76
FIXANDO O CONTEÚDO .......................................................................................77
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO.............................................82
REFERÊNCIAS ............................................................................................... 83
UNIDADE
01
7
8
CONFIRA NO LIVRO
Quer saber a diferença entre língua e Linguagem? Você aprenderá
isso e muito mais! Como a diversidade linguística é trabalhada em
sala de aula? Vamos descobrir ainda mais sobre: Teorias do desen-
volvimento da linguagem, Teorias Interiocinistas de Piaget, Teorias In-
teracionistas de Vygotsky, Diversidade linguística e o Ensino da Lín-
gua na Escola.
A Aquisição da Linguagem pela Criança e suas Implicações para
uma Proposta de Escolarização da Infância é a nossa apresentação
na unidade e o processo da linguagem como Espontâneo ou Siste-
matizado? Leia como dá a aquisição dentro da escola e ao mesmo
tempo na vida cotidiana.
Apresentar a língua falada e língua escrita na Educação Infantil é o
compromisso da unidade, por isso fique atento às informações que
serão de grande importância para o papel do professor dentro do
processo de alfabetização.
Depois de apresentar a língua oral e escrita, vamos nessa unidade
aprender a relação entre Oralidade e Escrita no Ensino da Língua
Portuguesa na abordagem da Psicogênese da Língua Escrita e os
níveis estruturais.
Ler para produzir texto é um desafio que exige planejamento e es-
tratégias. A unidade comprometea apresentar “A leitura na es-
cola” e “O Planejamento e as Estratégias para o ensino da leitura
em sala de aula. ”
Na perspectiva da unidade apresentamos “Os Parâmetros Curricu-
lares Nacionais e a BNCC do Ensino da Língua Portuguesa para Edu-
cação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental. E Alfabetiza-
ção e o ensino de Língua Portuguesa na escola dentro da proposta
da Base Nacional Comum Curricular.
9
A LÍNGUA MATERNA: DIVERSIDADE
LINGUÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA
NA ESCOLA
INTRODUÇÃO
Quando pensamos em diversidade e linguagem, logo levamos em conta a
situação, o lugar e os indivíduos envolvidos na ação da linguagem.
Nesta unidade iremos refletir sobre o lugar onde a linguagem ocupa na rela-
ção de interação com outro e seu entendimento. Ainda levarmos em discussão as
primeiras teorias sobre o desenvolvimento da linguagem que foram baseadas em
“Teorias ambientais” ou Teoria da Aprendizagem.
A unidade 1 destaca-se por abordar a concepção da linguagem na visão de
Piaget e Vygotsky, as relações humanas e o lugar onde se ocupa neste contexto.
Relacionar a linguagem como um ato transformador dos sujeitos como ser his-
tórico e social é uma forma de resgatar uma herança cultural.
LÍNGUA, LINGUAGEM E DIVERSIDADE LINGUÍSTICA
Para refletirmos sobre a linguagem precisamos saber: o que é língua?
A língua é um sistema de signos que exprimem ideias, e é comparável, por isso,
à escrita, ao alfabeto dos surdos-mudos, aos ritos simbólicos, às formas de polidez,
aos sinais militares etc., ela é apenas o principal desses sistemas (SAUSSURE, 1970,
p.24). O interessante é que a língua tem característica própria, carregada de perfil
do indivíduo e evoluindo em conjunto com a humanidade. Quem é o dono da lín-
gua? Quando fazemos a pergunta, logo temos a resposta, os falantes. Eles sim man-
dam na língua materna.
Bloch e Trager (1942, p. 5) escreveram: “Uma língua é um sistema de símbolos
vocais arbitrários por meio dos quais um grupo social coopera.” O que é impressio-
nante nessa definição, em contraste com a de Sapir, é que ela não faz alusão, a não
ser indiretamente e por implicação, à função comunicativa da lingua(gem). Em vez
disso coloca toda a sua ênfase na função social. ”
A LÍNGUA
MATERNA: DIVER-
SIDADE LINGUÍS-
TICA E ENSINO
DA LÍNGUA NA
ESCOLA
10
O termo linguagem tem muitos significados e sentidos, mas uma delas é a fa-
culdade cognitiva da espécie humana que permite a cada indivíduo representar e
expressar simbolicamente sua experiência de vida, assim como adquirir, processar,
produzir e transmitir conhecimento. Somos seres únicos e cada indivíduo tem sua ma-
neira de se comunicar. Quais as concepções importantes sobre o ato de se comuni-
car com o outro? Qual é a importância de se fazer entender em um mundo digital?
Quais as dificuldades da linguagem?
Conforme Sapir (1929, p. 8), “A linguagem é um método puramente humano
e não instintivo de se comunicarem ideias, emoções e desejos por meio de símbolos
volun- tariamente produzidos”. Tal definição apresenta alguns defeitos. Por mais am-
pla que seja nossa concepção dos termos “ideia”, “emoção” e “desejo”, parece
claro que há muito que se pode comunicar pela linguagem e que não é coberto
por nenhum deles; particularmente “ideia”, que é inerentemente e impreciso. ” Por
entender o termo como amplo, podemos que expressar através da linguagem cor-
poral, isto é, através de gestos, expressões faciais, caracterizando assim, linguagem
corporal; por isso Sapir relaciona a linguagem com emoção e ideias como sentimen-
tos humanos.
 O que é Diversidade Linguística?
A linguística refere à diversidade como um respeito às todas as línguas existen-
tes e promove a preservação daquelas que se encontram em vias de extinção por
falta de falantes.
11
O objetivo é fazer a ligação entre a aprendizagem e o respeito às diferenças
de vocabulário de cada país ou região, por exemplo. Vivemos em um país em que
a diversidade linguística é uma realidade, por isso precisamos discutir sobre o respeito,
a aceitação e a comunicação entre elas. Sabemos que a língua é viva e dinâmica,
simplesmente pode ao longo do tempo sofrer variações como, por exemplo, deixar
de usar ou adicionar algumas palavras, isso se dá o nome de variação linguística
histórica. Há ainda dentro do mesmo contexto de variação da língua a forma de
falar de determinada localidade, isto é, direcionada aquela região ao damos o
nome de variação linguística geográfica ou regional e outra característica tão im-
portante como estas, a variação linguística social/cultural que é determinada por um
tipo linguagem utilizada por determinado grupo social, que por preferências, ativida-
des e ou nível socioeconômico adota um linguajar próprio. Podemos exemplificar
com os grupos de profissionais como advogados ou surfistas.
Para iniciarmos o assunto desenvolvimento da linguagem, veremos algumas
teorias.
TEORIAS SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM
Explicar como a criança desenvolve a habilidade da linguagem, como
aprende a língua materna é um desafio para a psicologia do desenvolvimento. Há
de se pensar na teoria do ambiente que influencia diretamente nesse contexto da
língua.
As primeiras teorias sobre o desenvolvimento da linguagem foram baseadas
em “Teorias ambientais” ou Teoria da Aprendizagem, visto que se dizia que a criança
aprendia através de imitação, porém a imitação não era uma base sólida, já que
não se pode explicar toda a aquisição da linguagem.
Logo, os pais têm um papel fundamental no desenvolvimento linguístico da
criança, pois os mesmos moldam através dos esforços sistemáticos e gradualmente
recompensando aproximações cada vez melhores da fala adulta, que segundo Skin-
ner (1957), esta teoria chamada de “Teoria do Reforço”, porém a teoria de Skinner
não se consolidou, pois quando os pesquisadores observaram a interação dos filhos
com os pais, eles constaram que as atitudes dos pais eram diferentes ao que Skinner
propôs.
 Ambiente Linguístico
12
É obvio que quanto mais uma criança é exposta ao ambiente da linguagem
maior será sua aquisição e ampliação de vocabulário, porém quanto menos a cri-
ança for submetida, mais tardia será a qualidade e quantidade do desenvolvi-
mento. Segundo uma pesquisa realizada pela National Longitudinal Survey of Labor
Market Experience of Youth (NLSY), o Teste de Vocabulário por Imagens de Peabody
(PPVT). Os desenvolvimentistas descobriram que a quantidade e a qualidade da lin-
guagem que uma criança ouve variam com o nível de renda da mãe: mães pobres
falam menos com seus filhos, usam frases menos complexas e leem menos para eles.
Os dados revelam que uma consequência da pobreza para as crianças é um risco
consideravelmente alto de habilidades deficientes de linguagem.
Verificou-se também que crianças aos 4 anos de vocabulário entre as mais
pobres e crianças em melhor situação financeira é alto, porém a diferença se amplia
na idade escolar.
Segundo Catherine Snow (1997), verificou que crianças de 4 anos criadas na
pobreza usam frases mais curtas e menos, já que as mães conversam menos com os
filhos.
E muitos são os fatores que contribuem, dentre eles, quando se lê para uma
criança maior será seu desenvolvimento linguístico e ampliação de seu vocabulário.
Já as “Teorias Nativistas” apoiam suas evidências em dois fenômenos: “A ex-
trema complexidade da tarefa que a criança deve realizar e as aparentes semelhan-
ças nos passos e nos estágios do desenvolvimento da linguagem das crianças entre
línguas e entre todas as crianças. “Noam Chomsky (1965, 1975, 1986, 1988).
Dan Slobin (1985a, 1985b), outro nativista influente, defende a ideia de que
toda criança nasce com a capacidade básica para a linguagem.
Difere das “Teorias Construtivistas” de outras abordagens por se apoiar em par-
ticular, alguns teóricos afirmam de maneira veemente que o importante não são as
tendências ou os princípios operantes inatos, mas a construção da linguagem da cri-
ança como parte doprocesso mais amplo de desenvolvimento cognitivo (Akhtar,
2004).
Segundo a visão de Melissa Bowerman coloca a ideia dessa forma: “quando
a linguagem começa a aparecer, ela não introduz novos significados à criança. An-
tes, ela é usada para expressar apenas aqueles significados que ela já formulou inde-
pendentemente da linguagem” (1985, p. 372). Entretanto, Bowerman (2007), também
13
observa que quando a criança começa a usar linguagem para expressar as ideias
que estão começando a entender, o próprio fato de criar estruturas linguísticas para
elas, ajuda a entendê-las melhor.
Para os Construtivistas, “o desenvolvimento cognitivo e da linguagem são pro-
cessos interdependentes, e a pesquisa na tradição construtivista busca ligações en-
tre avanços nos dois domínios. Por exemplo, o jogo simbólico (como fingir beber de
um copo vazio) e a imitação de sons e gestos aparecem ambos aproximadamente
ao mesmo tempo em que surgem as primeiras palavras da criança, sugerindo algum
“entendimento simbólico” mais amplo que é refletido em uma série de comporta-
mentos. Veremos duas frentes teóricas que se destacam na linha interacionista, Pi-
aget e Vygotsky.
TEORIA INTERACIONISTA DE JEAN PIAGET
Figura 1: JEAN PIAGET
Disponível em: https://bit.ly/3fD6f8M. Acesso em: 02 mar. 2021
Jean Piaget foi um psicólogo suíço e importante estudioso da pedagogia in-
fantil. Revolucionou os conceitos de inteligência e desenvolvimento cognitivo. Jean
Piaget (1896-1980), nasceu em Neuchâtel, na Suíça, no dia 9 de agosto de 1896. Seu
pai era professor universitário de Literatura Medieval. Desde criança, já mostrava in-
teresse pela natureza. Na adolescência, escreveu artigos científicos e trabalhou gra-
tuitamente para o Museu de História Natural.
Jean Piaget descobriu através de avaliações, que as crianças da mesma faixa
etária cometiam os mesmos erros, o que o levou a acreditar que o pensamento ló-
gico se desenvolvia gradativamente. Começou então, a estudar o desenvolvimento
14
das habilidades cognitivas das crianças. Em 1921, Piaget voltou para a Suíça, onde
assumiu a direção do Instituto Jean-Jacque Rousseau, na Universidade de Genebra.
Em 1923, publicou “A Linguagem e o Pensamento da Criança”. Nesse mesmo
ano casa-se com Valentine Châtenay, com quem teve três filhas, que foram impor-
tantes para o desenvolvimento de suas pesquisas. Em 1924, publicou “O Juízo e o
Raciocínio da Criança”. Em 1936, recebeu o título de “Doutor Honoris Causa” pela
Universidade de Harvard. Lecionou em diversas universidades da Europa, entre elas
a Universidade de Sorbonne, em Paris.
Jean Piaget organizou seus estudos a partir da observação ao desenvolvi-
mento de seus três filhos. Direcionou seus estudos sustentados por dois pilares: A lógica
e a Psicologia Genética defendida por Soares em (2006, p.2).
Pautado, sobretudo na relação com a inteligência sendo uma das formas de
manifestações da vida, Piaget relacionou ação e interação em um processo contí-
nuo. Classificou que as crianças do 0 aos 2 anos como estágio sensório-motor, isto é,
uma forma prática de adaptação ao mundo exterior, pois nesta fase o bebê tem
suas primeiras experiências de interação real com o meio ambiente. A conduta sen-
sório-motor dita por Piaget está relacionada ao sistema de sucção, audição e visão,
sendo assim, como seu primeiro sistema de ação a sucção e logo se estendem a
outras ações, tais como pegar objetos e levá-los a boca.
Mais tarde, o bebê classifica e reflete sobre a distância temporal entre ele e o
objeto, o que faz despontar aos poucos uma abstração ilimitada. Ele explica que
nessa fase a criança - utiliza da imitação e cópia dos gestos dos adultos, que ao
longo do processo transformam-se em atos de inteligência representativa e jogos sim-
bólicos acompanhados de palavras ou vocalizações. Quanto mais a criança se de-
senvolve, suas estruturas mentais, seus rabiscos e depois as garatujas já podem sim-
bolizar o que ela tem em mente.
Para Piaget a função da linguagem está no pensamento e transmite ao indi-
víduo um sistema todo preparado de noções classificações, de relações, enfim, um
potencial de inesgotáveis créditos que se reconstroem em cada indivíduo, susten-
tado por modelos multisseculares já elaborado por gerações anteriores.
Já o estágio pré-operacional abrange um período que se estende dos 2 a 6
anos de idade. É nessa fase que a criança vai pouco a pouco interiorizando o meio,
e podendo representá-lo mentalmente. Com o desenvolvimento da função semió-
tica, ela começa a utilizar os símbolos mais organizados para representar a realidade.
15
No estágio operatório concreto, ocorre dos 6 anos aos 12 anos de idade. Há
um desenvolvimento cognitivo das operações mentais consideráveis, pois já conse-
gue pensar logicamente sobre eventos concretos ainda que tenha dificuldade de
lidar com conceitos hipotético-abstratos. Por exemplo, conforme Yves de La Tai-
lle(2013), se alguém disser a uma criança que todos os planetas são quadrados, ela
irá concluir pela lógica que essa afirmação se aplica à Terra, mesmo que ela saiba
que o nosso Planeta é redondo.
O último estágio operatório formal corresponde da idade dos 12 anos em di-
ante, a criança tem a capacidade pensar e raciocinar de forma hipotético-lógico-
dedutiva, pois está apta para operações mentais que possa realizar. Por exemplo: Se
disser a uma criança o provérbio que se encontra no estágio operatório formal “de
grão em grão a galinha enche o papo”, a criança consegue trabalhar a lógica do
provérbio e com a ideia da galinha comendo os grãos.
É nesse momento que a criança consegue representar pelo desenho e pela
escrita alfabética.
Figura 2: Esquema do processo de construção do conhecimento
Disponível em: https://bit.ly/3fv8gDS. Acesso em: 03 mar. 2021
Em suma, para Piaget, a construção do conhecimento ocorre quando acon-
tecem ações físicas ou mentais obre objetos que, provocando o desequilíbrio, resul-
tam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em cons-
trução de esquemas ou conhecimento.
TEORIA INTERACIONISTA DE LEV VYGOTSKY
Figura 3: LEV VYGOTSKY
16
Disponível em: https://bit.ly/32mbuWg Acesso em: 03 mar. 2021
Lev Semyonovich Vygotsky, ou Vygotsky, (1896 – 1934) foi um psicólogo bielor-
russo, autor da psicologia cultural-histórica. O pensador enfatizava o papel da lin-
guagem e do processo histórico social no desenvolvimento intelectual do indivíduo.
Só foi descoberto pelos acadêmicos ocidentais muitos anos após sua morte,
mas sua influência foi profunda no sentido de mudar a percepção hegemônica de
que o aluno seria apenas o sujeito da aprendizagem.
Lev Vygotsky relacionou sua pesquisa às funções psicológicas superiores típicas
do comportamento humano, tais como: pensar, falar, agir e ter consciência das coi-
sas. Para Vygotsky a relação com as pessoas, denominada interação social, reforça
que é no contato cultural com algum “grupo social”, determinará a transformação
de um sujeito, apropria-se da linguagem em interação do com outro e organiza seu
comportamento intelectual. A fala possibilita a criança um controle de suas ações
sobre o meio, (Pino, 2017).
Conforme Vygotsky, a fala não é determinada por mundo simbólico e sim, aos
signos em termos como, gestos. Para ele, a criança depende de signos externos para
significar as ações direcionadas aos objetos. E para entendermos signo é um ser meio
inventado pelos homens para representar-se a realidade, material ou imaterial.
Já o sistema simbólico, isto é, a linguagem tem um papel essencial na constru-
ção do pensamento, na interação em os grupos sociais, pois possibilita a concepção
e a organização real. A função simbólica pode ser internalizada e estabelecer uma
forma de discurso interior, que terá avanços no decorrer do processo da linguagem.
“A linguagem age decisivamente na estrutura do pensamento e é ferramenta
básica para a construção de conhecimentos”. Intervém no desenvolvimento intelec-
17
tualda criança desde seu nascimento (STADLER et al). “A linguagem fornece os con-
ceitos e as formas de organização do real que constituem a mediação entre o sujeito
e o objeto de conhecimento” (FOSSILE, 2010).
Para Vygotsky, a linguagem está ligada ao pensamento, já que, conforme a
fala privada se desenvolve, a criança torna-se capaz de orientar e dominar ações
(MIRANDA; SENRA, 2012).
São pilares básicos do pensamento de Vygotsky:
1) “As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade
cerebral”. O cérebro é um sistema aberto, pois é mutável. Suas estruturas são mol-
dadas ao longo da história do homem e de seu desenvolvimento individual;
2) O funcionamento psicológico tem como base as relações sociais, dentro de um
contexto histórico;
3) A cultura é parte essencial do processo de construção da natureza humana;
4) A relação homem-mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. Entre
o homem e o mundo existem elementos mediadores – ferramentas auxiliares da
atividade humana
Segundo Vygotsky, as funções psicológicas tais como: ações e pensamentos
inteligentes que só encontramos no homem, como pensar, refletir, organizar, catego-
rizar, generalizar, são desenvolvidas ao longo tempo, conforme as histórias sociais do
homem.
Para ele, a mediação, isto é, a interação que o indivíduo tem com o meio e
com outros indivíduos, mediado por um conhecimento e/ou experiência assimilado
anteriormente. “Por isso, ele tem a sua teoria como socioconstrutivista, pois percebe
que interação é mediada por várias relações, diferentemente do construtivismo, em
que o sujeito age diretamente com o objeto” (MAGALHÃES, 2007).
Figura 4: Mediação
18
Fonte: Elaborado pelo autor (2020)
A mediação, conceito central de sua obra, é a intervenção de um elemento
intermediário em uma relação. Para Vygotsky, existem dois elementos mediadores:
os instrumentos e os signos. Ambos oferecem suporte para a ação do homem no
mundo. Instrumento é todo objeto (externo) criado pelo homem com a intenção de
facilitar seu trabalho e sua sobrevivência, enquanto os signos são instrumentos psico-
lógicos (internos), que auxiliam o homem diretamente nos processos internos.
Quando o homem cria uma lista para ir ao mercado, está criando signos, ou seja,
instrumentos psicológicos que o auxiliarão, mais tarde, na realização da ação (com-
pras no mercado).
As representações da realidade e a linguagem são sistemas simbólicos que
fazem a mediação do homem com o mundo. É o próprio grupo cultural quem for-
nece as representações e o sistema simbólico, pois, ao interagir com o outro, o indi-
víduo vai interiorizando as formas culturalmente construídas, as mesmas que possibili-
tam as relações sociais.
Vygotsky defende ainda que o meio social é determinante do desenvolvi-
mento humano e que isso acontece fundamentalmente pela aprendizagem da lin-
guagem, que ocorre por imitação e mediado através da interação com os outros
(BRUNER, 1987).
“ [...] linguagem e atividade social se aprende através de interação com o
outro” (WELLS, 1986 apud CABRERA. VILLALOBOS, 2007, p. 413). A premissa básica da
teoria de Vygotsky é a de que toda forma de atividade mental humana de ordem
superior é derivada de contextos sociais e culturais. Todas as atividades mentais de
ordem superior são inicialmente criadas através da interação social e só posterior-
mente se convertem em processos mentais internos. Segundo Vygotsky, a aprendiza-
gem da criança é assistida e mediada pelo professor e ambiente, e a maior parte
19
dessa comunicação é orientada através da linguagem, ou seja, o psicólogo acredi-
tava que o desenvolvimento cognitivo ocorre por meio da linguagem, das conversas
e interações das crianças com os adultos (família, professores etc.), por isso a escola
e a família devem trabalhar em parceria para que o desenvolvimento da criança
ocorra de maneira agradável e efetiva.
Dentro dos estudos desenvolvidos por Vygotsky está incluída a aprendizagem
assistida e Zona de Desenvolvimento Proximal na qual veremos um pouco abaixo.
 Aprendizagem Assistida e Zona De Desenvolvimento Proximal
Outro conceito de Vygotsky é a zona de Desenvolvimento Proximal, isto é, a
distância entre as práticas que a criança já domina e aquela que precisa de ajuda.
Para ele, o caminho entre esses dois pontos que ela pode se desenvolver mental-
mente por meio da interação e da troca de experiências. Não basta, portanto, de-
terminar o que um aluno já aprendeu para avaliar seu desempenho. A zona de de-
senvolvimento proximal é uma metáfora criada para explicar como ocorre a apren-
dizagem. É a distância entre o nível real e nível potencial da criança (MAGALHÃES,
2007).
Já a Aprendizagem Assistida consiste em uma última análise, fazer com que os
alunos trabalhem cada vez mais sozinhos, porém com orientação (assistência) prévia,
o sentido de fornecer informações, pistas, lembretes, incentivos no momento certo
etc. Desta forma, o professor assiste a aprendizagem conduzindo os alunos pelos pas-
sos de um problema complicado, permitindo que o aluno gradualmente alcance a
aprendizagem. Como saber que tipo de ajuda oferecer e quando oferecê-la é algo
que está diretamente relacionado com o conceito de ZDP.
Veja o esquema e compreenda a Teoria Sociocultural de Vygotsky.
20
Figura 5: Teoria Sociocultural de Vygotsky
Disponível em: https://bit.ly/3h5eXwu. Acesso em: 05 mar. 2021
Araújo (2009), analisando a teoria criada pelo autor Vygotsky, diz que a apren-
dizagem na sala de aula é resultado de atividades que proporcionam interação, co-
operação social, atividades instrumentais e práticas. Filatro(2008) enfoca que as ati-
vidades em sala de aula devem ser colaborativas, possibilitando que o aluno vá além
do que seria capaz sozinho.
Em suma, o professor deve mediar as atividades, utilizando estratégias que le-
vem ao aluno se tornar independente, preparando-o para o espaço da linguagem
interação.
Qual é o papel da escola e família no desenvolvimento e a relação entre linguagem e
pensamento segundo Piaget e Vygotsky?
21
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E ENSINO DA LÍNGUA NA ESCOLA
Vivemos em um país onde a diversidade linguística se faz presente, pois o Brasil
abriga várias regiões e com variação no dialeto português; na verdade há uma ri-
queza cultural e linguística que se faz interagir com tudo e com todos. Um país onde
as riquezas naturais, culturais e de povos que congregam a nação. Além da língua
portuguesa temos também mais 180 línguas indígenas em todo território nacional. Já
parou para pensar nessa diversidade linguística? Podemos pensar em um país multi-
linguista e quais os problemas que podemos encontrar em tanta diversidade e como
resolvê-lo? Uma das primeiras dificuldades seria na área da Educação, que conflita
com as questões de identidades socioculturais de comunidades minoritárias. Então
como resolver e ensinar a língua e atingir a todos sem distinção. Penso que deverá
criar um Sistema bilíngue com diretriz filosófica norteadora de Políticas Públicas Na-
cionais para as comunidades indígenas.
Brasil, um país colonizado e que ao longo desse processo de colonização não
respeitou a identidade dos nativos, sua cultura, sua etnia e por fim sua língua. É um
desafio para o Brasil toda essa diversidade; os linguistas brasileiros vêm lutando para
evitar a “Diglossia”, concepção genuína de Fishman (1967). Diglossia, segundo o In-
fopédia significa “situação lingüística em que uma comunidade utiliza duas línguas
distintas na mesma área geográfica, sendo que cada língua é frequentemente vo-
cacionada para um uso concreto. Por exemplo, durante o período colonial, era fre-
quente que a língua do país fosse utilizada com objetivos institucionais, como o en-
sino, a escrita, a legislação e a religião, enquanto que as línguas autóctones eram
mantidas dentro dos grupos familiares mantidas vivas e em circuitos informais.
Ferguson (1959) entende que as diversidades linguísticas país sãofuncionais e
que tem um valor a mais em relação as demais, e devem ser adquiridas e exposta
22
em um grau maior de estrutura e plenitude.
Soares (1998), acredita que o letramento é a saída para responder a esta
questões apresentadas. Vale ressaltar que do ponto de visita educacional não há
vantagem em avaliar os alunos quanto à variação linguística. Atitudes preconceitu-
osas são equivocadas científica e pedagogicamente aumenta assim, a distância
entre a linguagem dos alunos e a variedade padrão, levando a consequências de
outra ordem, como baixa autoestima, bloqueio dos alunos e interação em sala de
aula.
Portanto precisamos nos atentar aos falantes e observarmos a qual grupo lin-
guístico faz parte, sem pré-conceitos. Dentro da sala de aula é comum que esta va-
riação linguística fique exposta e o professor necessita fazer a mediação com muito
respeito e polidez, valorizando as experiências dos falantes.
FIXANDO O CONTEÚDO
Como é possível vincular as questões linguísticas a fatores e as barreiras de exclusão e
mobilidade social?
A apropriação da cultura letrada e a utilização adequada de recursos linguísticos são
suficientes para indicar os espaços que os indivíduos ocupam na escala social e/ou de-
terminar mobilidade social?
23
1. Relacione os conceitos de língua (I) e linguagem (II) às definições a seguir.
( ) Forma de expressão que uniu o pensamento do significado e o significante.
( ) Sistema de comunicação de uma comunidade linguística.
( ) Expressão do pensamento pela escrita ou outros sinais.
( ) Faculdade que permite ao homem se comunicar com o mundo.
Assinale a alternativa que corresponde à sequência correta de conheci-
mento dos parênteses.
a) I, II, I, II.
b) II, II, I, I.
c) I, I, I, II.
d) II, I, I, II.
e) II, I, II, II.
2. Explicar como a criança desenvolve a habilidade da linguagem, como aprende
a língua materna é um desafio para a psicologia do desenvolvimento. Dentre as
diversas teorias, uma é baseada em Teorias Ambientais.
Marque a alternativa que representa uma característica da “Teoria Ambien-
tal”.
a) Também conhecida como “Teoria da Aprendizagem”, visto que se dizia que a
criança aprendia através de imitação, porém a imitação não era uma base só-
lida, já que não se pode explicar toda a aquisição da linguagem.
b) Tem como característica o papel fundamental dos pais no desenvolvimento lin-
guístico da criança, pois os mesmos moldam através dos esforços sistemáticos e
gradualmente recompensando aproximações cada vez melhores da fala adulta
c) Apoiam suas evidências em dois fenômenos: “A extrema complexidade da tarefa
que a criança deve realizar e as aparentes semelhanças nos passos e nos estágios
do desenvolvimento da linguagem das crianças entre línguas e entre todas as
crianças.
d) O desenvolvimento cognitivo e da linguagem são processos interdependentes, e
24
a pesquisa na tradição construtivista busca ligações entre avanços nos dois do-
mínios.
e) Todas as alternativas são características da Teorias Ambientais.
3. Nos primeiros estágios de desenvolvimento, a fala, segundo Vygotsky, pode as-
sumir uma importante função de:
a) A Memória e pensamento para a criança através da fala mediada por conheci-
mentos recém assimilados.
b) Rotulação, pois permite à criança identificar um objeto particular, separá-lo e
distingui-lo dos outros.
c) Causadora de dependência progressiva do campo sensorial, que se caracteriza
como primeiro contato da criança com o mundo.
d) De lembrete para a criança da importância da interação social para seu apren-
dizado e para o estabelecimento de relações.
e) Nenhuma das alternativas.
4. As ideias de Piaget foram de grande relevância qualitativa na compreensão do
desenvolvimento humano, na medida em que é evidenciada uma tentativa de
integração entre o sujeito e o mundo que o circunda. Após a afirmação, marque
a alternativa que demonstra claramente a teoria de Piaget.
a) Para ele, a criança depende de signos externos para significar as ações direciona-
das aos objetos. E para entendermos signo é um ser meio inventado pelos homens
para representar-se a realidade, material ou imaterial.
b) A função da linguagem está no pensamento e transmite ao indivíduo um sistema
todo preparado de noções classificações, de relações, enfim, um potencial ines-
gotável créditos que se reconstroem em cada indivíduo, sustentado por modelos
multissecular já elaborado por gerações anteriores.
c) A linguagem tem um papel essencial na construção do pensamento, na interação
em os grupos sociais, pois possibilita a concepção e a organização real.
d) A função simbólica pode ser internalizada e estabelecer uma forma de discurso
interior, que terá avanços no decorrer do processo da linguagem.
e) A extrema complexidade da tarefa que a criança deve realizar e as aparentes
semelhanças nos passos e nos estágios do desenvolvimento da linguagem das
25
crianças entre línguas e entre todas as crianças.
5. As Teorias Interacionistas de Lev Vygotsky contribuíram para determinar a impor-
tância da influência do Meio Social no desenvolvimento do sujeito. Diante do ex-
posto, marque a alternativa que apresenta na íntegra seus argumentos.
a) A função da linguagem está no pensamento e transmite ao indivíduo um sistema
todo preparado de noções classificações, de relações, enfim, um potencial ines-
gotável créditos que se reconstroem em cada indivíduo, sustentado por modelos
multissecular já elaborado por gerações anteriores.
b) Classificou que as crianças do 0 aos 2 anos como estágio sensório-motor, isto é,
uma forma prática de adaptação ao mundo exterior, pois nesta fase o bebê tem
suas primeiras experiências de interação real com o meio ambiente.
c) As condutas sensório-motor dita estão relacionadas ao sistema de sucção, audi-
ção e visão, sendo assim, como seu primeiro sistema de ação a sucção e logo se
estendem a outras ações, tais como pegar objetos e levá-los a boca.
d) Para Vygotsky a relação com as pessoas, denominado interação social, reforça
que é no contato cultural com algum “grupo social”, determinará a transformação
de um sujeito, apropria-se da linguagem em interação do com outro e organiza
seu comportamento intelectual.
e) Todas as alternativas são referentes as Teorias Interacionistas Vygotsky.
6. Variante histórica – Enem 2014
Em bom português
No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Não é somente pela
gíria que a gente é apanhada (aliás, já não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular
como do plural: tudo é “a gente”). A própria linguagem corrente vai-se renovando e a cada
dia uma parte do léxico cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas coisas,
chamou minha atenção para os que falam assim:
– Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um filme
com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à praia, vestido de
roupa de banho em vez de biquíni, carregando guarda-sol em vez de barraca. Comprarão
um automóvel em vez de comprar um carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado,
26
vão andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão de trem de ferro e apresen-
tarão sua esposa ou sua senhora em vez de apresentar sua mulher.
SABINO, Fernando. Folha de S. Paulo, 13 abr. 1984 (adaptado).
A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes socioculturais. O
texto exemplifica essa característica da língua, evidenciando que:
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detrimento das antigas.
b) a utilização de inovações no léxico é percebida na comparação de gerações.
c) o emprego de palavras com sentidos diferentes.
d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores da classe social a que
pertence o falante.
e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas etárias é frequente
em todas as regiões.
7. Vivemos em um país onde a diversidade linguísticase faz presente, pois o Brasil
abriga várias regiões e com variação no dialeto português; na verdade há uma
riqueza cultural e linguística que se faz interagir com tudo e com todos.
A linguagem utilizada na tirinha
a) é formal, pois pai e filho apresentam certa intimidade.
b) sofre uma variação linguística por conta de diferenças de lugar.
c) sofre uma variação linguística por conta de diferenças históricas.
d) sofre uma variação linguística por conta de diferenças de classe social.
e) apresenta o dialeto caipira, como em “drumi” “fio”. Do ponto de vista linguístico
essa fala é considerada errada e não é aceita.
27
8. Brasil, um país colonizado e que ao longo desse processo de colonização não
respeitou a identidade dos nativos, sua cultura, sua etnia e por fim sua língua. É
um desafio para o Brasil toda essa diversidade; os linguistas brasileiros vêm lu-
tando para evitar a “Diglossia”. Marque a alternativa que melhor explica a pala-
vra que está grifada.
a) Situação linguística em que uma comunidade utiliza uma língua na mesma área
geográfica, sendo que a outra língua não é aceita para o uso.
b) Situação linguística em que uma comunidade utiliza duas línguas distintas na
mesma área geográfica, sendo que cada língua é frequentemente vocacio-
nada para um uso concreto.
c) Durante o período colonial, não era frequente que a língua do país fosse utilizada
com objetivos institucionais, como o ensino, a escrita, a legislação e a religião,
enquanto que as línguas autóctones eram mantidas dentro dos grupos familiares
mantidas vivas e em circuitos informais.”
d) Diglossia é o termo usado para diferenciar as pessoas que falam uma língua es-
trangeira.
e) Nenhuma das alternativas são corretas.
28
A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
PELA CRIANÇA E SUAS
IMPLICAÇÕES PARA UMA
PROPOSTA DE ESCOLARIZAÇÃO
DA INFÂNCIA
INTRODUÇÃO
A unidade fará uma abordagem sobre a aquisição da linguagem pela Cri-
ança e suas Implicações para uma Proposta de Escolarização da Infância. Explicita-
remos as propostas metodológicas e alguns problemas de caráter interdisciplinar. E o
que as propostas favorecem ou dificultam o processo de escolarização.
Sabemos que cada criança tem o seu tempo de aprendizagem, devido a fa-
tores internos e externos. Cabe ao professor inserir em seu planejamento propostas
metodológicas capazes de uma educação eficaz na resolução de problemas, faci-
litando assim o processo de escolarização que atenda a todos os alunos sem distin-
ção.
Como fazer com que a criança aprenda? Como melhorar o desempenho dos
alunos? Como promover uma educação eficaz através dos métodos de caráter in-
terdisciplinar?
AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM: UM PROCESSO ESPONTÂNEO
Aquisição da linguagem é um processo espontâneo, que acontece natural-
mente entre os falantes da língua. É uma interação social, familiar e comunitária. Du-
rante o processo a criança cria intimidade com a fonologia da língua, amplia o vo-
cabulário, melhorando seu desempenho oral e compreensão nas diferentes situa-
ções de comunicação. Portanto está ligado a habilidades adquiridas pela criança
de ordem fonológica, morfológica, sintático, semântico e pragmático da língua do
lugar onde ela vive.
Analisar a aprendizagem de uma língua que se dá de uma maneira formal,
sistematizada dentro dos padrões determinados pela língua, na escola, é muito mais
29
complexo e profundo, pois nesse processo o aluno aprende através da transmissão
de conhecimentos e competências gramaticais dentro do sistema linguístico. Schurtz
(2004), porém tudo realizado em um sistema didático-pedagógico, a fim que o aluno
obtenha o conhecimento e sua aprendizagem seja efetiva.
Em resumo, aquisição da linguagem é processo espontâneo e aprendizagem
da linguagem é um processo Sistematizado.
APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM: UM PROCESSO SISTEMATIZADO
Sabemos que humanidade passou por vários períodos dentro esfera da lin-
guagem escrita e falada. Surgimos desde os pictogramas e pinturas rupestres a fase
alfabética da linguagem oral e escrita.
O processo de aprendizagem da linguagem é complexo e contínuo, pois a
criança desde os primeiros dias de vida há um contato com a linguagem e a aqui-
sição é feita de maneira gradativa e de acordo com os estímulos, ou seja, quanto
mais exposta à linguagem, maior será o seu vocabulário. Desde muito cedo as cri-
anças devem aprender os sons usados na sua língua de forma organizados, pois até
os 7 anos, esses sons são incorporados pela criança. Numa esfera de aprendizagem
é necessário atentarmos para o processo do desenvolvimento do sistema fonológico
https://bit.ly/2PEI6X4.
30
na criança. A fonologia, segundo Cagliari, (2010, p.75), “estuda os sons da língua do
ponto de vista de sua função”. Iremos abordar aspectos interpretativos dos sons e
suas estruturas nas línguas para uma aprendizagem eficaz. E para entender esses
sons é necessário entender o valor linguístico que os sons têm na língua.
Segundo Cagliari (2010), o valor linguístico diz respeito às funções de um som
dentro de uma organização sistemática da língua e cita como exemplo a letra (p)
da palavra “pato” que quando trocamos pela letra (b), agrega ou significado
“bato”; sendo assim valores distintivos. Ainda cita outro exemplo como valor não dis-
tintivo aborda a palavra “cadeira e cadera”, que quando pronunciada não altera
o significado.
Para entendermos melhor o processo, primeiramente devemos saber que a
linguagem se divide em unidades que são denominadas signos. E o signo linguístico
na visão de Cagliari (2010), é a união de um significado com um significante, ou seja,
significado é o conceito da palavra, por exemplo: casa – moradia e o significante
corresponde ao som (K + a + s + a).
Para haver um aprendizado efetivo, o professor deve ensinar os sons e a dife-
rença entre eles e ao mesmo a função na sílaba ou palavra, pois a língua portuguesa
dentro da gramática ocorre fenômenos fonológicos, o acento marca presença e
acarreta mudanças dentro do contexto linguístico; segundo Engerbelt (2012, p.97),
explica ainda os processos mais importantes na língua como: Palatalização, Nasali-
zação ou Nasalidade, Harmonia vocálica, Epêntese, Ditongação e Monotongação,
Hipercorreção, neutralização das vogais átonas e apagamento.
Abordaremos de forma explicativa os processos importantes da língua:
Palatalização é um processo que ocorre em vários dialetos, ou seja, os sota-
ques. Um exemplo simples é a variação livre de oclusivas como (t) e (d) diante da
letra (i) como em dia.
Nasalização ocorre durante o processo fonológico, e na nasalidade na foné-
tica. A palavra ponte se produz em ressonância nasal em contraposição à palavra
pote. É a Nasalização (processo fonológico) que acarreta mudança de significado.
Harmonia vocálica é o processo que consiste na mudança de uma ou mais
vogais para se harmonizarem com outra vogal na mesma palavra. Exemplo: Tea-
tro/tiatro; pepino/pipino; escola/iscola.
Epêntese é o processo de modificação silábica onde há uma inserção da vo-
31
gal para tornar a sílaba mais adequada. Exemplo: pneu/pinéu; advogado/adivo-
gadu.
Ditongação e Monotongação, no primeiro processo, o núcleo silábico simples
é um ditongo. Exemplo: (capaz/capaiz; dez/deiz. Já a monotongação é o oposto,
a simplificação do ditongo em um único segmento vocálico. Exemplo: Baixa/baxa;
queijo/quejo.
Hipercorreção consiste na aplicação de uma regra quando não há necessi-
dade. Construções como bandeija ou carangueijo são tipos de hipercorreção.
Neutralização das vogais átonas depende da tonicidade da sílaba. Vejamos
os exemplos: Seco(adjetivo) Seco(verbo); soco(substantivo), soco(verbo); topo (ad-
jetivo) topo(verbo).
Exemplo: xícara/xicra; óculos/oclos; os verbos comer/comê e sair/sai; dentre
outras palavras, viagem/viagem; bobagem/bobage.
O professor precisa conhecer e ao mesmo tempo entender como ocorre o
processo fonológico para intervenção durante o processo de aquisição da lingua-
gem na escola, por isso a observaçãocontínua e diagnóstica fará toda a diferença
durante o processo.
32
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Estudamos sobre a aquisição do processo de linguagem da criança e apresenta-
mos duas vertentes: O espontâneo e o Sistematizado. Marque a alternativa que
melhor caracteriza o Processo de linguagem espontâneo.
a) Acontece naturalmente entre os falantes da língua. É uma interação social, fami-
liar e comunitária. Durante o processo a criança cria intimidade com a fonologia
da língua, amplia o vocabulário, melhorando seu desempenho oral e compreen-
são nas diferentes situações de comunicação.
b) Acontece naturalmente entre os falantes da língua, porém não há uma intera-
ção social, familiar e comunitária.
c) Realizado em um sistema didático-pedagógico, a fim que o aluno obtenha o co-
nhecimento e sua aprendizagem seja efetiva.
d) Para haver um aprendizado efetivo, o professor deve ensinar os sons e a diferença
entre eles e ao mesmo a função na sílaba ou palavra, pois a língua portuguesa.
e) Todas as alternativas são verdadeiras.
2. Sobre o processo sistematizado de aquisição da linguagem é correto afirmar que
a) Para haver um aprendizado efetivo, o professor deve ensinar os sons e a diferença
entre eles e ao mesmo a função na sílaba ou palavra, pois a língua portuguesa.
b) Realizado em um sistema didático-pedagógico, a fim que o aluno obtenha o co-
nhecimento e sua aprendizagem seja efetiva.
c) Numa esfera de aprendizagem é necessário atentarmos para o processo do de-
senvolvimento do sistema fonológico na criança.
d) Desde muito cedo as crianças devem aprender os sons usados na sua língua de
forma organizados, pois até os 7 anos, esses sons são incorporados pela criança.
e) Todas as alternativas estão corretas.
3. Aquisição da linguagem é um processo espontâneo, que acontece naturalmente
entre os falantes da língua. É uma interação social, familiar e comunitária. Por-
tanto está ligado a habilidades adquiridas pela criança de ordem
a) Fonológica.
33
b) Morfológica.
c) Sintático.
d) semântico e pragmático da língua do lugar onde ela vive.
e) Todas as alternativas estão corretas.
4. É correto definir Fonologia como a área que estuda:
a) Os sons da língua do ponto de vista de sua função.
b) O sistema alfabético de uma língua.
c) As vogais e as consoantes na construção da escrita.
d) A estrutura da língua.
e) Os segmentos e as sílabas da língua.
5. Indique se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). Pela consciên-
cia fonológica, a criança.
( ) Amplia o conhecimento sobre a língua.
( ) Pode manipular as produções de sons da fala.
( ) É capaz de refletir sobre os sons da fala.
( ) Escreve as palavras corretamente.
( ) Produz melhor as sílabas das palavras.
Assinale a alternativa correspondente à sequência correta de preenchimento dos
parênteses.
a) V, V, F, V, F.
b) F, F, V, F, V.
c) F, F, V, V, V.
d) V, V, V, F, F.
e) V, F, F, V, F.
6. Leia a tira sobre Significante e Significado.
34
O signo linguístico (palavra) é composto de duas partes chamadas SIGNIFICANTE
E SIGNIFICADO.
1. Significante: parte física da palavra(grafia + som).
2. Significado: conceito transmitido pelo significante.
Marque a alternativa que demonstra a palavra que a mulher da charge não sabe
o significado, já que sabemos que o significante RECÍPROCO.
a) Eu te amo.
b) Recíproco.
c) Não sei o que é.
d) Não sabe.
e) Nenhuma das alternativas.
7. Marque a alternativa que representa o exemplo de Neutralização das vogais áto-
nas
a) Teatro/tiatro; pepino/pipino; escola/iscola.
b) pneu/pinéu; advogado/adivogadu
c) Seco(adjetivo) Seco(verbo); soco(substantivo), soco(verbo); topo (adjetivo)
topo(verbo).
d) xícara/xicra; óculos/oclos; os verbos comer/comê e sair/sai.
e) viagem/viagem; bobagem/bobage.
35
8. Classifique as afirmações a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F), de acordo
com os processos fonológicos que fazem referência à sílaba:
( ) O apagamento consiste em um processo de assimilação.
( ) Na palatalização ocorre um processo de nasalização.
( ) Na Epêntese há a inserção de uma vogal para tornar a sílaba mais adequada.
( ) A ditongação consiste na simplificação de um ditongo em um único segmento
vocálico.
( ) Harmonia vocálica é o processo que consiste na mudança de uma ou mais
vogais para se harmonizarem com outra vogal na mesma palavra.
Assinale a alternativa correspondente à sequência correta de preenchimento
dos parênteses.
a) V, V, F, V, F.
b) F, F, V, F, V.
c) F, V, V, V, F.
d) F, F, F, F, F.
e) V, F, F, V, F.
36
O PAPEL DA ORALIDADE E DA
ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, abordaremos o papel da oralidade e da escrita na Educação
Infantil. Como ensinar? O que ensinar? Qual é o objetivo de ensinar através da orali-
dade? Os desafios são muitos e qual é a relação entre a fala e a escrita no ensino
infantil? A oralidade para a escrita e a escrita para a oralidade.
A fala e a escrita apresentam conforme, Marcushi (2001) os mesmos traços:
dialogicidade, usos estratégicos, funções interacionais, envolvimento, negociação,
situacionalidade, coerência e dinamicidade. Portanto estudaremos a diferença, a
particularidade de cada modalidade na Educação Infantil.
A LÍNGUA FALADA NA SALA DE AULA
Anteriormente estudamos sobre a diversidade linguística que há em nosso país
colonizado pelos os europeus. Enfatizaremos o texto oral em sala de aula. A valoriza-
ção da fala e da diversidade linguística ocupa na sala de aula lugar de destaque,
pois através da oralidade, de trocas de experiências e mudança de contexto.
Narrar, contar histórias, explorar o mundo social e expressar através da orali-
dade suas as experiências vividas, ajuda a criança a organizar a narrativa e o tipo da
informação na qual deseja compartilhar e poder relatá-las com espontaneidade faz
parte do processo de aquisição da linguagem oral.
Para relatar algo que aconteceu, a criança precisa de duas habilidades, uma
delas é lembrar o fato ocorrido e a outra organizá-la em forma de narrativa conven-
cionada culturalmente. E para fazê-lo é necessário que a narrativa seja situada em
um contexto apropriado, o ouvinte saiba o que aconteceu e o ouvinte entenda por
que a narrativa foi interessante. Fazer intervenções pode ajudar a criança na organi-
zação dos fatos nos discursos e ter autonomia na elaboração e produção oral. Na
sala de aula uma estratégia para promover a linguagem oral é a leitura de textos
literários, contribuindo para que as crianças sejam leitoras voluntárias e autônomas,
37
bem como o desenvolvimento do senso crítico. Incorporados a prática na sala de
aula, a literatura enriquece e contribui para o processo pedagógico. A literatura
deve ser integrada a um projeto desafiador, fazendo com que a criança seja moti-
vada à leitura. A oralidade permite que a criança conte a história do seu jeito, com
suas expressões do seu dia a dia, sem normas linguísticas convencionadas.
A oralidade na literatura deve seguir dois caminhos. Um deles é o uso de ex-
pressões coloquiais em registros clássicos da oralidade que está ligada diretamente
ao léxico e outro é o discurso aleatório que ajuda na articulação da narrativa, po-
dendo usar forma de diálogos diretos e indiretos de modo geral.
A oralidade é um objeto de estudo sobre o letramento, pois muitas crianças
são consideradas letradas por dominarem as estratégias orais mesmo antes de serem
alfabetizadas, pois ouvem histórias contadas pelos adultos e são estimuladas mesmo
antes de irem à escola. Sabemos que a oralidade está relacionada à fala, por isso
devemos motivar a criança a desenvolver a oralidade como prática social que está
presente em vários gêneros textuais e contextos de uso.
A poesia, por exemplo, em sala de aula promove a leitura e a escrita, além de
Três funções básicas que é servir como suporte para alfabetização, auxiliar na forma-
ção da leitura em geral e como fomento literário. Diante do exposto, o professor deve
estaratento às experiências de seus alunos e auxiliá-los a narrativa, pois “preservar
relações entre a literatura e a escola, ou o uso comum do livro em sala de aula, de-
corre de ambas compartilharem um aspecto em comum: a natureza formativa.”
Estudar o texto oral de forma contextualizada, observando todos os aspectos
de organização e complexidade, leva o aluno a ter consciência dos traços da orali-
dade e contribui para o desenvolvimento de inferências, levantar hipóteses e sugerir
possibilidades diversificadas para o trabalho em sala de aula.
Outra perspectiva diz a respeito do trabalho que parte da fala para se chegar
à escrita. Trata-se da retextualização que consiste em transformar um texto falado
em um texto escrito. É um processo que necessita de interpretação e compreensão
da forma e do conteúdo.
Portanto não podemos desvincular a língua falada da língua escrita. O que
precisa é realizar um trabalho com o aluno de uma forma que o mesmo possa refletir
nas diferenças encontradas no texto oral e escrito e operar com domínio a língua
materna.
38
A LÍNGUA ESCRITA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Abordaremos “a linguagem escrita na Educação Infantil”, como o processo
acontece? De forma treinadora, repetitiva e mecânica, ou de forma significativa,
contextualizada, lúdica, criativa? Como enfim entender o processo de aquisição da
escrita, comunicar, interagir, compreender, se fazer compreender nos aspectos da
fala, mas como criar um elo com a escrita, já que demanda por parte da criança
um esforço maior, de treinamento, repetição. Para se chegar linguagem escrita, a
criança passa por um processo de aprendizagem que se constitui no interior das re-
lações discursivas, orais e escritas e as estratégias devem ser ter funções diferencia-
das.
Para os estudiosos o estabelecimento das relações entre pensamento, lingua-
gem e escrita, de um lado o ser social e do outro o cognitivo, tudo em conformidade
com as relações sociais humanas. Segundo Piaget, Vygotsky e Luria defendiam que
aquisição da linguagem na infância estabelece duas conexões: Filogênese (desen-
39
volvimento histórico da espécie humana como um todo) e ontogênese desenvolvi-
mento do universo cognitivo infantil).
A capacidade de simbolização do homem começa com uma repre-
sentação de primeira ordem – isto é, figuras representando coisas -,
para só mais tarde atingir uma etapa em que representa a fala, já em
simbolização da segunda ordem. No trajeto entre essa primeira fase
até a escrita alfabética, o homem vai tomando consciência das vá-
rias unidades linguísticas: Palavras, sílaba e som Filogênese de Kato
(1995).
Por outro lado, a Ontogênese se destina a simplesmente a forma motora da
escrita, resultando em grafismo ou rabiscos primitivos, evoluindo passo a passo e atri-
buindo-lhe valor de escrita. Se pensarmos na escrita de uma forma geral, a mesma
passa por transformações ao longo da vida da criança até chegar na concepção
alfabética que pode ocorrer forma rápida. À medida que a coordenação motora
é aprimorada, melhor será sua condição de desenhar, simbolizar e representar com
mais destreza e clareza. Segundo Derdyk (1989, p.51), o desenho é a manifestação
de uma necessidade vital de uma criança: agir sobre o mundo que a cerca, inter-
cambiar, comunicar.
Portanto quando analisamos os grafismos na Educação Infantil entendemos
assim como os estudiosos que a criança está em processo de concepção represen-
tação simbólica, evoluindo gradativamente e cada vez elaborando hipóteses e in-
formações que combinem com o conhecimento anterior adquirido estruturado e
consolidado mentalmente.
A LINGUAGEM DO DESENHO
Georges-Henri Luquet nasceu em Rochefort-sur-Mer em 21 de janeiro de 1876.
Os estudos da lógica focalizaram tanto a lógica clássica quanto a logística, o pen-
samento matemático, as relações entre matemática e realidade. O estudo do de-
senho foi dedicado a tese de doutorado em cartas, os desenhos de uma criança, o
livro de 1913 marca uma data: pelo método escolhido, pelos resultados. O método
é monográfico. Só ele, explica Luquet, possibilita reconstruir a evolução gráfica da
criança e identificar suas fases. Mas, para dar resultados convincentes, é necessário
um número muito grande de documentos. Luquet apresenta quatro estágios para a
representação do desenho infantil que direciona as fases evolutivas do desenho da
40
criança, dentre eles estão: Realismo Fortuito: (2 anos), tem por característica o ra-
bisco, o qual é realizado pela criança sem a intenção de representar algo especí-
fico; simples prazer de exercitar.
Figura 6: Realismo fortuito
Fonte: https://bit.ly/30aUM9C. Acesso em: 02 mar. 2020.
Realismo fracassado, (3 a 4 anos), nessa fase a criança descobre a analogia
entre a forma do seu traçado com o objeto; a criança procura aperfeiçoar o seu
desenho para conseguir a forma original do objeto.
Figura 7: Realismo fracassado
Realismo visual (4 a 9 anos), caracterizada pela manifestação frustrada di-
ante da execução do seu desenho. Diante de frustrações e sucessos, o desenho vai
evoluindo.
Realismo intelectual (10 e 12 anos), este é o último estágio, é uma prolonga-
ção do estágio visual, ou seja, inicia-se aos 4 anos e se estende até aos 10/12 anos.
41
É considerada a fase principal do desenho infantil pelo fato da criança desenhar
não só aquilo que vê, mas o que sabe sobre o objeto.
Figura 8: Realismo visual e Realismo intelectual
Fonte: https://bit.ly/2OwmdWb. Acesso em: 02 mar. 2020.
Portanto na perspectiva de Luquet, assim como Piaget, a Teoria construtivista
também prevê estágios para o desenvolvimento cognitivo da criança, direcionando
o desenho gradativamente à aquisição da escrita. A próxima unidade aprofunda-
remos no desenvolvimento e aquisição da linguagem escrita.
42
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Indique se as afirmações a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F) no que se refere
ao desenvolvimento da linguagem oral.
( ) A criança não precisa compartilhar suas experiências para adquirir a linguagem
oral.
( ) Narrar é explorar o mundo e estruturar histórias por meio das conversas.
( ) A construção do discurso dispensa que as crianças se lembre de fatos do pas-
sado, basta narrar o presente.
( ) O adulto pode fazer intervenções verbais durante a narração da criança.
( ) À medida que a criança cresce, a sequência dos fatos contados ganha carac-
terísticas diferentes.
Assinale a alternativa correspondente à sequência correta de preenchimento dos
parênteses.
a) V, F, V, F, F.
b) F, V, F, V, V.
c) V, V, F, V, V.
d) F, F, V, V, V.
e) V, V, V, F, F.
2. A oralidade na literatura deve seguir dois caminhos é correto dizer que:
a) Um deles é o uso de expressões coloquiais em registros clássicos da oralidade que
está ligada diretamente ao léxico e outra é o discurso aleatório que ajuda na
articulação da narrativa, podendo usar forma de diálogos diretos e indiretos de
modo geral.
b) Um deles é o uso de expressões da norma culta em registros simples da oralidade
e que está ligada ao contexto da fala e outro relacionada à escrita.
c) Ao discurso e as regras gramaticais.
d) Somente ao uso da gramática normativa e a escrita correta das palavras.
e) Todas as alternativas são corretas.
43
3. A respeito da oralidade e do letramento, assinale a alternativa correta.
a) Ser letrado significa ter desenvolvida sua capacidade metalingüística.
b) A oralidade compreende habilidades na língua falada.
c) As atividades do cotidiano da criança, com a intervenção de um adulto, confe-
rem à sua oralidade característica da sua oralidade letrada.
d) A oralidade é um objeto de estudo do letramento.
e) Todas as alternativas estão corretas.
4. Letramento é definido por Soares (2000, p.2) como “[... ] o estado em que vive o
indivíduo que não só sabe ler e escrever, mas exerce as práticas sociais de leitura
que circulam na sociedade em que vive [...]. ”
Com base na definição apresentada, é CORRETO afirmar que:
a) Letramento significa a convivênciado aluno com muitos materiais escritos.
b) Letramento consiste na leitura de palavras e de diferentes gêneros textuais.
c) Letramento refere-se às habilidades de uso da escrita em várias situações.
d) Letramento é um processo de orientação sistemática da leitura e da escrita.
e) Letramento é a relação entre oralidade, leitura e escrita.
5. Os estudos sobre a aquisição da linguagem evidenciam que a linguagem vai
sendo constituída pouco a pouco desde o nascimento e sua aquisição exige a
coordenação de várias funções e aptidões, bem como a intervenção de dife-
rentes órgãos.
Sobre esse processo, é CORRETO afirmar:
a) A aquisição da linguagem vincula-se à evolução e à maturação cerebral e
ocorre com base na coordenação dos órgãos bucofonatórios.
b) A aquisição da linguagem é independente dos progressos do desenvolvimento
psicomotor e da evolução cognitiva.
c) A aquisição da linguagem não é afetada por fatores sociais e culturais.
d) Fatores relacionados com o tipo de vínculo entre pais e filhos não interferem na
44
aquisição da linguagem.
e) A aquisição da linguagem não sofre influência de fatores neurológicos e cogniti-
vos.
6. Como acontece o processo a linguagem escrita na Educação Infantil? Marque
apenas uma resposta correta.
a) O processo da linguagem escrita na Educação Infantil acontece forma forçada,
pois se não disciplinar as crianças não irão aprender.
b) De forma não treinadora, repetitiva e mecânica, ou de forma significativa, con-
textualizada, lúdica, criativa.
c) Para se chegar linguagem escrita, a criança passa por um processo de aprendi-
zagem que se constitui no interior das relações discursivas, orais e escritas e as
estratégias devem ser ter funções diferenciadas.
d) A escrita não deve ser estimulada ou trabalhada na Educação Infantil, deixando
para o Ensino Fundamental.
e) Nenhuma das alternativas se refere a linguagem escrita.
7. Segundo Piaget, Vygotsky e Luria defendiam que aquisição da linguagem na in-
fância estabelece duas conexões são elas:
a) Sociais e culturais.
b) Alfabetização e Letramento.
c) Expressão Corporal e visual.
d) Filogênese e Ontogênese
e) Todas as alternativas são corretas.
8. Ainda sobre as conexões estabelecidas na aquisição da linguagem na infância,
leia.
I. Filogênese (desenvolvimento histórico da espécie humana como um todo).
II. Ontogênese (desenvolvimento do universo cognitivo infantil).
III. A Ontogênese se destina a simplesmente a forma motora da escrita, resul-
45
tando em grafismo ou rabiscos primitivos, evoluindo passo a passo e atribu-
indo-lhe valor de escrita.
IV. A Filogênese se destina a consciência das várias unidades linguísticas: Pala-
vras, sílabas e som.
Sobre o exposto acima, marque a alternativa correta sobre as conexões na aquisição
da linguagem.
a) Apenas I, II.
b) Apenas, I, II e III.
c) Apenas II, III e IV.
d) Apenas IV.
e) I, II, III e IV.
46
A RELAÇÃO ENTRE ORALIDADE E
ESCRITA NO ENSINO DA LÍNGUA
PORTUGUESA
INTRODUÇÃO
Na unidade 3 abordamos a língua falada e língua escrita de forma inicial,
desde as primeiras representações e como se dá o processo da concepção até che-
gar à escrita alfabética. Neste exposto iremos apresentar a Psicogênese da língua
escrita. O que é a Psicogênese da escrita? Quais os níveis? E Como se dá o processo
de aquisição através da hipótese silábica?
São questionamentos que responderemos ao longo desta unidade, que nos
ajudará a entender o processo de alfabetização, fazendo com que a criança
aprenda efetivamente o sistema de escrita alfabética. E como professor fará as inter-
mediações diagnósticas?
Já explicitaremos os níveis do processo que segundo Ferreiro e Teberosky
(1991), salientam que é preciso levar consideração quatro níveis estruturais recorren-
tes na linguagem escrita das crianças, quais sejam: Pré-silábico, Silábico, Silábico-al-
fabético e Alfabético. Através da psicogênese leitura e escrita, a criança constrói
diferentes hipóteses sobre o sistema da escrita até apropriar-se completamente dele.
EMILIA FERREIRO, A ESTUDIOSA QUE REVOLUCIONOU A ALFABETIZAÇÃO
Emilia Ferreiro nasceu na Argentina em 1936. Doutorou-se na Universidade de
Genebra, sob orientação do biólogo Jean Piaget, cujo trabalho de epistemologia
genética (uma teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da cri-
ança) ela continuou estudando um campo que o mestre não havia explorado: a
escrita. A partir de 1974, Emilia desenvolveu na Universidade de Buenos Aires uma
série de experimentos com crianças que deu origem às conclusões apresentadas em
Psicogênese da Língua Escrita, assinado em parceria com a pedagoga espanhola
Ana Teberosky e publicado em 1979. Emilia é hoje professora titular do Centro de In-
UNIDADE
47
vestigação e Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, da Cidade do Mé-
xico, onde mora. Além da atividade de professora - que exerce também viajando
pelo mundo, incluindo frequentes visitas ao Brasil -, a psicolinguista está à frente do
site (www.chicosyescritores.org), em que estudantes escrevem em parceria com au-
tores consagrados e publicam os próprios textos.
Figura 9: Emilia Ferreiro
Disponível em: https://bit.ly/3fBULCl. Acesso em: 02 mar. 2020.
Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e
seu nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas
descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investigação
dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança - ou seja,
de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou e trabalhou
com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacionados à leitura e
à escrita. De maneira equivocada, muitos consideram o construtivismo um método.
Porém sua descoberta leva a conclusão de que as crianças são as protago-
nistas no processo de ensino-aprendizagem. Elas constroem seu próprio conheci-
mento, por isso a palavra “Construtivismo”. Para Ferreiro, o processo do conheci-
mento é gradual, que dialoga com os princípios de Piaget, sabendo que cada
avanço cognitivo depende de e uma assimilação e de uma reacomodação dos es-
quemas internos, que necessariamente levam tempo.
A PSICOGÊNESE DA LÍNGUA ESCRITA
Para início de conversa, precisamos entender o que é Psicogênese da língua
48
escrita. Segundo Goodman (1980), o que vem a ser o termo psicogênese, faz-se im-
portante buscar nos dicionários o significado desta palavra e com isso temos no dici-
onário informal, que a psicogênese faz parte da psicologia que se ocupa em estudar
a origem e o desenvolvimento dos processos mentais, das funções psíquicas, das cau-
sas psíquicas que podem causar uma alteração no comportamento. A psicogênese,
na psicologia, trata de estudar a origem, o início dos processos mentais que irão gerar
alterações comportamentais e a aquisição da leitura e da escrita é uma alteração
mental na qual o indivíduo vai assimilando algo novo, algo que ele ainda não do-
mina.
O termo psicogênese é definido como um estudo das causas psíquicas sus-
ceptíveis de explicar uma neurose ou uma psicose. Já em outro dicionário, o dicioná-
rio Aulete, a palavra psicogênese é definida como o estudo da origem e desenvolvi-
mento dos processos mentais ou psicológicos, da mente ou da personalidade. Então
podemos dizer que o termo psicogênese, em suas diversas interpretações vem retra-
tar uma mesma realidade, psico-mente / gênese: início, começo; seria então o início,
o princípio das ações mentais que resultarão em uma alteração de pensamento ou
comportamento (GOODMAN, 1980).
O termo psicogênese vem acrescentar aos estudos ligados a alfabetização a
ideia de que esta leitura e escrita antes de ser escrita e utilizada oralmente, foi pro-
cessada através de processos psicológicos de apropriação do novo ao que já se
possui sobre esta linguagem, e que essa associação dá origem ao que chamamos
de leitura e escrita (GOODMAN, 1980).
Vimos que a aprendizageme o desenvolvimento da língua escrita estão rela-
cionados diretamente ao processo de aquisição de novas aprendizagens. Partindo
desse exposto, entendemos que é necessidade vital a criança expressar através sím-
bolos ou desenhos sua relação com o mundo letrado. A aquisição da leitura e escrita
ainda é para muitos educadores simplesmente a ação de codificar e decodificar ou
somente repetições. Conforme Ferreiro (2000) e outros estudiosos da educação, a
psicogênese da língua escrita é muito mais que códigos, mas sim, de se ter o signifi-
cado através de sucessivas tentativas de escrita, na busca da compreensão e asso-
ciação de tal língua a sua vivência. Entende-se a aquisição da língua escrita é
avanço considerável no desenvolvimento de uma criança e que o domínio é com-
plexo dos signos linguísticos, ocorre por etapas, promovendo formas diferentes de co-
municação e interação.
49
Desse modo quando a criança chega à escola com suas experiências, du-
rante o processo de alfabetização, ela percorre o caminho linear dos quatro níveis
estruturais recorrentes na linguagem escrita, quais sejam: Pré-silábico, Silábico, Silá-
bico-alfabético e Alfabético. Veremos a seguir os níveis estruturais citados.
OS NÍVEIS ESTRUTURAIS DA ESCRITA
Para Ferreiro e Teberosky é preciso levar em consideração quatro níveis estru-
turais da língua escrita. O nível Pré-silábico que na alfabetização compreende como
representação de sons e não de ideias, por isso é chamada de representação icô-
nica, isto é, a criança ainda não tem noção da escrita alfabética e expressa o seu
pensamento através de desenhos, pois para ela desenhar é escrever. Por sua vez,
na representação não icônica, a criança expressa o seu pensamento através do
desenho e de garatujas ou rabiscos, pois ainda desconhece o alfabeto e o valor de
seu som.
Exemplo de Representação não icônica.
Figura 10: Exemplo de representação não-icônica
Fonte: Revista Nova Escola
Exemplo de Representação icônica.
50
Figura 11: Exemplo de representação icônica
Fonte: Revista Nova Escola
Na Escrita Silábica, a criança já supõe que a escrita representa a fala, desvin-
culando, portanto, a palavra do objeto. É nesta fase que a criança começa a fone-
tizar a escrita e dar valor sonoro as letras. Dessa forma cada sílaba é representada
por uma letra com ou sem relação ao som. Na escrita de frases, cada palavra pode
ser representada por uma letra ou sinal gráfico.
Já na escrita silábica de valor sonoro, a criança escreve uma letra para cada
sílaba, por vezes vogais ou consoantes, mas que representa corretamente ao som
da sílaba.
Figura 12: Exemplo do Nível Silábico
Fonte: Revista Nova Escola
Por sua vez, a Escrita Silábica-alfabética, a criança já apresenta uma escrita,
contendo, às vezes, sílabas completas ou incompletas e outras vezes, omite alguma
letra.
51
Figura 13: Exemplo do nível silábico-alfabético
Fonte: Revista Nova escola
Finalizando temos o nível Alfabético, nessa fase a criança compreende os fo-
nemas (som) e os grafemas (letras) e faz a correspondência na hora do registro. Ar-
ticula de forma compreensível e tende a escrever como fala, pois ainda não con-
cebeu as questões ortográficas.
Figura 14: Exemplo do Nível Alfabético
Fonte: Revista Nova escola
Portanto, vimos na unidade a evolução dos níveis da escrita, a evolução da
garatuja a aquisição da língua escrita adquirida durante o processo da psicogênese
da leitura e escrita. E com base nos estudos, afirmamos que para criança aprender
e compreender o sistema escrito alfabético e escrever com propriedade, o ensino e
a aprendizagem da língua escrita deve partir de uma perspectiva teórico-cogniti-
vista voltada para o letramento, pois para Ferreiro e Teberosky (1991), os níveis de
escrita são caracterizados por esquemas complexos, sabendo que a representação
52
feita pela criança não são simplesmente informações do meio em que vive e que a
passagem de um nível para o outro se dá de uma forma gradativa, efetiva, depen-
dendo do trabalho que o professor fará com a criança.
Acesse a Plataforma do Letramento e aprenda a Psicogênese da escrita na
prática!
Figura 15: Plataforma do letramento
Disponível em: https://bit.ly/3m11NVf. Acesso em: 02 mar. 2020.
53
FIXANDO O CONTEÚDO
1. O que é Psicogênese da língua escrita. Segundo Goodman, (1980)? Marque a
alternativa correta.
a) A psicogênese faz parte da psicologia que se ocupa em estudar a origem e o
desenvolvimento dos processos mentais, das funções psíquicas, das causas psíqui-
cas que podem causar uma alteração no comportamento.
b) A psicogênese, na psicologia, trata de estudar a origem, o início dos processos
mentais que irão gerar alterações comportamentais e a aquisição da leitura e da
escrita é uma alteração mental na qual o indivíduo vai assimilando algo novo,
algo que ele ainda não domina.
c) Em suas diversas interpretações vem retratar uma mesma realidade, psico-mente
/ gênese: início, começo; seria então o início, o princípio das ações mentais que
resultarão em uma alteração de pensamento ou comportamento.
d) O termo psicogênese é definido como um estudo das causas psíquicas susceptí-
veis de explicar uma neurose ou uma psicose.
e) A palavra psicogênese é definida como o estudo da origem e desenvolvimento
dos processos mentais ou psicológicos, da mente ou da personalidade.
2. São pressupostos teóricos sobre a Psicogênese da Língua Escrita. Relacione a 2ª
coluna de acordo com a 1ª.
1ª Coluna:
1. Hipótese Pré-Silábica.
2. Hipótese Silábica.
3. Hipótese Silábica Alfabética.
4. Hipótese Alfabética.
2ª Coluna:
( ) Representa a grafia ao som correspondente.
( ) Usa letras quaisquer. Exemplo: DCMLZ = caneta.
( ) A criança percebe o som e representa graficamente uma letra para cada sílaba.
54
( ) A criança já conhece letras e as representa graficamente, mas ainda não tem
sonorização.
( ) Há um grande conflito cognitivo, ela representa o número de sílabas, mas, per-
cebe que para o som é necessário acrescentar mais letras.
A alternativa CORRETA é:
a) 3 - 2 - 1 - 2 - 4
b) 4 - 1 - 2 - 1 – 3
c) 2- 1 - 4 - 2 - 3
d) 4 - 2 - 1 - 3 - 2
e) 3 - 4 - 2 - 2 – 1
3. A partir dos anos 80, a argentina Emília Ferreiro contribuiu significativamente para
o processo de alfabetização. O pensamento e a palavra são aspectos de uma
aprendizagem evolutiva, “nos” quais são necessários compreender os fatos natu-
rais e interpretar os erros naturais do percurso. Sobre a Psicogênese da Língua Es-
crita, segundo FERREIRO apud Bock (2002), assinale a alternativa CORRETA.
a) Para a descoberta do valor simbólico da escrita, é necessário vivenciar situações
em que a escrita é o objeto do pensamento.
b) A criança tem um papel passivo na interação com os objetos da realidade.
c) Os primeiros registros de uma sílaba devem ser grafados com duas letras, con-
forme ortografia local.
d) É benéfico apresentar para a criança suas produções e fazer com que ela tenha
domínio das técnicas linguísticas.
e) Seu objetivo é relacionar o conhecimento direcionado pelo professor dando mais
significado às aulas.
4. Emilia Ferreiro se tornou uma espécie de referência para o ensino brasileiro e seu
nome passou a ser ligado ao construtivismo, campo de estudo inaugurado pelas
descobertas a que chegou o biólogo suíço Jean Piaget (1896-1980) na investiga-
ção dos processos de aquisição e elaboração de conhecimento pela criança -
ou seja, de que modo ela aprende. As pesquisas de Emilia Ferreiro, que estudou
55
e trabalhou com Piaget, concentram o foco nos mecanismos cognitivos relacio-
nados à leitura e à escrita. Disponível em: (https://bit.ly/2WrNWLW).Acesso em: 20
out. 2016. A partir das produções teóricas de Emilia Ferreiro, é possível compreen-
der a escrita infantil. Com base no referencial de Emília Ferreiro, está CORRETA a
afirmação contemplada na seguinte alternativa:
a) Observa-se que a criança elabora hipóteses acerca da língua escrita, sendo fun-
ção da escola promovero avanço dessas hipóteses até a escrita convencional.
b) A criança sempre aprende, naturalmente, a ler e escrever, sem interferência da
escola.
c) Desde que viva numa sociedade letrada, a criança aprenderá a escrita conven-
cional, sem interferência da escola.
d) Somente no ambiente escolar, aplicando-se métodos e técnicas de alfabetiza-
ção, com etapas demarcadas, é possível levar a criança ao uso correto da es-
crita convencional.
e) Nenhuma das alternativas.
5. Segundo as concepções de Ferreiro (1992), analise as afirmações a seguir.
Em língua oral permitimos à criança que se engane ao produzir, tanto quanto ao interpre-
tar, e que aprenda através de suas tentativas para falar e para entender a fala dos outros.
PORTANTO
Em língua escrita só se aprende através da reprodução correta, e é melhor não tentar
escrever, nem ler, se não está em condições de evitar o erro.
Acerca dessas asserções, assinale a opção correta.
a) As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da
primeira.
b) As duas afirmações são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa da
primeira.
c) A primeira afirmação é verdadeira, e a segunda falsa.
d) A primeira afirmação é falsa, e a segunda verdadeira.
e) Tanto a primeira quanto a segunda afirmação são falsas.
56
6. Ferreiro e Teberosky (1999) apontam que a escrita é uma forma de representar
aquilo que é funcionalmente significativo, estabelecendo um sistema de regras
próprias. Para se aprender a escrever, o indivíduo necessita conhecer o sistema
de regras da escrita, o que acontece de forma gradual, mas exige uma reflexão
a respeito das características gerais da escrita. Através dos resultados obtidos por
meio da pesquisa realizada pelas autoras foram definidos cinco níveis de desen-
volvimento da escrita, que se estabelecem, a partir do momento em que o indiví-
duo compreende a função da escrita, ou seja, seus devidos usos. Observando as
conceituações de três das cinco etapas da escrita admitidas por Ferreiro e Tebe-
rosky, temos, respectivamente, os níveis:
I. É uma escrita onde a criança começa a escrever, alfabeticamente, algumas
sílabas e para outras permanece silábico. Percebe, primeiramente, que a sílaba
tem duas letras e, posteriormente, que existem sílabas com mais de duas letras;
tem dificuldades em separar palavras quando escreve frase ou texto.
II. Percebe a função social da escrita (diferenciando-a de desenhos), usa critério
quantitativo. São necessárias muitas letras para escrever o nome de um objeto
grande, e poucas letras para escrever o nome de um objeto ou coisa pequena,
critério qualitativo (não se podem repetir letras).
III. Consciência de que existe relação entre fala e escrita, entre aspectos gráficos
e sonoros das palavras. Presença de valor sonoro a letras e sinais para representar
as palavras: para cada sílaba pronunciada o indivíduo escreve uma letra (uma
letra para cada sílaba), ou para cada palavra numa frase dita. A criança utiliza
os critérios quantitativo e qualitativo.
a) Pré-silábico, silábico e alfabético.
b) Silábico, silábico-alfabético e pré-silábico.
c) Alfabético, pré-silábico e silábico.
d) Silábico-alfabético, pré-silábico e silábico.
e) Silábico-alfabético, silábico e pré-silábico.
7. São constatações de Emília Ferreiro, do ponto de vista construtivo, sobre a escrita
infantil. É INCORRETO afirmar que:
a) a criança que cresce em um meio letrado está exposta à influência de uma série
57
de interações.
b) a escrita não é um produto, mas sim um objetivo cultural, resultado do esforço
coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a escrita cumpre diversas funções
de existências.
c) as crianças precisam atingir certa idade e também precisam de professores para
começar a aprender.
d) Todas as alternativas estão corretas.
e) o professor não deve avaliar a escrita da criança, já que ainda não sabe escrever
corretamente.
8. Analise a cena de sala de aula descrita e responda em seguida ao que se pede.
Na sala de aula da professora Doralice Silva, 1º. Ano do Ensino Fundamental, es-
cola pública, existem vinte e cinco crianças. Dentre estas, três inclusões, sendo um
menino com espectro autista, uma menina com deficiência intelectual e um me-
nino com diagnóstico de hiperatividade. Durante o planejamento de uma se-
quência didática para trabalhar o sistema de escrita alfabética, Doralice consi-
derou a possibilidade de flexibilização curricular para atender a seguinte reali-
dade: três alunos não estão alfabéticos (um aluno encontra-se na hipótese pré-
silábica, outro na hipótese de escrita silábica com valor sonoro e o terceiro na
hipótese silábico-alfabética).
Assinale a alternativa que melhor define a perspectiva teórica correspondente a
essas hipóteses ( Pré-silábica; Silábica; Silábico-alfabética e Alfabética).
a) Teoria da Enunciação e dos Gêneros Discursivos (Mikhail Bakhtin, 1992)
b) A Pré-História da Escrita (Luria e Vigotski 1988)
c) Metodologia da Sequência Didática ( Dolz, Noverraz e Schneuwly, 2004)
d) Teoria dos gêneros Textuais (Bronckart, 2003)
e) Psicogênese da Língua Escrita (FERREIRO e TEBEROSKY, 1979)
58
A LEITURA E A PRODUÇÃO DE
TEXTOS ORAIS E ESCRITOS NA
ESCOLA
INTRODUÇÃO
Nesta unidade faremos uma reflexão sobre a leitura e a produção de textos
orais e escritos na escola com base em experiências vivenciadas e estudiosos. A ati-
vidade de leitura e produção oral e escrita pressupõe que estabeleça relação dos
aspectos linguísticos, sociocognitivos e interacionais, com objetivos de formar leitores
competentes, críticos e atuantes na sociedade em que estão inseridos.
Como despertar nas crianças o gosto pela leitura e o desafio para os profes-
sores nas práticas pedagógicas e metodologias para o êxito em sala de aula. O pla-
nejamento, as estratégias antes, durante e depois da leitura.
A LEITURA NA ESCOLA
Para Cagliari (2010), ler é mais fácil que aprender a escrever. Ele explica que
uma criança quando ouvir histórias está aprendendo a decifrar os sons das letras em
vários contextos. A partir do conhecimento de músicas, quadrinhas, parlendas e ou-
tros gêneros textuais que contribuem para a aquisição da leitura.
Quando chegam à escola querem aprender a ler e escrever, e é na fase da
alfabetização que o aprendizado começa a fluir. Durante algum se acreditava que
alfabetizar estivesse ligado somente duas habilidades que são saber ler e escrever o
próprio nome e codificar e decodificar palavras simples, mas com o surgimento de
estudos sobre do letramento, tudo passou a se transformar, pois a escrita foi valori-
zada e a criança vive em um mundo onde a tecnologia está presente e o letra-
mento está correlacionado às práticas culturais e sociais, fazendo com sintam a ne-
cessidade de aprender a ler. Quando aprendem os primeiros segredos da leitura,
ficam curiosas em aprender sempre mais.
O que fazer para que as crianças não percam o interesse pela leitura? O pro-
fessor, a escola, nesse momento deve criar estratégias eficazes de aprendizado.
UNIDADE
59
Solé, (1998) cita que a escola deve definir claramente o que é esse fenômeno, qual
papel ocupa no projeto curricular e quais são os meios para favorecê-lo natural-
mente nas propostas metodológicas. E ainda ressalta que aprender a ler começa
na alfabetização e para levar uma criança a ler não precisa lhe ensinar todas as
palavras e sim levá-la a refletir sobre os métodos de leitura e conteúdo do texto.
Entendemos que cada criança tem o seu tempo de aprendizado, o professor
deve respeitar para que ela possa processar as etapas da fala ao ler, principalmente
em voz alta, observar a entonação e o ritmo. A escola deve proporcionar a criança
uma gama de gêneros textuais, pois a leitura deve variar conforme o texto, Para
Cagliari (2010), não se lê poesia como se lê uma narrativa de receita, pois cada
gênero tem uma reflexão distinta. Assim irão perceber que para cada gênero uma
situação e um contexto, o professor precisa proporcionaressas informações em sala
de aula. O papel do professor em sala de aula precisa promover o letramento con-
forme Peixoto, Silva e Ferreira (citados por Souza, Leite e Albuquerque (2006), se-
guem:
 Investigar práticas sociais do cotidiano;
 Planejar ações visando dar significado à linguagem escrita;
 Desenvolver, com a leitura, a interpretação e a produção de diferentes gêneros
textuais;
 Incentivar os alunos a praticar a escrita socialmente;
 Avaliar o aluno de forma individualizada, levando em conta o desenvolvimento
de cada um;
 Desenvolver uma metodologia avaliativa com sensibilidade, respeitando a varie-
dade de discursos e linguagens;
 Abandonar métodos de aprendizagens repetitivos e dar importância ao letra-
mento.
Assim o professor deve planejar suas atividades a fim de incentivar o desen-
volvimento efetivo da leitura prazerosa, pois para Cagliari (2010), “a leitura deveria
ser a maior herança legada pela escola aos alunos, pois ela, e não a escrita, será a
fonte perene de educação com ou sem a escola. ”
PLANEJAMENTO E ESTRATÉGIAS PARA O ENSINO DA LEITURA NA SALA DE
AULA
60
Ensinar requer planejamento e estratégias, e o professor rotineiramente pre-
cisa otimizar o seu tempo para criar estratégias eficazes de aprendizado. Refletir em
sua prática, planejar, promover situações de trabalho e recursos didáticos que farão
parte desse aprendizado é a princípio o caminho para o sucesso no processo de
ensino-aprendizagem.
Um bom planejamento descarta toda a possibilidade de falha, pois será o
ponto de partida para o desenvolvimento das atividades, podendo ser flexível e po-
dendo mudá-lo sempre que houver necessidade. Segundo Leal e Melo, (2006, p. 41)
“é importante planejar o ensino da leitura seguindo a concepção interacionista, por
que ler é uma atividade social e, portanto, as estratégias cognitivas são adequadas
aos propósitos de leitura e às finalidades que orientam a nossa ação de ler. ” Em
poucas palavras, planejar é promover situações didáticas que auxiliam no desenvol-
vimento de estratégias diversificadas.
Ler pra quê?
• Ler para se divertir, relaxar e apreciar;
• Ler para receber mensagens de outras pessoas (comunicar);
• Ler para orientar-se sobre como realizar atividades diversas;
• Ler para informar-se;
• Ler para escrever;
• Ler para aprender a ler.
Diante desse exposto, “ensinar a ler é uma ação inclusiva, pois possibilita ao
indivíduo ter acesso a diferentes informações e participar de eventos de letramento
que amplie sua participação na sociedade” (Leal; Melo, 2006, p. 42).
Manter as crianças motivadas é fundamental para o aprendizado e mesmo
antes começarmos a leitura, o professor precisa atentar para os recursos didáticos
que serão utilizados para o trabalho, a princípio, o material precisa chamar a aten-
ção das crianças. Os textos devem estar em conformidade com o conteúdo que
estão trabalhando e deixar as crianças escolherem o que desejam ler, levá-los a
biblioteca, deixar que busquem assuntos de seus interesses, histórias de princesas e
príncipes, dinossauros, animais e outros. E quando está exercitando a leitura desen-
volve a criatividade, imaginação, compreensão e interpretação.
61
O livro leva a criança a desenvolver a criatividade, a sensibilidade, a sociabi-
lidade, o senso crítico, a imaginação criadora, e algo fundamental, o livro leva a cri-
ança a aprender o português. É lendo que se aprende a ler, a escrever e interpretar.
É por meio do texto literário (poesia ou prosa) que ela vai desenvolver o plano das
ideias e entender a gramática, suporte técnico da linguagem. “Estudá-la, desconhe-
cendo as estruturas poético-literárias da leitura, é como aprender a ler, escrever e
interpretar, e não aprender a pensar” (PRADO, 1996, p. 19-20).
As estratégias sobre a leitura devem ser contínuas, conhecimento prévio sobre
assunto texto, perguntas relacionadas ao texto, o professor precisa interrogar e os
alunos estejam orientados a fazer perguntas e respondê-las, assim terão conheci-
mento acerca do tema e poderão levantar hipóteses, inferir sobre o assunto, que
para Solé, (1998, p. 110- 111) é “ajustar na intervenção à situação. ” Após a prática
da leitura, o professor poderá construir atividades cognitivas com a verificação do
que foi absorvido pelo aluno.
Durante a Leitura
“Ler é uma ação que realizamos por meio da exercitação compreensiva”, por
isso durante o processo da leitura, segundo Solé (1998, p. 115) ocorre à verificação
de previsões que levam a construção da compreensão do texto, isto é, a criança
consegue compreender e elaborar resumo ou produzir uma mensagem de signifi-
cado. Faz parte da característica do texto são a estrutura, tipo, a organização, os
títulos e ilustrações que permitem produzir hipóteses e previsões. As previsões podem
ser elaboradas juntamente com as crianças e ao final da atividade verificar, formular
e construir interpretações, atingindo assim o objetivo da leitura. Quando o professor
propõe uma leitura em voz alta, pode observar possíveis problemas de leitura ou
compreensão do texto, tais como: O reconhecimento e a pronúncia das palavras
(decodificação) e o uso de pausas por problemas de decodificação, isto é, o aluno
ler silabando, pois se preocupa em verbalizar e não atribuir significado.
O trabalho do professor durante todo processo é contínuo e eficaz para o
avanço do ensino-aprendizagem. Em um primeiro momento trabalhar a literatura na
Educação Infantil é uma estratégia fantástica para o desenvolvimento da lingua-
gem oral e escrita, além de ser muito prazerosa. Exemplo de estratégia para o tra-
balho literário no Ensino Infantil.
62
1. Livro de Referência
A obra de Conceil Corrêa Silva, “A colcha de retalhos” conta a história de
Felipe, um menino que gosta muito de visitar sua avó. Certa vez, enquanto a vovó
costurava uma colcha de retalhos coloridos, eles foram lembrando momentos ale-
gres e tristes que tinha acontecido. Nesse dia, Felipe descobre o significado da sau-
dade.
2. Procedimentos Metodológicos
Leitura do livro pelos alunos de forma autônoma e mediada pelo professor,
destacando as habilidades leitoras que se quer desenvolver.
3. Antes da leitura
Essa etapa envolve análise exploratória, a inspeção do material e a definição
dos objetivos da leitura. Regaste os conhecimentos prévios dos alunos sobre o tema
e o livro. Pergunte o que eles esperam encontrar na obra, com base na percepção
das imagens, da capa, da quarta capa, do título, do nome do autor, do ilustrador e
da editora, da formatação dos textos etc. Em uma análise seria: Ler o livro antes de
ler a história do livro.
4. Durante a leitura
Oriente os alunos a verificarem se o conteúdo correspondeu às previsões e
expectativas. Auxilie as crianças a identificarem o tema, as palavras-chave e a ideia
principal, construindo o sentido história e apreciando esteticamente a narrativa.
5. Depois da leitura
Os alunos precisam compreender e interpretar a história por meio de pistas
que apontem para o significado. Eles podem compartilhar suas impressões, desco-
bertas, questionamentos, associações com as vivências do cotidiano e avaliações
críticas. E ainda como sugestões têm: Os alunos podem entrevistar a vovó, confec-
cionar álbum de fotos com a vovó, confeccionar uma colcha de retalhos (cada
63
criança traz um pedaço de retalho) contando uma história da família, convidar as
avós para sala de aula, festival de música, palestras, oficinas de valores e outros.
64
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Indique se as afirmações a seguir sobre o conceito de leitura são verdadeiras (V)
ou Falsas (F).
( ) O processo de leitura ocorre por meio de memorização de palavras.
( ) A leitura é uma interação entre o leitor e o texto.
( ) A leitura é uma forma de processamento da informação.
( ) Não precisamos da atenção e nem da memória para aprender a ler.
( ) A leitura não é uma decifração e uma decodificação, por isso, é indispensável
construir um léxico mental.Assinale a alternativa correspondente à sequência correta de preenchimento dos
parênteses.
a) V, F, F, V, F.
b) V, F, V, F, V.
c) V, V, F, V, F.
d) F, V, V, F, F.
e) F, F, F, V, V.
2. Os diálogos a seguir caracterizam os diferentes momentos no processamento de
estratégias de leitura. Identifique se os diálogos acontecem antes, durante ou de-
pois da leitura.
I. Professor: Este texto irá tratar de qual assunto?
II. Aluno: O texto fala que precisamos economizar água.
Professor: Todos concordam que essa é a ideia central?
III. Professor: Alguém gostaria de fazer alguma pergunta sobre o texto?
IV. Professor: Quem já viu uma tartaruguinha marinha?
Aluno 1: Eu vi em um livro.
Aluno 2: Eu conheço o Projeto Tamar.
Aluno 3: Eu assisti a um vídeo.
V. Professor: O que você acha que acontecerá agora?
65
a) I – durante, II - durante, III - depois, IV – antes, V- depois.
b) I – antes, II - depois, III - depois, IV – antes, V- depois.
c) I – antes, II – durante, III – durante , IV – durante, V- depois.
d) I – durante, II - depois, III – antes, IV – depois, V- depois.
e) I – antes, II – antes, III - depois, IV – depois, V- depois.
3. Leia a citação.
“Formar leitores autônomos também significa formar leitores capazes de aprender
a partir dos textos. Para isso, quem lê deve ser capaz de interrogar-se sobre sua
própria compreensão, estabelecer relações entre o que lê e o que faz parte do
seu acervo pessoal, questionar seu conhecimento e modificá-lo, estabelecer ge-
neralizações que permitam transferir o que foi aprendido para outros contextos
diferentes. ” (Isabel Solé)
É correto dizer que para formar bons leitores, capazes de compreender o que
leem, é preciso:
a) ensinar a técnica da leitura.
b) ensinar a decodificação.
c) motivá-los, despertar o gosto da leitura.
d) ajudá-los a relacionarem o seu conhecimento pessoal com o que os textos ofere-
cem.
e) ensinar os significados das palavras.
4. Numa escola municipal oferecem do primeiro ao quinto ano do Ensino Funda-
mental, as professoras do quarto e do quinto ano vêm debatendo, nos horários
de trabalho pedagógico coletivo, como desenvolver boas estratégias de leitura.
Seguindo a orientação da equipe técnica do sistema municipal, leram e discuti-
ram a obra Estratégias de Leitura, escrita por Isabel Solé, que se apoia na pers-
pectiva construtivista.
Para essa autora, o ensino da leitura deve compor-se de estratégias que se cons-
tituem como:
66
a) um método com técnicas sequenciadas de leitura, graduadas por dificuldade
dos textos, em que o professor oferece modelos de leitura de textos de diferentes
tipos.
b) uma estimulação ao esforço pessoal do aluno para ler, com situações de leitura
compartilhada de textos do seu interesse, desde que ligados a seu cotidiano de
vida.
c) uma ajuda do professor ao aluno, de modo que este possa construir seus apren-
dizados, tarefa na qual ele é insubstituível e que pode conduzi-lo à autonomia.
d) um apoio, como o parceiro mais experiente, lendo diariamente em voz alta
para os alunos textos literários, informativos e científicos de diversas áreas.
e) uma revolução no ensino de leitura, “jogando o aluno na água para que ele
aprenda a nadar”, ou seja, inundando-o de textos para que aprenda a ler.
5. Considere a situação que segue para responder à questão:
Alunos egressos do Ensino Fundamental I matricularam-se em uma escola de En-
sino Fundamental II, próxima. Os professores que receberam esses alunos encami-
nharam a seus ex-professores dados de avaliação que revelavam dificuldade de
leitura desses estudantes. A avaliação diagnóstica, realizada na escola de Ensino
Fundamental II, explicitou que os ex-¬alunos da escola de Ensino Fundamental I
decodificavam perfeitamente quaisquer tipos de materiais escritos, mas não con-
seguiam compreendê-los.
Os professores do Fundamental I concordaram que esse problema, expressivo en-
tre os seus ex-¬alunos, é também explícito entre os seus alunos atuais. Desse modo,
revelaram interesse em estudar para superar o problema de ensino-aprendiza-
gem identificado.
De acordo com Solé (1998), podemos afirmar que tal impacto está relacionado
ao fato de que, por meio das estratégias de leitura, o professor ensina aos alunos
que:
a) ler é um procedimento, assim é relevante assistirem aos processos/modelos de lei-
tura, verem e entenderem como o professor utiliza tais estratégias, como faz uma
interpretação de texto.
b) o resumo é um instrumento de avaliação, assim comprometem-¬se com o estudo
67
da leitura compartilhada em sala de aula, a fim de compreenderem o texto ex-
plorado com ajuda do professor.
c) a leitura para simples deleite deve ser secundarizada, em favor dos estudos dos
textos didáticos, os quais contêm e promovem o acesso ao conhecimento válido
e que será útil para a vida adulta.
d) a complexidade que caracteriza a leitura pode ser enfrentada, pois a professora
formula perguntas sobre o texto que os fazem identificar a ordem precisa dos fatos
para a elaboração do resumo.
e) durante a leitura e o estudo do texto, também são avaliados, uma vez que o pro-
fessor pontua positivamente as participações, faz elogios, premia os alunos mais
atentos e que acertam as respostas.
6. Segundo as indicações de Isabel Solé (1998), o professor pode desenvolver boas
estratégias durante a leitura de textos com seus alunos, entre elas:
a) antecipações ou criação de expectativas sobre o texto.
b) localização do nome do autor na capa do livro.
c) identificação de referências a outros textos.
d) avaliação das informações ou opiniões emitidas no texto.
e) avaliação crítica do texto.
7. Manter as crianças motivadas é fundamental para o aprendizado e mesmo antes
começarmos a leitura, o professor precisa atentar para:
a) Os recursos didáticos que serão utilizados para o trabalho, a princípio, o material
precisa chamar a atenção das crianças.
b) Os textos devem estar em conformidade com o conteúdo que estão trabalhando
e deixar as crianças escolherem o que desejam ler.
c) Levá-los a biblioteca, deixar que busquem assuntos de seus interesses, histórias de
princesas e príncipes, dinossauros, animais e outros.
d) As estratégias que serão utilizadas antes, durante e depois da leitura.
e) Todas as alternativas estão corretas.
8. O papel do professor em sala de aula precisa promover o letramento conforme
Peixoto, Silva e Ferreira (citados por Souza, Leite e Albuquerque (2006), segue:
68
a) Investigar práticas sociais do cotidiano.
b) Planejar ações visando dar significado à linguagem escrita.
c) Desenvolver, com a leitura, a interpretação e a produção de diferentes gêneros
d) Incentivar os alunos a praticar a escrita socialmente.
e) Todas as alternativas referentes ao papel do professor em sala de aula.
69
OS PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS E A BNCC DO ENSINO
DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA
EDUCAÇÃO INFANTIL E SÉRIES
INICIAIS DO ENSINO
FUNDAMENTAL
INTRODUÇÃO
Nesta unidade iremos conhecer as propostas dos PCNs – Parâmetros Curricu-
lares Nacionais para Ensino da Língua Portuguesa na Modalidade da Educação In-
fantil e séries iniciais do Ensino Fundamental e o que propõe a BNCC – Base Nacional
Curricular Comum. O que se espera que os alunos adquiram progressivamente uma
competência em relação à linguagem que lhes possibilite resolver problemas da
vida cotidiana, ter acesso aos bens culturais e alcançar a participação plena no
mundo letrado. Para que essa expectativa se concretize, saberemos as competên-
cias e habilidades para as modalidades do ensino.
O que a Base Curricular Comum oferece para uma nova perspectiva de en-
sino e como a escola deve escolher ensinar e como ensinar.
PCNS - OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram elaborados com o intuito de aten-
der sem distinção todas as regiões brasileiras, pois vivemos em um país onde a diver-
sidade é realidade, o respeito à diversidade, a vontade de construir um processo
educativo comuma todos sem discriminação, que permite a todas as crianças uma
educação pautada nos conhecimentos sociais e ao mesmo tempo capazes de for-
mar cidadãos críticos e em pleno gozo da Cidadania.
Esses Parâmetros Curriculares Nacionais foram criados para ser um referencial
de qualidade para a Educação em nosso país. Sua função é orientar e garantir a
UNIDADE
01
70
coerência dos investimentos no Sistema Educacional, socializando discussões, pes-
quisas e recomendações com a participação de técnicos e professores brasileiros,
principalmente aqueles que se encontra em lugares mais isolados e com menor con-
tato a produção pedagógica atual.
ALFABETIZAÇÃO E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA ESCOLA
Os conhecimentos linguísticos construídos por uma criança que inicia o pri-
meiro ciclo serão tanto mais aprofundados e amplos quanto o permitirem as práticas
sociais mediadas pela linguagem das quais tenha participado até então. É pela me-
diação da linguagem que a criança aprende os sentidos atribuídos pela cultura às
coisas, ao mundo e às pessoas; é usando a linguagem que constrói sentidos sobre a
vida, sobre si mesma, sobre a própria linguagem. Essas são as principais razões para,
da perspectiva didática, tomar como ponto de partida os usos que o aluno já faz da
língua ao chegar à escola, para ensinar-lhe aqueles que ainda não conhece.
É possível aprender, tanto sobre a linguagem verbal quanto sobre as práticas
sociais nas quais ela se realiza, por meio da troca interpessoal. Por isso, as atividades
de aprendizagem de Língua Portuguesa ganham muito quando se realizam num
contexto de cooperação. No processo de aprendizagem, aquilo que num dado mo-
mento um aluno consegue realizar apenas com ajuda posteriormente poderá fazê-
lo com autonomia. Daí a importância de uma prática educativa fundamentalmente
apoiada na interação grupal, que, apesar de só se materializar no trabalho em
grupo, não significa necessariamente a mesma coisa.
O trabalho em grupo possibilita ricos intercâmbios comunicativos que, embora
tenham enorme valor social e pedagógico, nem sempre implicam interação produ-
tiva do ponto de vista dos conteúdos escolares. Para que a interação grupal cumpra
seu papel didático é preciso que os alunos realmente realizem juntos uma determi-
nada atividade, que o resultado seja, de fato, produto da ação do grupo — não
coincidente, portanto, com o que nenhum aluno poderia realizar individualmente.
Se, diante da proposta de recuperar de memória uma história conhecida, uma dupla
de alunos tem como resultado basicamente o trabalho de um deles (ainda que com
a concordância do outro), por mais interessantes que tenham sido os intercâmbios
durante a atividade, não se pode afirmar que o produto final seja resultado da inte-
ração dos dois. Nesse sentido, o grande desafio é criar condições didáticas para que
71
a interação verdadeiramente ocorra.
Desde o início do primeiro ciclo é imprescindível que se ofereça aos alunos a
possibilidade de perguntar sobre a linguagem (e sobre todas as coisas) e de obter
respostas. Respostas que precisam ser adequadas e suficientes para que possam
aprender com elas. Da mesma forma, é preciso que o professor investigue quais são
as ideias que seus alunos possuem sobre a língua para poder organizar o trabalho
pedagógico levando-as em consideração. Por outro lado, a observação criteriosa
do comportamento dos alunos durante o desenvolvimento das atividades oferece
informações valiosas para a organização dos agrupamentos na classe: quais alunos
têm informações para trocar; que constituem um grupo realmente produtivo ao tra-
balharem juntos; quem precisa trabalhar com quem para poder aprender algo.
O critério de agrupamento, no entanto, não pode ter apenas como referência
os aspectos cognitivos, pois há muitas outras variáveis importantes a serem conside-
radas. Assim, se ao propor uma tarefa o professor sabe que determinado aluno tem
informações que poderia transmitir a outro, mas é alguém que não age cooperati-
vamente no trabalho em parceria, terá então de decidir se vale a pena colocá-los
juntos, se isso será realmente produtivo, ou se é o caso, por exemplo, de identificar
um terceiro colega que poderia equilibrar o grupo.
Sem dúvida, durante toda a escolaridade, a aprendizagem dos alunos de-
pende muito da intervenção pedagógica do professor. Entretanto, no primeiro ciclo
ela assume uma característica específica, pois, além de todos os conteúdos escola-
res a serem aprendidos, há ainda um conjunto de aprendizados decorrentes de uma
situação nova para a maioria dos alunos: a convivência no espaço público da es-
cola. Ao professor do primeiro ciclo cabe contribuir para que o início desse processo
seja a base de um convívio solidário e democrático. Se o trabalho em colaboração
é condição para a interação grupal — e essa, por sua vez, é condição para uma
prática educativa baseada nesses pressupostos —, é imprescindível que o professor
tenha metas para a formação de relações produtivas entre os alunos, construa cole-
tivamente as normas de convívio e funcione como modelo de parceiro experiente e
solidário. É também no primeiro ciclo que se deve iniciar a constituição de algo que
se poderia chamar de “papel de estudante”: a disponibilidade para aprender, a res-
ponsabilidade com os estudos e com o material escolar, a capacidade de trabalhar
em parceria, o respeito a diferentes pontos de vista, o respeito às normas de convi-
72
vência e aos “combinados” do grupo, à preservação do espaço público, entre ou-
tras atitudes.
Quando se reflete sobre o ensino de Língua Portuguesa, logo se divide o pro-
cesso em dois momentos; sendo primeiro previsto para durar em geral um ano, o pro-
fessor deverá ensinar o sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica)
e algumas convenções ortográficas do português — o que garantiria ao aluno a pos-
sibilidade de ler e escrever por si mesmo e o segundo momento se desenvolveria em
duas linhas básicas: os exercícios de redação e os treinos ortográficos e gramaticais.
Porém, a compreensão atual da relação entre a aquisição das capacidades de re-
digir e grafar rompe com a crença arraigada de que o domínio do bê-á-bá seja pré-
requisito para o início do ensino de língua e nos mostra que esses dois processos de
aprendizagem podem e devem ocorrer de forma simultânea. Um diz respeito à
aprendizagem de um conhecimento de natureza notacional: a escrita alfabética; o
outro se refere à aprendizagem da linguagem que se usa para escrever. A conquista
da escrita alfabética não garante ao aluno a possibilidade de compreender e pro-
duzir textos em linguagem escrita. Essa aprendizagem exige um trabalho pedagógico
sistemático.
A alfabetização, considerada em seu sentido restrito de aquisição da escrita
alfabética, ocorre dentro de um processo mais amplo de aprendizagem da Língua
Portuguesa. Esse enfoque coloca necessariamente um novo papel para o professor
das séries iniciais: o de professor de Língua Portuguesa.
6.3.1 Proposta da BNCC – Base Nacional Comum Curricular: uma nova Pers-
pectiva do Ensino da Língua Portuguesa
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter nor-
mativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais
que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Edu-
cação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e
desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Edu-
cação (PNE). Este documento normativo aplica-se exclusivamente à educação es-
colar, tal como a define o § 1º do Artigo 1º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB, Lei nº 9.394/1996) e está orientado pelos princípios éticos, políticos e
estéticos que visam à formação humana integral e à construção de uma sociedade
73
justa, democrática e inclusiva, como fundamentado nas Diretrizes Curriculares Naci-
onais da Educação Básica (DCN).
Na perspectivada Base Nacional Comum Curricular assim sendo, no Ensino
Fundamental – Anos Iniciais, no eixo Oralidade, aprofundam-se o conhecimento e o
uso da língua oral, as características de interações discursivas e as estratégias de fala
e escuta em intercâmbios orais; no eixo Análise Linguística/Semiótica, sistematiza-se
a alfabetização, particularmente nos dois primeiros anos, e desenvolvem-se, ao longo
dos três anos seguintes, a observação das regularidades e a análise do funciona-
mento da língua e de outras linguagens e seus efeitos nos discursos; no eixo Leitura/Es-
cuta, amplia-se o letramento, por meio da progressiva incorporação de estratégias
de leitura em textos de nível de complexidade crescente, assim como no eixo Produ-
ção de Textos, pela progressiva incorporação de estratégias de produção de textos
de diferentes gêneros textuais.
No processo de alfabetização é preciso que os estudantes conheçam o alfa-
beto e a mecânica da escrita/leitura – processos que visam a que alguém (se) torne
alfabetizado, ou seja, consiga “codificar e decodificar” os sons da língua (fonemas)
em material gráfico (grafemas ou letras), o que envolve o desenvolvimento de uma
consciência fonológica (dos fonemas do português do Brasil e de sua organização
em segmentos sonoros maiores como sílabas e palavras) e o conhecimento do alfa-
beto do português do Brasil em seus vários formatos (letras imprensa e cursiva, maiús-
culas e minúsculas), além do estabelecimento de relações grafofônicas entre esses
dois sistemas de materialização da língua. A proposta reforça a ideia de que alfabe-
tizar é um processo contínuo e complexo, o professor deve atentar para a linguagem
oral, língua escrita, as metodologias e estratégias de trabalho a fim de desenvolver
as habilidades propostas para a alfabetização.
E a prática da oralidade é uma das mais interessantes, pois traz uma desmisti-
ficação de que existe uma única forma de falar: a norma padrão da língua. Sabemos
que existem várias formas distintas e contextos de uso da língua oral e que deve ser
apresentado aos alunos de uma maneira respeitosa, destacando a importância da
adequação ao contexto da fala. Nessa prática, são aprofundados os conhecimen-
tos de usos da língua oral e as características das interações sociais de fala e de es-
cuta, novidade nos documentos que orientam os professores.
Em relação à prática da leitura, a BNCC destaca a importância da considera-
ção do aluno e do contexto onde a escola está inserida para a escolha dos textos.
74
O trabalho de leitura não deve se centrar somente na decodificação e seleção de
informações, mas também nas inferências e deduções por parte do aluno, na refle-
xão sobre o léxico do texto, nas habilidades de compreensão e de interpretação.
Agindo assim, o aluno obterá o autodomínio do processo de leitura antes, durante a
análise do texto.
A prática de análise linguístico-semiótica recebe uma atenção neste docu-
mento, segundo a BNCC, o estudo da língua não deve ser feito descontextualizado,
em orações soltas, desconectadas do uso real, pelo contrário, o professor deve fazer
escolhas linguísticas que garante efetivamente uma aprendizagem pautada no uso,
na leitura e na produção de texto. Consta nesta prática o processo de alfabetização,
que deve ocorrer no 1º e 2º anos e que é muito detalhado na BNCC.
Em resumo, podemos definir as capacidades/habilidades envolvidas na alfa-
betização/ como sendo capacidades de (de)codificação, que envolvem:
• compreender diferenças entre escrita e outras formas gráficas (outros sistemas de
representação);
• dominar as convenções gráficas (letras maiúsculas e minúsculas, cursiva e script);
• conhecer o alfabeto;
• compreender a natureza alfabética do nosso sistema de escrita;
• dominar as relações entre grafemas e fonemas;
75
• saber decodificar palavras e textos escritos;
• saber ler, reconhecendo globalmente as palavras;
• ampliar a sacada do olhar para porções maiores de texto que meras palavras,
desenvolvendo assim fluência e rapidez de leitura (fatiamento).
É preciso também ter em mente que este processo de ortografização em sua
completude pode tomar até mais do que os anos iniciais do Ensino Fundamental.
Evidentemente, os processos de alfabetização e ortografização terão impacto
nos textos em gêneros abordados nos anos iniciais. Em que pese a leitura e a produ-
ção compartilhadas com o docente e os colegas, ainda assim, os gêneros propostos
para leitura/escuta e produção oral, escrita e multissemiótica, nos primeiros anos ini-
ciais, serão mais simples, tais como listas (de chamada, de ingredientes, de compras),
bilhetes, convites, foto-legenda, manchetes e lides, listas de regras da turma etc., pois
favorecem um foco maior na grafia, complexificando-se conforme se avança nos
anos iniciais. Nesse sentido, ganha destaque o campo da vida cotidiana, em que
circulam gêneros mais familiares aos alunos, como as cantigas de roda, as receitas,
as regras de jogo etc. Do mesmo modo, os conhecimentos e a análise linguística e
multissemiótica avançarão em outros aspectos notacionais da escrita,como pontua-
ção e acentuação e introdução das classes morfológicas de palavras a partir do 3º
ano.
76
Figura 16: Competências gerais da nova BNCC
Disponível em: https://bit.ly/2Wq7Ve0. Acesso em: 02 mar. 2020.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Base Nacional Comum Curricular além de desenvolver a nossa capacidade
de reflexão, é também uma retomada da Educação Infantil e de sua própria identi-
dade, aprofundando os conceitos e concepções que se colocam no cenário atual
como um espaço formativo para os professores. E o grande desafio é fazer com que
os direitos se materializam no cotidiano da Educação Infantil e atendam os objetivos
de aprendizagem e desenvolvimento em conformidade com a faixa etária proposta
nesse documento.
77
FIXANDO O CONTEÚDO
1. Os PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais são apresentados como:
a) Um currículo fechado para o ensino das disciplinas.
b) Leis para o sistema de educação nacional.
c) Um documento que normatiza a educação básica.
d) Um documento contendo o currículo que todas as escolas públicas e privadas
devem seguir.
e) Subsídio para apoiar o projeto da escola na elaboração do seu programa curri-
cular.
2. (INTEGRI) De acordo com Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa,
no Brasil, existe muitas variedades dialetais. Pela fala é possível conhecer parte do
repertório cultural do outro, mas existem muitos preconceitos decorrentes dos dife-
rentes modos de falar.
O problema do preconceito disseminado na sociedade, em relação às falas dia-
letais deve ser:
a) alimentado, já que a única forma certa de falar é a que se parece com a escrita.
b) estimulado, existem preconceitos que podem ser positivos, é preciso consertar a
fala do aluno para evitar que ele escreva errado, a escrita é o espelho da fala.
c) orientado e a fala deve ser educada para atingir a formalidade da escrita.
d) combatido na escola, como parte do objetivo educacional mais amplo de edu-
cação que é o de respeito à diferença para não se produzir uma mutilação cultu-
ral que, além de desvalorizar a forma de falar do aluno, desrespeita as sua origens
e história.
e) Ensinado em sala de aula, pois só existe uma regra para a língua portuguesa.
3. “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter norma-
tivo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que
todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Edu-
cação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem
e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de
Educação (PNE) ”.
78
(Fonte: BRASIL, 2017, p. 7).
I. Considerando a concepção presente no texto, analise as afirmativas a seguir:
II. A BNCC reconhece que a Educação Básica deve visar à formação e ao desen-
volvimento humano global, o que implica compreender que esse desenvolvi-
mentoé linear.
III. A dimensão conceitual da BNCC permite que os estudantes desenvolvam apro-
ximações e compreensões sobre os saberes científicos e os presentes nas situa-
ções cotidianas.
IV. A noção de competência é definida na BNCC como a mobilização de conheci-
mentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da
vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.
V. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de
competências, a LDBEN orienta a definição das aprendizagens dos conteúdos
mínimos a serem ensinados na proposta da BNCC.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
a) I e II.
b) III e IV.
c) I e III.
d) II e IV.
e) II e III.
4. Segundo os PCNs o ensino de Língua Portuguesa na Educação Infantil se divide
em dois momentos que são:
I. O primeiro previsto para durar em geral um ano, o professor deveria ensinar o
sistema alfabético de escrita (a correspondência fonográfica) e algumas con-
venções ortográficas do português — o que garantiria ao aluno a possibilidade
de ler e escrever por si mesmo.
II. O segundo momento se desenvolveria em duas linhas básicas: os exercícios de
redação e os treinos ortográficos e gramaticais. Porém a compreensão atual da
relação entre a aquisição das capacidades de redigir e grafar rompe com a
crença arraigada de que o domínio do bê-á-bá seja pré-requisito para o início
79
do ensino de língua e nos mostra que esses dois processos de aprendizagem po-
dem e devem ocorrer de forma simultânea.
III. O terceiro momento não está relacionado ao desenvolvimento das habilidades
diversas para o seu crescimento.
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
a) II.
b) I.
c) I e II.
d) I, II e III.
e) III.
5. O artigo 26 da Lei no 9.394/96, LDB em vigor, afirma que os currículos da educação
infantil devem contemplar a Base Nacional Comum Curricular – BNCC. Em dezem-
bro de 2017, o Conselho Nacional de Educação a aprovou. Sobre esse tema, é
correto afirmar que a BNCC é um documento de caráter:
a) reflexivo, que define o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendiza-
gens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos.
b) normativo, que define o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendi-
zagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos.
c) opcional, que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendi-
zagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos.
d) sugestivo, que defende o conjunto normativo orgânico e progressivo de aprendi-
zagens essenciais como direito das crianças, jovens e adultos.
e) todas as alternativas estão incorretas.
6. O Ministério da Educação, o (MEC), cumprindo as exigências legais, propôs
e encaminhou as escolas os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) e por meio do
próprio MEC, coube à União o estabelecimento de conteúdos mínimos, que foram
denominados:
a) Globalização.
80
b) Parte Diversificada.
c) Valorização Cultural.
d) Base Nacional Comum.
e) Base Nacional Completa.
7. Na perspectiva da Base Nacional Comum Curricular assim sendo, no Ensino Fun-
damental – Anos Iniciais, no eixo Oralidade, aprofundam-se:
a) o conhecimento e o uso da língua oral, as características de interações discursivas
e as estratégias de fala e escuta em intercâmbios orais;
b) no eixo Análise Linguística/Semiótica, sistematiza-se a alfabetização, particular-
mente nos dois primeiros anos, e desenvolvem-se, ao longo dos três anos seguin-
tes, a observação das regularidades e a análise do funcionamento da língua e
de outras linguagens e seus efeitos nos discursos.
c) no eixo Leitura/Escuta, amplia-se o letramento, por meio da progressiva incorpo-
ração de estratégias de leitura em textos de nível de complexidade crescente
d) no eixo Produção de Textos, pela progressiva incorporação de estratégias de pro-
dução de textos de diferentes gêneros textuais.
e) todas as alternativas estão corretas.
8. Na perspectiva da Base Nacional Comum Curricular assim sendo no processo de
alfabetização, a proposta reforça a ideia de que alfabetizar é um processo contí-
nuo e complexo, por isso é necessário:
I. O conhecimento do alfabeto e a mecânica da escrita/leitura – processos
que visam a que alguém (se) torne alfabetizado, ou seja, consiga “codifi-
car e decodificar” os sons da língua (fonemas) em material gráfico (grafe-
mas ou letras).
II. O conhecimento do alfabeto do português do Brasil em seus vários forma-
tos (letras imprensa e cursiva, maiúsculas e minúsculas), além do estabele-
cimento de relações grafofônicas entre esses dois sistemas de materializa-
ção da língua.
III. Atentar para a linguagem oral, língua escrita, as metodologias e estratégias
de trabalho a fim de desenvolver as habilidades propostas para a alfabe-
tização.
81
Está CORRETO apenas o que se afirma em:
a) II.
b) I.
c) I e II.
d) I, II e III.
e) III.
82
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO
UNIDADE 01 UNIDADE 02
QUESTÃO 1 E QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 E
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 D QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 B
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 B
UNIDADE 03 UNIDADE 04
QUESTÃO 1 B QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 E QUESTÃO 3 A
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 C
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 D QUESTÃO 7 C
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 E
UNIDADE 05 UNIDADE 06
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 D QUESTÃO 3 E
QUESTÃO 4 C QUESTÃO 4 C
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 C QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 E QUESTÃO 8 D
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REFERÊNCIAS
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