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RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 1.1 Unidade 1 Trilha 1 CONCEITOS BÁSICOS DE MARKETING E RELACIONAMENTO REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Conceitos básicos de marketing e relacionamento Conteúdo organizado pelo professor Márcio de Cassio Juliano por meio dos livros base ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859701376 4/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-i mage-button-230153%5D%400:0.0994 https://docs.google.com/file/d/1piG4euWfHK8SEpT0vvD_bfp96v3Ht54F/preview ● Definir o conceito de Marketing. ● Definir o conceito de relacionamento. ● Explicar o composto de marketing (4Ps) ● Demonstrar o significado do termo relacionamento com o cliente. ● Descrever o conceito de Marketing de Relacionamento. Competências desta trilha a) Pensamento inovador e analítico b) Aprendizado ativo e estratégias de aprendizado c) Resolução de problemas Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá, seja bem-vindo a primeira trilha da unidade da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. A proposta desta trilha é fazer uma introdução ao conceito de relacionamento com o cliente apresentando os conceitos básicos de marketing de relacionamento. Você já deve ter escutado alguém falando a palavra marketing, mas será que você sabe o significado deste conceito? O marketing é um conceito que abrange diversas atividades em relação a um produto (bem ou um serviço), desde a precificação e as condições de venda, passando pela definição dos canais de distribuição e comunicação, da definição dos atributos do produto até as políticas de propaganda e promoção. Essas atividades são elementos de um conjunto denominado composto de marketing, que é conhecido popularmente como os 4Ps do Marketing. Por isso que, além de aprender a definir o conceito de marketing você também aprenderá a explicar o composto de marketing (4Ps) depois que terminar essa trilha de ensino. Além disso, você precisa saber que o marketing tem um campo de estudo que engloba a questão do relacionamento com os clientes, chamado de Marketing de Relacionamento. Você já para pensar sobre o motivo pelo qual seria importante se relacionar com o cliente? Pois é, o relacionamento com o cliente ajuda a empresa a descobrir onde ela está acertando e onde ela está errando, proporcionando a oportunidade de corrigir os erros e manter e aprimorar os acertos, sem contar que, ao ouvir o cliente, será possível descobrir as suas necessidades e desejos e a partir daí, agir para atende-lo da forma que ele (cliente) mais gosta. Ao agradar o cliente e ir além de satisfazer as suas necessidades e desejos, o relacionamento adequado transforma os clientes em defensores e admiradores da empresa, tornando-se fiéis a cada compra e ficando cada vez mais longe da concorrência. Agora é contigo, aproveite bem essa oportunidade de aprendizado e bom estudo! Imagine que você está trabalhando no setor de marketing de uma empresa de produtos alimentícios a base de cacau. A empresa tem um portfólio de produtos limitado, com pouca ou nenhuma diferenciação em relação à concorrência e voltado para as classes populares, quase sempre disputando o mercado por preço ou por levar o produto a regiões remotas onde os outros concorrentes não se interessam em vender os seus produtos. A sua função na empresa é a de criar estratégias de marketing DESAFIO INICIAL para fortalecer a marca da empresa e aumentar o volume das vendas, pois a fábrica tem boa capacidade de produção que está sendo subutilizada, em outras palavras, tem capacidade ociosa de produção. O principal executivo da empresa pede para fazer uma reunião contigo e no desenrolar desse encontro ele diz a você que está preocupado em participar de apenas um segmento de mercado, dizendo que isso torna a empresa dependente de uma competição predatória, quase exclusivamente em relação aos preços praticados. Por conta disso, ele está pensando em lançar uma nova linha de chocolates gourmet para um público de gosto mais apurado, que gosta de produtos diferenciados e sofisticados e que devem ser tratados de forma diferente desde a experiência da compra até o consumo do produto, levando em consideração atributos como embalagem, sabor, odor e fácil disponibilidade do produto no ponto de venda que ele (cliente) julga ser mais adequado. Porém, a única informação concreta que você tem sobre essa nova proposta de linha de produto (em barras) é a receita refinada com o melhor cacau produzido na Bahia como base e que a linha terá sabores exóticos com a adição de frutas como o damasco e o cupuaçu além de sementes oleaginosas como a avelã e as nozes. Diante deste contexto, o seu desafio é o de elaborar o composto de marketing para essa nova linha de chocolates gourmet. Fique tranquilo que esse desafio será ultrapassado sem muitos problemas depois que você estudar essa trilha e realizar todas as atividades propostas. Bom trabalho! É preciso conhecer os conceitos de Marketing e de Relacionamento de forma separada, para depois compreender plenamente o significado de Marketing de Relacionamento. Você já deve ter ouvido algumas vezes a palavra marketing, não ouviu? Mas você sabe o que ela significa? Antes de definir o conceito “marketing” é bom que você saiba que ele existe, principalmente, para construir e manter uma base de clientes fiéis, agindo de forma a distinguir a organização e a sua marca de seus concorrentes e assim oferecer produtos e serviços sob uma atmosfera amigável e atraente que envolva os clientes, incentivando-os a desconsiderar outras ofertas e a preferir a da sua empresa. Ampliando a aprendizagem A Associação Americana de Marketing (AAM) conceitua marketing como uma atividade organizacional que reúne um conjunto de funções e processos voltados para a criação, captura, comunicação, distribuição e troca daquilo que tem valor para consumidores, clientes, parceiros e a sociedade em geral. (GREWAL, 2016) Que tal compreender o motivo de o marketing ser tão importante dentro e fora da empresa? Então vamos lá, muitas pessoas acreditam que o marketing consiste em divulgar um produto, mas essa é uma crença muito limitada, pois, além de criar estratégias para a divulgação de produtos, o marketing também é responsável por identificar, estabelecer e definir: ● estratégias comerciais (envolvendo inclusive o preço e as condições de pagamento); ● as formas de fazer o produto ou serviço chegar ao cliente (disponibilizar para compra); ● quais produtos (bens ou serviços) serão ofertados para os clientes; ● quais serão os atributos do produto e; ● quais as características, necessidades, desejos e expectativas do cliente em relação ao produto. Porém, é importante que você saiba definir o conceito de cliente para continuar o seu estudo, afinal, é ele que deve estar no centro das atenções quando o tema é marketing de relacionamento. De forma resumida, mas válida e direta, o cliente é aquele que compra e recebe o produto, como, por exemplo, aquela pessoa que compra um automóvel é o cliente final da indústria automobilística e, da mesma forma, a pessoa que vai a um salão de beleza para cortar o cabelo é o cliente final deste salão. Atributos são as propriedades qualitativasou quantitativas que caracterizam um produto (bem ou serviço), como a sua forma, cor, durabilidade, usabilidade, etc... Ampliando o vocabulário Contudo, para que o carro e o corte de cabelo cheguem ao cliente final é preciso um processo de produção, que exige atividades inter-relacionadas para transformar as matérias-primas ou o trabalho nos produtos finais. Por isso, é preciso que você também conheça o conceito de cliente intermediário, que é justamente a montadora de automóveis e o salão de beleza se considerarmos os exemplos anteriores. Os clientes intermediários não adquirem os produtos para si, mas sim para usá-los na produção do seu produto ou para repassá-los para o cliente final. A empresa que produz os pneus para os veículos tem como cliente intermediário a montadora, dependendo do sucesso dela para também ter sucesso. Do mesmo modo, as empresas que produzem produtos de beleza têm como cliente intermediário os salões e as lojas de cosméticos que, aí sim, atenderão ao cliente final. Independentemente de final ou intermediário, o marketing deverá atuar para garantir a satisfação do cliente por meio de um conjunto de atribuições. Por isso, você precisa saber que essas atribuições do setor de marketing estão agrupadas em uma ferramenta chamada de composto de marketing, mix de marketing ou ainda de os 4 Ps do marketing. Cada um dos componentes do mix de marketing possui suas próprias especificidades em relação às decisões que devem ser tomadas, conforme demonstrado na Figura 1. Figura 1: Componentes dos 4 Ps do Marketing Fonte: autor O P de produto (bem ou serviço) cria e define o que será ofertado, tomando como base a compreensão das necessidades e dos desejos dos consumidores, além de identificar quem são seus concorrentes e como eles atuam no mercado. Vale aqui fazer uma distinção importante entre bens e serviços. Enquanto os bens são objetos ou dispositivos físicos que propiciam benefícios aos clientes por meio de sua propriedade ou uso, os serviços consistem em atos, processos e atuações oferecidos ou coproduzidos por uma entidade ou pessoa, para outra entidade ou pessoa. A figura 2 apresenta as principais características entre bens e serviços. Figura 2: Características dos bens e dos serviços Fonte: autor Voltando aos 4’ps do marketing, no P de praça é que se decide como disponibilizar o produto ao cliente, em outras palavras, como levar o produto até o consumidor. Vale lembrar que o cliente precisa de conveniência e facilidade para encontrar o produto da forma que ele desejar (compra online, loja próximo de casa, loja em centro de compras). Em destaque Portanto, lembre-se, quando você vai cortar o seu cabelo, você estará consumindo um serviço, agora, se você comprar um produto para o cabelo, você estará adquirindo um bem. O serviço é prestado no salão e não se leva para casa (apenas a aparência desejada), enquanto o produto para o cabelo você poderá guardá-lo na sua casa e usá-lo até ele acabar. Já o P de preço consiste nas decisões de precificação dos produtos (seja ele um bem ou um serviço). As decisões sobre preço devem ser tomadas de forma racional, sistemática e permanente, pois é de suma importância identificar corretamente o público-alvo e oferecer algo que represente valor agregado para ele, pois dessa forma, a probabilidade de ele ser leal à marca aumenta consideravelmente, gerando assim uma relação duradoura, previsível e lucrativa. Como exemplo, muitos eventos (Congressos, shows, festivais, baladas...) costumam vender os ingressos por lote. O primeiro lote é o que mais distante da data do evento, porém, é o melhor preço para o cliente. Os lotes seguintes, vão encarecendo com o passar do tempo até chegar o último lote (muito próximo à data do evento) onde o preço atinge o seu pico (o maior preço praticado). Finalmente, o P de promoção cuida das decisões para tornar o produto mais conhecido e desejado pelo cliente por meio da propaganda, da publicidade e das ações promocionais. Banners eletrônicos em websites, cartazes nas lojas, propaganda em emissoras de rádio e televisão são algumas formas de divulgação e promoção de um produto (bem ou serviço). Agora que você já tem uma noção sobre alguns aspectos relacionados ao conceito de marketing, chegou o momento de conhecer o significado do termo relacionamento. A palavra relacionamento remete a capacidade de interação de um ser humano com outros indivíduos (humanos ou não) e pode ser empregada quando alguém se refere a alguma forma de contato (presencial ou a distância) entre dois ou mais seres vivos em um dado ambiente. O relacionamento nem sempre possui uma conotação positiva, pois, alguns deles são tóxicos e prejudicam de algum modo as pessoas nele envolvidas. O relacionamento de um chefe com seus subordinados pode ser franco e aberto, permeado de respeito e admiração. Por outro lado, você já deve ter escutado várias histórias de relacionamentos profissionais problemáticos entre pares e entre chefes e subordinados. É por meio dessa interação que compõe o conceito de relacionamento que as pessoas envolvidas têm a oportunidade de se conhecerem melhor e gerar confiança entre elas. Agora que você já sabe o que é marketing e o que é relacionamento chegou finalmente o momento de aprender e compreender o conceito de Marketing de Relacionamento (MR), vamos lá? O MR consiste em modos de abordagem cujo objetivo é o de desenvolver clientes fiéis e leais em uma perspectiva de longo prazo e assim elevar o lucro da organização. De forma resumida, o marketing de relacionamento cuida de forma sistemática da interação com as redes de relacionamentos da empresa. Para refletir De que forma um relacionamento pode gerar confiança ou desconfiança entre os indivíduos que dele fazem parte? Também é importante que você saiba que o MR é uma oposição ao marketing de transação (MT). No MT a comercialização acontece apenas uma vez, sem previsão ou possibilidade de ocorrência de uma nova transação. No MT o cliente procura a melhor conveniência para ele sem se importar com o relacionamento em longo prazo ou com um compromisso de fidelidade com a empresa vendedora. Dessa forma, o processo de compra e venda é apenas racional, sem um histórico de relacionamento que poderia imprimir um tom sentimental. Apesar de parecer estranho o MT é comum e até mesmo indicado para algumas situações nas quais a recorrência da compra não se aplica, como por exemplo, a compra de um imóvel ou um procedimento cirúrgico. Ao contrário do MT, o MR prioriza o relacionamento e o aspecto sentimental para buscar a lealdade do cliente. Para que você compreenda mais facilmente o processo de MR, imagine que ele é uma montanha a ser escalada. Na base desta montanha estão os primeiros contatos com o prospect (provável ou potencial comprador) para convencê-lo a realizar a sua primeira compra. Quando um cliente faz a primeira compra e volta a comprar, ele é considerado um cliente recorrente, iniciando um processo de relacionamento em longo prazo e subindo mais um patamar na escalada da montanha rumo ao seu topo. Neste avanço, dependendo do relacionamento, o cliente passa a ser um admirador da empresa e no último estágio, quando se alcança o cume da montanha, o cliente se torna fiel e passa até a defender o seu fornecedor. A figura 3 ilustra esse caminho na busca da lealdade e da fidelidade. Figura 3: Etapas percorridas pelo cliente na busca da lealdade É importante que você saiba, que o MR não é só direcionado para os clientes, pelo contrário, ele também pode ser praticado com os fornecedores ou outros stakeholders envolvidos com a empresa. Você deve estar se perguntando, por que Marketing de Relacionamento com os fornecedores? Fonte: autor Em alguns segmentosde mercado, como o automobilístico por exemplo, as montadoras possuem alguns fornecedores estratégicos, que exigem tratamento especial (MR) por conta da importância que os insumos fornecidos têm no produto final. Imagine se um fornecedor de direção hidráulica resolve parar de fornecer seu item por conta de um relacionamento tóxico ou abusivo por parte da montadora. Isso certamente impactaria na linha de produção e faltariam carros para a montadora vender. A segmentação de mercado consiste no agrupamento de clientes com necessidades e desejos semelhantes e que consomem um mesmo produto ou serviço. Ampliando o vocabulário Ampliando a aprendizagem Para saber mais sobre segmentação de mercado, sugere-se a seguinte leitura: O que é segmentação de mercado, para que serve e por que devemos fazê-la? Disponível em: https://mindminers.com/blog/o-que-e-segmentacao-de-merc ado/ Acesso em 04/04/2021. Muito bem, agora que você já aprendeu os conceitos básicos de marketing de relacionamento, chegou o momento de fortalecer e exercitar esse aprendizado com a realização das atividades propostas. Bom trabalho e até breve. NA PRÁTICA Para compreender o caso que se segue, é preciso retomar uma frase célebre sobre os 4 Ps do marketing que diz: Marketing é colocar o produto certo, no lugar certo, ao preço certo, no momento certo. Para ilustrar a importância dessa frase e do composto de marketing, vamos recorrer a um dos mais importantes caso de reposicionamento de marca ocorrido aqui mesmo no Brasil. Você certamente conhece a sandália (chinelo) Havaianas, não conhece? Pois fique sabendo que até a década de 1980 essa marca se posicionava do seguinte modo em relação ao seu Mix de Marketing: Produto: Era possível escolher entre poucas opções de cores. Azul com branco, vermelho com branco e preto com branco. Preço: os preços eram populares e acessíveis a todas as classes sociais, inclusive era até artigo componente da cesta básica dos brasileiros. Praça: Era possível encontrar essas sandálias em qualquer loja popular de varejo. Promoção: As peças publicitárias eram veiculadas nas grandes redes de televisão e nas revistas populares, destacando o seguinte slogan: “não deforma, não tem cheiro e nem solta as tiras”, sempre voltado para as classes sociais mais populares. Contudo, por volta do ano de 1994, a marca promoveu uma mudança significativa no seu composto de marketing com o objetivo de passar a ser um objeto de desejo global. Dessa forma, a nova proposta de composto de marketing ficou assim: Produtos: ocorreu uma mudança em toda a linha de produtos, com a criação de diversos modelos com várias estampas. Preço: As mudanças no produto geraram oportunidade para cobrar um valor maior pelas sandálias, chegando até a casa do milhar por uma sandália adornada com diamantes. Praça: foram criadas lojas próprias da marca, inclusive em outros países, fato que promoveu o produto ao patamar de artigo de luxo fora do Brasil. Promoção: Além das estratégias antigas de promoção, a empresa passou também a divulgar o produto em revistas de moda, alterando inclusive o seu slogan para: “Havaianas, todo mundo usa”. Ampliando a aprendizagem Site: Marketing: tudo o que você precisa saber URL: https://resultadosdigitais.com.br/especiais/marketing/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: ZEITHAML; BITNER; GREMLER (2014). Leitura da parte III (a compreensão das exigências do cliente), capítulo 6 da página 145 até a 174. http://www.youtube.com/watch?v=dgDaqpc7ydU http://www.youtube.com/watch?v=SD8SdWnua9U GREWAL, Dhruv; LEVY, Michael. Marketing 4ª. ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580555516/pageid /0 GUMMESSON, Evert. Marketing de relacionamento total. 3ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577806683/pagei d/0 acesso em 16/04/2021. SILVA, Fábio G. Da; ZAMBON, Marcelo S. (organizadores). Gestão do relacionamento com o cliente. 3ª. ed., rev. – São Paulo, SP: Cengage, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522119349/pageid /0 acesso em 16/04/2021. ZEITHAML, Valarie A.; BITNER, Mary Jo; GREMLER, Dwayne D. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 6ª. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553628/pagei d/0 acesso em 16/04/2021. Referências ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013764/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-2301 53%5D%400:0.0994 acesso em 16/04/2021. Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 1.2 Unidade 1 Trilha 2 A CONSTRUÇÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK A construção do relacionamento com o cliente Conteúdo organizado pelo professor Márcio de Cassio Juliano por meio dos livros base MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859701720 5/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-i mage-button-83841%5D%400:0 https://docs.google.com/file/d/1ghzohss5H8jFtwXiOZDfPof0gOw5qc4D/preview ● Conhecer as etapas básicas para o desenvolvimento de ações de marketing. ● Identificar o percurso de compra. ● Identificar as diferenças entre batalha e jornada do cliente. ● Compreender a importância de se identificar as necessidades dos clientes ● Compreender a importância de se manter o cliente satisfeito. ● Refletir sobre a evolução do atendimento ao cliente. Competências desta trilha a) Pensamento inovador e analítico b) Criatividade, originalidade e iniciativa. c) Análise e avaliação de processos. d) Racionalidade, resolução de problemas e ideação. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Na aula anterior você aprendeu sobre o conceito de marketing e como o mix de marketing (4Ps) são fundamentais para o sucesso de qualquer empresa. Você também aprendeu que para uma correta estratégia de composição desse 4 Ps é preciso conhecer cliente. Agora você aprenderá que para conhecer o cliente é preciso interagir com ele por meio das ocasiões de relacionamento. É nessa ocasião que a empresa tem a oportunidade de diagnosticar (ou até mesmo confirmar) as preferências, as expectativas e as reais necessidades e desejos dos seus clientes. Você já deve ter escutado uma pessoa com mais idade falar sobre como os bons comerciantes tratavam os seus clientes. Bastava que um cliente importante chegasse e esse bom comerciante já o chamava pelo nome e oferecia o produto que ele estava procurando. As anotações nas cadernetas e a memória aguçada eram as principais formas de relacionamento com os clientes em um passado recente. Contudo, as coisas mudaram, a tecnologia evoluiu e proporcionou outras formas para se relacionar com os clientes. Mas como construir relacionamentos com os clientes? Como aproveitar os momentos de interação para conhecê-los melhor? O que evitar para não transforma a jornada do cliente em uma verdadeira batalha? Para responder a essas questões você deverá ler cuidadosamente este material, poisserá por meio dele que você aprenderá que antes de se iniciar qualquer estratégia de relacionamento é preciso conhecer as etapas básicas para o desenvolvimento de ações de marketing. Além de conhecer essas etapas, é preciso saber que elas serão a base para se identificar o percurso de compra dos clientes e daí levantar se o cliente está enfrentando uma batalha ou uma jornada para resolver os seus problemas ou até mesmo para adquirir um produto. No caminho entre identificar e suprir os desejos, necessidades e expectativas dos clientes está o momento do atendimento ao cliente. Este momento é um momento fundamental para encantar o cliente e garantir a sua fidelidade. Entretanto, você precisa aprender que houve uma evolução significativa nas formas de atendimento, proporcionadas principalmente pelo desenvolvimento de novas tecnologias de informação. Então chegou a hora de aprender mais e se tornar aquele profissional procurado pelo mercado de trabalho. Bom estudo! Nós nos relacionamos constantemente na nossa vida, seja relacionamento familiar, de amizade, afetivo ou até mesmo profissional, porém, você já parou para pensar em como um relacionamento é construído? Se já é complexo tentar explicar como se constrói um relacionamento entre pessoas, imagine quando se trata do relacionamento entre empresas e clientes. A proposta deste desafio inicial é justamente fazer com que você crie e proponha formas de relacionamento de uma organização fictícia com os seus clientes. DESAFIO INICIAL A organização XPTO presta serviço de revitalização de fachadas (pintura predial) e, apesar de já tem atendido mais de 80 condomínios na região da grande São Paulo, não possui ainda uma forma sistemática e formal de relacionamento com os seus clientes e potenciais clientes. Essa falta de estratégia de relacionamento está prejudicando a XPTO, pois são raros os casos de recompra dos seus serviços, assim como é muito custoso conquistar novos clientes. Mesmo demonstrando um bom nível de qualidade nos serviços prestados, agilidade para resolver problemas relacionados à prestação de serviços e a pontualidade na entrega das promessas, a empresa é pouco conhecida e recebe parcas solicitações espontâneas de orçamento. Apesar de os problemas serem resolvidos rapidamente, existe um gargalo para que o cliente possa reclamar, pois as linhas telefônicas estão sempre congestionadas, e não existe uma pessoa específica para tratar das reclamações, quem recebe a ligação fica responsável por informar o problema para quem irá resolvê-lo. Do mesmo modo, o e-mail XPTO@XPTO.com.br é acessado por qualquer funcionário da empresa, que pode levar dias para identificar uma solicitação de visita, de orçamento ou de uma reclamação. O website da empresa é estático e apresenta o portfólio dos serviços que ela pode prestar e as formas de contato, sem informar quais e quantos serviços a empresa já prestou. Além do mais, a XPTO sempre tem de se esforçar muito para mobilizar a sua força de vendas para conseguir uma solicitação de orçamento, tanto de clientes antigos como de novos clientes. O seu desafio é o de propor uma forma efetiva de relacionamento para a XPTO com o objetivo de aumentar a recompra pelos clientes antigos e atrair novos clientes para a empresa. Apesar de parecer óbvio, é importante fortalecer a descrição do caminho do cliente até o fechamento da compra de um produto (bem ou serviço). Inicialmente ele (cliente) possui uma dada necessidade e passa a procurar e prestar atenção nas ofertas do produto desejado, verificando e analisando todas as opções que lhe são apresentadas para escolher a mais adequada a suas características, seu perfil, suas exigências, possibilidades e, assim, iniciar uma relação comercial com a empresa que ofertar as melhores condições de compra. Diante do estabelecimento dessa relação comercial será possível verificar se o setor de marketing atingiu ou não o seu objetivo. A constatação da consecução dos objetivos do marketing poderá ser aferida se ficar evidente que o cliente ficou plenamente satisfeito, considerando o início do atendimento até o fechamento do negócio, a pós venda e a consequente apuração do lucro desejado. Entretanto, para que a empresa alcance esse objetivo, algumas etapas devem ser cumpridas. A primeira delas é identificar e compreender as reais necessidades do cliente para, depois, transformá-las em uma oferta adequada e, por último, cuidar da comunicação e da disponibilização dessa oferta da forma mais direta e conveniente possível. (ZENONE, 2017, p. 9) A figura 1 ilustra as etapas do processo que se inicia na intenção de compra e termina na satisfação do cliente. Figura 1.4: Etapas básicas para o desenvolvimento de ações de marketing. Em destaque O sucesso do marketing está em manter o equilíbrio entre a satisfação do cliente e a lucratividade da empresa. Levando em consideração a perspectiva de identificação das necessidades do cliente, é de altíssima relevância assumir que ele (cliente) é, e sempre será, o centro das decisões de qualquer organização. Sendo assim, orienta-se que as decisões de negócios não devem ser tomadas somente a partir da análise de suas próprias capacidades (produtiva, financeira, de mão de obra, etc.). Diferente disso, a organização terá de considerar, acima de tudo, as necessidades e desejos do cliente e a sua respectiva satisfação e, a partir daí, planejar e adequar a sua estrutura e os seus processos de produção e comercialização. Que tal um exemplo para facilitar o seu aprendizado? Fonte: (ZENONE, 2017, p. 9) Então pense em uma empresa de laticínios que resolveu produzir um queijo com sabor de picanha e, já acreditando no sucesso deste produto, inicia e mantém a produção de um milhão de unidades mês, que é o máximo que ela consegue produzir. Essa empresa pode até ter sucesso, mas faltou verificar se existem clientes com essa necessidade e que estariam dispostos a comprar um queijo com gosto de picanha e, mais que isso, numerar quantos clientes comprariam esse produto. No entanto, vale lembrar que, além de identificar as necessidades, desejos e o próprio comportamento do consumidor, a organização deverá, da mesma forma, identificar o potencial de compra destes clientes. Para refletir Relembrando o exemplo do queijo com sabor de picanha, será que os clientes com esse desejo teriam condições de pagar por esse produto? E se sim, até quanto estariam dispostos a desembolsar? Mas por qual motivo seria importante descobrir o poder de compra do cliente? Para responder a essa questão, vamos recorrer a um conceito fundamental das ciências econômicas. Este conceito assume que todo ser humano tem necessidades ilimitadas, mas dispõe de recursos limitados para satisfazê-las. Por isso, cada consumidor avalia o valor de suas necessidades para decidir como vai distribuir seus recursos, isto é, quanto está disposto a direcionar para a alimentação, quanto direcionará para a sua educação, para seu vestuário, e assim por diante. Deixando de lado a questão econômica, você já parou para pensar que os mercados mudam ao longo do tempo? Pois é isso mesmo, a atualização e modernização é uma constante na maioria dos mercados e por conta disso é preciso se preocupar em criar e adotar novas abordagens de marketing, que sejam mais adequadas aos mercados atuais e que ajudem a encontrar os caminhos para penetrar e conquistar os público desses novos mercados. Mercado é o local onde os vendedores e os compradores de um produto (bem ou serviço) se encontram para realizar a transação econômica, envolvendo a troca deste produto por algo de valor equivalente, usualmente dinheiro. Ampliando o vocabulário Conforme apontou Gummesson (2010, páginas 45 e 46) novas categorias, conceitos, modelos e teoriasfuncionam como lentes através das quais nos permite perceber o mundo. Se as lentes estiverem erroneamente curvadas, o mundo se mostrará embaçado. Se elas estiverem coloridas, pode parecer que tem sol quando na verdade está́ nublado. Algumas lentes melhoram nossa visão de perto, já outras lentes nos proporcionam uma visão melhor à distância. Como o marketing é um campo extenso, um único par de lentes não é suficiente. Há lentes bifocais que permitem duas perspectivas, mas precisamos de mais do que apenas duas lentes quando o assunto é relacionamento com o cliente. Se você olhar através desse conjunto de lentes verá relacionamentos, redes e interações que proporcionarão a correta interpretação das necessidades, desejos e expectativas dos seus clientes. De forma resumida, o marketing de relacionamento (MR) é justamente o que se pode ver através dessas múltiplas lentes. Que tal agora aprender sobre como se é possível construir relacionamentos saudáveis e produtivos com os clientes? Então vamos lá, Inicialmente você precisa saber que houve uma significativa evolução na visão de atendimento ao cliente conforme ilustrado na figura 1.5. Figura 1.5: Evolução da visão do atendimento ao cliente Fonte: ZENONE (2017, p. 18) Considerando que o atendimento ao cliente é um momento de interação e, portanto, ideal para iniciar, manter, reforçar ou ainda perpetuar o relacionamento com ele, percebe-se que a época de fechar a venda, receber e encaminhar as reclamações, quase sempre por meio de telemarketing, já ficou ultrapassada. A perspectiva de apoio a vendas evoluiu e foi substituída por uma perspectiva de gestão de relacionamento, na qual, sob uma visão estratégica, se acompanha a evolução dos clientes, procurando se antecipar às suas necessidades e desejos, por meio de variados canais de comunicação e não exclusivamente o telemarketing. Além disso, seja qual for a forma de interação com o cliente, é importante ressaltar que é imprescindível tratá-lo muito bem, pois, ao atender o cliente de forma positiva, proativa e efetiva, você estará pavimentando a estrada da fidelização e aumentando consideravelmente a chance de ele (cliente) voltar a comprar na sua empresa conforme ilustrado na figura 1.6. Figura 1.6: Círculo virtuoso do bom relacionamento com os clientes Fonte: Adaptado de Gummesson (2010). Entretanto, vale a pena reforçar que para tratar bem o cliente é preciso conhecê-lo bem também e, para tanto (conhecê-lo bem), a interação promovida pelo relacionamento é fundamental. Mas como interagir e se relacionar com o cliente? Essa pergunta é bem complexa e será respondida parcialmente nesta seção de estudos e totalmente (com detalhes) nas próximas seções desta unidade. De forma resumida, é possível interagir e se relacionar com os clientes de diversas formas e com a adoção de uma grande variedade de ferramentas como, por exemplo: Pesquisa de marketing, sistema de Customer Relationship Management (CRM), Customer Experience Management (CEM OU CXM), Customer Journey Mapping (CJM), email marketing, redes sociais, canais de atendimento múltiplos (físicos e eletrônicos). Para iniciar um processo de relacionamento com os clientes é preciso entender o conceito de Customer Experience Management (CEM) ou Gerenciamento da Experiência do Cliente traduzido para o português. O CEM deve começar com o estabelecimento dos objetivos que se pretende atingir na Gestão do Relacionamento, passando pela definição de estratégias para o alcance desses objetivos, pela aplicação de técnicas e ferramentas e pelo monitoramento (em tempo real, de forma proativa e de ponta a ponta) de todos os passos ocorridos durante o percurso dos clientes na empresa por meio dos canais presenciais e remotos. Uma das formas de relacionamento mais comum é o próprio contato com o cliente, que por sua vez percorre um caminho antes, durante e depois da compra. Este caminho também é chamado de jornada da experiência do cliente e pode ser mapeado por meio do método Customer Journey Mapping (CJM). Usualmente, esta jornada, parece mais uma batalha do que uma experiência agradável, tamanha dificuldade e complexidade que o cliente enfrenta quando precisa entrar em contato com uma empresa. Madruga (2018, p. 10) aponta que grande parte das interações cliente x empresa, parece uma corrida de obstáculos, transformando simples requerimentos dos consumidores em um vaivém que serve somente para aumentar o custo da operação de atendimento e, consequentemente, a quantidade de emoções negativas criadas durante esse percurso. A jornada descrita na figura 1.7 é uma ilustração na qual o cliente realiza uma simples reclamação sobre sua fatura, discordando do valor de menos de R$ 50,00. Perceba que a Jornada do Cliente mais parece uma “batalha” na qual vários recursos da empresa são acionados para decidir sobre um problema de baixa complexidade, ocasionando perda de tempo para ambas as partes e, naturalmente, de imagem e receita para a empresa. Figura 1.7: Batalha do cliente Fonte: Madruga (2018, p. 11) Para refletir Quais são as consequências para uma empresa que oferece uma verdadeira batalha para seus clientes quando eles precisam resolver algum problema? No entanto, é possível e altamente recomendável alterar essa perspectiva de batalha e transformá-la em uma jornada adequada e agradável para o cliente com a aplicação do CJM. O CJM propicia a identificação de melhorias que podem ser adotadas no processo de interação do cliente com a empresa, como por exemplo, mudanças no atendimento direto dos agentes, a criação de um novo modelo de atendimento, a capacitação em técnicas de atendimento e diversas outras mudanças visando aumentar a segurança e a autonomia do agente durante o relacionamento com os consumidores. O resultado é a simplificação da Jornada do Cliente conforme ilustrado na Figura 1.8. Figura 1.8: Jornada do cliente Algumas empresas, principalmente por questões culturais conservadoras, preferem não dar autonomia para seus colaboradores de linha de frente (que mantem contato com o cliente) para que ele mesmo possa negociar ou apresentar alternativas para resolver o problema e assim eliminar a perspectiva de uma batalha para que esse problema seja resolvido. Fonte: autor Fonte: Madruga (2018, p. 11) Ao contrário disso, essas empresas preferem (erroneamente) envolver e acionar outros setores (jurídico, financeiro, tecnologia) para resolver problemas simples que poderiam ser resolvidos pelo próprio atendente se ele estivesse bem treinado e orientado. Agindo de forma a transformar uma possível batalha em uma resolução fácil para o cliente, a empresa acabará se apropriando de duas vantagens estratégicas de suma importância para ser competitiva e fidelizar os seus clientes, a saber: 1.Satisfazer o cliente e 2.Gerar economia de recursos. Baseada nas figuras 1.7 e 1.8, a figura 1.9 apresenta uma estimativa hipotética sobre a diferença entre transformar uma batalha em uma jornada para o cliente, levando em consideração inclusive o aspecto emocional do cliente. Figura 1.9: Comparativo entre batalha e jornada do cliente Agora que você já sabe que o relacionamento com o cliente pode fazer a empresa faturar mais, lucrar mais, manter e ampliar a sua base de clientes siga com as atividades propostas para checar e consolidar esse aprendizado. Fonte: Adaptado de Madruga (2018, p. 12) NA PRÁTICA Que tal conhecer um caso de aplicação prática de mudança de postura no relacionamento com os clientes? Então vamos lá falar sobre uma grande empresa de produtos de consumo que vende seus produtos para atacadistas, distribuidores e redes de varejistas, configurando um relacionamento B2B ou uma empresa com outra empresa que depois ofertará os produtospara os consumidores finais. Usualmente os vendedores ou os gerentes de contas B2B não estão preocupados em saber quantos detergentes, limpadores multiuso ou fraldas descartáveis os grandes atacadistas ou varejistas estão comprando da empresa, mas quanto de lucro estes produtos estão gerando para eles. Este é o problema de ter uma estrutura em que um vendedor é responsável pelo produto ou serviço X e outro vendedor pelo Y, pois eles querem vender o máximo que puderem, o que, nem sempre, é o melhor para o cliente. Por isso, essa empresa mudou o foco do relacionamento com os clientes, treinando e orientando o gerente de conta para pensar no mix de produtos ou serviços ideal para maximizar o lucro de seus clientes. Desta forma, a empresa passará a prestar uma verdadeira consultoria aos atacadistas e varejistas que, cada vez mais, enxergarão valor nela e passarão a confiar muito mais nos executivos de contas. Com essa nova perspectiva de relacionamento com o cliente, o executivo de vendas passa a realizar uma venda consultiva e não mais a venda agressiva, de empurrar um grande volume de mercadorias mesmo sob o risco de essa mercadoria ficar parada muito tempo no estoque. Ele acompanha o movimento do estoque do cliente e o relaciona com a demanda do mercado, ofertando o produto que os clientes finais estão procurando em uma quantidade suficiente para não encalhar no estoque e nem faltar o produto na prateleira. Essa nova postura leva os clientes desta empresa a enxergarem os executivos de venda como um aliado, um parceiro do seu negócio, aprimorando e estreitando cada vez mais o relacionamento e trazendo vantagens para as duas partes. Ampliando a aprendizagem Artigo acadêmico: Marketing de relacionamento: um estudo de caso na construção civil. URL: https://revistafae.fae.edu/revistafae/article/view/123 Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura do capítulo 4: Como Manter Consumidores: o Marketing de Relacionamento de: LAS CASAS, Alexandre L.; LAS CASAS, Jéssica L. Marketing de serviços: como criar valores e experiências aos clientes. 7. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885970 22087/cfi/6/2!/4/2/2@0.00:0 http://www.youtube.com/watch?v=bcZw_Gpu8Jo http://www.youtube.com/watch?v=WOYqgxdWSU4 Site: Customer Journey – Quando, como e porque mapear a jornada de seus clientes. Eduardo Tavares. Publicado em 14 de março de 2018. URL: http://customersuccessbrasil.com/customer-journey-quando -como-e-porque-mapear-a-jornada-de-seus-clientes/ acesso em 25/05/2021. GUMMESSON, Evert. Marketing de relacionamento total. 3ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577806683/pagei d/0 MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017205/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-8384 1%5D%400:0 SILVA, Fábio G. da, ZAMBON, Marcelo S. (organizadores). Gestão do relacionamento com o cliente. 3ª. ed., rev. – São Paulo, SP : Cengage, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522119349/pageid /0 ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013764/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-2301 53%5D%400:0.0994 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 1.3 GERENCIAMENTO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE (CRM) CARACTERÍSTICAS E CONCEITOS Unidade 1 Trilha 3 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Gerenciamento do relacionamento com o cliente (CRM) - características e conceitos Conteúdo organizado pelo professor Márcio de Cassio Juliano por meio dos livros base MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859701720 5/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-i mage-button-83841%5D%400:0 https://docs.google.com/file/d/1yYsFjOlgjDNd0NJWj5cgea6aL54E8R9h/preview ● Conhecer o conceito do CRM. ● Compreender o que são necessidades, desejos e expectativas. ● Diferenciar CRM de Big Data. ● Listar as finalidades do CRM. ● Compreender os benefícios do CRM para as organizações. Competências desta trilha a) Pensamento inovador e analítico. b) Criatividade, originalidade e iniciativa. c) Racionalidade, resolução de problemas e ideação. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá Estudante, seja bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você já parou para pensar sobre os motivos que levam um comerciante a lembrar os nomes dos seus clientes e conhecer as suas preferências? Pois é, ele faz isso porque já estabeleceu um relacionamento com ele, permitindo assim conhecer as suas necessidades, desejos e expectativas. Aliás, necessidades, desejos e expectativas são termos que, apesar de semelhantes possuem significados diferentes e você precisará compreender a diferença entre eles para desenvolver o seu aprendizado sobre relacionamento com os clientes. Se você ficou confuso com a similaridade entre esses três termos, não se preocupe, pois eles serão bem explicados ao longo da sua leitura. Você também aprenderá o conceito de relacionamento ao cliente e, mais que isso, poderá constatar que um processo de relacionamento é algo fundamental para estimular o cliente a fazer a primeira compra, a voltar a comprar e finalmente ser fiel a sua empresa. Esse processo de relacionamento com o cliente é chamado gerenciamento do relacionamento com o cliente, mais conhecido na sua versão na língua inglesa, Customer Relationship Management ou pela sigla CRM. O CRM é uma atividade de fundamental importância para qualquer empresa e o seu uso não é exclusivo do departamento de marketing, mas sim de todos os setores da empresa que tenham qualquer tipo de contato com o cliente. Além disso, você também vai aprender sobre os objetivos que podem ser alcançados com a adoção de um sistema de gestão de relacionamento dos clientes. Para finalizar essa trilha de aprendizado, você será apresentado a três programas de marketing de relacionamento que são embasados ou fundamentados nas informações reunidas pelo CRM, a saber: programa de fidelização, de prospecção e promocional. Gostou da proposta de ensino desta trilha? Então mãos à obra, concentre-se nos estudos e realize todas as atividades propostas, pois só assim você será um profissional requisitado pelo mercado de trabalho. Imagine que você e mais dois amigos estão na metade de seus cursos de graduação superior em uma grande universidade. Vocês três são fãs de super-heróis e de histórias em quadrinhos para jovens e adultos, as famosas HQs. Animados com a quantidade de nerds que possuem gostos semelhantes aos de vocês três, vocês decidem produzir e vender produtos para o público nerd, ofertando camisetas de séries, de filmes e de super-heróis pessoalmente nos corredores da faculdade. Além das camisetas, vocês também vendem bonecos (réplicas) de personagens de filmes produzidos artesanalmente comEpóxi, tipo Araldite ou Durepoxi. DESAFIO INICIAL Com o advento da pandemia, as vendas derreteram e o negócio estagnou, mas como vocês são espertos, resolveram montar uma loja virtual para escoar a produção e ampliar a área de atuação, ultrapassando assim os muros da universidade para conquistar mais clientes. Como um dos colegas sócios conhece bem a questão de construção de lojas on-line, ficou fácil deixar a loja virtual com um visual agradável e uma navegação amigável, facilitando a procura pelos produtos e, também, o processo de compra. No entanto, agora que a empresa tem grandes chances de crescer e de se fortalecer no mercado, vocês se depararam com três importantes questões: Como identificar potenciais clientes? Como se relacionar com os clientes atuais? Como transformar os clientes atuais em clientes fiéis? Como você é o único dos três que está estudando a questão do gerenciamento do relacionamento com os clientes, os outros dois colegas passaram o desafio de responder a essas três questões para você. Você já tem ideia de como começar a resolver esse desafio? Então comece pensando em implantar um processo de Gestão do Relacionamento com o Cliente ou Customer Relationship Management (CRM) em inglês. Apesar de parecer complexo, esse desafio será mais fácil de ser resolvido após você estudar essa trilha de ensino. Bom trabalho! O avanço tecnológico está proporcionando uma evolução contínua nas formas de se fazer a gestão do relacionamento com os clientes (CRM), tornando certas atividades cada vez mais acessível, inclusive para organizações de pequeno porte (MADRUGA, 2018). A gestão do relacionamento com o cliente é a tradução para o termo Customer Relationship Management (CRM) e pode ser descrito como o processo de interação com os clientes para se levantar informações sobre eles, visando oferecer um tratamento melhor do que eles esperam. Ampliando o vocabulário Porém, vale lembrar que a tecnologia nunca foi um entrave para se relacionar com os clientes, haja vista as cadernetas de pequenos comerciantes que contêm informações preciosas sobre os seus clientes, anotadas a caneta ou a lápis. Mesmo assim, é de suma importância reconhecer que o uso da tecnologia é fundamental para ampliar os pontos de contato com os clientes, identificar a suas informações (dados demográficos e comportamento de compras, por exemplo), registrar de forma organizada e acessível essas informações e ainda usar essas informações para deixar o cliente cada vez mais satisfeito (ZENONE, 2017). Independentemente dos aspectos tecnológicos, é essencial que você compreenda três termos muito usados quando se estuda relacionamento com o cliente e as formas de gerenciar esse relacionamento. Os três termos são: necessidades; desejos e; expectativas dos clientes. Uma necessidade consiste em um estado interno de insatisfação no indivíduo, de modo que essa insatisfação é causada pela falta de algum bem necessário ao bem-estar. Imagine que você está trabalhando ou estudando a horas e esqueceu inclusive de se hidratar. A insatisfação do seu organismo com a falta de água, fará você sentir sede, gerando a necessidade de procurar água para beber. A questão das necessidades humanas foi estudada por um psicólogo chamado Abraham Harold Maslow, que criou uma hierárquica de necessidades batizada de Pirâmide de Maslow. A pirâmide é constituída por cinco níveis, o primeiro é o das necessidades básicas, o segundo das de segurança, o terceiro das sociais, o quarto das de estima e finalmente o quinto e último nível é o das necessidades de realização social conforme ilustra e detalha a figura 1.10. Figura 1.10: Pirâmide de Maslow Fonte: disponível em: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/4/46/Hierarquia_das_necessidades_de_masl ow.png Agora vamos pensar nos desejos humanos, você conseguiria descrever o que é um desejo? Os desejos são as aspirações humanas que surgem pela influência da cultura e por meio de certas características individuais. Os desejos vão sofrendo mutações no mesmo passo (e ritmo) que as transformações ocorrem na sociedade. Uma pessoa pode ‘desejar’ o recém lançado ultra high tech aparelho de celular porque está na moda (cultura) ou porque ela precisa deste equipamento para ser mais produtiva no trabalho (características pessoais). O terceiro termo que você precisa conhecer é a expectativa do cliente. Todos nós geramos expectativas em relação a vários setores da nossa vida. Expectativa em relação ao relacionamento familiar, amoroso, profissional, religioso e comercial por exemplo. Quando alguém espera que algo aconteça de certa forma (receber o produto no prazo combinado e em bom estado) essa pessoa está gerando uma expectativa. A expectativa do cliente pode culminar em três resultados: ser atendida (as coisas aconteceram da forma como se esperava), ser superada (as coisas foram melhores do que o esperado) e não ser atendida (deu tudo errado). Para refletir Você já conseguiu fazer a relação entre os termos necessidades, desejos e expectativas com o marketing e o relacionamento com o cliente? Então pare e pense na seguinte pergunta: Quais seriam as consequências de não identificar as necessidades e desejos dos clientes ou de não atender às suas expectativas? Pronto, agora que você já domina esses termos ficará mais fácil compreender alguns aspectos do CRM, no entanto, antes de começar a falar sobre o CRM é preciso diferenciá-lo de um outro conceito, denominado de Big Data, que frequentemente é confundido com o CRM apesar de serem diferentes. Que tal entender cada um desses dois conceitos? Então vamos lá, de acordo com Silva e Zambon (2015, p. 168) o Big Data refere-se a um conjunto de soluções tecnológicas capaz de lidar com dados digitais sobre clientes ou sobre qualquer outro aspecto de interesse, sendo que tais dados estão disponíveis ou são encontrados em enorme volume e variedade e cujo processamento se dá em altíssima velocidade. Em termos práticos, o Big Data é uma tecnologia que permite analisar qualquer tipo de informação digital em tempo real, daí sua importância para o processo de tomada de decisão organizacional. Também é importante frisar que, como os volumes de dados são extremamente grandes, sua análise requer ferramentas preparadas especialmente para lidar com eles. Já o CRM está alicerçado nos clientes e nas relações das organizações com eles, bem como nos potenciais clientes (aqueles que não são clientes, mas têm potencial para sê-lo no futuro), nos concorrentes, nas informações sobre os clientes, nos lançamentos de novos produtos e serviços para atender às demandas dos grupos de clientes e nas ações competitivas estabelecidas entre as organizações. Em destaque O CRM é uma abordagem organizacional que tem por finalidade compreender e influenciar o comportamento dos clientes por meio de uma comunicação personalizada e significativa, incrementando assim as vendas e aumentando as chances de recompra, lealdade e fidelização destes clientes. Agora que você conseguiu diferenciar esses dois conceitos, vamos nos concentrar no CRM e conhecer as suas principais finalidades, conforme ilustrado na figura 1.11. Figura 1.11: Finalidades do CRM Fonte: Autor Você já deve ter percebido que o CRM é baseado na comunicação com o cliente, o que significa que, necessariamente, deverá existir interação entre a empresa e os seus clientes para que as informações sobre eles possam ser coletadas, armazenadas, analisadas e usadas para melhor atendê-los. Entretanto, é bom que você saiba que algumas empresas acreditam que esse processo de comunicação e interação ocorre apenas no momento da transação, quando o cliente faz o pedido (seja em uma loja física ou em um ambiente virtual).Em destaque A comunicação com o cliente deve ir muito além do momento transacional, exigindo iniciativa da empresa para promover mais interação com os seus clientes antes, durante e depois da venda, pois só assim é que os objetivos do CRM poderão ser alcançados. Que tal aprender agora sobre os motivos que levam as empresas a adotar uma sistemática de relacionamento com os clientes? Então vamos lá, o principal motivo é o de ampliar as oportunidades de interação com os clientes por meio da melhoria contínua dos processos de comunicação, pois, agindo dessa forma, a empresa terá uma grande chance de fazer a oferta certa, na hora certa, para o cliente certo e pelo canal preferido dele. Vale ressaltar que o aspecto mais importante de se gerenciar o relacionamento com os clientes é o aprendizado contínuo resultante deste processo, proporcionando o armazenamento de informações valiosas e um nível elevado de conhecimento sobre eles (clientes). Contudo, o conhecimento armazenado não vale nada sem uma proposta de ação que propicie a satisfação dos clientes e, consequentemente, relacionamentos mais duradouros e lucros maiores para a empresa. Para ilustrar o processo de CRM vamos recorrer a ilustração proporcionada pela figura 1.12. Figura 1.12: Ciclo básico do processo de CRM Fonte: autor Para resumir o ciclo do CRM: a interação com o cliente gerará um volume de informações que serão analisadas e proporcionarão um conhecimento apurado deste cliente, que por sua vez, subsidiará o planejamento de marketing (4Ps) gerando novas oportunidades de interação e alimentando assim o ciclo do CRM. No entanto, é muito importante explicar que o CRM não é uma ferramenta exclusiva da área de marketing, pois diversas ações de relacionamento podem ser desenvolvidas e executadas por outras áreas que agreguem valor ao cliente. O CRM poderá ser usado para apoiar as atividades de vendas, por exemplo, aproximando os vendedores dos clientes para que eles possam compreender as suas necessidades, desejos e expectativas e então oferecer exatamente o que ele precisa. Além disso, o CRM também pode ser usado como uma ferramenta para as atividades de atendimento e serviço de suporte ao cliente. Por isso, é fundamental considerar a gestão do relacionamento com o cliente como uma parte integrante do estilo de fazer negócios de qualquer organização empresarial, em vez de encará-la como um programa isolado, a ser desenvolvido e operado independentemente de outras estratégias de negócios (ZENONE, 2017). As ações mercadológicas e decisões estratégicas baseadas na análise do mercado atual e/ou potencial precisam estar fortemente alicerçadas em informações que agilizem e otimizem todo o processo de relacionamento e atendimento. As informações sobre o relacionamento com o mercado precisam ser compiladas, organizadas ou recuperadas no momento em que o contato entre a empresa e o cliente está ocorrendo, para que se possa conhecer e reconhecer o cliente e, dessa forma, direcionar produtos, serviços e ofertas ajustadas a ele, que assim estará disposto a estabelecer a preferência pela marca, repetir a compra e inclusive pagar mais para obter o valor agregado que lhe é oferecido. Criar uma proposta e filosofia organizacional que permita à empresa gerenciar as relações com os clientes (CRM) envolve muito mais que programas de fidelização ou a constituição de centrais de atendimento telefônico (call center) É uma estratégia corporativa, um esforço contínuo e integrado de longo prazo entre todas as áreas organizacionais. Em destaque A construção de um relacionamento forte entre a empresa e o cliente é desenvolvida ao longo do tempo, em um processo personalizado de aprendizado e benefícios mútuos. Para finalizar essa trilha de aprendizado, que tal conhecer alguns programas de marketing de relacionamento que são embasados ou fundamentados nas informações reunidas pelo CRM? Então vamos começar falando dos programas de fidelização, que servem para (como o próprio nome já diz) fidelizar, reter ou manter os clientes ou, pelo menos, criar argumentos para agradá-los e aumentar as chances de que eles continuam a comprar da empresa. Para se estabelecer um relacionamento com os principais clientes (aqueles que são ou poderão ser lucrativos) a empresa poderá desenvolver o programa de fidelização de acordo com algum dos modelos de relacionamento já existentes. Vamos lá conhecer alguns modelos usados para fidelizar clientes? Um dos mais conhecidos modelos de fidelização é o de recompensas, que procura recompensar o cliente e incentivá-lo a repetir a compra por meio de prêmio, bônus, incentivo. Você já deve ter comprado algo e ao receber o seu produto perceber que o vendedor lhe enviou algo a mais, um agrado por exemplo. Pois é exatamente este agrado que estimulará o cliente a comprar novamente deste vendedor. Outro modelo de fidelização é o educacional, que consiste em estabelecer um canal de comunicação interativo, colocando à disposição do cliente um conjunto de materiais informativos, que podem ser enviados periodicamente ou mediante solicitação. O objetivo deste modelo é o de educar o cliente para o uso ou consumo do produto ou para a utilização de um serviço. Além da questão da fidelização, o CRM também fornece informações preciosas para a criação de programas de prospecção, que possuem o objetivo de identificar novos clientes para a empresa a partir do perfil dos clientes atuais. A prospecção pode ser desenvolvida a partir de indicação dos clientes atuais, de contatos estabelecidos por eles através dos pontos de contato da empresa com o mercado ou até mesmo por meio de bancos de dados fornecidos por empresas especializadas. Finalmente, o CRM pode subsidiar a criação de programas promocionais ou de vendas, direcionando campanhas promocionais para clientes específicos. Essas campanhas podem ter como objetivos fortalecer a imagem da marca, ampliar a venda de determinada categoria de produto ou serviço, incentivar a experimentação ou manutenção etc. (ZANONE, 2017, p. 72) NA PRÁTICA Um motorista estava parado em uma extensa fila de carros esperando que finalmente o semáforo ficasse na cor verde para prosseguir. Neste momento o motorista viu um menino tagarelar no carro a sua frente para, aparentemente, ganhar alguns trocados. Quando chegou a vez deste motorista ser abordado, o garoto se aproximou do carro e disse: “Moço, poderia me dar um minuto de sua atenção?” Durante aproximadamente 1 minuto, o garoto reproduziu as principais manchetes dos jornais do dia (dando até a fonte!) sem fazer qualquer comentário sobre a notícia, apenas reproduzindo as notícias. O motorista então, automaticamente, entregou algumas moedas ao garoto, porém, antes de ele se afastar, perguntou quanto aquela atividade lhe rendia por dia. O menino respondeu: “Mais ou menos R$ 80 por dia, moço”. Rapidamente o motorista fez a seguintes conta: R$ 80,00 por dia vezes 5 dias da semana (se o garoto só “prestar” esse serviço em dias úteis) daria R$ 400,00 por semana e R$ 1.600,00 por mês, ou seja, uma renda maior do que um salário mínimo. Assim que o farol abriu e o motorista continuou no seu trajeto, ele não pode deixar de pensar no conceito de relacionamento com o cliente e na importância de surpreender e inovar seus clientes ou futuros clientes. O motorista ainda refletiu sobre o fato de que não adianta nada ter recursos tecnológicos sem uma boa estratégia, pois mais do que um banco de dados ou outro tipo de tecnologia da informação, o garoto tinha uma estratégia bem definida e sabia aplicá-la da forma certa, no momento oportuno e para o público adequado, sem contar que o serviço que ele prestava ali agregava valor, ou seja, era reconhecido pelo “cliente”. Finalmente, o “pagamentopelo serviço prestado” não veio da obrigação, mas da satisfação de ouvir as notícias do dia. Diante deste caso de “prestação de serviço” é de fundamental importância reconhecer que as estratégias empresariais que envolvem o relacionamento com os clientes carecem de considerar que o pagamento por um bem ou serviço seja feito pela satisfação do cliente e não por uma mera obrigação resultante de uma transação comercial. Adaptado de Zenone (2017, p. 83). Ampliando a aprendizagem Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Capítulo 3 Gestão da Relação com o Cliente (CRM) do livro: Marketing e Gestão da Relação com o Cliente (CRM) – Volume VIII. Manuel Alberto Ramos Maçães e Conjuntura Actual Editora, Coimbra, 2017. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97898969 42359/cfi/6/24!/4@0:0 Site: O que é CRM e como ele otimiza o seu relacionamento com os seus clientes. URL: https://rockcontent.com/br/blog/o-que-e-crm/ http://www.youtube.com/watch?v=ydpnVFmOR2A http://www.youtube.com/watch?v=SD8SdWnua9U MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017205/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-8384 1%5D%400:0 SILVA, Fábio G. da, ZAMBON, Marcelo S. (organizadores). Gestão do relacionamento com o cliente. 3ª. ed., rev. – São Paulo, SP : Cengage, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522119349/pageid /0 ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013764/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-2301 53%5D%400:0.0994 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 1.4 ESTRATÉGIAS DE APLICAÇÃO DE CRM Unidade 1 Trilha 4 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Estratégias de aplicação CRM Conteúdo organizado pelo professor Márcio de Cassio Juliano por meio dos livros base MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859701720 5/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-i mage-button-83841%5D%400:0 https://docs.google.com/file/d/1LiRkeqQQaPBMippT20odjn9Bllh3zkLs/preview ● Conhecer os conceitos de clientes de maior potencial de compra (CMP) e clientes de maior valor de compra (CMV). ● Diferenciar os quatro tipos de aplicação do CRM. ● Reconhecer as peculiaridades das formas de aplicação do CRM. ● Entender o que é ativismo digital. ● Prever ações de relacionamento com não clientes. Competências desta trilha a) Racionalidade, resolução de problemas e ideação. b) Análise e avaliação de sistemas. c) Pensamento crítico e analítico d) Resolução de problemas. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Agora que você já possui um bom conhecimento sobre CRM, chegou o momento de tratar deste tema sob uma perspectiva estratégica. Você já deve ter recebido uma ligação telefônica, uma mensagem de e-mail ou no chat da sua rede social convidando você para conhecer um produto ou serviço e, em alguns casos, até com uma proposta de compra diferenciada. Pois a empresa que enviou essa mensagem ou foi responsável pela ligação estava praticando o relacionamento com o cliente, o já conhecido CRM. Você poderia imaginar o motivo pelo qual essa empresa agiu dessa forma contigo (e age da mesma forma com outros clientes)? Porque ela sabe que precisa atrair, reter e fidelizar clientes para aumentar as suas receitas e a sua lucratividade. Entretanto, aumentar as receitas é uma consequência natural de vender mais (uma quantidade maior) o que não necessariamente significa aumentar a lucratividade. É justamente neste ponto que entra em cena a relação a prática do CRM, pois o CRM não ajuda apenas a vender mais, ele ajuda a empresa a encontrar e manter clientes lucrativos, denominados clientes de alto valor. Não se preocupe com este termo agora, pois você irá aprender o que significa um cliente de valor e como o CRM contribui para converter clientes de alto potencial de compra em clientes de alto valor de compra. Por isso, é preciso ter muito cuidado com a identificação do cliente que se pretende relacionar, afinal, do que vale investir em um relacionamento que não trará benefícios para a empresa? Além disso, você também aprenderá que a aplicação do CRM assume quatro formas distintas, a saber: A estratégica, a operacional, a analítica e a colaborativa. Mais uma proposta de aprendizado diz respeito aos cuidados a serem tomados no momento de desenhar e executar uma estratégia de CRM e de interagir com os clientes. Aliás, você vai descobrir que, devido ao ativismo digital proporcionado pelo avanço tecnológico, o CRM também deve monitorar e, se necessário, interagir com os não clientes também. Ficou curioso a respeito disso? Então aproveite esta oportunidade de aprendizado e mate a sua curiosidade. Bom estudo!! Pense que você está foi contrato para prestar serviço de CRM para uma empresa de logística e no primeiro dia de trabalho você foi convocado para uma reunião com o setor de vendas da empresa. A reunião está sendo conduzida pelo gerente comercial que, além de falar de forma ríspida com a sua força de vendas, está cobrando resultados, pois o número de clientes lucrativos está caindo a cada semana que se passa, apesar de o número geral de clientes (a carteira de clientes) estar aumentando. O gerente expõe então que de nada vale aumentar as receitas da empresa se a lucratividade não está acompanhando esse crescimento. DESAFIO INICIAL Um dos gerentes de conta da empresa citou a falta de comprometimento do setor operacional que, vez ou outra, não cumpre com o prazo acordado com o cliente. Já o gerente de outra grande conta, afirmou que os clientes lucrativos estão insatisfeitos por não receberem informações precisas sobre o andamento das entregas e, pior ainda, sobre o retorno de solicitações de orçamento. O assistente administrativo de vendas abre um relatório e diz que só os clientes que procuram preço baixo continuam consumindo os serviços da empresa sem reclamar de falhas, de falta de informação ou de qualquer outra coisa. A secretária do departamento comercial, que é responsável por receber e encaminhar as solicitações e reclamações dos clientes, também acompanha as redes sociais da empresa e, aproveitou a oportunidade da reunião para dizer que já percebeu que alguns clientes estão usando as redes para contar as suas experiências negativas com a empresa. Foi exatamente neste ponto (na fala da secretária) que o gerente comercial olhou para você e disse: Essa é a pessoa que vai nos ajudar a resolver esses problemas, pois ele vai criar um sistema de CRM para o nosso departamento acabar de vez com esses comentários negativos e, mais que isso, atrair e engajar clientes lucrativos. Pois esse será o seu desafio, elaborar uma proposta de implantação de CRM que considere o monitoramento – também – dos não clientes e, além disso, convencer o gerente comercial de que um CRM não é nunca será de uso exclusivo de um departamento, pelo contrário, requer o envolvimento e comprometimento da empresa como um todo.Antes de se implantar uma estratégia de Customer Relationship Management (CRM) é preciso ter consciência de que os objetivos a serem perseguidos devem, necessariamente, considerar a atração, a retenção e a fidelização dos clientes (POSER, 2005). Apesar de essa estratégia de CRM ser abrangente (considerando todos os clientes) é preciso dar foco e atenção especial aos clientes de maior potencial de compra (CMP), visando transformá-los em clientes de maior valor de compra (CMV). Mas qual seria a vantagem de um CMP virar um CMV? Historicamente, os clientes de maior valor de compra são os mais lucrativos para a empresa, sendo responsável por até 40% da sua lucratividade e representando de 5% a 15% da carteira de clientes. Pode até parecer algo estranho tentar transformar CMPs em CMVs, contudo existe um bom argumento para assim fazê-lo. Que tal conhecer esse argumento agora? Então vamos lá, imagine que você trabalha em uma empresa que possui 7% de clientes CMVs em sua carteira, representando 25% da sua lucratividade. Ao investir em uma estratégia de CRM para dobrar os clientes CMVs (de 7% para 14%) a empresa também dobrará a representação deles na sua lucratividade, ou seja, terá metade da sua lucratividade (50% neste caso) oriunda de 14% dos seus clientes. Carteira de clientes é o termo usado pelos profissionais de vendas para designar o conjunto de clientes que está sob a responsabilidade de um vendedor ou ainda para denominar o portifólio de clientes que a empresa mantém relacionamento comercial. Ampliando o vocabulário Sendo assim (com base neste argumento), fica evidente que o investimento em uma estratégia de CRM efetiva certamente resultará em um retorno mais rápido, sendo a sua viabilidade justificada economicamente. Em destaque Só para você ter uma ideia de um exemplo concreto, a empresa IBM descobriu que 1% de aumento na satisfação de seus CMVs trará uma resposta de 257 milhões de dólares em vendas adicionais em um prazo de anos. Este aumento no faturamento se dá por conta de um conceito chamado de valor do cliente, que consiste no valor económico para a empresa da relação que ela mantém com o cliente, expresso em termos de margem de contribuição. O valor do cliente é uma métrica (indicador) fundamental para medir e avaliar a efetividade das estratégias de marketing (4Ps). Portanto, é possível que uma organização mensure (meça) e otimize o desempenho das ações de marketing por meio do valor do cliente, agilizando e melhorando os seus processos de tomada de decisão, assim como a qualidade da decisão tomada. Margem de contribuição é a diferença entre o preço praticado para um serviço ou produto e o custo variável unitário deste produto. Se, hipoteticamente, um lápis custa R$ 2,00 e o seu custo variável é de R$ 1,00 (valor da madeira e do grafite usado para fabricá-lo), o valor restante (R$ 1,00) é a margem de contribuição que será usada para ‘contribuir’ com os custos fixos e com o lucro. Ampliando o vocabulário Entretanto, é importante destacar que, de acordo com Silva e Zambon (2015, p. 178 e 179) o CRM não é uma solução milagrosa, tampouco definitiva; na verdade, é uma solução muito inteligente quando usada corretamente. Talvez o principal erro possível com o CRM seja aplicá-lo como se fosse uma solução para todos os problemas relativos a clientes, tais como vendas, aceitação de produtos, fidelização etc., sem considerar que ele precisa ser acompanhado “bem de perto” e que sua implantação deve respeitar o perfil do negócio e dos clientes que se deseja atingir. Um risco grave, se a implantação do CRM for mal configurada, é o de adquirir e manter os clientes errados, ou seja, aqueles que não dão e não darão lucro e que não fazem parte do perfil de clientes que o negócio gostaria de atingir. Portanto, focalizar a retenção do cliente como sendo a grande prioridade dos negócios pode ser uma atitude bastante ingênua se a maioria dos clientes conquistados não for lucrativa. Para refletir Em muitos setores da economia existe uma considerável parcela de clientes que não é lucrativa, porque o custo da prestação de serviços (mais os custos para a manutenção destes clientes) são maiores que as receitas gerados por eles. Como este fato (clientes não lucrativos) pode se tornar um risco para o planejamento e a execução de uma estratégia de CRM? Portanto, é possível concluir que o CRM enfrenta riscos menores quando é voltado para clientes que dão lucro, ou para clientes de alto valor agregado. Dessa forma (voltado para clientes lucrativos) o CRM pode ser fracionado em quatro formas distintas de aplicação, a saber: operacional, analítico, colaborativo e estratégico. Vamos aprender sobre essas formas de se aplicar o CRM? Então vamos lá começar pelo operacional. O CRM Operacional tem a finalidade de planejar, delinear e tornar operacional os sistemas e dispositivos voltados para a criação de canais de relacionamento adequados com os clientes e registro dos contatos, de forma resumida, ele tem o objetivo de criar os canais de relacionamento com o cliente. Já o CRM Analítico consiste na identificação e na classificação dos clientes em grupos de interesse (segmentação), gerando assim um importante banco de dados que será utilizado (consultado) como base para conhecer, por exemplo, o comportamento de compra e a frequência de consumo deles. Os dados levantados pelo CRM operacional serão minuciosamente tratados e analisados, gerando assim, informações consistentes sobre os clientes. Dessa forma, o CRM Analítico aplica os dados obtidos pelo CRM operacional com a finalidade tornar as condições de atendimento e a oferta de produtos mais efetiva (mais ágil, fácil e de acordo com as necessidades e desejos dos clientes). O CRM Colaborativo está relacionado com as redes colaborativas das informações sobre os clientes, com o claro objetivo de subsidiar a construção do melhor relacionamento com cada um dos clientes atendidos, independentemente do canal de comunicação de sua preferência (aquele canal que o cliente prefere usar para manter contato). A proposta central deste tipo de CRM (colaborativo) é a de utilizar os dados levantados para se manter uma interação inteligente com os clientes, gerando valor para eles pelo uso colaborativo das suas próprias informações, elevando assim as chances de se construir relacionamentos em longo prazo que sejam vantajosos para ambos (empresa e cliente). Para exemplificar estes três tipos de CRM, pense em uma empresa que criou um formulário eletrônico para que o cliente responda após a compra e, além disso, a empresa também armazena os dados das transações feitas por esse ciente, tais como, o que foi comprado, qual o preço, meio e condição de pagamento, local da compra (físico ou virtual) etc. Esta é a forma de operacionalizar o CRM e construir um banco de dados. Depois deste banco de dados estar construído de forma consistente, o CRM desta empresa analisará essas informações, procurando traçar um perfil deste cliente, assim como os seus hábitos de compra e preferências de interação. Supondo que se identificou um grupo de clientes que prefere se comunicar pelo Facebook, outro pelo Instagram e ainda outro por e-mail, o CRM colaborativo enviará promoções, que realmente interessam ao cliente, por meio do canal que ele mais gosta de usar. A forma estratégica do CRM é aquela que se preocupa com os rumos a serem tomados, definindo o escopo da estratégia, os objetivos a serem perseguidos, e as ações que serão adotadas para viabilizar as suas outras três forma de CRM (operacional, analítico e colaborativo). A figura 1.13 ilustra as quatro formas de aplicação do CRM. Figura 1.13: Formas de aplicação do CRM Fonte: Adaptado de Zenone (2019) Agora que você já conhece as quatro formas de aplicação doCRM, que tal aprender a como tratá-lo de forma estratégica? Pois então saiba que o primeiro passo para elaborar qualquer projeto de CRM, demandará uma variedade de recursos, tais quais, humanos, tecnológicos e financeiros, por isso, o primeiro passo a ser dado é levantar os custos envolvidos para a implantação, construindo um orçamento. Orçamento é uma ferramenta administrativa (geralmente em formato de planilha) que serve para registrar a previsão de gastos de um determinado projeto ou empreendimento, descrevendo, quantificando e atribuindo valor monetário para cada recurso necessário na sua execução. Ampliando o vocabulário Com o orçamento em mãos, agora é importante saber se a empresa está comprometida com a adoção da estratégia de CRM e se ela tem condições financeiras para bancá-la. A partir desta constatação (sinal verde) será preciso mapear todo o processo gerencial (perspectiva interna) e descrever as características do ramo de atuação (perspectiva externa) para definir o tipo de solução tecnológica mais adequada para um negócio em específico. Em destaque É bom que você preste bastante atenção em um detalhe sobre estratégias de CRM: cada empresa possui as suas próprias características e especificidades, mesmo atuando no mesmo setor, um sistema de CRM poderá funcionar muito bem em uma empresa e ser um total fracasso em outra. Portanto, inspire-se, mas não copie!!! Para se obter sucesso na implantação do CRM, será preciso checar se algumas recomendações foram seguidas. A primeira recomendação é garantir o envolvimento de todas as áreas da empresa, haja vista que serão necessárias alterações significativas na sua cultura e no seu modo de operação. Neste ponto será preciso gerenciar a mudança, pois certamente haverá resistências a serem vencidas e tensões a serem dissipadas. Este envolvimento deverá ser de cima para baixa, com demonstrações de aprovação, crença e comprometimento da alta cúpula da empresa com a nova proposta. É fundamental eleger um líder ou gerente para tocar o projeto de implantação do CRM. Esta pessoa deverá ter, além da confiança da alta direção, autonomia para promover as mudanças e possuir capacidade para envolver, motivar e orientar os colaboradores da empresa (de todos os setores). Também é importante que o responsável pela implantação conheça bem o ramo de negócio da empresa e as ferramentas computacionais disponíveis para a operacionalização do CRM. Depois que o CRM estiver estabelecido, será preciso acompanhar o seu desempenho para verificar a necessidade de adequações ou ajustes. Você também precisa saber que, além dos clientes, o CRM deve se preocupar com o ativismo digital e os não clientes. Quer saber como? Então vamos lembrar que o avanço tecnológico e as redes sociais permitem que qualquer pessoa (que tenha acesso a internet) dê a sua opinião ou faça um comentário sobre uma infinidade de assuntos e empresas. Serviços, produtos, marcas, profissionais, causas, atitudes e organizações estão a mercê de comentários de pessoas que sequer são clientes ou possuem algum tipo de relacionamento ou envolvimento direto com o objeto (motivo) da manifestação, seja ela positiva ou negativa. Conforme dito por Silva e Zanbom (2015, p. 256) na internet, as redes sociais amplificaram a capacidade de as pessoas participarem e sentirem-se envolvidas e, com isso, mais pessoas passam a ser consideradas como ativistas digitais. Ativismo digital consiste nas manifestações públicas de clientes e não clientes na rede mundial de computadores, influenciando (de forma positiva ou negativa) a imagem de uma organização qualquer. Ampliando o vocabulário É nesse contexto que o marketing busca compreender o comportamento das pessoas e a influência desse comportamento sobre as organizações alvo das manifestações no espaço cibernético. A principal preocupação do marketing sempre foi saber como pensam e como agem os clientes, porém, agora também é necessário saber o que pensam e como se comportam os não clientes, pois estes também podem interferir na aceitação, nas vendas e nos resultados das organizações. Diante deste atual contexto (de ativismo digital), o CRM tem de se preocupar em criar e manter relacionamentos – também – com os não clientes. Ainda segundo Silva e Zanbom (2015, p. 257) o ativismo digital expôs as organizações a um novo paradigma que as leva a se preocupar não apenas com a opinião dos seus clientes cativos e clientes potenciais, mas também com a opinião daqueles que nunca compraram nada do que é produzido e comercializado por elas, e talvez nunca o façam. Porém, tais pessoas – os não clientes – se sentem no direito de dar sua opinião sobre a organização e, com isso, podem modificar o modo como alguns ou vários clientes cativos a compreendem. Um problema sério nesse contexto de ativismo digital de não clientes é o fato de que, como a abrangência da rede é praticamente ilimitada, fatos isolados podem expandir-se para outras áreas, nas quais as pessoas sequer tomariam conhecimento do ocorrido não fosse a utilização da internet. Outro ponto preocupante é que, na rede, muitas informações ficam registradas por longos períodos e são revistas por meio de sites de busca (ou outros) mesmo quando muito tempo se passou da data do registro da ocorrência. O problema com isso é que, algumas vezes, dificuldades antigas e já solucionadas podem ressurgir ao debate ou como argumento, fazendo com que sejam lembradas as enrascadas nas quais a organização se envolveu, o que acaba expondo a marca a constantes comparações negativas. Por isso, o CRM deve (necessariamente) monitorar as redes sociais e responder prontamente e de forma assertiva e honesta a qualquer comentário negativo (até mesmo com um pedido de desculpas se for o caso) e esclarecer informações falsas, procurando assim reverter qualquer tendência negativa que poderia ser relacionada a ela. Por outro lado, este monitoramento deve enaltecer e potencializar os comentários positivos, fortalecendo assim as motivações de se manter os clientes atuais e conquistar os potenciais (novos clientes). Você chegou ao final de mais uma sessão de estudos e agora deverá realizar a atividades propostas para fortalecer o seu aprendizado, pois só assim você se transformará em um profissional requisitado pelo mercado de trabalho. NA PRÁTICA A empresa XPTO decidiu implantar um novo sistema de CRM diante de um contexto onde não existia informatização, nem organização dos processos comerciais bem como a inexistência de registros, causando perda de grandes oportunidades de negócio por falta de metodologia e controle. A empresa também vivia uma grande dificuldade para mensurar resultados das ações de comunicação e marketing e uma falta de integração e coordenação entre os departamentos de comunicação, marketing e vendas. Todas as áreas da empresa foram envolvidas no projeto, com apoio e comprometimento da alta direção que se dedicou de forma intensa em todas as suas fases, inclusive na reestruturação dos dados dos clientes. A XPTO adotou uma ferramenta desenvolvida por um parceiro comercial que estava inserindo um novo software no mercado, construído com base nas melhores práticas de mercado. Para a correta implantação, a XPTO realizou as seguintes etapas: Definição do escopo do projeto; Composição da equipe; Inclusão de melhorias e validação pelos usuários do sistema; Criação de um modelo de certificação para a utilização da solução; Capacitação dos usuários na ferramenta e elaboração de material instrucional e de apoio ao seu uso; Reestruturação e renovação da base de dados dos clientes pelo trabalho da equipe de telemarketing e ; Integração do sistema de CRM e da força de vendas ao sistema de gestão da empresa. O levantamento e a atualizaçãodos dados foram realizados por uma equipe de Marketing Direto, que enriquecia a base de dados por meio de consultas à sistemas de buscas e por contatos telefônicos. A XPTO também se preocupou em criar uma equipe de suporte ao usuário, composta por analistas que se responsabilizavam pela criação de usuários, liberações, permissões, extrações de dados e esclarecimento de dúvidas em geral dos usuários. Adaptado de: Estudo de Caso: Implantação de CRM na RM Sistemas S.A. Sílvia Regina Juste Simões. Disponível em: http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo /627 acesso em 15/05/2021. Ampliando a aprendizagem Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura de Madruga (2018), capítulo 9, da página 250 (Os segredos para contratar uma solução tecnológica) até a página 257. Site: Um guia para tornar estratégico o relacionamento com clientes URL: https://www.surfedigital.io/blog/crm http://www.youtube.com/watch?v=lExCy7jgoMM http://www.youtube.com/watch?v=CEweqEjIoTE MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017205/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-8384 1%5D%400:0 POSER, Denise von. Marketing de relacionamento: maior lucratividade para empresas vencedoras. Barueri, SP: Manole, 2005. SILVA, Fábio G. da, ZAMBON, Marcelo S. (organizadores). Gestão do relacionamento com o cliente. 3ª. ed., rev. – São Paulo, SP: Cengage, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522119349/pageid /0 ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013764/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-2301 53%5D%400:0.0994 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 2.1 DO FUNIL DE VENDAS AO CUSTOMER SUCCESS Unidade 2 Trilha 1 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Do funil de vendas ao customer success Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base LAS CASAS, Alexandre L; LAS CASAS, Jéssica L. Marketing de serviços: como criar valores e experiências aos clientes. 7ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885970220 87/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-i mage-button-578348%5D%400.00:0 https://docs.google.com/file/d/1l-M9brJtR095Lpor2ko_HbGJVGQIDOr_/preview ● Conhecer o conceito do funil de vendas. ● Conhecer o conceito do balde furado. ● Compreender a importância da jornada do cliente ● Entender o que é experiência do cliente. ● Conhecer o conceito de Brand Awareness Competências desta trilha a) Pensamento inovador e analítico. b) Pensamento crítico e analítico. c) Racionalidade, resolução de problemas e ideação. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja bem-vindo a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você provavelmente já recebeu alguma ligação de uma empresa oferecendo algum tipo de produto ou serviço, ou ainda, navegando na internet, se deparou com um anúncio de algo que poderia lhe ser útil ou ainda que você estivesse a algum tempo desejando comprá-lo. Pois fique sabendo que essas situações configuram ações de prospecção de novos clientes e você foi considerado um prospect (um cliente potencial) para a empresa que conseguiu atrair a sua atenção, mesmo que você não tenha efetuado a compra do produto ou do serviço ofertado. A prospecção de clientes é uma prática constante das empresas e nem sempre serve somente para aumentar a sua carteira de clientes. A prospecção, além de ser uma ação para conquistar novos clientes, também serve para ‘repor’ clientes que não compram mais da empresa. Por outro lado, você também já deve ter recebido uma ligação, um e-mail ou uma mensagem de WhatsAPP questionando a sua satisfação sobre um produto ou serviço comprado ou ter recebido um cupom de descontos para uma próxima compra ou ainda um valor (cash back) em dinheiro para gastar como e onde quiser. Essas ações são consideradas de relacionamento e foram realizadas porque você é um cliente que a empresa tem interesse em manter na sua carteira. Neste caso, a empresa tem plena consciência que é mais barato manter um cliente do que conquistar outro. Depois dessas dicas, você já deve ter ideia do irá aprender nesta etapa de estudos, não tem? Então fique sabendo que nesta etapa você vai aprender sobre a importância de se conhecer a jornada para se conquistar o sucesso do cliente. Além disso, você também aprenderá sobre dois importantes conceitos que devem ser observados para conquistar e manter clientes, a saber: funil de vendas e balde furado. Agora é contigo, aproveite bem essa oportunidade de aprendizado e bom estudo! Suponha que você foi contratado por uma empresa de fertilizantes e defensivos agrícolas para implantar um sistema de relacionamento com os clientes e, na sua primeira semana de trabalho, descobre que a empresa não sabe ao certo quem são os seus clientes e muito menos qual a jornada que eles enfrentam para manter um contato ou realizar um pedido. O que você tem em mãos é o cadastro geral dos clientes ocasionais, frequentes ou que já realizaram algum tipo de transação comercial com a empresa no passado. DESAFIO INICIAL Na segunda semana de trabalho, o dono da empresa (que te entrevistou e decidiu te contratar) lhe chama para conversar e pergunta: Por onde você irá começar? No entanto, antes de responder, você se lembra da importância de se identificar e descrever a jornada do cliente e, a partir dela, construir o funil de vendas. Então você responde: Vamos começar mapeando as etapas que o cliente enfrenta até fechar um pedido aqui na empresa, desde o momento que ele ainda não conhece a empresa até quando ele (cliente) precisa de auxílio após a venda. Impressionado, o dono da empresa faz uma outra pergunta: Qual a finalidade de se compreender esta jornada? Daí você responde prontamente: Para construir o funil de vendas e assim aumentarmos a nossa carteira de clientes e identificarmos qual deles merecem entrar na nossa estratégia de relacionamento, pois assim a empresa será mais lucrativa. Meio desconfiado, mas lhe dando total apoio o dono da empresa pede então para você detalhar a sua proposta (mapear a jornada do cliente e construir o funil de vendas), fornecendo um prazo de um mês para finalizá-la. Uau, esse é um desafio e tanto, não é? Então mãos à obra, comece inventariando os processos internos e identificando os pontos de contatos dos potenciais e atuais clientes para depois criar as ações para prospectar, atrair, converter, analisar e relacionar-se com os clientes dessa empresa. Bom trabalho! Para tratar do sucesso do cliente é preciso conhecer um conceito chamado de experiência do consumidor, mais conhecido pela denominação na língua inglesa Customer Experience (CX). De acordo com Las Casas e Las Casas (2019) este termo ganhou notoriedade e visibilidade por ser reconhecido como uma forma de se criar valor nas ofertas comerciais. A ideia básica para a aplicação deste conceito considera que oferecer aos clientes apenas bons serviços já não émais suficiente. É preciso ter consciência de que todos os aspectos envolvidos em uma oferta comercial são importantes para a criação de valor, tais como o ambiente da empresa, a postura dos colaboradores, o atendimento dado, a propaganda veiculada entre outros. npast Sublinhado Aparentemente, a CX parece ser bem simples de se praticar, não parece? Pois não é bem assim! Apesar da aparente simplicidade, cuidar dos aspectos envolvidos na CX de modo integrado, requer atenção e cuidados especiais. Que tal aprender sobre como cuidar destes aspectos? Então vamos lá, a primeira atenção deve ser dada à descrição do conjunto de experiências que o cliente viverá ao longo da sua relação comercial com a empresa. Quando uma organização decide desenvolver programas de comunicação para atrair seus clientes, ela passa a anunciar em várias mídias para alcançar o maior número de pessoa possíveis. Mas, no entanto, é preciso saber que o meio usado, o formato e o conteúdo da mensagem afetarão a percepção do potencial cliente e, desta forma, conquistar a atenção dele ou ainda ser percebida como algo desinteressante. Por isso, é importante conhecer bem o seu público-alvo e segmentá-lo o máximo possível, criando categorias por assunto de interesse, por exemplo, para se comunicar com essas ‘tribos’ de forma correta. Mídias é a denominação usada para se referir ao conjunto dos diversos meios de comunicação que transmitem informações e conteúdos. Usualmente a transmissão ocorre por meio de veículos como: jornais, revistas, televisão, rádio, placas e internet (incluindo as redes sociais) entre outros usados em casos mais específicos. Ampliando o vocabulário O processo de comunicação efetivo deverá estimular o potencial cliente a ter consciência da marca ou formar Brand Awareness como é mais conhecido esse conceito. Aliás, vale a pena você saber mais sobre Brand Awareness, portanto, aproveite a sugestão de leitura do ampliando a aprendizagem. Ampliando a aprendizagem Brand Awareness: entenda o que é a Consciência de Marca e por que isso importa para a sua empresa. https://rockcontent.com/br/blog/brand-awareness/ acesso em 002/06/21. Assim que o cliente em potencial ganha consciência sobre a marca, certamente poderá ser levado a procurar mais informações sobre produtos ou serviços no próprio site da empresa, em algum mecanismo de busca na internet, nas redes sociais ou em rankings que medem o nível de satisfação do consumidor. Agora preste bastante atenção e lembre-se que algumas pessoas preferem acompanhar os comentários publicados na internet sobre um determinado serviço ou produto antes de se decidir sobre se tornar ou não um cliente. Além disso, é possível (e bem provável) que os clientes entrem em contato com a empresa antes de se decidir sobre a compra de um produto ou a aquisição de um serviço. Esse contato prévio pode ser para sanar alguma dúvida ou para esclarecer alguma condição de compra ou entrega. Você já parou para pensar sobre a importância desse primeiro contato com a empresa? Primeiramente, saiba que esse contato pode ser mantido de forma síncrona (chat ou ligação telefônica por exemplo) requerendo a mediação (interação) humana no momento do contato (simultaneamente). Também é possível que o contato seja estabelecido de forma assíncrona, requerendo a interação humana após o contato (respondendo a um e-mail, a um comentário ou a uma carta por exemplo). Seja qual for a forma de contato, a primeira impressão é a que ficará na mente do cliente, por isso, essa primeira interação deve ser perfeita. Você já percebeu que existem várias empresas que possuem um telefone para assuntos comerciais (para fazer a compra) e outro para outros assuntos (assistência técnica, cobrança, etc.)? Usualmente o canal de vendas é amigável, de fácil compreensão, muito veloz e objetivo. O problema é que essas mesmas empresas não oferecem esses mesmos atributos no outro canal de comunicação, tornando a jornada do cliente uma verdadeira batalha e contrariando todas as orientações para se conquistar o sucesso do cliente, que na verdade, acaba se tornando um verdadeiro fracasso. Em destaque A jornada do cliente corresponde a todo o percurso e contatos que são feitos para efetuar uma compra. Neste percurso, os compradores têm vários contatos com a marca, que são administrados para causarem um impacto e terem uma experiência agradável. Em destaque A empresa Amazon se destaca na velocidade da entrega de produtos, possuindo um sistema de processamento de pedidos e de distribuição logística muito efetivo. Os clientes desta empresa, geralmente recebem os seus pedidos com muita precisão e dentro dos prazos prometidos, quase sempre no dia seguinte ao da compra realizada. Além de síncrona ou assíncrona, a experiencia do cliente pode ser on-line ou off-line. Na experiência on-line, a interação é realizada de forma eletrônica, em uma loja virtual ou em um Marketplace. Neste caso, os pontos de contato serão percebidos e avaliados pelos clientes em relação à equipe de atendimento, capacidade de informação disponibilizada, facilidade de navegação, velocidade do sistema, burocracia enfrentada e, principalmente, a entrega do produto ou serviço. Já na experiência off-line os pontos de contato são outros. No caso de um estabelecimento do varejo, os pontos de contato podem ser o estacionamento, o layout e a decoração da loja, a fachada e a vitrine, a equipe de atendimento, o pagamento no caixa, a retirada do pedido, o empacotamento, os banheiros, entre outras possibilidades conforme ilustrado na figura 2.1. Figura 2.1: Pontos de contato em uma loja física Fonte: Las Casas e Las Casas (2019 p. 94) Portanto será pela análise da experiência do cliente que a jornada do cliente poderá ser identificada e descrita, para depois ser analisada e (se necessário) adequada para ir ao encontro dos interesses, necessidades, desejos e expectativas dele (cliente). A figura 2.2 ilustra um modelo simplificado de experiência do cliente que poderia ser utilizado para mapear a sua jornada e compreender os pontos de contato. Figura 2.2: Modelo simplificado de experiência do cliente (CX) Fonte: Madruga (2018, p.29) Agora que você conhece o conceito de experiência do cliente, fique sabendo que a jornada do cliente pode ser fracionada em quatro fases distintas: Aprendizado e descoberta; Reconhecimento do problema; Consideração da solução e; Decisão de compra. Na primeira fase (aprendizado e descoberta), o cliente potencial não possui consciência de que está diante de um problema e que existe um produto ou serviço pode solucioná-lo. Na segunda fase, o potencial cliente já identifica e reconhece o problema dele ou uma oportunidade que ele poderá aproveitar. Vale ressaltar que, reconhecer o problema ou uma oportunidade é uma coisa e identificar a causa do problema ou os benefícios da oportunidade é outra. Já na terceira fase da jornada, o cliente passa a considerar a solução do problema e os benefícios que a oportunidade identificada poderá trazer para ele. Finalmente, a última fase diz respeito à decisão de compra, na qual o cliente fechará o negócio e ocorrerá a conversão do potencial cliente em cliente de fato. Você é esperto e já deve ter reparado que essas quatro fases também serão fracionadas em quantas etapas forem necessárias, por exemplo: ao decidir comprar, o cliente terá de efetivar o pedido, fazer o pagamento, aguardar a entrega e ter a sua satisfação apurada (medida). Contudo, é muito importante que você saiba que identificar, descrever, analisar e adequar a jornada do cliente não garante sucesso, pois ainda falta um importante conceito a ser agregado para perseguir e conquistar este sucesso. Vamos lá aprender sobre ele? O conceito que você precisa conhecerpara alcançar definitivamente o sucesso com os clientes é o funil de vendas, já ouviu falar nele? Enquanto a jornada do cliente consiste nas fases (etapas) que uma pessoa percorrerá para se tornar cliente, o funil de vendas prevê as ações necessárias para cada uma dessas fases. Para refletir Do que adiantaria identificar, mapear e descrever a jornada do cliente, desde a sua prospecção até o momento da compra e da pós venda, se não forem previstas ações para cada etapa desta jornada? Inicialmente uma empresa realiza a prospecção dos seus clientes, procurando pelo público alvo potencial para os seus produtos e serviços. Assim que esse público é identificado, a empresa passa a realizar ações para atrair a atenção deste público. Com a atenção deles, fica mais fácil fornecer argumentos para mostrar os benefícios de se adquirir o produto ou serviço ofertado, convertendo esse prospect em um cliente de verdade (primeira compra). Após a primeira compra, será preciso analisar se vale a pena se relacionar com esse cliente e se ele teria condição de recompra e de se tornar um cliente fiel da empresa. Se a resposta for positiva, se chega à última etapa do funil de vendas, que é justamente promover ações de relacionamento para manter esse cliente satisfeito e ativo na sua carteira de clientes. A figura 2.3 ilustra as ações a serem tomadas em cada fase do funil de vendas, assim como ajuda a compreender a metáfora com o funil, pois na sua entrada, o número de potenciais clientes é muito elevado e na sua saída, o número de clientes convertidos que merecem ação de relacionamento é consideravelmente menor. Figura 2.3: Fases do funil de vendas Fonte: Autor Além disso, é bom (e altamente recomendável) reforçar que para se conseguir vender mais você tem duas alternativas, a primeira é conquistar clientes novos e a segunda é continuar vendendo para os clientes atuais. O que talvez você ainda não saiba é que conquistar um novo cliente envolve um grande esforço e um custo bem maior do que os custos envolvidos para manter os clientes atuais, sem contar que é muito mais fácil vender para um cliente satisfeito (que já conhece a empresa) do que para um cliente novo (que não conhece a empresa). Porém, isso não significa que a empresa deve parar de prospectar novos clientes, principalmente por conta de um fenômeno denominado de balde furado, você já ouviu falar nele? Esse fenômeno (balde furado) acontece em toda e qualquer empresa quando ela perde (naturalmente ou por conta de problemas com insatisfação) uma parte de seus clientes ao longo do tempo. Enquanto alguns clientes são conquistados após o processo de prospecção, passando a compor a carteira de clientes ativos da empresa, outros clientes deixam de comprar dessa empresa por algum motivo qualquer (falta de dinheiro, insatisfação, falta de interesse, necessidade suprida, etc). A carteira de clientes ativos e os novos clientes deixam o balde cheio, porém, como se o balde estivesse furado, alguns clientes ‘vazam’ do balde por esse furo conforme ilustrado na figura 2.4. Por isso se torna tão importante que o atendimento e o acompanhamento do cliente no pós-venda sejam realizados de forma sistemática e efetiva, evitando assim o aumento dos furos no balde e a consequente perda de clientes. Figura 2.4: Fenômeno do furo no balde Fonte: Autor Certamente depois do que você aprendeu nesta etapa de estudos será mais difícil dar um tratamento inadequado aos clientes da sua empresa assim como deixar de estimular e manter relacionamento com os bons clientes, aqueles que precisam, querem e podem comprar os produtos ou serviços que a sua empresa comercializa. comprar os produtos ou serviços que a sua empresa comercializa. NA PRÁTICA A empresa de móveis para áreas residenciais externas GARDEN & POOL estava enfrentando algumas dificuldades para identificar, conquistar e reter clientes e por conta disso contratou um profissional especialista em relacionamento com o cliente para reverter este quadro indesejado. Este experiente profissional deu o primeiro passo agindo para identificar as maiores oportunidades de melhoria e, deixou o patrão perplexo quando disse faria isso se baseando nos piores resultados. Ao ser questionado por começar pelo que a empresa tem de pior, ele respondeu que usualmente é se consertando o que está ruim que se criará uma maior oportunidade de melhoria, pois serão essas pequenas melhorias que contribuirão para alavancar os resultados positivos e esperados. Ao realizar esse inventário (caça a resultados ruins) o profissional especialista em relacionamento com o cliente percebeu que a empresa havia realizado recentemente uma ação de marketing para incrementar a conversão de visitantes do seu web site e das suas redes sociais, conquistando um aumento 2% para 4%. Ao se deparar com um resultado que dobrou o seu desempenho, este profissional procurou novamente o seu patrão para apontar que este resultado foi ruim e poderia partir daí uma ação de melhoria e uma oportunidade para alavancar as vendas. Quase perdendo o seu emprego (sim o patrão ficou uma fera ao escutar que o resultado em dobro não era bom) foi novamente questionado sobre o motivo de este ser considerado um resultado ruim, mesmo tendo sido dobrado. De forma calma e segura, o profissional respondeu que a comparação de dados do funil com dados históricos do seu próprio negócio pode fazer com que a empresa tome decisões precipitadas e tenha uma falsa sensação de sucesso. O mais adequado é fazer uma comparação com os resultados dos concorrentes, pois assim será possível ter um parâmetro realístico de comparação. No caso desta empresa, foi apurado que a concorrência obtém média de conversão acima de 12%, demonstrando que existe mais espaço para alavancar as vendas com estratégias de conversão de clientes mais efetivas. Ampliando a aprendizagem Site: O que é e como desenvolver um Funil de Vendas? URL: https://rockcontent.com/br/blog/funil-de-vendas/ Site: cases de experiência do cliente: as melhores estratégias URL: https://www.zendesk.com.br/blog/experiencia-do-cliente-ca ses/ http://www.youtube.com/watch?v=60l_blHeYME http://www.youtube.com/watch?v=ZQR8ywSC7W0 http://www.youtube.com/watch?v=s7igAwpuYqw LAS CASAS, Alexandre L; LAS CASAS, Jéssica L. Marketing de serviços: como criar valores e experiências aos clientes. 7ª. ed. – São Paulo: Atlas, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597022087/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-5783 48%5D%400.00:0 MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017205/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-8384 1%5D%400:0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 2.2 O MODELO DE LACUNAS DA QUALIDADE DE SERVIÇOS DO CLIENTE Unidade 2 Trilha 2 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK O modelo de lacunas da qualidade de serviços do cliente Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base ZEITHAML, Valarie A.; BITNER, Mary Jo; GREMLER, Dwayne D. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 6ª. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553628/pageid/0 https://docs.google.com/file/d/1UzJP6MQxxiYzsMjGSTp8U-RP_60PXxa8/preview ● Diferenciar expectativa de percepção do cliente. ● Conhecer a lacuna da Compreensão do Cliente. ● Conhecer a lacuna do Projeto e dos Padrões de Serviço. ● Conhecer a lacuna do Desempenho do Serviço. ● Conhecer a lacuna Comunicação. Competências desta trilha a) Pensamento crítico e analítico. b) Racionalidade, resolução de problemas e ideação. c) Análise e otimização de processos. d) Empatia. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá Estudante, seja bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você provavelmente já deve ter passado por uma situação (ou conhece alguém bem próximo que tenha passado) na qual se deparou com uma oferta de prestação de serviço irresistível. A empresa promete resolver todos os seus problemas após o serviço ser prestado e por conta disso você até aceita pagar um preço ‘salgado’ para se livrar de uma situação que está lhe incomodando. No entanto, após o serviço prestado, o resultado não foi bem o que lhe foi prometido e o problema não foi resolvido como deveria. Essa é uma situação que certamente lhe trouxe (ou trouxe para a pessoa que passou por isso) uma percepção negativa sobre a qualidade do serviço e consequentemente sobre a empresa que prestou esse serviço. Pois é justamente sobre essa diferença entre o que se espera de um serviço (expectativa) e a satisfação com o serviço prestado (percepção) que você irá aprender nesta etapa de estudos. Só para adiantar, essa diferença é chamada de lacuna do cliente, que por sua vez é desmembrada em quatro lacunas distintas que são: Lacuna da Compreensão do Cliente; Lacuna do Projeto e dos Padrões de Serviço; Lacuna do Desempenho do Serviço e; Lacuna da Comunicação. Aprender sobre essas lacunas e a como agir para reduzi-las ou eliminá-las é fundamental para igualar as expectativas dos clientes com as suas respectivas percepções, resultando em um fator que todas as empresas perseguem constantemente que é a satisfação dos seus clientes. Você deve lembrar que a satisfação do cliente é muito importante para garantir a recompra e conquistar a sua fidelidade, elevando assim a lucratividade da empresa, principalmente porque ela precisará investir menos para conquistar novos clientes (que custa mais do que manter os atuais). Você vai aprender também que nem sempre uma oferta enganosa é sinônimo de má fé da empresa, mas sim de incompetência em lidar com essas quatro lacunas, ressaltando que a incompetência não pode e não deve ser usada como uma justificativa para enganar o consumidor. Agora é contigo, aproveite bem essa oportunidade de aprendizado e bom estudo! Diante de uma queda inexplicável no número de clientes atendidos (e consequentemente do seu faturamento) uma empresa prestadora de serviços de diagnóstico por imagens na área de saúde realizou uma pesquisa de satisfação conjuntamente com uma análise profunda das reclamações formais dos clientes nos últimos 3 meses. Infelizmente o resultado mostrou um índice geral de insatisfação bem maior que o de satisfação. No mesmo sentido, a análise das reclamações apontou que existem vários motivos e razões que contribuem para reduzir a satisfação e elevar a insatisfação. DESAFIO INICIAL Falta de cordialidade no atendimento, prazos não cumpridos, agendamentos desmarcados, resultados de exames trocados, exames que tiveram de ser refeitos, equipamentos com necessidade de manutenção, ambiente sujo, longas filas de espera e até a ausência de água e café foram as principais fontes de insatisfação identificadas pela empresa. Após estar de posse desses resultados a empresa percebeu que estava enfrentando um grande problema que, de forma geral, poderia ser resumido em uma grande lacuna do cliente. No intuito de alterar essa situação sofrível, indesejada e inadequada, a empresa resolveu que contrataria um profissional especialista em relacionamento com o cliente, dando-lhe carta branca para fazer tudo o que precisa ser feito, sendo o primeiro passo a elaboração de um plano estratégico cujo objetivo principal seja o de reduzir a lacuna do cliente. Após consulta ao mercado de trabalho essa empresa identificou o seu perfil e lhe chamou para realizar este trabalho, dando o prazo de um ano para reverter esse quadro e passar então a encantar os seus clientes para que eles fiquem satisfeitos e se tornem fiéis. Para resolver esse desafio, você lembrou que, se reduzir cada uma das quatro lacunas do cliente, estudadas nesta etapa de estudos, você oferecerá para a empresa o resultado que ela está procurando alcançar. Então agora é contigo, elabore um plano estratégico que abranja as lacunas de compreensão do cliente, do projeto e dos padrões de serviço, da comunicação e do desempenho do serviço. Bom trabalho! Para começar esta etapa de estudos você inicialmente precisa saber o que é uma lacuna. Uma lacuna é um espaço vazio, a falta de algo em um espaço ou em um pensamento. Suponha que você está lendo um texto e ao chegar na página x encontra um espaço vazio entre dois parágrafos, muito provavelmente causado por uma falha na impressão deste material, ou ainda, que você está entusiasmadamente contando uma história e esquece parte dela. Estes dois exemplos apresentam lacunas, uma no texto e a outra na memória. Tomando como premissa essa definição de lacuna (a falta de algo) você já pode aprender sobre o conceito da lacuna do cliente, que consiste na diferença entre as expectativas e as percepções do cliente conforme ilustrado na figura 2.5. Figura 2.5: Lacuna do cliente Fonte: (ZEITHAML; BITNER; GREMLER. 2014, p. 35) Mas qual seria a diferença entre expectativas e percepções do cliente? De acordo com Zeithaml et al (2014) as expectativas do cliente são os padrões ou pontos de referência que ele traz consigo para a experiência do serviço (a pintura do prédio ficará ótima, pois essa empresa sempre presta bons serviços e trabalha com material de primeira qualidade), ao passo que as percepções são avaliações subjetivas das experiências do serviço (Esse foi um péssimo serviço, pois a fachada do prédio está descascando após a primeira chuva). Em destaque As expectativas do cliente consistem naquilo que ele acredita que deverá acontecer ou que acontecerá ao adquirir um bem ou um serviço. Quando uma pessoa escolhe cortar o seu cabelo em um salão de beleza renomado e consequentemente mais caro que os demais salões, ela espera uma prestação de serviço diferenciada e de alto nível, bem superior ao nível que ela esperaria dos salões que cobram preços mais populares. Quanto mais distante a percepção ficar da expectativa, maior será a lacuna do cliente, sendo assim, “o preenchimento da lacuna entre o que os clientes esperam e o que eles percebem é um aspecto essencial na execução de serviços de qualidade, e está́ na base do modelo de lacunas.” (ZEITHAML; BITNER; GREMLER. 2014, p. 35) É importante saber que os fatores que geram as expectativas dos clientes podem estar sob o controle da empresa (como preço, promessa de utilidade e propaganda) ou fora do seu controle de interferência (como as necessidades pessoais íntimas, comunicação boca a boca e ofertas competitivas). Você já deve ter percebido que a situação ideal para uma empresa é aquela na qual as percepções se mostrassem idênticas às expectativas geradas, de forma que os clientes percebam que o que eles receberam está de acordo com o que eles esperavam receber. Para compreender plenamente este conceito de lacuna da qualidade de serviços prestados aos clientes é bom enfatizar que o foco deste modelo é a prestação de serviços. Já para evitar ou reduzir a lacuna do cliente outras lacunas da empresa precisam ser preenchidas. Essaslacunas ocorrem no interior das organizações prestadoras de serviço e estão descritas na figura 2.6. Figura 2.6: As quatro lacunas dos clientes Fonte: Adaptado de ZEITHAML et al (2014) Que tal aprender sobre cada uma destas lacunas? Então vamos lá começar pela lacuna da compreensão do cliente. A lacuna da compreensão do cliente consiste na diferença entre as expectativas do cliente para com o serviço e a compreensão que a empresa tem dessas expectativas (dos seus clientes). Você consegue imaginar os motivos pelos quais boa parte das empresas não atendem às expectativas dos clientes? Pois fique sabendo que essas organizações empresariais carecem de uma compreensão mais refinada de quais exatamente são essas expectativas, falando de outra forma, o que eles (clientes) esperam do serviço? Contudo, a gestão deste tipo de empresa (que ignora ou não conhece a expectativa do cliente) predominantemente não mantém interação direta com os clientes e ainda apresentam indisposição ou falta de vontade para levantar e identificar essas expectativas. Agindo desta forma, sem conhecer e compreender as expectativas dos clientes sobre os serviços ofertados, eleva-se consideravelmente a chance de que várias decisões sejam tomadas de forma inadequada e equivocada, interferindo e prejudicando a alocação de recursos e contribuindo, desta forma, para a construção de uma percepção de serviços de baixa qualidade. Para refletir De que adianta a empresa investir em cupons de desconto e na construção de uma marca de qualidade se o cliente espera (tem a expectativa) que o serviço seja realizado dentro do prazo prometido? A essa altura da sua leitura você deve estar pensando: mas como descobrir quais são as expectativas dos meus clientes para manter o foco nelas? Uma ferramenta poderosa e altamente indicada para levantar as expectativas dos clientes é a pesquisa de marketing. A Pesquisa de marketing é uma poderosa ferramenta amplamente utilizada para levantar dados e informações sobre os clientes e sobre o mercado de atuação de uma dada organização. Ampliando o vocabulário Contudo é bom que a orientação da pesquisa seja adequada, ou seja, que ela tenha os seus objetivos claramente definidos e que o seu delineamento (a sua metodologia) seja minuciosamente planejado para que esses objetivos possam ser alcançados. Além da pesquisa de marketing, é possível adotar outras ferramentas ou práticas que envolvam mais tipos de abordagens de pesquisa como as entrevistas com o cliente, os painéis de pesquisas, o inventário no sistema de reclamações e o monitoramento das redes sociais. Outro fator que aumenta a lacuna de compreensão do cliente são as falhas de comunicação, seja por falta de contato entre os gestores e os clientes ou pela comunicação ineficiente (ou inexistente em alguns casos) entre esses mesmos gestores e os seus colaboradores. Vale lembrar que quanto maior a quantidade de níveis hierárquicos entre os gestores e os colaboradores que mantém contato com os clientes, maior será a dificuldade para se compreender as expectativas dos clientes. Mais um fator que contribui para aumentar a lacuna de compreensão do cliente é a recuperação inadequada do serviço, de modo que a empresa não demonstra interesse para ouvir as queixas do cliente quando presta um serviço inadequado (na visão do cliente). A empresa deixa passar uma boa oportunidade de identificar qual seria a expectativa do cliente que não foi atendida neste caso. Por isso, é preciso focar os relacionamentos (e não apenas as transações comerciais) dos clientes que fazem parte do seu segmento de mercado, pois só assim será possível reduzir o eliminar essa lacuna e igualar as expectativas e as percepções dos clientes. A segunda lacuna a ser estudada é a Lacuna do Projeto e dos Padrões de Serviço. É comum que a empresa se esforce e até consiga eliminar a primeira lacuna (conhecer as expectativas dos clientes), mas derrapa ao não conseguir transformar as expectativas levantadas em padrões de qualidade. Vale reforçar que esses padrões (definidos pelas expectativas dos clientes) não são os mesmos adotados pelas empresas para avaliar o seu desempenho em termos de eficiência ou eficácia. Para uma empresa de dedetização, por exemplo, o padrão de qualidade adotado pode ser prestar o serviço na data e hora combinados, a velocidade da prestação deste serviço e a quantidade de veneno pulverizado. Em destaque Você sabia que muitas empresas apresentam dificuldades para traduzir as expectativas dos clientes em especificações de qualidade que os seus colaboradores da linha de frente (prestadores do serviço) consigam entender e executar? Contudo, o cliente pode ter outras expectativas que exigiriam padrões distintos como a ausência de odor do veneno e a limpeza do ambiente (retirada dos insetos mortos) após a aplicação. Além da dificuldade de se estabelecer padrões de qualidade, algumas empresas desenvolvem novos serviços sem sequer esboçar uma sistemática de trabalho e sem definir de forma clara e precisa cada atividade que deverá ser realizada, deixando essa escolha para os colaboradores que prestarão o serviço, dependendo e ficando assim a mercê da vontade destes colaboradores. Para reduzir essa segunda lacuna existem duas alternativas, a adoção da tecnologia e o melhoramento contínuo dos processos de trabalho. Essas duas alternativas contribuem para se estabelecer a padronização necessária para garantir uma prestação constante e similar de serviços para todos os clientes. Um bom exemplo é a proliferação dos caixas eletrônicos (e a diversidade de transações que eles proporcionam) substituindo a interação humana nas agências bancárias. Entretanto, é bom lembrar que essa padronização deverá ser definida com base nas expectativas dos clientes, pois só assim haverá maior possibilidade de garantia de que os elementos mais críticos de um serviço (na percepção do cliente) sejam executados com uniformidade. A terceira lacuna diz respeito ao desempenho do serviço, pois de nada adiantará contar com um projeto detalhado e minucioso (com padrões claros e precisos) se na hora da prestação do serviço o desempenho for sofrível ou não estar de acordo com os padrões estabelecidos. A lacuna de desempenho consiste justamente na diferença entre os padrões de serviço estabelecidos (com base na expectativa do cliente) e o desempenho real do serviço executado pelos colaboradores. Vale lembrar que mesmo nas situações nas quais as orientações para a execução adequada dos serviços, assim como para o tratamento efetivo dos clientes, o desempenho do serviço poderá ficar aquém do nível de qualidade esperado. Por isso é de suma importância (até mesmo para reduzir ou eliminar essa lacuna) que os colaboradores sejam constantemente monitorados e avaliados com base nos padrões existentes, inclusive tendo parte da sua remuneração atrelada ao atendimento destes padrões. Você já deve ter percebido que essa lacuna de desempenho sofre total influência das condutas e comportamentos dos colaboradores durante a prestação do serviço, então, além de garantir que todos os recursos necessários para se atingir os padrões estejam disponíveis a empresa precisa se certificar que os colaboradores compreendam plenamente o seu papel (atribuições e responsabilidades) ao prestarem o serviço e manterem contato com o cliente. Portanto, é muito importante que a empresa crie e mantenha uma excelente e adequada estratégia de recursos humanos, considerando os aspectos de contratação de colaboradores habilidosos e competentes, de treinamento constante destes colaboradores, de avaliação de desempenho baseada em critérios concretos e de uma remuneração compatível e condicionada ao atendimento dos padrões e da respectivasatisfação dos clientes. Por mais incrível que possa parecer, o próprio cliente pode influenciar negativamente a prestação de um serviço, interferindo no atendimento dos padrões de desempenho, como quando um cliente passa uma informação errada ou ainda não siga as instruções dadas pelos prestadores. Voltando ao exemplo de uma empresa de dedetização, ela sabe o que o cliente quer, tem procedimentos efetivos e padrões adequados para medir o seu desempenho, mas, o cliente informa a área a ser dedetizada com erro, menor do que realmente ela é. Em destaque É de fundamental importância e imprescindível que qualquer empresa compreenda os papéis do cliente e como ele é capaz de influenciar a execução do serviço prestado bem como os resultados alcançados. Neste caso, muito provavelmente faltará veneno para dedetizar todo o local. Considerando uma outra hipótese, o cliente pode não respeitar as 24 horas informada pela empresa para realizar a faxina do local dedetizado e, por exemplo, lavar o piso e os azulejos da cozinha e do banheiro, reduzindo drasticamente o efeito do veneno. Para refletir De quais outras formas um cliente poderia influenciar negativamente a prestação de um serviço? Finalmente a última lacuna a ser estudada nesta etapa de estudos é a de comunicação, que consiste na diferença entre as comunicações envolvendo a execução do serviço e as comunicações externas da empresa prestadora do serviço. Pense em uma empresa prestadora de serviços que prometa mundos e fundos para seus clientes por meio de propagandas ou ainda por meio dos seus colaboradores. Essas mensagens certamente elevarão ainda mais as expectativas dos clientes e, se não forem cumpridas (como normalmente acontece), a frustração também será maior, causando assim uma elevação no número de reclamações, que por sua vez também serão mais contundentes, prejudicando a imagem da empresa. No entanto, não são apenas os aspectos externos, como as promessas exageradas na propaganda ou nas vendas diretas, que ocasiona aumento na lacuna de comunicação, alguns aspectos internos da comunicação também podem fazer essa lacuna aumentar. Você conseguiria imaginar quais seriam esses aspectos internos? Em destaque É preciso prestar atenção e se esforçar muito para reduzir as possíveis discrepâncias entre o serviço prometido e o serviço realmente prestado, lembrando que uma coordenação efetiva entre a execução de um serviço e as comunicações externas reduz a lacuna da comunicação. Então pense em uma coordenação inadequada entre os colaboradores operacionais (linha de frente) e o pessoal de marketing. Neste caso, o pessoal de marketing está oferecendo um produto para o mercado e o pessoal de linha de frente está prestando outro. Para evitar essa discrepância, ou o marketing ajusta a comunicação de acordo com os atributos e limites reais da prestação de serviço ou o pessoal que presta o serviço deverá ser treinado para prestar o serviço que o marketing construiu na mente do cliente. Para finalizar esta sessão de estudos você precisa saber também que a precificação do serviço também é um elemento que pode influenciar negativamente a lacuna de comunicação, pois quanto maior o preço cobrado por um serviço, mais expectativas serão geradas nos clientes e consequentemente um maior nível de exigência no momento da avaliação deste serviço. Você aprendeu sobre a importância de se reduzir a lacuna do cliente por meio de quatro lacunas distintas, agora chegou o momento de fortalecer esse aprendizado, então realize todas as atividades propostas e bom trabalho! NA PRÁTICA Descobrir o que os clientes esperam é o primeiro passo para fechar todas as lacunas que a organização tem e assim prestar seus serviços com excelência. Foi com base nessa premissa que uma mega loja de móveis residenciais e de escritório resolveu agir de uma maneira inusitada para identificar as expectativas dos seus clientes. Essa empresa adotou um formato de painéis, reunindo nove grupos de 12 clientes cada para eles descrevessem qual seria a experiência ideal de compras na loja. Para tanto, foi pedido que os clientes esquecessem definitivamente as suas experiências anteriores de compra e imaginassem que a loja tinha sido totalmente destruída e eles teriam de reconstrui-la do zero. Para guiar (orientar) o painel, os clientes participantes deveriam responder perguntas como: Qual seria a aparência da nova loja? Como seria a experiência de compra ideal? Onde você gostaria que os produtos estivessem disponíveis nas prateleiras? Após a finalização dos painéis que revelaram o que os clientes esperavam, a empresa tratou de incorporar essas expectativas na loja para proporcionar uma experiência de compra agradável e adequada, conforme os clientes queriam. Para se ter uma ideia, o projeto da loja foi alterado com a criação de um prédio com formato de um octógono com alguns andares, para auxiliar o cliente a encontrar os itens que ele necessitasse ou desejasse de forma rápida e simples. Além disso, os itens à venda foram agrupados próximos a produtos semelhantes para facilitar o processo de procura pelo cliente. Também foi criado um espaço gourmet para os clientes, com um ambiente agradável e confortável, para que o cliente pudesse se alimentar e descansar antes, durante ou depois da sua compra. A loja ainda passou a disponibilizar caixas volantes (estratégia papa-filas) em horários de muito movimento para reduzir o tempo que os clientes gastam nas filas. O resultado desta ação foi gratificante, pois, depois da reforma, 85% dos clientes se manifestaram satisfeitos com a loja, atribuindo conceitos “excelente” ou “muito bom” a experiência de compra. A loja também levantou que os clientes passaram a retornar à loja com uma frequência maior, elevando a recompra e passando mais tempo na loja (mais ou menos uma hora a mais). Ampliando a aprendizagem Site: Qualidade em serviços: aplicação da Escala SERVQUAL em uma instituição de ensino de idiomas. URL: https://www.eumed.net/cursecon/ecolat/br/16/servqual.ht ml Site: Modelagem da Satisfação de Clientes utilizando tecnologia em Serviços de Diagnóstico por imagem. URL: https://www.revistaespacios.com/a17v38n09/a17v38n09p11.p df http://www.youtube.com/watch?v=XwoRDDinir0 http://www.youtube.com/watch?v=4VeQInyBvJM ZEITHAML, Valarie A.; BITNER, Mary Jo; GREMLER, Dwayne D. Marketing de serviços: a empresa com foco no cliente. 6ª. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580553628/pagei d/0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 2.3 MÉTRICAS PARA ATENDIMENTO E RELACIONAMENTO COM CLIENTES Unidade 2 Trilha 3 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Métricas para atendimento e relacionamento com clientes Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base FARRIS, Paul W.; BENDLE, Neil T.; PFEIFER, Philip E.; REIBSTEIN, David, J. Métricas de marketing: o guia definitivo para medir o desempenho do marketing. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978854070141 0/cfi/0!/4/2@100:0.00 https://docs.google.com/file/d/13fOADi1zNRO5OiH3hT9u2P-8TbwWfMtR/preview ● Conhecer o conceito de indicadores. ● Reconhecer indicadores de gestão empresarial. ● Identificar indicadores de CRM. ● Compreender a importância de se estabelecer indicadores.● Aplicar indicadores para avaliar o desempenho do CRM. Competências desta trilha a) Resolução de problemas. b) Análise e avaliação de sistemas. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você sabia que é muito comum que as pessoas tenham dúvidas sobre como acompanhar o seu próprio progresso pessoal ou profissional? Pode até parecer estranho começar os estudos com uma pergunta dessa, mas se você parar para refletir, ela está diretamente ligada com o tema que você estudará agora. Para que uma pessoa qualquer acompanhe o seu progresso é preciso que ela se baseie em parâmetros concretos que possam servir de medida para verificar se ela está avançando, estacionada ou retrocedendo em algum aspecto da sua vida. Esses parâmetros para medir e acompanhar uma ação são chamados de métricas. Proficiência em uma língua estrangeira, salário, número de férias por ano, cursos finalizados e número de seguidores na sua rede social são alguns poucos exemplos da infinidade de métricas que podem ser adotadas para medir o desempenho pessoal ou profissional de uma pessoa. Aliás, a adoção de métricas para se avaliar o desempenho é uma prática comum e muito valorizada no contexto da gestão empresarial. As empresas que alcançam maior grau de sucesso no seu segmento de atuação são aquelas que monitoram a sua gestão por meio de indicadores de desempenho (métricas) e traçam as suas estratégias para melhorarem esses indicadores. No sentido contrário (empresas que não se baseiam em métricas), apresentam mais dificuldades para tomarem decisões e ainda decidem de forma equivocada na maioria dos casos, dependendo mais da sorte do que da competência para conseguir sucesso. Pense em como uma empresa poderia ter sucesso se ela não monitora a sua margem de lucro ou a sua participação no mercado? Pois essas são métricas fundamentais e comuns para qualquer empresa. Mas seria possível aplicar esse mesmo conceito de métricas quando o assunto é gestão de relacionamento com os clientes? A resposta é: SIM!!! São justamente essas métricas que indicarão se as ações de CRM trarão algum retorno, contribuindo para quantificar esse retorno. Agora vamos lá conhecer essas métricas e se tornar um profissional procurado pelo mercado. A empresa KLP percebeu que está perdendo mais clientes do que o normal e do que foi previsto no fenômeno do balde furado. Por conta disso, ela está calculando o prejuízo de investir na captação de novos clientes que acabam se perdendo ao longo do tempo e após as compras realizadas. Por conta disso, ela decidiu implantar um sistema de CRM para promover e cultivar bons relacionamentos com os seus clientes, agindo assim para compreender as expectativas e as percepções deles em relação a empresa. DESAFIO INICIAL Entre a aquisição de um sistema de CRM, contratação e treinamento da equipe, investimentos em pesquisas (de marketing e de satisfação), análise do funil de vendas e ainda em propaganda, a KLP vai gastar mais de um milhão de reais. Este será um investimento imediato com previsão de retorno em cinco anos e uma respectiva elevação nas receitas de R$ 300.000,00 por ano. Contudo, diante de um investimento de alto valor como este, o principal executivo da empresa está preocupado com o resultado deste esforço e, por isso, quer criar uma sistemática de medição para monitorar o desempenho das ações de relacionamento previstas no plano de CRM. Como esse executivo é generalista e possui apenas os conhecimentos básicos de marketing ele precisará contratar um profissional que tenha competência para dar conta desta árdua tarefa. Foi então que ele lembrou que você está estudando sobre esse assunto e o convidou para montar um plano de monitoramento do relacionamento com os clientes para a KLP, incluindo o conjunto de indicadores que serão definidos e acompanhados por ele para avaliar o sucesso da iniciativa de implantação do CRM. É lógico que você aceitou o convite e está muito seguro para, não só propor, mas também executar este plano de monitoramento, portanto, você terá um desafio e tanto pela frente. Lembre-se que para dar conta deste desafio você deverá respeitar o seguinte fluxo: 1º Determinar os critérios de medição; 2º Estabelecer o sistema de medição; 3º Medir o desempenho realizado e; 4º Avaliar e reportar o desempenho realizado. Agora é contigo, bora lá dar conta deste desafio e bom trabalho! Olá estudante, você vai começar esta etapa de estudos aprendendo um conceito muito importante para compreensão das métricas em CRM, que se refere ao termo indicador. Você sabe o que é um indicador? Um indicador pode ser um número, uma condição ou ainda uma relação matemática que mede o desempenho dos atributos de um processo ou de seus resultados, com a finalidade de comparar estas medidas com objetivos pré-determinados. Ampliando o vocabulário Indicadores são as unidades de medida que calculam o desempenho e que permitem detectar e acompanhar se um objetivo está sendo alcançado. Os indicadores são expressos em forma de dados numéricos, descrições, percentuais, prazos, índices, entre outros. A descrição de um indicador não pode conter uma ação, portanto se houver um verbo de ação na expressão que o descreve esse indicador estará incorreto. Utilizar indicadores na gestão de organizações significa identificar o que se quer administrar, possibilitando medição expressa em um valor que pode ser medido, comparado e administrado, em uma dada atividade ou processo. Os indicadores permitem ao gestor detectar potenciais problemas, auxiliando-o (gestor) a decidir sobre como intervir no sentido de solucioná-lo ou eliminá-lo (problema). Portanto um conjunto de indicadores tem o propósito de acompanhar o desempenho da organização como um todo, assim como o de seus departamentos e trabalhadores. Que tal alguns exemplos de indicadores na gestão empresarial? Então dê uma olhada na figura 2.7, pois ela descreve alguns dos principais indicadores empresariais usados para monitorar o desempenho das organizações. Figura 2.7: Indicadores mais comuns na gestão empresarial Fonte: Autor É de fundamental importância que você saiba que os indicadores podem também se referirem a atividades de departamentos, setores ou de cargos em uma organização. Por exemplo, em um departamento de vendas, um dos indicadores que poderiam medir a produtividade seria o “número de clientes conquistados por ano”. Já para o setor de pós-vendas, um indicador que mediria sua eficiência poderia ser o “prazo para resolução de problema”. Finalmente para se medir a eficiência dos vendedores poderia ser utilizado o indicador “número de visitas necessárias para conquista de um novo cliente”. Vários indicadores podem ser definidos para um mesmo departamento, setor ou cargo. Por exemplo, para o setor de pós-vendas, além do indicador já descrito acima, pode-se medir o “número de reclamações de clientes sobre problemas não resolvidos” ou ainda “porcentagem de problemas não resolvidos no ano”. Percebeu que já estamos trazendo a aplicação do conceito de indicadores para o marketing? Pois é isso mesmo, uma das maiores dificuldades encontradas pelo departamento de marketing é mostrar o retorno das suas ações de forma concreta, por isso que você aprenderá sobre esses indicadores de forma mais completa e profunda. Você precisa saber que ao adotar um indicador será preciso tem em mente o motivo dessa adoção, falando de outra forma, para que esse indicador servirá? Então pense no indicador ‘Número total de clientes atendidos por dia por atendente’. Por qual motivo uma empresa adotaria esse indicador? Fica evidente que esse indicador servirá para medir a produtividadede cada atendente, possibilitando a criação de um ranking de atendentes no qual se destacarão aqueles que atendem mais clientes por dia. Contudo, vale a pena ressaltar que a produtividade por si só seja um bom indicador, já consegue imaginar o porquê? Então imagine aquele atendente que consegue atender 20 clientes a mais que o segundo colocado neste ranking de produtividade. Agora pense que, apesar de atender bem mais clientes, a qualidade do seu atendimento seja sofrível, comprovada por um outro indicador denominado de quantidade de reclamações do atendente. Pois é, não é possível medir a produtividade sem medir simultaneamente a qualidade do atendimento, por isso que existem os indicadores quantitativos (que servem para medir a quantidade ou volume) e os indicadores qualitativos (que servem para medir a qualidade de um processo ou atendimento). Para refletir Qual seria a utilidade de uma empresa adotar o indicador Índice de produtividade de atendimento ao cliente. (Calculado com base na divisão do número de clientes atendidos por dia pelo número de atendentes presentes no dia)? No entanto, você não pode esquecer que para a medição da produtividade e da qualidade dos processos organizacionais será preciso seguir o fluxo das ações apresentadas na figura 2.8. Figura 2.8: Fluxo de ações necessárias para acompanhar desempenho Fonte: Autor Além disso, você precisa saber que todo e qualquer indicador deve possuir as seguintes propriedades básicas: Não ser ambíguo; ser fácil para ser levantado (medido); ser de fácil compreensão e permitir comparações. Criar indicadores que não atendam essa propriedades significa desperdício de tempo (e dinheiro), ocasionando problemas devido a confusões sobre os números apurados (se são bons, ruins, válidos), a falta de foco na medição, a dificuldade para se medir e ainda a impossibilidade de se comparar o resultado com os resultados de outras empresas. Em destaque Ao se decidir por adotar os indicadores para medir produtividade ou qualidade é preciso estar preparado para responder as seguintes perguntas: O que medir?; Por que medir; Onde medir? Quem deve medir? Como medir? e; Qual o referencial numérico para a medida? Seria impossível abordar todos os indicadores possíveis para se monitorar e avaliar a gestão do relacionamento com os clientes, por conta disso, você conhecerá alguns dos principais indicadores de forma mais detalhada, incluindo a forma de apuração e o objetivo de adotá-lo. O primeiro indicado a ser estudado é a participação no mercado, também conhecido como Market Share. Esse indicador mostra o quanto uma organização detém de um determinado mercado em relação aos seus concorrentes (o mercado total). Essa fatia do mercado, pode ser expressa em termos financeiros (receitas auferidas) ou em termos de unidades vendidas. Ele também pode ser adotado para medir a participação da empresa no mercado de uma forma geral, ou de algum serviço ou produto específico, caracterizando desta forma uma participação por segmento. Por exemplo, uma montadora de veículos pode representar 45 % do volume financeiro comercializado de veículos em um país e, no segmento de veículos pesados, neste mesmo país, pode representar apenas 10 % das receitas totais. Você deve estar se questionando, mas o que isso tem a ver com o CRM? Então suponha que essa mesma empresa do exemplo acima promova uma ação de marketing de relacionamento convidando clientes de outras marcas para experimentarem o seu veículo por meio de um test drive. Se após dois meses desta ação a participação de mercado aumentar no segmento de veículos alvo da promoção, significa que a ação obteve sucesso. É claro que este indicador (market share) isoladamente não será suficiente para afirmar o sucesso da promoção, mas é fundamental para fazer parte do conjunto de indicadores que poderão comprovar ou não este sucesso, como por exemplo, o número de unidades vendidas do modelo envolvido no test drive. Outro importante indicador do CRM é o índice de satisfação do cliente. Qualquer oscilação negativa (sem um motivo aparente) neste indicador, significará problemas para a organização, que por sua vez, deverá investigar a fundo os motivos na queda deste indicador. Por outro lado, ao se realizar qualquer alteração no produto, no processo de vendas e no prazo de entrega (entre muitas outras possíveis) é de fundamental importância que a empresa monitore o impacto desta mudança na satisfação dos seus clientes. Em relação a satisfação e fidelidade do cliente, existem dois indicadores que podem contribuir para confirmar (ou não) o grau de comprometimento do consumidor com a empresa, são eles a disposição para recomendar e a disposição para procurar. A disposição para recomendar diz respeito a vontade de um cliente qualquer recomendar uma empresa, um produto ou um serviço para outras pessoas. Esse é um indicador que exige uma ação específica da empresa junto aos seus clientes para levantar as informações, geralmente em escala que varia de totalmente indisposto a totalmente disposto. Já sobre a porcentagem de clientes dispostos a adiar as compras, este indicador levanta a vontade do cliente para mudar de estabelecimento ou reduzir as quantidades de compra de um produto substituto para evitar a mudança do local de compra ou do produto da marca. Vale lembrar que nem sempre um só indicador poderá refletir um bom ponto para a tomada de decisões, exigindo uma associação com outros indicadores para se criar uma métrica consistente para se realizar previsões ou tomar decisões. Neste caso, é comum as empresas usarem as chamadas métricas de hierarquia de efeitos. Para a construção dessas métricas de hierarquia de efeitos é necessário que se realize estudos sobre consciência, atitudes e uso (CAU), possibilitando que os profissionais de marketing quantifiquem níveis e tendências no conhecimento, nas percepções, nas crenças, nas intenções e nos comportamentos dos clientes. Os resultados dos estudos sobre CAU podem ser usados para mapear mudanças de longo prazo na consciência, nas atitudes e nos comportamentos dos consumidores, sendo mais efetivos quando se torna Em destaque Para se construir métricas de hierarquia de efeitos é preciso considerar que os clientes passam por estágios sequenciais antes de se decidir pela compra de um produto ou serviço. Esses estágios são conhecidos como CAU e se inicia com a percepção do cliente sobre um produto (Consciência) até a sua compra (Atitude) e terminar na utilização deste produto (Uso). possível comparar estes resultados com dados de históricos (de períodos anteriores), com diferentes mercados ou ainda com dados da concorrência. Porém, como seria possível estudar sobre CAU dos clientes? Para levantar dados sobre consciência será preciso identificar o percentual de clientes potenciais que reconhecem ou mencionam uma determinada marca ou produto, perguntando, por exemplo: você̂ já ouviu falar do produto/da marca X? Também faz parte do estudo da consciência um importante e muito conhecido indicador, que é ‘Top of mind’ ou a primeira marca a ser lembrada por um cliente ao ser questionado: qual marca lhe vem à mente quando se trata de forno de micro-ondas? Além disso, os estudos de consciência ainda servem para identificar a força de campanhas publicitárias ao levantar a porcentagem de clientes que dizem conhecerem uma determinada campanha publicitária de uma marca. Já os estudos sobre atitude referem-se à reação dos clientes a uma marca ou a um produto. Usualmente se usa escala de concordância (de discordo totalmente até o concordo totalmente) para perguntas como: Esta marca é para jovens? Esta marca geralmente representa um bom valor para o seu dinheiro? Você̂ estaria disposto a comprar outro produto casoo de sua preferência não estivesse disponível? Você recomendaria este produto para outra pessoa? Finalmente as medidas de uso estão relacionadas com o dia a dia do mercado, pesquisando sobre a frequência de compra, a quantidade comprada, quando e onde a compra foi realizada. Vale ressaltar que os estudos sobre uso também auxiliam a quantificar as pessoas que já experimentaram uma determinada marca ou as que rejeitaram essa mesma marca. Os exemplos de questões mais comuns neste tipo de estudo são: Que marca de creme dental você̂ comprou da última vez? Quantas vezes no ano passado você̂ comprou creme dental? Quantos tubos de creme dental você̂ tem atualmente em sua casa? Você̂ tem algum creme dental da marca Y na sua casa atualmente? Ao se agregar as métricas CAU é possível se obter um valioso conhecimento sobre como os clientes (potenciais e ativos) pensam e se relacionam sobre determinado produto ou marca. Porém, não só os indicadores de satisfação ou lucratividade que importam, existem outros indicadores que auxiliam a organização e o planejamento da empresa no sentido de prever o volume de vendas de um serviço ou produto para garantir a sua disponibilidade e evitar a sua ausência para o cliente, ou ainda, de não superdimensionar o mercado e desperdiçar recursos com estoques desnecessários. Um desses indicadores é a análise do funil de vendas. Em destaque A análise de funil é utilizada para rastrear o progresso das vendas em relação aos clientes atuais e potenciais a fim de prever vendas em curto prazo e avaliar a carga de trabalho da equipe. (FARRIS, et al, 2013, p.194) O funil de venda quantifica o número de clientes e de potenciais clientes nos diferentes estágios do processo de venda, permitindo assim que a empresa faça uma previsão das vendas e defina o nível adequado de funcionários para suprir essa demanda. Ao facilitar o rastreamento do número de clientes potenciais em cada etapa do funil, o profissional de vendas poderá equilibrar a carga de trabalho na sua equipe, prevendo com maior precisão o volume de vendas da empresa e guiando dessa forma a programação da produção. Para finalizar esta etapa de estudos você precisa conhecer um indicador chamado de Retorno dos Relacionamentos (ROR). O ROR consiste no resultado financeiro líquido de longo prazo causado pelo estabelecimento e pela manutenção de uma rede de relacionamentos de uma organização. (GUMMESSON, 2010, p.259) Ampliando o vocabulário Paralelamente ao desenvolvimento do gerenciamento do relacionamento com os clientes cresceu o interesse por medir e avaliar o valor que retorna para as organizações que adotam e praticam o CRM. De forma simplificada, o ROR é calculado com base nas receitas proporcionadas pelas ações de relacionamento subtraídas dos valores desembolsados (custos) para se implementar essas ações. Que tal um exemplo para ajudar a entender o mecanismo de cálculo do ROR? Então vamos lá, suponha que uma empresa tenha investido em um sistema de CRM e contratado pessoal habilitado para dar conta das ações de relacionamento em um valor de R$ 500.000,00. Agora imagine que após um ano de implementação das ações de CRM a empresa constate um incremento de R$ 750.000,00 nas suas receitas. Neste caso, o ROR será de R$ 250.000,00 sinalizando que as ações tomadas surtiram algum efeito. É muito importante que você amplie os seus conhecimentos sobre métricas e indicadores que podem ser adotados para as empresas medirem a efetividade das suas ações de relacionamento, pois como você já sabe, o custo para se conquistar um cliente é muito mais alto do que o custo de se manter os clientes existentes. Portanto lembre-se, vale muito a pena investir no relacionamento com os clientes, porém, é preciso criar mecanismos para se levantar a efetividade e o retorno deste investimento. Agora chegou a hora de você consolidar o seu aprendizado, então realize todas as atividades propostas e bom trabalho! NA PRÁTICA Uma empresa de vendas diretas ao consumidor final possui dois vendedores que são responsáveis pelas vendas de um único produto realizadas em uma determinada região geográfica. O gerente desta empresa optou por fazer uma análise do funil de vendas para prever as vendas futuras e consequentemente ajustar e balancear o seu estoque. Ao rever as médias históricas do desempenho de cada vendedor, em cada uma das fases do funil, o gerente chegou na seguinte tabela: Criação de interesse Pré compra Compra Pós compra Vendedor Cliente prováveis Clientes Interessados Prospects 1ª e 2 ª visitas 3ª e 4 ª visitas Entrega Manutenção X 56 30 19 5 8 7 25 Y 79 51 33 16 4 14 35 Fonte: Adaptado de Farris et al (2012, p.196) Além desses dados sobre os vendedores, o gerente ainda identificou que: ● 2% dos clientes prováveis são convertidos em vendas dentro de cinco meses. ● 14% dos clientes interessados são convertidos em vendas dentro de quatro meses. ● 25% dos prospects são convertidos em vendas dentro de três meses. ● 36% dos clientes que concordam com uma visita de pré-compra são convertidos em vendas dentro de dois meses. ● 53% dos clientes que concordam com uma visita de compra são convertidos em vendas dentro de um mês. Com base nesses dados o gerente realizou uma previsão de vendas para estimar quantas unidade deste produto será vendida nos próximos cinco meses, fazendo a seguinte conta: ((56+79)x2%) + ((30+51)x14%) + ((19+33)x25%) + ((5+16)x36% + ((8+4)x53%) O resultado desta conta mostrou ao gerente que a previsão de vendas deste produto, somando as expectativas dos dois vendedores, será a de 41 produtos vendidos até o final do quinto mês. De posse dessa previsão, o gerente pode agora, criar ações de CRM e de treinamento dos vendedores para alavancar as vendas e gerar um volume maior ao final deste período. Ampliando a aprendizagem Site: Indicadores de desempenho: o que são, como definir e exemplos URL: https://rockcontent.com/br/blog/indicadores-de-desempen ho/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura do capítulo 6 de GUMMESSON (2010), das páginas 257 a 286. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885778 06683/cfi/252!/4/2@100:0.00 http://www.youtube.com/watch?v=XsdBfZH-ERc http://www.youtube.com/watch?v=vuQqqAGUz2w GUMMESSON, Evert. Marketing de relacionamento total. 3ª. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788577806683/pagei d/0 FARRIS, Paul W.; BENDLE, Neil T.; PFEIFER, Philip E.; REIBSTEIN, David, J. Métricas de marketing: o guia definitivo para medir o desempenho do marketing. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788540701410/cfi/0!/ 4/2@100:0.00 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 2.4 TIPOS DE INTERAÇÃO E SOFTWARES PARA ATENDIMENTO Unidade 2 Trilha 4 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Tipos de interação e softwares para atendimento Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base DUQUE, Jorge; VARAJÃO, João; FILIPE, Vítor. Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Unificado. Information Systems in Latin America (ISLA 2020). Disponível em: https://aisel.aisnet.org/cgi/viewcontent.cgi?article=1001&context=i sla2020 https://docs.google.com/file/d/1b4u7ldHmHi5TKq6qCslZ4ioOQchEQHP8/preview● Listar as possibilidades de interação com os clientes ● Conhecer a evolução histórica do CRM ● Reconhecer os elementos de um CRM ● Conceituar regras de negócios ● Identificar fornecedores de sistemas CRM Competências desta trilha a) Pensamento inovador e analítico. b) Pensamento crítico. c) Tecnologia, design e programação. d) Análise e avaliação de sistemas. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja muito bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você já pensou sobre como uma empresa define as formas de contato com os seus clientes? Ou o que a empresa deverá observar ao analisar um sistema de CRM? Ou ainda, quais são os principais fornecedores de sistemas de CRM? Quantas perguntas logo a apresentação desta etapa de estudos, não é? Mas fique tranquilo, ao final dos seu estudo você conseguirá responder cada uma destas questões com segurança e muita propriedade, afinal, estes são os conteúdos que serão alvo do seu aprendizado. Você aprenderá, por exemplo, que existem várias possibilidades para que uma empresa possa interagir com os seus clientes, partindo dos tradicionais modos de contato pessoal e de contato telefônico, até os modernos e avançados chatbots e atendimentos virtuais com auxílio de inteligência artificial. Além das formas de contato, também é preciso aprender sobre os elementos que compõem um sistema de gerenciamento do relacionamento com os clientes. Este conhecimento é muito importante, pois será preciso verificar a presença deles em um sistema e, mais que constatar se o elemento está presente, você precisará aprender a analisar esses elementos em termos de efetividade e funcionalidade de acordo com as necessidades da empresa que pretende gerenciar o relacionamento com os seus clientes por meio de um sistema computacional. Possibilidades de interação com os clientes, análise dos elementos de um sistema computacional de CRM são conteúdo relevantes que você precisa conhecer, contudo, como encontrar o sistema e o fornecedor ideal para a sua empresa? Calma, você não precisará fazer longas buscas no Google para identificar esses fornecedores, pois eles também são alvos desta etapa de estudos e estarão disponíveis para você com a descrição das suas principais características de aplicação. Finalmente, você vai aprender que a escolha de um sistema de CRM não é feita pelo preço, mas sim pela análise do seu custo-benefício. Agora é contigo, dedicação, concentração e bom estudo! A S@bor é uma empresa fabricante de produtos alimentícios de porte médio, localizada no interior do estado de Minas Gerais que comercializa seus produtos nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do Brasil. Atualmente os principais pontos de contato que a empresa usa para se comunicar com os seus clientes são: as embalagens dos produtos e um canal telefônico 0800. Nas embalagens a empresa fornece dicas de preparo (orientações e receitas) além de reservar um espaço para divulgar outros produtos dos seu portfólio (Experimente também!!!) DESAFIO INICIAL Já no 0800 a empresa recebe as reclamações, críticas, elogios e sugestões do consumidor final. A S@bor está vendo o seu mercado de atuação crescer de forma considerável nas três regiões de atuação, porém, não percebe essa mesma expansão nas suas vendas, nem no volume vendido nem na receita monetária. Enquanto o mercado está expandindo a uma taxa de 7,5% ao ano, a S@bor viu as suas vendas aumentarem em 4% no mesmo período. Em uma reunião com diretoria, o principal executivo da S@bor se disse preocupado com o fato de a empresa sequer garantir a sua participação e exigiu dos diretores uma explicação para tentar compreender o motivo da perda de mercado mesmo diante de uma expansão geral das vendas no seu segmento de atuação. O diretor de marketing pediu a palavra e disse que a empresa não está ouvindo os seus clientes como deveria. A S@bor está agindo de forma reativa apenas e precisa agir de forma ativa, procurando ouvi-los para identificar as suas necessidades e desejos e, com base nessas informações, realinhar a estratégia e partir para a reconquista do mercado. Diante desta fala, o executivo autorizou o diretor de marketing a contratar um profissional de CRM para dar conta deste desafio. Como você é bem chegado do diretor e ele sabe que você está estudando sobre este assunto, ele lhe convidou para traçar e executar uma estratégia de CRM para a S@bor, incluindo a aquisição de um sistema computacional com funcionalidades que propiciem ações de marketing digital, além das funcionalidades básicas. Você tem 15 dias para preparar um projeto consistente para a implantação do CRM na S@abor, então não perca tempo e bom trabalho! Você já parou para pensar que a base do CRM são os pontos de contato e as possibilidades de interação com os clientes? Pois é justamente por isso que você precisa conhecer as principais formas para se interagir com os clientes ao se propor uma estratégia de relacionamento. A figura 2.9 apresenta essas principais possibilidades que viabilizam a interação entre a empresa e os seus clientes. Figura 2.9: Possibilidades de interação com os clientes Fonte: Madruga (2018, p. 226) Conforme apontou Zenone (2017) o gerenciamento do relacionamento com o cliente (CRM) construiu uma forte integração entre o marketing e a tecnologia da informação, disponibilizando formas (cada vez mais) efetivas para atender, reconhecer e cuidar do cliente em tempo real e integrar os dados coletados para transformá-los em informação e disponibilizar essas informações para toda a empresa. Vale destacar neste momento que, independentemente da possibilidade de interação ou da tecnologia adotada, o momento do contato com o cliente deve ser uma experiência efetiva e prazerosa para ele, com o fornecimento de informações precisas e verdadeiras, transmitidas de forma clara, ágil e polida, afinal, tratar o cliente com educação não pode ser uma recomendação, mas sim uma obrigação da empresa. Em destaque Do ponto de vista tecnológico, CRM envolve capturar os dados do cliente ao longo de toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usar essa informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de contato com a empresa (PEPPERS; ROGERS, 2000, p. 35 citado por Zenone, 2017, p. 73). Retornando a falar sobre o uso (e da necessidade) da tecnologia no CRM, você precisa saber que ao se analisar as possibilidades de adoção de um sistema de relacionamento será preciso verificar a presença de alguns elementos. Vamos lá aprender quais seriam esses elementos? O primeiro elemento são as regras de negócios, pois serão elas que garantirão que qualquer transação com o cliente seja processada de maneira efetiva. Regras de negócio são instruções padronizadas que condicionam o funcionamento da empresa e devem ser respeitadas e seguidas pelos colaboradores, servindo como base para a criação da arquitetura de softwares, inclusive de CRM. Ampliando o vocabulário Toda e qualquer empresa possui as suas próprias regras de negócio, tanto para os processos internos (produção, finanças, RH) como para a interação com os clientes de forma padronizada. Imagine que um banco não tenha uma regra de negócio para conceder empréstimo para compra de veículos. Os gerentes (que decidem sobre conceder ou não o empréstimo) estariam a mercê da sua própria consciência para dizer que um cliente teria o direito ao crédito e outro não. É evidente (e prudente) que todos os bancos possuam as suas próprias regras para concessão de crédito como o exemplo a seguir: O banco XPTO concede empréstimospara aquisição de veículos de até R$ 60.000,00 para clientes que mantem a sua conta ativa a mais de dois e nunca emitiu cheque sem fundo. Também é necessário que não conste restrições nos sistemas de verificação de crédito e que ele comprove renda mensal superior a R$ 6.500,00. O segundo elemento para um sistema de CRM é o Data Warehousing, que de modo simplificado e resumido, pode ser descrito como o armazenamento conjunto e integrado de dados. O gerenciamento dos relacionamentos com os clientes é totalmente dependente das informações coletadas e armazenadas sobre eles (clientes). O Data Warehousing tem a finalidade de consolidar essas informações em apenas um local, precavendo-se que esse local proporcione a inter-relação dessas informações, contribuindo assim para ampliar o potencial de receita da organização, assim como agilizar e tornar adequado o atendimento ao cliente. A figura 2.10 ilustra este processo. Figura 2.10: Função básica de um Data Warehousing em CRM Fonte: Zenone (2017, p.59) Para refletir Valeria a pena uma empresa adotar um sistema de CRM com interações exclusivamente pela WEB em uma região onde não existe conexão ou onde ela é muito lenta e instável? Se não, qual (ais) seria (m) a (s) alternativa (s)? Mais um elemento a ser analisado para a adoção de um sistema de CRM é a internet (WEB), afinal é pela rede mundial de computadores que os clientes podem realizar consultas, solicitar informações, fazer reclamações, concretizar a compra de produtos e serviços e ainda fazer pagamentos, tudo isso a qualquer hora e em qualquer lugar que possua um ponto de conexão com a rede. Outro elemento alvo de análise para a adoção de um CRM é a resposta interativa de voz (Interactive Voice Response – IVR). Este elemento permite que um cliente possa fazer uma consulta por telefone sem a necessidade de interação humana e sem precisar de uma conexão com a internet. A capacidade de geração de relatórios é mais um dos elementos que precisam de atenção na análise de um sistema de CRM, pois a ferramenta escolhida deverá demonstrar capacidade para gerar relatórios consistentes de forma rápida, contendo informações relevantes para basear as decisões gerenciais e as decisões sobre os clientes. A adoção de um sistema de CRM deve analisar também a tecnologia que será usada para a central de atendimento (call center) definindo se será usada uma central telefonia com ramais (PABX) ou o sistema Voice over Internet Protocol (VoIP) que transmite a voz por protocolo de internet. De qualquer forma, a central de atendimento deverá estar integrada com o roteamento inteligente de chamadas para permitir a interação entre os profissionais de atendimento e os clientes. Finalmente o último elemento a ser observado em um sistema CRM é sua estrutura de integração. O CRM deverá possuir uma estrutura tecnológica que permita a integração de todos os aplicativos e bancos de dados que armazenem as informações dos clientes, como, por exemplo: módulos de automação de vendas (SFA), gerência de vendas, telemarketing e televendas, SAC, automação de marketing, ferramentas para informações gerenciais, WEB (internet) e comércio eletrônico. A integração desses sistemas auxiliará a empresa a manter interações mais ágeis, objetivas e precisas com os clientes. Agora que você já conhece os elementos que deverão ser analisados ao se decidir por adotar um sistema de CRM é preciso aprender a como selecionar os melhores fornecedores deste sistema. Uma pergunta muito comum a essa altura da sua leitura seria: Qual é o melhor fornecedor de solução tecnológica de CRM existente no mercado? A resposta é: depende… Essa resposta pode até te surpreender, mas você compreenderá que o mercado de atuação da empresa e o perfil dos seus clientes influenciarão na escolha do sistema de CRM e consequentemente do fornecedor mais adequado. Vale ressaltar que os principais fornecedores existentes atualmente já demonstraram efetividade e sucesso na aplicação das suas soluções. Neste ponto, cabe fazer uma importante observação. O sucesso na adoção e implantação de um sistema de CRM não depende apenas da estrutura e capacidade da ferramenta, mas também da capacidade do fornecedor de customizar esse sistema (adequá-lo à realidade da empresa contratante) e de fornecer capacitação (treinamentos) para se usar o sistema de forma adequada e efetiva. Para refletir Imagine um sistema de CRM que incorpora as tecnologias mais avançadas do momento, integração de banco de dados, interação mobile, inteligência artificial e até internet das coisas. Agora reflita: qual seria a efetividade deste sistema se não houver mão de obra capacitada para operacionalizá-lo? Você precisa saber que existem alguns fornecedores de sistemas de CRM com histórias de sucesso aqui mesmo no Brasil e que a adequação (customização) do sistema, de acordo com as necessidades da empresa contratante, vai influenciar o tempo de implementação do sistema. Aliás, é bom destacar que, além da customização, o treinamento (capacitação) fornecido aos usuários do sistema também influenciarão a possibilidade de utilização de novas funcionalidades que ele (sistema) tenha capacidade para oferecer. Por conta desta complexidade em escolher e implementar um sistema de CRM o fator preço torna-se quase irrelevante para a decisão de escolha, pois o que valerá não será o mais caro ou o mais barato, mas sim aquele que funcione da forma que a empresa necessite (nem mais nem menos) e seja fácil de operar. Você sabia que existe uma ferramenta que classifica empresas fornecedoras de sistemas CRM? Pois isso é verdade e ela existe mesmo, sendo denominada de The Magic Quadrant for the CRM Customer Engagement Center. Esse quadrado mágico (em uma tradução livre e resumida) é resultado de uma minuciosa pesquisa realizada pelo Gartner Inc., que é uma das principais empresas de pesquisa e consultoria do mundo ligada à tecnologia. (MADRUGA, 2018) Este quadrante mágico é uma referência fundamental e reconhecida mundialmente cuja finalidade é justamente analisar as soluções de CRM mais adequadas. A Figura 2.11 ilustra 15 fornecedores de software de serviço de CRM com base em múltiplos critérios para criação de uma classificação baseada na relação entre a habilidade do fornecedor para executar o projeto e a sua visão de completude. Figura 2.11: Quadrante Mágico de fornecedores de CRM Fonte: Madruga (2018, p. 256) Pode até parecer fácil, mas a escolha de um sistema de CRM é bastante complexa e permeada de especificidades e detalhes, afinal cada empresa tem as suas próprias características e necessidades e, apesar das diversas opções de softwares disponíveis no mercado, é estritamente necessário avaliar se as funcionalidades do sistema atende os requisitos da empresa, pois só assim será possível encontrar o equilíbrio ideal entre custo e benefício. Para se determinar a melhor ferramenta para uma dada empresa é preciso analisar as vantagens e as desvantagens das soluções pré-selecionadas, para só então decidir por aquela mais adequada e que traga o melhor custo-benefício. O tamanho da empresa também é um fator a ser analisado para se escolher um sistema de CRM, por isso é preciso considerar qual o tamanho da empresa, o que ela pretende com a adoção do CRM e qual o orçamento disponível (considerando o investimento total da implementação, como por exemplo custo dos equipamentos, contratação e capacitação de mão de obra, etc.). Em destaque A melhor solução de CRM é aquela que se adequa a empresa e não aquela solução na qual a empresa é quem deve se adequar ao sistema. Madruga (2018, p 256) recomenda que, para empresas de grande porte, sejam analisadas as plataformas da Microsoft, Oracle, Salesforce e SAP, pois elas oferecemsoluções mais robustas e são líderes de mercado. Em relação a cada uma destas soluções, é preciso verificar as funcionalidades esperadas, como automação de marketing, atendimento ao cliente, redes sociais, integração em diferentes meios de comunicação além de uma análise profunda de toda estrutura de trabalho. Já para as organizações de médio ou de pequeno porte, o cenário muda totalmente. A principal preocupação nesse caso será ter um programa que atenda às expectativas, ao mesmo tempo que esteja de acordo com a previsão orçamentária. Para esses portes de empresas, se recomenda o uso do Zoho’s CRM. Existe ainda um terceiro cenário, o dos programas voltados para casos e necessidades específicas. Por exemplo, o Adobe Marketing Cloud é um programa com integração com a Creative Clouds (Photoshop, Premiere, Illustrator, InDesign etc.). Já o HubSpot’s é a recomendação para quem busca uma automação de seu marketing virtual. Contando com ferramenta de análise demográfica e de comportamento, o programa oferece ainda integração com outras ferramentas como o Google AdWords. Se o objetivo for angariar mais funcionalidades voltadas para venda, o SugarCRM é focado na criação de Customer Experience no processo de vendas e possui um bom custo-benefício para empresas de médio porte. O Zendesk é uma opção para prestação de serviços ao fornecer suporte através de diversos canais, como e-mail, mídias sociais, aplicativo e chat, além de integração com o Facebook. O Vtiger é uma solução de CRM disponível na versão open source ou na versão paga on demand criado para pequenas empresas. Na sua versão open source o seu custo de licença é zero, isto é, trata-se de uma plataforma verdadeiramente gratuita desenvolvida por grandes mestres da programação na Índia. Independentemente da marca da plataforma tecnológica a ser escolhida, qualquer empresa que almeja rever o seu CRM atual, otimizá-lo ou implantar um novo, deverá contar com uma visão externa especializada em negócios, portanto, isenta em relação à TI, para atuar desde o diagnóstico, especificação de requisitos, mudança de cultura organizacional e apoio na aquisição de tecnologia. Ufa, você chegou ao final de mais uma etapa de estudos, porém, ainda será preciso realizar as atividades propostas para se tornar um profissional que saberá lidar de forma efetiva com a gestão do relacionamento com os clientes. NA PRÁTICA A empresa WYZ fabrica, distribui e comercializa artigos técnicos industriais, atendendo aos mais variados segmentos da indústria, como, por exemplo, alimentício, embalagem, madeireiro, papel e celulose, metalmecânico e automação. A sede da WYZ está localizada no interior do estado de São Paulo, possuindo escritórios comerciais em todas as regiões do Brasil, o que possibilita o atendimento em todo território nacional. Devido a sua variedade de produtos, a sua disponibilidade de estoque e a sua força de vendas A WYZ se configura como a empresa líder de mercado no segmento de distribuição de peças técnicas industriais. Apesar da sua abrangência de atuação e dos seus esforços para se manter na liderança do seu mercado de atuação, a empresa vem notando queda nas vendas e perda de clientes de todos os portes (inclusive antigos) para a concorrência. Diante deste quadro de queda de receitas, a WYZ criou uma metodologia própria para se relacionar com os seus clientes com a clara finalidade de identificar as suas necessidades e expectativas e, com base nelas, desenvolver novas tecnologias que possam entregar soluções mais efetivas para o mercado onde atua. Basicamente a empresa passou a promover encontros e eventos técnicos nas dependências da empresa e ainda começou a participar de feiras de negócios cuja temática envolvam os segmentos dos seus clientes. A empresa também investiu na criação de conteúdo para publicá-los em revistas especializadas e no seu próprio website, além de investir em uma ferramenta de comércio eletrônico integrada ao atendimento ao cliente. A postura da diretoria comercial da empresa também mudou, esforçando-se agora para conhecer (em detalhes) todos os seus clientes e criando oportunidades para que eles (clientes) também passem a conhecer a WYZ de forma detalhada. Esta nova postura melhorou o processo de comunicação sobre os seus produtos, serviços além de facilitar a identificação das especificidades e demandas de cada cliente, permitindo assim ofertar a eles a solução adequada para cada caso específico. Após todas essas mudanças a WYZ voltou a liderar o mercado com folga e mudou a sua cultura, passando a usufruir das vantagens de se concentrar nos clientes e não mais nos produtos. Ampliando a aprendizagem Site: Saiba quais são as 14 melhores ferramentas de CRM disponíveis no mercado. URL: https://rockcontent.com/br/blog/ferramentas-de-crm/ Artigo acadêmico: Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Unificado. URL: https://aisel.aisnet.org/cgi/viewcontent.cgi?article=1001&cont ext=isla2020 acesso em 02/jun/2021. http://www.youtube.com/watch?v=clLXlOYOhOY http://www.youtube.com/watch?v=5rT0oMOLSmw DUQUE, Jorge; VARAJÃO, João; FILIPE, Vítor. Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Processos de Implementação de Sistemas CRM - Modelo Unificado. Information Systems in Latin America (ISLA 2020). Disponível em: https://aisel.aisnet.org/cgi/viewcontent.cgi?article=1001&context=isla2020 MADRUGA, Roberto Gestão do relacionamento e customer experience: a revolução na experiência do cliente. São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017205/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-8384 1%5D%400:0 SILVA, Fábio G. da, ZAMBON, Marcelo S. (organizadores). Gestão do relacionamento com o cliente. 3ª. ed., rev. – São Paulo, SP : Cengage, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522119349/pageid /0 ZENONE, Luiz Claudio Fundamentos de marketing de relacionamento: fidelização de clientes e pós-venda. 2. ed. - São Paulo: Atlas, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597013764/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dhtml0%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-2301 53%5D%400:0.0994 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 3.1 MOTIVAÇÃO Unidade 3 Trilha 1 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Motivação Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885951566 09/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bc over-image%5D/4%5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 https://docs.google.com/file/d/13LypiB0Fmt-hXU6fPHEJBk_eujGIESvO/preview ● Conceituar motivação. ● Diferenciar a motivação intrínseca da extrínseca. ● Conhecer a teoria da hierarquia de Maslow. ● Conhecer a teoria dos dois fatores de Herzberg. ● Compreender como a equidade influencia a motivação. ● Compreender a tríplice contingência. Competências desta trilha a) Liderança e influência profissional. b) Pensamento crítico e analítico. c) Inteligência emocional. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Oláestudante, seja bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você já ouviu alguém comentando que Fulano anda meio desmotivado? Você já escutou algum amigo reclamando da insatisfação dele com o trabalho? Você mesmo já se sentiu desmotivado em alguma ocasião qualquer? Pois é, a motivação é um assunto que está sempre em alta e fazendo parte do nosso dia a dia. No entanto, a palavra motivação não pode ser usada somente com o seu significado de senso comum, como se fosse sinônimo de vontade (ou não) de fazer determinada coisa. Ela é um conceito bem amplo e complexo quando empregada na ciência ou no mundo organizacional, pois se trata mais de um processo do que de uma qualidade ou de uma pré-disposição para agir. Voltando a questão do senso comum, é normal (e totalmente equivocado) você escutar profissionais dizendo que são verdadeiros motivadores, que conseguem motivar os seus colaboradores para obterem os resultados esperados. Pois fique sabendo que ninguém motiva ninguém, o que se faz é criar condições para que as pessoas se sintam motivadas no ambiente de trabalho, o resto é animação, como no auditório de um programa de televisão. A grande diferença é que a animação acaba junto com o programa e as condições motivadoras permanecem no ambiente até surgir outra necessidade ou desejo do trabalhador que precisa ser atendido. Por isso que você aprenderá nesta etapa de estudos sobre o processo motivacional e sobre a origem dos motivos que levam um organismo à ação, aliás, você sabia que esses motivos podem vir de dentro ou de forma do indivíduo? Sim, quando o motivo vem de dentro a motivação funciona como uma mola, empurrando o organismo para a ação. Já quando vem de fora, a motivação funciona como um imã, atraindo a ação do indivíduo. Além disso, você também vai conhecer duas importantes teorias motivacionais (Pirâmide de Maslow e dois fatores de Herzberg) e de quebra aprender sobre a motivação sob uma perspectiva da psicologia experimental. Bom estudo! Uma empresa média, com 112 colaboradores, atua no mercado de peças moldadas em borracha vulcanizada. O histórico do mercado de borrachas estava em um quadro de estagnação sem nenhum crescimento nos últimos dois anos. Mesmo assim, a empresa estava mantendo o seu faturamento estável com um nível de desempenho razoável da sua produtividade. Essa empresa estava trabalhando com uma ociosidade de 25% e, portanto, caso o mercado apresentasse uma perspectiva de melhoria e voltasse a crescer, bastava a empresa contratar mais alguns colaboradores para dar conta de produzir e atender aos novos pedidos sem precisar investir em novos equipamentos. DESAFIO INICIAL Como se esperava, o mercado de peças de borracha evoluiu e começou a crescer, proporcionando uma boa oportunidade para essa empresa aproveitar a onda e aumentar também o seu faturamento e lucro. No entanto, assim que se exigiu maior produtividade dos colaboradores o desempenho passou de normal a sofrível, se mantendo inferior ao apresentado na situação de estabilidade do mercado. O dono da empresa contratou mais 10 colaboradores para melhorar a produtividade, porém, essa contratação não surtiu nenhum efeito e a empresa continuou a não aproveitar a demanda do mercado para crescer. Um tanto desesperado com a situação, o dono da empresa reuniu a liderança para tentar descobrir o que estava acontecendo, mas antes mesmo que os funcionários falassem ele já se mostrou disposto a oferecer um aumento salarial para melhorar a situação. É claro que a proposta foi aceita de imediato pelos colaboradores com a contrapartida de melhoria na produtividade. A ação de aumento salarial funcionou muito bem nos dois primeiros meses, mas já no terceiro mês após o aumento, a situação voltou a ficar crítica e a produtividade caiu novamente. Diante desta situação, o executivo te chamou para lhe dar uma assessoria e identificar o que está acontecendo na empresa em relação à motivação dos colaboradores. Agora você está diante de um desafio que precisa ser tratado com muito cuidado, pois o sucesso desta empresa dependerá da sua proposta de ação. Lembre-se que nestes casos, o mais importante é diagnosticar as fontes de insatisfação dos colaboradores antes de tomar qualquer outra decisão. Bom trabalho! Você já parou para pensar sobre a importância de se conhecer a origem de uma palavra para compreender o seu significado? Pois fique sabendo que isso também é verdade para se compreender o conceito expressado pela palavra motivação. Motivação é uma palavra que se originou de uma palavra do Latim ‘movere’ que dava a ideia de movimento, de se deslocar de um lugar para outro. Na língua portuguesa, a palavra motivação é usada na administração para indicar a predisposição de um colaborador para se obter um desempenho desejado (ou superior) pela empresa. É comum ouvir nas empresas que Fulano está motivado, que falta motivação para Ciclano ou ainda que é preciso criar um programa de motivação para reverter o quadro de crise e assim atingir os resultados esperados. Motivação é a força de um organismo que mobiliza e põe em ação o seu repertório comportamental para conseguir algo que ele necessite ou deseje. Ampliando o vocabulário npast Sublinhado Já na área da psicologia, o termo motivação é usado para designar a variedade de fatores, de natureza afetiva, intelectual ou fisiológica, que atuam no indivíduo e que lhe determinarão esse ou aquele comportamento. Ainda é possível encontrar uma outra especificidade no emprego da palavra motivação quando ela é usada como um termo jurídico, assumindo o significado do conjunto de princípios que legitimam uma decisão judicial. Nesta etapa de estudos, a motivação será tratada sob uma perspectiva voltada para as questões organizacionais, no sentido de se criar condições motivadoras para que as pessoas (colaboradores) se sintam predispostas a agirem e demonstrarem desempenho superior no ambiente de trabalho. Entretanto, se faz necessário iniciar o estudo sobre motivação com uma discussão sobre onde estaria a sua origem, dentro do organismo (pessoa) ou fora dele (no ambiente)? Pergunta complicada essa né? Mas não se preocupe, vamos tratar de explicar direitinho essas duas possibilidades da origem da motivação que, academicamente, são chamadas de intrínsecas (endógenas) e extrínsecas (exógenas). Para facilitar a sua compreensão pense em dois objetos muito comuns, uma mola e um imã. A mola está ligada à motivação intrínseca, aquela que vai de dentro para fora do indivíduo, impulsionando-o para a ação. Já o imã, está relacionado com a motivação extrínseca, como algo de fora para dentro que atrai a ação do indivíduo. A motivação intrínseca envolve as necessidades humanas e os indivíduos neste caso, agem para supri-las, como se alimentar e beber água para saciar a fome e a sede (o motivo para agir está dentro do organismo). Por outro lado, a motivação extrínseca envolve as expectativas e os desejos humanos, que geram no indivíduo um estado de ânimo que o leva a procura da realização e satisfação, por exemplo, o desejo de comprar um celular top de linha leva o indivíduo a trabalhar exaustivamente e/ou a poupar dinheiro, ou a expectativa de conseguir uma boa remuneração leva o estudante a se dedicar e a priorizar os estudos (o motivo para agir está fora do organismo). A figura 3.1 ilustra a metáfora da mola e do imã como formas de, respectivamente, impulsionar a pessoa a agir para preencher uma necessidade ou atrair a ação da pessoa para conquistar um desejo. Figura 3.1: motivação intrínseca e extrínseca Fonte: autor Para refletir Por qual motivo é importante diferenciar se os motivos para a ação de um indivíduo são internos ou externos? Dentro ou fora do organismo,o fato é que o estudo da motivação se baseia na busca de princípios (gerais) que possam auxiliar na compreensão do porquê os seres humanos e animais em determinadas situações específicas escolhem, iniciam e mantém determinadas ações. De forma resumida e genérica é possível reconhecer um fluxo motivacional que se inicia nas necessidades e desejos de um organismo que, por sua vez, acabam mobilizando as forças deste organismo no sentido de saciar essas necessidades e desejos. O indivíduo então passa para a ação e conforme o resultado, fica satisfeito e cessa a ação ou, continua agindo até conseguir o que precisa ou o que quer. A figura 3.2 ilustra o fluxo descrito anteriormente. Figura 3.2: Fluxo motivacional Fonte: autor Já que você aprendeu que existe formas de motivação intrínseca e extrínseca, que tal aprender agora algumas das principais abordagens destas formas de motivação? Então vamos lá começar pela mais disseminada teoria de motivação que é a teoria da hierarquia das necessidades de Maslow. Em destaque Teoria motivacional das necessidades dispostas em uma hierarquia, por meio da qual as pessoas são motivadas a satisfazer uma necessidade mais elevada à medida que uma necessidade inferior é satisfeita. A integração desses sistemas auxiliará a empresa a manter interações mais ágeis, objetivas e precisas com os clientes. Essa é uma teoria na qual o seu autor, o psicólogo Abraham Maslow, identificou 5 níveis de motivação em uma escala hierárquica conforme ilustrado na figura 3.3. Figura 3.3: Pirâmide das necessidades de Maslow Fonte: MCSHANE e GLINOW (2014, p. 145) Inicialmente, Maslow acreditava que o ser humano precisava ter as suas necessidades atendidas na sequência da pirâmide, ou seja, só seria motivado pela segurança após ter as suas necessidades fisiológicas atendidas e as de pertencimento (sociais) após ter as fisiológicas e a de segurança supridas e assim por diante até chegar ao topo. Contudo, o próprio Maslow reconheceu que isso era um equívoco e que é possível um indivíduo, por exemplo, se motivar para a auto realização mesmo sem ter as necessidades básicas atendidas. Que tal um exemplo? Então pense em um ator ou atriz em início de carreira. Ele (a) se aventura em grandes centros urbanos, às vezes passando fome (fisiológicas) e morando de favor (segurança) para conseguir a sua auto realização de fazer sucesso na TV, no cinema ou no teatro. Fonte: autor Independentemente de seguir ou não a hierarquia, é importante que você saiba identificar as necessidades em cada nível da pirâmide conforme descrito na figura 3.4, porém, é bom saber que, de acordo com Vecchio (2009, p. 75) as necessidades de ordem inferior, denominadas necessidades de sobrevivência (fisiológicas, segurança e sociais), precisam ser satisfeitas para assegurar a própria existência e segurança de uma pessoa. Já as necessidades de ordem superior ou de crescimento (estima e auto realização), relacionam-se ao desenvolvimento pessoal e à realização do potencial de cada um. Figura 3.4: Necessidades por nível da pirâmide de Maslow Outra importante teoria é a Herzberg, denominada de teoria dos 2 fatores (motivacionais e de higiene ou manutenção). Segundo essa teoria dos 2 fatores, os fatores motivacionais consistem na possibilidade de conhecer e interagir com pessoas, na atribuição de responsabilidade e nas perspectivas de crescimento e de realização profissional (reconhecimento) e estão relacionadas às necessidades de nível superior e, por conta disso, influenciam a execução do trabalho, motivando o trabalhador para a ação e consequentemente conduzindo ele a um desempenho superior nas suas funções. Por outro lado, os fatores higiênicos (salário, ambiente e condições de trabalho, segurança e forma de controle pela supervisão) não motivarão um colaborador quando presentes de forma positiva, contudo, a falta de qualquer um destes fatores levará o colaborador a um estado de insatisfação e descontentamento que afetará negativamente o desempenho dos colaboradores envolvidos neste contexto. Baldwin et al (2015) apontou para uma perspectiva da motivação do colaborador relacionada com a equidade no ambiente de trabalho. Equidade refere-se às percepções dos trabalhadores da razoabilidade dos resultados que eles recebem no trabalho em troca do seu desempenho nas suas funções. Ampliando o vocabulário A equidade no ambiente de trabalho é percebida pelo colaborador sob a forma do tratamento que ele recebe, comparando este tratamento com o tratamento dado aos outros colaboradores. A equidade então, toma forma como um julgamento pessoal que se baseia em uma comparação social, na qual as pessoas comparam o que elas obtêm do trabalho (os resultados) com aquilo que estão colocando no trabalho (entradas). Os resultados incluem coisas como salário, benefícios extras, maiores responsabilidade e prestígio, enquanto entradas podem abranger horas trabalhadas e qualidade do trabalho, bem como educação e experiência. A proporção entre resultados e entradas é, então, comparada com as taxas correspondentes do grupo de comparação. O saldo dessa comparação é a base para a formação da percepção sobre a equidade no ambiente de trabalho. A figura 3.5 vai te ajudar a compreender essa questão da equidade usando uma balança como metáfora. Figura 3.5: Balança da teoria da equidade Fonte: Adaptado de Baldwin et al (2015, p. 177) Caso o colaborador perceba um desequilíbrio qualquer na balança (que ele não está sendo recompensado de forma justa, por exemplo), ele provavelmente ficará desmotivado e tenderá a participar e se dedicar menos ao trabalho, afetando o seu desempenho de forma negativa. Você já deve ter percebido que o conceito de motivação é bem abrangente e o seu estudo é bem complexo e, mais que isso, possui como objeto de análise o ser humano com toda a sua imprevisibilidade e caraterísticas individuais. Para você não se perder nos seus relacionamentos profissionais quando o assunto for motivação, vale a pena conhecer (de forma introdutória e básica) este tema pela perspectiva da Psicologia experimental: análise do comportamento. Nesta perspectiva, a motivação é constatada quando o organismo se comporta e esse comportamento é um fator de interação entre o ele (indivíduo) e o ambiente no qual ele está inserido. Na psicologia experimental o comportamento é estudado com base na análise da tríplice contingência, que consiste em: estímulo, resposta e consequência conforme ilustrado na figura 3.6. figura 3.6: Tríplice contingência. Fonte: autor De acordo com a tríplice contingência, um organismo se comporta diante de um estímulo e, esse comportamento poderá ser recompensado ou punido. Se for recompensado, o organismo tenderá a repetí-lo diante deste mesmo estímulo, contudo, se for punido, a tendência é que o comportamento seja enfraquecido e até mesmo extinto. A Psicologia Experimental utiliza a tríplice contingência para entender a relação na qual um estímulo consequente a um comportamento (resposta) altera a probabilidade de emissão desse mesmo comportamento (resposta) em uma situação similar no futuro. Ampliando o vocabulário Bergamini (2018) alerta para o fato de se punir comportamentos para cessar a sua emissão, pois a própria punição pode ser algo reforçador e causar um efeito contrário, piorando ainda mais a situação. Ficou complicado? Então segue um exemplo para facilitar o seu entendimento: Suponha que um trabalhador esteja entediado com o seu trabalho e insatisfeito por conta de alguma condição de desequilíbrio de equidade (figura 3.5). Diante desta condição de falta de equidade (estímulo) o colaborador passa a chegar atrasado todos os dias da semana (comportamento - resposta). O chefe deste colaborador entãodesconta um dia de trabalho (consequência) e o ameaça de demissão se esse comportamento se repetir. Essa é uma consequência negativa que deveria cessar ou reduzir o comportamento deste colaborador certo? Pois não é bem assim, a punição pode motivar este trabalhador a repetir os atrasos se ele pretende ser demitido e não tiver coragem de pedir demissão. Em outros casos, uma punição de uma mãe por um comportamento inadequado de uma criança pode reforçar este comportamento (uma birra, um palavrão) se a criança estava querendo atenção, pois com esse comportamento (inadequado) ela conseguiu interagir com a sua mãe. Por outro lado, quando uma mãe interage com a criança e reforça (dá atenção, elogia) os comportamentos adequados, a probabilidade desta criança emitir este comportamento adequado novamente será muito alta. Você deve estar perguntando: o que isso tem a ver com a punição? No caso da criança, ele emitirá os comportamentos adequados com maior frequência (se esse comportamento for reforçado pela mãe) e o comportamento inadequado começa a perder força, em um processo denominado de extinção. Em outras palavras, a criança vai esquecendo do inadequado e incorporando o adequado em seu repertório comportamental. Pode até parecer óbvio e natural, mas esse processo comportamental também funciona (você querendo ou não) no ambiente de trabalho. Por isso, elogie e recompense os comportamentos que tragam produtividade e qualidade para a empresa, sempre tomando cuidado para manter um ambiente de trabalho que deixe o colaborador satisfeito e consequentemente motivado. Agora é a sua vez de realizar as atividades de ensino propostas, e colocar em prática o aprendizado. NA PRÁTICA Usando em seus experimentos ratos e pombos, Skinner, o pai do condicionamento operante, descobriu que cada vez que os animais recebiam alimento, depois de bicarem ou acionarem certo dispositivo, voltavam a repetir esse comportamento, pelo fato de ter recebido comida como recompensa. O autor chama de Reforço Positivo a gratificação que é uma oferta contingente de alimento, a qual vem imediatamente após a ação de bicar o dispositivo ou abaixar uma alavanca aumentando a frequência da repetição desse comportamento. O animal passa para seu repertório psíquico aquela ação que foi imediatamente premiada, ficando aí retida. No procedimento adotado por Skinner, não houve somente puro condicionamento. Foi dado um passo além, uma vez que o rato aprendeu sozinho a acionar a alavanca. Ele operou no meio ambiente, exibindo um comportamento inédito até então. Para Skinner, o rato serviu-se das informações que haviam ficado registradas no seu repertório psíquico. Operou no ambiente, o que lhe permitiu exibir um comportamento novo. Por isso, o nome de condicionamento operante. Esses novos comportamentos foram se estruturando através de uma estratégia comportamental denominada “aproximações sucessivas”, na qual qualquer ação realizada na direção desejada vai sendo imediatamente recompensada. Esses mesmos comportamentos que anteriormente foram recompensados pelo alimento passaram a ser punidos por uma descarga elétrica. Nessas circunstâncias, após tentativas iniciais, os animais em observação não mais se comportam como antes, devido à penalidade sofrida imediatamente após a ação, retirando do seu repertório psíquico a ação punida. À punição é dado o nome de Reforço Negativo. (BERGAMINI, 2018, p. 29) Para entender os efeitos devastadores que a punição pode ocasionar dependendo das circunstâncias, se o animal for mantido nesta condição experimental (na caixa onde leva um choque ao ter acesso a alimentação) e em jejum (privado de outra forma de alimentação) será comum (e aterrorizante) ver o animal se submetendo à choques para ter acesso ao alimento, inclusive com o risco eminente de morte. Ampliando a aprendizagem Site: Leitura de artigo: A motivação no ambiente de trabalho: um estudo de caso aplicado aos funcionários de uma empresa bancária. URL: https://multivix.edu.br/wp-content/uploads/2018/12/a-moti vacao-no-ambiente-de-trabalho-um-estudo-de-caso-aplicad o-aos-funcionarios-de-uma-empresa-bancaria.pdf Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura do capítulo 6 – Os segredos da motivação – de BERGAMINI (2018) das páginas 115 a 130. http://www.youtube.com/watch?v=cFoDe9KoK74 http://www.youtube.com/watch?v=nYuHMobXwnE http://www.youtube.com/watch?v=CQrReSazH6w BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156609/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bcover-image%5D/4% 5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 BERGAMINI, Cecília Whitaker Motivação nas organizações: nem todos fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. 7ª. ed. - São Paulo: Atlas, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597017670/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5Bvst-image-button-3338 67%5D%400:0 MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade. 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 VECCHIO, Robert P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo : Cengage Learning, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109715/pageid /0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 3.2 LIDERANÇA: CONCEITOS BÁSICOS Unidade 3 Trilha 2 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Liderança: conceitos básicos Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885951566 09/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bc over-image%5D/4%5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 https://docs.google.com/file/d/1kT9dISTR4mX5dwLHC2XOshAl2Xy488_a/preview ● Conhecer e aplicar o conceito de persuasão ● Identificar e diferenciar os tipos de poderes. ● Compreender o conceito de liderança. ● Diferenciar a liderança formal da informal. ● Conhecer as variáveis que influenciam a liderança. ● Compreender as competências do líder. Competências desta trilha a) Liderança e influência social b) Inteligência emocional c) Pensamento crítico e analítico Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá Estudante, seja bem-vinda (o) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Nesta etapa você vai entrar em contato com um tema de fundamental importância para o desenvolvimento e aprimoramento da sua habilidade de relacionar-se profissionalmente, a Liderança. Aliás, este tema liderança é tão importante que serão dedicadas duas etapas de estudos para que você aprenda sobre os aspectos e as formas de liderar pessoas. Você certamente já ouviu falar sobre pessoas que chamam a atenção de outras pessoas e acabam influenciando-as por conta da sua postura, dos seus posicionamentos ou até mesmo pelas suas atitudes. Pois quem age de forma a influenciar positivamente outraspessoas para se atingir um resultado qualquer está agindo como um líder. Existe um jargão militar que prega que a tropa é o espelho do seu comandante, em outras palavras, a postura de quem comanda servirá de modelo para quem será comandado. Este jargão militar também é totalmente aplicável no contexto organizacional, quando o assunto for liderar pessoas. Aliás, existe um outro ditado sobre liderança que é totalmente inadequado e deve ser veementemente refutado. Quando algum líder diz: Faça o que eu mando mas não faça o que eu faço... ele está indo no caminho contrário da liderança, pois não está sendo uma boa referência para os liderados e ainda está usando mais do poder para obter obediência do que da persuasão para influenciar as pessoas no sentido de alcançar os objetivos empresariais. Se você quer ser um líder de verdade e exercer a liderança de um modo que você consiga conquistar a confiança, o comprometimento e o empenho de seus liderados para fazer o que precisa ser feito é melhor se preparar muito bem. O primeiro passo é seguir as orientações que serão dadas nesta etapa de estudo, começando pela compreensão dos conceitos básicos ligados à temática da liderança. O segundo passo é entender quais são as variáveis que influenciam o estilo e o trabalho do líder. Em seguida será preciso incorporar no seu repertório comportamental as competências comuns aos líderes de sucesso e finalmente exercitar essas competências na prática do dia a dia. Gostou da proposta desta etapa de estudos? Então agora muita atenção na leitura e tenha uma excelente experiência de aprendizado. A empresa de transportes de cargas fracionadas GTX tem uma extensa área de atuação e atende clientes pessoas físicas e jurídicas para levar e trazer o que for preciso para quem for preciso, independente do tamanho e do peso da carga. A GTX tem uma boa fama no mercado (onde atua 30 anos) possuindo uma ampla base de clientes e um invejável bom nível de satisfação destes clientes. Entrega no prazo combinado, produtos entregues sem avarias e entregadores cordiais e educados são os principais atributos da empresa. DESAFIO INICIAL Como a empresa é antiga, nos últimos 12 meses alguns dos seus melhores colaboradores (em posição de liderança) se aposentaram, abrindo espaço para a promoção de outros colaboradores e/ou a contratação de sangue novo para a empresa. O principal executivo da GTX decidiu por promover o melhor vendedor da empresa para a gerência comercial e contratou mais dois líderes para substituírem os colegas que se aposentaram. No entanto, apesar das mudanças, nos últimos 6 meses a GTX viu o índice de reclamações de clientes explodir e ainda percebeu um clima tenso dentro da empresa, eclodindo em uma séria de conflitos nos departamentos e entre os departamentos também. Entrega de mercadorias erradas, elevação no número de pedidos não atendidos, mercadoria entregues com embalagem violada, produtos avariados e tratamento inadequado são as principais queixas dos clientes. Além da queda no índice de satisfação dos clientes, a empresa começou a sentir na pele as consequências desta insatisfação, pois o número de pedidos (e o faturamento também) começou a cair de forma preocupante, assim como o nível de recompra dos clientes da sua base e o número de clientes novos. Em uma rápida análise da situação, o executivo percebeu que os novos líderes estavam influenciando negativamente todos os outros colaboradores, causando assim toda essa confusão e colocando a tradição da empresa em risco. Diante desta situação, o executivo se lembrou que você estava estudando sobre liderança e então ele te chamou para ajudar a criar uma estratégia para reverter essa situação. Então o seu desafio é o de preparar a liderança para que a GTX consiga voltar ao patamar anterior de sucesso no seu desempenho. Antes de tratar de liderança, você vai começar esta etapa de estudos aprendendo dois conceitos diferentes, apesar de as pessoas confundi-los e acreditarem (equivocadamente) que eles possuem o mesmo significado. O primeiro conceito é a persuasão. Já ouviu falar sobre ela? Persuasão é a faculdade do indivíduo influenciar a ação ou decisão de outro indivíduo por meio da apresentação de argumentos lógicos e racionais. Ampliando o vocabulário A capacidade de persuadir pessoas é fundamental para o exercício da liderança, pois é por meio desta habilidade que o líder consegue convencer um liderado sobre a necessidade ou a conveniência de se agir de determinada forma para se atingir um objetivo. Quando o líder usa a persuasão, ele apresenta argumentos legítimos, concretos e lógicos para convencer outra (s) pessoa (s) a acreditar (em) nele e assim seguir as suas orientações. Imagine um líder que precisa alterar um processo para ganhar produtividade. Ele pode chegar nos seus liderados e ‘mandar’ que eles parem de fazer o trabalho da forma atual e passem a fazer da nova forma e, quem não agir desta forma, será demitido. Isso não é persuasão, mas sim uso de poder (você aprenderá sobre poder em seguida). Agora, o líder usa da persuasão neste caso quando chama os seus liderados e explica (de forma franca e legítima) que a alteração no processo trará um ganho de produtividade exigindo menos esforços dos trabalhadores e se a mudança não for feita, a concorrência poderá se fortalecer, ganhar mercado e como consequência reduzir os postos de trabalho. Percebeu a diferença entre usar o poder e persuadir? Na persuasão sempre existe um argumento que ajuda o outro a compreender a situação, aceitando assim ser convencido (persuadido). Mas e no poder, não seria da mesma forma? Pois fique sabendo que não seria não, no poder o mecanismo não é o convencimento, mas sim a obediência. Poder é a chance de executar a sua vontade apesar de resistências opostas, controlando a situação por ameaças, coerção ou manipulação das condições para obter obediência. Ampliando o vocabulário De acordo com Vecchio (2009) a relação de poder nas empresas é de simples entendimento, alguém manda e o outro alguém obedece. Essa aparente simplicidade vai ficando mais complexa quando procuramos compreender os motivos pelos quais as pessoas obedecem a uma outra pessoa. Esses motivos dependerão do tipo de poder que se está adotando ao se dar uma ordem a um subordinado. Você já parou para pensar que o poder pode ser exercido de diferentes formas? Então saiba que existem 5 formas para se exercer o poder, cada uma com a sua peculiaridade. (BALDWIN, 2015) Que tal conhecer esses tipos de poder? O primeiro tipo de poder é o de recompensa. Ao adotar o poder de recompensa o líder oferece algo de valor para influenciar o comportamento de outras pessoas em troca da obediência delas. Imagine que um líder precise que seus liderados terminem uma tarefa antes do prazo estabelecido e, para conseguir o engajamento necessário, ele oferece meio dia de folga (ou um prêmio em dinheiro) para os colaboradores se esse objetivo for alcançado. O segundo tipo de poder que você aprenderá é o poder coercitivo. Neste tipo de poder o líder usa a sua capacidade de punir ou de reter resultados positivos como forma de influenciar o comportamento de outras pessoas. Pense no exemplo anterior (do poder de recompensa) só em vez de o líder oferecer algo de valor, ele apresenta uma condição coercitiva para que os colaboradores obedeçam, como, por exemplo, se o prazo para o serviço não for adiantado, os envolvidos perderão um dia de trabalho ou serão demitidos. Neste caso, os liderados agem por medo, obedecendo o líder para evitar uma consequência negativa. O terceiro tipo de poder é o de especialização. Neste tipo de poder o líder influencia o comportamento de outras pessoas por causa do conhecimento específico ou do entendimento que ele detém sobre algo(ciência, processo, produto), baseando-se na sua própria experiência e no seu talento para mandar e fazer com que os outros obedeçam. Para refletir Suponha que você está diante de dois componentes químicos no seu ambiente de trabalho. Neste momento, o seu chefe (Doutor em química e especialista em materiais explosivos) lhe diz para não manter eles próximos um do outro e nunca misturar esses dois componentes, pois eles são incompatíveis e explodem quando entram em contato. Quais seriam as consequências de não seguir essa ordem? O quarto tipo de poder é o de referenda (ou referência). Neste tipo de poder, o líder influencia o comportamento de outras pessoas por causa do seu carisma ou de alguma outra característica que seus subordinados admiram, criando um desejo nos liderados de se identificarem pessoal e positivamente com este líder. O poder de referência é usado por líderes que são justos nas suas decisões, não sobrecarregam seus colaboradores, é sincero, humilde e benevolente. Em destaque Líderes carismáticos exercem o poder com maior facilidade sobre os seus subordinados, seus pares e seus superiores. Eles possuem a habilidade de motivar as pessoas, conduzindo-as e orientando-as a um determinado objetivo a ser atingido, por meio do seu entusiasmo e da sua autoconfiança. Finalmente, o quinto tipo de poder é o legítimo. Neste tipo de poder, o líder exercita a sua capacidade de influenciar o comportamento de outras pessoas em virtude dos direitos do cargo ou da função ocupada. Na verdade, o líder (neste caso) tem autoridade (um cargo) para mandar. Se um policial te abordar na rua e mandar você parar e levantar os braços, você tem de obedecê-lo pela autoridade que ele possui. Se um juiz expedir um mandado de segurança, é preciso obedecer para não responder por crime de desobediência. Você deve ter percebido que os tipos de poder de recompensa, coercitivo e legítimo são relacionados a posição hierárquica do líder na empresa. Já os tipos de poder de especialização e de referenda estão relacionados ao indivíduo e não dependem da posição ocupada na hierarquia da organização. Agora que você já sabe sobre a diferença entre persuasão e poder, além dos tipos de poderes que um líder pode adotar, chegou a hora de falar sobre liderança. Você já conhece a definição para este conceito? Liderança é o processo de dirigir e influenciar as pessoas e as atividades de grupos, com a finalidade de alcançar os objetivos propostos. Ampliando o vocabulário A liderança pode ser entendida como a capacidade que algumas pessoas possuem de conseguir que outras, de modo espontâneo, ultrapassem o estabelecido formalmente. Vecchio (2009) analisou uma variedade de definições para o conceito de liderança e encontrou alguns elementos comuns nessas definições, concluindo que a liderança consiste em “um processo pelo qual uma pessoa tenta levar os membros de uma organização a fazer algo que ela deseja” (p. 146). Pois é isso mesmo, a liderança formal é exercida por pessoas escolhidas para posições de autoridade formal nas organizações, em outras palavras, o líder tem um cargo e foi indicado formalmente para assumir a responsabilidade de liderar uma equipe. Você sabia que a liderança pode ser exercida de modo formal ou informal? Em destaque A capacidade do líder informal de persuadir pessoas pode gerar influência positiva e negativa, por isso é que as empresas devem identificar e monitorar as ações desses líderes informais e usar a capacidade de influência dele (seja pela sua especialização ou pelo seu carisma) de forma positiva, para contribuir com a resolução de problemas e com a consecução dos resultados. Já a liderança informal é exercida por pessoas que se tornam influentes pelas suas habilidades especiais, que servem as necessidades de outros, sem possuir um cargo para liderar equipes formalmente atribuído a ele. Enquanto o líder formal é o próprio chefe, o líder informal consiste naquele profissional que é referência para os demais colegas, sendo sempre consultado (informalmente) antes de uma tomada de decisão ou em caso de dúvida sobre regras, normas e procedimentos de trabalho. O líder informal não possui poder para mandar, mas tem uma grande capacidade para influenciar os colegas de trabalho. É importante que você saiba que a liderança consiste em uma forma dinâmica de comportamento e sofre a influência de quatro variáveis maiores conforme apontou um estudioso deste tema o economista e psicólogo Douglas McGregor. Este pesquisador concluiu que a liderança não é uma propriedade do profissional, mas um complexo relacionamento entre essas variáveis conforme ilustrado na figura 3.7: Figura 3.7: Variáveis atuantes no comportamento de liderança Fonte: autor Agora é bom que você saiba que os líderes de sucesso têm padrões de comportamento de apoio, orientados para relações humanas e para os colaboradores, sendo as suas principais funções obter cooperação entre as pessoas, estabelecer, desenvolver e manter uma direção aceita por todos e promover a convergência das diferentes percepções, interesses e objetivos do grupo com as da empresa. Para desenvolver essas funções, Mcshane e Glinow (2014) apontaram que o líder deve se apropriar de habilidades, conhecimentos, aptidões e outras características pessoais que levam ao desempenho superior, indicando que pesquisas recentes identificaram algumas competências em profissionais que assumem e desempenham a liderança com sucesso. Vamos aprender sobre essas competências? Então vamos lá começar pela personalidade do líder. A posição de liderança exige altos níveis de extroversão (expansivo, falante, sociável e assertivo) e escrupulosidade (cuidadoso, confiável e autodisciplinado). Com a alta extroversão, os líderes eficazes se sentem à vontade em ter um papel influente nos contextos sociais. Com a maior escrupulosidade, eles determinam metas mais elevadas para si mesmos (e outros), são motivados a tentar alcançá-las e tem um senso de dever em relação aos outros (p. 320). Mais uma competência de liderança apontada por Mcshane e Glinow (2014) é o Autoconceito. Os líderes bem-sucedidos têm um autoconceito complexo, internamente consistente e claro de si mesmos enquanto líderes. Essa “identidade de líder” também envolve uma autoavaliação positiva, incluindo autoestima elevada, auto- eficácia e lócus de controle interno. Em suma, os líderes eficazes definem a si mesmos como líderes e têm confiança nessa visão de si próprios (p. 320). Outra competência apontada por esses autores é a compulsão, que está relacionada à sua escrupulosidade elevada e ao seu autoconceito positivo, demonstrando uma grande necessidade de realização. Essa compulsão representa a motivação interna que os líderes possuem para perseguir seus objetivos e estimular as outras pessoas a fazerem o mesmo. A compulsão inspira a curiosidade, uma orientação para a ação e a audácia para levar a empresa ou a equipe a situações inexploradas. (p. 320 e 321) Mcshane e Glinow (2014) também apontaram para a integridade como competência essencial para o exercício da liderança, lembrando que a integridade envolve sinceridade e coerência entre palavras e ações, qualidades relacionadas à honestidade e à conduta ética. (p. 321) Esses autores também indicaram a motivação para a liderança como uma competência essencial para os líderes, afinal, eles têm uma forte necessidade de poder socializado, o que significa que desejam o poder como um meio de realizar os objetivos organizacionais e boas ações semelhantes. Isso contrasta com a necessidade de poder personalizado, que é o desejo de ter poder para ganhos pessoais ou pela emoção que uma pessoa pode sentir ao exercer o poder sobre os outros. (p. 321) Ainda segundo Mcshane e Glinow (2014) o líder eficazdeve ter conhecimento do negócio no qual atuam, pois assim podem agir para evitar surpresas desagradáveis ou para aproveitar oportunidades de mercado. Para estes estudiosos, o líder deverá desenvolver a inteligência cognitiva e prática para ter sucesso no exercício da liderança. A cognitiva vai auxiliar ele a processar quantidades enormes de informação principalmente para analisar uma série de alternativas e oportunidades complexas em relação à problemas claramente definidos com informações suficientes e que têm, geralmente, uma resposta mais correta do que as outras. Já a inteligência prática está ligada aos problemas que são mal definidos e carentes de informações e com mais de uma solução plausível. (p. 321 e 322) Finalmente Mcshane e Glinow (2014) apontam para a inteligência emocional como competência fundamental para o líder. Os líderes eficazes possuem um alto nível de inteligência emocional. Eles devem ser capazes de perceber e expressar emoções, assimilar emoção no pensamento, compreender e raciocinar com emoção e regular a emoção em si mesmos e nos outros. (p. 322) Que tal agora você aprender algumas dicas super importantes para exercer a liderança? Então preste atenção e procure se apropriar dos seguintes comportamentos para ser reconhecido como um líder carismático, justo e competente. A primeira dica é demonstrar cordialidade (cumprimentando as pessoas) e lembrando dos nomes delas. Mesmo sem vê-las por um longo período é fundamental que o líder chame as pessoas pelo nome. Quando algum dos seus liderados fizer um serviço bem feito, encontre um tempo para mandar uma mensagem de congratulações e, na medida do possível, elogie ele em público descrevendo o bom desempenho dele. Em destaque Uma regra básica para a liderança é elogiar o liderado em público e repreendê-lo em particular. Você já se deparou com um chefe carrancudo e mal humorado? Pois é terrível trabalhar com pessoas assim, por isso que o bom líder está sempre de bom humor e sorrindo para contagiar e animar seus liderados. Quando você estiver em qualquer reunião com seus liderados você deverá permitir que as pessoas se expressem e apresentem seus pontos de vista e ideias, ouvindo-as sem apresentar resistência ou interromper a sua fala, procurando equilibrar as discussões sem tomar partido. Lembre-se também que se estiver bravo (ou emocionalmente desestabilizado) não discuta problemas do trabalho para não ter uma atitude que poderá gerar arrependimento mais tarde. É importante que o líder tenha muita paciência com os seus liderados, dando tempo (na medida do possível) para que eles encontrem uma solução e dando mais oportunidades para aqueles que erraram ao tentar resolver um problema. Mesmo não sendo do departamento comercial (vendas ou marketing) o líder deve monitorar e investigar o que os clientes estão precisando e o nível de satisfação deles, repassando essa informação a seus liderados e aos executivos da empresa. Para liderar, um líder deve produzir visões e compartilhá-las com os seus subordinados sem enfatizar o seu poder pessoal, mas sim dando prioridade para o fortalecimento da coesão do grupo. Finalmente, se você quer ser um líder de verdade terá de ser muito humano, interagindo com as pessoas para conhecer a cultura e os costumes delas, se preocupando com seus liderados, acreditando e inspirando confiança neles por meio das suas atitudes, afinal, o líder é o espelho dos seus liderados. Você chegou ao final de mais uma etapa de estudos e agora precisa realizar as demais atividades para consolidar o seu conhecimento sobre os aspectos teóricos da liderança. NA PRÁTICA Se você quer ser um líder de verdade é melhor quebrar o paradigma de subir na escala hierárquica da empresa, trocando a expressão de subir pela expressão se expandir. Alguns profissionais acreditam fielmente que a melhor maneira de ser líder em uma empresa qualquer é subir na hierarquia. Este é um pensamento essencialmente linear de aquisição de poder, como se a carreira profissional fosse uma escada, para ser superada passo a passo. Algumas instituições como o Exército e o funcionalismo público são exemplos de organizações onde se prioriza o avanço da carreira por subida na escala hierárquica. Contudo, uma forma de quebrar esse paradigma da escada, é adotar a alternativa da metáfora de expansão. Um líder potencial pode exercer a liderança de forma mais rápida expandindo as suas funções, principalmente em atividades que outros colaboradores não gostam de fazer e acabam negligenciando-as. Ao agir deste forma (expandindo-se) o líder vai se apropriando de novas responsabilidades e, no momento certo, será promovido por conta desta expansão das suas atividades. Enquanto o profissional permanece no paradigma da escada (subir na hierarquia) ele praticamente abandona as suas funções do cargo inferior ao ser promovido, contudo, o que opta por se expandir, não abre mão das suas funções originais e ainda soma a elas as novas funções que vai adquirindo. Ao expandir-se e conquistar a liderança de forma gradativa (ou não) o profissional tem de ter consciência que deverá ter se apropriado de uma competência fundamental para ter sucesso e não ficar sobrecarregado, que é a questão da delegação sem se eximir das suas responsabilidades. Em outras palavras, o líder delega, mas assume a responsabilidade pelo trabalho dos seus liderados. Ao adotar a estratégia de expandir-se em vez da de “subir uma escada” a probabilidade de ganhar poder (e responsabilidade) cresce vertiginosamente, pois não será necessário ficar aguardando uma vaga (alguém deixar o degrau de cima livre) para ser promovido. Por isso, lembre-se sempre que, para lidera na prática, é bem melhor expandir-se do que esperar para subir. Ampliando a aprendizagem Site: Liderança Humanizada – Muito além do chefe bonzinho URL: https://www.revistahsm.com.br/post/lideranca-humanizada- muito-alem-do-chefe-bonzinho Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Liderança (TESTA, 2019) da página 4 a página 31 (ferramentas 1 a 7). http://www.youtube.com/watch?v=J1oY0h4iQyE http://www.youtube.com/watch?v=K-5TgsmfYBM BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156609/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bcover-image%5D/4% 5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade. 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 TESTA, Jean-Pierre. Liderança. 1ª.ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131440/cfi/0!/ 4/2@100:0.00 VECCHIO, Robert P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo : Cengage Learning, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109715/pageid /0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 3.3 MODELOS DE LIDERANÇA Unidade 3 Trilha 3 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Modelos de liderança Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, RobertS. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885951566 09/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bc over-image%5D/4%5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 http://www.youtube.com/watch?v=4q2syYSafxM https://docs.google.com/file/d/1asFxSjsFwe_rhroOhvOS59qgtvCmXItI/preview ● Compreender as teorias e modelos de liderança ● Conhecer a teoria dos estilos de liderança. ● Conhecer a teoria dos traços de personalidade. ● Conhecer o modelo de liderança situacional de Robert Tannenbaum e Warren H. Schimidt. ● Conhecer o modelo de liderança situacional de Paul Hersey e Kenneth Blanchard. Competências desta trilha a) Liderança e influência social b) Racionalidade, resolução de problemas e ideação c) Pensamento crítico e analítico. d) Resolução de problemas. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja bem-vinda (o) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você já aprendeu sobre os conceitos de liderança e agora aprenderá sobre os modelos de liderança. Apesar de certas características pessoais (e profissionais) serem usadas para determinar se uma pessoa seria ou não um bom líder, só a análise dessas variáveis (características) não é suficiente para se obter sucesso junto aos seus liderados e conseguir o empenho deles para alcançar os objetivos propostos. Uma pessoa pode ser carismática, ter uma boa empatia, apresentar alta capacidade de resiliência e prezar pela democracia em detrimento da autocracia. Mas será que ela poderia ser considerada uma líder por conta dessas características? Em tese sim, mas para responder a essa questão, pense que uma pessoa com essas quatro características está ocupando uma posição de líder e se depara com um problema importante e urgente para resolver. Pense também que esse problema envolve a existência (ou a morte) da empresa e precisa ser resolvido rapidamente e de forma adequada (com um resultado positivo). Em um situação dessas, as características apresentadas acima podem até atrapalhar a decisão do líder, pois, se ele se colocar no lugar dos seus liderados (empatia), chamá-los para participar da decisão (democrático) e suportar essa pressão sem que eles percebam (resiliência), o tempo pode não ser suficiente, assim como a decisão poderá não ser a mais adequada a essa situação por conta de outros interesses e prioridades dos colaboradores e a falta de senso de urgência deles. Foi justamente pensando neste tipo de situação (entre tantas outras possíveis) que foram desenvolvidas as teorias de liderança situacional, onde o líder adotará um estilo e tomará a sua decisão com base na situação (contexto) que o problema se encontra, podendo ser autoritário ou democrático dependendo da situação. Se o prédio está pegando fogo, não é possível (muito menos recomendado) fazer uma reunião com as pessoas para decidir se ou como este prédio será evacuado. O líder, nesta situação, deverá exigir e mandar que todos saiam de lá o mais rápido possível. Bem, agora é contigo, foco na leitura e bom estudo! A empresa de autopeças ZYZ está no Brasil a mais de 20 anos e já tem a sua posição de fornecedor referência consolidada entre as principais montadoras de veículos do país e do mundo, pois ela, além de abastecer o mercado interno, também fornece suas autopeças para fábricas de montadoras instaladas em outros países. Como toda empresa de autopeças, a ZYZ deve perseguir constantemente elevados níveis de produtividade e qualidade para ser competitiva neste mercado de concorrência acirrada, competindo até com empresas estrangeiras para conquistar os pedidos das montadoras. DESAFIO INICIAL Por uma questão estratégica, a empresa adotou as células de produção para produzir seus itens e ter maior facilidade para acompanhar o desempenho dos colaboradores. As células de produção da ZYZ funcionam em três turnos, 24 horas por dia e 7 dias por semana. Cada turno tem o seu próprio líder e cada líder os seus liderados. A empresa notou uma diferença na produtividade em algumas células, principalmente em relação à cada turno, mas não sabe ainda o que está provocando desempenhos diferentes, pois as máquinas e as condições de trabalho são as mesmas para os três turnos. A hipótese é que a produtividade dos colaboradores estaria atrelada ao estilo do líder, contudo, a empresa desconhece essa informação e percebeu que precisa identificar quais os tipos de liderança os líderes das células exercem. A empresa já sabe que este levantamento deverá ser realizado com base na percepção dos seus respectivos liderados. Pense que você foi contratado como consultor pela ZYZ e o seu principal desafio será justamente realizar um trabalho de identificação e mapeamento dos estilos de liderança incorporados por cada colaborador em posição de liderança na empresa. O seu trabalho será o de criar um método para enquadrar os líderes da ZYZ como autocrático, democrático, liberal ou situacional. Bom trabalho! Depois de aprender sobre o conceito de liderança, sobre persuasão e poder e ainda sobre o perfil do líder, agora chegou o momento de aprender sobre os modelos de liderança, incluindo as suas teorias. É bom saber que esse aprendizado é essencial para melhorar a sua influência sobre os seus liderados. Que tal aprender agora sobre essas teorias? Então vamos começar pela teoria dos estilos de liderança, a qual, como indica Marques (2016), apresenta três estilos de líderes: o autocrático, o democrático e o laissez-faire, que também é conhecido como liberal. O líder autocrático é autoritário e manda as pessoas realizarem as suas atividades sem chance de participação nas decisões ou possibilidade de emissão de sugestões. Em outras palavras, ele manda e as pessoas devem obedecer. O inverso acontece com o estilo de líder democrático, ele incentiva a participação dos seus liderados no processo de tomada de decisões e busca sugestões constantemente entre eles. O terceiro estilo é o liberal, que, literalmente, “deixa as coisas rolarem”, realizando poucas intervenções e confiando fielmente nas decisões dos seus liderados. Agora você precisa conhecer a teoria dos traços de personalidade. Conforme indicado por Vecchio (2009), esta teoria tem fundamento na comparação de características dos líderes com as características dos seus liderados. Esta teoria também compara as características de líderes de sucesso com as de líderes medíocres. Esta comparação permitiu verificar se havia diferenças relevantes entre os traços (características) presentes em diferentes pessoas e assim constatar se os líderes de sucesso “apresentavam, de alguma forma, traços distintos, que os diferenciavam de outras pessoas” (p. 148). Em destaque O melhor líder é aquele que sabe encontrar bons talentos que façam as coisas e que sabe, também, conter a vontade de interferir enquanto eles o fazem. (THEODORE ROOSEVELT) Um traço de personalidade consiste em uma característica comportamental estável que guiará e orientará o comportamento de uma pessoa de forma específica mesmo em situações diferentes. Ampliando o vocabulário Se um colaborador qualquer fala como uma matraca o tempo todo e não ouve seus pares e superiores, ele (muito provavelmente) também agirá desta forma se for promovido a um cargo de liderança. A teoria dos traços assume que a identificação de certos traços sociais, físicos, intelectuais ou de personalidade nos indivíduos podem auxiliar a detectar se algum deles poderia ou estaria preparado para assumir (ou não) uma posição de liderança. Contudo essas duas teorias levam em consideração apenas as características do líder e ambas se mostraram insuficientespara dar conta da explicação do fenômeno da liderança, principalmente porque não levaram em conta uma importante variável que é a condição ambiental na qual o líder está se comportando, falando de outra forma, o contexto (a situação) no qual as ações e decisões do líder são tomadas também é tão importante para o exercício da liderança como os traços de sua personalidade (MARQUES, 2016; VECCHIO, 2009). Por isso, outras teorias (mais contemporâneas e abrangentes) passaram a considerar o contexto ou a situação na qual o líder está inserido para tentar explicar o comportamento do líder ou orientar as suas ações. Essas teorias são chamadas de teorias situacionais de liderança. Que tal aprender sobre elas? Então vamos lá começar pelo Continuum de Liderança proposto por Robert Tannenbaum e Warren H. Schimidt em 1973. Esta teoria consiste na sugestão de uma continuidade (Continuum) de comportamentos de liderança possíveis para um líder conforme o foco das decisões que ele deverá tomar. Em um extremo do continuum, está a liderança centrada no líder, de modo que ele usa a sua autoridade para liderar. No outro extremo, está a liderança centrada nos subordinados, proporcionando mais liberdade para que eles participem e até tomem decisões independentes. Essa abordagem pode ser vista com a identificação de quatro estilos principais de liderança exercidos pelo líder: comunicar, vender, consultar e agrupar conforme ilustrado na figura 3.8. No estilo comunicar (A na figura 3.8), o líder identifica um problema, escolhe uma decisão e a anuncia aos subordinados, esperando que eles a implementem sem oportunidade de participação. É o caso daquela situação tão importante ou urgente que só o comando do líder é capaz de resolver. Pense que a empresa está prestes a perder um grande pedido por falta de produção de um único produto, então o líder “comunica” que todos os funcionários dos setores de produção serão deslocados para priorizar a produção desse produto com o propósito de cumprir o prazo de entrega e não perder o pedido. Fonte: autor (adaptado de Nelson e Quick, 2012) Figura 3.8: Continuum de Liderança de Robert Tannenbaum e Warren H. Schimidt Essa, realmente, é uma situação que não dá chance para consultar as pessoas ou escutar sugestões. No estilo vender (B na figura 3.8), o líder ainda escolhe uma decisão, mas reconhece a possibilidade de alguma resistência por parte daqueles que deveriam executá-la; então, tenta persuadir os subordinados a aceitá-la. Imagine uma situação na qual o líder precisa que os seus colaboradores façam hora extra e, em vez de obrigá-los a trabalhar até mais tarde, ele chama os seus subordinados e explica (vende) o motivo da necessidade de trabalhar além do horário formal, assim como as consequências de deixar de fazer o trabalho necessário. No estilo consultar (C na figura 3.8), o líder identifica um problema, mas não escolhe a decisão até que o problema seja apresentado ao grupo e o gerente tenha ouvido as sugestões apresentadas. Neste caso, ele descobriu que a produtividade atual não será suficiente para atender os pedidos dos clientes, porém ainda tem tempo para encontrar soluções e acredita que os funcionários poderão contribuir significativamente para resolver o problema, por isso ele consulta previamente seus liderados para só depois tomar uma decisão. Finalmente, no estilo agrupar (D na figura 3.8), o líder define o problema e os limites dentro dos quais a decisão deve ser tomada pelo grupo (com o gerente como um membro), e passa para o grupo o direito de tomar a decisão. Pense que uma empresa decidiu trocar o modelo de uniformes dos colaboradores, daí o líder reúne (agrupa) os seus subordinado e informa sobre a alteração dos uniformes, apresentando também um cronograma para a definição da cor, dos modelos e dos fornecedores com uma data final para a compra dos uniformes, de acordo com as especificações consideradas pelo grupo. Tannenbaum e Schmidt propuseram ainda a existência de três fatores ou forças que influenciam diretamente na decisão do líder sobre qual o estilo de liderança é desejável e deve ser praticado diante de determinada situação ou contexto. Estes fatores ou forças são: Forças no Líder; Forças no subordinado; e Forças na situação. As forças no líder dizem respeito ao comportamento do gerente, que é influenciado por sua personalidade, experiência e conhecimento. Elas incluem: os sistemas de valores; a confiança nos subordinados; as inclinações para liderança; e a segurança em situações incertas. Já as forças no subordinado estão relacionadas a como ele (subordinado) é influenciado pelas variáveis ambientais e sobre o seu conjunto individual de expectativas em relação ao seu relacionamento com o líder. As características das forças no subordinado são: a intensidade das necessidades de independência; a prontidão para assumir responsabilidade para tomada de decisão; o entendimento e a identificação com as metas da organização; e o conhecimento e a experiência necessários para tratar de problemas. Vale salientar que, quanto mais intensa a resposta positiva dessas características, maior o grau de liberdade de ação permitido pelo gerente. Finalmente, as forças na situação tratam sobre como o comportamento do líder é influenciado pela situação geral e pelas pressões do ambiente. As características nesta situação incluem: o tipo de organização; a eficácia do grupo; a natureza do problema; e a pressão do tempo. Os resultados das investigações de Tannenbaum e Schmidt concluíram que os líderes de sucesso estão fortemente a par daquelas forças que são mais importantes ao seu comportamento num determinado momento. Eles são capazes de se comportar adequadamente em termos do seu entendimento de si mesmos, dos indivíduos e do grupo, da organização e das influências do ambiente. Vale ressaltar que os próprios autores desta teoria realizaram uma revisão nela e adicionaram os fatores externos (forças externas) às forças que influenciam os líderes, principalmente pelo fato de que essas forças também fazerem parte do contexto de decisão do líder. Mais uma teoria que leva em conta o contexto no qual o líder tem de tomar as suas decisões é o modelo da Liderança Situacional, de Paul Hersey e Kenneth Blanchard (NELSON e QUICK, 2021). No entanto, antes de você aprender sobre esta teoria, é preciso fazer uma distinção fundamental sobre a orientação do líder em relação às tarefas ou as pessoas. Para refletir No seu ponto de vista, os líderes deveriam ser orientados para tarefas ou orientados para pessoas? A orientação para as tarefas ou para as pessoas possui, cada uma, as suas vantagens e desvantagens. De acordo com Mcshane e Glinow (2014, p. 324) as evidências recentes sugerem que ambos estão associados positivamente à eficácia do líder, mas de modos diferentes. Como você̂ deve imaginar, ampliar a liderança orientada para pessoas reduz o absenteísmo, reclamações, rotatividade e insatisfação no emprego, enquanto ampliar a liderança orientada para tarefas resulta em melhor desempenho no trabalho. Absenteísmo é um indicador de recursos humanos que possui a finalidade de apurar a ausência (faltas) dos colaboradores no trabalho. Ampliando o vocabulário A figura 3.9 tem a finalidade de facilitar a sua compreensão sobre essa questão da orientação do líder para as tarefas ou para as pessoas. Figura 3.9: Características de líderes orientados para tarefas e pessoas Fonte: Adaptado de Mcshane e Glinow (2014, p. 324) Agora que você já sabe sobre a questão da orientação (para tarefas ou para pessoas) do líder, que tal voltar ao modelo de Hersey e Blanchard? Então fique sabendo que eles estabeleceram um modelo de liderança composto por quatro quadrantes, desenvolvido pela combinaçãode orientações do líder para as tarefas e para os empregados. A proposta para estabelecer um estilo eficaz de liderança está embasada na maturidade dos subordinados. A “maturidade” não tem relação com a idade cronológica de um indivíduo, mas sim com a sua capacidade e a sua experiência para desempenhar o trabalho e a sua vontade de aceitar as responsabilidades do seu cargo. A “maturidade” pode ser dividida em: Maturidade de Trabalho (capacidade e conhecimento do indivíduo para desenvolver uma tarefa ou realizar um trabalho) e Maturidade Psicológica (motivação do indivíduo para realizar uma tarefa ou trabalho). Cada estilo, ou melhor, cada quadrante dessa teoria de Hersy e Blanchard é caracterizado pelas seguintes palavras-chave: Determinar, Persuadir, Compartilhar e Delegar. Cada uma está relacionada a um estilo de liderança. Quer saber como essas palavras-chave se relacionam com os estilos de liderança? Então, vamos aprender sobre essa relação, antes, porém, vale a pena observar, na Figura 3.10, a posição de cada um desses estilos de liderança considerando o seu grau de maturidade de trabalho e maturidade psicológica. Figura 3.10: Quadrante de Hersey e Blanchard. Fonte: adaptado de Nelson e Quick (2013) Percebeu que o posicionamento de cada estilo apresentado na figura está relacionado com a ausência ou presença das maturidades de trabalho e psicológica? Cada quadrante expressa o estilo de liderança que deve ser adotado pelo líder em cada uma das quatro situações de maturidade. Ficou confuso? Então, vamos descomplicar apresentando as orientações para a adoção de cada um dos estilos propostos por esses pesquisadores. A) Determinar: para pessoas que não têm nem vontade nem capacidade de assumir a responsabilidade de fazer algo, não são competentes nem seguras de si, exigindo, como consequência, um estilo diretivo, de "determinar", por parte do líder, fornecendo orientações claras e específicas aos subordinados. Esse estilo do líder é caracterizado por um comportamento alto para tarefa e baixo para relacionamento. B) Persuadir: para pessoas que não estão capacitadas, mas sentem disposição para assumir responsabilidades, têm confiança em si, apesar de não possuírem as habilidades necessárias para tal, exigindo um estilo de "persuadir" por parte do líder. Esse estilo do líder é caracterizado por um comportamento alto para tarefa, para compensar a falta de habilidade dos liderados, e alto para relacionamento, para conquistá-los. C) Compartilhar: para pessoas que têm capacidade, mas não estão dispostas a fazer o que o líder determina; estão com problemas de motivação, exigindo do líder um processo adequado de comunicação e participação no sentido de um efetivo apoio aos subordinados. Esse estilo envolve baixo comportamento para tarefa e alto comportamento para relacionamento por parte do líder. D) Delegar: para pessoas com alto grau de maturidade, que têm capacidade e disposição para assumir responsabilidades. O líder pode-se valer de um estilo discreto de delegação, que dê pouca orientação e pouco apoio, tendo, por isso, maior probabilidade de ser eficaz com os seus subordinados. Esse estilo envolve, por parte do líder, um baixo comportamento para tarefa e um baixo comportamento para relacionamento. Você chegou ao final de mais uma etapa de estudos e agora já possui bons conhecimentos para liderar pessoas, então consolide esse conhecimento realizando as próximas propostas de atividades. NA PRÁTICA Uma enfermeira ganhou o principal e mais importante prêmio de reconhecimento de líder exemplar no seu país. Apesar de ser e atuar como enfermeira, ela deixou muitos executivos de grandes empresas para traz ao ser escolhida para receber a premiação. Recém chegada a um renomado hospital, esta enfermeira assumiu a administração de todo setor de pediatria do hospital. Contudo, causando curiosidade e surpresa nos membros da sua equipe, ela não promoveu mudanças nem sequer imprimiu o seu ritmo de imediato na rotina de trabalho do setor. Nos primeiros quinze dias ela investiu quase 100% do seu tempo de trabalho para interagir com os seus liderados, de forma individual e grupal, reunindo os colaboradores para fazer algumas questões que eram ouvidas e anotadas cuidadosamente em um caderno universitário. De início a equipe estranhou a postura da enfermeira chefe, mas logo foram se soltando e compreendendo que ela estava procurando conhecer a sua equipe e identificar a situação na qual ela se encontrava. Na verdade, essa enfermeira agiu como uma líder de verdade, procurando entender o contexto no qual ela estaria inserida dali por diante, descobrindo também as emoções, as expectativas e os pontos fortes e fracos de todos, para em seguida liderar de acordo com a situação encontrada. Agindo desse modo, a enfermeira conseguiu motivar a equipe e, ao dar voz a eles, ela percebeu que as competências e talentos já estavam incorporadas no repertório comportamental deles, o que seria preciso agora era aproveitar todo este potencial, transformando-o em desempenho. Os colaboradores sentiram-se importantes e pertencentes ao “jogo” da gestão ao serem ouvidos e terem a oportunidade (e liberdade) de fazerem sugestões e comentários (as vezes até críticos). Ao valorizar as sugestões e compreender a posição dos seus liderados, ela, além de receber colaborações valorosas e totalmente aplicáveis para melhoria do desempenho, ainda conquistou a confiança, o respeito e a admiração da equipe. Ampliando a aprendizagem Site: Quatro exercícios sobre como liderar uma equipe e deixar um legado URL: https://blog.runrun.it/4-exercicios-como-liderar-uma-equipe/ Artigo Acadêmico: Liderança: Um estudo de caso sobre o papel dos gerentes na difícil tarefa de influenciar os recursos humanos de uma Organização URL: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos06/46_artigo%2 0-%20lideranca.pdf acesso em 05 jul 2021. http://www.youtube.com/watch?v=pEL2mZ3W2ak http://www.youtube.com/watch?v=1_KJ24ly5zo BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156609/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bcover-image%5D/4% 5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 MARQUES, José Carlos. Comportamento organizacional. São Paulo: Cengage, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522122660/p ageid/0 MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade. 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 NELSON, Debra L.; QUICK, James C. CORG: Comportamento Organizacional. São Paulo: Cengage Learning, 2012. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522112128/pa geid/0 VECCHIO, Robert P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo : Cengage Learning, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109715/pageid /0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 3.4 FORMAÇÃO DE EQUIPES Unidade 3 Trilha 4 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Formação de equipes Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livrosbase BARBIERI, Ugo Franco. Gestão de pessoas nas organizações: a evolução do ser humano na vida e na carreira. São Paulo: Atlas, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522 491223/pageid/0 https://docs.google.com/file/d/1cbdgmmkRS3Dh-lm5juoO_Kc2Z32jrJyX/preview ● Reconhecer os diversos tipos de equipes de trabalho ● Diferenciar equipe de trabalho e grupo de trabalho ● Conhecer os estágios de desenvolvimento da equipe. ● Conhecer os fatores determinantes das equipes de alto desempenho. ● Conhecer as características chave das equipes de sucesso. Competências desta trilha a) Trabalho em equipe e produtividade. b) Liderança e influência social. c) Planejamento e organização do trabalho. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Você certamente já fez algum trabalho escolar em grupo no qual as pessoas gastavam mais tempo para decidir sobre o que fazer e quem vai fazer o que do que a realização do trabalho em si. Diante desta situação, é comum que o estudante prefira fazer o trabalho sozinho e assim resolver tudo do jeito dele, pois seria mais rápido desse modo. Pois é bom que você saiba que isso também acontece no ambiente de trabalho, mas em vez de um trabalho acadêmico o que contará neste contexto empresarial é se o resultado esperado pela empresa foi alcançado com êxito. Pode até parecer que se gasta mais tempo para se desenvolver um projeto, encontrar a solução para um problema ou propor uma melhoria de processo com o trabalho em equipe, mas isso é apenas uma lenda. O trabalho em equipe aumenta (e muito) as chances de o resultado ser alcançado com eficiência e eficácia, ou seja, com maior produtividade e qualidade. É importante lembrar que uma empresa é composta por pessoas, portanto um ente coletivo onde os colaboradores têm forte interdependência para conseguir alcançar os resultados com o êxito esperado. Por conta desta “coletividade” é natural que o trabalho não seja considerado apenas de forma individual, mas sim como o resultado da interação dos seus colaboradores, como uma equipe. Ignorar o fato de que o trabalho em equipe é necessário para o bom desempenho de uma empresa qualquer poderá levá-la até a falência como consequência deste descaso. Para evitar tragédias como essa é preciso ter consciência da importância do trabalho em equipe para obter e superar os resultados propostos e, mais que isso, conhecer os mecanismos de funcionamento das equipes para poder tirar o melhor dela e de cada um dos seus membros. Pois será nesta etapa de estudos que você aprenderá que o trabalho em equipe contribui para melhorar o desempenho e o resultado da empresa, principalmente quando as tarefas a serem desempenhadas exigem múltiplas e complementares habilidades, competências e talentos dos seus colaboradores. Bom estudo! Uma grande instituição financeira que trabalha exclusivamente no ramo de seguros verificou que os seus processos estavam lentos e pouco eficazes. O índice de reclamações estava muito acima de qualquer limite aceitável e a perda de cliente era crescente, assim como a dificuldade para se conquistar novos clientes. Diante deste quadro, a empresa demitiu o seu principal executivo e contratou um jovem talento (sem muita experiência) recém saído de um dos melhores doutorados do mundo em negócios financeiros. DESAFIO INICIAL O novo executivo chegou e de cara decidiu que o trabalho individual deveria ficar em segundo plano, priorizando o trabalho em equipe dali para frente. Ele convocou a média gerência e os orientou a trabalhar como uma equipe, ordenando que eles fizessem o mesmo com os seus subordinados. O projeto era o de implantar equipes de trabalho departamentais para dar conta dos processos operacionais e equipes multidisciplinares para cuidar das questões táticas. As ordens forma cumpridas a risca e as equipes foram formadas, iniciando assim uma nova fase na empresa. Para amparar e sustentar a estratégia de trabalho em equipe o executivo recorreu às teorias disponíveis na academia, criando uma metodologia de avaliação de desempenho com as respectivas recompensas para as equipes que apresentassem o desempenho esperado e alcançassem os objetivos traçados. No entanto, apesar da animação inicial e de alguns objetivos serem alcançados, o clima na empresa mudou para um contexto inesperado, que foi o de competição acirrada. As equipes passaram a competir entre si para ganhar os prêmios, mesmo que a sua “vitória” representasse uma “derrota” para a empresa. As equipes faziam qualquer coisa para conseguirem se destacar das outras, inclusive comemorando os erros das outras equipes que, em alguns casos, poderiam ser evitados pelo conhecimento prévio de outra equipe (que ficava bem quietinha para não levantar a lebre). Imaginando que você tenha sido contratado para resolver esse problema, o que você faria para reverter este quadro mantendo a filosofia do trabalho em equipe? Você sabia que existem certas diferenças entre o conceito de grupo de trabalho e equipe de trabalho? Pois fique sabendo que essas diferenças existem e são explicadas por Barbieri (2014). Segundo este autor, um grupo de trabalho é aquele no qual os seus membros interagem para compartilhar informações e tomar decisões com a finalidade de auxiliar os seus membros a obterem o desempenho esperado e assim cumprirem com as suas responsabilidades. Em um grupo de trabalho não existe a necessidade (nem a oportunidade) de seus membros se engajarem em um trabalho coletivo, como uma equipe que se esforça conjuntamente para alcançar suas metas. O desempenho do grupo então se traduz na soma das contribuições individuais de seus membros, sem uma sinergia positiva que possa criar um nível geral de desempenho maior do que a soma dessas contribuições individuais. A figura 3.11 ilustra a dinâmica do grupo. Figura 3.11: Dinâmica do grupo Em destaque Um grupo consiste em uma pequena associação ou reunião de pessoas, unidas para alcançar um fim comum. Fonte: Autor Os grupos podem ser formais ou informais. Eles serão formais quando forem definidos pela organização. Os grupos formais podem ser hierarquicamente definidos (denominado de grupo de comando) ou formados para a realização de um trabalho específico (denominado de grupo de tarefa). Já os grupos informais não são estruturados, muito menos organizados, pela empresa. Os grupos informais podem ser de Interesse, onde existe um objetivo comum a todos os seus membros ou de amizade, onde os seus membros compartilham de características e interesses em comum. Já uma equipe de trabalho é mais consistente que um grupo, demonstrando esforços individuais que resultarão em um desempenho maior do que a soma das contribuições individuais. A própria dinâmica da equipe acaba gerando uma sinergia positiva por conta de o esforço de seus membros ser coordenado por um líder. Vale ressaltar que a adoção de equipes de trabalho eleva consideravelmente o potencial para uma organização aumentar seus resultados, sem precisar aumentar as participações individuais. A figura 3.12 ilustra a dinâmica da equipe de trabalho. Figura 3.12: Dinâmica da equipe de trabalho Sinergia consiste em ações ou esforços conjuntos e simultâneos para se obter sucesso em uma empreitada. A sinergia resulta em uma cooperação coesa e espontânea dos membros visando o sucesso da equipe. Ampliando o vocabulário Fonte: Autor Da mesma forma que os grupos, as equipes também possuem algumas características e podem ser classificadas em quatro tipos. O primeiro tipo é a equipe de solução de problemas. Este tipo de equipe usualmente é composto por 4 a 11 colaboradores de um mesmo setor que se unem por algumas horas na semana para discutir maneiras de se melhorar a qualidade, a eficiência, a eficácia e o próprio ambiente de trabalhopor meio da apresentação de sugestões sobre os processos e os métodos de trabalho que podem ser melhorados. Porém, a equipe não possui autonomia para implantar as novidades ou as propostas de melhorias, sendo necessária a aprovação do líder ou de alguém com autoridade, com uma posição superior na escala hierárquica. Outro tipo de equipe de trabalho é a autogerenciada (ou autodirigida). Essas equipes são, usualmente, formadas por 9 a 14 colaboradores que realizam trabalhos relacionados ou interdependentes e assumem muitas responsabilidades de liderança e de supervisão, incluindo a elaboração e execução do planejamento e do cronograma de trabalho. As equipes de trabalho autogerenciadas também são responsáveis pela delegação de tarefas aos seus membros, pelo controle coletivo sobre o andamento do trabalho e a tomada de decisões operacionais e ainda pela implementação de ações para solucionar os problemas. Este tipo de equipe de trabalho possui autonomia para controlar e distribuir os recursos, escolher os seus membros e avaliar o desempenho deles. A equipe multifuncional é mais um tipo de equipe de trabalho. Nela, os colaboradores membros são do mesmo nível hierárquico e de vários setores da organização que se reúnem para dar conta de uma dada demanda ou atividade. Em alguns casos, a equipe multifuncional pode ser formada para resolver um problema pontual e é desfeita assim que a solução para o problema é encontrada, assumindo assim uma característica de formação temporária, também conhecida como força tarefa. A equipe multifuncional se torna uma excelente oportunidade para aprendizado, troca de experiências e de informações por conta da diversidade de seus integrantes, permitindo o desenvolvimento de novas ideias para solucionar problemas, para aproveitar alguma oportunidade ou para conceber ou melhorar um processo ou novo produto ou serviço. O avanço tecnológico melhorou as condições para a formação de um outro tipo de equipe, a equipe virtual. Este tipo de equipe utiliza a tecnologia da informação para promover e propiciar a interação entre os seus membros, facilitando a participação e a colaboração das pessoas que estão em locais diferentes e quebrando assim a barreira da distância física para integrar e reunir a equipe. Mcshane e Glinow (2014) também categorizaram algumas formas de equipe de acordo com as suas características. O tipo de equipe departamental agrega membros colaboradores com habilidades similares ou complementares e que estejam localizados na mesma unidade de uma estrutura funcional (organograma), como o departamento financeiro por exemplo. Já o tipo de equipe de produção (ou de serviços) possui membros com características diversas ou polivalentes, produzindo o produto ou serviço de modo coletivo sob a coordenação ou supervisão de um líder. Existe um tipo de equipe chamada de equipe de assessoria. Ela é predominantemente formada por membros com sólida formação e boa experiência que contribuem para o processo de tomada de decisão fornecendo orientações e recomendações para quem tomará a decisão. As equipes de assessoria podem tomar forma como comissões, conselhos consultivos, conselhos de trabalhadores. As equipes de assessoria podem ser formadas sob caráter permanente ou temporário e quase sempre existe uma rotatividade na sua composição. Agora que você conhece os principais tipos de equipes, que tal conhecer três fatores contextuais relacionados com o desempenho das equipes? Então fique sabendo que um destes fatores diz respeito aos recursos adequados para o desenvolvimento do trabalho. A equipe depende da empresa para se sustentar e desempenhar a sua função, pois, caso contrário, seu desempenho ficará comprometido. Os principais tipos de recursos são: suporte de TI; pessoal de apoio; estímulos e assistência administrativa; apoio das lideranças e da hierarquia da organização. Outro fator fundamental para o desempenho de uma equipe de trabalho é a liderança e estrutura. A equipe deve dividir as tarefas e assegurar que todos contribuam igualmente para o sucesso dela. Precisam ainda estabelecer o cronograma de trabalho, quais habilidades devem ser desenvolvidas, como o grupo vai resolver os conflitos e como as decisões serão tomadas. Vale ressaltar que as equipes autogerenciadas a liderança não é importante. Porém, para as equipes tradicionais a capacidade do líder, de motivação e coordenação da equipe, é fundamental para a performance do grupo e Para refletir Como fatores como recursos adequados, liderança e avaliação de desempenho podem influenciar, positivamente ou negativamente, o desempenho de uma equipe de trabalho? para a retenção de talentos e profissionais. (BARBIERI, 2014, p.208). Mais um fator que influencia o desempenho das equipes de trabalho é o sistema de avaliação de desempenho e recompensa. Vale ressaltar que esse sistema de avaliação deverá considerar o desempenho da equipe, evitando sistemas tradicionais de avaliação e recompensas individuais. Uma equipe passará por alguns estágios de desenvolvimento até consolidar o seu desempenho e alcançar os objetivos propostos. De acordo com Housel (2009) a equipe passará por cinco estágios distintos. Vamos lá conhecer esses estágios? Então saiba que o primeiro estágio é o da formação. Nesse estágio, a equipe forma-se e determina as regras básicas. Além de identificar e esclarecer a tarefa, a equipe tem a oportunidade de se conhecer e se tudo der certo, seus membros passam a sentir-se bem na convivência mútua. Neste estágio os membros: ● Sentem-se pouco à vontade como integrantes do grupo. ● Temem a rejeição e se preocupam em ser aceitos e incluídos no grupo. ● Comunicam-se de maneira educada e insegura. ● Não compreendem os objetivos, mas hesitam em pedir esclarecimentos. ● Procuram evitar conflitos e raramente discordam. ● Dividem funções com base em primeiras impressões e padrões conhecidos em vez de procurar adequar competências às exigências da tarefa. ● Dependem do líder e se identificam com ele em vez de com os outros integrantes da equipe. ● Veem o líder como competente e benevolente, e evitam desafiá-lo. ● Tendem a se comunicar por meio do líder. Após passarem por esse primeiro estágio, a equipe estará diante do segundo estágio que é chamado de tumulto ou turbulência. Nesse segundo estágio, os membros da equipe superam as inibições iniciais que podem surgir e começam a delimitar suas posições. Com frequência, discutem vigorosamente sobre a estrutura da equipe e como ela deve ser dirigida. Neste estágio os membros: ● Discordam sobre valores, prioridades, objetivos e tarefas. ● Exigem esclarecimento dos papéis e objetivos. ● Desafiam o líder e os outros. ● Participam ou se retraem mais do que antes. ● Tentam gerenciar conflitos. ● Unem-se mais e começam a confiar uns nos outros quando os conflitos são resolvidos satisfatoriamente. Após adotarem uma postura de solução de problemas, a equipe passará para o terceiro estágio, que é chamado de normatização. Será neste estágio que a equipe tratará dos problemas levantados na fase anterior e, se tudo correr bem, agirá para resolve-os. Os membros começam a interagir como uma equipe e todos eles começam a participar expressando suas opiniões e a desenvolverem relações próximas. Nesta fase, os membros: ● Adaptam seus papéis ou os mudam a fim de obter uma melhor equiparação das habilidades com as tarefas. ● Sentem um forte comprometimento para com o grupo. ● Começam a valorizar os talentos de cada membro da equipe e a confiar uns nos outros. ● Sentem-se felizes por fazer parte do grupo. ● Desenvolvem níveis mais profundos de confiança, comunicação e coesão. ● Gerenciam eficazmente os conflitos que surgem. ● ● Oferecem e recebem feedback de maneira construtiva.● Veem o líder como consultor, e não como diretor. Após passarem mais tempo juntos e a confiarem mais nos membros, a equipe estará pronta para passar para o quarto estágio de desenvolvimento, que é o de desempenho. A equipe começa a operar como uma unidade durante o estágio de desempenho e os problemas relacionados à estrutura da equipe são esquecidos, e a equipe focaliza mais a realização da tarefa. Neste estágio os membros: ● Entendem claramente os objetivos da equipe, seus próprios papéis, bem como os de seus colegas. ● Equiparam as tarefas às habilidades dos integrantes. ● Participam livre e abertamente e discordam sem temer rejeição. ● Passam a maior parte do tempo no desempenho de suas tarefas. ● Implementam e avaliam as soluções e decisões da equipe. ● Esperam se sair bem. ● Cooperam uns com os outros. ● Utilizam, consistentemente, estratégias eficazes de gerenciamento de conflitos. Finalmente, o último estágio é o da finalização, no qual a atribuição da equipe está terminando e ela focaliza o término da tarefa restante. Esse tende a ser um período produtivo, como se os membros da equipe desejassem terminar em harmonia. Dyer (2011) apontou para quatro fatores determinantes das equipes de alto desempenho a saber: Contexto, composição, competências e propensão a mudança, conforme ilustrado na figura 3.13. Figura 3.13: Fatores determinantes das equipes de alto desempenho Fonte: Dyer (2011, p. 24) Outro assunto muito relevante quando o assunto é o trabalho em equipe é a questão de como um membro pode ser um bom participante da equipe. Para ser um bom participante de uma equipe, é preciso ter uma boa capacidade de relacionamento interpessoal. Algumas dicas preciosas para você desenvolver a sua capacidade de relacionamento são: Seja cortês e educado com os outros; mostre interesse pelos demais membros da equipe; exiba atitude positiva do tipo “consigo fazer”; se errar, admita o erro e peça desculpas; seja grato e expresse a sua gratidão de forma autêntica; se precisar fazer alguma crítica, critique o comportamento ou atitude e nunca a pessoa; ajude os colegas quando eles precisarem e respeite as limitações e a privacidade das pessoas. Em destaque Faça aos outros aquilo que deseja que os outros façam para você. Entretanto, é importante estar atento a alguns comportamentos indesejáveis dos membros da equipe, pois eles podem prejudicar o sucesso do trabalho em equipe e por isso é preciso conhecê-los, identificá-los e combatê-los. Vamos conhecer estes comportamentos? O membro com comportamentos prejudiciais à equipe: (HOUSEL, 2009, p. 56) ● Trabalha em tarefas não prioritárias em vez de ajudar os colegas de equipe a completar partes mais importantes de um projeto com prazo final próximo. ● Faz somente a tarefa que lhe foi atribuída especificamente. Ao enfrentar uma situação atípica, em vez de mostrar iniciativa e oferecer ajuda aos companheiros, esse tipo de pessoa sem espírito colaborativo diz: “Isso não está incluído na descrição das minhas funções.” ● Destrói a base de confiança ao fazer comentários maldosos a respeito dos integrantes da equipe para pessoas que não pertencem ao grupo. ● Responde “Pode deixar; eu mesmo faço isso” quando um colega pede a colaboração numa tarefa. Para finalizar esta etapa de estudos você precisa saber as equipes eficazes possuem algumas características-chave. A primeira dessas características é ter um objetivo bem definido e certificar-se que os membros conheçam e compreendam o objetivo da equipe e, o que é mais importante, acreditem que a tarefa que lhe fora atribuída é importante. Outra característica é que os membros da equipe tenham as habilidades adequadas para o desenvolvimento do trabalho, pois, as equipes mais eficazes são compostas por indivíduos competentes que têm as habilidades e os talentos necessários (como grupo) para realizar o trabalho. O respeito mútuo é mais uma característica das equipes eficaz pois desta forma as equipes de sucesso conseguem construir um nível substancial de respeito e confiança e os seus membros são capazes de lidar com desentendimentos e conflitos com relativa facilidade, sem precisar ofender ninguém. Os membros de equipes altamente bem-sucedidas demonstram alto grau de lealdade à equipe, identificando-se com a equipe e com os outros membros. Finalmente a comunicação eficaz também é uma característica chave para o sucesso da equipe. A comunicação deverá fluir prontamente entre os membros de uma equipe eficaz e cada indivíduo pode falar livremente para os outros e com liberdade para obter feedback significativo. Assim terminamos mais uma etapa de estudos. Agora você realizar as atividades propostas para consolidar o seu conhecimento sobre trabalho em equipe. NA PRÁTICA A fábrica da Reckitt Benckiser (RB) em Derby, Grã-Bretanha, é um modelo de eficiência, mas você não vai encontrar muitos chefes por lá. As duas áreas de produção da unidade ultra competitiva (uma faz líquidos de alto volume como o detergente Volite®, a outra é a única produtora de aerossóis da Europa) operam com equipes autolidera- das. As equipes são responsáveis pelo treinamento, pela melhoria da produtividade e pelo controle de qualidade. A fábrica emprega 200 funcionários e possui apenas três gerentes de produção. Os funcionários recebem bonificações de equipe baseadas na qualidade dos produtos e na rapidez com que resolvem problemas de qualidade. As equipes autodirigidas também alicerçam a produção da fábrica de produtos de saúde da RB em Hull, na Grã-Bretanha. “O pessoal nas linhas de frente decide como vai trabalhar nas próximas três ou quatro semanas”, conta um líder de equipe na fábrica de Hull, que produz o antiácido Gaviscon® e outros medicamentos de venda livre. Outro líder de equipe se orgulha em dizer que sua equipe se tornou “uma das mais eficientes do norte da Europa” porque “tivemos a oportunidade de assumir o controle em relação à linha”. O espírito de equipe da Reckitt Benckiser se estende ao marketing, pesquisa e outras funções, muitas vezes com equipes virtuais. “Na maioria dos projetos de que participei, os membros de equipe quase sempre estão em países diferentes”, explica Gaonan, que trabalha no grupo de serviços de informação (SI) da RB. “O que você acha que é a base das equipes globais?”, ele pergunta. “O elemento essencial é a confiança. O pessoal de SI que está em um local confia que seus membros de equipe que estão em outro continente entendem totalmente e podem ajudá-lós a resolver seus problemas”. A cultura orientada para equipes da RB é reforçada pela socialização, recompensas e eventos de formação de equipe. Por exemplo, 65 funcionários de 34 países se reuniram recentemente no Brasil para reformar instalações dedicadas a crianças em idade pré-escolar em situação vulnerável e para levantar fundos com uma caminhada na natureza. “Trabalho não faltava e todos trabalhamos incrivelmente bem em equipe... é o estilo da RB, é claro!”, conta Mmalorato Mabaso, gerente da RB na África do Sul que participou do evento no Brasil. “A equipe se reuniu com um só objetivo em mente: levar esperança às crianças”. (MCSHANE E GLINOW. 2014, p. 205) Ampliando a aprendizagem Site: Trabalho em equipe: Habilidade essencial para o mercado de trabalho URL: https://www.ibccoaching.com.br/portal/lideranca-e-motivac ao/trabalho-equipe-habilidade-essencial-mercado-trabalho/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Liderança (TESTA, 2019) da página 114 a página 127 (ferramentas 35 a 38). http://www.youtube.com/watch?v=Own0GFyCGPA http://www.youtube.com/watch?v=4_d_FIrGzhs BARBIERI, Ugo Franco. Gestão de pessoas nas organizações: a evolução do ser humano na vida e na carreira. São Paulo: Atlas, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522491223/pageid/0 DYER, William G. Equipes que fazem a diferença (team building): Estratégias comprovadas para desenvolver equipes de alta performance. São Paulo. Editora Saraiva, 2011. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502109810/p ageid/0 HOUSEL, Debra J. Equipes: gerenciando para o sucesso. São Paulo: Cengage, 2009. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522114221/pa geid/0 MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade. 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 TESTA, Jean-Pierre. Liderança. 1ª.ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788553131440/cfi/0!/ 4/2@100:0.00 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 4.1 MARKETING PESSOAL Unidade 4 Trilha 1 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Marketing pessoal Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base RIZZO, Cláudio Marketing pessoal no contexto pós-moderno. 4. ed. – São Paulo: Trevisan Editora, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978859545011 0/pageid/0v https://docs.google.com/file/d/1ruNVZKDF8ZE1uZKVGSycRC4GlZAnoNUf/preview ● Relacionar conceitos de marketing com o marketing pessoal. ● Conhecer o conceito de marketing pessoal. ● Compreender a dinâmica da prática de marketing pessoal. ● Compreender a importância do portfólio para a promoção profissional. ● Reconhecer o networking como ferramenta do marketing pessoal. Competências desta trilha a) Criatividade, originalidade e iniciativa. b) Liderança e influência social. c) Relacionamento profissional. d) Promoção profissional. e) Prática de networking. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante seja bem-vinda (o) a mais uma etapa de estudos da disciplina Relacionamento profissional e sucesso do cliente. Uma das principais dificuldades de um profissional (principalmente em início de carreira) é a construção da sua imagem profissional. Faltam experiências de trabalho para compartilhar, assim como oportunidades para interagir com profissionais que já estão atuando na sua área e ainda bate aquela insegurança e aquele receio de iniciar um relacionamento profissional com alguém que já possui experiência e frequentemente compartilha o seu conhecimento e as suas conquistas. Além disso, a introversão (ter vergonha de se aproximar e interagir com outras pessoas) também é um obstáculo a ser superado no início da carreira, porém é preciso treinar e se apropriar dos comportamentos que favorecem o relacionamento interpessoal, pois o mercado de trabalho exige essa habilidade para quem pretende evoluir na sua carreira profissional. A boa notícia é que você pode enfrentar essas dificuldades adotando uma estratégia de marketing pessoal, tanto para conseguir aquele emprego dos sonhos como para conquistar espaço como um prestador de serviços. Mas como elaborar e executar uma estratégia de marketing pessoal? Essa é uma ótima pergunta que será respondida ao longo desta etapa de estudos, mas, já fique sabendo que um currículo ou um portfólio bem montado é uma das atitudes que qualquer profissional deve adotar como parte da sua estratégia de marketing pessoal. Você vai aprender que alguns conceitos de marketing, como segmento de mercado e mix de marketing (4Ps) por exemplo, podem e devem ser transferidos para o marketing pessoal com as suas devidas adaptações. Outro aspecto fundamental para uma estratégia de marketing pessoal é construir e manter uma boa rede de contatos profissionais, comumente chamada de network. Para a construção desta rede (network) é preciso aprender a praticar o networking, que é justamente a ação de encontrar profissionais experientes e influentes na sua profissão. Agora é contigo, realize todas as atividades propostas e bom estudo! Um currículo ou um portfólio são dois objetos que podem fazer um profissional se destacar na sua área, principalmente se ele for bem feito e cumprir alguns requisitos como, por exemplo, expressar as experiências e as conquistas do profissional que o elaborou. Uma orientação valiosa para a elaboração de um currículo ou de um portfólio é que ele expresse (sem exageros) os feitos do profissional, contudo, eles poderão ter o efeito inverso (ocasionar um impacto negativo na carreira) se não houver consistência no seu conteúdo. Incoerências, informações falsas e apropriação de DESAFIO INICIAL feitos alheios (plágio ou tomar para si indevidamente conquistas de outros profissionais) são atitudes que jogarão contra a sua imagem e consequentemente impactarão de forma negativa na sua carreira. O seu desafio para esta etapa de estudos é justamente criar uma estratégia de marketing pessoal, que pode ser chamada de ‘Projeto Você’. A sua estratégia deve considerar a elaboração do seu currículo, a construção do seu portfólio e a montagem e manutenção da sua página em uma rede social de profissionais (Linkedin por exemplo). Para tanto, você deverá considerar a sua área de atuação, os seus objetivos profissionais e as possibilidades de carreira que podem ser trilhadas nesta área. Isso vai requerer um trabalho de pesquisa sobre a sua área antes de começar a traçar a sua estratégia de marketing pessoal. Esta pesquisa deverá levar em conta não só as possibilidades de desenvolvimento e evolução, mas também a identificação de profissionais chave que poderão contribuir com a execução desta estratégia. Outro ponto importante que você deverá considerar na sua estratégia é a sua lista de conteúdo. Nesta lista, você deverá descrever seus conhecimentos e habilidades para verificar se elas são suficientes para alcançar os seus objetivos, identificando seus pontos fortes (visando manutenção e potencialização deles) e os seus pontos fracos (com a finalidade de neutralizá-los por conta de melhorias). Este será um desafio e tanto para você, que exigirá um exercício de reflexão e de autoconhecimento, porém, será gratificante quando você o terminar e colocá-lo em prática para obter sucesso na sua carreira profissional. Para iniciar esta etapa de estudos você vai ter de lembrar do conceito de marketing, que consiste em uma das funções organizacionais que abrange um conjunto de processos para criar, capturar, comunicar e entregar valor aos clientes, sendo também responsável por gerenciar o relacionamento com estes clientes de uma forma benéfica e vantajosa para ambos (clientes e empresas). (GREWAL, 2016, p. 5) Rever o conceito de marketing é muito importante neste momento, pois o marketing pessoal parte desta definição, alterando apenas o objeto da criação de valor, que neste caso, passa de um produto (bem ou serviço) para um indivíduo como eu e você. De acordo com Rizzo (2017) o marketing pessoal consiste em toda a atividade na área de negócios empresariais realizada por um profissional para orientar o fluxo de bens e serviços (produto) de quem produz a quem consome, considerando que o produto neste caso é o próprio profissional (a pessoa). Pode até parecer estranho, mas no marketing pessoal o indivíduo é o produto que será “ofertado” ao mercado e por conta disso deverá criar o seu próprio valor. Uma importante premissa para qualquer profissionalde marketing é conhecer muito bem o produto que irá ofertar ao mercado, pois só desta forma é que se poderá criar soluções para a geração de valor no bem ou serviço que está sob a sua responsabilidade. É bom você ficar sabendo que no marketing pessoal essa premissa também é válida e muito importante de ser considerada. Em outras palavras, quando você estiver pensando em se promover (por ações de marketing pessoal) é fundamental que você se conheça muito bem e saiba aonde quer chegar, pois só assim você conseguirá definir e atingir o seu público-alvo de uma forma consistente e (principalmente) honesta, sem fazer propaganda enganosa ao apresentar algo que não existe ou prometer o que não irá conseguir cumprir. Para refletir Quais seriam as consequências possíveis para um profissional que elabora um plano de marketing pessoal sem uma definição clara e específica dos seus objetivos (onde ele quer chegar)? Aliás, o marketing pessoal é uma ferramenta que vai te ajudar a conquistar o seu espaço no mercado, porém, resultará em um esforço em vão (com desperdício de recursos) e terá um efeito negativo na sua imagem se não houver credibilidade em relação ao que está se ofertando. Por isso, ao planejar a sua campanha de marketing pessoal, desconsidere qualquer tentação de incluir uma habilidade que você não possui ou oferecer um serviço que você não teria competência nem experiência para dar conta dele. O mercado é cruel neste ponto e o ‘boca a boca’, do mesmo jeito que te promove, poderá destruir a sua reputação e te deixar sem trabalho. Portanto, aprimore o seu autoconhecimento, identifique seus pontos fortes e fracos, conheça a sua personalidade a fundo, saiba o que te dá prazer e o que te incomoda, pois só assim você desenvolverá relacionamento produtivos e conseguirá se vender de modo mais efetivo e consequentemente conquistar a sua clientela. Como estamos fazendo uma relação do marketing com o marketing pessoal também é importante falar sobre o famoso mix de marketing, igualmente conhecido como os 4 Ps (produto, preço, promoção e praça). Você acha que seria possível adotar os princípios dos 4 Ps para o marketing pessoal? Pois fique sabendo que sim, é possível fazer uma analogia e adotar o mix de marketing no caso do marketing pessoal, vamos lá aprender como? Então pense no P de produto. Se você será o produto a ser vendido, deverá apresentar uma embalagem perfeita, que reflita os ‘atributos’ do produto, que nesse caso seria a sua própria imagem. No marketing pessoal isso não é diferente, o profissional deverá sempre se apresentar vestido de forma adequada a cada ocasião e manter o seu visual de forma que passe a impressão de asseio e higiene. Cabelos, unhas, pele, olhos e orelhas (por exemplo) devem estar aparados, limpos e com aparência saudável. Sabe aquela frase antiga que diz: a primeira impressão é a que fica? Já em relação aos trajes, seria um verdadeiro mico você se apresentar em um evento informal (um churrasco numa tarde de sábado por exemplo) vestido de terno e gravata ou tailleur e blazer. Contudo, em uma apresentação inicial ou em uma reunião formal de negócios esses seriam mesmos os trajes mais indicados. Agora vamos tratar do P de preço. De cara você já percebeu que para o marketing pessoal o preço está relacionado ao valor que o profissional possui, mas não se engane, não estamos falando do preço que ele poderá cobrar pela prestação de um serviço (consultoria ou assessoria) nem da sua pretensão salarial. Neste caso, o preço está relacionado com o valor do seu conhecimento, da sua experiência e da sua reputação. Seria mais ou menos como responder à pergunta: Qual valor que você pode agregar para o seu cliente por meio das suas competências e experiências? Um profissional que domina a língua pátria do seu cliente (no caso de uma empresa estrangeira), que tem conhecimento em melhorias de processos e do mercado no segmento deste cliente terá um valor maior do que aquele que não possui esses atributos. Para que o profissional obtenha o máximo possível do P de preço, ele deverá desenvolver na plenitude a sua capacidade de comunicação, pois será a forma de apresentar o seu valor que fará a diferença para a respectiva compreensão dele (valor) pelo seu potencial cliente. Já o P de promoção está relacionado à força da marca e à sua respectiva penetração no seu segmento de atuação no mercado. No marketing pessoal a promoção se materializa pelos feitos e resultados alcançados respectivamente descritos em um currículo ou em um portfólio, resultando em uma imagem representativa que transmita o seu verdadeiro valor sem exageros ou informações falsas. Publicações pertinentes à sua profissão e carreira nas redes sociais, website, blogs, assim como participação em entrevistas ou palestras também fazem parte da promoção quando o assunto é marketing pessoal. Vale ressaltar que uma ferramenta importante para te promover, apoiar e contribuir com o seu marketing pessoal é o portfólio, já ouviu falar dele? Portfólio é um documento que compila de forma organizada e ilustrativa todo o trabalho e resultado relevante de um profissional. Ampliando o vocabulário De uma maneira bem básica e simples, o currículo de um profissional pode ser considerado um portfólio resumido quando apresenta as principais realizações de um profissional. Entretanto, o portfólio traz uma descrição mais completa e detalhada destas realizações. O portifólio de um fotógrafo apresentará as suas principais fotografias, já o portfólio de um publicitário apresentará as peças promocionais ou campanhas que ele produziu. O portfólio de um profissional de RH, por exemplo, poderia incluir o número de processos de recrutamento e seleção que ele tenha sido responsável, indicando o tempo para finalizar o processo, o número de candidatos e o número de contratados, mostrando ainda dados sobre a retenção destes candidatos. Em destaque Muita gente tem dúvidas sobre o que é e como montar um portfólio O que é Portfólio? Guia completo sobre como fazer e exemplos para criar um portfólio impecável. Disponível em: https://comunidade.rockcontent.com/o-que-e-portfolio/ acesso em 20/07/2021. Finalmente o último P, o de praça, diz respeito ao ambiente no qual o profissional transita e está inserido. No marketing pessoal, é preciso estabelecer onde e como você estará disponível, considerando inclusive as formas que os seus clientes possam utilizar para entrar em contato contigo. Estar presente em congressos, seminários, encontros setoriais e fazer visitas pessoais em organizações de seu interesse são as principais recomendações para se considerar em seu plano de marketing pessoal. Outro conceito advindo do marketing que pode (e deve) ser transferido para o marketing pessoal é a segmentação de mercado (CILLETI, 2017). Qualquer profissional deverá realizar uma pesquisa sobre a sua profissão para descobrir as possibilidades de carreira existentes, identificando potenciais oportunidades de trabalho assim como os setores nos quais essas oportunidades estão inseridas. Falando de outra maneira é preciso definir o que você quer fazer (qual é o seu verdadeiro interesse) e onde você se sentiria bem em trabalhar (setor de atuação). Supondo que você já fez a sua escolha profissional (de acordo com as suas aptidões, talentos e preferências) e está no momento de entrar para o mercado de trabalho, é preciso combinar (dar um match) na sua profissão com um segmento de mercado, pois cada profissão tem uma grande variedade de opções de setores para atuar. Segmento automobilístico, saúde, logística e varejo (por exemplo) podem ser setores de atuação para diversos profissionais (médicos, engenheiros, administradores) por isso é importante identificar o setor da sua preferênciapara atuar profissionalmente. Além da escolha do segmento (setor) é importante também conhecer as possibilidades de carreira em cada setor de interesse, pois só de posse dessas informações é que a elaboração da sua estratégia poderá ser iniciada. Vamos imaginar que um estudante está preparando o seu plano de marketing pessoal e desde criança sempre gostou de aviões, por isso ele tem o objetivo de ‘se vender’ neste segmento de mercado. Consciente desta preferência o estudante em questão passa a pesquisar cada empresa existente, procurando descobrir as formas de acesso (recrutamento e seleção), a cultura organizacional vigente e as possibilidades de carreira que essas empresas oferecem. A definição de um segmento e a identificação das possibilidades de carreira são aspectos fundamentais para o adequado desenvolvimento profissional de um indivíduo, pois, caso contrário, este indivíduo ficará perdido e sem direção, perdendo o foco e ficando à mercê do mercado, que certamente vai impor condições que deverão ser aceitas pelo profissional sem a possibilidade de escolha. Falando de outra forma, quem não tem uma orientação profissional não sabe aonde está indo e acabará em qualquer lugar, ao sabor da vontade dos outros. Outro ponto importante do marketing pessoal é o networking. Por uma questão de necessidade, o ser humano busca se relacionar com outras pessoas, formando grupos de interesses e afinidades na sua vida pessoal. Quando esses relacionamentos se desenvolvem no âmbito profissional ele recebe o nome de networking ou rede de contatos em bom português. No entanto, conforme a definição do conceito de rede de contatos profissionais, só existe o networking de fato quando o relacionamento é de mão dupla, com o respectivo reconhecimento das competências profissionais e o estabelecimento de uma relação respeitosa, de confiança e recíproca entre os envolvidos. Networking consiste na busca e na manutenção de relacionamentos profissionais que possam produzir benefícios mútuos. (BARBIERI, 2014) Ampliando o vocabulário A formação de uma rede de contato é uma atividade necessária para quem aspira o desenvolvimento da sua carreira profissional, contudo, o desenvolvimento desta rede deve ser construído e mantido de forma transparente e contínua. É muito comum, alguns profissionais se preocuparem com a sua rede apenas em situações adversas, quando, por exemplo, estão desempregados a procura de uma nova ocupação no mercado de trabalho. Isso não é considerado networking, mas sim uma espécie de oportunismo. Por isso, se você pretende construir relacionamentos profissionais verdadeiros e sólidos, mantenha contato constante com a sua rede, trocando ideias, felicitando o sucesso alheio e até mesmo se solidarizando com algum infortúnio que as pessoas venham manifestar. Para ficar bem claro, procurar pessoas apenas quando você precisa não é networking. Além de deselegante, as pessoas perceberão a superficialidade e interesse envolvido no contato e, muito provavelmente, dispensarão o seu contato, evitando se relacionar contigo. Agora pense no seguinte: Com que você deveria praticar o networking? A primeira dica é se relacionar com os seus professores, pois eles estão na área que você pretende atuar e poderão fornecer dicas e orientações valiosas sobre uma grande variedade de assuntos na sua área profissional. A segunda dica é procurar profissionais de destaque na sua área de formação acadêmica e interagir com eles por meio das redes sociais ou participando de atividades (palestras, oficinas, etc) que eles estejam realizando. Assim que conseguir uma abertura com um profissional, peça a ele uma oportunidade de consulta (bate papo) sobre o mercado de trabalho na sua área, sempre lembrando de aproveitar ao máximo o tempo disponibilizado, pois você terá de ser objetivo (o tempo do encontro certamente será curto); Portanto terá de se planejar muito bem antes desta oportunidade de falar com alguém experiente. Procure descobrir alguma preferência cultural desta pessoa para iniciar a conversa (um quebra gelo) e depois faça perguntas sobre possibilidades de carreira e melhores empresas para se trabalhar. Mais uma dica preciosa para a prática do networking é o seu conhecimento cultural. É preciso se desenvolver culturalmente (livros, cinema, teatro, exposições, museus entre tantas outras possibilidades). É importante perceber o consumo da cultura como um investimento para ampliar o seu horizonte cultural, pois conversar somente sobre assuntos técnicos ou profissionais poderá se tornar enfadonho e dar a impressão que o interesse pela pessoa é apenas para se obter alguma vantagem. Na prática do networking você deve aproveitar qualquer oportunidade para elogiar ou parabenizar as pessoas da sua rede quando elas publicam algum resultado de sucesso. Apenas tome cuidado para não exagerar, pois ninguém gosta de bajulação além da conta e os excessos serão entendidos como uma mera forma de puxar o saco. Vale insistir que a reciprocidade é fundamental na prática do networking, por isso, evite manter contato apenas quando precisar, interagindo de forma constante com a sua rede, lembrando que essa prática não deve ser adotada somente para a sua auto promoção. Antes de praticar o networking você precisará ter plena consciência dos seus objetivos profissionais, principalmente para manter o foco no que você está pretendendo (nas suas pretensões). Também se recomenda elaborar e manter uma lista de contatos e um cronograma de interação com esses contatos, assim você poderá planejar e controlar a frequência das interações. As redes sociais profissionais são boas ferramentas para você se promover e criar interesse pelo seu perfil, portanto, mantenha ela sempre atualizada e com postagens frequentes. Neste ponto (postagens frequentes) é preciso tomar um cuidado especial sobre o que você posta. Dê prioridade para notícias sobre o seu setor de atuação, como o uso de uma ferramenta, a promoção de um contato ou uma atitude benevolente de uma empresa por exemplo. Evite postar mensagens sobre a sua vida pessoal e suas opções políticas ou religiosas. Faça postagem comentando sobre um livro que tenha lido, um curso ou palestra que tenha frequentado ou até mesmo uma oportunidade de trabalho, aliás, divulgar vagas é uma boa forma de ganhar destaque em uma rede de profissionais. Você chegou ao final de mais uma etapa de estudos, agora realize as demais atividades para consolidar de vez o seu aprendizado sobre marketing pessoal. NA PRÁTICA Um colaborador nível júnior de uma empresa de consultoria percebeu que o seu desenvolvimento profissional estava limitado e a sua carreira estagnada nesta empresa. Por conta disso, ele resolveu criar uma estratégia de marketing pessoal cujo objetivo era o de migrar do emprego fixo para uma prestação de serviço de consultoria independente. O primeiro passo deste profissional foi iniciar um processo de autoconhecimento com o auxílio de um profissional da área de psicologia. Paralelamente, este profissional montou um portfólio com um resumo dos seus principais trabalhos já realizados, destacando o contexto no qual o trabalho foi realizado, o problema que foi enfrentado, a solução proposta e o resultado alcançado. O colaborador também montou um perfil em uma rede social profissional, postando conteúdos sobre a sua área de atuação como consultor e cases de sucesso por meio de intervenção de um consultor. Ele aproveitou as interações nesta rede para se aproximar de pessoas influentes, formadoras de opinião e potenciais clientes. Ele investiu na sua aparência adquirindo roupas que lhe conferem um aspecto formal para eventos que praticamente exigem este tipo de vestimenta, sem se esquecer de roupas informais (mas alinhadas) paraeventos mais descontraídos como um happy hour por exemplo. Este profissional passou a frequentar eventos de classe, de premiação, seminários e congressos para praticar networking e enriquecer a sua rede de contatos profissionais, além de aproveitar as interações nas redes sociais para esta mesma finalidade. Após se desligar da empresa por vontade própria, este profissional conseguiu o seu primeiro trabalho independente e aproveitou para incluir este trabalho no seu portfólio e, mais que isso, solicitar uma carta de recomendação da empresa e indicações para novos serviços em outras empresas. Como consultor independente ele criou um blog que divulga conteúdos voltados a sua área de atuação e ainda divulga os seus cases de sucesso. Além disso, ele se filiou a uma entidade de classe (de consultores independentes) e passou a oferecer palestras e oficinas gratuitas para estudantes universitários. Ampliando a aprendizagem Site: Networking: saiba como criar uma boa rede de contatos e interagir com ela URL: https://www.napratica.org.br/networking/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: WHITE, Aggie. Planejamento de Carreira e Networking - Série Profissional. Capítulo 1: Planejamento de carreira e processo de networking. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788 522114559/epubcfi/6/16[%3Bvnd.vst.idref%3DPLANEJAMENT O_DE_CARREIRA_E_NETWORKING-7]!/4 http://www.youtube.com/watch?v=BXO-5mNJwqA http://www.youtube.com/watch?v=yFvX0dENhJI Site: Rogério Fasano e um excelente case de marketing pessoal URL: https://www.adzuna.com.br/blog/2015/08/14/como-fazer- marketing-pessoal/ BARBIERI, Ugo Franco. Gestão de pessoas nas organizações: a evolução do ser humano na vida e na carreira. São Paulo: Atlas, 2014. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522491223/p ageid/0 CILETTI, Dorene. Marketing pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522127306/pageid /0 GREWAL, Dhruv. Marketing. 4ª ed. Porto Alegre: AMGH, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788580555516/p ageid/1 RIZZO, Cláudio Marketing pessoal no contexto pós-moderno. 4. ed. – São Paulo: Trevisan Editora, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595450110/pageid /0v Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 4.2 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL Unidade 4 Trilha 2 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Relacionamento interpessoal Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base CILETTI, Dorene. Marketing pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978852212730 6/pageid/0 https://docs.google.com/file/d/1i-Y4QnH1vt_ISJUj0ZuFTP4ioxSwbFqB/preview ● Compreender a importância do relacionamento interpessoal. ● Conhecer o conceito de empatia ● Conhecer o conceito de psicologia transacional. ● Analisar os estados do Eu. ● Conhecer o conceito de conflito. ● Identificar as origens dos conflitos. Competências desta trilha a) Relacionamento interpessoal e prática da empatia. b) Inteligência emocional. c) Resolução de problemas. d) Administração de conflitos. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja muito bem-vinda (o) a mais uma etapa de estudos da disciplina de relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você certamente já passou por uma situação onde duas pessoas que conversavam calmamente passaram a discutir e essa discussão evoluiu de para uma situação de estabilidade emocional gerando agressões de ambas as partes. Pois essa é uma situação que mostra a importância de se desenvolver uma adequada habilidade de relacionamento interpessoal para evitar ou resolver conflitos. Já deu para perceber que o tema desta etapa de estudos vai abordar a importância e as formas de as pessoas se relacionarem umas com as outras, principalmente no aspecto das relações profissionais. Ainda é comum que organizações de qualquer tipo (religiosas, públicas, empresariais e sociais por exemplo) ignorem o peso que o relacionamento interpessoal tem sobre o desempenho das pessoas e consequentemente sobre os resultados desejados. As relações tóxicas deixam empresas e colaboradores doentes, elevando o número de ausências no trabalho, seja por desmotivação ou por afastamento por saúde (física e mental). Por isso, é de fundamental importância que os bons profissionais desenvolvam as suas habilidades de relacionamento e passem a contribuir para evitar estes problemas, agindo de forma para administrar os conflitos que surgirem com o objetivo de tirar proveito deles para conquistar o sucesso da empresa. Para você desenvolver essas habilidades de relacionamento interpessoal esta etapa de estudos vai abordar este tema dando dicas de aperfeiçoar a sua empatia e compreender os estados de personalidade que as pessoas podem incorporar durante a interação com outras pessoas. Você também aprenderá a identificar algumas razões que darão origem a um conflito, aprendendo também sobre o processo de evolução de um conflito e ainda receberá dicas para administrar um conflito de forma adequada. Agora é contigo, realize todas as atividades propostas e bom estudo! Você já parou para pensar a quantas anda os seus relacionamentos? Você tem um mapa dos seus contatos? Você tem uma estratégia deliberada para criar e manter relacionamentos? Pois então prepare-se, este desafio vai tratar justamente do planejamento de uma estratégia para desenvolvimento e manutenção de relacionamentos profissionais. DESAFIO INICIAL O objetivo principal desta atividade é te desafiar a estabelecer ações para aumentar e melhorar a qualidade dos seus contatos, assim como te incentivar a elevar o número de interações que você promove com a sua rede. Para te ajudar neste desafio, preste bem atenção nas seguintes orientações e questões. Em primeiro lugar, você deve deixar bem claro qual é a sua área de atuação e onde você pretende chegar (quais são os seus objetivos profissionais). Liste perguntas que poderão ser feitas para fontes confiáveis que fazem parte da sua rede de relacionamentos estratégicos (clientes atuais e potenciais ou outros profissionais influentes de dentro ou de fora da sua empresa). Direcione as perguntas para identificar os pontos cegos do seu setor de atuação, procurando levantar o que está acontecendo agora, as melhores práticas de concorrentes ou outros setores da empresa e quem no seu setor tem o dom de identificar sinais fracos e tendências precoces e reagir a eles antes da concorrência. Você deverá também analisar os seus relacionamentos atuais, agindo para encontrar respostas para perguntas como: As informações que constam de sua lista de contatos pessoais estão atualizadas? Os contatos estão adequadamente categorizados, refletindo a diversidade e qualidade desses relacionamentos? Com que frequência você revisa seu portfólio de relacionamentos na tentativa de ampliá-lo? Identifique também profissionais influenciadores e visionários que não fazem parte da sua rede e invista na interação com eles com a clara finalidade de desenvolver relacionamentos saudáveis e produtivos para as duas partes. Agora é contigo, supere este desafio e crie um plano para aproveitar melhor os seus relacionamentos. O primeiro passo para iniciaresta etapa de estudos é compreender o significado da palavra relacionamento. De acordo com o dicionário online Michaelis, relacionamento consiste no ato ou efeito de relacionar(-se); em uma relação de amizade ou ainda; a capacidade de se interagir bem com as pessoas. (disponível em: https://michaelis.uol.com.br/moderno-portug ues/busca/portugues-brasileiro/relacionamen to/ acesso em 25/jul/2021) Mas o que seria interagir? Do ponto de vista sociológico, a interação consiste em um conjunto de atividades entre os membros de uma comunidade. Falando de outra forma, interagir significa a ação de contato mútuo entre as pessoas, seja por meio da fala, da visão, do contato ou da escrita, contudo, é importante repetir: a interação só ocorre se houver reciprocidade entre as pessoas. Se você falar com uma pessoa estranha na rua e ela não te responder, houve apenas uma tentativa de interação e não uma interação consumada. No âmbito empresarial, qualquer profissional lida diariamente com divergências de ideias e diferentes posicionamentos, percepções, valores, objetivos e personalidades. Por isso, é fundamental desenvolver uma boa capacidade de relacionamento interpessoal para interagir de modo adequado com essas situações e tantas outras que fazem parte do cotidiano organizacional. No entanto, é bom que você saiba que as habilidades necessárias para cultivar bons relacionamentos interpessoais é um grande desafio que requer esforço para um indivíduo desenvolvê-las. Um profissional de qualquer área, por mais conhecimento técnico que possua, só será reconhecido com destaque e alcançará o sucesso se souber relacionar-se adequadamente com outras pessoas, sejam seus subordinados, superiores, pares, clientes ou fornecedores. Minicucci (2013, p.31) indicou que grande parte do nosso trabalho é feita por meio do contato com os outros, quer como indivíduos, quer como grupo e a eficiência em lidar com outras pessoas é muitas vezes prejudicada pela falta de habilidade de compreensão e de trato interpessoal. Ainda segundo este autor, as pessoas que têm mais habilidade em compreender os outros e têm traquejo interpessoal são mais eficazes no relacionamento humano e a experiência tem comprovado que as pessoas podem aprender a aperfeiçoar sua habilidade em compreender os outros e a si próprias, adquirindo traquejo nas relações interpessoais. A figura 4.1 apresenta algumas importantes dicas de relacionamento interpessoal que você precisa aprender e a incorporar no seu repertório comportamental. Figura 4.1: Dicas de relacionamento interpessoal Fonte: autor Conforme apontou Minicucci (2013) um dos aspectos mais importantes quando o assunto é relacionamento interpessoal é a aptidão para compreender as outras pessoas envolvidas na interação, procurando sempre se colocar no lugar do outro de forma a entender o que ele está sentindo ou pensando. Essa habilidade de se colocar no lugar do outro recebe o nome de sensibilidade social ou empatia como é comumente e popularmente mais conhecida. Algumas pessoas costumam confundir o termo empatia com simpatia, antipatia ou apatia, mas cada uma dessas palavras possuem um significado diferente. A simpatia, por exemplo, é um sentimento que você sente em relação ao outro, junto com ele. Quando você possui simpatia por determinada pessoa, você se sente alegre quando esta pessoa está feliz e comemora quando ela atinge o sucesso. Porém, ao praticar a empatia, você identifica e compreende o estado emocional da pessoa (se ela está feliz, triste, com raiva...) mas não se envolve e nem compartilha deste sentimento (não sente o que a pessoa sente). Empatia consiste em qualquer ato de envolvimento emocional em relação a uma pessoa, a um grupo e a uma cultura, com a finalidade de compreensão dos sentimentos, desejos, ideias e ações dessa pessoa, grupo ou cultura. Ampliando o vocabulário A prática da empatia melhora as nossas relações sociais e nos ajuda a flexibilizar o nosso comportamento de acordo com a situação que se está se vivenciando, levando-nos a agir de forma mais apropriada ao interagir com as pessoas envolvidas em cada situação. Para refletir Pensando na empatia e na flexibilização do comportamento como você agiria nas seguintes situações: I. uma agressão realizada por uma criança de 5 anos; II. uma agressão realizada por um desconhecido da sua idade; III. uma agressão realizada pelo seu pai ou pela sua mãe e; IV. uma agressão realizada por uma pessoa idosa (com mais de 75 anos). Você já parou para pensar sobre os motivos que nos leva, por algumas vezes, a não compreender por que temos certos tipos de comportamento ou atitudes? Uma explosão de raiva diante de uma crítica, um sentimento de frustração em uma reunião de trabalho, um baixo astral de ser designado para trabalhar com tal pessoa ou ainda um medo paralisante ao ser informado sobre as suas novas metas. Esses sentimentos e os respectivos comportamentos inadequados e inesperados que eles invocarão só acontecem quando um indivíduo não possui um bom nível de autoconhecimento. Portanto, se conhecer bem é fundamental para desenvolver a sua capacidade de relacionamento interpessoal, por isso, procure sempre identificar as suas reações diante de cada situação vivida nos seus relacionamentos. Tomando a devida consciência dos gatilhos que podem levar você a uma explosão de raiva ou a abandonar uma importante reunião de trabalho, você poderá neutralizar estes gatilhos e evitar comportamentos indesejáveis e considerados inadequados no ambiente profissional. Agora você já sabe que para desenvolver uma boa capacidade de relacionamento interpessoal é imprescindível que você conheça e compreenda o seu interlocutor (com quem está se relacionando) e a si próprio (autoconhecimento) pois essa compreensão moldará o seu comportamento de acordo com a situação, melhorando o resultado das interações e evitando comportamentos inadequados que prejudicarão a sua imagem profissional. Para conhecer melhor os outros e a si próprio você precisa conhecer um pouco da Psicologia Transacional. A Psicologia Transacional consiste em uma teoria cuja finalidade é a de estudar o comportamento humano considerando os aspectos individuais, interpessoais e grupais como parte essencial de um sistema biopsicossocial aberto e dinâmico. Ampliando o vocabulário De acordo com Minicucci (2013), a psicologia transacional contribui para a compreensão dos processos que intervêm nos relacionamentos humanos, na dinâmica grupal, no desencadeamento dos conflitos (intrapessoais, interpessoais, intragrupais e intergrupais). De forma prática, a aplicação da psicologia transacional funciona como um modelo verificável que descreve como funciona a personalidade a partir de condutas observáveis agrupadas nos estados do EU, assumindo que os estados do Eu são formados por grupos de comportamentos que são emitidos na forma de se relacionar das pessoas, constituindo assim a estrutura de personalidade dos indivíduos. De uma forma geral, os estados do Eu auxiliam na análise de como as pessoas lidam com o tempo e os seus compromissos, os jogos psicológicos que elas adotam nos seus relacionamentos, os argumentos usados no dia a dia e as condutas e posturas assumidas ao se relacionar com outras pessoas. Existem três estados do Eu que poderão surgir durante uma interação social, o eu Pai, o eu Criança e o Eu adulto. Bora lá entender esses Eus? Então vamos começar pelas características de cada um expostas na figura 4.2. Figura 4.2: Características dos estados do Eu Fonte: Adaptado de Minicucci (2013, p. 79) As características do Eu Pai foram internalizadas por meio das mensagens paternas (pais, mães, tios, avós), repetindo o comportamento deles em outras situações futuras. Os paisservem de modelo e suas imagens são impressas no cérebro da criança. Assim o estado do Eu – PAIS é incorporado no comportamento da pessoa que passa a agir, como faria seu pai ou sua mãe (p. 80). O Comportamento de uma pessoa sob o Eu Pai é similar aos dos pais dela, repetindo padrões para educar, moralizar, acariciar, ignorar e agredir por exemplo. No estado do eu pai é comum ouvir a palavra como no momento da interação. (como estudar, como se sentar, como respeitar os mais velhos) Um indivíduo que está agindo sob o estado do Eu Pai usa constantemente expressões como: sempre, nunca, devia, não pode, ridículo; estúpido; preguiçoso; tolo; não e não; como se atreve? Também é possível identificar a presença do eu pai por indícios físicos (postura) demonstrados pelo interlocutor, como por exemplo: as mãos nos quadris, os braços cruzados na altura do peito, a testa franzida, o dedo indicador em riste, o queixo erguido e tapas e socos na mesa entre outros. Já as características do Eu Adulto foram internalizadas por meio da assimilação, retenção e análise dos dados, como um ato racional e sob total controle das emoções. Quando um indivíduo está no estado Eu adulto, ele não faz julgamentos, pois prefere analisar os fatos de forma racional antes de adotar uma postura ou tomar uma decisão. Você percebe que alguém está no Eu adulto quando ele procura fatos, fazendo perguntas como? O quê?; Por quê?; Quanto?; De que modo?; Isso é válido? Você tem provas? (MINICUCCI, 2013, p. 88). Como você já deve ter notado, o indivíduo entra no estado do Eu adulto quando precisa ou quer coletar e relacionar dados e informações, armazenar referências e separar o fato da fantasia, sendo capaz de se basear em experiências passadas analisar um fato ou uma situação. Neste estado a pessoa funciona como um computador, coletando, registrando, comparando, analisando e avaliando informações. Você perceberá que estará no estado do Eu adulto quando estiver pensando de forma objetiva sobre uma situação ou um problema, raciocinando para identificar alternativas que serão fundamentais para tratar efetivamente alguma situação adversa. Finalmente as características do Eu Criança forma internalizadas durante as recordações de suas experiências antigas (na infância), trazendo de volta reações às situações vividas nesta fase da vida, como por exemplo, chorar sem motivo, irritar-se com pequenas coisas e gargalhar em qualquer situação, inclusive nas adversas. É importante que você saiba que, diante de uma situação difícil, na qual a pessoa está sob tensão, o Eu criança vai dominar o comportamento. Isso acontece quando um adulto vai tomar uma injeção e pergunta para a enfermeira: Moça, não vai doer né? Conflito é uma situação que resulta da concorrência de respostas incompatíveis (choque de motivos). É um desequilíbrio nas forças que compõe um dado sistema social. Ampliando o vocabulário Outro exemplo marcante do Eu criança agindo é aquele onde um indivíduo sente-se contrariado e bate os pés rapidamente e repetidas vezes, como uma criança tendo um chilique. Agora que você já conhece os estados que as pessoas (inclusive você) pode adotar ao interagir ou se relacionar com outras pessoas, chegou o momento de aprender sobre um evento sempre presente nos nossos relacionamentos que é o conflito. De uma forma geral, um conflito consiste no choque de interesses distintos entre indivíduos ou grupos. Em outras palavras, quando duas pessoas querem algo indivisível, haverá um choque de interesses que causará um conflito para decidir quem ficará com esse algo. Do mesmo modo, quando o setor de marketing tem planos para adotar uma determinada estratégia para a empresa, mas o setor de produção não concorda com essa estratégia e apresenta uma alternativa, certamente haverá um conflito entre esses dois setores antes de que a empresa decida qual dessas estratégias ela escolherá. Você terá de lidar com conflitos constantemente, seja na sua vida pessoal ou na sua vida profissional, por isso, é importante saber que o primeiro passo a ser dado quando você tiver de resolver uma situação conflituosa é identificar a origem do conflito. A figura 4.3 apresenta um leque de motivos que podem originar um conflito. Figura 4.3: Origens dos conflitos Fonte: Adaptado de Vecchio, 2008 Ao identificar a fonte de origem do conflito você entenderá melhor a situação e poderá se concentrar em ações que resolverão o conflito de forma mais rápida justa e efetiva. Por exemplo, se a origem for uma disputa por recursos, será possível resolver expandindo ou realocando os recursos conforme a necessidade real dos envolvidos. Você também deverá prestar atenção na dinâmica de evolução dos conflitos. A figura 4.4 ilustra as fases de evolução de um conflito. Figura 4.4: Fases de evolução de um conflito Fonte: Autor De acordo com Baldwin e Bommer (2015) a melhor forma de evitar e resolver conflitos no ambiente empresarial é criando metas compartilhadas, pois assim haverá interesses mútuos envolvidos e consequentemente maior propensão de eles cooperarem para obterem alto desempenho e os melhores resultados. Pense em uma situação na qual estão dois setores de uma empresa prestadora de serviços. Um desses setores alimenta o outro setor com informações para que ele finalmente preste o serviço aos clientes. Esses dois setores são recompensados com uma remuneração variável (comissões e prêmios) conforme o seu desempenho. No entanto, este tipo de reconhecimento pelo desempenho iniciou uma competição entre esses dois setores (surgimento do conflito). O diretor geral da empresa percebeu um certo descompasso entre as entregas destes setores que estava prejudicando a empresa (consciência do conflito), pois era frequente um setor produzir mais que o outro, ora faltando informação para o setor prestador de serviço e ora sobrando informação para este setor que não conseguia atender a demanda. O diretor chamou os dois encarregados e informou a eles que o sistema de remuneração variável seria alterado e que os prêmios e comissões seriam pagos pelo desempenho geral dos dois setores e não mais individualmente por setor (ação para administrar o conflito). A partir desta decisão, os dois setores passaram a cooperar um com o outro e a cadenciar as entregas de forma racional e produtiva (resultado). Adotando uma estratégia de metas compartilhadas a empresa conseguiu um desempenho elevado, com um maior número de clientes atendidos e satisfeitos (consequência). Você chegou ao final de mais uma etapa de estudos, agora você precisa realizar a atividades propostas para consolidar o seu aprendizado. NA PRÁTICA A empresa JKL possui um setor de logística composto por 12 funcionários e um supervisor. O supervisor da equipe foi chamado pelo RH da empresa para ser cobrado por mais desempenho, pois o atual estava abaixo da média. Além disso havia muitas reclamações de outros setores e dos funcionários do próprio setor sobre a forma de as pessoas se relacionarem. O gerente de RH sugeriu ao supervisor para que ele adotasse uma técnica de mapeamento de redes social para identificar como as pessoas se relacionam no setor de logística. Também chamada de sociometria, esta é uma técnica de análise que visa estudar a interação grupal por meio de questionários ou entrevistas realizadas com um grupo de trabalhadores, culminando na elaboração de um mapa chamado de sociograma. Esse sociograma pode indicar de quem as pessoas gostam ou não gostam e com quem elas gostariam ou não de realizar um trabalho conjunto. Para tanto o supervisor fez apenas duas perguntas para cada componente da sua equipe de trabalho, a saber: Com quem da nossa equipe você gostaria de realizar um trabalho conjunto? Com quem da nossa equipevocê não realizaria um trabalho conjunto? Após tabular os dados, o supervisor recebeu a ajuda do RH para plotar estes dados em um gráfico, concretizando assim o sociograma do setor de logística conforme ilustrado na figura 4.5. Figura 4.5: Sociograma da empresa JKL Elaborado pelo autor Ao analisar o gráfico, o supervisor conseguir enxergar, por exemplo, que o elemento L influencia os elementos K, G e A, apresentando resistência ao elemento F que tem um bom relacionamento com o elemento I. Também foi possível detectar um isolamento do elemento E. Ao analisar as relações sociais no seu setor com o auxílio de um gráfico (sociograma) o supervisor conseguir promover alguns alinhamentos e treinamentos, tornando o ambiente do setor mais agradável e produtivo. Ampliando a aprendizagem Site: Mantenha o clima sempre favorável com uma boa administração de conflitos URL: https://endeavor.org.br/pessoas/administracao-de-conflitos/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura do capítulo 04 do livro: Análise das redes sociais (ARS) – Nour, 2014 p. 79 a 84. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978- 85-216-2602-2/epubcfi/6/28[%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter04]! /4 http://www.youtube.com/watch?v=a1MHie_laIg http://www.youtube.com/watch?v=R4qXp1NGm6Q Site: 5 dicas sobre relacionamento interpessoal no trabalho URL: https://www.napratica.org.br/relacionamento-interpessoal-no -trabalho/ http://www.youtube.com/watch?v=1AcVb_hrz50 BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156609/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bcover-image%5D/4% 5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 CILETTI, Dorene. Marketing pessoal. São Paulo: Cengage Learning, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522127306/pageid /0 MINICUCCI, Agostinho. Relações humanas: psicologia das relações interpessoais, 6ª edição, São Paulo: editora Atlas, 2013. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788522484997/p ageid/0 NOUR, David. A economia dos relacionamentos: faça do seu network o segredo do sucesso. 1. ed. - Rio de Janeiro: LTC, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-216-2602- 2/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2 VECCHIO, Robert P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo : Cengage Learning, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109715/pageid /0 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 4.3 FEEDBACK E AUTOCONHECIMENTO Unidade 4 Trilha 3 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Feedback e autoconhecimento Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base MISSEL, Simoni. Feedback Corporativo - Como Saber Se Está Indo Bem. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788557 170322/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5B 0d476bca-a75c-4bb7-ff21-1de6ed6dd9a8%5D%4050:79 http://www.youtube.com/watch?v=4q2syYSafxM https://docs.google.com/file/d/1ISwg1tYyOKY1u80C8UH7quPOY3sNCwyc/preview ● Conhecer o conceito de feedback. ● Conhecer o conceito de escuta ativa. ● Compreender a janela de JoHari. ● Fornecer feedback. ● Receber feedback. Competências desta trilha a) Liderança e influência social. b) Inteligência emocional. c) Relacionamento interpessoal. d) Crescimento e desenvolvimento profissional. e) Feedback Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja bem-vinda (o) a mais uma etapa da disciplina de relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você sabia que a percepção de um dado comportamento pode ser diferente entre as pessoas que estão participando da interação social? Pois isso é uma verdade! Nem sempre o que você é representa fielmente o que os outros pensam que você é. Do mesmo modo, o que você faz pode ser diferente da forma como os outros veem o que você está fazendo. Essa diferença de percepção sobre o que pensamos de nós mesmos e sobre os outros pensam sobre nós pode se tornar um grande entrave para o acesso e a permanência no mercado de trabalho e, pior que isso, poderá atrapalhar o desenvolvimento de uma carreira profissional, sabotando o sucesso da pessoa. Seria legal se tivéssemos a habilidade de enxergar o pensamento dos outros para evitar este tipo de inconsistência de percepções, mas como isso não é possível, é melhor se prevenir e neutralizar essa diferença de percepção com uma técnica chamada feedback. O feedback ajuda a aperfeiçoar os detalhes da comunicação, contribuindo para o entendimento adequando de uma mensagem e neutralizando assim a problemática das diferentes percepções sobre um mesmo comportamento ou fato. Porém, o processo de dar ou receber feedback precisa ser muito bem estruturado e respeitar algumas orientações para que ele se torne mais efetivo e consiga atingir o seu real objetivo. Por isso que nesta etapa de estudos você aprenderá sobre o conceito de feedback, sobre a sua importância para o desenvolvimento e crescimento profissional e ainda sobre como aplicá-lo de modo correto e adequado. Você vai aprender a origem do feedback por meio da Janela de Johari, assim como aprenderá dicas valiosas sobre os procedimentos de fornecer e receber feedback, envolvendo inclusive a escuta ativa. Agora é com você, aproveite muito bem esta oportunidade de aprendizado e dedique-se na realização das atividades de estudos propostas. Imagine que você foi contratado por uma empresa para liderar uma equipe de 12 pessoas. Você foi apresentado a todos os membros da equipe que o receberam muito bem e se mostraram dispostos a cooperarem com a sua gestão. Após seis meses de trabalho você precisa fazer uma reunião de feedback com a equipe, para tanto, você sabe que tem de se planejar e vai rever as suas anotações sobre seus subordinados realizadas durante este período. DESAFIO INICIAL Ao analisar as suas observações você constata que: Os colaboradores A e B chegam constantemente atrasados e sempre solicitam saída antecipada. O colaborador C não participa ativamente das reuniões e até o momento não forneceu nenhuma sugestão e também não fez nenhuma reclamação sobre o processo de trabalho, colegas ou ambiente. Os colaboradores D e E (que possuem grande afinidade entre si) se ausentam do local de trabalho a cada meia hora para fumar no lugar permitido. Os colaboradores F, G e H propuseram uma mudança em algumas rotinas de trabalho que trouxeram um significante ganho de produtividade para a equipe, gerando uma considerável economia para a empresa. O colaborador I é o mais pontual da empresa, tanto em termos de horário de entrada e saída (do trabalho e das reuniões) como em termos de cumprimento dos prazos de entrega das suas obrigações. O colaborador J exala um forte cheiro de suor todos os dias (inclusive pela manhã) e os demais colegas já observaram este fato e se mostraram incomodados com isso. Os colaboradores K e L estão apresentando um desempenho sofrível e bem abaixo dos demais colegas, sem conseguirem atingir as metas propostas pela empresa para as suas atividades. O seu desafio é criar um planejamento paradar feedback para os seus 12 subordinados, definindo inclusive como será a interação com eles (local, período, individual, coletivo...) Bom trabalho! Você já está bem ciente sobre a importância do autoconhecimento como premissa para o seu sucesso profissional, lembrando que será por meio dele que você poderá desenvolver e aprimorar habilidades como a de negociação, comunicação e relacionamento interpessoal. Mais ainda, o autoconhecimento é fundamental e marco zero para a elaboração de um projeto de marketing pessoal. Contudo, como seria possível aprimorar o seu autoconhecimento? Você poderá se conhecer melhor e aprender mais sobre você mesmo se souber praticar a escuta ativa e receber feedback. A escuta ativa consiste em uma técnica cuja finalidade é a manutenção de um diálogo efetivo no qual o ouvinte demonstra a capacidade de interpretar, compreender e assimilar todo o conteúdo (mensagem) que é expresso pelo interlocutor, de forma franca, objetiva e sincera. Você já deve ter passado por uma situação na qual uma pessoa estava falando contigo e o seu pensamento estava longe, sem prestar atenção no que estava sendo dito. Por outro lado, você também já deve ter experienciado uma situação na qual você falava com alguém e perceptivelmente a pessoa não estava concentrada no que você estava dizendo. Feedback é uma ferramenta que tem por objetivo fornecer ou receber informações sobre posturas, comportamentos e resultados demonstrados por um dado indivíduo. Ampliando o vocabulário Ao praticar a escuta ativa, você se concentrará no que o seu interlocutor estiver falando, evitando distrações que poderão comprometer a eficácia da compreensão do que está sendo dito. Falando de outra maneira, a escuta ativa é um modo de prestar atenção na mensagem que está sendo passada procurando o total entendimento da mensagem. Quando uma pessoa pratica a escuta ativa ela capta mais facilmente possíveis inconsistências ou incoerências na mensagem e tem a chance de questionar o seu interlocutor para esclarecer as dúvidas identificadas. Em destaque Na escuta ativa se expressa um interesse real e sincero sobre a mensagem que está sendo transmitida pelo interlocutor, permitindo concentração e envolvimento no diálogo e evitando assim possíveis distrações que poderão impedir o entendimento das informações e dos conteúdos que estão sendo transmitidos. Agora que você já sabe da importância de praticar a escuta ativa, que tal aprender sobre o feedback? O feedback é uma ferramenta fundamental para desenvolver o autoconhecimento e ajudar a responder à seguinte questão: QUEM SOU EU? Então vamos começar apresentando a janela de JoHari, já ouviu falar nela? A Janela de JoHari recebe este nome em alusão aos seus criadores Joseph Luft e Harrington Ingham, que em 1955 criaram esta ferramenta com o objetivo de auxiliar o entendimento da comunicação interpessoal e facilitar os relacionamentos. A janela de Johari possui uma representação gráfica que auxilia a visualizar a dinâmica das relações interpessoais e a agrupar os comportamentos com base em quatro posições relacionadas ao conhecimento destes comportamentos pelo próprio indivíduo e pelos outros conforme ilustrado na figura 4.6. Figura 4.6: Janela de JoHari Fonte: Adaptado de MCSHANE e GLINOW (2014, p.79) Para se relacionar de forma adequada, transparente e consistente se recomenda que a maior parte dos comportamentos de um indivíduo esteja na zona livre ou pública da janela. É nesta posição que estão agrupados os comportamentos que são conhecidos pelos outros e pelo próprio indivíduo (autoconhecimento). Desta forma, grande parte do comportamento de um indivíduo estará demonstrada de maneira aberta e franca, gerando um maior nível de confiança e uma menor tendência de os outros interpretarem esses comportamentos de maneira subjetiva ou dúbia. Resumidamente, quando um sujeito tem a predominância de seus comportamentos na zona livre ou pública, ele é visto como uma pessoa transparente e confiável, além de possuir um bom nível de autoconhecimento, sendo uma pessoa que recebe e fornece muito feedback. Diferente da zona anterior (livre), a zona privada ou secreta abriga os comportamentos que o próprio indivíduo conhece, contudo, ele não deixa que os outros conheçam como ele é. Usualmente, os indivíduos que possuem a predominância desta zona são chamados de entrevistadores, pois eles perguntam muito sobre os outros, mas falam pouco de si (recebem muito feedback mas fornecem pouco ou quase nada). O entrevistador, usualmente, adota uma postura questionadora em relação aos membros do grupo sem reciprocidade (fala pouco), querendo sempre saber o que os outros pensam para depois se posicionar. Vale ressaltar que este estilo poderá causar no restante do grupo reações do tipo irritação, desconfiança e retraimento. A zona desconhecida da janela agrupa os comportamentos que o próprio indivíduo desconhece e que os outros também não enxergam nele. A pessoa que possui a maior parte dos seus comportamentos nesta posição da janela é chamada de tartaruga, pois não conhece muito sobre si próprio, nem o grupo conhece muita coisa sobre ele (dá e recebe pouco ou nenhum feedback). Ele costuma ser o observador do grupo, mantendo uma carapaça ao seu redor e isolando-se dos demais componentes do grupo. O indivíduo tartaruga, quando solicitado ou questionado sobre a sua falta de participação provavelmente responderá: Eu aprendo mais ouvindo… A essa altura do estudo, você deve estar se perguntando, mas qual a relação da janela de Johari com o feedback? Uma zona da janela abriga os comportamentos que o próprio indivíduo não conhece, mas os outros conhecem e enxergam esses comportamentos no indivíduo. Essa é a chamada zona cega, composta pelos comportamentos que a pessoa desconhece em si própria. Você já reparou que as pessoas com mau hálito não conseguem perceber ou sentir que sofre deste mal? Só quando alguém lhe avisa que a situação está ruim é que a pessoa tomará consciência do mal e procurará a ajuda de um dentista. Pois os comportamentos da zona cega só serão percebidos pelo indivíduo quando alguém lhe informar sobre isso (dar feedback), levando esse comportamento da zona cega para a zona livre da janela. A pessoa que tem a maioria dos seus comportamentos na zona cega é chamada de matraca, pois ela fala muito (fornece feedback) e não dá chance de os outros darem feedback para ela. O indivíduo matraca pode até agredir o grupo ou, abertamente, criticar as decisões tomadas, pois pensa que assim será reconhecido por todos os membros. Ele é insensível ao feedback e não dá ouvidos ao que os colegas do grupo dizem, reagindo negativamente ao feedback recebido, se irritando, reclamando e ameaçando retirar-se do grupo. O matraca não sabe o que o grupo pensa sobre ele, muito menos qual é o impacto e o alcance de suas ideias perante o grupo e por conta disso cria uma grande probabilidade de ser excluído pelo grupo pois nunca saberá quais os comportamentos que deverão ser modificados para ser reconhecido como um membro efetivo deste grupo. Para refletir Como um profissional pode ser aceito pela equipe se ele não souber como a ela funciona e ainda não mostrar disposição para aprender este mecanismo? Se você se identificou com as posições inadequadas da janela é melhor mudar rapidamente de postura se quiser se desenvolver profissionalmente, pois estar aberto para dar e receber feedback é uma condição necessária para se obter sucesso na sua carreira. Mas será que existe alguma receita para dar e receber feedback? Na verdade, não existe uma receita, o que existe são orientações e dicas que tornarão o dar e o receber feedback uma habilidade efetiva, que funciona e produz efeitos positivos parao indivíduo e para a empresa. (MISSEL, 2017) Vamos lá aprender sobre essas dicas? A primeira delas é que o feedback seja solicitado e não imposto por quem está tentando fornecê-lo. Desta forma, ele será muito mais útil e efetivo, pois será a própria pessoa que formulará uma pergunta, permitindo assim que o observador ofereça um retorno. Um bom exemplo é aquele quando um subordinado entrega um relatório incompleto para o seu chefe. O chefe poderia de cara reclamar e chamar a atenção do subordinado para o que está faltando, porém, essa atitude poderá parecer grosseira e arrogante, limitando e dificultando a compreensão da mensagem. O líder efetivo nesta situação perguntaria ao subordinado: Você não acha que ainda falta algo neste relatório? Diante dessa pergunta, o próprio funcionário solicitará o feedback, questionando: O que é que está faltando no relatório? Reparou que desta forma o subordinado fica mais aberto a escutar, aumentando as chances de ele entender o que não está adequado e precisa de ajuste. Outra dica sobre dar feedback orienta que ele deve ser oportuno. Isso significa saber a hora certa de oferecer feedback, avaliando as condições psicológicas para se manter um diálogo sereno e efetivo. Se a pessoa estiver desequilibrada emocionalmente, será mais sábio esperar pelo restabelecimento da serenidade pessoal interior, para só depois fornecer o feedback. Em alguns casos, é oportuno fornecer o feedback para o grupo (uma conduta geral que a maior parte precisa readequar). Já em outros casos (quando uma conduta inadequada é adotada por um profissional) o ideal é fornecer o feedback individualmente. O critério da oportunidade reside exatamente na capacidade de o comunicador discernir se tanto ele quanto o receptor têm condições, naquele momento, que possibilitem um efeito positivo para o feedback. Um feedback deve ser descritivo, evitando qualquer tipo de avaliação pessoal, portanto ao fornecer feedback, não fale da pessoa, mas sim do comportamento ou postura inadequada ou indesejada que precisa ser corrigida. Um feedback avaliativo e personalizado (portanto inadequado) pode ser exemplificado quando um chefe (diante da entrega de um relatório) diz: Você tem mania de escrever rebuscadamente. Repare que esse é um feedback que não diz muita coisa, pois o que seria escrever rebuscadamente? Seria mais adequado e efetivo o chefe dizer: Esta parte do documento está rebuscada; é preciso tornar a linguagem mais direta. Este é um feedback avaliativo neutro, isto é, não personalizado e foca o documento e o problema. Mais um exemplo de feedback interpretativo (e inadequado) surge quando um chefe fala com seu subordinado que chegou atrasado: Você chegou depois da hora, certamente porque... Percebeu que o chefe já vai logo supondo um motivo para o atraso sem se interessar pelo real motivo. A orientação neste caso seria questionar o subordinado da seguinte forma: O atraso ocorreu por algum problema especial? (feedback neutro) Outro ponto fundamental sobre o feedback é que ele deve ser específico, ou seja, especificar exatamente o que ocorreu ou o que precisa ser ajustado, falando de outro jeito, ele não pode ser abstrato e deve descrever a situação. Chamar alguém para lhe dizer que é muito acomodado, por exemplo, não diz muita coisa e poderá até confundir o interlocutor, afinal, o que seria ser acomodado? O melhor e mais adequado seria dizer: Esta não é a primeira vez que você se comporta assim em nossas reuniões. Sua atitude tem sido de não participar e de isolamento. Em nossa última reunião você se esquivou da decisão e isso prejudicou o desempenho posterior da equipe. Agindo assim ficará mais claro (e específico) a conduta que a pessoa deverá ajustar, neste caso, participar e contribuir mais durante as reuniões. Mais uma dica sobre feedback é ter consciência que ele seja aplicável pela pessoa que o está recebendo. Neste caso, o feedback é dirigido para aquele comportamento que pode ser modificado, mediante reconhecimento do ponto falho e esforço pessoal no sentido de corrigir "o desvio". Quando se indica alguma limitação sobre a qual a pessoa não possui controle algum, só se conseguirá aumentar a sua frustração. Imagine você dando o seguinte feedback para uma pessoa qualquer: Eu não gosto do seu modo de falar... Repare que não há referências para avaliação do comportamento falho, pois a fala não permite a identificação do que no modo de falar realmente incomoda ou está inadequado. Esse tipo de feedback não beneficiará a comunicação, uma vez que a informação nele contida é inaplicável pelo receptor. O mais adequado é fornecer um feedback que proporcione uma oportunidade real de o outro mudar, como por exemplo: Você está falando (ou costuma falar) demasiadamente alto e isso incomoda e é desagradável. Neste caso, a mensagem contém dados concretos que poderão ser aplicados pelo sujeito que fala muito alto. Você já sabe como fornecer feedback, mas, é igualmente importante saber receber feedback também, por isso seguem algumas considerações para te ajudar a otimizar e a aproveitar as mensagens de feedback recebidas. No processo de receber feedback o importante é ser bom ouvinte e praticar a escuta ativa (abordada no início deste material) e, para tanto, seguem algumas orientações e dicas para se tornar um ouvinte mais eficiente. Procure ter um objetivo ao ouvir, sempre se questionando sobre o entendimento completo da mensagem que está sendo transmitida. Suspenda qualquer julgamento pessoal inicial, pois o ser humano tem uma tendência (indesejada e preconceituosa) de julgar o seu interlocutor logo nos primeiros momentos de contato, seja por uma característica, pela forma de falar ou ainda pela sua aparência, em outras palavras, concentre-se na mensagem que está sendo transmitida e não na pessoa que a está transmitindo. Para compreender a mensagem você deverá resistir a toda e qualquer espécie de distração, focando totalmente a sua atenção em quem está falando contigo. Não hesite em apresentar as suas dúvidas sobre o entendimento e compreensão adequada da mensagem, uma dica para fazer isso é recolocar com as suas próprias palavras o conteúdo da mensagem transmitida. Depois de parafrasear a mensagem, pergunte ao interlocutor se foi isso mesmo que ele quis dizer. É comum que algumas pessoas se sintam desconfortáveis ao receber uma mensagem de feedback, ficando inclusive em estado de stress ou abalada emocionalmente, criando uma barreira natural que prejudicará a compreensão da mensagem. Se você perceber que está sob pressão ou emocionalmente desestabilizado realize exercícios para a respiração (mantendo a cadência entre o respirar e o expirar e consequentemente melhorando a oxigenação do cérebro) ou peça um tempo para tomar uma água ou um café antes que a mensagem seja totalmente transmitida. Em alguns casos de feedback, o profissional que o recebeu pode não saber como agir, então, ao receber um feedback você poderá responder das seguintes formas dependendo do contexto: ● Ok seu feedback faz sentido, vou fazer o que você está sugerindo. ● Sinto muito. Não posso fazer isso, porque... (explique os motivos da rejeição ou impossibilidade de agir no sentido de atender ao feedback). ● Posso fazer isso, mas sob estas condições... (explique quais são as condições que precisam ser consideradas para que a orientação ou mudança proposta no feedback tenha sucesso e possa ser consumada). ● Preciso pensar sobre isso. Volto a falar com você em breve. Muito bem, você chegou ao final de mais uma etapa de estudos, agora realize as demais atividades propostas para consolidar o seu aprendizado. NA PRÁTICA Um gerente recém promovido teve de enfrentar um grande desafio logo no início das suas atividadescomo gestor de equipe. Um de seus subordinados frequentemente interferia no trabalho dos outros sem um motivo profissional, ele abordava e procurava interagir apenas para falar sobre os demais colegas ou de situações de fora do ambiente de trabalho, irritando seus pares e causando queda na produtividade, pois ele era bem insistente, exigindo atenção do seu interlocutor quando estava falando. O gerente sem muita experiência para lidar com feedback pediu ajuda ao seu par, um outro gerente mais experiente e habilidoso para fornecer e receber feedback. O gerente mais experiente sugeriu ao colega utilizar o método CCIE, que são as iniciais de Contexto, Comportamento, Impacto e Expectativas. Ele explicou que para fornecer feedback de acordo com este método, para este caso especifico, seria necessário inicialmente apresentar ao colaborador o contexto que culminou nesta iniciativa, em outras palavras, qual a situação que deu origem a feedback, neste caso a necessidade de paz no ambiente de trabalho e as interações frequentes, inadequadas e indesejadas com os demais colegas. Em seguida, seria importante descrever especificamente o comportamento que precisa ser ajustado, ou seja, abordar e falar com os colegas em horário de expediente assuntos não relacionados ao trabalho. Depois ele teria de explicar qual o impacto deste comportamento (inadequado) no desempenho da equipe e no do próprio colaborador, haja vista que ele desperdiça tempo dele e dos outros e ainda desgasta e desestabiliza emocionalmente a equipe. Após essas explanações a última atitude a ser tomada seria a de deixar bem claro o que se espera dele (expectativas) após aquela conversa, definindo, conjuntamente, os ajustes necessários e os comportamentos adequados para evitar queda de produtividade e garantir a manutenção do desempenho da equipe. Ampliando a aprendizagem Site: Saiba o que é e como praticar a escuta ativa com estas 10 dicas URL: https://rockcontent.com/br/blog/escuta-ativa/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura do capítulo 1 (Afinal o que é feedback?) de Missel (2017) das páginas 11 a 15. http://www.youtube.com/watch?v=gAMtDq2frt0 http://www.youtube.com/watch?v=RJXgmFMHHCQ MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade global. 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 MISSEL, Simoni. Feedback Corporativo - Como Saber Se Está Indo Bem. São Paulo: Editora Saraiva, 2017. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788557170322/e pubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5B0d476bca-a75c-4b b7-ff21-1de6ed6dd9a8%5D%4050:79 Referências RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE RELACIONAMENTO PROFISSIONAL E SUCESSO DO CLIENTE EAD012 - 4.4 COMUNICAÇÃO Unidade 4 Trilha 4 REITOR PROF. DR. RODRIGO CUTRI PRÓ-REITOR DE ADMINISTRAÇÃO E PLANEJAMENTO PROF. DR. VANDER FERREIRA DE ANDRADE PRÓ-REITOR DE GRADUAÇÃO PROF. DR. ROBERTO CARLOS SALLAI PRÓ-REITOR DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO PROFA. DRA. ANDRÉA DIAS QUINTÃO COORDENAÇÃO EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PROF. ESP. DIOGO VERI AUTOR PROF. ME. MARCIO DE CASSIO JULIANO BANCO DE IMAGENS PEXELS PIXABAY SHUTTERSTOCK Comunicação Conteúdo organizado pelo professor Márcio Juliano por meio dos livros base BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/97885951566 09/epubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bc over-image%5D/4%5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 https://docs.google.com/file/d/1_MdfZZE2h343WudEVkh-2W2erv52UDMc/preview ● Entender o conceito de comunicação. ● Compreender o processo de comunicação ● Reconhecer os elementos do processo de comunicação ● Diferenciar comunicação verbal de não verbal. ● Diferenciar comunicação formal de informal ● Diferenciar comunicação horizontal de vertical. Competências desta trilha a) Liderança e influência social. b) Comunicação efetiva. c) Relacionamento interpessoal d) Inteligência emocional. Objetivos de aprendizagem APRESENTAÇÃO DA TRILHA Olá estudante, seja bem-vindo (a) a mais uma etapa de estudos da disciplina relacionamento profissional e sucesso do cliente. Você já viveu alguma situação na qual você estava conversando com alguém e essa pessoa nitidamente não estava prestando atenção no que você estava falando? Ou ainda em uma situação na qual você estava ouvindo alguém falar contigo, mas o seu pensamento estava tão longe que sequer permitiu assimilar o conteúdo da mensagem que estava sendo passada? Pois essas são situações que envolvem deficiências na habilidade de comunicação, prejudicando o entendimento da mensagem e enfraquecendo a confiança entre quem está falando e quem está ouvindo. Outro problema muito comum no processo de comunicação é a presença de variáveis que podem atrapalhar o entendimento da mensagem que se pretende transmitir. Essas variáveis recebem o nome de ruído de comunicação e precisam ser neutralizadas para tornar o processo de transmissão de mensagens mais efetivo. Palavras rebuscadas, sons em alto volume, erros de grafia, objetos chamativos são exemplos de ruídos que podem interferir no processo de comunicação. Do ponto de vista das organizações, a comunicação é fundamental para se manter o desempenho desejado e conquistar os resultados esperados, afinal, como um colaborador pode alcançar as metas propostas se ele não for comunicado sobre elas? Mais ainda, como o funcionário poderá melhorar o seu desempenho se ele não souber no que ele precisa ser melhor? Além da questão do desempenho, a comunicação efetiva ajuda a engajar os colaboradores no que precisa ser feito. Ao contrário disso, um ambiente empresarial que não dá o devido valor para a comunicação organizacional é frequentemente permeado por fofocas e boatos, ocasionando confusão, stress e falta de rumo na direção do trabalho. Por isso que esta etapa de estudos tem o objetivo de fornecer dicas valiosas sobre o processo de comunicação, de modo que você consiga desenvolver e dominar essa habilidade, transferindo as melhores práticas para o seu ambiente de trabalho para turbinar os seus relacionamentos e resultados. Agora é contigo, bom estudo! Um grande e famoso restaurante sobrevive às custas da sua tradição, atraindo pessoas influentes da sociedade pela proposta de oferecer uma experiência gastronômica diferenciada. O restaurante se tornou um ponto turístico na cidade e todo turista moderninho faz questão de se deliciar com uma refeição tão falada e cobiçada pelos apreciadores de uma gastronomia tradicional, mas ao mesmo tempo modernizada. Pense que você foi contratado (a) por esse restaurante e ao completar 1 ano de trabalho você foi promovido a gestor assistente da casa. DESAFIO INICIAL Seis meses após a sua promoção, o dono do estabelecimento percebeu uma queda no faturamento, principalmente pelo motivo de alguns clientes frequentes preferirem se alimentar em casa em vez de ter de sair para qualquer restaurante ou ainda pelo fato dos frequentes assédios da concorrência realizados por meio de ações de marketing eletrônico. O patrão lhe chamou para conversar sobre esse assunto e você disse a ele que em dois dias lhe apresentaria uma proposta para reverter este quadro indesejado. Como gestor assistente, você acredita que o empreendimento há muito tempo deveria ter adotado uma postura mais proativa em relação ao marketing eletrônico, como uma página web informativa, pedidos e reservas on-line e um pouco de marketing via redes sociais, sites de compra coletiva e sites de entrega de comida. Infelizmente, patrãoé um tradicionalista e, embora progressista em muitos aspectos, é um pouco conservador e cético sobre a utilidade final do marketing eletrônico. Ele não apenas não vê o potencial, mas acha que essas novas ferramentas são superficiais e não agregam valor para o negócio. O seu desafio é vender essa ideia para o seu patrão, para tanto, procure responder: Como você venderia sua ideia a seu chefe? O que será necessário para que sua ideia seja legitimamente considerada? Que armadilhas comuns criam mais resistência e devem ser evitadas? (adaptado de BALDWIN et al,2015 p. 139) Bom trabalho! A comunicação é uma competência essencial e fundamental para qualquer profissional, inclusive servindo de base para o desenvolvimento de outras competências, afinal, como negociar, trabalhar em equipe, dar e fornecer feedback e liderar sem dominar a comunicação? Os líderes que dominam a arte de se comunicar, estimulam e contribuem para manter o engajamento dos colaboradores em qualquer contexto organizacional, seja em épocas de fartura ou de escassez. Por outro lado, quando a comunicação não é efetiva, o engajamento dos colaboradores tende a ser medíocre, afetando por consequência o resultado da organização. A figura 4.7 ilustra as consequências da comunicação efetiva e da deficiente nas organizações. Figura 4.7: Consequências da comunicação nas organizações Fonte: autor Você já entendeu que a comunicação é um fator fundamental para o sucesso organizacional, contudo, qual seria o conceito de comunicação? Comunicação é o processo pelo qual a informação é transmitida e compreendida entre duas ou mais pessoas. (MCSHANE; GLINOW, 2014, p. 237) Ampliando o vocabulário Uma definição plausível para o conceito de comunicação é que ela consiste em um processo de transmissão de informações com o respectivo entendimento da mensagem pelo interlocutor. Note que o final da definição indica um elemento fundamental para este conceito, que é o fato do entendimento da mensagem pelo ouvinte ou receptor, pois, se não houver a constatação do entendimento, o processo de comunicação foi falho e deficiente. Já que o processo de comunicação foi mencionado, que tal entender este processo e identificar os seus elementos? Então vamos lá começar pela figura 4.8 que ilustra o processo de comunicação. Figura 4.8: Processo de comunicação Fonte: autor Retornando à figura 4.8 é possível perceber que o emissor está transmitindo uma mensagem para vários receptores, sendo um deles por meio visual e o restante por meio digital. O processo de comunicação se inicia com um emissor (falante) transmitindo uma mensagem para um ou mais receptores (ouvintes). A mensagem é codificada pelo emissor (fala, palavras, gestos, posturas e imagens) e transmitida por um meio (visual, físico, digital). Ao chegar ao receptor, a mensagem é então decodificada e passível (ou não) de entendimento ou compreensão. Este entendimento é um fator crucial para o sucesso e a efetividade do processo de comunicação, por isso é responsabilidade do emissor solicitar feedback do receptor para constatar se a mensagem foi compreendida da forma como ele (emissor) desejava. Para refletir Quais seriam as possíveis consequências de se transmitir uma mensagem e não se certificar que ela foi entendida da forma que o emissor pretendia? Em relação à codificação e decodificação da mensagem, existe um detalhe que, apesar de ser óbvio, nem sempre é levado em consideração que é o livro de códigos. De uma forma bem simples, o livro de códigos consiste em dicionários de símbolos, idiomas, gestos, expressões e outras ferramentas utilizadas para transmitir informações. Se você for transmitir uma mensagem escrita para deficientes visuais, esta mensagem deverá estar em braile, se você for falar com um grupo oriundo da África do Sul você deverá usar o idioma africanês e se você for conversar com uma pessoa com deficiência auditiva deverá fazer isso por meio do idioma Libras. Quer um exemplo prático sobre a importância de se considerar o livro de códigos ao transmitir uma informação? Então preste atenção na seguinte sentença: Die onlangse wewenaar moes na die openbare tronk toe gestuur word omdat hy'n groot hoeveelheid vals tjeks uitgereik het. Conseguiu entender o que está escrito nesta mensagem? Muito provavelmente não, pois apenas quem domina o idioma Africanês é que poderá compreender o que está escrito, mas, que tal tentar a mesma frase em português? Então preste atenção: O recente consorte supérstite teve de ser encaminhado ao ergástulo público por conta da emissão de uma grande quantidade falsa de cártula chéquica. Também ficou um pouco complicado entender o sentido desta sentença né? Isso aconteceu porque foi utilizada uma forma arcaica e antiga da língua portuguesa. Vamos tentar mais uma vez, agora adotando o livro de códigos atual e ao qual estamos familiarizados: O recente viúvo teve de ser encaminhado à cadeia pública por conta da emissão de uma grande quantidade falsa de cheques. Adotar o mesmo livro de códigos da sua audiência significa falar ou escrever de uma forma que ela possa entender, usando a mesma língua e adotando um repertório de palavras que seja compreensível pelos receptores (ouvintes). Em destaque Para se comunicar de forma efetiva lembre-se sempre do ditado que diz: quando estiver em Roma, fale e aja como os romanos. O canal de comunicação é um elemento que precisa ser escolhido estrategicamente com base na complexidade do conteúdo que precisa ser transmitido. Segundo BALDWIN et al (2015 p. 158), pesquisas corroboram a ideia de que problemas mais complexos precisam ser tratados em reuniões face a face. Isso pode explicar por que, em média, executivos de alto escalão passam muito mais tempo em reuniões do que gestores de médio escalão, uma vez que os primeiros normalmente lidam com as questões organizacionais mais complexas. A figura 4.9 apresenta uma comparação entre a riqueza de informações e a possibilidade de feedback de quatro tipos de canais de comunicação. Figura 4.9: Riqueza de informações dos canais de comunicação Fonte: BALDWIN et al (2015 p. 158) É igualmente importante ressaltar que durante o processo de comunicação algumas variáveis poderão estar presentes e interferir na sua efetividade. Essas variáveis recebem o nome de ruídos de comunicação, já ouviu falar neles? Um ruído no processo de comunicação consiste em qualquer interferência, perceptível ou não, que poderá influenciar negativamente a emissão e a recepção de uma mensagem. No contexto organizacional, esses ruídos precisam ser identificados, neutralizados e eliminados rapidamente, de forma contundente e consistente. Barulhos excessivos, palavras rebuscadas, erros gramaticais e postura inadequada são alguns exemplos de ruídos de comunicação. Por isso, é importante conhecer os principais fatores que contribuem com o surgimento de ruídos no processo de comunicação. Bora lá conhecer estes fatores? O primeiro deles é o fator físico, que consiste nos sons existentes no ambiente de trabalho. Esses fatores são de facilmente percebidos, como por exemplo, um aparelho de ar-condicionado barulhento, música em alto volume e som das buzinas em um congestionamento. Também existem os fatores técnicos que produzem ruídos na comunicação. Esse fator consiste em problemas relacionados ao canal de comunicação adotado, como por exemplo um microfone com defeito que causa microfonia ou que não capta o som em um volume adequado para ser audível para a plateia. Já os fatores psicológicos estão ligados aos pensamentos e à concentração do ouvinte no momento da transmissão da mensagem, afinal, quem poderia entender uma mensagem se não prestar atenção no que foi dito ou não se concentrar no que foi escrito? Por isso é importantese certificar se o ouvinte está prestando atenção (focado, concentrado) no momento da interação. Outro fator que dá origem aos ruídos de comunicação é o fisiológico. A transmissão efetiva de uma informação poderá ser bloqueada por conta de dores no organismo (cabeça, muscular, nas articulações), de fadiga ou cansaço e ainda por um elevado nível de stress no ambiente de trabalho. Os fatores semânticos (problemas linguísticos) também ocasionarão ruídos se não forem considerados, como o exemplo da frase em Africanês dado anteriormente. Um ponto muito importante para o entendimento e compreensão de uma mensagem no processo de comunicação está no momento da interação entre o emissor e o receptor. Aliás, você sabia que a linguagem corporal (gestos e posturas) diz mais que as palavras no processo de comunicação? Pois é isso mesmo, apenas 7 % do entendimento de uma mensagem é proporcionado pelas palavras, 33 % pelo modo que as palavras são ditas (volume, ritmo, entonação) e 60 % pela postura do emissor (comunicação não verbal). Portanto, para ser um bom comunicador é preciso ter consistência entre a comunicação verbal e a comunicação não verbal, pois será essa consistência que tornará a comunicação mais efetiva e aumentará a confiança e a credibilidade sobre o que está sendo dito. (MCSHANE; GLINOW, 2014) Imagine uma pessoa que responda sim a uma pergunta girando a cabeça de um lado para o outro (como um sinal de negação), isso causaria uma confusão no interlocutor (ouvinte) que ficaria em dúvida se a resposta seria sim ou não. Essa confusão também existiria se fosse o contrário, se alguém falasse não balançando a cabeça para cima e para baixo (como um sinal de sim). Você precisa saber que em qualquer processo seletivo, o selecionador fica o tempo inteiro procurando inconsistências entre o que o candidato fala e a sua postura e os seus gestos, por isso, seja você mesmo e evite mentir em entrevistas ou dinâmicas, caso contrário, você será preterido por passar uma imagem de desconfiança à equipe de seleção. Além da consistência entre a linguagem verbal e não verbal, existem outras formas de ser mais efetivo ao se comunicar, aumentando consideravelmente as chances de passar credibilidade e confiança para quem está te ouvindo. Uma dessas formas é identificar os sinais sensoriais emitidos pelo ouvinte e que são captados neurologicamente no momento da interação. Em destaque Os sinais sensoriais são mais conhecidos como os sentido humanos (visão, audição, tato, paladar e olfato. Esses sentidos são transdutores do mundo físico para o nosso cérebro, que por sua vez processará e interpretará essa informação, criando assim a percepção do mundo ao redor do indivíduo. No processo de comunicação verbal é possível detectar três canais sensoriais diferentes que podem prevalecer na pessoa, o auditivo, o visual e o cinestésico. Uma pessoa auditiva costuma mover os seus olhos em linha reta, na direção das orelhas ao se comunicar. Essa pessoa costuma usar predicados auditivos ao falar, como por exemplo: “Isto me soa bem"; "Escute aqui, o que eu quero dizer é isto"; "Isto é como música para meus ouvidos". Já a pessoa visual, move os olhos para cima para lembrar ou construir o que será dito, empregando predicados visuais ao se expressar, como: “Agora estou vendo o que você quer"; "Tenho uma imagem disso"; "Sua ideia me abriu novos horizontes"; "Ele tem um futuro brilhante". Enfim o indivíduo cinestésico move os olhos com alta frequência para baixo e adota predicados cinestésicos ao falar, como: "Isto foi um desempenho concreto"; "Não estou conseguindo suportar essa pressão”; "Aquilo estava me pesando muito". Ao se comunicar lembre-se sempre de identificar e adotar o mesmo canal sensorial do seu interlocutor, isso fará uma grande diferença para tornar essa habilidade muito mais efetiva. Outra forma para se comunicar melhor é se preocupar com os significados das palavras, pois elas (palavras) podem ter diversos sentidos. O significado das palavras não está nelas mesmas, mas no repertório de cada um, permitindo assim decifrá-las e interpretá-las. Se você estiver na região nordeste do Brasil e falar que está com dor na bolacha, certamente alguém lhe recomendará usar uma pomada para passar no seu joelho. Já na região sudeste existe um verdadeiro embate sobre o significado da palavra bolacha (aquela de água e sal por exemplo) pois para o paulista ela tem esse significado mas para o carioca este produto é chamado de biscoito, que por sua vez é entendido como uma outra coisa em São Paulo (biscoito de polvilho). No contexto organizacional, a comunicação pode ser formal, informal, horizontal ou vertical. Vamos aprender sobre esses tipos de comunicação agora? Então fique sabendo que a comunicação formal é aquela que emana de uma fonte confiável. É a comunicação oficial da organização, emitida por um emissor que tenha a sua autoridade reconhecida. Quando um diretor comunica a demissão de um grupo de colaboradores, todos os outros colaboradores reconhecem essa informação como verdadeira, mesmo sem concordar com ela. Já a comunicação informal é aquela que não vem de uma fonte confiável, é a famosa “rádio peão” ou “rádio corredor”, incluindo aí os indesejáveis e prejudiciais boatos. Quando alguém diz que um grupo de funcionário será demitido da empresa, essa informação causará stress e desconfiança no grupo, pois ninguém tem certeza se ela é verdadeira ou não. Por isso, a melhor forma de se combater a comunicação informal é estabelecendo canais formais de comunicação, pois assim será mais fácil desmentir (ou confirmar) os boatos e acalmar os ânimos para que a produtividade e o desempenho do trabalho não sejam afetados. A figura 4.10 apresenta as principais características da comunicação formal e informal. Figura 4.10: Características das comunicações formal e informal Fonte: autor De acordo com Vecchio (2012) a comunicação informal deve ser combatida da seguinte forma: ● Seja paciente e monitore o ambiente enquanto os boatos estão circulando, pois alguns boatos podem desaparecer ao longo do tempo sem provocar problemas para a organização. ● Caso o tempo passe e se perceba que o boato persiste, é preciso refutá-lo publicamente, inclusive expondo a sua inconsistência e a ausência da sua origem de forma a ridicularizá-lo, desestimulando as pessoas a continuarem a transmiti-lo. Agindo assim, se eleva as chances de as pessoas desconfiarem daqueles que insistem em continuar a passar o boato adiante, fazendo a mensagem informal perder força e o seu transmissor a perder a credibilidade. ● Inclua e divulgue amplamente pelos canais formais de comunicação da organização informações verdadeiras que desmintam a mensagem informal, contrapondo-se à mensagem indesejada. A comunicação organizacional pode fluir em duas direções distintas, horizontal e vertical. A comunicação é considerada horizontal quando é transmitida entre os pares do mesmo nível hierárquico. Por outro lado, ela é considerada vertical quando é transmitida entre níveis hierárquicos diferentes conforme ilustrado na figura 4.11. Figura 4.11: Comunicação horizontal e vertical Fonte: Adaptado de Vecchio (2012, p. 297) Você também precisa aprender sobre a importância de se comunicar por meio de apresentações, afinal, uma coisa bem desagradável e inadequada é apresentar algo para uma plateia desatenta ou desinteressada. Mas como conquistar o interesse de um público? Para criar uma apresentação eletrônica efetiva, que não seja enfadonha e que realmente chame a atenção dos aprendizes, é preciso seguir algumas premissas. Em primeiro lugar, ela deve ser simples, clara, interessante, organizada e principalmente estar adequada ao público, que por sua vez, prestará mais atenção ao perceberque ela (apresentação) é um caminho para se alcançar um objetivo ou até mesmo ampliar e fortalecer o seu aprendizado. Portanto, pense na apresentação eletrônica como um apoio e um roteiro para tornar a sua comunicação mais efetiva. Ao montar uma apresentação eletrônica é importante se preocupar com os elementos gráficos; para isso, orienta-se combinar as cores empregadas. Por exemplo, brinque com as cores e suas tonalidades; uma combinação de cores deixará a apresentação bonita, com um visual seguro, por outro lado, o contraste de cores destacará uma ideia ou demonstrará um contraponto entre as informações. Procure também descobrir o significado de cada cor, o que ela transmite para a audiência e como ela pode influenciá-la. Além das cores, as fontes (tipos de letras) também interferem na atenção da audiência. Fontes tradicionais (Arial ou Times New Roman por exemplo) são recomendadas para textos formais, artigos ou livros e podem ser utilizadas em apresentações; contudo, não dão destaque à apresentação. A orientação é usar fontes mais modernas e que causem algum impacto visual, chamando, assim, a atenção do aprendiz. Ao elaborar uma apresentação eletrônica, lembre-se que não adianta ter um conteúdo extraordinário se ele não consegue instigar a curiosidade e o interesse da audiência. Por isso, procure sempre incluir nas suas apresentações ilustrações com exemplos e histórias da vida real e estatísticas diferentes e interessantes. Agora, analise a diferença entre os dois slides apresentados nas figuras 4.12 e 4.13 e conclua você mesmo(a) qual chamou mais a sua atenção. Figura 4.12 – Slide não recomendado sobre planejamento estratégico Fonte: elaborado pelo autor. Figura 4.13 – Slide recomendado sobre planejamento estratégico Fonte: elaborado pelo autor. Você chegou ao final desta etapa de estudo e agora chegou a hora de consolidar o seu conhecimento realizando as atividades propostas. Depois de analisar os dois slides, você certamente compreendeu a importância de usar e abusar de elementos gráficos em uma apresentação, bem como a evitar o uso de textos longos. NA PRÁTICA Qual seria a melhor forma para se comunicar com jovens talentos do esporte? Essa era a pergunta chave para que a Associação Nacional de Basketball americana (National Basketball Association - NBA) deveria responder para vencer o desafio de instruir os jogadores novatos da NBA sobre a vida nas grandes ligas, incluindo como lidar com a mídia, manter hábitos alimentares saudáveis, fazer investimentos sensatos com suas novas riquezas e os perigos do HIV/AIDS. Os novatos da NBA são homens jovens, a maioria com menos de 21 anos, que de repente tornam-se celebridades, com toda a adoração que surge com a fama. Eles ouviram falar sobre doenças sexualmente transmissíveis a vida inteira, assim o risco não é que não estejam cientes da AIDS, o risco é que o sucesso e a novas circunstâncias de suas vidas os levem a baixar suas guardas por uma noite, ficando assim vulneráveis para contrair doenças indesejadas que podem destruir a sua carreira. Poucos anos atrás, a NBA usava uma estratégia padrão para alertar esses jovens atletas: médicos discutindo os efeitos do vírus; jogadores que contraíram HIV alertando solenemente etc. Há algum tempo, porém, a NBA apresentou uma abordagem diferente de comunicação. Semanas antes da temporada começar, exigia-se que todos os jogadores novatos se reunissem em para uma sessão de orientação obrigatória. Eles permaneciam trancados em um hotel por seis dias, sem telefones ou laptops, assistindo aulas sobre os temas. Um grupo de fãs foi estrategicamente infiltrado no local. Na primeira noite da orientação, elas estavam no bar e restaurante do hotel, vestidas para serem notadas. Os jogadores ficaram envaidecidos com a atenção. Houve muitos flertes e eles fizeram planos para encontrá-las mais tarde, mesmo após toda as informações recebidas durante a sessão de orientação. Na manhã seguinte, obedientes, os novatos compareceram às aulas. E ficaram surpresos ao ver as fãs na frente da sala. As mulheres se apresentaram novamente, uma a uma: “Oi, eu sou Sheila e sou HIV positiva” ou “Oi, sou Donna e tenho o vírus da AIDS”. De repente, a conversa sobre HIV foi totalmente compreendida pelos novatos. Adaptado de BALDWIN et al (2015 p. 145) Ampliando a aprendizagem Site: O que é comunicação e como melhorar a sua com ajuda da PNL URL: https://www.pnl.com.br/comunicacao-o-que-e/ Capítulo de livro da Biblioteca Virtual: Leitura de SABBAG (2018), capítulo sobre comunicação, da página 221 a 233. Site: Comunicação não verbal: o que é, tipos e como usar URL: https://rockcontent.com/br/blog/comunicacao-nao-verbal/ http://www.youtube.com/watch?v=wW5INN4_tiQ http://www.youtube.com/watch?v=D236cCikGmA BALDWIN, Timothy T.; BOMMER, William H., RUBIN, Robert S. Gerenciando o comportamento organizacional: o que gestores eficazes sabem e fazem. 2. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595156609/epubc fi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover.html%5D!/4/2%5Bcover-image%5D/4% 5Bvst-image-button-52679%5D%400.00:0.00 MCSHANE, Steven L.; GLINOW, Mary Ann Von. Comportamento organizacional: conhecimento emergente, realidade global [recurso eletrônico] 6. ed. – Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580554045 SABBAG, Paulo Y. Competências em Gestão. Rio de Janeiro: Editora Alta Books, 2018. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788550810423/e pubcfi/6/2%5B%3Bvnd.vst.idref%3Dcover%5D!/4/2/2%5B8fe6ea1f-d1c5-49a 1-e93c-00e30c56aee2%5D%4050:78 VECCHIO, Robert P. Comportamento organizacional: conceitos básicos. São Paulo : Cengage Learning, 2008. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522109715/pageid /0 Referências