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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS - DEPARTAMENTO DE QUÍMICA QUÍMICA EXPERIMENTAL - 207 ENGENHARIA QUÍMICA DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA MASSA MOLAR DO SÓDIO E DA SUA INTERAÇÃO COM O AR Acadêmicos: RA: Giovana Junges Pattaro 124833 Laura Andrade da Mota 123511 Maria Fernanda Rodrigues 125149 Pedro Antonio Galacci Reinert 125101 Pedro Augusto Ascencio Dalla Vecchia 124023 Prof. Paulo Cesar S. Pereira MARINGÁ 2022 1 - INTRODUÇÃO 1.1 – Fundamentação teórica Para o entendimento e desenvolvimento da ciência, os cientistas e os engenheiros precisam conhecer detalhadamente as propriedades físicas e químicas dos materiais, pensando em possíveis aplicações destes a fim de contribuir para o desenvolvimento da sociedade. Este relatório irá abordar um dos elementos químicos de maior uso no cotidiano: o sódio (Na), presente na soda cáustica (NaOH) usada na limpeza, no fermento químico (NaHCO3) da indústria alimentícia, na fabricação de vidros sob a forma de carbonato de sódio (Na2CO3) e em mais inúmeros setores da sociedade. Sobre as propriedades físicas e químicas do sódio, o objeto de estudo do presente relatório: este elemento químico pertence ao grupo 1 da tabela periódica, mais conhecidos como metais alcalinos, os quais são caracterizados como metais moles, que podem até serem cortados com uma faca, como foi o caso do sódio, de cor cinza-prateada, com apenas um elétron na camada de valência cuja facilidade de ser removido é bem alta, o que explica pontos de fusão e de ebulição e densidades baixos. Outra característica bem marcante do sódio e que será abordada ao longo deste relatório é o fato de ele ser um elemento bastante reativo, principalmente com água (H2O) e consequentemente com o ar, devido a umidade presente neste, resultando em reações químicas com grande liberação de calor, quesito o qual levou a um cuidado redobrado na questão do armazenamento do sódio, feito em solventes que não reagem com tal metal, como é o caso do tolueno e do querosene. 1.2 – Objetivos Os objetivos dessa prática foram não só observar reações de sódio metálico, como também suas propriedades químicas e físicas gerais, e assim determinar a massa molar desse elemento. 2 - PROCEDIMENTOS Foi montado o seguinte esquema para a atividade experimental: Figura 1 - Esquematização do processo de determinação da massa molar do sódio Fonte: Apostila de química experimental, 2022. O aparato é formado pelos equipamentos a seguir: um tubo de ensaio adaptado com um bulbo na lateral, dois tubos longos graduados (buretas adaptadas) lado a lado, os quais são fixados verticalmente em um suporte universal, e conectados com uma mangueira de látex. Após a montagem, seguiram as seguintes etapas: a) As buretas foram fixadas a um suporte universal; b) Foi adicionada água destilada às buretas até a aferição de 30 mL em ambas; c) Um tubo de ensaio adaptado foi acoplado a uma bureta através de uma rolha de borracha, também adaptada, enquanto a outra foi mantida aberta; d) Esse tubo foi preenchido com 6 mL de etanol, atentando-se para não molhar o bulbo lateral do mesmo (caso o líquido entrasse em contato com o bulbo, seria necessário um papel absorvente para retirá-lo). e) Em uma balança analítica, aferiu-se uma amostra de sódio metálico de aproximadamente 0,073 g; f) Com o auxílio de uma pinça, a amostra foi colocada no bulbo do tubo de ensaio adaptado, mantendo-o inclinado; g) Após verificar se o tubo estava lacrado com a rolha adaptada, o mesmo foi colocado na posição vertical, para que a amostra de sódio entrasse em contato com o etanol e assim uma reação ocorresse; h) Após a conclusão da reação e o aparato esfriar, o volume de gás liberado foi medido por meio da diferença de altura entre os níveis das duas buretas com o auxílio de uma régua, a qual foi de 21,5 cm; i) Foram registrados os valores da temperatura e pressão ambientes, sendo: 299,15 K (26,0 °C) e 764 mmHg, respectivamente. 3 - RESULTADOS E DISCUSSÃO Foi obtida a seguinte reação entre sódio metálico e etanol: (1)2 𝑁𝑎 (𝑠) + 2 𝐶 2 𝐻 5 𝑂𝐻 (𝑙) → 2 𝐶 2 𝐻 5 𝑂𝑁𝑎 (𝑎𝑞) + 𝐻 2 (𝑔) Considerando a pressão parcial do gás hidrogênio liberado na reação, a pressão parcial de vapor d'água sobre o líquido, a pressão da coluna de água e a pressão atmosférica (ambiente), obtém-se a relação de equilíbrio mecânico descrita abaixo: (2)𝑃 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 + 𝑃 𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑜 = 𝑃 𝐻 2 (𝑔) + 𝑃 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 Em que: 𝑃 𝑎𝑡𝑚𝑜𝑠𝑓é𝑟𝑖𝑐𝑜 = 764 𝑚𝑚𝐻𝑔 𝑃 𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 = 25, 2 𝑚𝑚𝐻𝑔 (𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑜 𝑎 26, 0 °𝐶) A pressão da coluna de água foi calculada pela equação a seguir: (3)𝑃 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 = ρ𝑔ℎ Sendo a massa específica da água 997,05 kg/m3 a 25°C, a aceleração da gravidade,ρ 𝑔 que vale 9,8 m/s2 , e a diferença de altura entre os níveis das colunas de água das buretas, 21,5ℎ cm, o equivalente a 0,215 m. Logo, (4)𝑃 𝑐𝑜𝑙𝑢𝑛𝑎 𝑑𝑒 á𝑔𝑢𝑎 = 2100, 78 𝑃𝑎 · 1 𝑚𝑚𝐻𝑔133,322 𝑃𝑎 = 15, 76 𝑚𝑚𝐻𝑔 Retomando Eq. (2) e substituindo os valores de pressão citados anteriormente, foi possível obter a pressão de gás hidrogênio liberado: (5)𝑃 𝐻 2 (𝑔) = 15, 76 𝑚𝑚𝐻𝑔 + 764 𝑚𝑚𝐻𝑔 − 25, 2 𝑚𝑚𝐻𝑔 = 754, 56 𝑚𝑚𝐻𝑔 Em seguida, o gás hidrogênio foi considerado como gás ideal, o que possibilitou a aplicação da Lei dos Gases Ideais: (6)𝑃 𝐻 2 · 𝑉 𝐻 2 = 𝑛 𝐻 2 · 𝑅 · 𝑇 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 Na qual: = 754,56 mmHg𝑃 𝐻 2 = 0,0215 L𝑉 𝐻 2 = 62,36 L mmHg/K mol𝑅 · · = 299,15 K𝑇 𝑎𝑚𝑏𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 Isolando em Eq. (6), foi obtido o número de moles de gás hidrogênio liberados na𝑛 𝐻 2 reação: (7)𝑛 𝐻 2 = 754,56 𝑚𝑚𝐻𝑔 · 0,0215 𝐿 · 62,36 𝑚𝑚𝐻𝑔· 𝐿 · 𝐾−1· 𝑚𝑜𝑙−1· 299,15 𝐾 = 8, 70 · 10−4 𝑚𝑜𝑙 Pela estequiometria da reação em Eq. (1) foi possível perceber a proporção de 2 moles de sódio metálico consumidos para cada 1 mol de gás hidrogênio formado: (8)𝑛 𝑁𝑎 = 8, 70 · 10−4 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐻 2 · 2 𝑚𝑜𝑙1 𝑚𝑜𝑙 𝑑𝑒 𝐻 2 = 1, 74 · 10−3𝑚𝑜𝑙 Mediante os cálculos apresentados, foi possível obter a quantidade de moles de sódio metálico consumida na reação. Com isso, tornou-se viável determinar a massa molar do elemento: (9)𝑀𝑀 𝑁𝑎 = 𝑚 𝑁𝑎 𝑛 𝑁𝑎 = 0,073 𝑔 1,74 ·10−3𝑚𝑜𝑙 = 41, 95 𝑔/𝑚𝑜𝑙 Por último, foi calculado o erro experimental em torno do valor obtido para a massa molar do sódio, cujo valor teórico é de 22,99 g/mol: (10)𝐸𝑟𝑟𝑜% = 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 − 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑥𝑝𝑒𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑎𝑙𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 || || · 100 = 22,99 −41,95 22,99 || || · 100 = 82, 47% Tal desvio pode ser explicado devido os seguintes fatores: 1. Parte da amostra de sódio metálico reagiu com a água presente no ar, ou seja, o valor de 0,073 g usado não foi preciso; 2. Há a possibilidade da amostra de sódio metálico não ser pura, isto é, de haver impurezas no 0,073 g medidos; 3. Eventuais vazamentos de gás hidrogênio na mangueira de látex; 4. O valor utilizado para massa específica da água foi referente a temperatura de 25 °C, porém a aferição no dia foi de 26 °C; 5. Para a realização dos cálculos, o hidrogênio foi considerado como um gás ideal, porém sabe-se que tal comportamento só é válido a pressões tendendo a zero, o que não ocorreu no experimento, isso quer dizer que o uso da Lei Geral dos Gases Ideais implicou erros aos valores obtidos; 6. Possíveis erros na visualização do menisco e na medida da coluna de água com a régua. 4 - CONCLUSÃO Dessa forma, pode-se concluir que os objetivos dessa atividade experimental foram atingidos. Foi possível observar reações do sódio metálico, como a que ocorreu com o etanol e com a umidade presente no ar, e também algumas propriedades físicas e químicas desse elemento, por exemplo: ele ser um metal mole capaz de ser cortado por uma faca, ter cor cinza-prateada e reagir violentamente com a água, liberando bastante calor, algo perceptível pelo fato do bulbo no tubo de ensaioadaptado ter esquentado. Com a reação entre sódio metálico e etanol e a mudança de altura na coluna de água, devido ao aumento de pressão com a liberação de gás hidrogênio, foi calculada a quantidade de matéria de sódio consumida por meio da estequiometria. Assim, obteve-se a massa molar experimental do elemento objeto de estudo dessa atividade prática. A qual desvio muito do valor teórico, porém há motivos os quais explicam isso. Por exemplo, vazamentos nos aparatos utilizados, a amostra tendo possíveis impurezas, perdas de sódio devido a reações químicas com o ar, uso da massa específica da água em uma temperatura diferente da ambiente, erros de medição e manuseio. 5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Apostila de Química Experimental, UEM, 2022. ATKINS, P; JONES, L; LAVERMAN, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7. Ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. p.1094.
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