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24/08/2020 1 Enfermagem na Saúde Coletiva Turma ENF8B A evolução histórica das políticas de saúde no Brasil Primeiras medidas sanitaristas no Brasil. Reforma Sanitária Brasileira Módulo 4 – 1º bimestre/2020 Prof. Raquel de Paula A evolução histórica das políticas de saúde no Brasil • As políticas públicas de saúde no Brasil têm sofrido modificações ao longo dos anos, e tais mudanças historicamente têm sido pelo menos aparentemente para adequarem-se aos contextos políticos, econômicos e sociais. • 1789: Rio de Janeiro : apenas 4 médicos • Somente com a chegada da família real, em 1808, é que algumas normas sanitárias foram impostas para os portos, numa tentativa de impedir a entrada de doenças contagiosas que pudessem colocar em risco a integridade da saúde da realeza. 24/08/2020 2 • Em 1822, com a Independência do Brasil, algumas políticas débeis de saúde foram implantadas, tais políticas eram referentes ao controle dos portos e atribuía às províncias quaisquer decisões sobre tais questões. • Somente com a Proclamação da República, em 1889, é que as práticas de saúde em nível nacional tiveram início. • Principais doenças: – varíola – febre amarela – cólera • Condições precárias > poucos médicos (europeus) • inexistência de saneamento básico e de políticas públicas de saúde • Causa das epidemias: “Miasmas” (odor de animais e vegetais em decomposição) 24/08/2020 3 Varíola • Surgimento: Registro datam de antes da era cristã, na Índia. • Último caso registrado: Em 1977, na Somália Vítimas da doença em todo o mundo: cerca de 300 milhões de pessoas • Agente causador: Orthopoxvírus variolae Inventor da vacina da Varíola Edward Jenner nasceu em Berkeley, na Inglaterra, em 17 de maio de 1749 24/08/2020 4 Transmissão • Convívio com o doente. • Fluídos corporais (saliva, secreção mucosa etc.) • Contato com objetos contaminados Sintomas • Sintomas de gripe • Febre • Mal estar • Dores Musculares e gástricas • Vômitos • Pústulas • Hemorragias • Cefaleia • Dificuldade Respiratória. 24/08/2020 5 Evolução das pústulas https://www.scielo.br/pdf/ramb/v48n4/14209.pdf https://www.scielo.br/pdf/ramb/v48n4/14209.pdf 24/08/2020 6 Diagnóstico e tratamento • Análise das pústulas • Vacina: a aplicação da vacina pode ser feita na pessoa infectada entre um e quatro dias no máximo após a exposição. • Antibióticos: após o início dos sintomas, o tratamento se torna ainda mais limitado. No caso de infecções, antibióticos podem ser administrados, porém com objetivos paliativos. • Isolamento: o isolamento também é uma alternativa de tratamento, para que a pessoa não tenha sua imunidade prejudicada por conta do ambiente externo, bem como para que outras pessoas não corram o risco de ser infectadas. • A varíola não tem cura Alguns casos específicos o uso de alguns antibióticos são importantes para a prevenção de bactérias que causem novas infecções na pessoa já contaminada com a Varíola, uma vez que o sistema imunológico fica comprometido e fragilizado devido a doença. 24/08/2020 7 Revolta da Vacina (1904) Febre amarela • A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda transmitida por vetores artrópodes e causada por um vírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae. 24/08/2020 8 Febre amarela urbana: transmitida pelo mosquito Aedes aegypti Febre amarela silvestre: transmitida pelo mosquito Haemagogus Transmissão 24/08/2020 9 Vacinação 24/08/2020 10 Cólera • Bactéria Vibrio cholerae. • Os sintomas podem variar entre nenhum, moderados ou graves. • Diarrea aquosa, vômitos e cãibras musculares • Desidratação e distúrbio eletrolítico 24/08/2020 11 Primeiras medidas sanitaristas no Brasil. • Médico Oswaldo Cruz (sem ação educativa) : para erradicar a febre amarela utilizou medidas radicais: invasão de casas - queima de colchões e roupas • Modelo de intervenção - CAMPANHISTA: visão militar, uso da força e da autoridade • Revolta da Vacina (31/10/1904) > vacinação compulsória anti-varíola Lei Federal nº 1261: vacinação obrigatória 1892:Criação de laboratórios Bacteriológico Vacinogênico e de Análise Clínicas e Farmacêuticas Ampliados logo depois, transformaram – se, respectivamente, nos institutos Butantã, biológico e bacteriológico (Adolfo Lutz) 24/08/2020 12 • Oswaldo Cruz e Carlos Chagas que estiveram à frente da Diretoria Geral de Saúde pública (DGSP), implementaram um modelo SANITARISTA visando erradicar epidemias urbanas e a criação de um novo Código de Saúde Pública, tornando-se responsável pelos serviços sanitários e de profilaxia no país, respectivamente. Erradicou a malária • 1903 – Contratação de pesquisadores estrangeiros. • 1908 – Instituto Oswaldo Cruz • 1909 – Descoberta do agente causador da Doença de Chagas (Tripanosoma Cruzi) “Jeca Tatu” representava o caboclo brasileiro . Era um homem fraco e desanimado, cujas enfermidades o impediam de participar no esforço de fazer o Brasil progredir. 24/08/2020 13 • 1920 – Carlos Chagas (sucessor de Oswaldo Cruz) • Campanhas educativas - Reestruturou o Departamento Nacional de Saúde • Introduziu a propaganda e a educação sanitária inovando o modelo Campanhista • Criaram - se órgãos especiais na luta contra a tuberculose, a lepra e as doenças venéreas • Criação da Escola Ana Nery - 1923 • Lei Eloi Chaves (marco inicial da previdência social no Brasil) • criação das (CAPs)Caixas de Aposentadoria e Pensão • (modelo de assistência à saúde para as pessoas pobres, mantidas pelas empresas) • O Estado brasileiro teve sua primeira intervenção em 1923, com a Lei Elói Chaves, através da criação das Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPs), que asseguravam aos trabalhadores e empresas assistência médica, medicamentos, aposentadorias e pensões. • É a primeira vez que o Estado interfere para criar um mecanismo destinado a garantir ao trabalhador algum tipo de assistência. • Todavia, o direito às CAPs é desigual, pois elas são organizadas somente nas empresas que estão ligadas à exportação e ao comércio (ferroviárias, marítimas e bancárias), atividades que na época eram fundamentais para o desenvolvimento do capitalismo no Brasil . 24/08/2020 14 • As empresas recolhiam mensalmente as contribuições • Os fundos proviam as aposentadorias e pensões • Socorros médicos que se estendiam aos familiares, medicamentos obtidos por preço especial, pensão para os herdeiros em caso de morte, despesas em caso de acidentes de trabalho • Foram substituídas pelos Institutos de Aposentadoria e Pensões (IAPs) passando a abranger uma quantidade maior de trabalhadores. 1930 Ministério da Educação e Saúde Pública Getúlio Vargas, então Presidente, e Gustavo Capanema, Ministro da Educação e Saúde Pública 24/08/2020 15 Ministério da Educação e Saúde Pública, Rio de Janeiro. • Em 1937 Getúlio Vargas decreta "Estado de Sítio“, fecha o Congresso e cancela as eleições presidenciais • Instala – se o Estado Novo que dura até 1945 • A ação do Estado no setor da saúde se divide claramente em dois ramos : – de um lado a saúde pública, de caráter preventivo e conduzida através de campanhas – de outro, a assistência médica, e caráter curativo, conduzida através da ação da previdência social • Após o término da II Guerra Mundial, Getúlio Vargas é derrubado 24/08/2020 16 • É promulgada a Constituição de 1945 e o General Dutra assume a presidência, mas Vargas é reeleito em 1950 .• A influência americana na área da saúde, refletiu – se na construção de um modelo semelhante aos padrões americanos, no qual a construção de grandes hospitais e equipamentos, concentra o atendimento médico de toda uma região, colocando em segundo plano a rede de postos de saúde, consultórios e ambulatórios, cujos custos são bem menores . • Havia uma tendência de construção de hospitais cada vez maiores em quantidade e extensão Regime militar: histórico da saúde pública • No ano de 1964 os rumos da história brasileira são totalmente alterados com o golpe militar. • Regime governamental de caráter ditatorial e autoritário com o uso excessivo das forças policiais e das medidas de repressão. 24/08/2020 17 • Nessa dinâmica foi vivenciado o chamado “milagre econômico”, que inicialmente possibilitou uma melhoria nos ganhos do país, mas que no final do regime militar causou uma recessão com altos índices de desemprego, inflação e pobreza para a população brasileira como um todo. A Saúde Pública no Brasil durante o regime militar começou com um processo de mudança que criou as primeiras bases para o surgimento do SUS (Sistema Único de Saúde), na década de 1990. • Alguns IAPs (Instituto de Aposentadoria e Previdência) tinham muito dinheiro e começaram a construir seus próprios hospitais, mas algumas empresas não estavam satisfeitas com o atendimento médico oferecido . • Foi a partir desta situação que surgiu a medicina de grupo (convênios), ou seja, empresas particulares cuja finalidade era prestar serviços médicos aos funcionários das empresas que os contratavam . 24/08/2020 18 • O arroxo salarial, o êxodo rural, a miséria, o número de acidentes de trabalho, a mortalidade infantil, a incidência dos casos de hanseníase, varíola e poliomielite cresceram muito no período militar. • Salário que não sofre 'aumento'. Fica apertado, espremido. Mas, tão 'apertado', que ele se estrangula. • A estratégia do arrocho salarial havia sido empregada pela primeira vez em 1964, com o objetivo de “estabilizar a economia” • Arrocho salarial é a consequência de uma política salarial cujos reajustes não acompanham a inflação. • Pode ocorrer como política de governo ou decorrente da livre negociação entre empresas e trabalhadores. 24/08/2020 19 • A ditadura deteriorou as condições de saúde da população, tanto pelo aumento da miséria nas cidades, quanto pela mudança de ênfase dos investimentos em saúde. 1967: Decreto-Lei 200 • Definiu de forma geral o modo de organização da administração pública e, com relação ao sistema de saúde, redefiniu as competências do Ministério da Saúde que passaram a ser: – Formulação da Política Nacional de Saúde; – Assistência Médica Ambulatorial; – Prevenção à Saúde; – Controle Sanitário; – Pesquisas na área da saúde. 24/08/2020 20 • Com essas alterações, o Ministério da Saúde deixou de ser apenas um aparato burocrático para se tornar efetivamente o órgão máximo de gestão responsável pela condução das políticas públicas de saúde no país. • A partir desse avanço e fortalecimento do Ministério da Saúde, o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERu) criado no período anterior foi substituído, em 1970, pela SUCAM (Superintendência de Campanhas de Saúde Pública), que tinha como principal função o controle permanente das endemias existentes no Brasil. • Em 1975 é criado o Sistema Nacional de Saúde, instituindo um sistema de assistência à saúde com validade para todo o território nacional; sendo que esta criação foi o embrião inicial para a ideia do SUS, que surgiria algumas décadas depois. O processo de melhoria no sistema de saúde brasileiro foi continuado por meio da criação do PIASS (Programa de Interiorização das Ações de Saúde e Saneamento), proporcionando a implantação de postos de atendimento de saúde nos municípios pequenos de todo o país. 24/08/2020 21 IMPACTO • O surgimento do INPS gerou um grande aumento do número de beneficiários, exigindo uma melhoria no sistema de assistência médica. • E, neste momento, o governo militar ao invés de investir no setor público por meio do Ministério da Saúde, direcionou grandes somas de recursos financeiros para atenção privada à saúde. • A partir disso, foram feitos contratos e convênios com profissionais de saúde em uma dinâmica na qual o pagamento era feito para cada procedimento realizado. • Eram comuns neste período as fraudes, como cirurgias de fimose em mulheres ou até partos sendo feitos em homens. • Outra consequência dessa política executada pelos militares foi o uso de dinheiro público para a construção de hospitais particulares em todo o país, gerando, assim, um verdadeiro complexo médico-hospitalar com foco nos médicos, remédios e hospitais que prevalece até os dias atuais. • E para controlar todo esse sistema, que com o passar do tempo foi se tornando grandioso e complexo, foi criado em 1978 o INAMPS (Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social). 24/08/2020 22 • No final da década de 70 e início de 80 , sindicatos e partidos iniciaram uma fase de agitação, questionando a saúde e as políticas de saúde no Brasil . • Acadêmicos, cientistas e "tecnocratas progressistas” debatiam em seminários e congressos as epidemias, as endemias e a degradação da qualidade de vida da população. • A discussão tomou força com os movimentos populares (associação de moradores, de mulheres, sindicatos, igreja e partidos políticos), que passaram a exigir soluções para os problemas da saúde criados pelo regime autoritário • A partir de 1983 , a sociedade civil organizada reivindicou, junto com um Congresso firme e atuante, novas políticas sociais que pudessem assegurar plenos direitos de cidadania aos brasileiros, inclusive direito à saúde, visto também como dever do Estado . • Pela primeira vez na história do país, a saúde era vista socialmente como um direito universal e dever do Estado, isto é, como dimensão social da cidadania . 24/08/2020 23 • Durante a transição democrática, finalmente a Saúde Pública passa a ter um fiscalização da sociedade . Na tentativa de combater fraudes, em 1981 , ainda sob o governo dos militares, é criado o Conselho Consultivo de Administração da Saúde Previdenciária ( Conasp ) ligado ao INAMPS . • Em 1983 foi criado a AIS (Ações Integradas de Saúde) visando um novo modelo assistencial que incorporava o setor público, procurando integrar ações curativas – preventivas e educativas ao mesmo tempo . • Esse período coincidiu com o movimento de transição democrática, com eleição direta para governadores . • Com o fim do regime militar ( 1985 ), surgem outros órgãos que incluem a participação da sociedade civil como o Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde ( Conass ) e o Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde ( Conasems ) . 24/08/2020 24 • Se de um lado, a sociedade civil começou a ser mais ouvida, do outro, o sistema privado de saúde, que havia se beneficiado da política anterior, teve que arranjar outras alternativas - começa a era dos convênios médicos . • A classe média, principal alvo destes grupos, adere rapidamente, respondendo contra as falhas da saúde pública: crescimento dos planos. • Ao lado dessas mudanças, os constituintes da transição democrática começaram a criar um novo sistema de saúde, que mudou os parâmetros da saúde pública no Brasil, o SUS. • A Constituição Federal de 1988 deu nova forma à saúde no Brasil, estabelecendo-a como direito universal. • A saúde passou a ser dever constitucional de todas as esferas de governo sendo que antes era apenas da União e relativo ao trabalhador segurado. • O conceito de saúdefoi ampliado e vinculado às políticas sociais e econômicas. A assistência é concebida de forma integral (preventiva e curativa). • Definiu-se a gestão participativa como importante inovação, assim como comando e fundos financeiros únicos para cada esfera de governo (BRASIL, 1988). 24/08/2020 25 • Antes da Constituição Federal de 1988, o Brasil não possuía um sistema de saúde organizado, as ações e serviços de saúde eram EXCLUDENTES e CONTRIBUTIVOS, ou seja, apenas quem podia pagar a medicina privada e quem contribua com a previdência social / INPS –Instituto Nacional da Previdência Social tinha acesso. • À outra parte da população cabia o atendimento nas Santas Casas de Misericórdia. O SUS é institucionalizado com a promulgação da Constituição Federal de 1988 1. O movimento sanitário traz os ideais da reforma e solicita mudanças no setor saúde, tendo como marco a VIII Conferência Nacional de Saúde (a primeira com participação popular) 2. A institucionalização DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE ACONTECE COM A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO DE 1988 (arts. 196 ao 200). 24/08/2020 26 • Não há como entender o SUS que temos sem fazer uma volta ao tempo. Para entendermos o nosso sistema de saúde, suas dificuldades e avanços, precisamos fazer uma viagem ao passado e perceber como as ações e serviços de saúde eram ofertados antes da criação de um sistema para todos. • Faz-se necessário o conhecimento de fatos históricos do Brasil, pois as bancas pedem datas, períodos e fatos marcantes, por este motivo, trago a LINHA DO TEMPO DA HISTÓRIA DAS POLÍTICAS DE SAÚDE. 1930 – Criação do Ministério da Saúde e Educação 1923 – Lei Eloy Chaves: criação das CAPS 1917 – Reforma do Porto de Santos 1904 – Revolta da Vacina – Oswaldo Cruz 1900 – Sanitarismo Campanhista 24/08/2020 27 1964 – Golpe Militar - Retrocessso 1963 – III Conferência Nacional de Saúde – Campanha pela Municipalização 1953 – Criação do Ministério da Saúde 1942 – I Conferência Nacional de Saúde e criação da SESP 1933 – Criação dos IAPs Secretaria de Estado da Segurança Pública e Defesa Social 1986 – VIII Conferência Nacional de Saúde 1983 - AIS: Ações Integradas da Saúde 1981 – Criação do CONASP 1974 – Criação do INAMPS 1966 – Unificação dos IAPs e criação do INPS Conselho Nacional de Administração da Saúde Previdenciária 24/08/2020 28 • A primeira LOS regulamenta o SUS em todo o país definindo seus princípios e diretrizes, que contemplam a universalidade, a integralidade da assistência, equidade, descentralização e a participação da comunidade. • Estabelece condições para o norteamento do gerenciamento e sobre as condições para a promoção, proteção, recuperação da saúde, organização e funcionamento dos serviços de saúde. • A segunda LOS regulamenta a participação da sociedade na formulação das políticas de saúde, dispõe sobre as transferências intergovernamentais de recursos através do Fundo Nacional de Saúde, que faria o repasse de forma regular e automática para cada esfera. LOS: Lei Orgânica de Saúde • As Normas Operacionais Básicas (NOB’s) foram instituídas para nortear a operacionalização do sistema, sendo a mais importante a NOB\SUS 01-96, pois a partir dela o município tornou-se o principal responsável por atender às necessidades do cidadão com requisitos de Gestão Plena da Atenção Básica e Gestão Plena do Sistema Municipal. • O Município passou a ser responsável, dentre outras, pela elaboração da programação municipal dos serviços básicos de saúde bem como pelos serviços de referência ambulatorial especializada e hospitalar; executar ações básicas de vigilância sanitária e epidemiológica, de média e alta complexidade; manter os sistemas de cadastros atualizados e avaliar o impacto das ações do sistema sobre as condições de saúde da população e do meio ambiente. 24/08/2020 29 • A União passou a normalizar e financiar e os Municípios a executar as ações. Criou a Programação Pactuada e Integrada (PPI), que tinha como objetivo alocar recursos de assistência à saúde nos estados e municípios, como forma de universalizar o acesso da população a todo tipo de assistência nos três níveis de complexidade. • Também foi criado o Piso de Atenção Básica (PAB), que alterou o financiamento das ações básicas, tornando necessário uma avaliação da aplicação dos recursos e impactos. • A NOAS – SUS 01\2001 transformou o modelo vigente de gestão em Gestão Plena da Atenção Básica – Ampliada (GPAB-A), ampliando o debate sobre a municipalização\regionalização e instituindo o Plano Diretor de Regionalização (PDR) • Estabeleceu as diretrizes para uma assistência regionalizada, organizada, de forma que o território estadual foi dividido em regiões e microrregiões de saúde tendo como base critérios sanitários, epidemiológicos, geográficos, sociais, a oferta de serviços e a acessibilidade que a população tem aos mesmos, bem como o diagnóstico dos problemas de saúde mais frequentes e das prioridades de intervenção. 24/08/2020 30 • E o Plano Diretor de Investimentos (PDI), que define as prioridades e estabelece as estratégias no que se refere a investimentos dos recursos de modo que seja prestada assistência em todos os níveis de complexidade INSTRUMENTOS DE GESTÃO • Plano Diretor de Regionalização – PDR • Plano Diretor de Investimentos – PDI • Programação Pactuada Integrada – PPI RESPONSABILIDADES E AÇÕES ESTRATÉGICAS MÍNIMAS DE ATENÇÃO BÁSICA – NOAS • Ações de Saúde da Criança • Ações de Saúde da Mulher • Controle da Hipertensão • Controle do Diabetes • Controle da Tuberculose • Eliminação da Hanseníase • Ações de Saúde Bucal 24/08/2020 31 Maria das Graças Santos CavalcanteI; Isabella SamicoII; Paulo Germano de FriasII; Suely Arruda VidalII Análise de implantação das áreas estratégicas da atenção básica nas equipes de Saúde da Família em município de uma Região Metropolitana do Nordeste Brasileiro. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. vol.6 no.4 Recife 2006 • OBJETIVOS: avaliar a implantação das áreas estratégicas da atenção básica nas Equipes de Saúde da Família em Camaragibe, estado de Pernambuco, Brasil. • RESULTADOS: grau de implantação considerado implantado para saúde da mulher, controle da hipertensão, diabetes, e eliminação da hanseníase, e tuberculose; parcialmente implantado para saúde da criança; não implantado para saúde bucal. O conjunto das áreas estratégicas foi parcialmente implantado. Quanto à compatibilidade entre grau de implantação e resultados, verificou-se coerência para as ações de saúde da mulher, controle da hipertensão e diabetes. Para as demais ações nem sempre a elevada adesão às normas pelos serviços de saúde se traduziu em indicadores de resultado favoráveis. A relação da implantação da área de saúde bucal com os resultados ficou impossibilitada pela insuficiente cobertura no município. • CONCLUSÕES: grau de implantação parcialmente implantado para o conjunto das áreas estratégicas e indicadores de saúde do município endossa a opção de prosseguir no desenvolvimento desse modelo de atenção à saúde e a necessidade de superar os pontos críticos identificados. http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v6n4/11.pdf http://www.scielo.br/pdf/rbsmi/v6n4/11.pdf 24/08/2020 32 • Em 2006 com o Pacto pela Saúde, foram extintas essas formas de habilitação, através da Portaria Nº 399\2006 passando a vigorar o Termo de Compromisso e Gestão (TCG) que contemplava atribuições dos entes federados bem como os indicadores de monitoramento e avaliação dos Pactos. • Em 2008 a Portaria do MS Nº 325\08 criou mais cinco prioridades no Pacto pela Vida passando a totalizar onze prioridades. • As cinco prioridades estabelecidas foram: – Saúde do Trabalhador; – Saúde Mental;– Fortalecimento da capacidade de resposta do sistema de saúde às pessoas com deficiência; – Atenção integral às pessoas em situação ou risco de violência; – Saúde do Homem 24/08/2020 33 • O Pacto em Defesa do SUS expressa os compromissos entre os gestores com a consolidação do processo da Reforma Sanitária Brasileira e o Pacto de Gestão do SUS estabelece as responsabilidades dos entes federados para o fortalecimento da gestão em seus eixos de ação. • Já em 2011 com o Decreto Nº 7.508\2011 o TCG (Termo de Compromisso e Gestão) foi substituído pelo • Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) tendo como objetivo a organização e a integração das ações e serviços de saúde, sob responsabilidade dos entes federativos com a finalidade de garantir a integralidade das ações e serviços de saúde a partir da definição de responsabilidades, indicadores e metas de saúde, desempenho, recursos financeiros. 24/08/2020 34 • Reconhece a atenção básica como porta de entrada do sistema e como eixo principal das Redes de Atenção a Saúde (RAS) que constitui um conjunto de ações e serviços de saúde articulados em níveis de complexidade crescente com o intuito de garantir a integralidade tendo como porta de entrada para tais ações: • a atenção primária; • urgência e emergência; • atenção psicossocial e serviços especiais de acesso aberto; e, • a partir destes partem as referências para serviços de atenção ambulatorial e hospitalar especializado. Reforma Sanitária Brasileira A definição do termo “Reforma Sanitária” não é um consenso. No geral, se refere às mais variadas experiências de reformulação normativa e institucional no campo da assistência à saúde da população. 24/08/2020 35 • No início, o movimento pela reforma sanitária não tinha uma denominação específica. • Era constituído por um conjunto de pessoas com ideias comuns para o campo da saúde. Em uma reunião na Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), em Brasília, esse “movimento” foi primariamente denominado “partido sanitário”. • Nos anos 80, o termo “crise sanitária” não é mais usado, mas sim crise dos sistemas de serviços de saúde. • Na maioria da literatura que se dedicou a discutir essa crise, observa-se uma grande homogeneidade nas avaliações e a constatação de uma grande quantidade de problemas semelhantes enfrentados por todos os sistemas sanitários nos diversos países. A construção do projeto da reforma sanitária fundou- se na noção de crise: crise do conhecimento e da prática médica, crise do autoritarismo, crise do estado sanitário da população, crise do sistema de prestação de serviços de saúde. 24/08/2020 36 • 1986, Reviravolta na saúde: origem e articulação do movimento sanitário”, esse movimento pela saúde foi denominado pela primeira vez de movimento sanitário. • Surgiram, também, outras denominações, como “movimento pela reforma sanitária” e “movimento da reforma sanitária”. • A Reforma Sanitária brasileira nasceu na luta contra a ditadura, com o tema Saúde e Democracia, e estruturou-se nas universidades, no movimento sindical, em experiências regionais de organização de serviços. • Os marcos institucionais que datam o início da Reforma Sanitária foram: – 1976: CEBES - Centro Brasileiro de Estudos de Saúde – 1979: ABRASCO-Associação Brasileira de Pós- Graduação em Saúde Coletiva Essas instituições se empenhavam na universalidade e equidade da assistência à saúde. A ideologia do movimento pela reforma sanitária brasileira preconizava a saúde não como uma questão a ser resolvida pelos serviços médicos como uma questão social e política a ser abordada no espaço público. 24/08/2020 37 • O movimento da reforma sanitária cresceu e formou uma aliança com parlamentares progressistas, gestores da saúde municipal e outros movimentos sociais. • De 1979 em diante foram realizadas reuniões de técnicos e gestores municipais, e, em 1980, constituiu -se o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS). • https://www.abrasco.org.br/site/ https://www.abrasco.org.br/site/ 24/08/2020 38
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