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Teorias de Enfermagem
Meleis (2007 apud Tannure e Pinheiro, 2015, p. 18), define teoria de enfermagem como um conjunto de afirmações sistemáticas, relacionadas com questões importantes de uma disciplina, que são comunicadas de modo coerente, sendo compostas por conceitos que se relacionam entre si.
Ainda de acordo com a referência apresentada, as teorias devem direcionar as ações do enfermeiro, de modo que se possa responsabilizá-lo pelo cuidado a serem prestados aos pacientes, não mais de forma empírica.
 Teoria Ambiental: Florence Nightingale (1820/1910)
Haddad e Santos (2011) afirmam que o princípio fundamental do legado de Florence para a prática da profissão é a questão do ambiente. Os ideais referentes a esse princípio foram fundamentados na Teoria Ambientalista e foram considerados primordiais para o sucesso do trabalho de Florence e suas aprendizes, sendo verificados na eficaz redução das mortes de soldados feridos por infecção e na recuperação de pacientes.
Florence introduziu uma visão de enfermagem não só de intervenção direta no doente, mas da mesma forma ampliou as funções para o meio ambiente, organizando os serviços de lavanderia, rouparia, cozinha, dietética, almoxarifado e limpeza, tendo o controle deste [ambiente hospitalar] por meio de observação e supervisão rigorosas: organizou a hierarquia do serviço e introduziu o rigor da disciplina na Enfermagem (Formiga e Germano, 2005).
Segundo George et al. (1993), há quatro conceitos principais que refletem a visão de Florence, trazendo significação à sua teoria. Tais conceitos conferem um amplo espectro de mundo, no qual devemos contextualizar o profissional de enfermagem:
• homem ou indivíduo – possui poderes reparadores vitais para lidar com a doença;
• enfermagem – a meta é colocar o indivíduo na melhor condição à ação da natureza que se dá, basicamente, através do impacto sobre o ambiente;
• saúde/doença – o foco recai sobre o processo reparador de melhora;
• sociedade/ambiente – envolve aquelas condições externas que afetam a vida e o desenvolvimento da pessoa. O foco recai sobre a ventilação, o calor, os odores, os barulhos e a iluminação.
Teoria das Necessidades Básicas, de Virgínia Henderson
Segundo Araújo et al. (2013), Virgínia Henderson baseia a sua concepção de enfermagem nos seguintes pressupostos:
• tanto o enfermeiro como a pessoa valorizam a independência sobre a dependência;
• a saúde tem um significado social, bem como um significado individual;
• toda pessoa tende a alcançar o mais alto nível de saúde ou, na sua impossibilidade, uma morte serena;
• quando a pessoa tem conhecimento, força e/ou vontade, ela tende a alcançar a saúde;
• tanto a pessoa como o enfermeiro devem definir objetivos congruentes;
• os cuidados de enfermagem devem se basear na satisfação de catorze necessidades básicas;
• o enfermeiro deve ter em conta o plano terapêutico prescrito pelo médico ao definir os objetivos dos cuidados;
• a prática profissional do enfermeiro deve se basear nos contributos gerados pela investigação em enfermagem/conhecimento.
Ainda de acordo com os autores supracitados, para Virgínia Henderson todas as necessidades se encontram relacionadas, sendo a satisfação de qualquer uma delas diferente de pessoa para pessoa, variando de acordo com os fatores psicológicos, sociais e culturais, e também de acordo com sua percepção do que é certo ou normal.
Segundo Henderson (2004, p. 114 apud Araújo et al. 2013), as catorze necessidades básicas são:
• respirar normalmente;
• comer e beber adequadamente;
• eliminar os resíduos corporais;
• mover-se e manter posturas corretas; 
• dormir e descansar;
• vestir-se e despir-se, selecionando vestuário adequado;
• manter a higiene e a proteção da pele;
• evitar perigos ambientais e evitar que prejudiquem os outros;
• comunicar-se com os outros expressando emoções, necessidades, receios e opiniões;
• viver segundo crenças e valores;
• trabalhar de forma a obter realização e satisfação;
• participar de diferentes atividades recreativas;
• aprender, descobrir ou satisfazer a curiosidade que conduz ao desenvolvimento normal e à saúde, utilizando os meios disponíveis;
• manter a temperatura corporal, adaptando o vestuário e modificando o ambiente
A Teoria do Autocuidado, de Dorothea Orem
Segundo Diógenes e Pagliuca (2003), a teoria de enfermagem do déficit de autocuidado (teoria geral de enfermagem de Orem) é composta de três teorias inter-relacionadas, ou seja, a do autocuidado, a do déficit de autocuidado e a dos sistemas de enfermagem.
Incorporados a essas três teorias, Orem preconiza seis conceitos centrais e um periférico. Os seis conceitos centrais são: autocuidado; ação de autocuidado; déficit de autocuidado; demanda terapêutica de autocuidado; serviço de enfermagem; e sistema de enfermagem. A autora denominou o conceito periférico de “fatores condicionantes básicos”, que é relevante para a compreensão de sua teoria geral de enfermagem.
A Teoria do Autocuidado
Diógenes e Pagliuca (2003) afirmam que, no intuito de entendermos a teoria do autocuidado, é necessário definir os conceitos relacionados, tais como os de autocuidado, ação de autocuidado, fatores condicionantes básicos e demanda terapêutica de autocuidado. Para os autores, o autocuidado é a atividade que os indivíduos praticam em seu benefício para manter a vida, a saúde e o bem-estar. Ainda de acordo com os autores, a ação de autocuidado é a capacidade de o homem engajar-se no autocuidado.
São fatores condicionantes básicos se tratando de autocuidado (Diógenes e Pagliuca, 2003):
• idade;
• sexo;
• estado de desenvolvimento;
• estado de saúde;
• orientação sociocultural; e
• fatores do sistema de atendimento de saúde.
A teoria do déficit de autocuidado
Para Diógenes e Pagliuca (2003), o déficit de autocuidado ocorre quando o ser humano se acha limitado para prover autocuidado sistemático, necessitando de ajuda de enfermagem.
Dessa forma, constitui a essência da teoria geral de enfermagem de Orem, pois possibilita apontar a necessidade de enfermagem.
A teoria de sistemas de enfermagem
De acordo com Diógenes e Pagliuca (2003), essa teoria subdivide-se em: sistema totalmente compensatório, quando o ser humano está incapaz de cuidar de si mesmo, e a enfermeira o assiste, substituindo-o, sendo suficiente para ele; e sistema parcialmente compensatório, quando a enfermeira e o indivíduo participam na realização de ações terapêuticas de autocuidado. O sistema de apoio-educação é quando o indivíduo necessita de assistência na forma de apoio, orientação e ensinamento.
Teoria da Adaptação, de Sister Calista Roy (1939)
Segundo afirma Rodrigues et al. (2004), Roy desenvolveu um modelo conceitual para a enfermagem a partir de sua experiência como enfermeira pediátrica, admitindo que o conceito de adaptação poderia se constituir como um eixo orientador para a prática de enfermagem.
Sob a influência dos escritos de Dorothy Johnson sobre modelos conceituais de enfermagem e baseada na Teoria do Nível de Adaptação, de Helson’s (1964), Roy publicou seu primeiro manuscrito, conceitualizando o homem como sistema adaptativo. Mais tarde, influenciada por Ralph Turner, socióloga, Roy derivou sua explicação do autoconceito e função de papéis.
Ainda de acordo com os autores supracitados, durante o ano de 1990, como professora e teórica da escola de Enfermagem da Faculdade de Boston, Roy focalizou sua atenção nos movimentos contemporâneos sobre conhecimento de enfermagem e aprofundou a espiritualidade com uma compreensão do papel da enfermagem na promoção da adaptação. Roy considera como metaparadigmas em seu modelo: pessoa, ambiente, saúde e meta de enfermagem.
Além desses quatro grandes conceitos que constituem o domínio da enfermagem, Roy descreve uma classe de estímulos que interagem com a pessoa: estímulos focais, definidos como estímulos internos ou externos, que confrontam imediatamente a pessoa; contextuais, são os outros estímulos que influenciam a situação; e residuais, estímulos presentes ou não na pessoa, relevantes à situação, mas cujos efeitossão indefinidos (Rodrigues et al., 2004).
Teoria das Relações Interpessoais, de Hildegard Peplau (1952)
Peplau, em sua teoria, define homem como um organismo que “luta à sua própria maneira para reduzir a tensão gerada pelas necessidades” e ainda define saúde como “uma palavra simbólica que implica o movimento adicional da personalidade e de outros processos humanos em curso na direção de uma vida criativa, construtiva, produtiva, pessoal e comunitária” (George, 1993).
Dessa forma, sobre as interações terapêuticas oriundas do processo de relação interpessoal ou relacionamento enfermeiro-cliente, Peplau conceitua como sendo aquela em que duas pessoas chegam a se conhecer suficientemente para enfrentar os problemas que surjam de forma cooperativa. Para que a dinâmica da relação interpessoal possa acontecer, é necessária que as ações do enfermeiro sejam destinadas às pessoas que necessitem de cuidados, de tal modo que essas possam refletir na comunidade em que vivem (Moraes et al., 2006).
Morais et al. (2006) afirmam ainda que, em sua teoria, Peplau explica o processo de relação interpessoal da enfermagem em quatro fases sequenciais: orientação, identificação, exploração e solução. Essas etapas estão superpostas e devem ser consideradas de forma relacionada, uma vez que o processo evolui na direção de uma solução, e podem ser correlacionadas com as etapas tradicionais do processo de enfermagem, ou seja, levantamento de dados, diagnósticos de enfermagem, planejamento e implementação de intervenções e avaliação, respectivamente.
Teoria Holística, de Myra e Levine (1967)
Segundo Piccoli e Galvão (2005), em seu modelo conceitual, Levine desenvolveu quatro princípios de conservação: energia; integridade estrutural; integridade pessoal; e integridade social do paciente. O modelo conceitual de Levine centraliza-se na intervenção da enfermagem, na adaptação e na reação dos pacientes à doença.
Segundo Leonard (1993 apud Piccoli e Galvão, 2005), Levine entende que o ser humano deve ser visto no todo, o que leva o indivíduo a um ser complexo que é dependente de sua relação com os outros. As dimensões dessa dependência estão ligadas com os quatro princípios de conservação, de modo que essa dependência existe em todas as passagens de sua existência e na sobrevivência. Afirma também que o enfermeiro deve estar consciente dessa dependência e estar preparado para atuar na transformação que o estresse causado por algum desequilíbrio possa causar no funcionamento do organismo humano. Levine acredita que o enfermeiro deve assumir a ajuda ao paciente para transformá-lo e auxiliá-lo na adaptação às mudanças oriundas da doença.
A conservação da energia que consiste no primeiro princípio, refere-se ao equilíbrio entre a energia
de saída e a energia de entrada, com o propósito de evitar cansaço excessivo utilizando repouso, nutrição e exercícios adequados. Levine acrescenta que a habilidade do corpo humano, é dependente do seu balanço de energia, e a energia exigida pelas alterações fisiológicas durante a doença, representa uma exigência adicional nos sistemas de produção para a cura.
O segundo princípio, conservação da integridade estrutural, refere-se à manutenção ou recuperaçãoda estrutura do corpo, ou seja, a prevenção do colapso físico e a promoção da cura.
O terceiro princípio, conservação da integridade pessoal, refere-se à manutenção ou recuperação da identidade e autoestima do paciente, sendo que para Levine o senso de identidade é a mais completa evidência de totalidade.
O último princípio, conservação da integridade social, consiste no reconhecimento do paciente como um ser social, envolve a interação humana, particularmente aquelas que são importantes ao paciente (Levine, 1973 apud Piccoli e Galvão, 2005).
Segundo esta teoria, a integridade do homem é conseguida por sua adaptação a quatro níveis de resposta do organismo, as quais são fisiologicamente determinadas para que haja a interação do homem com seu ambiente interno e externo.
Teoria das Necessidades Humanas Básicas, de Wanda Horta
O trabalho de Wanda Horta é baseado na teoria da motivação humana, de Abraham Maslow, a qual está fundamentada nas necessidades humanas básicas. Para ela, o ser humano é o único dotado de particularidades e características, o que o diferencia de qualquer outro ser existente no universo (Horta, 1979 apud Oliveira, 2001).
Horta (1979, p. 29 apud OLIVEIRA, 2001) conceitua a enfermagem como a ciência e a arte de assistir o ser humano. No atendimento de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência, quando possível pelo ensino do autocuidado, de recuperar, manter e promover a saúde em colaboração com outros profissionais.
A partir do conceito visto anteriormente, a enfermagem reconhece o ser humano como elemento participante e ativo no seu cuidado. Horta divide as funções do enfermeiro em três áreas:
• específica: ato de assistir o ser humano nas suas necessidades básicas, ensinando-lhe o autocuidado;
• interdependência com outras profissões: ato de manter, promover e recuperar a saúde;
• social: diz respeito ao ensinar, pesquisar e administrar, com responsabilidade, dentro dos preceitos ético-legais, devendo ser membro integrante de associações de classe.
O ser humano deve ser compreendido como indivíduo, família e comunidade, constituindo o mesmo tema central da Teoria das Necessidades Humanas Básicas, proposta por Wanda de Aguiar Horta (Oliveira, 2001).
As Necessidades Humanas Básicas (NHB) são entendidas como “estados de tensão. Conscientes ou inconscientes, resultantes dos desequilíbrios hemodinâmicos dos fenômenos vitais” (Horta, 1979, p. 39 apud Oliveira, 2001).
O Processo de Enfermagem é definido por Horta (1979) como “a dinâmica das ações sistematizadas e inter-relacionadas, visando a assistência ao ser humano” e corresponde “à relação do profissional com a clientela, através de um método que se compõe de seis fases ou passos inter-relacionados e de igual importância”.
Horta (1979 apud Oliveira, 2001) propõe, como metodologia para o processo sistematizado de enfermagem, as seguintes fases: histórico; diagnóstico de enfermagem; plano de assistência; prescrição; evolução; e prognóstico.
Teoria do Alcance dos Objetivos (Metas), de Imogenes King (1923-2007)
O pressuposto filosófico da teoria de King considera que o objeto de estudo na enfermagem é as interações dos seres humanos com o ambiente, que os leva a um estado de saúde que permite o desempenho de seus diferentes papéis sociais. Pressupõe, ainda, que os seres humanos são seres sociais, conscientes, racionais, perceptivos, que reagem, que têm objetivos, orientados para a ação e orientados no tempo (Moura et al., 2004).
King apresenta a enfermagem como um processo de interação enfermeira/cliente que colabora para o alcance dos objetivos no ambiente natural. Baseou-se na teoria dos sistemas, apoiando a ideia de que há um sistema social, interpessoal e pessoal.
Segundo Moura et al. (2004), para descrever a teoria do alcance de metas, King trabalhou com os conceitos de interação, percepção, comunicação, transação, self ou ego, papel, estresse, crescimento e desenvolvimento, espaço e tempo, tornando sua teoria relativamente simples, uma vez que estes conceitos estão claramente definidos e inter-relacionados de maneira lógica e coerente.
Ainda de acordo com os autores supracitados, as proposições da teoria do alcance de metas estão apresentadas de forma bastante explícita, ao King afirmar que:
se a percepção é acurada nas interações, ocorrerão as transações; se o enfermeiro e cliente fazem transações, os objetivos serão alcançados; se os objetivos forem alcançados, ocorrerá satisfação; se ocorrerem transações nas interações, o crescimento e o desenvolvimento serão fortalecidos; se as expectativas do papel e seu desempenho são percebidos pelo enfermeiro e pelo cliente e forem congruentes, ocorrem transações; se houver conflito de papéis, ocorre estresse; se o enfermeiro, com conhecimentos e habilidades especiais, comunica informações apropriadas, haveráalcance mútuo de objetivos.

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