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Logística Reversa • Aula 1 - Introdução a Logística Reversa o A Logística Reversa é um ramo da logística que aborda o fluxo físico de produtos, embalagens ou outros materiais, partindo do ponto de consumo até o local de sua origem. o Também pode ser definida como um conjunto de procedimentos que visam recolher e encaminhar os materiais pós-venda ou pós-consumo ao setor empresarial, visando posterior reaproveitamento ou correta disposição dos resíduos. o É muito importante entender que a implantação da Logística Reversa (LR) é diferente de um Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). ▪ O PGRS cuida do gerenciamento de resíduos sólidos durante o processo produtivo. ▪ O Plano de Logística Reversa irá se ocupar do gerenciamento de resíduos sólidos oriundo do próprio produto, após este ser vendido ou consumido. ▪ Em alguns casos, empresas com PGRS, podem ter o processo de implantação da Logística Reversa facilitado, pois já possuem informações que podem facilitar a identificação da destinação de resíduos, que por vezes, podem coincidir. o A Logística Reversa consiste em realizar a coleta de embalagens, equipamentos eletrônicos e outros produtos, visando seu correto descarte ou até mesmo a possibilidade de reutilização de seus componentes (Figura 1). o A LR parte do princípio que a responsabilidade do produto é responsabilidade de quem o produz. Logo, o destino final dos produtos gerados é de responsabilidade do fabricante, o qual deve buscar reduzir o impacto ambiental que eles podem vir a causar. o LOGÍSTICA EMPRESARIAL: ▪ A definição da Logística Empresarial é que ela é caracterizada pela administração dos fluxos de bens e serviços e da informação associada que os coloca em movimento, ou seja, no gerenciamento da cadeia de suprimentos (Supply Chain). ▪ A cadeia de suprimento é constituída pelo caminho que se estende desde as fontes de matérias-primas, passando pelo setor fabril e manufatura do produto, seguindo pelos distribuidores até chegar ao consumidor através do varejista. ▪ De maneira geral, a Logística Empresarial é uma área da administração que busca caminhos para organizar os processos de produção da empresa e coordenar todos os aspectos envolvidos neles. • Para tanto, é responsável por quatro funções básicas do processo de produção: aquisição, movimentação, armazenamento e entrega de produtos. • A Logística Empresarial oferece uma alternativa para a redução de custos, melhoria da qualidade, serviços mais rápidos e a fidelização do cliente; elas promovem melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos consumidores, através do planejamento, organização e controle efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos. o Diferença entre Logística Empresarial e Logística Reversa: ▪ De acordo com a CNLOG (2019), a Logística Empresarial é fundamental nas empresas, sendo responsável pela gestão de todos os materiais. Já uma das principais diferenças da Logística Reversa em relação à Logística Empresarial está no seu planejamento e controle, já que o monitoramento do produto não termina quando é entregue ao cliente. Mas é necessário continuar a gestão até a garantia da satisfação do cliente com o produto recebido e posteriormente sua destinação final. ▪ Já a Logística Reversa é uma evolução lógica da Logística Empresarial Tradicional, uma adaptação às necessidades do mercado e às empresas tradicionais de logística. A logística, nas suas novas fórmulas e modelos, continuará a ser uma parte importante do mundo dos negócios e do dia-a-dia das empresas e pessoas. Portanto, é importante adaptar-se às novas tendências no campo e aproveitá-las em tempo hábil para oferecer um melhor serviço (CNLOG, 2019). o Histórico da Logística Reversa: ▪ No final dos anos 70, a logística reversa começou a focar mais nas vantagens da reciclagem para o meio ambiente, além dos seus possíveis benefícios econômicos e da viabilização do retorno dos efluentes realizado pelos canais reversos. ▪ No Brasil, entre 2000 e 2009, segmentos como embalagens de agrotóxicos e de óleos lubrificantes, pneus, dentre outros, implementaram Sistemas de Logística Reversa com abrangência em vários Estados brasileiros. • Em 2011, o Ministério do Meio Ambiente instaurou o comitê orientador para a implementação de Sistemas de Logística Reversa junto aos setores de descarte de medicamentos, embalagens em geral, embalagens de óleos lubrificantes, eletroeletrônicos e lâmpadas fluorescentes (FIEPPR, 2014). • Em 2010, a LR se tornou um instrumento de desenvolvimento econômico e social da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), regulamentada pela Lei n. 12.305/2010 e pelo Decreto n. 7.404/2010. • A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) organiza a forma com que o país lida com o lixo, exigindo, dos setores públicos e privados, transparência no gerenciamento de seus resíduos. A PNRS possui os seguintes princípios: o O reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania; o O respeito às diversidades locais e regionais; o O direito da sociedade à informação e ao controle social; o A razoabilidade e a proporcionalidade. • Em 2021, foi assinado o Decreto n. 10.240, que regulamenta parte da PNRS e estabelece a Logística Reversa para o recolhimento de resíduos sólidos de composição eletroeletrônico. Este Decreto prevê que, na fase final, em 2025, sejam implantados 5 mil pontos de recolhimento distribuídos por todo Brasil. o Para Gomes (2016), dentre as justificativas para implantação da LR, temos: ▪ Ciclo de vida mercadológico cada vez mais reduzido devido à introdução constante de novos modelos, uso de materiais de menor durabilidade e não biodegradável, dificuldade técnica e econômica de conserto e tendência à descartabilidade; ▪ Exigências cada vez maiores e variadas de interesses sociais, ambientais e governamentais visando garantir seus negócios e a sua lucratividade ao longo do tempo; ▪ Necessidade de satisfazer os diferentes stakeholders (acionistas, funcionários, clientes, fornecedores, comunidade local e governo) que avaliam as empresas sob diferentes perspectivas; ▪ Necessidade de equacionar o retorno dos produtos de pós-venda em grande quantidade, sob pena de interferir nas operações e na rentabilidade das atividades das empresas; ▪ A urgência de diminuição da poluição por contaminação ou excesso; Legislações ambientais que desobrigam governos (tendência moderna) e responsabilizam as empresas, ou suas cadeias industriais, pelo equacionamento dos fluxos reversos dos produtos de pós-consumo; ▪ Risco à imagem da empresa, à sua reputação cidadã, que a obriga a ser consciente da responsabilidade socioambiental diante da comunidade; ▪ Objetivo de tornar possível o retorno dos bens ou de seus materiais constituintes ao ciclo produtivo de negócios; ▪ Agrega valor econômico, de serviço, ecológico, legal e de localização ao planejar redes reversas e às respectivas informações ao operacionalizar esse fluxo desde a coleta dos bens de pós consumo ou de pós-venda, por meio dos processamentos logísticos de consolidação, separação e seleção, até a reintegração ao ciclo. o Conclui-se assim que a Logística Reversa proporciona vantagens competitivas para a organização tanto em termos financeiros, ao reduzir os custos com embalagens, como também fortalecendo sua marca ao implementar um projeto que respeita o meio-ambiente e procura um resultado sustentável. o Um dos maiores desafios da Logística Reversa é a redução de custos e prazos de entrega e separação de pedidos. ▪ A demanda que os custos de devolução devem ser suportados pela empresa e não pelo cliente é cada vez mais difundida, e já é internalizada por inúmerasempresas de comércio eletrônico que oferecem devoluções livres se o cliente não estiver satisfeito com o produto recebido. ▪ Também é exigido que o produto solicitado seja recebido no menor prazo possível. Por isso, muitas empresas garantem a entrega e o retorno do produto; se necessário, em 24 horas. o Alguns dos fatores críticos e que contribuem positivamente para o desempenho do sistema de Logística Reversa são: ▪ bons controles de entrada, processos padronizados e mapeados; ▪ tempo de ciclo de vida reduzidos; ▪ sistemas de informação adequados, rede de logística planejada e boas relações colaborativas entre clientes e fornecedores. o Existem várias atividades logísticas necessárias para se atender aos objetivos de uma organização. De maneira geral, as atividades logísticas se dividem em primárias e de apoio. ▪ As atividades primárias são: transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos. ▪ As atividades de apoio são: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção/suprimento e programação de produtos (Figura 2). o Atividades da Logística: ▪ A logística busca proporcionar um nível de serviço satisfatório e a um custo competitivo, e muitas são as atividades da logísticas necessárias para atender estes objetivos; entre elas, existem as atividades primárias: transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos. Santos et al. (2016) descrevem cada etapa: ▪ O transporte é uma área operacional da logística que move e aloca, geograficamente, o inventário de itens de uma organização; devido a sua importância e custos envolvidos, a maiorias das empresas possuem gerentes responsáveis por esta área. Seu desempenho depende de três fatores principais: custo, velocidade e consistência. ▪ Com relação à manutenção de estoques, sabe que a mesma permite que o produto sempre esteja disponível para os clientes, agindo como um amortecedor entre a oferta e a procura. Porém, a manutenção de estoques aumenta o custo do produto e estreita os lucros da empresa, sendo necessária a sincronia perfeita entra a oferta e demanda, a fim de eliminar a manutenção de estoques. ▪ O processamento de pedidos é representado por um conjunto de atividades que fazem parte do ciclo de pedido do cliente. Cada empresa possui o próprio método de transmissão de pedidos manuais ou eletrônicos; anteriormente, estas etapas eram caracterizadas pela lentidão ao alto índice de erros, devido ao preenchimento dos pedidos em formulários de papel e envio dos mesmos através de vendedores ou via postal, sendo que, atualmente, com o desenvolvimento dos telefones, computadores e internet, existe uma grande revolução nesta área e melhor consistência e agilidade do processo. ▪ Apesar de transporte, manutenção de estoques e processamento de pedidos serem as principais atividades que contribuem para a disponibilidade e a condição física dos produtos, há uma série de atividades adicionais que servem de apoio às atividades primárias, entre elas: armazenagem, manuseio de materiais, embalagem, obtenção/suprimento e programação do produto. • A armazenagem consiste em avaliar os processos de estocagem, movimentação e atendimento dos pedidos. o Já em relação ao estratégico, o armazém serve como uma forma de ligação entre o canal de distribuição, passando a ter papel fundamental no atendimento ao cliente. o Por fim, são consideradas quatro razões básicas para que se use o espaço de armazenagem: reduzir custos de transporte e produção, coordenar oferta e demanda, assessorar no processamento de produção e colaborar no processo de comercialização. • O manuseio de materiais é uma atividade que está relacionada com a movimentação do produto no local de estocagem. Torna-se assim importante, uma vez que sua gestão eficiente pode ser o diferencial para a redução do custo total da movimentação e da estocagem da mercadoria, pois todo manuseio implica em, além de tempo, aumento do risco ao dano e perda do produto. • O projeto de embalagem permite garantir a movimentação de materiais sem quebras. o Além disso, as dimensões adequadas de empacotamento proporcionam manuseio e armazenagem eficientes. o Existem cinco tipos de embalagens, cada qual com suas características e aplicações, como: ▪ embalagens primárias, que envolvem diretamente o produto, aquela que os clientes tocam e extraem as informações contidas acerca do produto; ▪ secundárias, que protegem a primária, utilizadas para transporte e manipulação manual, como sacos, caixas, entre outros; ▪ terciárias, que compactam em seu interior um maior número de produtos, como as caixas de papelão, madeira e plástico; ▪ quaternárias, que são as facilitadoras na movimentação, pois concentra um número maior de unidades em seu interior, como os paletes; ▪ e por fim, as embalagens de quinto nível, conteinerizadas ou especiais para serem utilizadas para longas distâncias. o No desenvolvimento de embalagens, por exemplo, já se inicia a preocupação com a Logística Reversa, podendo discutir se a embalagem será retornável ou não. • A obtenção/suprimento é a atividade responsável por deixar o produto disponível para o sistema logístico, ou seja, trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado. • E, por fim, a programação de produto se refere primariamente às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas, ou seja, garante suporte ao fluxo de saída da cadeia de suprimentos. • Logística Reversa e seus motivadores: o De acordo com a CETESB (2021a), entende-se que existem quatro motivadores para a implementação não apenas da Logística Reversa, mas de toda uma política moderna de resíduos sólidos, a saber: ▪ Proteção ao ambiente e à saúde pública, evitando que a disposição inadequada dos resíduos provoque danos à saúde das pessoas ou ao meio ambiente; ▪ Geração de oportunidades de negócios, principalmente a partir do potencial de revalorização dos resíduos – criando renda, emprego e arrecadação; ▪ Atuação como uma “alavanca para a sustentabilidade”, promovendo um aumento na eficiência do uso dos recursos naturais ao substituí-los por materiais reutilizados e reciclados; ▪ Redistribuição de direitos e deveres sobre o gerenciamento dos resíduos. o Do ponto de vista internacional, existem quatro principais objetivos que devem ser buscados (CETESB, 2021a): ▪ Melhorar fisicamente a gestão de resíduos, propiciando meios para que uma quantidade crescente destes resíduos seja adequadamente coletada e destinada; ▪ Transferir a responsabilidade da gestão, principalmente financeira, dos municípios ao setor privado; ▪ Aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais pela sociedade, por meio do incremento nos índices de reuso, reciclagem e recuperação dos materiais; ▪ Incentivar a melhoria ambiental no projeto dos produtos e embalagens (promovendo o chamado ecodesign). o Dessa forma, os principais fatores que determinam a implantação e a manutenção do processo de Logística Reversa nas empresas são: o impacto ambiental, os recursos escassos, a legislação, a imagem institucional, o sistema de gestão ambiental e o envolvimento da alta administração (Santos; Souza, 2009). o Etapas para aplicação da Logística Reversa: ▪ Dentre as etapas para implantar um sistema de LR, deve-se tomar as seguintes ações: estabelecer uma política de troca e devoluções, capacitar a equipe, oferecer atendimento eficiente multicanal, informar o cliente, ter um protocolo de retorno de materiais, ter um controle financeiro e de estoque e utilizar um sistema de gestão integrado. Tais etapas são apresentadas mais detalhadamente no Quadro 1 (Schultz, 2019): ▪ A Logística Reversa cria obrigações e responsabilidades paraque fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores reaproveitem, coletem e deem a destinação final adequada dos resíduos. o Os canais reversos: Os canais de distribuição reversos (CDRs) constituem todas as etapas ou meios necessários para o retorno de uma parcela dos produtos comercializados, seja devido a defeitos de fabricação, prazo de validade vencido, ciclo de vida útil encerrado ou reaproveitamento de embalagens. Após o uso, o produto pode ser reinserido ao ciclo produtivo, podendo assim agregar valor através de seu reaproveitamento (Moreira; Bonfim, 2013). ▪ Na prática, o processo da Logística Reversa é distribuído em 3 etapas: • 1. O consumidor devolve o produto ou embalagem ao comerciante/distribuidor; • 2. O comerciante/distribuidor a remete ao fabricante/importador; • 3. O fabricante/importador encaminha para o reuso, reciclagem ou descarte adequado. o LR – PÓS-CONSUMO ▪ A Logística Reversa de pós-consumo é aquela necessária quando o ciclo de vida do produto acaba. Ela tem a função de operacionalizar o fluxo físico dos materiais, juntamente com as informações correspondentes aos bens de consumo que foram descartados pelo consumidor, sendo que esses bens podem ser selecionados da seguinte forma: bens no final de sua vida útil, bens usados com possibilidade de reutilização e os resíduos industriais (Coelho, 2010). ▪ Os bens de pós-consumo são os produtos ou materiais constituintes cujo prazo de vida útil chegou ao fim, sendo assim considerados impróprios para o consumo primário, ou seja, não podem ser comercializados em canais tradicionais de vendas. No entanto, não quer dizer que não possam ser reaproveitados (Portogente, 2016). • Já os produtos de pós-consumo se referem àqueles que encerram sua vida útil e que podem ser enviados a destinos finais tradicionais como a incineração ou aterros sanitários, ou retornar ao ciclo produtivo por meio de canais de desmanche, reciclagem e reuso em uma extensão de sua vida útil. O receptor do produto pós-consumo poderá reutilizá-lo para outros fins, reciclando, desmanchando e destinando os resíduos, sólidos ou líquidos, adequadamente (Portogente, 2016). • A Logística Reversa pós-consumo é o sistema que tem ganhado força nos últimos anos, uma vez que se tornou obrigatória para alguns setores devido à Lei n. 12.305/2010. o Caracteriza-se pela coleta e encaminhamento à reciclagem (ou outra destinação adequada) de produtos e seus resíduos após o descarte do consumidor final. Empresas fabricantes de produtos comercializados em embalagens, de uma maneira geral, costumam fazer implementar este sistema, uma vez que geram uma grande quantidade de resíduos e o setor possui forte regulamentação. ▪ EMPRESAS QUE PRECISAM FAZER A LOGÍSTICA REVERSA PÓS-CONSUMO • Dentre os principais tipos de logística reversa, a pós-consumo é a mais crescente e se relaciona diretamente com o resíduo produzido pelo consumo dos produtos. O art. 33 da Lei n. 12.305/2010 dita a obrigatoriedade do sistema para empresas fabricantes, importadoras, distribuidoras e comerciantes dos seguintes produtos: o Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; o Pilhas e baterias; o Pneus; o Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; o Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; o Produtos eletrônicos e seus componentes; o Produtos comercializados em embalagens plásticas, metálicas ou de vidro; o Demais produtos e embalagens, considerando, prioritariamente, o grau e a extensão do impacto à saúde pública e ao meio ambiente dos resíduos gerados. o LR – PÓS VENDAS ▪ A Logística Reversa de pós-venda é a área específica que se ocupa do equacionamento e da operacionalização do fluxo físico e das informações logísticas correspondentes aos bens de pós-venda, juntamente com os produtos com pouco uso ou os que não foram utilizados pelo consumidor, que, por diferentes motivos, retornam aos demais elos da cadeia de distribuição direta, sendo conduzidos por meio dos canais reversos (Administradores de valor, 2021). ▪ Logo, a Logística Reversa de pós-venda se caracteriza pelo retorno dos produtos vendidos que não foram utilizados ou tiveram pouco uso, diferentemente da logística reversa pós-consumo, que é aquela necessária quando o ciclo de vida do produto acaba. Esse modelo de logística se faz necessário quando o cliente não tem sua expectativa atendida, seja por motivo de defeitos na mercadoria, seja por erro na emissão do pedido com expedição de um produto equivocado ou caso aconteçam avarias durante o transporte (Romano, 2021). ▪ De acordo com Pier (2021), algumas razões possíveis de ocorrer uma Logística Reversa pós-venda são: • Defeito de fabricação ou uso; • Avarias na embalagem ou no produto; • Erros na emissão do pedido (por exemplo, errar a quantidade ou modelo solicitado); • Mercadorias em consignação (para teste antes da compra, por exemplo); • Término do prazo de validade antes do consumo (em caso de demora na entrega ao cliente final, por exemplo); • Recall, que seria a solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo próprio fabricante. ▪ Segundo Romano (2021), o e-commerce precisa enfrentar diversos desafios que as lojas físicas não enfrentam. A Logística Reversa é um dos maiores, pois está ligada à qualidade da experiência de compra, que influencia diretamente a imagem da empresa e as vendas. Por esse motivo, oferecer formas de manter o nível de serviço é crucial para que o cliente esteja satisfeito, mesmo em situações adversas. • OS PROCESSOS E A REALIZAÇÃO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS DE LR o Primeiramente, a motivação para tal prática foi a escassez de recursos materiais. No entanto, o surgimento de materiais baratos e o avanço tecnológico proporcionaram à sociedade maiores condições de consumo, o que fez surgir a rotina do descarte, sem que houvesse preocupação com aspectos ambientais. Desse modo, os aterros sanitários tornaram-se dispendiosos e começaram a surgir restrições quanto à degradação do meio ambiente. o Para Costa e Valle (2003), iniciativas relacionadas à LR têm trazido oportunidades de melhoria ou de ganho para as empresas por meio do reaproveitamento de materiais para a produção. ▪ Dessa forma, verificou-se o quanto a LR é fundamental nos dias de hoje, justificando-se não somente pela oportunidade de recuperar o valor de bens materiais, mas também pela oportunidade de diferenciação de níveis de serviços oferecidos em mercados globalizados e altamente competitivos. o No mundo empresarial, começou-se a perceber o quanto poderia ser rentável a recuperação de produtos e como essa operação agregaria valor em relação aos aspectos ambientais, competição de mercado e imagem corporativa. A utilização de embalagens retornáveis ou o reaproveitamento de materiais em processos produtivos têm proporcionado economia para as empresas que utilizam essas práticas, o que vem despertando cada vez mais interesse em adotá-las (Costa; Valle, 2003). • O PLANEJAMENTO DA LR o No planejamento, é importante identificar e desenvolver habilidades que constituem um diferencial competitivo. Sendo assim, as principais estratégias da Logística Reversa são: ▪ possuir objetivos direcionadores; ▪ ter clara a concepção da rede de Logística Reversa; ▪ identificar alianças estratégicas; ▪ compreender os processos; ▪ ter a concepção do sistema de informações e informatização das cadeias reversas; ▪ possuir a concepção dos recursos humanos; criar sistemas indicadores de controle. o Além dessas estratégias, a empresa deve ter claros os elementos de planejamento, tais como: fontes ou origem dos produtos retornados, especificação logística dos produtos, quantidades a serem retornadas, critérios de seleção de destino e outras informações. ▪ Nabusca pelos objetivos estratégicos da Logística Reversa (Figura 1), deve-se levar em consideração a rede reversa, que é o dimensionamento de quantidade, localização e capacidades das instalações necessárias ao fluxo reverso, tais como: pontos de origem, centros de consolidação, fábricas ou fases de revalorização e rede de distribuição para o novo mercado. ▪ Costa e Valle (2003) afirmam que a aplicação da logística reversa oferece diversas vantagens à sociedade, como preservação do meio ambiente, economia de energia e geração de empregos, mesmo sendo, em sua maioria, informais, como os coletores de recicláveis. Isso decorre do fato da logística reversa conseguir diminuir a descartabilidade de produtos implicando em uma redução dos custos para as empresas, amenizando impactos ambientais e diminuindo o consumo de matérias-primas. • REQUISITOS LEGAIS E OUTROS SUBSCRITOS PELA ORGANIZAÇÃO o Dentro de um contexto geral, para que um sistema de gestão ambiental cumpra com seus requisitos, é importante que o atendimento às legislações seja mantido implementado e monitorado. ▪ Os requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização são considerados no estabelecimento, na implementação e na manutenção dos controles operacionais, monitoramentos, objetivos e metas ambientais. o Segundo a Ambipar (2018), há grandes problemas que uma organização pode enfrentar ao não monitorar os requisitos legais aplicáveis. É justamente na falta de monitoramento dos requisitos aplicáveis à organização que as adversidades são geradas. Principalmente àquelas relacionadas à segurança e à saúde do trabalhador e ao meio ambiente. ▪ Para a ISO 14001, que trata do sistema de Gestão Ambiental, no item “6.1.3 – Requisitos legais e outros requisitos”, a organização deve determinar e ter acesso aos requisitos e outros requisitos relacionados aos seus aspectos ambientais. Os aspectos e impactos ambientais são elementos da organização. Podendo ser compreendido em suas atividades, produtos ou serviços e interagir com o meio ambiente (Ambipar, 2018). ▪ Para que a organização possa controlar seus aspectos significativos e atender seus requisitos, seja no seu armazenamento, destinação, controle, disposição, emissão e geração, deve-se seguir a Norma ISO 14001. Desse modo, evitam-se danos e impactos significativos ao meio ambiente (Ambipar, 2018). o As prioridades de negócios exigem que se dê atenção primeiro aos requisitos legais; em seguida, às providencias que pouparão dinheiro para a empresa ou aumentarão os seus lucros; depois, às providências que não causam impacto do ponto de vista econômico; e, finalmente, às medidas que podem ser ônus para a empresa ou que representam um alto risco. • LR: REGRAS GERAIS DOS PROCESSOS o Os principais aspectos considerados pela Logística Reserva são: retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reúso de materiais, disposição de resíduos e reforma, reparação e remanufatura (Figura 2). o Existem processos em que a LR apresenta maneiras diferentes de aplicação. Todavia, a abordagem estratégica se faz necessária nos negócios e refere-se às decisões de logística reversa no macroambiente empresarial constituído pela sociedade e comunidades locais, governos e ambiente concorrencial. ▪ Portanto, levará em consideração as características que garantirão competitividade e sustentabilidade às empresas nos eixos econômico e ambiental por meio de diversificados objetivos empresariais. ▪ Existem alguns fatores que levam à aplicação da logística reversa, como: • Econômicos: relacionam-se com o custo da produção, por necessidade de adaptação dos produtos e processos para evitar ou diminuir o impacto ao meio ambiente; • Governamentais: relacionam-se à legislação e à política de meio ambiente; • Responsabilidade corporativa: relacionam-se ao comprometimento das empresas fabricantes com a coleta de seus produtos ao final da vida útil; • Tecnológicos: ligam-se aos avanços tecnológicos da reciclagem e projetos de produtos com finalidade de reaproveitamento após descarte pela sociedade; • Logísticos: relacionam-se aos aspectos logísticos da cadeia reversa, como por exemplo, a coleta de produtos. ▪ Além desses, existem, ainda, os fatores sociais, que abrangem o governo, as empresas, os intermediários no processo e as pessoas em geral. ▪ Etapas da LR • LR: INDICADORES DE PERFORMANCE – KPIS o A sigla KPI significa Key Performance Indicator, que em português quer dizer Indicador-chave de Desempenho. Trata-se de uma ferramenta de gestão para se realizar a medição e o consequente nível de desempenho e sucesso de uma organização ou de um determinado processo, focando no “como” e indicando quão bem os processos dessa empresa estão permitindo que seus objetivos sejam alcançados. ▪ Normalmente, os KPIs são utilizados para avaliar se determinadas iniciativas, atitudes ou ações estão atendendo ou superando às expectativas do público quanto à promessa trabalhada na campanha. ▪ De forma resumida, utilizar KPIs na logística é importante por cinco motivos principais: • 1. promovem qualidade e evitam erros; • 2. os resultados apontam o quanto os objetivos podem ser alcançados; • 3. possibilitam aos gestores uma visão mais clara do que deve ser feito; • 4. proporcionam comparação com períodos anteriores da empresa; • 5. identificam pontos fortes e fracos, setores onde há gasto excessivo, oportunidades de economia, ruídos de comunicação entre os setores e muito mais. ▪ Os KPIs se concentram nos processos e funções que a alta administração considera mais importantes para medir o progresso e alcançar os objetivos estratégicos do negócio. • Em geral, esses indicadores estão localizados dentro de três principais áreas: custos operacionais, prazos de entrega e qualidade de serviço (Santos, 2019). • De acordo com Santos (2019), as empresas que utilizam indicadores de desempenho logístico em sua gestão de custos e performance geralmente o fazem para trabalhar a melhoria contínua, ter números reais para tomadas de decisões mais eficazes e divulgação transparente de resultados a colaboradores, sócios e investidores. • Cada empresa tem seus próprios indicadores de desempenho globais, aqueles para todo o negócio, e específicos, para determinadas áreas e/ou processos. Eles podem ser quantitativos ou qualitativos, e, normalmente, é a mescla desses dois tipos que oferece as melhores respostas estratégicas aos negócios. Uma gestão baseada em indicadores de desempenho diferencia-se muito de uma não sustentada por essas métricas. Coletar dados, medir, analisar, controlar e revisar informações exige muito trabalho e interesse pelas organizações, porém, em contrapartida, os benefícios são significativos (Santos, 2019) ▪ Classificação dos KPIs: os KPIs se agrupam em três categorias: indicadores estratégicos, indicadores táticos e indicadores operacionais. • KPIs estratégicos: são todos os que se relacionam diretamente com os objetivos definidos na fase do planejamento. O melhor exemplo desse tipo de indicador é o faturamento bruto da empresa, ou seja, aquele que é calculado antes de descontar os custos e as despesas. • KPIs táticos: embora menos relevantes, são fundamentais para saber se a empresa está ou não perto de atingir seus objetivos maiores. Nesse caso, bons exemplos de indicadores de performance nessa categoria são o faturamento por canal de vendas, por loja ou por vendedor. • KPIs operacionais (também chamados de OPIs): servem para avaliar ainda mais de perto o andamento das rotinas, tendo em vista os indicadores táticos e estratégicos. Como exemplo desse tipo de KPI, destacaria o número de profissionais da força de vendas ou ainda o tempo gasto para geração de um lead. o EFICIÊNCIA DOS KPIS: ▪ Fazer um KPI efetivodepende de características que envolvem desde as ferramentas utilizadas para a captação de informações até a pessoa ou equipe que vai fazer a análise dos dados coletados. De qualquer maneira, existem algumas características importantes que devem ser consideradas, como: • é necessário ter objetividade; • precisa ser mensurável; • precisa ser verificável; • deve contar com um valor agregado; • é necessário existir a comunicação; • deve existir consenso no objetivo definido; • comprometimento dos envolvidos é palavra de ordem. ▪ Um ponto importante a se destacar é que uma excelente maneira de transformar a gestão logística usando indicadores é inserindo ainda a tecnologia no cotidiano do negócio. Ou seja, ao implementar uma solução de gestão logística, é possível automatizar o acompanhamento dos indicadores de desempenho. Evita-se, por exemplo, ter que lidar com diversas planilhas, além, é claro, de tornar as análises mais fáceis e rápidas de serem realizadas. • Com a união de técnicas de gestão de indicadores de desempenho logístico com a tecnologia, é possível obter os benefícios que listamos em menos tempo; e seguir avançando nos resultados do negócio.) o Em resumo, o controle de indicadores fornece visibilidade do desempenho dos negócios e permite uma avaliação quantitativa e qualitativa objetiva. Quando você os alinha com os objetivos de negócios, eles retiram as suposições e aumentam o foco na melhoria. ▪ Além de índices de performance, deve-se sempre tomar medidas cautelosas e analisar as legislações visando o atendimento dos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos subscritos pela organização. • PROCESSOS DA LR o Na Logística Reversa (LR), estão presentes os seguintes processos: retorno de produtos, redução na fonte, reciclagem, substituição de materiais, reuso de materiais, disposição de resíduos e reforma, reparação e remanufatura. A Figura 1 apresenta resumidamente os principais fatores levados em consideração ao se aplicar a LR: o LR COMO REDE DE RECUPERAÇÃO DE PRODUTOS ▪ De acordo com Truckpad (2021), no geral, são necessárias três etapas para o funcionamento da logística reversa: • “(i) o consumidor devolve o produto ou a embalagem ao comerciante ou ao distribuidor; • (ii) leva a mercadoria ou parte dela para o fabricante; • (iii) este encaminha o item para reuso, reciclagem ou descarte adequado”. ▪ A rede de recuperação de produtos é uma área nova que precisa construir novas redes. Segundo Lima Junior (2009), para isso, é necessário levar em consideração: • a determinação dos números de camadas na rede; • o número e a localização de depósitos ou pontos intermediários; • o uso de pontos de coleta; • a questão da integração entre a logística empresarial e logística reversa; e • o financiamento da rede. ▪ Na Figura 2, são apresentados os canais de distribuição diretos e reversos existentes: ▪ Os fluxos reversos acontecem nos pontos que ultrapassam o consumidor final, isto é, nas etapas durante as quais parte dos produtos ou sua matéria básica são reaproveitadas, reutilizadas, recicladas ou comercializadas de alguma maneira após esgotada sua função original. ▪ Portanto, é difícil avaliar em que nível se encontra o envolvimento desses fluxos em setores comerciais e industriais, de importância econômica e social, tendo em vista as formas de comercialização e as características das empresas, sua tecnologia e os sistemas logísticos e mercadológicos empregados (Sampaio, 2002). • LR: MÉTODOS DE SATISFAÇÃO DO CLIENTE o MÉTODOS DE SATISFAÇÃO: Segundo Qualitor (2020), existem 6 métodos de pesquisa para monitorar a satisfação de clientes. Seriam eles: Net Promoter Score (Pontuação do promotor), Questionários de múltipla escolha, Questionários com escala Likert, Questionários com escala de diferencial semântico, Customer Satisfaction Score (CSAT) (Pontuação de satisfação do cliente) e Customer Effort Score (CES) (Pontuação de esforço do cliente). ▪ Conclui-se que a Logística Reversa se relaciona diretamente à satisfação do cliente, pois, quando este se encontra totalmente satisfeito, não há devolução dos produtos e, consequentemente, há redução de LR pós-venda. Porém, após utilizar o material, haverá ainda a possibilidade da realização da LR pós-consumo, que consiste no retorno das embalagens ao fabricante para que este realize a adequada destinação. • PROCESSOS E POLÍTICAS DE RETORNO NO PÓS VENDA o 3.1 POLÍTICA DE RETORNO NO PÓS-VENDA ▪ Considerando que o consumidor não utilize ou faça pouco uso um determinado produto, ele tem o direito de devolvê-lo, o que caracteriza o retorno dos produtos aos comerciantes e fabricantes. A devolução pode ocorrer por diversas razões, como: defeito de fabricação ou uso; avarias na embalagem ou no produto; problemas na emissão do pedido; mercadorias em consignação; prazo de validade ultrapassado; e recall (solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos realizada pelo próprio fabricante). ▪ É necessário ter uma política de trocas e devoluções clara para o consumidor, com o objetivo de reduzir a insegurança, deixando explícito ao cliente como a devolução pode ser feita. Se necessário, deve-se compor um passo a passo e sempre informar um contato para que ele possa esclarecer eventuais dúvidas. o PROCESSO DE RETORNO NO PÓS-VENDA ▪ Para Santos et al. (2013), os fluxos da logística reversa são: • [...] reativos e com menos visibilidade. [...] Quando um consumidor retorna um item para uma loja varejista, a loja coleta os itens e os envia a uma unidade de classificação centralizadora. No momento do retorno, as informações sobre o item e sua condição são inseridas no SI (Sistema de Informação) do varejista e transmitidas ao centro de processamento de retornos (infelizmente, esta captura de informação raramente ocorre ou ocorre e a informação é imprecisa). A partir da loja varejista, a coleta pelo Centro de Retorno Centralizado (CRC) é realizada por meio da prática do “milk runs” (cuja trajetória do caminhão é fixa, realizando paradas sempre nas mesmas lojas e na mesma sequência). ▪ Tibben-Lembke e Rogers (2002) salientaram que: • CDs podem fazer a função dos CRC’s, mas há o risco de os fluxos diretos serem priorizados em detrimento dos fluxos reversos. Quando o produto chega no CRC, deve haver a determinação para onde o produto deva ser enviado. Para tanto, seus funcionários avaliam a condição de cada item e determinam o melhor lugar para disposição do item. Há uma grande variedade de opções para disposição, sendo que cada um possui certo retorno financeiro, a saber: retorno ao fabricante, venda como novo, reembalagem e venda como novo, venda por outlet, remanufatura, venda para brocker (intermediário que compra e vende a mercados secundários), doação a instituições de caridade, reciclagem, aterramento. • PROCESSOS E POLÍTICAS DE RETORNO NO PÓSCONSUMO o 4.1 POLÍTICAS DE RETORNO NO PÓS-CONSUMO ▪ De acordo com o site Pensamento Verde (2018) a logística reversa pós- consumo é um processo que consiste no retorno, após o consumo, de determinados bens à sua cadeia de produção. Desde 2010, a instauração desse sistema já é obrigatória para fabricantes e comerciantes de produtos que possuem características especiais. De lá para cá, a legislação foi sendo aprimorada, passando a abranger cada vez mais materiais considerados perigosos para o meio ambiente, assim como as empresas que trabalham com eles. Em abril de 2018, a logística reversa foi oficialmente incorporada ao processo de licenciamento ambiental. ▪ No Paraná, por exemplo, houve o sancionamento da Lei n. 20.607/2021, que institui o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Paraná. Para a AEN-PR (2021), a “política pública orienta caminhos, estratégias, diretrizes e ações sobre o consumo, coleta, reciclagem,tratamento e destinação dos resíduos sólidos no território estadual” (AEN-PR, 2021). o 4.2 PROCESSOS DE RETORNO NO PÓS-CONSUMO ▪ Chaves (2009) reforça que: o Os retornos de produtos, embalagens ou partes dos produtos geram um fluxo contrário do cliente final ou de outros membros do canal de distribuição para a indústria ou outro agente responsável pela adequada destinação dos retornos, sendo que tais fluxos reversos requerem gestão diferenciada daquela do fluxo direto objetivando um melhor desempenho. Ressalta-se que os fluxos diretos e reversos nem sempre são simétricos (o termo ‘reversa’ não é necessariamente sinônimo de ‘contrário’ ou ‘inverso’), isto é, os fluxos reversos nem sempre são um espelho dos fluxos diretos de distribuição: as especificidades da logística reversa exigem que ela possua estrutura diferenciada. ▪ A Logística Reversa do pós-consumo é representada na Figura 4: ▪ Na logística reversa, existem três canais para a destinação dos bens após o consumo, que são a reciclagem, o reuso ou o desmanche: • No primeiro caso, alguns recursos do produto são extraídos para voltarem para o ciclo de produção, em uma atividade econômica sustentável. No segundo, o produto pode ser reutilizado sem a necessidade de ser desmantelado. O desmanche é uma separação do que pode ir para reuso, o que pode ir para reciclagem e o que deve ser descartado completamente. (Pensamento Verde, 2018). • LR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: INTRODUÇÃO o 5.1 A SUSTENTABILIDADE NA LOGÍSTICA REVERSA ▪ Santos et al. (2013) afirmam que: dentre os grandes problemas que assolam a humanidade neste início de século, pode-se destacar o desequilíbrio ambiental, ocasionado pela exploração desenfreada dos recursos naturais e a poluição. Frente essa situação, torna-se necessária a promoção de conscientização do ser humano, sobre sua responsabilidade, direta ou indiretamente, na preservação ambiental. ▪ Em uma visão geral, a sustentabilidade ou o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente ou usa os recursos do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras em atender às suas próprias necessidades. ▪ Há diversas compreensões sobre sustentabilidade, sendo que um conceito central que auxilia na sua operacionalização é a abordagem do Triple Bottom Line ou Tripé da Sustentabilidade (Elkington, 1997 citado por Berlato et al., 2017), representado na Figura 5, em que o desempenho mínimo é medido pelas dimensões ambiental, social e econômica. Assim, a sustentabilidade é um conceito sistêmico que tem estas três dimensões como bases de equilíbrio. Macedo (2007) coloca ainda que, a longo prazo, a superação desses desafios ajuda a construir a sustentabilidade empresarial. o 5.2 CADEIAS SUSTENTÁVEIS DE SUPRIMENTOS ▪ A Proposta de Lalt Fluxus consiste em uma: • criação de redes de suprimentos balanceadas obtidas a partir de complementariedade entre processos produtivos onde os resíduos de alguns processos são insumos de outros, obtendo um balanço energético favorável, ciclos um pouco mais fechados e equilibrados com agregação de valor nos dois sentidos. A ideia é considerar o Ciclo de vida da indústria e não só de seus produtos enfatizando suas externalidades tanto econômicas como sociais e ecológicas. (Lima Junior, 2009). ▪ De acordo com Neogrid (2021): • uma cadeia de suprimentos sustentável também inclui processos que eliminam e reduzem impactos na natureza. Nesse sentido, o principal ponto é justamente a lógica do supply chain (cadeia de suprimentos). Quando a cadeia se pauta apenas pela venda interna entre os elos, temos um problema que, invariavelmente, chega ao meio ambiente. Explicamos. Imagine o fluxo: a indústria fabrica seus produtos e precisa vendê-los. Para isso, negocia com distribuidores e diretamente com alguns varejos. Esses dois elos, por sua vez, compram em grandes lotes para evitarem a falta de mercadorias e também para conseguirem descontos e melhores condições de frete. ▪ Logo, a cadeia de suprimentos deve ser alinhada pelo ritmo do consumo, seguindo a demanda do consumidor final. Este é um importante ator do processo, que dispara o gatilho para o fluxo do supply chain (cadeia de suprimentos). o A obrigatoriedade da elaboração de um sistema de Logística Reversa para itens pós- consumo abrange fabricantes, comerciantes e produtores de produtos como: pneus; óleos (lubrificantes e comestíveis); pilhas e baterias usadas; eletrônicos e acessórios; lâmpadas; embalagens de alimentos e bebidas; embalagens de produtos de higiene ou limpeza; medicamentos; agrotóxicos; entre outros. A respeito deste assunto, aborde seu posicionamento sobre a concordância dos produtos que são obrigados a receber a LR e indique quais outros produtos também deveriam ser inseridos na política de devolução de embalagens pós-consumo. o Aprendemos que a Logística Reversa contempla os seguintes aspectos: reciclagem, retorno de embalagem, projeto de produto, deposito de resíduos, seleção de matérias-primas, destruição de produtos tóxicos, uso de combustíveis alternativos, racionamento de recursos, redução de impactos ambientais. Diante disso, os métodos de avaliação de satisfação do cliente contribuem para que a implantação da política de retorno seja eficiente. Vimos ainda as políticas e processos no pós-venda e no pós-consumo e como é importante aliar a sustentabilidade com a Logística Reversa. No início, verificamos a situação de que é possível implantar a Logística Reversa no contexto empresarial, preocupando-se com a satisfação dos clientes. Verificamos também que trocar materiais é importante, pois produtos de qualidade e de maior durabilidade têm menor chance de serem devolvidos e, assim, retornarem antes de finalizar seu ciclo de vida. • TEMA 1 – LR E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL o A logística reversa pode ser entendida como a área da logística empresarial que visa a equacionar os aspectos logísticos do retorno dos bens ao ciclo produtivo ou de negócios por meio de uma multiplicidade de canais de distribuição reversos de pós- venda e de pós-consumo, agregando-lhes valor econômico, ecológico, legal e de localização (CLM, 1993; Fuller; Allen, 1995; Leite; Brito, 2000; Leite, 2003). o Para Bronoski (2003), “a logística reversa se aplica tanto como um fator de redução de custos na cadeia produtiva e como um meio de preservação ambiental”, ou seja, a integridade socioambiental da empresa e seus interesses organizacionais geram pontos positivos e diferenciados na visão de seu público-alvo. No processo reverso da logística, os produtos passam por uma etapa de reciclagem e voltam à cadeia até serem descartados, percorrendo o “ciclo de vida do produto” (Leopoldino; Ferrarezi, 2016). o A Análise do Ciclo de Vida (AVC) investiga o impacto ambiental gerado durante seu ciclo de vida e tudo deve ser considerado para que os impactos ambientais sejam mínimos. Sendo assim, a AVC considera o ciclo completo visando considerar as questões ambientais associadas a todo sistema de produção. ▪ Do ponto de vista logístico, o produto não termina com a sua entrega ao cliente e, do ponto de vista financeiro, o ciclo de vida de um produto inclui outros custos relacionados ao gerenciamento reverso. ▪ Do ponto de vista ambiental, logística reversa é uma forma de avaliar o produto em relação aos impactos ao meio ambiente durante toda a sua vida. Esses impactos podem ser avaliados antes do processo de fabricação. Se as empresas não conduzem os processos dessa forma, cometem uma irresponsabilidade socioambiental, o que conduz a uma desvalorização no mercado de seus produtos pela visão do consumidor. • TEMA 2 – LR – SUSTENTABILIDADE E RESULTADOS SUSTENTÁVEIS o Com a ECO-92 – Conferência sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, no Rio de Janeiro, houve uma consolidação no conceitode desenvolvimento sustentável e, em consequência, as empresas optaram por gastos com a proteção ambiental, visando um investimento no futuro e vantagem competitiva (Leopoldino; Ferrarezzi, 2016). o A sustentabilidade empresarial é o nome que se dá para o conjunto de ações adotadas pelas empresas com o objetivo de atuar de maneira consciente. Aliando sempre o respeito ao ambiente e à sociedade em que está inserida. Além de ter grande importância social e ambiental, a sustentabilidade empresarial ajuda a empresa a se posicionar positivamente perante seu público consumidor. São ações em que todos os envolvidos ganham. o Os resultados sustentáveis são aqueles que, além de garantirem resultados financeiros de curto prazo para empresa, precisam proporcionar condições para que ela possa gerar negócios e oportunidades futuras. ▪ Ser sustentável é saber definir as ações e iniciativas da empresa pela ética e pelo respeito ambiental, promovendo o desenvolvimento e o fortalecimento da própria organização e de todos que se relacionam com ela. Companhias tem papel fundamental na disseminação de práticas de sustentabilidade, já que, sem elas, a economia não funciona. • TEMA 3 – FERRAMENTAS DE SUSTENTABILIDADE E A LR o 3.1 FERRAMENTAS DE MENSURAÇÃO DAS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS ▪ Existem algumas ferramentas que servem para reconhecimento e abrangência global, que auxiliam na mensuração de dados, resultados de ações e práticas sustentáveis em empresas. ▪ Essas ferramentas emitem relatórios mensuráveis integrados e diferenciados. Assim, será possível averiguar os resultados da adoção de atitudes sustentáveis. São diversos os efeitos e benefícios que o investimento em políticas sustentáveis traz para um negócio. Esses efeitos e benefícios entregues por meio dos relatórios mostram como as ações sustentáveis irão impactar a sociedade ao redor da empresa. ▪ A seguir, são apresentadas algumas dessas ferramentas de mensuração apontadas pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS, 2018). • FVTool (Financial Valuation Tool for Sustainability Investments – Ferramenta de avaliação financeira para investimentos em sustentabilidade): como o próprio site diz, o FVTool auxilia a empresa na criação de valor através de investimentos em ações sustentáveis. O FVTool foi desenvolvido pela IFC (International Finance Corporation), com o objetivo de auxiliar as empresas a identificar o melhor portfólio de investimentos na área de sustentabilidade. Assim, podem oferecer o máximo de valor comercial e social. • SEAT (sigla de ferramenta para avaliação socioeconômica): considerada por diversas vezes a melhor ferramenta de mensuração de impacto social do mundo. A SEAT é um conjunto de ferramentas de avaliação socioeconômica, desenvolvida pela Anglo American, empresa global de mineração diversificada e associada ao CEBDS. A SEAT se apresenta como sendo uma tentativa única por uma grande empresa para incorporar uma avaliação de impactos na gestão constante das principais operações de um negócio. • InVEST (Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs – Avaliação Integrada de Serviços Ecossistêmicos e Tradeoffs): família de ferramentas de análise, desenvolvida pela Natural Capital Project. O InVEST foi criado como uma iniciativa de código aberto, com o objetivo de mapear e valorizar bens e serviços da natureza. Com ele, é possível avaliar os compromissos quantificáveis e ações propostas, identificando áreas onde o investimento em capital natural pode melhorar o desenvolvimento e a conservação do meio ambiente. Também possibilita a produção de mapas que modelam os resultados em termos biofísicos, econômicos e sociais. Essa ferramenta possui 18 modelos de serviços ecossistêmicos específicos, projetados para ecossistemas terrestres, de água doce, marinhos e costeiros. • Trucost: criada no ano 2000 e adquirida pela S&P Dow Jones Indices em 2016, a Trucost foi criada para fornecer dados, ferramentas e insights necessários para que companhias e investidores pudessem criar e apresentar propostas de transição para uma economia com baixa emissão de carbono e economia de recursos. Com o Trucost, é possível avaliar riscos relacionados a mudanças climáticas, restrições de recursos naturais e fatores ambientais, sociais e governamentais mais amplos. ▪ 3.2 FERRAMENTAS DE SUSTENTABILIDADE E A LR • Desenvolver ferramentas de gestão e modelos analíticos de inserção das questões ambientais, sociais e econômicas nas decisões de desenvolvimento de produtos, processos, gerência da produção e na logística constitui demanda contemporânea para pesquisadores e gestores. • Algumas das ferramentas de gestão e indicadores mais utilizados: Instituto Ethos, Global Iniciative Report (GRI), Escala Akatu, Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE Bovespa) e Ibase (Oliveira et al., 2012). • Cabe destacar que as ferramentas de sustentabilidade devem ser aplicadas em todas as etapas da logística reversa (Figura 2). • O fabricante é responsável por todas as etapas até o final da vida útil do produto. Por isso, para Cini Junior (2019), a logística reversa está cada vez mais presente nas operações das empresas. Dessa forma, o investimento para desenvolvimento de embalagens mais sustentáveis, retornáveis ou descartáveis, vem promovendo não só a redução do peso dos recipientes, que já colaboram para redução do impacto ambiental, mas também a diminuição dos custos de industrialização por serem mais leves. Além disso, outro ponto favorável fica por conta do crédito perante a opinião pública, já que as empresas demonstram que estão preocupadas, também, com o meio ambiente. • TEMA 4 – LR VERSUS ISO 14.001 o Leopoldino e Ferrarezzi (2016) afirmam que a atenção das empresas está nas atividades de elaboração de estratégias de administração ambiental, a geração de instrumentos com finalidade de corrigir os danos causados no meio ambiente, a implementação de programas para diminuir a poluição, a certificação de conformidade legislativa, a inspeção do programa ambiental da organização e retorno dos resíduos. o A certificação de conformidade com a norma ISO 14.001:2015 fornece às organizações as bases para um sistema de gestão ambiental eficaz que, integrado com outros requisitos de gestão, é um suporte para atingir os objetivos ambientais. o A ISO 14.001 auxilia na identificação e gestão dos riscos ambientais associados aos processos internos da atividade desenvolvida pela organização. Essa norma identifica requisitos para uma gestão eficaz dos riscos, considerando a prevenção e proteção do ambiente, conformidade legal e necessidades socioeconômicas. o A implementação de uma política ambiental permite que as organizações: ▪ determinem programas de melhoria ambiental; ▪ tornem suas atividades mais sustentáveis; ▪ previnam e gerenciem riscos e situações de emergência; ▪ monitorem de forma sistemática a evolução na direção dos objetivos; e ▪ comuniquem de maneira transparente o desempenho ambiental a todas as partes interessadas. o O meio ambiente é definido pela Norma Brasileira (NBR), série ISO 14.001 (ABNT, 2004), como o ambiente em que uma organização opera, seja empresa, corporação, empreendimento, instituição, parte ou ainda uma combinação, incorporada ou não, pública ou privada, com funções e administração próprias. Nesse caso, entende-se como ambiente a área física interna da organização, em que as ações ocorrem do interior para o sistema global, incluindo ainda os recursos naturais, ar, água, solo, flora, fauna, bem como os seres humanos e suas inter-relações. o Para obter a certificação, há 3 possíveis passos, conforme apresentado no Quadro 2. o Conclui-se que o objetivo principal da ISO 14.001 é possibilitar que as organizações atendam às suas necessidades socioeconômicas emequilíbrio com a proteção do meio ambiente. o Nesse sentido, a ISO 14.001 faz com que o processo produtivo seja reavaliado continuamente, refletindo na busca por procedimentos, mecanismos e padrões comportamentais menos nocivos ao meio ambiente (Hudson; Orviska, 2013). • TEMA 5 – RÓTULOS AMBIENTAIS o O marketing positivo da logística reversa agrega valor às empresas que aderiram a ela para obter uma imagem de processos mais limpos na concepção do consumidor (Leopoldino; Ferrarezzi, 2016). o O rótulo ambiental é uma ferramenta de comunicação e um instrumento de marketing para as organizações que investem nessa área e que querem oferecer produtos diferenciados no mercado. Esse tipo de rotulagem agrega um diferencial e, por isso mesmo, deve ser usado com ética e transparência para não confundir, iludir nem tampouco distorcer conceitos sobre preservação ambiental aliada à sustentabilidade socioeconômica. ▪ Devem ser objetivos, com informações relevantes; devem ser também compreensíveis, facilitando assim a comunicação e a linguagem ambiental para que o consumidor entenda e se familiarize com as questões ambientais. ▪ BENEFÍCIOS DA ROTULAGEM AMBIENTAL • redução de problemas relacionados aos impactos ambientais melhorando a performance ambiental (a empresa faz mais do que é requerido por lei); • traz satisfação para o consumidor que se preocupa com aspectos ambientais (clientes satisfeitos costumam ser fiéis à marca); • aumento de vendas e do marketshare (acesso a mercados mais seletivos); • aumento da competitividade e da credibilidade, em relação aos concorrentes mais defasados no tratamento das questões ambientais; • melhoria de imagem (maior comunicação e visibilidade) com o reconhecimento de liderança empresarial (possibilidade de prêmios e reconhecimentos no setor em que atua); • melhoria do valor da empresa (pode trazer a atração de investimentos em razão da melhor imagem); e • uso da capacidade de inovação, promovendo o desenvolvimento de tecnologias próprias (competição entre os produtores para estimular avanços ambientais no setor). ▪ TIPOS DE ROTULAGEM: A ABNT segue o padrão ISO da série 14.020 de utilização de simbologia para a rotulagem ambiental e as classifica em três tipos: • Rotulagem Tipo I – Programas de Selo Verde; • Rotulagem Tipo II – Autodeclarações ambientais; e • Rotulagem Tipo III – Inclui avaliações do ciclo de vida. ▪ Entre os artigos certificados, estão papel e celulose, couro e calçados, eletrodomésticos, aerossóis sem CFC – Clorofluorcarbono, baterias automotivas, detergentes biodegradáveis, lâmpadas, móveis de madeira, embalagens, cosméticos e produtos de higiene pessoal. ▪ A rotulagem ambiental consiste na atribuição de um selo ou rótulo a um produto ou serviço para comunicar, de modo bem embasado, informações acerca do seu desempenho ambiental. ▪ A sustentabilidade favorece o meio ambiente e a sociedade. Recursos bem aproveitados, natureza preservada e processos adequados geram qualidade de vida, emprego e renda (Neogrid, 2021). • TEMA 1 – A PNRS o POLÍTICA NACIONAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS ▪ A Política Nacional de Resíduos Sólidos foi instituída pela Lei Federal n. 12.305, de 2 de agosto de 2010 (Brasil, 2010). Esta mesma Lei alterou a Lei n. 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, e regulamentada pelo Decreto n. 7.404. ▪ Além disso, dispõe sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis. ▪ “a PNRS trouxe um grande avanço à questão ambiental, visto que impõe, por meio da responsabilidade compartilhada, a obrigatoriedade tanto por parte do Poder Público quanto da sociedade de destinarem adequadamente seus resíduos”. ▪ Outro progresso trazido pela PNRS foi atribuir um valor econômico ao resíduo, o que contribui para transformar o entendimento social, não apenas em relação ao que deve ser considerado “lixo/rejeito”, mas também a respeito da importância dos profissionais que trabalham com a reciclagem desses materiais (Pereira; Souza, 2017). ▪ Para Silva et al. (2018), a PNRS garantiu aos catadores de materiais recicláveis a formalização de sua profissão; acesso a benefícios, como a previdência social; melhoria de condições de trabalho; e a convivência com um grupo social que possui os mesmos interesses. ▪ Com objetivo de diminuir a quantidade de resíduos recicláveis que são dispostos em aterros, a PNRS incentiva a criação, o fortalecimento de cooperativas, as associações de reciclagem e a implementação da logística reversa (Pereira; Souza, 2017). • Nesse contexto, um dos principais objetivos da PNRS é a extinção dos lixões, considerada uma técnica inadequada de disposição final de resíduos sólidos. O prazo inicial era até 2014. Contudo, essa data foi prorrogada para 2018 e, agora, foi para 2021. ▪ A PNRS incumbe ao Distrito Federal e aos Municípios a gestão integrada dos resíduos sólidos gerados em seus territórios. Para tanto, devem elaborar um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos (PMGIRS), a fim de que possam ter acesso a recursos da União, que são destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resíduos sólidos, bem como para serem beneficiados por incentivos ou financiamentos de entidades federais de crédito ou fomento para essa finalidade (Brasil, 2010). • TEMA 2 – LEIS COMPLEMENTARES A PNRS o Apesar da aprovação de várias legislações sobre resíduos sólidos (inúmeras resoluções, instruções normativas e portarias de instituições como Conama, Ibama, Anvisa etc.), é possível observar que essa vertente do saneamento tem muito a avançar, principalmente, em termos de executabilidade. o Martins et al. (2017) constataram que as principais dificuldades e avanços dizem respeito às práticas jurídico-legais, político-administrativas, socioculturais, econômicas e ambientais. Na região estudada por esses autores, eles observaram avanços pontuais na gestão de resíduos sólidos, após a aprovação do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), sobretudo na coleta seletiva e destinação final. Entretanto, até o momento não foram obtidas evoluções significativas no processo de implementação, responsável pela perpetuação do sistema como um todo. • TEMA 3 – VANTAGENS DA LR o De acordo com a Meu Resíduo (2021), “a logística reversa busca solucionar o problema do descarte de resíduos sólidos, de forma a reduzir a poluição e o desperdício de materiais através da reutilização, reciclagem e recuperação de produtos que seriam descartados em aterros”. o A implantação da logística reversa e o aumento da conscientização são determinantes para reduzir os impactos negativos causados pelo descarte incorreto dos resíduos, o que melhora a qualidade de vida da sociedade e as atividades da empresa como um todo. o Resumidamente, entre as vantagens existentes estão: ▪ geração de emprego e renda; ▪ questões ambientais; ▪ economia de energia; ▪ economia de água; ▪ redução de custos; ▪ vantagem competitiva; ▪ diferenciação da imagem corporativa; e ▪ elevação do nível de serviço ao cliente. • TEMA 4 – E-COMMERCE E LR o Neilpatel (2021) apontam as principais vantagens de ter um e-commerce ou loja virtual: ▪ aumento do alcance da empresa e prospecção de novos clientes em mercados ainda não atendidos; ▪ atendimento dos mesmos clientes, mas com possibilidade de crescimento do ticket médio e/ou frequência de compra; ▪ mensuração detalhada dos resultados do e-commerce, podendo fazer análises mais aprofundadas sobre o negócio; ▪ aproximação com os clientes atuais e potenciais; e ▪ posicionamento estratégico frente ao mercado – consumidores,fornecedores e concorrentes. o Conforme apresentado por Nelipatel (2021), “apesar de sutis, existem diferenças entre os termos loja virtual, e-commerce e marketplace. A loja virtual – ou loja online – é um site projetado para que os usuários acessem o catálogo de produtos e/ou serviços de uma empresa e efetivem a compra. O marketplace, por sua vez, pode ser entendido como um “shopping center” de lojas virtuais. ▪ Nele, uma única empresa é responsável pela estrutura central de comercialização online. Outras lojas “alugam” espaços para expor seus itens para a venda, pagando valores fixos mensais ou comissão pela operação , por exemplo”. Por fim, o e-commerce pode ser compreendido como o conceito de “comércio virtual”, que abrange todas as operações realizadas no ambiente da internet – seja em loja virtual, marketplace ou outros canais (Neilpatel, 2021). o Já para a Pina (2021), a logística reversa é um ponto que não pode ser negligenciado pelo e-commerce. De acordo com dados do Invesp, cerca de 30% dos produtos comprados pela internet são devolvidos por diferentes motivos. Contudo, 92% dos consumidores afirmam que comprariam de novo no mesmo e-commerce se o processo de devolução fosse simples. Mais do que uma forma de agradar ao consumidor, manter processos de logística reversa ágeis é capaz de estreitar o relacionamento com o cliente, aumentar a confiança e melhorar a reputação na internet. o Os resíduos podem ser classificados com relação à sua origem ou periculosidade. Quanto à origem, a Política Nacional de Resíduos Sólidos traz 11 classificações, sendo elas: ▪ resíduos domiciliares; ▪ resíduos de limpeza urbana; ▪ resíduos sólidos urbanos; ▪ resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços; ▪ resíduos dos serviços públicos de saneamento básico; ▪ resíduos industriais; ▪ resíduos de serviços de saúde; ▪ resíduos da construção civil; ▪ resíduos agrossilvopastoris; ▪ resíduos de serviços de transportes; e ▪ resíduos de mineração. Questões Discursivas 1. De quem é a responsabilidade da disposição incorreta de resíduos? Como a Logística Reversa pode reduzir os impactos gerados pelos resíduos no ambiente socioeconômico e ambiental. a. Todos são responsáveis pela correta disposição de resíduos, desde os fabricantes, distribuidores, comerciantes e usuários. A implementação da logística reversa acarretará uma redução dos impactos gerados pelos resíduos, uma vez que eles são destinados a incineração e aterros, ou até mesmo podem retornar ao ciclo produtivo. 2. Qual seria a melhor forma de destinação dos resíduos eletrônicos? Como se deve proceder para evitar impactos ambientais provindos da má disposição desses resíduos? a. A troca de eletroeletrônicos, principalmente celulares, são comuns no dia a dia, devido a novas tecnologias e ao frequente lançamento de novos modelos. Espera-se que haja indicação se o resíduo eletrônico foi descartado de maneira incorreta junto aos resíduos sólidos urbanos (RSU), se foi enviado corretamente para locais de recolhimento ou se, provavelmente o mais comum, está acumulado em casa. Na segunda parte, espera-se que haja a indicação de centrais de recolhimento especializadas em materiais eletrônicos. 3. Indique os motivos que lavam as pessoas a comprar de empresas que se preocupam com meio ambiente e quais as vantagens ambientais nessa preferência do consumidor. De que maneira a empresa tem aumento da sua lucratividade e redução dos seus custos de produção. a. O esperado é que o aluno responda se preferia comprar de uma empresa voltada à busca pela sustentabilidade através da Logística Reversa. Quanto a segunda pergunta, a forma como a empresa aumenta a sua lucratividade e reduz custo de produção, é devido ao fato de utilizar as embalagens vazias retornando-as ao seu processo produtivo, diminuindo os gastos com extração de matérias primas virgens. Além disso, a empresa garante o recebimento de embalagens de seus produtos pós-uso e pode destinar de maneira correta, obedecendo a exigência da Legislação Nº 12.305. Assim, evita-se multas e indenizações e se destaca na competitividade de mercado. 4. O que significa LR pós venda? O que significa LR pós consumo? a. A Logística reversa pós consumo é um processo que consiste no retorno, após o consumo, de determinados bens à sua cadeia de produção. Enquanto que a Logística Reversa pós venda é a devolução de um produto sem uso ou com pouco uso devido a fatores como: Defeito de fabricação ou uso; avarias na embalagem ou no produto; erros na emissão do pedido; mercadorias em consignação; término do prazo de validade antes do consumo e recall (que seria a solicitação de devolução de um lote ou de uma linha inteira de produtos feita pelo próprio fabricante). 5. Aponte os benefícios da rotulagem ambiental. a. Existe uma série de possíveis benefícios que podem ser listados, dentre os quais temos: redução de problemas relacionados aos impactos ambientais melhorando a performance ambiental; alcance da satisfação para o consumidor que se preocupa com aspectos ambientais, aumento de vendas e do market share, aumento da competitividade e da credibilidade, em relação aos concorrentes mais defasados, melhoria de imagem e do valor da Empresa e uso da capacidade de inovação, promovendo o desenvolvimento de tecnologias próprias. 6. Descreva a importância da Logística Reversa nas Organizações. a. A logística pode melhorar a imagem da Organização; b. Possibilita redução de custos por meio do reaproveitamento de materiais devolvidos na própria produção; c. Possibilitar troca do produto visando a satisfação de seus consumidores. 7. Identifique as duas principais razões que fazem a Gestão Ambiental ser implantada nas Organizações. a. Necessidade de atender a regulação e Leis que exijam sua aplicabilidade; b. Oportunidade de reduzir custos com reaproveitamento de material. c. Melhoria da imagem da Organização perante seus clientes, investidores e colaboradores. 8. Disserte sobre o que ocorre com a Organização quando utiliza a estratégia de logística reversa pós-venda. a. A logística reversa pós-venda é muito utilizada no comércio eletrônico, quando o consumidor recebe um produto e ele não correspondeu às expectativas do cliente ou até mesmo com algum tipo de falha então o cliente poderá solicitar a troca ou o dinheiro de volta e o processo de coleta do produto é uma forma do consumidor se sentir seguro pela existência dessa possibilidade. 9. Quando um produto ao ser descartado e pode ser reutilizado como insumo para a fabricação do próprio produto podemos enquadrá-lo em que tipo de canal reverso de retorno ao ciclo produtivo. a. Reuso. 10. São os canais em que se tem a extensão do uso de um produto pós-consumo ou de seu componente com a mesma função para a qual foi originalmente concebido, ou seja, sem nenhum tipo de remanufatura. Pós consumo neste caso é adotado como sinônimo de bem usado. Descreva de qual classificação e destino dos canais reversos de pós consumo se refere essa descrição. a. Canais de Distribuição Reversos de Ciclo Fechado. 11. Cite as características dos canais reversos de pós-venda. a. São produtos que geralmente apresentam pouco uso, ou muitas vezes nem foram utilizados. Pode-se entender que a Logística reversa de pós-venda tem por objetivo: viabilizar operacionalmente o retorno dos produtos aos centros produtivos ou de negócios, agregando dentre desses processos, valor aos mesmos. 12. Cite duas técnicas da logística reversa para otimizar o seu desempenho e lucratividade. a. Embalagens retornáveis; b. Reciclagem de embalagens; c. Redução dos materiais de embalagem; d. Reaproveitamento de partes usadas. 13. Cite dois exemplos dos considerados benefícios decorrentes de ações da logística reversa desenvolvidas pelas empresas. a. Vantagem competitiva;b. Promoção da sustentabilidade; c. Melhor relacionamento com o Governo; d. Maior fidelidade dos clientes atuais e possibilidade de conquista de novos. 14. Cite os exemplos de segmentos que realizam o fluxo logística reverso. a. Fabricante de bebidas; b. Fabricantes de latas; c. Pneus; d. Industria de eletroeletrônicos; e. Vidros; f. Embalagens; g. Papel. 15. O comprometimento ambiental das empresas com o meio ambiente pode ser classificado em três tipos: Reativas, Proativas e Em fase de Agregação de Valor. Quando uma empresa apenas se preocupa em cumprir o que está determinado na Legislação, ela se enquadra no tipo. a. Reativa. 16. Canal Reverso de Retorno de materiais como plásticos, vidros, papéis, metais, dentre outros. a. Canais reversos de ciclo aberto. 17. Quais os fatores que justificam o aumento da Logística Reversa nas empresas? a. Grande geração de resíduos, potencial econômico e preservação dos recursos naturais. 18. Quais os cinco objetivos estratégicos da Logística Reversa? a. Econômicos; b. Competitividade; c. Legais; d. Ecológicos; e e. Imagem corporativa.
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