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1 DISPONÍVEL 24H MELHOR CUSTO BENEFÍFIO 100% LEGALIZADO Sumário HISTÓRICO ............................................................................................................................. 4 CONCEITO .................................................................................................................. 7 MERCADO ................................................................................................................. 11 MARKETING ............................................................................................................. 14 LEGISLAÇÃO ........................................................................................................... 16 CAROTENOIDES ...................................................................................................... 19 POLIÓIS ..................................................................................................................... 32 PROBIÓTICOS .......................................................................................................... 33 RELATÓRIO TÉCNICO .......................................................................................... 35 NUTRACÊUTICOS ................................................................................................... 36 COMPOSIÇÃO E REQUISITOS DO PRODUTO PRONTO PARA O CONSUMO ............................................................................................................................. 39 ADITIVOS ................................................................................................................... 39 CONTAMINANTES .................................................................................................. 40 PRINCIPAIS ALIMENTOS FUNCIONAIS, SUAS APLICAÇÕES E SEUS COMPOSTOS BIOATIVOS ................................................................................................. 42 COMPOSTOS FENÓLICOS .................................................................................... 44 FLAVONOIDES ......................................................................................................... 44 ANTOCIANINAS ....................................................................................................... 47 ISOFLAVONAS.......................................................................................................... 49 ÁCIDOS GRAXOS ..................................................................................................... 52 Alegação de Propriedades Funcionais ...................................................................... 59 FITOSTERÓIS ........................................................................................................... 61 CAROTENOIDES ...................................................................................................... 63 FIBRAS SOLÚVEIS E INSOLÚVEIS ..................................................................... 66 Fibra Alimentar Total ................................................................................................ 66 Fibra Solúvel ............................................................................................................... 67 Fibra Insolúvel ............................................................................................................ 68 PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS .................................................. 68 Prebiótico ..................................................................................................................... 70 FRUTOOLIGOSSACARÍDEOS (FOS): .................................................................. 70 AÇÃO DIRETA DOS PREBIÓTICOS: ................................................................... 71 INIBIÇÃO DE BACTÉRIAS INTESTINAIS INDESEJÁVEIS ........................... 75 ATIVADORES DA ATIVIDADE HUMORAL E CELULAR .............................. 75 PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS BENÉFICAS .................................................... 75 ALIMENTOS FUNCIONAIS NAS DOENÇAS CARDIOVASCULARES ............... 77 ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA 3 ................................................................................. 81 ÁCIDOS GRAXOS MONOINSATURADOS (MUFA) .......................................... 82 FITOSTERÓIS ........................................................................................................... 82 FIBRAS ALIMENTARES ......................................................................................... 84 PROTEÍNA VEGETAL ............................................................................................. 84 COMPOSTOS ANTIOXIDANTES .......................................................................... 85 ALIMENTOS FUNCIONAIS NA OBESIDADE .................................................... 87 FIBRAS ALIMENTARES ......................................................................................... 88 CÁLCIO ...................................................................................................................... 89 LIPÍDIOS .................................................................................................................... 90 CHÁ-VERDE .............................................................................................................. 92 FIBRAS ALIMENTARES ......................................................................................... 94 CAFÉ............................................................................................................................ 95 RECEITAS COM ALIMENTOS FUNCIONAIS ................................................... 99 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 108 4 HISTÓRICO Durante as décadas de 50 e 60, a indústria de alimentos buscou melhorar sua cadeia de produção com o desenvolvimento de novos aditivos (conservantes, estabilizantes, espessantes, corantes, entre outros) para garantir um maior tempo de validade e uma melhor aparência dos seus produtos e consequente aumento de faturamento. (VIEIRA et al., 2006). Nas décadas posteriores (70 e 80), o enfoque dos estudos foi sobre a eliminação de componentes prejudiciais à saúde (cerveja sem álcool, café descafeinado), assim como a produção de alimentos com baixos teores de energia, açúcares e gorduras (produtos Light e Diet). A partir da metade da década de 80, os alimentos passaram a ser associados à saúde, como sinônimos de bem-estar, redução de riscos de doenças, como veículos para uma melhor qualidade de vida. É neste contexto que entram os chamados “alimentos funcionais”. (VIEIRA et al., 2006). Novo é a utilização do termo alimentos funcionais e o interesse de buscar e explorar mais amplamente o potencial dos alimentos em reduzir o risco de determinadas doenças e o tratamento científico e legislativo dado à questão. (VIEIRA et al., 2006). O termo alimento funcional foi inicialmente introduzido no Japão em meados dos anos 80. Eram alimentos similares em aparência aos convencionais, usados como parte de uma dieta normal, e que demonstram benefícios fisiológicos e/ou reduzem o risco de doenças crônicas, além de suas funções nutricionais básicas. (STRINGUETA et al., 2007). O Japão também foi o pioneiro na formulação de um processo de regulamentação específico para os alimentos funcionais. Conhecidos como Foods for Specified Health Use – FOSHU (“Alimentos para Uso Específico de Saúde”) são qualificados e trazem um selo de aprovação do Ministério de Saúde e Previdência Social Japonês. (ARAI, 1996). Em ação conjunta com outros órgãos, a Comissão Europeia, coordenada pelo International Life Sciense Institute Europe (ILSI Europe), criou o Projeto Ciência dos Alimentos Funcionais na Europa (Functional FoodSciense in Europe - FUFOSE) em 1998, concluído em 1999. Este projeto apresentou uma forma de relacionar as alegações em alimentos funcionais com sólidas evidências científicas, classificando essas em alegações de melhora da função e alegações de redução de risco. 5 Posteriormente, o Conselho da Europa (2001), o Codex Alimentarius (2003) e a União Europeia (2003) propuseram novas classificações das alegações de saúde dos alimentos funcionais. Em 2005, em ação conjunta promovida pelo ILSI Europe foi criado o Processo para Avaliação da Base Científica para Alegações em Alimentos (PASSCLAIM), com o objetivo de definir critérios para avaliação das bases científicas das alegações. No relatório deste projeto, a expressão “alegação em saúde” concorda com o Codex Alimentarius, que entende que a palavra “alegação” significa “alegação em saúde”, incluindo todas as alegações relacionadas à saúde, ao bem-estar e ao desempenho físico e mental. (STRINGUETA et al., 2007). Nos Estados Unidos, o conceito de alimentos funcionais começou a ser difundido a partir dos anos 90, quando o Instituto Nacional do Câncer Americano criou um programa para financiamento de pesquisas sobre componentes presentes nos alimentos, principalmente os fitoquímicos existentes em frutas e verduras, que pudessem apresentar atividade anticancerígena. Este programa, denominado Programa de Alimentos Projetados (Designer Food Program), teve a duração de cinco anos e um investimento de 20 milhões de dólares (MILNER, 2000 apud PIMENTEL et al., 2005). Atualmente, os Estados Unidos não possuem uma legislação específica para os alimentos funcionais. A Agência de Administração de Drogas e Alimentos 2006 (FDA) orienta o consumidor com relação às características saudáveis de produtos alimentícios de várias formas, usando alegações de conteúdo de nutrientes, de estrutura, função e de saúde, conforme o exemplo abaixo. (STRINGUETA et al., 2007): 6 Alegação de estrutura/função: descreve o papel do nutriente na manutenção da saúde. Exemplo: “O cálcio ajuda a manter os ossos fortes”. Alegação de saúde: descreve o papel do nutriente na redução do risco de doença. Exemplo: “O cálcio pode reduzir a osteoporose”. LEITE No Brasil, desde o início da década de 90 já existiam na Secretaria de Vigilância Sanitária pedidos de análise para fins de registro de diversos produtos alimentícios, até então não reconhecidos como alimentos, dentro do conceito tradicional de alimento. Com o passar dos anos, além do aumento do número de pedidos, aumentou também a sua variedade, os apelos e divulgação nos meios de comunicação desses produtos. A Vigilância Sanitária, sempre utilizando o princípio da precaução, se posicionou de forma contrária à aprovação e utilização desses produtos como alimentos. Somente a partir de 1998, depois de mais de um ano de trabalho e pesquisa, contando com a contribuição de várias instituições e pesquisadores da área de nutrição, toxicologia, tecnologia de alimentos e outras, foi proposta e aprovada pela Vigilância Sanitária a regulamentação técnica para análise de novos alimentos e ingredientes, incluídos os chamados “alimentos com alegações de propriedades funcionais e ou de saúde”. Assim, os regulamentos técnicos aprovaram diretrizes básicas para: - avaliação de risco e segurança de novos alimentos; - análise e comprovação de propriedades funcionais e/ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Em 1999, com a mudança no enfoque de análise dos alimentos, que passa a considerar o critério de risco, a Vigilância Sanitária decidiu constituir a Comissão Técnico- Científica de Assessoramento em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF). Essa comissão possuía a função de subsidiar a Diretoria de Alimentos e Toxicologia nas decisões relacionadas a esse tema. (ANVISA, 1999). O desenvolvimento do trabalho desta comissão gerou ao longo de cinco anos a realização de eventos e elaboração de informes técnicos, visando sempre à atualização 7 de conceitos à luz das evidências científicas reconhecidas pela comunidade internacional. (ANVISA, 1999). Os princípios que norteiam as ações de avaliação pela CTCAF são (COSTA & ROSA, 2010): - Avaliação de segurança e análise de risco com base em critérios científicos; - Avaliação da eficácia da alegação com base em evidências científicas; - Não definição de alimentos funcionais e aprovação de alegações de propriedade funcional dos alimentos; - Avaliação caso a caso, com base em conhecimentos científicos atuais; - A comprovação da segurança do produto e eficácia da alegação é de responsabilidade do fabricante; - As alegações devem estar em consonância com as diretrizes das Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, tais como a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) e a Política de Promoção de Saúde (PPS); - As alegações não podem fazer referência à prevenção, tratamento e cura de doenças, conforme art. 56 do Decreto-Lei no 986/69, o item 3.5 da Resolução n. 18/99 e o item 3.1 (f) da Resolução RDC no 259/02; - As alegações devem ser de fácil entendimento e compreensão pelos consumidores. CONCEITO Não há um consenso sobre o conceito de alimentos funcionais ou as denominações de alegações, bem como os critérios para sua aprovação, que variam de acordo com a regulamentação de cada país ou bloco econômico. Existem muitas definições sugeridas por pesquisadores da área de alimentos e de instituições mundiais, como a seguir: O International Life Sciences Institute of North America (ILSI, 1999) define alimentos funcionais como os alimentos que, em virtude dos seus compostos bioativos, 8 fornecem benefícios à saúde, além da nutrição básica. De forma similar, o Conselho Internacional de Informação de Alimentos (International Food Information Council – IFIC, 2004) define alimentos funcionais como “alimentos que fornecem benefícios de saúde, além da nutrição básica” e informa que o consumidor pode ter um maior controle da sua saúde por meio da seleção dos alimentos. Esse mesmo instituto cita como exemplos tanto as frutas e verduras como os alimentos fortificados e melhorados e esclarece que os benefícios de saúde são proporcionais aos componentes bioativos destes produtos. Hasler (1998) já argumenta que o termo alimentos funcionais se refere apenas aos alimentos processados (integrais modificados, fortificados, enriquecidos ou melhorados). Afirma ainda que é necessário que sejam consumidos como parte de uma dieta variada, sobre uma base regular e em níveis efetivos. De acordo com algumas destas definições, os alimentos integrais não modificados, como as frutas e os vegetais, representam a forma mais simples de um alimento funcional. Por exemplo: brócolis, cenoura e tomate são considerados alimentos funcionais por serem boas fontes de compostos biologicamente ativos, como o sulforafane, betacaroteno e licopeno, respectivamente. Os alimentos modificados, incluindo os fortificados com nutrientes ou fitoquímicos também podem ser considerados como alimentos funcionais. (ADA, 2004 apud STRINGUETA et al., 2007). Porém, Araya e Lutz (2003) comentam que estas definições são genéricas, permitindo que qualquer alimento possa cumprir com as condições da definição e o termo funcional perde sua especificidade. Na Europa, o conceito de alimentos funcionais se aplica somente aos alimentos que constituem parte da dieta habitual e não se aplica àqueles consumidos na forma de cápsulas, comprimidos ou outras formas farmacêuticas. (MILNER, 2000). Nos Estados Unidos, apesar da categoria de alimentos funcionais não ser reconhecida legalmente, algumas instituições propõem definições para estes novos produtos. (VIEIRA et al., 2006). O Comitê de Alimentos e Nutrição do Institute of Medicine define alimentos funcionais como “qualquer alimentoou ingrediente que possa proporcionar um benefício à saúde além dos nutrientes tradicionais que ele contém”. A American Dietetic Association (2004) considera alimentos fortificados e 9 modificados como alimentos funcionais, alegando seus efeitos potencialmente benéficos à saúde, quando consumidos como parte de uma dieta variada, em níveis efetivos. A legislação brasileira não define o termo alimentos funcionais, mas define alegação de propriedade funcional e alegação de propriedade de saúde, como segue: - Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que uma substância (nutriente ou não) tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano. - Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre os alimentos ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Não são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças. As alegações acima são regulamentadas pela ANVISA, por meio da Resolução ANVISA/MS n° 18, de 30/04/1999. Segundo a mesma resolução, o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além das funções nutritivas básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e/ou fisiológicos e/ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. O esquema abaixo facilita o entendimento dos termos: alegação de propriedade funcional e alegação de propriedade de saúde. Lajolo (2001) descreve que: Alimento funcional é o alimento semelhante em aparência ao convencional, consumido como parte da dieta usual, capaz de produzir demonstrados efeitos metabólicos ou fisiológicos úteis na manutenção de uma boa saúde física e mental, podendo auxiliar na redução de risco de doenças crônico- degenerativas, além de suas funções nutricionais básicas. O termo se aplica ao alimento ou bebida com alegações de algum benefício à saúde, baseada em evidências científicas, tendo sido aprovado por autoridade competente. Ele se diferencia de substância bioativa ou de bioativo, que é a forma concentrada de algum componente do alimento, apresentada em formato não alimentar, usada em doses superiores às que poderiam ser empregadas a partir do alimento. Ainda segundo o mesmo órgão, a propriedade funcional atribuída a esses alimentos é “àquela relativa à ação metabólica ou fisiológica que a substância (podendo ser nutriente ou não), presente no alimento, tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano”. 10 Sgarbieri & Pacheco (1999) definem alimento funcional como “qualquer alimento, natural ou preparado, que contenha uma ou mais substâncias, classificadas como nutrientes ou não nutrientes, capazes de atuar no metabolismo e na fisiologia humana, promovendo efeitos benéficos para a saúde, podendo retardar o estabelecimento de doenças crônico-degenerativas e melhorar a saúde e a expectativa de vida das pessoas”. Além das inúmeras definições sobre os alimentos funcionais, outro ponto que dificulta o processo de normatização e a pesquisa técnico-científica desse produto é a existência de diversas designações em conflito publicadas, principalmente nos Estados Unidos, Europa e Japão. Entre os termos encontrados estão: alimentos funcionais, nutracêuticos, terapêuticos, alimentos medicinais, desenhados, fitoquímicos, fitoalimentos, entre outros. (CRAVEIRO & CRAVEIRO, 2008). As companhias farmacêuticas parecem preferir termos como alimentos medicinais, nutracêuticos e funcionais, enquanto as indústrias de alimentos optam por alimentos nutricionais e funcionais. E, enquanto as primeiras fazem uso de termos com o enfoque da medicina, as indústrias de alimentos priorizam o termo nutricional em suas definições de produto e suas campanhas de marketing. Outro conflito se refere ao local de venda destes novos alimentos. Quais seriam os locais mais apropriados? Varejo farmacêutico, varejo de alimentos, em supermercados ou ambos? Esta dúvida parece ser o reflexo natural do conceito ainda em conflito para o produto: algo no meio do caminho entre comida e medicamento. (VIEIRA et al., 2006). 11 Resumindo, podemos entender, apesar das divergências, que para ser um alimento funcional é preciso: MERCADO O aumento das evidências científicas sobre o papel benéfico de compostos bioativos presentes em alimentos, de origem tanto vegetal como animal, sobre a saúde vem aumentado o interesse por parte dos consumidores, indústrias de alimentos e órgãos mundiais de saúde por produtos com alegações de propriedades funcionais e ou de saúde, os chamados alimentos funcionais. Diversos estudos epidemiológicos têm demonstrado associação positiva entre a ingestão de determinados compostos encontrados nos alimentos, como nas frutas, vegetais, peixes, entre outros, com a redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis. As correlações entre o consumo adequado de fibras e de cálcio na redução do câncer de cólon e da osteoporose, respectivamente, são alguns exemplos de associações positivas entre a alimentação e a saúde. E como as comprovações dessa relação inversa entre alimentação saudável e doenças crônicas tende a aumentar, é provável que a quantidade de novos alimentos melhorados se expanda substancialmente (ADA, 2004). Vários são os fatores que favorecem a consolidação e a expansão do mercado mundial de alimentos funcionais, citado por diversos autores, como mostra o quadro abaixo: FATORES DIRETOS E INDIRETOS QUE AFETAM O MERCADO MUNDIAL DE ALIMENTOS FUNCIONAIS, SEGUNDO DIFERENTES PESQUISADORES Fonte Fatores 12 Motta (2006) - obesidade relacionada com doenças crônicas; - exposição do consumidor pela mídia; - mudança do enfoque de tratamento para prevenção de doenças; - pesquisa e desenvolvimento; - melhoria da margem de lucro dos produtos de maior valor agregado. Battaglia (2006) - as novas diretrizes alimentares; - os interesses específicos do consumidor (alimentação saudável), do setor produtivo (agregação de valor) e do setor público (promoção e proteção da saúde); - crescente confiança que a ciência possa encontrar resposta à questão “dieta e saúde”, por intermédio de novos ingredientes funcionais. Burdok (2006) - tentativa de o consumidor suprir, por meio do consumo dos alimentos funcionais, a deficiência de atividade física e de hábitos de alimentação saudável, dentro da vida urbana convencional; - alto custo dos medicamentos. ADA (2004) - envelhecimento da população; - o aumento dos custos de cuidados com a saúde; - tendência e desejo do consumidor de melhorar a saúde pessoal. FONTE: Adaptado de Stringueta et al., 2007. O setor de alimentos vem, ao longo dos últimos anos, despertando a atenção de governos, indústrias, economistas e, principalmente, consumidores, sobre o papel que os alimentos devem representar para a saúde da população. Com o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, aliado ao crescimento de doenças crônicas como obesidade, hipertensão, osteoporose, diabetes e câncer. É crescente a preocupação com uma alimentação saudável, em função do conceito de que alimentação saudável pode prevenir a ocorrência de doenças. Mundialmente, nota-se a inquietação de governos com a relação alimentação- nutrição- saúde, principalmente no estabelecimento de programas e projetos de longo prazo para modificar hábitos alimentares e sensibilizar setores industriais de alimentos 13 para o lançamento de produtos industrializados diferenciados. (ABIA, 2005). Entretanto, o consumidor é a peça chave no cenário da aceitação de alimentos funcionais. Sendo ele quem adquire o produto, determina se essa classe de alimentos irá se estabelecer ou não, cabendo aos envolvidos, indústriasde alimentos, órgãos governamentais e associações de consumidores, exercerem adequadamente seus papéis de difusores de informações, promotores de mudanças de hábitos e, especificamente para os envolvidos no desenvolvimento de produtos, disponibilizarem produtos sensorialmente interessantes. (MORAES, 2007). No Brasil, em 2005, as estimativas giram em torno de US$ 600 milhões. Esse valor representa aproximadamente 15% do mercado nacional de produtos diet e light, presentes no mercado há mais tempo, desde o início da década de 90. O conjunto de alimentos diet, light e funcionais representa cerca de 6% da produção nacional da indústria de alimentação. (ABIA, 2005). Como exemplo dessa situação, no mundo e no Brasil as vendas do Activia®, iogurte da Danone®, avançam 40% ao ano. Mas esse crescimento no mercado brasileiro ainda não é suficiente para fazer o país ganhar mais peso no faturamento global da empresa. A fatia brasileira, hoje, é menos de 4%, devido ao baixo consumo de iogurte no Brasil (cerca de seis quilogramas por habitante por ano). Na França, o consumo anual per capita alcança 30 quilogramas e na Argentina, 16. Nesse contexto, a Danone® aumentou o investimento em publicidade no Brasil, priorizando o Activia®, produto líder no segmento de iogurte funcional no país, com 92% do mercado brasileiro, concorrendo com o Nesvita® e o Biofibras®, produzido pela Nestlé® e Batavo®, respectivamente. (GLOBAL RESEARCH, 2008 apud SALGADO & ALMEIDA, 2008). O mercado dos iogurtes probióticos vem aumentado substancialmente e um dos seus mais rápidos crescimentos ocorre nos países europeus. Na Suécia, em 2003 e 2004 foram lançados os iogurtes com probióticos Primaliv® (da Skånemejerier®) e o Verum® (da Norrmejerier®). Posteriormente, Arla Foods® também introduziu um iogurte natural e uma coalhada com probióticos, competindo diretamente com o Proviva®, da Skånemejerier® e também com outras bebidas saudáveis e iogurtes do mercado. (GLOBAL RESEARCH, 2008 apud SALGADO & ALMEIDA, 2008). Na Espanha, o iogurte sempre esteve ligado à saúde, mas não há muitas empresas deste setor no mercado espanhol e o foco em um produto diferenciado seria uma forma de escapar do domínio da Danone®. Assim, algumas empresas espanholas 14 têm objetivado desenvolver produtos com algum valor agregado, como os iogurtes funcionais. A Leche Pascual®, por exemplo, com pouco tempo de entrada no mercado de iogurtes e com pouca participação desse mercado (menos de 1%), decidiu ir direto ao setor de iogurtes de valor agregado, especialmente os produtos probióticos. (GLOBAL RESEARCH, 2008 apud SALGADO & ALMEIDA, 2008). Outro ingrediente inovador que vem sendo usado pelas indústrias de lácteos inclui aqueles que reduzem o colesterol e que, apesar de ainda representarem uma categoria muito nova, estão apresentando um rápido crescimento. A companhia francesa Vedial® lançou um iogurte que reduz o colesterol sob a marca St Hubert Ilô®, que foi imediatamente seguido da introdução pela Danone® com uma nova gama de iogurtes anticolesterol, vendidos sob a marca Danacol®. A nova linha conta com o suporte de uma forte campanha na televisão e na imprensa francesa. O rótulo do produto também mostra aprovação pelas autoridades de saúde da França (l'Agence Française de Sécurité Sanitaire des produits de Santé). (GLOBAL RESEARCH, 2008 apud SALGADO & ALMEIDA, 2008). No Reino Unido, onde metade da população sofre de altos níveis de colesterol, a Unilever®, em 2004, lançou uma extensão de sua linha de produtos que reduzem o colesterol, o Flora Pro-activ® e a marca Benecol® também vem promovendo sua versão. (MILKPOINT, 2004). Assim, aqueles alimentos cujos benefícios à saúde são corroborados por embasamento científico, têm o potencial para ser um componente de uma importância cada vez maior para um estilo de vida saudável e benéfico ao público e à indústria de alimentos. Porém, pesquisas com alimentos funcionais não irão trazer os avanços para a saúde sem que os benefícios desses alimentos sejam efetivamente comprovados e passem a ser de domínio público. (HASLER, 1998). O mercado de alimentos funcionais é promissor, mas apenas o trabalho multidisciplinar e o empenho multiorganizacional (indústria, academia e governo) trarão as informações funcionais de forma mais clara e esclarecedora para o consumidor, o principal alvo dessas intervenções de promoção da saúde e redução do risco de doenças. (SALGADO & ALMEIDA, 2008). MARKETING A função do marketing, mais do que qualquer outra nos negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e proporcionar ao cliente valor e satisfação constitui 15 a essência do pensamento e da prática do marketing moderno. Talvez a definição mais simples de marketing seja a entrega de satisfação para o cliente em forma de benefícios e seus dois principais objetivos são: atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter os clientes atuais, proporcionando-lhes satisfação. (KOTLER & ARMSTRONG, 2003). E, é neste contexto de entendimento das necessidades e satisfação dos clientes que os alimentos funcionais apresentam uma característica muito interessante. Com o aumento mundial das doenças crônicas não transmissíveis, os alimentos funcionais são mais uma das estratégias que o consumidor pode buscar para reduzir os riscos dessas doenças. Porém, as empresas desse setor não devem cair no erro de valorizar mais o produto do que os benefícios proporcionados por eles. Elas devem, por meio de dados científicos concretos e investimentos em qualidade do produto, alegar apenas o que realmente podem cumprir. Assim, terão mais êxito com a satisfação dos clientes. A satisfação dos clientes depende do que o cliente percebe sobre o desempenho do produto em relação às suas expectativas. As empresas de referência em marketing se desdobram para manter seus clientes satisfeitos, pois, assim, repetem suas compras e contam aos outros suas experiências positivas com o produto. Segundo Kotler & Armstrong (2003), empresas inteligentes têm como objetivo “maravilhar” seus clientes, prometendo somente aquilo que podem oferecer e entregando mais do que prometem. Os alimentos funcionais não devem ser vendidos como um produto milagroso, capazes de reduzir drasticamente determinadas doenças crônicas se forem consumidos, eles devem sempre estar associados a uma alimentação saudável e à prática regular de exercício físico para garantirem promoção à saúde e uma melhor qualidade de vida. As autoridades de saúde e defesa do consumidor dos Estados Unidos têm fiscalizado com mais rigor as empresas fabricantes de alimentos funcionais, não tanto pela eficácia dos produtos, mas pelas promessas que seus rótulos alegam. Em 2009, 40 companhias já foram acionadas judicialmente por estes órgãos, mais que o dobro do ano de 2008. Entre essas empresas estão a Coca-Cola, General Mills e Danone. Em maio de 2009, a General Mills foi obrigada pela FDA em alterar a embalagem de um dos seus produtos, depois de técnicos desse órgão julgarem que as promessas de redução do colesterol contida no rótulo, segundo a empresa “todas clinicamente comprovadas”, davam a entender que o produto tinha atuação semelhante a um medicamento. (REVISTA EXAME, 2009). 16 Os consumidores também devem ser mais críticos com relação aos produtos industrializados, examinarem não apenas o rótulo de um produto, mas também sua tabela nutricional. Assim, poderão checar que determinados produtos intitulados “funcionais” contêm nutrientes que em excesso podem ser prejudiciais à saúde. Um bom exemplo foi o ocorrido em janeiro de 2009, quando a Coca-Cola foi judicialmente notificada por uma das mais importantes associações de defesa do consumidor americana, a Center for Science in Public Interest, por indicar no rótulo da garrafa de uma água mineral colorida que continha todasas vitaminas necessárias à dieta de um adulto, além de se tratar de uma alternativa eficaz no combate a doenças crônicas e no fortalecimento do sistema imunológico. O que o fabricante não mencionava era sobre seu alto conteúdo de açúcar (33 g por garrafa). (REVISTA EXAME, 2009). Entretanto, problemas semelhantes já aconteceram. O mais recente e polêmico foi com a Danone, que por acaso é a empresa líder em produtos funcionais no Brasil. Em junho de 2008, a Anvisa proibiu a veiculação da propaganda do iogurte funcional Activia em todo o país, sob a alegação que o comercial dava a entender que o produto pudesse ser utilizado como tratamento para todos os tipos de disfunção intestinal. Em 2009, o produto Actimel da Danone, desenvolvido para concorrer com o produto japonês Yakult, também teve seu comercial suspenso sob a acusação que as propriedades funcionais alegadas pela empresa não tinham sido autorizadas pela Anvisa. Assim, posteriormente, a Danone reformulou as propagandas do Activia e do Actimel. (REVISTA EXAME, 2009). Portanto, é necessário que as empresas do setor de alimentos funcionais tomem muito cuidado nas alegações que constam nos rótulos dos seus produtos. Essas alegações devem obedecer à legislação vigente de cada país, evitando que essas empresas sejam notificadas judicialmente por órgãos de saúde competentes e que percam a sua credibilidade por parte dos consumidores. Agindo dessa maneira, apoiadas legalmente por órgãos competentes e sendo mais transparentes, alcançarão com mais facilidade a satisfação dos consumidores. LEGISLAÇÃO No Brasil, o Ministério da Saúde, por meio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamentou os alimentos funcionais e novos alimentos por intermédio das seguintes resoluções: 17 Resolução n° 16, de 30 de abril de 1999: Regulamento Técnico para procedimentos de Registro de Alimentos e/ou Novos Ingredientes. O presente regulamento se aplica ao registro de Alimentos e/ou Novos Ingredientes para o consumo humano, que são definidos como: alimentos ou substâncias sem histórico de consumo no país ou alimentos contendo substâncias já consumidas e que, entretanto, venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados nos alimentos que compõem uma dieta regular. Excluem-se deste regulamento os aditivos e coadjuvantes de tecnologia de fabricação. • Resolução n° 17, de 30 de abril de 1999: Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas para Avaliação de Risco e Segurança de Alimentos. A resolução acima foi elaborada considerando a possibilidade de que novos alimentos ou ingredientes possam conter componentes, nutrientes ou não nutrientes com ação biológica, em quantidades que causem efeitos adversos à saúde. Assim, baseado em estudos e evidências científicas, os responsáveis pelo produto devem provar que esse é seguro sob o ponto de vista de risco à saúde ou não. • Resolução n° 18, de 30 de abril de 1999: Regulamento Técnico que estabelece diretrizes básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de Alimentos. Considerando que o consumidor pode ser confundido com uma nomenclatura e alegações (claims) de propriedades funcionais e/ou de saúde de determinado alimento ou substância não comprovada cientificamente, aliado à tendência do Codex Alimentarius e de vários países em disciplinar as alegações sobre as propriedades funcionais dos alimentos ou de seus componentes, como também a segurança de uso, com base em evidências científicas, foi construída a Resolução ANVISA/MS 18/99. • Resolução n° 19, de 30 de abril de 1999: Regulamento Técnico para procedimentos de Registro de Alimento com Alegação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde em sua Rotulagem. 18 As resoluções ANVISA/MS 18/99 e ANVISA/MS 19/99 fazem a distinção entre alegação de propriedade funcional e alegação de propriedade de saúde, como segue: Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que uma substância (nutriente ou não) tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano. Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre os alimentos ou ingredientes com doença ou condição relacionada à saúde. Não são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças. LISTA DE ALEGAÇÕES DE PROPRIEDADES FUNCIONAIS APROVADAS PELA ANVISA ÔMEGA 3 Alegação O consumo de ácidos graxos ômega 3 auxilia na manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, desde que associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos Esta alegação somente deve ser utilizada para os ácidos graxos ômega 3 de cadeia longa proveniente de óleos de peixe (EPA - ácido eicosapentaenoico e DHA – ácido docosa- hexaenoico). O produto deve apresentar no mínimo 0,1g de EPA e ou DHA na porção ou em 100g ou 100ml do produto pronto para o consumo, caso a porção seja superior a 100g ou 100ml. Os processos devem apresentar laudo de análise, utilizando metodologia reconhecida, com o teor dos contaminantes inorgânicos em ppm: Mercúrio, Chumbo, Cádmio e Arsênio. Utilizar como referência o Decreto nº 55871/65, categoria de outros alimentos. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os 19 requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. A tabela de informação nutricional deve conter os três tipos de gorduras: saturadas, monoinsaturadas e poli-insaturadas, discriminando abaixo das poli-insaturadas o conteúdo de ômega 3 (EPA e DHA). No rótulo do produto deve ser incluída a advertência em destaque e em negrito: “Pessoas que apresentem doenças ou alterações fisiológicas, mulheres grávidas ou amamentando (nutrizes) deverão consultar o médico antes de usar o produto”. CAROTENOIDES LICOPENO Alegação O licopeno tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 20 A quantidade de licopeno, contida na porção do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares é necessário declarar a quantidade de licopeno na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Apresentar o processo detalhado de obtenção e padronização da substância, incluindo solventes e outros compostos utilizados. Apresentar laudo com o teor do(s) resíduo(s) do(s) solvente(s) utilizado(s). Apresentar laudo com o grau de pureza do produto. LUTEÍNA Alegação A luteína tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 21 A quantidade de luteína, contida na porção do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares é necessário declarar a quantidade de luteína na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Apresentar o processo detalhado de obtenção e padronização da substância, incluindo solventes e outros compostos utilizados. Apresentar laudo com o teor do(s) resíduo(s) do(s) solvente(s) utilizado(s). Apresentar laudo com o grau de pureza do produto. ZEAXANTINA Alegação A zeaxantina tem ação antioxidante que protege as células contra os radicais livres. Seuconsumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 22 A quantidade de zeaxantina, contida na porção do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, deve-se declarar a quantidade de zeaxantina na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Apresentar o processo detalhado de obtenção e padronização da substância, incluindo solventes e outros compostos utilizados. Apresentar laudo com o teor do(s) resíduo(s) do(s) solvente(s) utilizado(s). Apresentar laudo com o grau de pureza do produto. FIBRAS ALIMENTARES Alegação As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 23 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de fibras se o alimento for sólido ou 1,5 g de fibras se o alimento for líquido. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de fibras alimentares. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. BETAGLUCANA Alegação A betaglucana (fibra alimentar) auxilia na redução da absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 24 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de betaglucana, se o alimento for sólido, ou 1,5 g se o alimento for líquido. Essa alegação só está aprovada para a betaglucana presente na aveia. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de betaglucana, abaixo de fibras alimentares. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. DEXTRINA RESISTENTE Alegação As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de dextrina resistente se o alimento for sólido, ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de dextrina resistente abaixo de fibras alimentares. 25 Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. FRUTOOLIGOSSACARÍDEO – FOS Alegação Os frutooligossacarídeos – FOS contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 26 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de FOS se o alimento for sólido ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de frutooligossacarídeo, abaixo de fibras alimentares. O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. GOMA GUAR PARCIALMENTE HIDROLISADA Alegação As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 27 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de goma guar parcialmente hidrolisada se o alimento for sólido ou 1,5 g de fibras se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Essa alegação só está aprovada para a goma guar parcialmente hidrolisada obtida da espécie vegetal. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de goma guar parcialmente hidrolisada, abaixo de fibras alimentares. Caso o produto seja comercializado na forma isolada, em sache ou pó, por exemplo, a empresa deve informar no rótulo a quantidade mínima de líquido em que o produto deve ser dissolvido. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. INULINA Alegação A inulina contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 28 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de inulina se o alimento for sólido ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de inulina, abaixo de fibras alimentares. O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. LACTULOSE Alegação A lactulose auxilia o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 29 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de lactulose se o alimento for sólido ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Na tabelade informação nutricional deve ser declarada a quantidade de lactulose abaixo de fibras alimentares. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. POLIDEXTROSE Alegação As fibras alimentares auxiliam o funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos a tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de polidextrose, abaixo de fibras alimentares. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. PSILLIUM OU PSYLLIUM Alegação 30 O psillium (fibra alimentar) auxilia na redução da absorção de gordura. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção diária do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de psillium se o alimento for sólido ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. A única espécie já avaliada é a Plantago ovata. Qualquer outra deve ser avaliada quanto à segurança de uso. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de Psillium abaixo de fibras alimentares. Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. QUITOSANA Alegação A quitosana auxilia na redução da absorção de gordura e colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos 31 Esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de quitosana se o alimento for sólido ou 1,5 g se o alimento for líquido. No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, os requisitos acima devem ser atendidos na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Os processos devem apresentar laudo de análise, utilizando metodologia reconhecida, com o teor dos contaminantes inorgânicos em ppm: Mercúrio, Chumbo, Cádmio e Arsênio. Utilizar como referência o Decreto nº 5.5871/65, categoria de outros alimentos. Deve ser apresentado laudo de análise com a composição físico-química, incluindo o teor de fibras e de cinzas. Na tabela de informação nutricional deve ser declarada a quantidade de quitosana abaixo de fibras alimentares. No rótulo deve constar a frase de advertência em destaque e negrito: "Pessoas alérgicas a peixes e crustáceos devem evitar o consumo deste produto". Quando apresentada isolada em cápsulas, tabletes, comprimidos, pós e similares, a seguinte informação, em destaque e em negrito, deve constar no rótulo do produto: “O consumo deste produto deve ser acompanhado da ingestão de líquidos”. FITOESTERÓIS Alegação 32 Os fitoesteróis auxiliam na redução da absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos A porção do produto pronto para consumo deve fornecer no mínimo 0,8g de fitoesteróis livres. Quantidades inferiores poderão ser utilizadas desde que comprovadas na matriz alimentar. A recomendação diária do produto, que deve estar entre 1 a 3 porções/dia, deve garantir uma ingestão entre 1 a 3 gramas de fitoesteróis livres por dia. Na designação do produto deve ser incluída a informação “... com fitoesteróis”. A quantidade de fitoesteróis, contida na porção do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação. Os fitoesteróis referem-se tanto aos esteróis e estanóis livres quanto aos esterificados. Apresentar o processo detalhado de obtenção e padronização da substância, incluindo solventes e outros compostos utilizados. Apresentar laudo com o teor do(s) resíduo(s) do(s) solvente(s) utilizado(s). Apresentar laudo com o grau de pureza do produto e a caracterização dos fitoesteróis/ fitoestanóis presentes. No rótulo devem constar as seguintes frases de advertência em destaque e em negrito: “Pessoas com níveis elevados de colesterol devem procurar orientação médica”. “Os fitoesteróis não fornecem benefícios adicionais quando consumidos acima de 3 g/dia”. “O produto não é adequado para crianças abaixo de cinco anos, gestantes e lactentes”. POLIÓIS 33 Manitol / Xilitol / Sorbitol Alegação Manitol / Xilitol / Sorbitol não produz ácidos que danificam os dentes. O consumo do produto não substitui hábitos adequados de higiene bucal e de alimentação Requisitos específicos Alegação aprovada somente para gomas de mascar sem açúcar. PROBIÓTICOS Lactobacillus acidophilus Lactobacillus casei shirota Lactobacillus casei variedade rhamnosus Lactobacillus casei variedade defensis Lactobacillus paracasei Lactococcus lactis Bifidobacterium bifidum Bifidobacterium animallis (incluindo a subespécie B. lactis) Bifidobacterium longum Enterococcus faecium Alegação O probiótico contribui para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos A quantidade mínima viável para os probióticos deve estar situada na faixa de 108 a 109 Unidades Formadoras de Colônias (UFC) na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. Valores menores podem ser aceitos, desde que a empresa comprove sua eficácia. A documentação referente à comprovação de eficácia, deve incluir: 34 - Laudo de análise do produto que comprove a quantidade mínima viável do microrganismo até o final do prazo de validade. - Teste de resistência da cultura utilizada no produto à acidez gástrica e aos sais biliares. A quantidade do probiótico em UFC, contida na recomendação diária do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação. Os microrganismos Lactobacillus delbrueckii (subespécie bulgaricus) e Streptococcus salivarius (subespécie thermophillus) foram retirados da lista tendo em vista que além de serem espécies necessárias para produção de iogurte, não possuem efeito probiótico cientificamente comprovado. PROTEÍNA DE SOJA Alegação O consumo diário de no mínimo 25 g de proteína de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis. Requisitos específicos A quantidade de proteína de soja, contida na porção do produto pronto para consumo, deve ser declarada no rótulo, próximo à alegação No caso de produtos nas formas de cápsulas, tabletes, comprimidos e similares, deve-se declarar a quantidade de proteína de soja na recomendação diária do produto pronto para o consumo, conforme indicação do fabricante. “Os dizeres de rotulagem e o material publicitário dos produtos à base de soja não podem veicular qualquer alegação em função das isoflavonas, seja de conteúdo (“contém”) funcional, de saúde e terapêutica (prevenção, tratamento e cura de doenças)”. DIRETRIZES PARA UTILIZAÇÃO DA ALEGAÇÃO DE 35 PROPRIEDADES FUNCIONAIS E OU DE SAÚDE - A alegação de propriedadesfuncionais e ou de saúde é permitida em caráter opcional. - O alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos, fisiológicos ou benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. - São permitidas alegações de função e ou conteúdo para nutrientes e não nutrientes, podendo ser aceitas àquelas que descrevem o papel fisiológico do nutriente ou não nutriente no crescimento, desenvolvimento e funções normais do organismo, mediante demonstração da eficácia. Para os nutrientes com funções plenamente reconhecidas pela comunidade científica não será necessária a demonstração de eficácia ou análise da mesma para alegação funcional na rotulagem. - No caso de uma nova propriedade funcional, há necessidade de comprovação científica da alegação de propriedades funcionais ou de saúde e da segurança de uso, segundo as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança dos Alimentos. - As alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco a doenças. Não são permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças. RELATÓRIO TÉCNICO A avaliação da comprovação da alegação de propriedades funcionais e/ou de saúde (Resoluções ANVISA/MS 18/99 e ANVISA/MS 19/99), assim como para a avaliação do risco de segurança (Resolução ANVISA/MS 17/99) de determinado alimento ou ingrediente é realizada pela Comissão Técnico-Científica de Assessoramento em Alimentos Funcionais e Novos Alimentos (CTCAF). Os pedidos são avaliados caso a caso e é necessário que se envie para a ANVISA um Relatório Técnico contendo as seguintes informações e documentações: - Denominação do produto; - Consumo previsto ou recomendado pelo fabricante; 36 - Finalidade, condições de uso e valor nutricional, quando for o caso; - Evidências científicas aplicáveis, conforme o caso, à comprovação da alegação de propriedade funcional e ou de saúde: • Composição química com caracterização molecular, quando for o caso, e/ou formulação do produto; • Ensaios bioquímicos; • Ensaios nutricionais, fisiológicos e/ou toxicológicos em animais de experimentação; • Estudos epidemiológicos; • Ensaios clínicos; • Evidências abrangentes da literatura científica, organismos internacionais de saúde e legislação internacionalmente reconhecida sobre as propriedades e características do produto; • Comprovação de uso tradicional, observado na população, sem associação de danos à saúde. - Informações documentadas sobre aprovação de uso do alimento ou ingrediente em outros países, blocos econômicos, Codex Alimentarius e outros organismos internacionalmente reconhecidos. NUTRACÊUTICOS Assim como ocorre com o termo alimentos funcionais, existem várias definições para nutracêutico. Segundo Health Canada (1998), nutracêutico é um produto isolado ou purificado de alimentos, que é geralmente vendido sob a forma de medicamento e não é usualmente associado com alimento. Este órgão ressalta que o nutracêutico também deve apresentar comprovação científica de que produz um benefício fisiológico ou oferece proteção contra doenças crônicas. Outro autor define nutracêutico como suplementos dietéticos que fornecem, de forma concentrada, um agente presumidamente bioativo de alimento, presente na matriz não alimentar e usado para melhorar a saúde, em dosagens que excedem aquelas que podem ser obtidas de um alimento convencional. (HASLER, 1998). 37 A legislação de alimentos brasileira não utiliza o termo nutracêutico, mas estabelece as diretrizes para o registro de substâncias bioativas e probióticos isolados com alegação de propriedade funcional ou de saúde na forma de cápsulas, comprimidos, dentre outras. (ANVISA/MS. Resolução RDC n° 2/2002). Resolução RDC no 2, de 7 de janeiro de 2002: Aprova o Regulamento Técnico de Substâncias Bioativas e Probióticos Isolados com Alegação de Propriedade Funcional ou de Saúde. A resolução acima tem como objetivo padronizar os procedimentos a serem adotados para a segurança e comercialização de substâncias bioativas e probióticos isolados com alegação de propriedade funcional ou de saúde. Os produtos de que trata este regulamento são classificados em: carotenoides, fitoesteróis, flavonoides, fosfolipídios, organossulfurados, polifenóis e probióticos. Nesta resolução excluem-se produtos como: - Chás; - Composto líquido pronto para consumo; - ALIMENTOS para praticantes de atividade física; - Produtos cuja finalidade de uso indique ação terapêutica ou medicamentosa; - Produtos com ação farmacológica preventiva ou curativa definidas, mesmo de origem natural; - Produtos que contenham substâncias farmacológicas estimulantes, hormônios e outras consideradas como dopping pelo Comitê Olímpico Internacional (COI); - Produtos fitoterápicos, bem como suas associações com nutrientes ou não nutrientes; - ALIMENTOS e ingredientes alimentares que contenham ou consistam em organismos geneticamente modificados - OGM; - ALIMENTOS e ingredientes alimentares produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, mas que não o contenham; - Suplemento vitamínico e/ou de mineral; - ALIMENTOS para nutrição enteral; - Novos ALIMENTOS e/ou novos ingredientes; - Produtos com Padrão de Identidade e Qualidade ou Regulamento 38 Técnico específico. Abaixo encontramos um resumo sobre os principais tópicos desta resolução, que inclui os chamados produtos nutracêuticos. DEFINIÇÕES: Nutriente: é a substância química encontrada em alimentos que proporcione energia, e/ou é necessária para o crescimento, desenvolvimento e manutenção da saúde e da vida, cuja carência resulte em mudanças químicas ou fisiológicas características. Probiótico: microrganismos vivos capazes de melhorar o equilíbrio microbiano intestinal, produzindo efeitos benéficos à saúde do indivíduo. Substância Bioativa: além dos nutrientes, os não nutrientes que possuem ação metabólica ou fisiológica específica. FORMAS DE APRESENTAÇÃO DO PRODUTO: • O produto sujeito a esta norma deve ser apresentado nas formas, sólida, semissólida ou líquida, tais como: tabletes, comprimidos, drágeas, pós, cápsulas, granulados, pastilhas, soluções e suspensões. • O produto somente pode ser vendido em unidades pré- embaladas, não sendo permitida a venda fracionada. PRINCÍPIOS GERAIS DO PRODUTO: • A substância bioativa deve estar presente em fontes alimentares. Pode ser de origem natural ou sintética, desde que comprovada à segurança para o consumo humano. • Deve ser seguro para o consumo humano, sem necessidade de orientação e ou acompanhamento médico, a não ser que seja dirigido a grupos populacionais específicos. • Não pode ter finalidade medicamentosa ou terapêutica, qualquer que seja a forma de apresentação ou o modo como é ministrado. 39 ALEGAÇÕES PROPOSTAS PELO FABRICANTE: Deve atender: - Ao Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para Análise e Comprovação de Propriedades Funcionais e/ou de Saúde Alegadas em Rotulagem de ALIMENTOS. (ANVISA, Resolução no 18/99). - Ao Regulamento Técnico que estabelece as Diretrizes Básicas para Avaliação de Risco e Segurança dos ALIMENTOS. (ANVISA, Resolução no 17/99). ROTULAGEM: Conter alegação de propriedades funcional e/ou de saúde, em caráter obrigatório, devendo apresentar-se nos moldes e dizeres aprovados pela ANVISA. O modo de uso do produto (quantidade, frequência, condições especiais) e modo de preparo, quando for o caso. COMPOSIÇÃO E REQUISITOS DO PRODUTO PRONTO PARA O CONSUMO • É proibida a composição que necessite a preparação por infusão. • Vitaminas e/ou Mineraispodem ser adicionados, desde que o consumo diário do produto indicado pelo fabricante não ultrapasse 100% da IDR e não prejudique a biodisponibilidade de qualquer dos componentes do produto. • Nenhuma substância nociva ou inadequada deve ser introduzida ou formada como consequência de processamento com o propósito de estabilização. ADITIVOS 40 • É permitida a utilização dos aditivos, coadjuvantes de tecnologia e veículos nos mesmos limites previstos no Regulamento Técnico sobre o Uso dos Aditivos Alimentares, Coadjuvantes de Tecnologia e Veículos para Suplementos Vitamínicos e/ou Minerais. CONTAMINANTES • Resíduos de agrotóxicos: devem estar em consonância com os níveis toleráveis nas matérias-primas empregadas, estabelecidos pela legislação específica. • Contaminantes inorgânicos e orgânicos: devem obedecer aos limites estabelecidos pela legislação específica. CARACTERÍSTICAS DOS NUTRACÊUTICOS E DOS ALIMENTOS FUNCIONAIS NUTRACÊUTICO ALIMENTO FUNCIONAL Produto isolado ou purificado de alimentos, vendidos na forma de: tabletes, comprimidos, drágeas, pós, cápsulas, granulados, pastilhas, soluções e suspensões Alimento convencional ou modificado Origem vegetal e animal Origem vegetal e animal Não pode ter finalidade medicamentosa ou terapêutica Não pode ter finalidade medicamentosa ou terapêutica Comprovação científica de propriedade funcional ou de saúde e segurança do consumo Comprovação científica de propriedade funcional ou de saúde e segurança do consumo 41 Legislação brasileira: não define nutracêutico, mas estabelece diretrizes para o registro de substâncias bioativas ou probióticos com alegação de propriedade funcional ou de saúde. Legislação brasileira: não define AF, mas define propriedades funcionais ou de saúde de um alimento. CLASSIFICAÇÃO E NATUREZA QUÍMICA DOS COMPOSTOS BIOATIVOS NOS ALIMENTOS As substâncias bioativas em alimentos funcionais podem ser organizadas de diversas maneiras, dependendo do interesse específico. Uma delas é quanto à sua natureza química e molecular, que permite categorizá-los de acordo com seu grupo molecular, como mostra o esquema abaixo. (PIMENTEL et al., 2005). ORGANIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS QUANTO À NATUREZA QUÍMICA E MOLECULAR Isoprenoid es Compostos fenólicos Proteínas, Aminoácido s e afins Carboidratos e Derivados Ácidos graxos e lipídeos Miner ais Microbió tico Carotenoid es Cumarinas Aminoácidos Ácido ascórbico PUFA Ômega- 3 Ca Probiótic o Saponinas Taninos Compostos Alil-S Oligossacaríd eos MUFA Se Prebiótic o Tocotrieno s Lignina Isotiocianatos Polissacaríde os não amiláceos Esfingo - lipídeos K Tocoferóis Antocianina s Folato Lecitina Cu Terpenos Isoflavonas Colina Zn 42 simples Flavonoides FONTE: PIMENTEL et al., 2005. PRINCIPAIS ALIMENTOS FUNCIONAIS, SUAS APLICAÇÕES E SEUS COMPOSTOS BIOATIVOS Os alimentos funcionais podem ser de origem tanto vegetal como animal. Os alimentos funcionais de origem vegetal podem ser sintetizados a partir do metabolismo primário ou secundário das plantas. METABOLISMO: Conjunto de reações químicas que ocorrem no interior das células, envolvendo síntese e degradação de nutrientes. METABOLISMO PRIMÁRIO: Conjunto de processos metabólicos que desempenham funções essenciais nos organismos vegetais e animais, tais como a respiração, transporte de solutos e fotossíntese (nos vegetais). Os compostos envolvidos no metabolismo primário possuem uma distribuição universal. Esse é o caso dos aminoácidos, dos nucleotídeos, dos lipídios, carboidratos e da clorofila (nos vegetais). METABOLISMO SECUNDÁRIO: Ocorre apenas no reino vegetal. Conjunto de processos metabólitos que originam compostos que possuem uma distribuição restrita, pois não são essenciais a todas as plantas. Os compostos do metabolismo secundário podem exercer várias funções como: defesa da planta contra insetos, microrganismos, alteração climática, etc.; proteção da radiação ultravioleta; atração de polinizadores, dentre outras. Os compostos fenólicos, os terpenos e os alcaloides são exemplos de metabólitos secundários. TABELA - EXEMPLOS DE SUBSTÂNCIAS FUNCIONAIS PRESENTES EM ALIMENTOS DE ORIGEM VEGETAL E ANIMAL Substâncias Funções Fontes Alimentares 43 FLAVONOIDES (metabolismo secundário de plantas) ANTOCIANIDINAS (cianidina, malvidina e delfinidina) Anti-inflamatórias Anticarcinogênicas Antioxidantes cereja, jambolão, uva, vinho, morango, amora, açaí, maçã, jabuticaba, jambolão, acerola, berinjela, repolho e cebola roxa, batata-doce FLAVANONAS (hesperidina e naringerina) ↓ risco de doenças cardíacas (melhora do perfil lipídico) laranja, nectarina, tangerina, limão FLAVANAS (catequina, epicatequina e procianidina) ↓ risco de doenças cardíacas (melhora do perfil lipídico) chás (verde, preto, branco) ISOFLAVONOIDES (daidzeína e genisteína) ↓ risco de doenças: Cardiovasculares Câncer de mama Câncer de próstata Osteoporose soja, inhame FLAVONÓIS (quercetina e rutina) ↓ risco de doenças cardíacas (melhora do perfil lipídico) maçã, uva, morango, cebola, couve, brócolis, vinho tinto, chá-preto COMPOSTOS SULFORADOS Atividade antibactericida e anticancerígena vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, couve, repolho, rabanete, alcaparra) ISOTIOCIANATO E INDÓIS 44 (hidrólise do glucosinalato PRINCIPAIS GRUPOS DE COMPOSTOS BIOATIVOS DOS ALIMENTOS COMPOSTOS FENÓLICOS Vários estudos epidemiológicos têm demonstrado a associação inversa entre o consumo de frutas e verduras e o risco de doenças, como as cardiovasculares. (BAZZANO et al., 2002). Estes alimentos, dentre outras substâncias, como minerais, vitaminas e fibras, contêm compostos fenólicos que podem atuar como antioxidantes. Esses compostos, que são considerados como não nutrientes, quando presentes em maiores quantidades em determinado alimento, podem ser enquadrados como funcional. (MANCINI-FILHO, 2008). Os compostos fenólicos são uma das maiores classes de metabólitos secundários de plantas. Quimicamente são definidos como substâncias que possuem um anel aromático, contendo um ou mais grupos hidroxilas. Nos alimentos são representados pelos ácidos fenólicos (o ácido clorogênico do café, os ácidos carnósico e rosmarínico no alecrim e em outras especiarias, etc.), cumarinas, flavonoides (as isoflavonas da soja, as catequinas do chá, as antocianinas do vinho tinto, etc.) e os taninos. (PIMENTEL et al., 2005; MIRANDA & MANCINI- FILHO, 1997). FLAVONOIDES ↓ dos níveis de colesterol e TG sanguíneos Alho e cebola (hidrólise da aliina) Atividade antibactericida e anti-hipertensiva, ALICIN A 45 Os flavonoides constituem uma classe de compostos fenólicos de ampla distribuição no reino vegetal, com mais de 6.500 compostos diferentes descritos e cuja síntese não ocorre na espécie humana. (HARBORNE & WILLIAMS, 2000). São importantes para o crescimento, desenvolvimento e defesa das plantas. Atuam como atrativos visuais favorecendo a colonização, como um mecanismo de defesa contra o ataque de insetos e microrganismos e como protetores da radiação ultravioleta. (MUSCUIETTI & MARTINO, 2007). Os flavonoides são compostos de baixo peso molecular, derivados de fenilbenzopironas. Seu esqueleto básico possui 15 átomos de carbono formados pela união de três anéis (A, B, C), sendo dois aromáticos. Possuem uma grande diversidade estrutural, explicada pelas modificações que tais compostos podem sofrer, tais como: hidroxilação, metilação, acilação, glicosilação, entre outras (KOES et al., 1994, citadopor LOPES et al., 2000). ESTRUTURA BÁSICA DOS FLAVONOIDES FONTE KOES et al., 1994, citado por LOPES et al., 2000 Na natureza, os flavonoides estão normalmente ligados a vários açúcares, em complexos chamados glicosídeos. Sua forma livre, sem o açúcar, é chamada de aglicona ou genina. (ZUANAZZI, 2002). Os flavonoides são consumidos regularmente na dieta humana e, apesar de não serem nutrientes, desempenham um importante papel na saúde humana. Atividade anti-inflamatória, antioxidante, antialérgica, hepatoprotetora, antitrômbica, antiviral e anticarcinogênica dos flavonoides já foram encontradas em diversos estudos experimentais em animais e humanos. (MIDDLETON et al., 2000). Esta classe de compostos fenólicos é encontrada em uma grande variedade de vegetais, frutas e bebidas, como o chá-verde e o vinho tinto. Também estão presentes em muitas plantas medicinais e em medicamentos usados em todo o mundo. (MUSCUIETTI & MARTINO, 2007). Não há uma recomendação específica sobre qual 46 a quantidade de flavonoides necessária para exercer efeitos benéficos. A ingestão diária aportada pela dieta pode ser de 50 a 800 mg/dia (PIETTA, 1999) ou até de 1 a 2 g/dia (HAVSTEEN, 2002). Os flavonoides são classificados em categorias como antocianinas, flavanas, flavononas, flavonas, flavonóis e isoflavonoides. (LOPES et al., 2000), conforme o Tabela. TABELA - PRINCIPAIS CLASSES DE FLAVONOIDES E SUAS CARACTERÍSTICAS BÁSICAS CLASSES COLORAÇÃO EXEMPLOS FONTES ANTOCIANINAS Variada: alaranjada, azul, vermelha, roxa Cianidina, Delfinidina, Malvidina Flores, corantes alimentícios, frutas (açaí, uva, morango, amora, acerola, etc.), vegetais (repolho e batata-roxa, etc.) FLAVANAS Incolor Catequina, Epicatequina, Luteoforol, Procianidina, Theaflavina Chá-verde, preto, branco e vermelho FLAVANONAS Incolor, amarelo pálido Hesperidina, Naringerina Frutas cítricas (laranja, limão, tangerina, etc.) FLAVONAS Amarelo pálido Apigenina, Luteolina, Crisina, Diomestina, Tangeretina, Nobiletina, Tricetina Predominam nas frutas cítricas, mas também são encontradas em cereais, ervas e vegetais. FLAVONÓIS Amarelo pálido Quercetina, Vegetais e frutas 47 Rutina, Miricetina ISOFLAVONOIDES Incolor Daidzeína, Genisteína Soja, inhame FONTE: Lopes et al., 2000. ANTOCIANINAS As antocianinas pertencem ao grupo dos flavonoides. Sua molécula é formada por uma aglicona denominada antocianidina, que pode estar ligada covalentemente a um grupo de açúcar ou a uma cadeia de açúcares, apresentando frequentemente substituições acilas, sendo mais comuns os derivados dos ácidos hidroxicinâmicos: ácido p-cumarínico, ácido cafeico e ácido ferúlico. Entre os açúcares encontrados com maior frequência ligados covalentemente às antocianidinas estão a glicose, galactose, raminose, arabinose e xilose. (LEITE, 2008; ZUANAZZI, 2002). Quimicamente, as antocianinas são glicosídeos poli-hidroxilados e polimetoxilados derivados do cátion 2-fenilbenzopirílio ou cátion flavílio, conforme apresentado na Figura. ESTRUTURA DA ANTOCIANIDINA CIANIDINA FONTE: Guedes, 2004. 48 As antocianinas são pigmentos hidrossolúveis, responsáveis pela cor vermelha de flores, frutos e plantas. Sua cor vermelha pode variar desde a tonalidade alaranjada, passando pelo azul até o roxo. (GUEDES, 2004). Entre as antocianidinas de grande ocorrência na natureza pode-se citar a pelargoidina, cianidina, delfinidina, peonidina, petunidina e malvidina, cujas cores variam de acordo com os grupos substituintes da molécula, como resumido na Tabela (Guedes, 2004). TABELA - ANTOCIANIDINAS DE GRANDE OCORRÊNCIA NA NATUREZA Nome Modelo de substituição Cor R3’ R4’ R5’ Pelargonidina H OH H Laranja Cianidina OH OH H Vermelha Delfinidina OH OH OH Vermelha azulada Peonidina OHCH3 OH H Vermelha azulada Petunidina OHCH3 OH OH Vermelha azulada Malvidina OHCH3 OHCH3 OH Vermelha arroxeada As principais fontes de antocianina na dieta humana são encontradas em frutas como o açaí, ameixa, amora, cereja, figo, framboesa, uva, maçã, morango e acerola e nos vegetais, como o repolho-roxo, batata-roxa, berinjela, etc. (GUEDES, 2004). Estima-se que a ingestão de antocianinas nos Estados Unidos, principalmente na forma de cianidina e malvidina, esteja entre 12 a 215 mg/dia por indivíduo (WU et al., 2006), a qual é maior que outros flavonoides, incluindo quercetina, kaempferol, miricetina, apigenina e luteolina. (HERTOG et al., 1993). Além de suas funções como corantes naturais, as antocianinas têm apresentado um grande potencial farmacológico, que incluem propriedades antioxidantes (GRACIA- ALONSO et al., 2008), anti-inflamatórias (XIA et al., 2009), inibição da oxidação do LDL (CHANG et al., 2006), diminuição dos riscos de doenças cardiovasculares 49 (TOUFEKTSIAN et al., 2008) e de câncer. (CHEN et al., 2006). Esses efeitos dependem da estrutura química da molécula, tais como grau de glicosilação e números de grupos hidroxilas. (KONG et al., 2003). ISOFLAVONAS As isoflavonas (também chamadas isoflavonoides) são compostos químicos fenólicos e estão amplamente distribuídos no reino vegetal. As concentrações destes compostos são relativamente maiores nas leguminosas e, em particular, na soja (Glycine max). (SETCHELL, 1998). As isoflavonas também são conhecidas como fitoestrógenos, que são compostos derivados de plantas que exercem fraca atividade estrogênica no corpo humano. As lignanas, o coumestrol e outros flavonoides também são exemplos de fitoestrógenos. (SALGADO, 2001). As principais isoflavonas encontradas na soja são: daidzeína, genisteína e a gliciteína, podendo ser encontradas na forma não conjugada (aglicona), conjugada (glicosilada), acetilglicosilada e malonilglicosilada. (BEDANI & ROSSI, 2005). Abaixo estão as estruturas químicas destes compostos. ESTRUTURAS QUÍMICAS DAS ISOFLAVONAS DAIZEÍNA, GENISTEÍNA E GLICITINA, RESPECTIVAMENTE FONTE: Penha et al., 2007. Segundo a ANVISA, as evidências científicas existentes, até o momento, sobre os benefícios à saúde das isoflavonas permitem reconhecer como viável apenas o seu uso para o alívio das ondas de calor associadas à menopausa (fogachos) e como auxiliar na redução dos níveis de colesterol, desde que prescrito por profissional habilitado, tendo em vista a quantidade e o período de utilização estar relacionado com a condição de saúde do indivíduo e as restrições aos grupos populacionais específicos. 50 Inclusive, existem dois produtos registrados na Anvisa como medicamento fitoterápico; são reconhecidas apenas as indicações para alívio das ondas de calor associadas à menopausa (fogachos) e como auxiliar na redução dos níveis de colesterol. Quanto à substituição de tratamentos convencionais por isoflavonas ou mesmo sua introdução complementar em esquemas terapêuticos, só deve ser feita após avaliação e sob exclusiva responsabilidade do médico responsável pelo tratamento. Entretanto, estudos experimentais e epidemiológicos apontam que as isoflavonas podem reduzir o risco de doenças, como a osteoporose (WILLIAMS et al., 1998), doenças cardíacas (KIRK et al., 1998) e determinados tipos de câncer. (WEI et al. 1998). Com relação à proteína de soja, sua funcionalidade foi reconhecida em 1999 pelo FDA, órgão de controle de alimentos dos Estados Unidos da América. Foi admitido informar para finalidade de rotulagem nutricional que “dietas com baixo conteúdo de gorduras saturadas e colesterol e que incluam o consumo diário de 25 gramas de proteína de soja podem reduzir os riscos de doenças do coração”. No Brasil, a ANVISA atualizou em janeiro de 2005 a lista de produtos com alegação de benefícios à saúde. Para os alimentos à base de soja, as alegações de propriedade
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