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Geopolítica, Regionalização e Integração
Terceiro semestre do curso de Ciências Contábeis
INSTRUTOR: Marcos Fávaro
26 de Setembro de 2022
Unidade 1
● 1 - Fundamentos das Relações Internacionais para a compreensão
da Geopolítica.
- As relações internacionais contemporâneas, especialmente no século XX, podem ser
entendidas pela transnacionalização das relações econômicas, sociais, políticas e
culturais, que ocorreu no mundo e, consequentemente, tornou indefinidas as
fronteiras das políticas interna e externa dos Estados.
- Em plano equivalente, o fenômeno da diversidade de organizações internacionais
adquire grande relevância, sobretudo a partir da Segunda Guerra Mundial, em
função de agora existir a necessidade de os Estados dimensionarem coletivamente
certas competências que antes pertenciam ao absoluto domínio nacional. Baseados
no multilateralismo e na diplomacia parlamentar, esses organismos representam
“um esforço civilizatório significativo no contexto das relações internacionais”
(SEITENFUS, 1997, p. 21) e têm o objetivo de dirimir as relações conflituosas
oriundas do maior grau de interdependência das relações entre os Estados.
- Esse quadro retrata a evolução jurídica que acompanhou as transformações da
sociedade internacional e as interações nela estabelecidas. Isso significa dizer que
as relações internacionais, incluindo-se aqui a geopolítica tal como estabelecida
atualmente, podem ser consideradas eminentemente modernas.
● 1.1 - Caráter e conceito das relações internacionais.
Geopolítica, Regionalização e Integração
2
- No trabalho Relações internacionais como campo de estudos, Lytton
Guimarães (2001) atribuiu o emprego sensato da expressão relações
internacionais a pelo menos duas dimensões. Numa primeira análise,
conferiu a ela um sentido mais amplo e a vinculou ao que “(...) se refere à
gama de contatos e interações de natureza diplomática, política, econômica,
militar, social, cultural, étnica, humanitária, que se processam entre atores
internacionais, estatais e não estatais” (GUIMARÃES, 2001, p. 9). Numa
abordagem mais específica, o autor atribui sentido à expressão relações
internacionais quando esta:
[...] refere-se ao campo de estudos acadêmicos que enfoca as diversas
formas de interações anteriormente descritas, assim como outras questões e
fenômenos considerados relevantes para se compreender e explicar a
complexidade do cenário internacional (GUIMARÃES, 2001, p. 10).
- Ao desconsiderar o que aparentemente já está óbvio, ou seja, a gama de
contatos e interações de diversas naturezas que envolve tal conjunto de
agentes, instituições e processos específicos, a expressão relações
internacionais pode ser traduzida de modo mais simplista por questões
transnacionais. Logo, são as questões transnacionais que compõem a ampla
agenda internacional que, por sua vez, é o alvo das ocupações dos
estudiosos de relações internacionais.
● 1.1.1 - Precedentes históricos das teorias das relações internacionais:
- Anterior ao surgimento do Estado nacional, as unidades governamentais existiam
em diferentes épocas sob a forma de comunas, cidades-estados e feudos, ao passo
que “as unidades econômicas formam nesta ordem: a família, o feudo, a
comunidade da vila, a cidade e a liga das cidades” (DIAS, 2004, p. 25).
● 1.1.2 - O mundo do século XX e as teorias das relações internacionais:
- O século XX foi marcado pelas duas maiores conflagrações mundiais, pelo conflito
ideológico (capitalismo versus socialismos), por revoluções e crises de todas as
ordens, pela extraordinária expansão econômica, por profundas transformações
sociais, por impérios e hegemonias, entre outros relevantes acontecimentos, como
Geopolítica, Regionalização e Integração
3
o vultuoso desenvolvimento tecnológico percebido desde a Primeira Guerra
Mundial. Somado ao encurtamento das distâncias , esse desenvolvimento
tecnológico abriu as portas para uma crescente transnacionalização das relações
econômicas, sociais, políticas e culturais que ocorreu no mundo e acabou por tornar
indefinidas as fronteiras das políticas interna e externa dos Estados. Cada um a seu
tempo e já a partir da Primeira Guerra Mundial, esses acontecimentos começaram a
imprimir uma nova configuração ao sistema internacional moldado no século XVII.
Além disso, o século XX também é marcado pela evolução da teoria das relações
internacionais, que se ocupa em analisar com mais clareza o emaranhado conjunto
de relações que se processa no mundo atual.
27 de setembro de 2022
● 2 - A Noção de cooperação no enfoque das principais teorias
das relações internacionais
- Desde sua consolidação como campo de estudo, o pluralismo teórico
inerente às relações internacionais possibilitou o desenvolvimento de
diferentes estudos e interpretações da realidade internacional, dada a
percepção dos fatos para cada analista e a dinâmica das relações
entre os agentes.
- Porém, não discutiremos aqui a validade lógica dos muitos discursos
dos quais os analistas lançaram mão para conferir sentido à realidade
desde a primeira metade do século passado. Desse modo, nos
ateremos tão somente a identificar a visão de cooperação e de
organizações internacionais a partir do prisma de dois importantes
debates das teorias das relações internacionais: idealismo e
realismo e realismo e interdependência.
Geopolítica, Regionalização e Integração
4
● 2.1 - A noção de cooperação para os teóricos idealistas e realistas
- Os resultados destruidores da Primeira Guerra Mundial, com o número de
vítimas civis e militares, o nível de violência e a extensão do conflito,
impulsionaram o desenvolvimento das relações internacionais como campo
de estudo científico a partir da percepção de um mundo ideal, da qual
pretendeu-se pautar as relações internacionais desde então. Essa percepção
ficou conhecida como idealismo.
- O Idealismo é um um conjunto de princípios universais que defende a
necessidade de estruturar o mundo buscando o entendimento, através de
condutas pacifistas, onde a confiança e a boa vontade sejam os motores que
movimentam a história.
- O idealismo encontra seu momento de maior aceitação no período
entreguerras. Importantes publicações de autores e estudos contribuíram
para o desenvolvimento inicial da obra Relações internacionais como campo
de estudos, de Lytton L. Guimarães. Identificar as causas da guerra e buscar
caminhos para a paz eram preocupações iniciais que, posteriormente,
estiveram voltadas também para questões como os problemas de
segurança, os desarmamentos, o imperialismo e suas consequências, a
negociação diplomática, a balança de poder, a geopolítica etc.
● 2.2 - A noção de cooperação para os teóricos da interdependência
- A ordem internacional contemporânea pode ser considerada como “uma
série de entendimentos rotineiros por meio dos quais flui a política
mundial de um momento ao outro” (Rosenau 2000, 16). Essas “séries de
entendimentos rotineiros” produzem consensos acerca de questões
globais, os quais subsidiam o processo de formulação e implementação de
políticas públicas nos diversos estados nacionais, afetando suas unidades
federativas. Essas “séries de entendimentos rotineiros” podem ser
consideradas como a chamada globalização, a qual, para Keohane e Nye
Geopolítica, Regionalização e Integração
5
(2001, 229), caracteriza-se como um aumento da velocidade institucional nos
adensamentos de redes de interdependência complexa, as quais vêm sendo
consolidadas, pelo menos, desde o período das grandes navegações e
seriam responsáveis pelas alterações na ordem internacional.
28 de setembro de 2022
● 3 - A política externa e os interesses nacionais: Instrumentos da
política estatal e da geopolítica.
- O modelo de estado-nação eminentemente moderno, fundado no princípio da
soberania e forjado em Westphalia, outorga relativa independência na formulação
da estratégia que orienta a ação estatal no âmbito internacional. É por meio de suas
receptivas políticas externase de seus recursos disponíveis que os países têm
relativa autonomia para escolher seus caminhos, seja para desenvolvimento
econômico, capacitação tecnológica, maior participação no comércio global,
crescimento de índices sociais ideais, busca por poder etc.
● 3.1 - Introdução à política externa: Conceitos e objetivos
- As relações entre Estados, organizações internacionais, partidos políticos,
organizações não governamentais e outros atores situam-se dentro de uma ordem
ou sistema internacional e acabam por configurar as relações internacionais.
- O sistema internacional contemporâneo compreende uma sucessão de
macroestruturas: eurocentrismo, transição entreguerras, sucessão da Segunda
Guerra Mundial com a Guerra Fria até o multipolarismo. Dentre essas marcantes
etapas da história contemporânea, houve ainda conflitos generalizados, revoluções,
flutuações econômicas e outras crises.
- A importância de conhecer essas macroestruturas dá-se pelo fato de que cada uma
delas corresponde a configurações específicas de poder. Contudo, os sistemas
internacionais podem ser examinados sob o ângulo de subsistemas, podendo ser
Geopolítica, Regionalização e Integração
6
divididos em ideologia, desenvolvimento, conflito e segurança. Analisemos cada um
deles:
- Ideologia: tem irrefutável influência na política internacional e está ligada ao modo
de organização do país no que concerne à política externa;
- Desenvolvimento: o nível de desenvolvimento de um país afeta diretamente sua
capacidade de ação internacional;
- Conflito: situações de tensão aguda ou conflito aberto constituem oportunidades
extremamente ricas para análise da realidade internacional;
- Segurança: os arranjos internacionais e os meios nacionais são instrumentos de
segurança externa, porém, não deve-se pensar apenas nos instrumentos militares,
mas também nos políticos, econômicos e socioculturais.
● 3.2 - A ação e a interação dos estados
- Para que um Estado seja reconhecido, ele deve cumprir quatro condições
essenciais. São elas:
- O Estado deve ter uma base territorial e uma fronteira definida
geograficamente;
- Uma população estável deve morar dentro de suas fronteiras;
- Deve existir um governo ao qual a população respeite;
- O Estado deve ser reconhecido diplomaticamente por outros Estados.
- É importante mencionar que a interação dos países é processada em três
níveis: bilateral, regional e multilateral. Esses níveis não podem ser
substituídos e cada um complementa o outro. Dependendo do tipo de
divergência internacional, uma nação deve ter opções e talvez buscar mais
de um nível, com o especial cuidado de evitar que uma ação em um dos
níveis restrinja a liberdade de ação em outro nível ou mesmo elimine essa
possibilidade.
Geopolítica, Regionalização e Integração
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29 de setembro de 2022
● 4 - O Sistema Internacional
- O que significa o termo sistema quando aplicado às relações internacionais? Nesse
contexto, sistema é uma união de algum modo regular que se dá por meio do
agrupamento de unidades, objetos ou partes. Os sistemas reagem de modo
constante e têm fronteiras separadas um do outro, sendo que pode haver permuta
de fronteiras
- Segundo Mingst (2009), a concepção de sistema está interligada ao pensamento
das três escolas teóricas dominantes de relações internacionais: a liberal, a
realista e a radical.
- A escola liberal não vê o sistema internacional como centro de estudo, no entanto,
conceitua três pontos diferentes desse sistema;
- A escola realista, que acredita que a política é governada por leis objetivas
enraizadas na natureza humana;
- A escola radical,busca definir a estrutura em termos de estratificação.
- Quando a palavra multipolaridade é mencionada, é importante entender que ela
está ligada ao conceito de que cada ator principal é considerado inimigo ou parceiro
dos demais e as alianças são temporárias, isto é, os países se relacionam com
outros dependendo momentaneamente de seu interesse ou necessidade interna ou
externa. Assim, não há um líder em questão. Já o conceito de bipolaridade é mais
focado, ou seja, existem apenas dois atores importantes, que são inimigos por
posição ou por ideologia. Aqui, as alianças são mais duradouras do que no primeiro
conceito e existe uma liderança que varia de acordo com a origem dessa aliança.
- A bipolaridade possui três tipos de Estados: líderes de blocos, Estados dos blocos
e aqueles que não participam. Nela, os líderes buscam sua própria hegemonia e
Geopolítica, Regionalização e Integração
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se dedicam a impedir ao máximo o fortalecimento de seus adversários e a manter a
integridade de seus próprios blocos
30 de setembro de 2022.
Unidade 2 - Geopolítica
● 5 - O que é a geopolítica?
- Segundo Nicholas Spykman: “É o planejamento” da política de segurança de
um Estado com base em seus fatores geográficos”.
- A Geopolítica é um método de interpretação das relações internacionais
pautado em fatores geográficos, principalmente “na configuração dos
territórios nacionais”
● Fundamentos da ciência:
- Os estados possuem, necessidades territoriais específicas,
bem como potencialidades naturais, tais fatores exercem
impacto direto sobre o seu modelo de política externa.
- Os dois conceitos principais da geopolítica são o de espaço e o
de posição.
- O primeiro cientista social que desenvolveu essas idéias foi o
alemão Friedrich Ratzel (1844-1904).
● Ratzel e a fundação da “Geografia Política”
- Ratzel foi o geógrafo alemão criador da “Geografia Humana”.
- A “Geografia Política” seria um dos sub-ramos da Geografia
Humana.
- É considerado o grande teórico do expansionismo territorial.
- Ratzel formulou “as leis de crescimento territorial dos Estados”.
Geopolítica, Regionalização e Integração
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● Kjellén e a fundação da Geopolítica
- Johan Rudolf Kjellén é o criador do termo “geopolítica”
- Kjellén foi um cientista político que tentou levar para a ciência
política o método desenvolvido por Ratzel para a Geografia
Humana.
- Enquanto a Geografia Política era um ramo da Geografia, a
Geopolítica seria um ramo da Ciência Política.
- Portanto, Kjellén foi um seguidor e um aperfeiçoador das
ideias de Ratzel.
● Escola alemã da Geopolítica:
– Ratzel: Cria os princípios teóricos
- Kjellén: Aperfeiçoou as ideias de Ratzel e criou o termo “geopolítica”
- Haushofer : Institucionalizou a Geopolítica e criou a teoria das pan-regiões
● 5.1 - As relações entre sociedade, Estado, território e poder
Estado
- Para ser reconhecido como estado, deve cumprir quatro condições
básicas: ter uma base territorial, ter fronteiras definidas
geograficamente, ter uma população e ter um governo reconhecido
por essa população e pelos demais Estados independentes. A
diferença crucial entre o conceito de Estado e nação, portanto, recai
sob o fato de que a nação é representada por um grupo de indivíduos
que compartilham do mesmo conjunto de características, ou seja,
costumes, linguagem e história.
● 5.2 - Geografia política e geopolítica.
Geopolítica, Regionalização e Integração
10
- A diferenciação entre as vertentes geografia e política, portanto, pode
ser feita por meio da simples distinção entre uma área atrelada à
geografia e outra estritamente ligada à ciência política. A geografia
política, tal como a geografia econômica, social e/ou cultural,
fundamenta‐se nas observações estáticas e de fatores naturais, como
fronteiras, rios, planícies e planaltos, elementos que compõe e
dividem as regiões e os Estados e simbolizam um limite entre os
territórios.
● 5.3 - A evolução do pensamento em geopolítica
- Com o fim da Guerra Fria, há um processo de globalização e multipolarização
política que fez com que o hiato no debate geopolítico decorrente do fim da
Segunda Guerra Mundial acabasse. Assim, teve início uma fase de compreensão da
conjuntura e de redefinição da política internacional. O processo de descolonização
de países africanos, as revoluções no leste europeu, a entrada de naçõesemergentes no contexto internacional e a mudança no paradigma das relações
internacionais alteraram o pensamento geopolítico contemporâneo. O mundo não
era mais regido somente pelo poderio econômico ou militar das superpotências,
mas por aproximações e afinidades culturais, sociais, étnicas e regionais,
ocasionando uma perspectiva ainda mais para a análise do sistema internacional.
● 5.4 - Geopolítica Clássica:
- Com base na teoria do Heartland, Mackinder demonstrava sua preocupação
com uma eventual aliança militar entre Rússia e Alemanha. Segundo sua
teoria, um entendimento internacional entre esses países os tornaria
ameaçadores do equilíbrio de forças no continente euro- asiático, o que
provocaria uma mudança das relações de poder no mundo. Em última
instância, quem dominasse essa região e dominasse simultaneamente uma
Geopolítica, Regionalização e Integração
11
saída para mares abertos teria condições de desenvolver um poder militar
insuperável, dominar a Eurásia e decidir o futuro do mundo.
● 5.5 - Geopolítica contemporânea:
- A Guerra Fria é definida como um conflito que ocorreu apenas no campo
ideológico, sem que tenha existido um combate militar declarado e direto
entre Estados Unidos e União Soviética. A expressão paz armada explica
muito bem o período. Os dois países apoiaram uma corrida armamentista e
espalharam exércitos e armamentos em seus territórios e em países aliados.
Enquanto houvesse equilíbrio bélico e medo do ataque inimigo, a paz estaria
mantida. O período ainda alimentou conflitos em outros países, como na
Coreia e no Vietnã.
01 de Outubro de 2022.
● 6 - Aspectos da Geopolítica Atual: Fronteiras nacionais e
internacionais, a guerra e a paz de acordo com a geopolítica, o
poder central e o poder local de políticas territoriais
● 6.1 - As fronteiras nacionais e internacionais.
- As fronteiras não representam apenas uma mera divisão e unificação de
pontos diversos, elas determinam também a área territorial precisa, a base
física de um Estado. Assim, as fronteiras delimitam a soberania de um poder
nacional. Para que haja um Estado soberano de direito, é necessário que
haja fronteiras estipuladas e respeitadas.
Geopolítica, Regionalização e Integração
12
- O transporte de mercadorias por meio de uma fronteira muitas vezes exige o
pagamento de impostos de consumo, recolhidos por funcionários. Animais e,
ocasionalmente, seres humanos que atravessam as fronteiras podem
precisar entrar em quarentena para evitar a propagação de doenças exóticas
ou infecciosas.
● 6.2 - A guerra e a paz de acordo com a geopolítica.
- Geopolítica e guerra são termos que se integram num processo dinâmico de
soberania, sendo o foco direcionado para o território e seu estabelecimento.
Em certas circunstâncias, geopolítica, guerra e paz sempre foram
comparadas a gêmeos siameses ou até mesmo a amantes inseparáveis. Isso
pode ser comprovado por uma análise simples da importância do território e
dos fatos históricos para a compreensão desses conceitos. Além disso, é
impossível discutir geopolítica, suas tendências e sua evolução num único
contexto e a partir de um ponto de vista estratégico e prático. A gama de
fatos históricos e geográficos que o tema geopolítica inclui exigiria uma
enciclopédia. Portanto, é insignificante pensar e falar dos fenômenos da
guerra e da paz sem a inclusão contextual da geopolítica.
● 6.3 - O poder central e o poder local
- Nos últimos anos, os governos mundiais passaram por um processo transformador
em sua gestão de poder. Esse processo, conhecido como descentralização, já existia
há séculos, embora já estivesse mais solidificado desde a década de 1990. Nele, o
poder central, que concentra as funções administrativas de um território, delega
poderes de decisão para outras entidades dotadas de capacidade jurídica para
administrar certa parte desse território. A intenção dessa delegação é melhorar a
eficácia da gestão governamental de um país.
Geopolítica, Regionalização e Integração
13
● 6.4 - As políticas territoriais
- As políticas territoriais podem ser entendidas como o campo das ações emanadas
dos poderes centrais, regionais e locais sobre os diversos territórios. Esse tipo
especial de política pública – que tem recebido um aporte mais tradicional do
planejamento regional – está situado em plena crise do Estado territorial moderno
em cenários globais‐regionais, que passam por profundas transformações. A
década de 1990 e a crise dos Estados desenvolvimentistas periféricos representam
rupturas de paradigmas socioeconômicos e políticos com significados e alcances tão
ou mais profundos do que a própria constituição dos Estados nacionais
sul‐americanos, no século XIX.
● 7 - A agenda da geopolítica moderna.
- A globalização capitalista causou provavelmente mais riqueza material e progressos
sociais do que jamais ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao
mesmo tempo, visualizamos o crescente aumento das diferenças entre nações
desenvolvidas e em desenvolvimento. Na era em que são as relações internacionais
com fins econômicos que movimentam a economia mundial, nenhum país deseja
estar limitado a seu território.
- Os interesses nacionais de cada país estão manifestados por meio de sua política
externa e refletem seus objetivos no que diz respeito a desenvolvimento
econômico, capacitação tecnológica, maior participação no comércio global,
crescimento de índices sociais, busca pelo poder, entre outros. Seja qual for o
objetivo, em geral as ações do Estado estarão sujeitas à eventual influência de
grupos de interesse que apoiam suas decisões políticas no âmbito interno.
- Nas questões de meio ambiente, o número de acordos ambientais internacionais e
os acordos voluntários cobrem grande parte das regiões e das questões globais.
● 7.1 - Comércio internacional e desenvolvimento econômico
- Numa perspectiva histórica, a expansão do comércio internacional foi
sustentada pelos contínuos aumentos da produtividade e das produções
Geopolítica, Regionalização e Integração
14
agrícolas e industriais, pela especialização e divisão de trabalho e pelas
vantagens comparativas de troca. O comércio assume papel fundamental na
expansão da economia internacional a partir da revolução comercial
industrial, sendo que sua importância é plenamente admitida nos princípios
da teoria clássica do comércio.
● 7.2 Alguns desafios para a inserção positiva dos países em
desenvolvimento nas relações de comércio internacional
- A globalização capitalista percebida nas últimas décadas do século XX trouxe
provavelmente mais riqueza material e progressos sociais do que jamais
ocorreu em fases precedentes da economia mundial. Ao mesmo tempo,
tem‐se o “aumento das diferenças entre nações desenvolvidas e países em
desenvolvimento, assim como das desigualdades no acesso a bens e a
distância acumulada entre os rendimentos dos grupos sociais”
- Diante desse paradoxo, há que se questionar quais são os desafios a serem
superados pelos países em desenvolvimento a fim de que alcancem maiores
benefícios nas relações do comércio internacional.
● 7.3 O meio ambiente
- Mediante a vasta diversidade de temas que compõem a agenda das relações
internacionais, a ecopolítica e as questões ambientais ganharam destaque
nas últimas décadas. O meio ambiente e a política de desenvolvimento
sustentável causaram discussões entre os Estados nos organismos
internacionais, o que promoveu ações e tentou minimizar os efeitos do
aquecimento global. Ainda que os Estados estejam no dilema entre
soberania, crescimento econômico, interesses individuais e questão
ambiental, notamos que a ONU e as organizações não governamentais
(ONGs) participam ativamente do processo de conscientização.
Geopolítica, Regionalização e Integração
15
● 8 - A Regionalização e Integração.
- No mundo globalizado, participar efetivamente das relações internacionais
significa, essencialmente:
1. Manter um bom relacionamento comercial com os demaispaíses ou
blocos de países;
2. Participar efetivamente das negociações de acordos comerciais dos
mais variados moldes;
3. Estar sempre atualizado em relação às mudanças de comportamento
dos diversos atores.
- A proliferação de acordos regionais marcou profundamente as relações
internacionais a partir da segunda metade do século XX, tanto no campo
econômico como no campo político, e refletiu também no desenvolvimento
do próprio Direito Internacional. Os acordos regionais encontram apoio no
artigo XXIV do GATT, que dispõe sobre a criação e a formação das uniões
aduaneiras e das zonas de livre comércio.
- A justificativa para a formação de blocos era a de propiciar maior liberdade
de comércio, mesmo que discriminatória, com vistas ao aproveitamento das
vantagens comparativas recíprocas. Acreditava-se que a integração
contribuiria para gerar ganhos de comércio e, consequentemente, aumento
do bem‐estar.
- Nas negociações de acordos comerciais, os países buscam ampliar o acesso
aos mercados externos, sobretudo no que diz respeito à elevação das
margens de preferência para seus produtos, preferência esta que se dá por
meio da redução das alíquotas do imposto de importação.
● 8.1 Aspectos teóricos e históricos de integração regional
- O livre comércio é considerado pelos clássicos como a melhor forma de usar
eficientemente todos os recursos disponíveis para atingir o máximo de
Geopolítica, Regionalização e Integração
16
bem-estar mundial. Mas só isso não é suficiente, pois, como ocorre
transferência de renda entre pessoas e nações, alguns ganham e outros
perdem com a liberdade de comércio.
● 8.2 - Fases da Integração
- No passado, a integração entre povos era realizada por invasões e
conquistas e os exércitos eram o principal instrumento de persuasão. Hoje,
as nações independentes procuram se integrar por meio de acordos
firmados em função de seus interesses recíprocos. Há diversos tipos de
integração econômica que podem ser classificados segundo um grau
crescente de interdependência:
- Zonas de preferência: são acordos estabelecidos por países
geograficamente próximos, com o objetivo de promover desenvolvimento e
aumento de suas produções interna e externa mediante mecanismos de
incentivo ao comércio intrarregional. Geralmente, são negociados acordos
setoriais e concessões tarifárias ou não tarifárias para todos os participantes,
relacionando as mercadorias e as respectivas margens de preferência;
- Área de livre comércio: prevista no artigo XXIV do GATT, ela consiste na
eliminação das barreiras alfandegárias e outras restrições aos produtos
produzidos dentro do grupo de dois ou mais países, porém, mantêm‐se as
políticas comerciais independentes em relação aos demais. Trata-se de um
estágio de integração mais avançado do que a zona de preferência. O Nafta
(Acordo de Livre Comércio da América do Norte) é um exemplo desse
modelo de integração regional;
- União aduaneira: também definida no artigo XXIV do GATT, refere-se à
substituição de dois ou mais territórios aduaneiros por um só, com
consequente eliminação de tarifas aduaneiras e restrições ao comércio
internacional dos países membros. A união aduaneira é consequência da
eliminação de todos os obstáculos às trocas internacionais. Os regulamentos
aduaneiros dos participantes da união devem ser semelhantes em relação
Geopolítica, Regionalização e Integração
17
ao comércio exterior com países não participantes da união. Assim, os
produtos adquiridos de países externos devem ter livre circulação na união.
Portanto, uma união aduaneira carece necessariamente da adoção de uma
tarifa externa comum e de uma política comercial em relação a produtos
originários de terceiros países. Como exemplo desse modelo de integração
regional, podemos citar o Mercosul;
- Mercado comum: consiste numa união aduaneira na qual os participantes
se obrigam a implementar a livre circulação de pessoas, de bens, de
mercadorias, de serviços, de capitais e de fatores produtivos, eliminada toda
e qualquer forma de discriminação. As comunidades europeias já passaram
por esse estágio de integração;
- União econômica: nessa fase de integração, os acordos não se limitam aos
movimentos de bens, serviços e fatores de produção, mas buscam
harmonizar políticas econômicas para que os agentes possam operar sob
condições semelhantes nos países constituintes do bloco econômico. A
União Europeia encontra‐se atualmente nesse estágio de integração;
- Integração econômica total: esse estágio de integração implica livre
deslocamento de bens, serviços e fatores de produção, além de completa
igualdade de condições para os agentes econômicos, o que consiste na união
econômica e política e na unificação dos direitos civil, comercial,
administrativo, fiscal etc., ambas administradas por autoridades
supranacionais.
● 8.3 - Principais sistemas de integração regional
○ 8.3.1 - Mercosul (Mercado Comum do Sul):
- O Mercado Comum do Sul, conhecido como Mercosul, é um
bloco econômico sul-americano formado pelo Brasil,
Argentina, Uruguai, Paraguai e outros países associados e
observadores. Foi criado oficialmente em 1991, na tentativa de
aumentar a oferta de emprego e renda, melhorar a
Geopolítica, Regionalização e Integração
18
produtividade e intensificar as relações econômicas entre os
países. Esse bloco econômico regional é muito parecido com
outros existentes pelo mundo, mas apresenta peculiaridades
próprias da região sul-americana.
- O objetivo principal do Mercosul, no início de sua criação, era
estabelecer uma zona de livre comércio entre os países
envolvidos. Essa zona garantiria a circulação comercial de
produtos sem precisar dos trâmites burocráticos em relação a
uma exportação.
- Esse objetivo foi alcançado em 1994. A partir daí, outro
objetivo foi idealizado: a criação de uma Tarifa Externa Comum
(TEC), em 1995. Essa tarifa é utilizada para produtos
importados que entram nos países envolvidos. Todos os
quatro (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) devem cobrar
um imposto comum e único para esses produtos que vêm de
fora (importados), evitando, assim, que um dos países dê
preferência a um tipo de produto e que esse país seja porta de
entrada de algumas mercadorias.
○ 8.3.2 Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta)
- O Nafta – sigla em inglês para Tratado Norte-Americano de
Livre Comércio – é um bloco econômico composto por Estados
Unidos, México e Canadá. Fundado em 01 janeiro de 1994,
seguiu uma das tendências do processo de Globalização: a
organização dos países em acordos regionais. Assim como
ocorre nos demais blocos econômicos, o Nafta objetiva
promover a integração comercial entre os seus
países-membros, o que se faz por intermédio, sobretudo, da
redução das tarifas alfandegárias.
Geopolítica, Regionalização e Integração
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● 8.3.3 - União Européia
- União Europeia é um bloco econômico que reúne 27 Estados
do continente europeu. Essa organização desempenha
também a função de união política e monetária, atuando nas
esferas econômica, política e jurídica e também em prol da
segurança e do desenvolvimento socioeconômico dos seus
países-membros. Em 1999, entrou em vigor o euro, moeda do
bloco oficialmente adotada por 19 países, os quais fazem parte
da Zona Euro.
- A União Europeia surgiu em um contexto de pós-Segunda
Guerra Mundial (1939-1945), visando à recuperação conjunta e
à retomada da paz e união entre os países do continente,
maioria dos quais foi diretamente afetada pelos conflitos.
Diante disso, o objetivo principal da UE permanece o mesmo
desde a sua criação, que é o de promoção da paz, dos seus
valores e também do bem-estar de sua população.
- Os valores sobre os quais se baseiam as atividades da União
Europeia são os seguintes:
- Dignidade humana; Liberdade individual e de circulação;
Democracia; Igualdade; Estado de direito; Direitos Humanos.
- As atividades da União Europeia compreendem as esferas
política, econômica e jurídica. Paraque todas essas funções
sejam atendidas, elas são desempenhadas no âmbito de
diferentes instituições e organismos que compõem o quadro
institucional do bloco.
Geopolítica, Regionalização e Integração
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INTERATIVIDAD�
● 1. O estado nacional é a principal organização social de todos os povos
do planeta, mesmo depois de cinco séculos de evolução. Escolha a
alternativa que melhor explique esse fato.
a. O estado é a principal organização social porque ele tem a missão de ajudar as
empresas a progredirem.
b. O estado nacional é tão importante porque ele ajuda a população mais pobre a
subsistir.
c. É o �tado Nacional que provém a sociedade de direitos, de pr�eção e de ordem
social.
d. O estado nacional é importante porque, em todas as sociedades, ele é um
financiador da saúde pública.
e. Na verdade, o �tado Nacional não é importante e se encontra em processo de
substituição.
Geopolítica, Regionalização e Integração
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● 2. Leia com atenção as alternativas abaixo aponte para a
alternativa que apresenta os dois principais fenômenos da
globalização política.
A. A integração dos mercados e a universalização do Dólar como moedas de trocas
internacionais.
B. A universalização do �tado nacional como modelo de organização social e o
surgimento de organizações internacionais de caráter político.
C. A universalização das organizações internacionais e a revolução da informática.
D. O surgimento do �tado nacional e o estabelecimento do Dólar como moeda
internacional
E. A universalização do �tado nacional como modelo de organização social e a
revolução da informática
● 3. Com base na discussão, aponte para a alternativa que melhor
descreva o período de tensão e disputa entre EUA e URSS pela
hegemonia mundial.
A. Primeira Guerra Mundial
B. Segunda Guerra Mundial
C. Terceira Guerra Mundial
D. Guerra Fria
E. Guerra das Malvinas
● 4 - Leia com atenção as alternativas e aponte aquela que contenha as
escolas das Relações Internacionais com maior vinculação com a
geopolítica.
A. Idealismo clássico
B. Cientificismo
C. Teoria da Interdependência complexa
D. Construtivismo
E. Realismo
Geopolítica, Regionalização e Integração
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● 5 - Ratzel tem uma visão particular da dinâmica evolutiva da sociedade
internacional. Assinale a alternativa que melhor descreva a visão de
Ratzel do Estado, frente à sociedade internacional.
A. O estado é um ator estável, prom�or da paz.
B. O estado é um elemento ultrapassado da sociedade internacional, prestes a ser e�into.
C. Ratzel vê o �tado como um prom�or da moralidade
D. Para o autor, o �tado seria substituído pelas organizações internacionais.
E. Para Ratzel o �tado, seria um prom�or de guerra, sempre interessado em expandir os seus
domínios.
Saiba mais
O GRANDE ditador. Dir. Charles Chaplin. Estados Unidos. 1940. 124 min.
SYRIANA. Dir. Stephen Gaghan. Estados Unidos. 2005. 126 min.
DIAMANTE de sangue. Dir. Edward Zwick. Estados Unidos. 2006. 143 min.
IMPÉRIO do Sol. Dir. Steven Spielberg. Estados Unidos. 1987. 154 min.
SOLDADO anônimo. Dir. Sam Mendes. Estados Unidos. 2005. 125 min.
A REVOLUÇÃO não será televisionada. Dir. Kim Bartley e Donnacha O’Briain.
Irlanda. 2003. 74 min.
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UMA VERDADE inconveniente. Dir. Davis Guggenheim. Estados Unidos. 2006.
100 min.
TERRA. Dir. Alastair Fothergill e Mark Linfield. Alemanha/Estados Unidos/
Inglaterra. 2009. 96 min.

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