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ATENÇÃO-DOMICILIAR-NO-BRASIL

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1 
 
 
ATENÇÃO DOMICILIAR NO BRASIL 
1 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO 2 
2. HOME CARE 4 
3. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM HOME CARE 5 
3.1 Atenção Domiciliar na Atenção Básica 9 
3.2 Princípios da Atenção Domiciliar 11 
3.3 Abordagem Integral à Família 11 
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DESLIGAMENTO NA ATENÇÃO DOMICILIAR 15 
5. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O ATENDIMENTO 
DOMICILIAR 19 
5.1 Uma Visão Global dos Conceitos 27 
CONCLUSÃO 30 
REFERÊNCIAS 31 
 
 
2 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
A atenção à saúde abrange dois modelos: o hospitalar e o domiciliar, sendo 
este último denominado de atenção domiciliar à saúde. O modelo domiciliar (re)surge 
em função das diversas alterações que a sociedade brasileira sofreu no decorrer dos 
anos como um modelo para o desenvolvimento de mudanças sociais e no sistema de 
saúde. 
Dentre estas alterações, Duarte e Diogo (2000) apontam: a transição 
demográfica, que demonstra um envelhecimento populacional cada vez mais 
acentuado; a mudança no perfil epidemiológico da população, no qual se evidencia 
um aumento das doenças crônico-não transmissíveis; os custos do sistema hospitalar 
cada vez mais elevado; o desenvolvimento de equipamentos tecnológicos, que têm 
possibilitado maior taxa de sobrevida das pessoas; o aumento da procura por 
cuidados de saúde; o interesse dos profissionais de saúde por novas áreas de 
atuação; a exigência por maior privacidade, individualização e humanização da 
assistência à saúde, além da necessidade de maior integração da equipe profissional 
com o cliente e sua família. 
Este modelo de atenção à saúde tem sido amplamente difundido no mundo e 
tem como pontos fundamentais o cliente, a família, o contexto domiciliar, o cuidador e 
a equipe multiprofissional. 
3 
 
 
Por se tratar de um modelo recente no Brasil, há muitos termos utilizados para 
sua designação, como: "home healthcare", "domiciliarycare", atendimento domiciliar à 
saúde, atenção domiciliar, enfermagem domiciliar, visita domiciliária, "nursing home", 
"nursingcare", "home carenursing", enfermagem residencial, cuidado domiciliar, 
internação domiciliar, cuidados médicos domiciliares, cuidados de saúde no domicílio, 
atendimentos médicos domiciliares e outros tantos. Muitos são utilizados como 
sinônimos, devido à tradução e à interpretação dos vocábulos "home care" ou "home 
healthcare" em português. Todavia, a oferta de serviços no domicílio, bem como a 
realização de atividades neste contexto, tem diferenças significativas. 
Embora a atenção domiciliar à saúde esteja em processo de ascensão nas 
práticas de saúde, ela ainda não está completamente inserida nos sistemas de 
atendimento à saúde e na formação e/ou capacitação dos profissionais de saúde. 
Comporta diferentes modalidades que são importantes para sua realização; para este 
texto serão consideradas as seguintes: a atenção, o atendimento, a internação e a 
visita domiciliares. Por terem perspectivas e serem atividades diferenciadas e 
concomitantemente complementares, estes conceitos devem ser diferenciados pelos 
profissionais que os executam, seja para que haja uma melhor articulação da teoria 
com a prática, para a adequação da prática profissional daqueles que já atuam na 
atenção à saúde domiciliar, seja para a formação dos novos profissionais de saúde. 
Nesse cenário, o governo federal, em novembro de 2011, implantou o 
Programa Melhor emCasa, que tem como objetivo ampliar o cuidadoprestado ao 
usuário no domicílio. O programaassegura benefícios como ampliação da assistência 
em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS),atendimento humanizado ao paciente 
em seu lare perto dos seus familiares, redução do risco decontaminação e infecção 
de pacientes em pós--cirúrgico, diminuição da ocupação hospitalar etambém 
economia de 80% dos custos por paciente, quando comparado o custo no 
internamentohospitalar ao domiciliar (BRASIL, 2011).A AD pressupõe trabalhar com 
variáveisnão controladas permeadas pelos interesses dopaciente e de seus 
familiares. Nesse sentido, agestão em AD envolve grande complexidade,porque a 
atuação da equipe é sempre na casa dooutro. O profissional pede permissão para 
atuarno domicílio, o que destaca o poder e a autoridade do paciente e de sua família 
(DAL BEN, 2011). 
Por ser uma área presente no sistema desaúde e estar em expansão, a AD 
necessita daatuação de gestores em saúde, que são profissionais que têm 
4 
 
 
competências, como comunicação, tomada de decisão, negociação, trabalho 
emequipe, relacionamento interpessoal, flexibilidade, empreendedorismo, 
criatividade, visão sistêmica, planejamento e organização (FURUKAWA;CUNHA, 
2011). As ações de gestão do cuidadoem AD referem-se a atos de cuidado direto 
eindireto, de caráter instrumental e expressivo,realizados por profissionais de saúde 
de formaintegrada e articulada, cujo propósito é oferecerum cuidado sistematizado e 
de qualidade aosusuários dos serviços de saúde (CHRISTOVAM;PORTO; OLIVEIRA, 
2012). 
Assim, é necessário todo um processo administrativo em torno da AD para que 
o gestor dessaatividade obtenha sucesso, atendendo, principalmente, a 
regulamentação da AD. Todo este processo administrativo abrange: o fluxo de 
prestaçãode serviços que engloba a sua solicitação; a avaliação do paciente e seu 
grau de dependência; aavaliação das condições do ambiente; a classificação dos 
pacientes na modalidade de cuidadoadequada; a geração de orçamentos de custos; 
aavaliação das condições de recursos humanos; e,por fim, intervenção no domicílio 
até a alta dessecuidado (DAL BEN, 2011). 
Na AD, os gestores buscam modelos de gestão que promovam a participação 
das equipesnos resultados dos trabalhos desenvolvidos comfoco no atendimento das 
necessidades do paciente, com custos adequados e envolvimentoda família. Para 
isso, os processos precisam serclaros e bem desenhados, permitindo ao gestor 
autilização de ferramentas adequadas e avaliaçãoconstante (BERNARDINI; 
NISHIDA, 2011). 
Nesse sentido, este artigo tem o objetivo de descrever como a assistência 
domiciliar é vivenciadapelos gestores em saúde, visando desenvolver ummodelo 
teórico que contemple essa experiência. 
 
 
 
 
 
 
2. HOME CARE 
 
5 
 
 
Figura 1 
 
 
É a assistência médica ou de suporte prestada por um cuidador profissional na 
casa individual onde o paciente ou cliente está morando, em oposição a assistência 
prestada em acomodações em grupo, como clínicas ou lares de idosos. 
 O atendimento home caretambém é conhecido como atendimento domiciliar, 
atendimento social ou atendimento domiciliar. Compreende um leque de atividades, 
destacando-se o auxílio paramédico por enfermeiros e a assistência na vida 
quotidiana a doentes, deficientes ou idosos. 
Os clientes que recebem cuidados de saúde em casa podem incorrer em custos 
mais baixos, receber cuidados iguais a melhores e ter maior satisfação em 
comparação com outros locais. 
Ocasionalmente, cuidados paliativos e de fim de vida podem ser fornecidos por 
meio de enfermagem domiciliar. 
Enfermeiros de saúde domiciliar podem ajudar os pacientes com atividades de 
vida diária (AVDs), como banho, ir ao banheiro e alimentação, ou eles dirigem e 
supervisionam o auxiliar na prestação de cuidados de AVD. Os enfermeiros 
monitoram os sinais vitais, cumprem as ordens do médico, coletam sangue, 
documentam as tarefas que realizam e o estado de saúde do paciente e comunicam-
se entre o paciente, a família e o médico. 
Algumas enfermeiras viajam para várias casas por dia e fornecem visitas curtas 
a vários pacientes, enquanto outras podem ficar com um paciente por um determinado 
período por dia. 
3. ASSISTÊNCIA DOMICILIAR EM HOME CARE 
 
6 
 
 
A subcategoria “Gerenciando recursos humanos” mostra que os gestores 
emsaúde, aoatuarem na AD, deparam-se com a necessidadede administrar os 
recursos humanos. Essa subcategoria revelou o trabalho com umaequipemultiprofissional formada, muitas vezes, porprofissionais autônomos. 
Englobou ainda a maneira como os gestoresorganizam o processo de trabalho, 
que inclui autilização da comunicação em reuniões comoferramenta para melhoria do 
serviço, a realização da educação permanente, o acompanhamento do 
desenvolvimento do profissional pormeio de avaliação, assim como a valorização 
dotrabalhador para atuar na AD. 
Destacou-se a necessidade de profissionaiscomunicativos, para atuar na AD, 
que tenhamhabilidade e sensibilidade de se aproximar dopaciente, família e 
cuidadores e sejam comprometidos em criar um vínculo de confiança. 
“[...] porque na assistência domiciliar vocêacaba criando um vínculo com a 
família [...]dando um amparo para esta família, segurando as questões técnicas e 
também as emocionais [...] Você tem que ter um equilíbrioemocional para falar com o 
marido, como filho, e isso exige muito do profissional. 
Então é difícil encontrar profissionais comprometidos, que tenham 
essasensibilidade.” (Entrevista). 
Os gestores afirmam que, em geral, os profissionais atuantes na AD 
sãoenfermeiros, médicos, fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e cirurgiões 
dentistas. Podem ser participantes da equipe de saúde que atua no domicílio – 
oeducador físico, o terapeuta ocupacional e ofarmacêutico –, porém estão mais 
presentes naatenção básica. Assim, os gestores refletem a importância das atividades 
multiprofissionais, buscando estratégias para que elas de fato ocorrame viabilizem a 
realização de uma AD apropriada. 
Ao gerenciar recursos humanos, surge a necessidade de realização de 
reuniões semanais ouquinzenais com os profissionais que compõema equipe para 
discutir os atendimentos domiciliares prestados aos pacientes sob cuidado eas 
estratégias de atuação. Trata-se de uma açãoconsiderada relevante, por permitir 
produtivastrocas de informações entre os profissionais. 
Outras ações envolvem as atividades de educação permanente 
necessáriaspara o aprimoramento do cuidado realizado, com consequênciaspara 
todos os envolvidos no processo de trabalho. Foram mencionadas ações 
7 
 
 
educativasrelacionadas às técnicas que sofrem constantesatualizações, como, por 
exemplo, curativos. 
Faz-se necessária nesse processo a supervisãoda equipe e do trabalho dos 
profissionais. Emgeral, a avaliação dos técnicos de enfermagemé feita pelo 
enfermeiro responsável pela equipe,sendo repassada ao gestor; em relação às 
outrascategorias profissionais, o próprio gestor faz asupervisão e a avaliação. Esse 
acompanhamentodo profissional permite valorizar a atuação profissional no domicílio. 
A subcategoria “Gerenciando resíduos” explicita a organização do descarte dos 
resíduos gerados nos domicílios dos pacientes. A instituiçãoprestadora da AD deve 
ter um plano de gerenciamento de resíduos que possa ser executado. 
Há casos em que o lixo gerado no domicílio écoletado por empresas 
contratadas, que passamnas residências dos usuários em dia específico. 
Em outras situações, o próprio funcionário trazo resíduo para a instituição, que 
tem local apropriado para descarte e armazenamento desselixo, e uma empresa 
contratada realiza a coleta. 
No entanto, os gestores relatam que os profissionais estão expostos a riscos 
ao retornaremdo domicílio com o lixo gerado até o local apropriado para descarte na 
instituição de saúde. Oserviço de coleta de lixo nos domicílios, feitopor empresas 
terceirizadas, tem um custo elevado que, muitas vezes, não permite ao 
pacientecontratá-lo. 
A categoria central relaciona-se com a condição causal do fenômeno, 
explicitada na categoria“Aproximando-se da gestão da AD” e suas duassubcategorias 
“Apropriando-se da AD” e “SendoCapacitada”. 
A subcategoria “Apropriando-se da AD” mostraque o maior contato com a 
assistência domiciliaracontece na graduação e é nesse momento quese apropriam 
das questões teóricas da AD. Paraos gestores, esse contato é apenas uma 
aproximação com o tema, ainda muito superficial, tendoem vista a real complexidade 
da modalidade emquestão. Ainda assim, os participantes afirmamque são poucos os 
cursos de pós-graduação voltados especificamente para a AD, principalmenteno 
município em apreço. A fragilidade na formação pode refletir em desconhecimento de 
novaslegislações específicas da AD, que passaram a vigorar recentemente. 
A subcategoria “Sendo capacitada” refere-seà capacitação dos gestores que 
revelam ter experiência profissional em decorrência da experiência acumulada na 
área da gestão, porém semexperiência específica em AD. Assim, as instituições 
8 
 
 
preocupam-se em capacitá-los, por meio detreinamentos, ao iniciarem suas atividades 
em ADaprendemos todas as ferramentasutilizadas na ESF, aquela questão de 
comotratar o paciente, as redes sociais dele, família e tudo mais. 
As estratégias do fenômeno foram expressasna categoria “Gerenciando o 
serviço”. A atuaçãona AD envolve o planejamento, a organização doatendimento 
domiciliar, a implementação do serviço e sua avaliação, além de uma aproximação 
comoutros serviços de saúde, e a utilização de redesde apoio. Os gestores também 
referem ser avaliados em relação à sua atuação na gestão em AD. 
O processo de planejamento do cuidadoocorre pela caracterização do perfil da 
clientela atendida no domicílio. Todos os participantescomentaram que é constituído, 
principalmente,por pessoas idosas com doenças crônicas, sequelados de acidente 
vascular cerebral (AVC)e acidentes por armas de fogo. Portadores detranstornos 
mentais e crianças também compõem o atendimento, porém em menor escala. 
A organização do serviço ocorre pela divisãodos profissionais de saúde por 
áreas ou regiõesdo município, tendo os profissionais de enfermagem a supervisão de 
um enfermeiro. 
A implementação da AD ocorre desde a solicitação do cuidado até a alta do 
paciente da AD.A solicitação do serviço pode ocorrer por meiodo próprio usuário, da 
sua família, do plano desaúde, do contato de outro serviço de saúde,de um 
profissional de saúde ou até mesmo pormeio do Ministério Público. 
Após a solicitação do serviço, o enfermeirofaz a primeira visita domiciliar para 
avaliar asnecessidades de saúde do paciente e o ambienteem que ele se encontra. 
Quando o ambiente nãosuporta esse cuidado e quando não se tem umcuidador 
presente, dificilmente o serviço aceita o paciente. Os participantes da pesquisa 
nãomencionaram a realização de visitas ao domicílioenquanto os pacientes ainda 
estão internados. 
Em seguida à identificação das necessidades,é elaborado um plano de 
cuidados com prescrições de profissionais, medicamentos, dietas, materiais e 
equipamentos. No caso da rede privada,esse plano de cuidados gera um orçamento 
decustos, que é repassado ao paciente ou ao planode saúde para aprovação e início 
do processo. 
A avaliação do trabalho realizado pode ocorrer de duas formas: a discussão 
entre os membrosda equipe sobre os atendimentos domiciliaresrealizados e a 
supervisão dos pacientes que utilizam o serviço de AD. Ao empreenderem 
9 
 
 
asdiscussões, os gestores conseguem unir grandeparte da equipe e, assim, têm uma 
percepçãomaior sobre como está se desenvolvendo o serviço e os resultados obtidos. 
 
3.1 Atenção Domiciliar na Atenção Básica 
 
Constitui um recorte da atenção domiciliar que ocorre no âmbito da atenção 
básica, inserindo-se no processode trabalho das equipes de saúde. 
Na atenção básica, várias ações são realizadas no domicílio, como o 
cadastramento, busca ativa, açõesde vigilância e de educação em saúde. Cabe 
destacar a diferença desses tipos de ações, quando realizadasisoladamente, 
daquelas destinadas ao cuidado aos pacientes com impossibilidade/dificuldade de 
locomoção atéa Unidade Básica de Saúde (UBS), mas que apresentam agravo que 
demande acompanhamento permanente oupor período limitado. 
É desse recorte de cuidados no domicílio de que trata este material e que a 
PortariaGM/MS nº 2.527, de 27 deoutubro de 2011, classifica como modalidade AD1 
de atenção domiciliar, isto é, aquela que, pelas característicasdo paciente (gravidade 
e equipamentos de que necessita), deve ser realizada pela atenção básica (equipes 
deatenção básica – eAB e Núcleos de Apoio à Saúde da Família – NASF), com apoio 
eventual dos demais pontos deatenção, inclusive, os Serviços de Atenção Domiciliar 
(compostos por equipes especializadas – EMAD e EMAP –cujo público-alvo é 
somente os pacientes em AD). 
 Contempla as seguintes características: 
• Ações sistematizadas, articuladas e regulares; 
• Pauta-se na integralidade das ações de promoção, recuperação e reabilitação 
em saúde; 
• Destina-se a responder às necessidades de saúde de determinado seguimento 
da população com 
perdas funcionais e dependência para a realização das atividades da vida diária; 
• Desenvolve-se por meio do trabalho em equipe, utilizando-se de tecnologias de 
alta complexidade(conhecimento) e baixa densidade (equipamento). 
Na atenção domiciliar, a equipe deve respeitar o espaço do familiar, ser capaz de 
preservar os laços afetivos daspessoas e fortalecer a autoestima, ajudando a construir 
ambientes mais favoráveis à recuperação da saúde. Essaassistência prestada no 
10 
 
 
ambiente privado das relações sociais contribui para a humanização da atenção à 
saúde. 
A atenção domiciliar é a modalidade de maior amplitude dentre as quatro 
citadas. Ela é definida pela Brasil como um termo genérico, que envolve ações de 
promoção à saúde, prevenção e tratamento de doenças e reabilitação, desenvolvidas 
em domicílio. 
As ações de saúde são realizadas no domicílio do paciente por uma equipe 
multiprofissional, a partir do diagnóstico da realidade em que o paciente está inserido, 
visando a promoção, manutenção e/ou restauração da saúde (Duarte; Diogo, 2000), 
portanto, é uma atividade que envolve não só os diferentes profissionais da área da 
saúde, como também o cliente e sua família, visando ao estabelecimento da saúde 
como um todo. Permite que os profissionais desenvolvam atividades de modo que o 
cliente perceba que a sua participação no processo saúde doença é de fundamental 
importância, pois é ele (o cliente) que poderá diminuir ou até mesmo eliminar os 
fatores que colocam em risco sua saúde, não bastando apenas à informação 
veiculada pelos profissionais. 
Mazza (2004) considera a atenção domiciliar à saúde como "um dos meios de 
se obter do indivíduo, da família e da comunidade sua participação no planejamento, 
[na] organização, [na] operação e [no] controle" dos cuidados primários em saúde, 
fazendo uso dos recursos locais disponíveis. 
Complementa-se que a atenção domiciliar envolve a prática de políticas 
econômicas, sociais e de saúde, para reduzir os riscos de os indivíduos adoecerem; 
a fiscalização e o planejamento dos programas de saúde; e a execução das atividades 
assistenciais, preventivas e educativas. Assim, abrange desde a promoção até a 
recuperação dos indivíduos acometidos por um agravo e que estão sediados em seus 
respectivos lares. 
Essa modalidade abrange todas as outras, isto é, o atendimento, a internação 
e a visita domiciliária, que possibilitam a realização e a implementação da atenção 
domiciliar, de modo que todas as ações que possam vir a influenciar o processo saúde 
doença das pessoas. 
Para o modelo americano, a atenção domiciliar à saúde pode ser compreendida 
como "home healthcare", sendo o cuidado à saúde proporcionado às pessoas no 
próprio domicílio de forma apropriada e de alta qualidade, com relação ao custo-
11 
 
 
benefício compatível com a vida dos indivíduos, que devem manter sua autonomia, 
independência e melhor qualidade de vida (Word Health Organization, 1999). 
 
3.2 Princípios da Atenção Domiciliar 
 
A atenção domiciliar potencializa o resgate dos princípios doutrinários do SUS 
(integralidade – universalidade– equidade) se assumida como prática centrada na 
pessoa enquanto sujeito do seu processo de saúde–doença. 
Para nortear a atenção domiciliar realizada na atenção básica, propõem-se os 
fundamentos descritos a seguir,que se estendem para as modalidades AD2 e AD3: 
 
3.3 Abordagem Integral à Família 
 
Figura 2 
 
Abordagem integral à pessoa em seu contexto socioeconômico e cultural, 
dentro de uma visão éticacompromissada com o respeito e a individualidade. Assistir 
com integralidade inclui, entre outras questões,conceber o homem como sujeito social 
capaz de traçar projetos próprios, intervindo dinamicamente nos rumosdo cotidiano. 
A assistência no domicílio deve conceber a família em seu espaço social 
privado e doméstico, respeitando omovimento e a complexidade das relações 
familiares. Ao profissional de saúde que se insere na dinâmica da vidafamiliar cabe 
12 
 
 
uma atitude de respeito e valorização das características peculiares daquele convívio 
humano. Aabordagem integral faz parte da assistência domiciliar por envolver 
múltiplos fatores no processo saúde–doençada família, influenciando as formas de 
cuidar. 
A construção de ambientes mais saudáveis para a pessoa em tratamento 
envolve, além da tecnologia médica,o reconhecimento das potencialidades 
terapêuticas presentes nas relações familiares. Os conflitos, as interaçõese as 
desagregações fazem parte do universo simbólico e particular da família, intervindo 
diretamente na saúde deseus membros. Assistir no domicílio é cuidar da saúde da 
família com integralidade e dinamicidade, reconstruindorelações e significados. 
 
Consentimento da Família, Participação do Usuário e Existência do 
Cuidador. 
A primeira condição para que ocorra a assistência domiciliar (AD) é o 
consentimento da família para aexistência do cuidador. A assistência prestada no 
domicílio não pode ser imposta, já que o contexto dasrelações familiares é sempre 
mais dinâmico que as ações desenvolvidas pelos profissionais, comprometendo 
aeficácia terapêutica proposta. Recomenda-se que toda família esteja ciente do 
processo de cuidar da pessoa assistida, comprometendo-se junto com a equipe na 
realização das atividades a serem desenvolvidas. É de sumaimportância a 
formalização da assinatura do termo de consentimento informado por parte da família 
e/ou dousuário (se consciente) ou de seu representante legal. 
 
Trabalho em Equipe e Interdisciplinaridade 
 
Figura 3 
13 
 
 
 
 
Para impactar sobre os múltiplos fatores que interferem no processo saúde–
doença, é importante quea assistência domiciliar esteja pautada em uma equipe 
multiprofissional e com prática interdisciplinar. Ainterdisciplinaridade pressupõe, além 
das interfaces disciplinares tradicionais, a possibilidade da prática de umprofissional 
se reconstruir na prática do outro, transformando ambas na intervenção do contexto 
em que estãoinseridas. Assim, para lidar com a dinâmica da vida social das famílias 
assistidas e da própria comunidade, além deprocedimentos tecnológicos específicos 
da área da saúde, a valorização dos diversos saberes e práticas da equipecontribui 
para uma abordagem mais integral e resolutiva. 
 
Processo de Trabalho em Equipe 
 
A atenção domiciliar no plano da atenção básica faz parte do processo de 
trabalho das equipes e prima pela interdisciplinaridade. Cada caso deve ser discutido 
e planejado pela equipe, considerando as especificidades técnicas, socioculturais e 
ações entre equipe, família e comunidade. 
O primeiro passo é a identificação dos pacientes elegíveis para a AD na 
territorialização. 
O segundo passo é classificar a complexidade desses pacientes, identificando em 
qual modalidade de AD se enquadram (AD1/AD2/AD3). Alguns pacientes se 
enquadrarão na modalidade AD1, sendo possível identificar elegíveis para AD2 e até 
14 
 
 
para AD3. Caso existam pacientes da AD2 e AD3, a equipe de atenção básica deverá 
acionar a EMAD de sua área, caso exista, para elaboração compartilhadado projeto 
terapêutico. Se não existir Serviço de Atenção Domiciliar no município, a equipe 
deverá elaborar o projeto terapêutico, acionando o NASF e/ ou equipes dos serviços 
especializados, quando necessário, para complementar o cuidado prestado. A 
capacidade da equipe de atenção básica de cuidar dos pacientes de AD2 e AD3, 
sobretudo de AD3, quando não houver SAD no município, deve ser avaliada, além de 
precisar ser discutido se o paciente se beneficiaria de outra modalidade de cuidado, 
como a internação hospitalar. 
Importante estar atento para o fato de que o mesmo paciente pode, a depender 
da evolução do quadro clínico, “migrar” de uma modalidade para outra. 
O terceiro passo é elaborar um plano de cuidados/projeto terapêutico (ou 
Projeto Terapêutico Singular – PTS, no caso de casos mais complexos) para cada 
paciente, contendo as condutas propostas, os serviços ou equipamentos que 
precisam ser acionados, a periodicidade de visitas, a previsão de tempo de 
permanência (geralmente os pacientes em AD1 são crônicos, tendo necessidade de 
cuidados contínuos), o papel de cada membro da equipe e o profissional de referência 
(responsável por coordenar as ações propostas para o paciente). 
 
 Estímulo a Redes de Solidariedade 
Figura 4 
 
A participação do usuário em seu processo saúde–doença faz parte da 
conquista da saúde como direitode cidadania. Trata-se, pois, de investir no 
15 
 
 
empoderamento de sujeitos sociais, potencializando a reordenaçãodas relações de 
poder, tornando-as mais democráticas e inclusivas. O estímulo à estruturação de 
redes desolidariedade em defesa da vida, articulando a participação local da 
sociedade civil organizada (ONGs,movimentos sociais, grupos de voluntários, 
associações, igrejas etc.), potencializa a ação da coletividade nabusca e consolidação 
da cidadania. 
A assistência domiciliar é uma modalidade de atenção à saúde integrada aos 
projetos sociais e políticos dasociedade, devendo estar conectada aos movimentos 
de lutas por melhorias na área da saúde. 
No âmbito de atuação local, a equipe de atenção básica deve identificar 
parcerias na comunidade (seja comigrejas, associações de bairro, clubes, ONGs, 
entre outros) que viabilizem e potencializem a assistência prestadano domicílio ao 
usuário/família. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E DESLIGAMENTO NA ATENÇÃO DOMICILIAR 
 
Caracterização da Modalidade AD1 de Atenção Domiciliar 
16 
 
 
Nesta modalidade, estarão os usuários que possuam problemas de saúde 
controlados/compensados comalgum grau de dependência para as atividades da vida 
diária (não podendo se deslocar até a unidade de saúde). 
Os idosos que moram sozinhos devem ter sua condição avaliação pela equipe, 
considerando ser um relevanteproblema de saúde pública. Essa modalidade tem as 
seguintes características: 
• Permite maior espaçamento entre as visitas; 
• Não necessita de procedimentos e técnicas de maior complexidade; 
• Não necessita de atendimento médico frequente; 
• Possui problemas de saúde controlados/compensados. 
 
Inclusão 
• Ter tido alta da AD2/AD3, mantendo interface entre as equipes de atenção 
domiciliar e as da atençãobásica; 
• Ter, no domicílio, infraestrutura física compatível com a realização da AD; nos 
casos em que ascondições físicas precárias implicam aumento de riscos para a saúde 
do usuário, elas deverão seravaliadas pela equipe multidisciplinar; 
• Ter o consentimento informado do usuário (se consciente) e/ou de seu 
representante legal; 
• Estar impossibilitado de se deslocar até o serviço de saúde; 
• Necessitar de cuidados numa frequência de visitas e atividades de competência 
da atenção básica; 
• Não se enquadrar nos critérios de inclusão nas modalidades AD2 e AD3. 
Desligamento 
• Mudança de área de abrangência, devendo ser transferido para a equipe 
responsável pela área donovo domicílio; 
• Impossibilidade da permanência do cuidador no domicílio; 
• Não aceitação do acompanhamento; 
• Recuperação das condições de deslocamento até a unidade de saúde; 
• Piora clínica que justifique AD2/AD3 ou internação hospitalar; 
• Cura; 
• Óbito. 
 
Pactuação com a Família 
17 
 
 
A atenção domiciliar pressupõe a participação ativa do usuário e familiares no 
processo de cuidar da pessoaassistida. Para tanto, responsabilidades devem ser 
pactuadas entre todos os envolvidos para que os objetivosterapêuticos sejam 
alcançados. 
Recomenda-se reunião prévia da equipe com todos os membros da família 
envolvidos na assistência domiciliarpara planejamento conjunto das ações a serem 
desenvolvidas no domicílio. Essas reuniões devem acontecerperiodicamente, para 
avaliações e replanejamentos, enquanto durar a assistência domiciliar. 
 
Atribuições da Equipe de Saúde no Domicílio na Atenção Básica 
• Respeitar os princípios da assistência domiciliar, buscando estratégias para 
aprimorá-los; 
• Compreender o indivíduo como sujeito do processo de promoção, manutenção 
e recuperação de 
sua saúde e visualizá-lo como agente corresponsável pelo processo de equilíbrio 
entre a relaçãosaúde–doença; 
• Coordenar, participar e/ou nuclear grupos de educação para a saúde; 
• Fornecer esclarecimentos e orientações à família; 
• Monitorizar o estado de saúde do usuário, facilitando a comunicação entre 
família e equipe; 
• Desenvolver grupos de suporte com os cuidadores; 
• Realizar reuniões com usuário e família para planejamento e avaliação da AD; 
• Otimizar a realização do plano assistencial; 
• Fazer abordagem familiar, considerando o contexto socioeconômico e cultural 
em que a família seinsere; 
• Garantir o registro no prontuário domiciliar e da família na unidade de saúde; 
• Orientar a família sobre sinais de gravidade e condutas a serem adotadas; 
• Dar apoio à família tanto para o desligamento após a alta da AD, quanto para 
o caso de óbito dosusuários; 
• Avaliar a condição e infraestrutura física do domicílio; 
• Acompanhar o usuário conforme plano de assistência traçado pela equipe e 
família; 
• Pactuar concordância da família para AD; 
18 
 
 
• Buscar garantir assistência integral, resolutiva e livre de danos ao usuário da 
AD; 
• Trabalhar as relações familiares na busca pela harmonia, otimizando ações 
para um ambientefamiliar terapêutico; 
• Solicitar avaliação da equipe de referência, após discussão de caso; 
• Dar apoio emocional; 
• Orientar cuidados de higiene geral com o corpo, alimentos, ambiente e água. 
O Home Care e o uso de tecnologia e dispositivos médicos 
Nos primórdios da medicina, a tecnologia que assistia aos médicos e 
profissionais de saúde eracomposta de equipamentos básicos. Com o 
desenvolvimento da engenharia os equipamentos médicosse tornaram maiores, mais 
complexos e necessitavam de condições especiais para seu funcionamentonos 
hospitais. Embora no primeiro momento estes equipamentos foram desenhados para 
utilização noshospitais, posteriormente com o desenvolvimento do serviço de HC 
tiveram que ser adaptados para seuuso na casa dos pacientes (Anon, 1988; Anon, 
2000; Subbarayappa, 2001). Este novo procedimento fezcom que os riscos 
intrínsecos de utilização destes equipamentos nos hospitais fossem transferidos 
paraum novo ambiente para o qual não foram projetados. Nos últimos anos os 
fabricantes estão produzindoequipamentos especialmente desenhados para home 
care e as autoridades sanitárias estãoregulamentando a fabricação e o uso deste tipo 
de equipamentos (ISO, 2000). 
 
Fontes de risco em Home Care 
As fontes de risco em HC são diferentes que nos hospitais e precisam de um 
gerenciamentoespecífico e singular (Mestas& Calil, 2008). A GR em HC é singular, 
particular e único para cadaServiço de Home Care (SHC), porque cada um deles tem 
características e objetivos singulares. 
a. Fazer uma lista das possíveis fontes e fatores de riscos que podem apresentar-se 
na organizaçãoestudada.b. Classificar as fontes e fatores de risco nas categorias a seguir5 (Mestas&Calil, 
2008): 
− Fontes e fatores de riscos decorrentes de fatores humanos. 
− Fontes e fatores de riscos biológicos. 
− Fontes e fatores de riscos decorrentes da falha funcional de dispositivos biomédicos. 
19 
 
 
− Fontes e fatores de riscos decorrentes da falha de uso de dispositivos biomédicos. 
− Fontes e fatores de riscos decorrentes da influência do ambiente externo à casa 
dopaciente de home care. 
− Fontes e fatores de riscos decorrentes do ambiente interno da casa do paciente. 
− Risco inaceitável ou intolerável (preenchida em vermelho com valoração de ≥8): é 
umnível de risco não aceito (pela organização ou sociedade) por ser tão alto que 
requer açãosignificante e urgente para reduzir sua magnitude. 
− Risco tolerável (preenchida em amarelo com valoração de ≥4 a <8): estes riscos 
estão natransição entre o os riscos inaceitáveis e aceitáveis, esta zona é conhecida 
como ALARP (doinglês “As Low As isReasonablyPracticable”) por que o risco deve 
ser mantido "tão baixoquanto razoavelmente praticável", neste tipo de riscos por um 
lado, esforços devem serfeitos para reduzir o risco, por outro lado os benefícios 
compensam o risco. 
− Risco aceitável (preenchida em verde com valoração <4): é um nível de risco baixo, 
nestecaso não tem necessidade de controle de risco ou a necessidade é baixa, mas 
este risco deveser gerenciado, monitorado e mantido embaixo desse nível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. ESTRUTURAÇÃO E PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS PARA O 
ATENDIMENTO DOMICILIAR 
 
Tabela 1 
20 
 
 
 
 
A estrutura da assistência domiciliar engloba um conjunto de componentes que 
iniciano hospital ou clínica e estende-se ao domicílio do paciente, família, cuidador, e 
equipe multiprofissional, onde cada local ou indivíduo desempenha uma função vital 
para que aconteça aassistência domiciliar de forma adequada e eficaz. 
O primeirocomponente é o hospital, onde o médico realiza a avaliação do 
pacientee, juntamente com o enfermeiro, realiza a prestação dos cuidados 
necessários. Cabe ao profissional médico decidir pela alta hospitalar após cura ou 
indicar a assistência domiciliar para opaciente. A AD traz benefícios também para o 
hospital, pois é devido a indicação desse tratamento que é disponibilizado leitos 
hospitalares, reduzindo custos com o paciente (MAEDA,2011). 
O segundo componente é a residência ou lar em que o paciente reside, 
podendo serem casa própria ou casas de apoio. No entanto, existem as exigências 
solicitadas para a execução da AD, pois o local deve ser adequado para guardar 
equipamentos, no caso da internaçãodomiciliar, guardar medicações e oferecer 
segurança tanto para o paciente quanto para os profissionais que vão executar os 
serviços da assistência domiciliar (MAEDA, 2011). 
O terceiro componente é o paciente que possui inúmeras necessidades a 
serem sanadas pela equipe multiprofissional, uma vez que, em muitos casos, grande 
parte do estado físico está comprometido, o que exige cuidados complexos. Outro 
aspecto relevante é o psicológico do paciente, que geralmente está em conflito, 
21 
 
 
tornando-se de suma importância desenvolver uma relação interpessoal com ele, 
ganhando sua confiança e o ajudando a enfrentar seusmedos, o que pode 
proporcionar uma melhora mais rápida do seu quadro clínico. 
O quarto fator abordado é a família, que segundo Silva et al (2014) deve dar 
suporte emocional, lazer e encorajar o paciente a aderir ao tratamento, sendo vista 
como porto seguro do paciente, auxiliando-o nas tomadas de decisões. 
O quinto componente é o cuidador que é obrigatório em casos de internação 
domiciliar. O mesmo pode ser um familiar ou uma pessoa contratada para executar 
as tarefas simplescom o paciente, como por exemplo: higienização, passear com o 
paciente, administrar medicação por via oral, etc. (MAEDA, 2011). 
O sexto componente é a equipe multiprofissional que é formada por médicos, 
enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, 
entre outros. Aparticipação ativa desses profissionais é de suma importância para 
recuperação do paciente,contudo somente após a avaliação e classificação do 
paciente é possível decidir o nível decomplexidade mais adequado e designar os 
profissionais que devem atendê-lo. É imprescindível que a equipe multiprofissional 
possua uma relação interpessoal para melhor tratamento docliente, sendo, também, 
comprometidos com a ética, almejando sempre o bem-estar dopaciente 
 
CAPACIDADE E INCAPACIDADE FUNCIONAL: IDENTIFICAÇÃO 
DANECESSIDADE DA ASSISTÊNCIA DOMICILIAR E SEU NÍVEL DECUIDADO 
A capacidade funcional consiste na habilidade e competência do ser humano 
para arealização de atividades diárias básicas que são essenciais para nossa vida, 
sem precisar daajuda de terceiros. Atividades essas que podem variar desde a 
higienização pessoal, preparação e ingestão de alimentos, limpeza do ambiente em 
que vive, entre outros (DIAS et al,2010). 
Ao longo do processo natural do envelhecimento, essas capacidades vão 
sendo desenvolvidas e aperfeiçoadas, mas conforme os anos vão passando, as 
mesmas vão sendo gradativamente reduzidas, recebendo o nome de incapacidade 
funcional, quando não conseguimosmais desempenhar essas atividades básicas 
sozinhos, necessitando, assim, da ajuda de outrapessoa. 
A capacidade funcional, em bom estado, pode estar diretamente relacionada 
ao estado de saúde do paciente. Uma pessoa saudável consegue manter suas 
22 
 
 
habilidades físicas ementais por mais tempo, assim como pessoas que apresentam 
patologias podem perder umpouco de sua autonomia (DIAS et al, 2010). 
Para a contratação dos serviços de Enfermagem na assistência domiciliar e 
imprescindível que o profissional enfermeiro, junto a família do indivíduo, analise o 
grau de dependência desse paciente para então optar pelo nível de atendimento mais 
adequado ao caso, na intenção de suprir necessidades do paciente em vários 
aspectos visando seu bem-estar e manutenção da sua saúde. 
 
AÇÕES INTERACIONAIS 
1. Relação de ajuda/interação 
2. Apoio afetivo mental ou psicológico 
3. Comunicação 
4. Relação de confiança 
5. Negociação 
6. Respeito 
7. Diálogo e escuta 
 
2. AÇÕES EDUCACIONAIS 
1. Orientações a familiares, cuidadores e/ou pacientes. 
2. Desenvolvimento de estratégia de ensino. 
3. Educação sobre recursos sociais. 
4. Preparo de paciente, família e rede de vizinhos e outros setores para prevenção de 
riscos emcasos de emergências. 
5. Orientações a outros enfermeiros. 
 
3. AÇÕES ASSISTENCIAIS 
1. Gestão ou infusão de medicamentos 
2. Cuidado agudo no Domicílio 
3. Manejo clínico de feridas 
4. Gestão da dor 
5. Cuidados na nutrição parenteral, diálise peritoneal e oxigenoterapia 
6. Visita domiciliar 
7. Avaliação de riscos, prevenção e complicações 
23 
 
 
8. Procedimentos técnicos: avaliação física, higiene pessoal, realização de enema, 
verificaçãode sinais vitais, cuidados de decúbito, exercícios para deambulação, 
atendimentos em casos deemergência, sondagens vesicais, sondagens gástricas e 
enterais, entre outros procedimentosprivativos. 
 
AÇÕES ADMINISTRATIVAS 
1. Supervisão clínica e administrativa 
2. Planejamento e organização das visitas domiciliares 
3. Coordenação do cuidado 
4. Gestão do caso. 
 
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 
Quanto a proteção ao profissional e ao paciente, observar a Norma 
Regulamentadorada NR - 32, com a finalidade de minimizar os riscos à saúde da 
equipe de Enfermagem, principalmente, no que se refere aos EQUIPAMENTOS DE 
PROTEÇÃO INDIVIDUAL(EPI), vestimentas e adornos. 
O profissional de Enfermagem deverá conhecer previamente o REGIMENTO 
INTERNO próprio, adotado pelas Home Care e Cooperativas, neles devem abordar 
questões comoescala, regime de plantão, carga horária semanal, entre outros 
aspectos de trabalho que, porsuavez, deve ser aceito pelo profissional. 
Sendo assim, o profissional deve conversar com responsável da instituição 
sobre a escala do serviço de enfermagem. 
 
Atendimento Domiciliar 
Este termo é utilizado por alguns autores para designar atividades nomeadas 
como assistência domiciliar ou, por outros autores, como cuidado domiciliar. Assim, 
considera-se esses três termos sinônimos e representantes de uma mesma 
modalidade da atenção domiciliar à saúde. Segundo a Anvisa (Brasil, 2006), 
assistência domiciliar (ou atendimento) é um conjunto de atividades de caráter 
ambulatorial, programadas e continuadas, desenvolvidas em domicílio. 
Podemos compreender essa expressão como "home care" em outros países. 
No sistema de saúde canadense é a provisão de uma disposição de serviços de saúde 
e sociais designados a dar suporte aos pacientes em suas próprias casas (Wealth 
24 
 
 
Canada, 1997). O objetivo é permitir que indivíduos que necessitem de cuidados para 
circunstâncias agudas ou crônicas de saúde recebam o tratamento da alta qualidade 
no domicílio ou na comunidade, ou facilidades a longo prazo do cuidado, sendo que a 
sustentação ou cuidado para os amigos e a família, que fornecem o cuidado para seus 
familiares doentes é também importante. Na Coréia o "home care" esta baseado em 
uma perspectiva do setor público de saúde e as ações de saúde no domicílio junto à 
família e à comunidade se consolidam para pacientes com doenças crônicas e de 
longo tratamento, que estejam sem hospitalização (Ryu, an, Koabyashi, 2004). 
 
Melies (1997) sugere que o cuidado domiciliar – "home care" – seja visto como 
um conceito relacionado ao fenômeno de "home care", que pode ser compreendido 
como as atividades que representam o todo das atividades de cuidado, desde as de 
prevenção primária até os cuidados paliativos para o fim da vida. Assim, representam 
um extenso campo de atividades de cuidado. 
O cuidado dos profissionais de saúde para a pessoa em sua própria casa, com 
o objetivo final de bem-estar, além de contribuir para a qualidade de vida e para o 
funcionamento do estado de saúde, substitui o cuidado hospitalar, esta é uma 
compreensão do sistema de saúde sueco. (Thomé, Dykes e Hallberg, 2003). 
O atendimento domiciliar representa uma estratégia de atenção à saúde, que 
engloba mais do que o fornecimento de um tratamento padrão. É um método aplicado 
ao cliente com o objetivo de enfatizar sua autonomia e realçar suas habilidades em 
seu próprio ambiente – o domicílio (Duarte e Diogo, 2000). Ele envolve ações menos 
complexas, multiprofissionais ou não, que podem ser comparadas a um "consultório 
em casa" (Tavolari e col., 2000). Segundo Paskulin e Dias (2002), o atendimento 
domiciliar pode propiciar um contato mais estreito dos profissionais de saúde com o 
paciente e seus familiares em seu próprio meio, podendo este momento ser útil para 
uma avaliação das condições que o cercam, por vezes, de grande importância para o 
sucesso do acompanhamento. 
Compreende-se que o atendimento domiciliar envolve a realização de ações 
educativas, orientação, demonstração de procedimentos técnicos a serem delegados 
ao cliente ou ao seu cuidador, bem como a execução destes procedimentos pela 
equipe multiprofissional no domicílio do cliente. 
O atendimento domiciliar é, portanto, um conjunto de ações que busca a 
prevenção de um agravo à saúde, a sua manutenção por meio de elementos que 
25 
 
 
fortaleçam os fatores benéficos ao indivíduo e, concomitantemente, a recuperação do 
cliente já acometido por uma doença ou sequela. 
Evidencia-se com isso que o atendimento domiciliar compreende todas as 
ações, sejam elas educativas ou assistenciais, desenvolvidas pelos profissionais de 
saúde no domicílio do cliente, direcionadas a ele próprio e/ou a seus familiares. Desse 
modo, abrange tanto atividades simples como as mais complexas, incluindo, assim, 
as modalidades visita e internação domiciliar. 
 
Internação Domiciliar 
A internação domiciliar é uma atividade continuada, com oferta de tecnologia e 
de recursos humanos, equipamentos, materiais e medicamentos, para pacientes mais 
em estados mais complexos, que demandam assistência semelhante à oferecida em 
ambiente hospitalar (Ribeiro, 2004). 
Para Lacerda (2000), a internação domicilia é a prestação de cuidados 
sistematizados de forma integral e contínua no domicílio, com supervisão e ação da 
equipe de saúde específica, personalizada, centrada na realidade do cliente, 
envolvendo a família e, podendo ou não, utilizar equipamentos e materiais. A autora 
pontua ainda que, nessa modalidade, o cliente recebe cuidados e orientações sobre 
várias ações, pois está com o estado de saúde alterado, precisando de 
acompanhamento profissional. 
O uso da palavra internação requer cautela, pois pode incorrer em apropriação 
da terminologia e da compreensão utilizada em instituições hospitalares, não 
considerando a especificidade que o domicílio apresenta (Lacerda, 2000). 
A internação domiciliar, segundo Tavolari, Fernandes e Medina (2000), refere-
se ao cuidado intensivo, contínuo e multiprofissional, desenvolvido em casa. Requer 
aparato tecnológico semelhante ao existente na estrutura hospitalar, pois o cuidado é 
direcionado a doentes com complexidade moderada ou alta, no entanto, esses 
recursos tecnológicos são solicitados de acordo com a necessidade do cliente. 
Dal Ben (2001) afirma que nesta modalidade o acompanhamento contínuo, ou 
seja, diário e até, às vezes, ininterrupto, pode ser de 24, 12, 8 ou 6 horas de 
assistência de enfermagem. A autora refere ainda que "é fundamental o suporte 
contínuo com uma central de atendimento para solução de emergência, durante 24 
26 
 
 
horas, com médico e enfermeiro disponíveis para orientar e atender às necessidades 
do paciente". 
A internação domiciliar, portanto, é uma modalidade que tem se revelado uma 
opção segura e eficaz, direcionada a pacientes portadores de doenças crônicas ou 
agudas (Freitas e col., 2000). Está adquirindo cada vez mais importância nas distintas 
organizações sanitárias e sociais, acompanhada por estudos que prevêem um 
aumento dos serviços de atendimento domiciliar, assinalando que diferentes setores 
colocam a internação domiciliar como alternativa viável e promissora (Lacerda, 1999). 
Na França, a internação domiciliar é uma alternativa assistencial do setor de 
saúde que consiste em um modelo organizado capaz de dispensar um conjunto de 
cuidados e atenção de médicos, enfermeiras, tanto em qualidade como em 
quantidade, para pacientes em seu domicílio, que não precisam da infra-estrutura 
hospitalar, mas necessitam de vigilância ativa e assistência completa (Nogueira, e 
col., 2000). 
Para Cotta (2001), é importante salientar que a internação domiciliar deve ter 
caráter transitório e que a equipe de saúde que atende o paciente no domicílio esteja 
dotada de meios tecnológicos necessários e que visitem regularmente a residência do 
paciente para fazer o diagnóstico e prover o tratamento e os cuidados. 
Em um documento preliminar do Ministério de Saúde brasileiro sobre as 
diretrizes para a atenção domiciliar no sistema único de saúde (Brasil, 2004), há as 
seguintes ações que podem ser realizadas pela internação domiciliar: procedimentos 
terapêuticos, educação sanitária, cuidados paliativos e visitas de monitoramento, 
pautando-se pelo cuidado integral, por ações inter- e transdisciplinares, devendo ser 
consideradas as condições locais, as questões habitacionais, sociais, culturais, a 
formação de equipes, a rede básica e a decisão do gestor local de saúde. 
 
 
 
 
Visita Domiciliar 
 
O conceito de visita domiciliar parece ser o mais difundido no sistema de saúde 
brasileiro e nas práticas de saúde na comunidade. Ribeiro (2004) o considera um 
27 
 
 
contato pontual de profissionais de saúde com as populações de risco, enfermos e 
seus familiares paraa coleta de informações e/ou orientações. Na visita domiciliar são 
desenvolvidas ações de orientação, educação, levantamento de possíveis soluções 
de saúde, fornecimento de subsídios educativos, para que os indivíduos atendidos 
tenham condições de se tornar independentes (Mazza, 2004). 
As orientações realizadas dizem respeito a saneamento básico, cuidados com 
a saúde, uso de medicamentos, amamentação, controle de peso, ou qualquer coisa 
que diga respeito àquele indivíduo, à família e à comunidade em que vivem (Jacob, 
2001). 
Segundo Lacerda (1999), a visita é realizada pelos profissionais de saúde e/ou 
equipe na residência do cliente, com o objetivo de avaliar as demandas exigidas por 
ele e seus familiares, bem como o ambiente onde vivem, visando estabelecer um 
plano assistencial, geralmente programado com objetivo definido. 
Ela pode ser utilizada, ainda, como atividade de subsidio de intervenção no 
processo saúdedoença de indivíduos ou o planejamento de ações visando à 
promoção da saúde coletiva. Deve compreender ações sistematizadas, que se iniciam 
antes da visita e continuam após ela. (Freitas e col., 2000). 
Conclui-se, portanto, que a visita domiciliar é uma forma de assistência 
domiciliar à saúde, que dá subsídios para a execução dos demais conceitos desse 
modelo assistencial. É, por intermédio da visita, que os profissionais captam a 
realidade dos indivíduos assistidos, reconhecendo seus problemas e suas 
necessidades de saúde. 
 
 
 
 
 
 
 
5.1 Uma Visão Global dos Conceitos 
 
A internação domiciliar é a mais específica modalidade da atenção domiciliar à 
saúde, envolvendo a presença contínua de profissionais no domicílio e o uso de 
28 
 
 
equipamentos e materiais. Ela é uma forma de operacionalizar o atendimento 
domiciliar, assim como utiliza a visita domiciliar como estratégia de realização desta 
atividade. 
A visita domiciliar possui um caráter mais pontual, de contato com os 
profissionais, que observam a realidade do paciente em seu domicílio, isto é, seu 
contexto domiciliar, seja de estrutura física e material ou de relações pessoais intra-
familiares; em que também podem realizar orientações. 
O atendimento domiciliar é uma modalidade um pouco mais ampla, que envolve 
atividades profissionais realizadas diretamente no domicílio das pessoas, envolvendo 
o cliente e sua família. Conforme dito anteriormente, pode ser operacionalizado pela 
internação ou pela visita domiciliar; mas, ainda, pode ser simplesmente atendimento 
domiciliar. Isso porque os profissionais podem realizar atividades e procedimentos no 
domicílio, sem configurar o tratamento intensivo da internação domiciliar ou os 
objetivos de educação e levantamento de dados da visita domiciliar, constituindo 
atendimento domiciliar propriamente dito. 
A atenção domiciliar à saúde, além de envolver as atividades profissionais da 
internação, da visita ou do atendimento domiciliares, engloba práticas de políticas de 
saúde, saneamento, habitação e educação, dentre outras; dependendo de diferentes 
esferas de atuação para a saúde dos grupos sociais. 
Assim, as modalidades apresentadas possuem diferenças entre si, mas são 
complementares e interdependentes, como pode ser observado na representação 
esquemática. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Representação esquemática da atenção à saúde domiciliar e seus respectivas 
modalidades. 
29 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Há uma complementaridade entre as modalidades da atenção domiciliar, 
atendimento domiciliar, visita e internação domiciliar. Cada uma possui peculiaridades 
e características que as distinguem, e devem ser estabelecidas de maneira clara pelos 
profissionais de saúde, não apenas por questões de operacionalização dos serviços 
de saúde, mas para sua orientação na execução das práticas profissionais. 
Para que o modelo de atenção à saúde domiciliar ocorra de forma a efetivar 
seus preceitos, deve-se lançar mão de suas modalidades para que a prática 
assistencial seja planejada, sistematizada, organizada e documentada. Esse último 
aspecto merece ênfase, pois é muito importante para a avaliação desse modelo 
assistencial e seu constante aperfeiçoamento. 
Este artigo pretende propor uma reflexão sobre as modalidades da atenção 
domiciliar à saúde, de modo a auxiliar os profissionais na aquisição de subsídios 
teóricos para uma prática fundamentada. Deste modo, afirma-se que a atenção 
domiciliar é a modalidade mais ampla, envolvendo a vigilância à saúde dos indivíduos, 
de modo a promover, manter e/ou restaurar a saúde da população. O atendimento é 
a execução de qualquer atividade profissional direta à saúde dos indivíduos, ao passo 
que a internação domiciliar é uma prática mais intensiva e complexa no domicílio do 
cliente e a visita domiciliar é uma forma de avaliação dos indivíduos, da família e do 
domicílio, sendo, os dois últimos, uma forma de atendimento domiciliar. 
Não se pretende exaurir a discussão sobre o tema. Tem-se o intuito, sim, de 
chamar a atenção dos profissionais da área da saúde para uma nova concepção, para 
uma estratégia de assistência à saúde inovadora, pautada em uma percepção 
diferenciada sobre o processo saúdedoença, que contempla o indivíduo e seus 
familiares em seu domicilio, em cujo espaço dimensões sociais e afetivas se efetuam. 
Com o ressurgimento dessa modalidade, há a necessidade de os profissionais 
buscarem atualização e qualificação profissional, para atuar nesse campo de trabalho, 
espaço que trará grandes perspectivas para o profissional, visto os fatores que 
favorecem a implementação desse modelo. 
Por fim, existe a certeza de que os maiores beneficiados da atenção domiciliar 
à saúde serão os clientes e seus familiares, porque o cuidado passará a ser 
individualizado, humanizado, distante dos riscos iatrogênicos, pertinentes ao contexto 
31 
 
 
hospitalar e, acima de tudo, contará com a participação do principal cuidador: o familiar 
ou o significante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Outros materiais