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LIVRO AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA

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WORKSHOP 
AVALIAÇÃO 
OCULAR 
MOTORA 
INSTITUTO FILADELFIA 
BIBIANA A. PULIDO VALBUENA PFEIFFER 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
1 22 de outubro de 2017 
1. AVALIAÇÃO DIAGNOSTICA MOTORA OCULAR 
 
Muitas classificações tem sido propostas para enquadrar as anomalias oculomotoras 
existentes e por isto podemos classificar os estrabismos obedecendo múltiplos critérios: 
 
Direção dos desvios  Endotropia 
 Exotropia 
 Hipertropia 
 Hipotropia 
Variação do ângulo  Comitante (igual em todas as direções de 
mirada) 
 Incomitante (varia o ângulo nas posições de 
mirada) 
 Paralítico 
 Não paralítico 
Constância do desvio  Constante 
 Intermitente 
Idade de início do desvio  Congênito 
 Infantil 
 Do adulto 
Grau de normalidade do 
sistema vergencial 
 Acomodativo 
 Não acomodativo 
 Misto 
Grau de normalidade da visão 
binocular 
 Foria ou latente 
 Tropia ou manifesto 
Tipo de fixação  Monocular 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
2 22 de outubro de 2017 
 Alternante 
Etiologia  Funcional: é sempre comitante e se deve a 
uma condição preexistente como um erro 
refrativo, uma alteração vergencial, etc. 
 Paralítico: tipicamente incomitante. O 
congénito é por anomalia muscular ocular e 
o adquirido devido a alguma lesão dos 
nervos oculomotores ou de seus núcleos 
 
 
O exame motor requer vários passos para poder realizar um diagnóstico; é importante 
desde o primer momento diferenciar os dois grandes tipos de alterações: 
- Anomalias binoculares não estrábicas 
- Estrabismos 
 
1.1 ANOMALIAS BINOCULARES NÃO ESTRÁBICAS 
 
A visão binocular consiste na coordenação e integração do que recebem os dois olhos 
por separado, em uma percepção binocular única. O funcionamento normal da visão 
binocular sem sintomas depende de vários fatores como: a anatomia ocular, o sistema 
motor que coordena o movimento dos olhos e o sistema sensorial a través do qual o 
cérebro integra as percepções monoculares. 
Ainda que o sistema motor seja anatomicamente normal podem se produzir anomalias 
em seu funcionamento que dificultem a visão binocular. Por exemplo, uma acomodação 
excessiva como consequência de uma hipermetropia não corrigida pode resultar em 
uma convergência excessiva o que altera a relação AC/A e consequentemente produzir 
alterações na binocularidade. 
Anomalias no sistema sensorial podem surgir por fatores como falta de nitidez da 
imagem optica em um dos olhos, tamanho maior da imagem de um olho respeito ao 
outro ou alterações motoras que levam a supressão, correspondência anômala ou 
ambliopia. 
 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
3 22 de outubro de 2017 
ANOMALIAS BINOCULARES NÃO ESTRÁBICAS 
Anomalias binoculares Anomalias 
acomodativa 
Problemas 
oculomotores 
Relação AC/A baixa: 
 Insuficiência de convergência 
 Insuficiência de divergência 
Insuficiência 
Acomodativa 
Disfunção 
oculomotora 
Relação AC/A alta: 
 Excesso de convergência 
 Excesso de divergência 
Excesso de 
acomodação 
Relação AC/A normal: 
 Endoforia básica 
 Exoforia básica 
 Disfunção da vergencia fusional 
Inflexibilidade 
acomodativa 
Heteroforia vertical 
 
ALTERAÇÕES DA VISÃO BINOCULAR COM AC/A BAIXO 
Insuficiência de convergência Insuficiência de divergência 
Caraterísticas Pacientes com ortoforia de longe 
ou pequena exoforia de longe e 
exoforia maior em visão de 
perto. Com relação AC/A baixa 
Paciente com endoforia em 
visão de longe, 
significativamente maior que em 
visão de perto, relação AC/A 
baixa 
Sintomas -Pioram ao final do dia, 
associados à leitura e tarefas em 
visão de perto. 
-astenopia e cefaleias; 
-ocasional embaçamento da 
visão; 
-lacrimejamento; 
-dificuldade de concentração; 
-sonolência ao ler; 
-salto ou mistura de linhas 
-astenopia nas atividades de 
longe; 
-náuseas e vertigens; 
-embaçamento ocasional em VL 
-sintomas pioram ao final do dia. 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
4 22 de outubro de 2017 
Sinais -exoforia maior em V.P 
(diferenças de 8 a 10 dioptrias); 
-reservas fusionais positivas 
(convergência) diminuídas; 
-supressão intermitente em V.P; 
-ponto próximo de convergência 
afastado (maior que 10cm); 
-flexibilidade acomodativa 
alterada com a lente positiva; 
-AC/A baixo (menor que 3/1); 
-MEM baixo. 
-endoforia maior de longe que de 
perto (de 8 a 10 prismas de 
diferença); 
-AC/A baixo (menor de 3/1); 
-reservas fusionais negativas 
(divergência) diminuídas para 
longe; 
 
 
ALTERAÇÕES DA VISÃO BINOCULAR COM AC/A ALTO 
Excesso de divergência Excesso de convergência 
Caraterísticas Pacientes com exoforia 
significativamente maior de 
longe do que de perto. Relação 
AC/A alta 
Pacientes ortoforicos de longe 
ou com endoforias 
significativamente menores em 
V.L que de perto, AC/A alto 
Sintomas -astenopia; 
-incapacidade de manter ambos 
os olhos abertos frente à luz; 
 
-pioram ao final do dia, e estão 
associados a atividades em 
visão de perto: 
-astenopia e cefaleias; 
-embaçamento ocasional; 
-diplopia intermitente; 
-lacrimejamento; 
-dificuldade para ler; 
-sonolência; 
-incapacidade de concentração 
para tarefas de perto. 
 
Sinais -supressão na visão de longe; 
-relação AC/A alta; 
-exoforia ou exotropia maior para 
longe do que de perto 
(diferenças de 8 a 10 dioptrias); 
-endoforia maior de perto do que 
de longe; 
-reservas fusionais negativas 
(divergência) diminuídas; 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
5 22 de outubro de 2017 
-ppc normal 
 
-falha na lente negativa na 
flexibilidade acomodativa; 
-MEM alto. 
-Grau moderado de 
hipermetropia 
-AC/A alto (7/1 ou maior) 
 
ALTERAÇÕES DA VISÃO BINOCULAR COM AC/A NORMAL 
Endoforia básica Exoforia básica 
Caraterísticas Os pacientes apresentam 
endoforias para longe e perto 
com valores similares e AC/A 
normal 
Pacientes com exodesviaçoes 
similares para longe e perto, 
AC/A normal. 
 
Sintomas -astenopias associadas a tarefas 
em visão de longe e perto; 
-embaçamento de longe e perto; 
-diplopia intermitente de longe e 
perto; 
-os sintomas pioram ao final do 
dia. 
-astenopias associadas a tarefas 
em visão de longe e perto; 
-embaçamento de longe e perto; 
-diplopia intermitente de longe e 
perto; 
-os sintomas pioram ao final do 
dia. 
 
Sinais --endoforia de valor similar para 
longe e perto (diferenças não 
maiores de 7 dioptrias); 
-reserva fusional de divergência 
diminuída para longe e perto; 
-AC/A normal; 
-MEM alto; 
-falha na flexibilidade 
acomodativa com a lente 
negativa. 
-exoforia de valor similar para 
longe e perto; 
-reserva fusional de 
convergência diminuída para 
longe e perto; 
-AC/A normal; 
-MEM baixo; 
-Ponto próximo de convergência 
afastado 
-falha na flexibilidade 
acomodativa com a lente 
positiva 
 
 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
6 22 de outubro de 2017 
ALTERAÇÕES DA VISÃO BINOCULAR COM AC/A NORMAL 
Disfunção da vergencia fusional 
Caraterísticas Paciente ortoforico de longe e de perto, ou insignificante foria de 
perto e longe, a característica diferencial desta anomalia são os 
valores das vergencias fusionais que estarão diminuídos tanto para 
divergência quanto para convergência. 
 
Sintomas --astenopia e cefaleias; 
-embaçamento intermitente; 
Lacrimejamento e queimação; 
-sonolência ao ler; 
-diminuição da compreensão da leitura; 
 
Sinais -ortoforia ou endo ou exoforias pequenas de longe e perto; 
-reservas fusionais de convergência e divergência diminuídas para 
longe e perto; 
-flexibilidade acomodativa alterada com ambas as lentes; 
-AC/A normal. 
 
ALTERAÇÕES DA VISÃO BINOCULAR 
Anomalias verticais 
Caraterísticas Presencia de uma hiperforia de umolho e hipoforia do outro 
 
Sintomas -embaçamento 
-Cefaleia 
-Astenopia 
-dificuldade de concentração 
-Salto de linhas 
Sinais -Posição anômala de cabeça 
-hiperforia 
-vergencias fusionais reduzidas 
 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
7 22 de outubro de 2017 
ALTERAÇÕES ACOMODATIVAS 
Insuficiência Acomodativa Excesso acomodativo 
Caraterísticas Dificuldade para estimular a 
acomodação 
Clinicamente o paciente 
apresenta uma amplitude 
acomodativa diminuída de 
acordo com o valor esperado 
para a idade 
Condição na qual o paciente tem 
dificuldade com todas as tarefas 
que necessitem relaxamento da 
acomodação 
 
Etiologia • Funcionais 
• Não funcionais ou orgânicas 
como: 
• Uso de drogas: álcool, 
anti-histamínicos, 
ciclopegicos, estimulantes do 
SNC 
• Enfermidades gerais: 
anemia, diabetes, 
esclerose múltipla, 
distrofia miotonica, etc. 
• Enfermidades oculares: 
iridocliclite, glaucoma, 
esclerite, etc. 
• Funcionais 
• Não Funcionais: 
• Drogas: morfina, drogas 
colinérgicas, sulfonamidas. 
• Enfermidades gerais: 
encefalites, sífilis, 
meningites 
 
Sintomas  Embaçamento 
 Cefaleias 
 Tensão ocular 
 Dificuldade na leitura 
 Sonho com a leitura, Irritação 
ocular 
 Hiperemia e lacrimejamento 
 Dificuldade na mudança de 
foco de longe para perto 
 Sensibilidade à luz ou 
fotofobia 
 Dificuldades na concentração 
e mistura de linhas ao ler. 
• Sintomatologia está associada 
à leitura e tarefas em visão de 
perto 
• Embaçamento especialmente 
no final do dia 
• Cefaleia que se agudizam em 
períodos curto de leitura 
• Fotofobia e diplopia. 
 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
8 22 de outubro de 2017 
 
Sinais  Amplitude de acomodação 
diminuída 
 ARP baixa 
 Flexibilidade de acomodação 
mono e binocular alterada 
com a lente negativa 
 Retinoscopia de MEM mais 
positiva que o normal. 
 
• Dificuldade na flexibilidade 
acomodativa monocular e 
binocular com lentes positivas 
• ARN alterado 
• A retinoscopia de MEM estará 
menos positiva que o normal. 
 
 
ALTERAÇÕES ACOMODATIVAS 
Inflexibilidade de acomodação 
Caraterísticas Dificuldade em mudar o nível da resposta acomodativa, nesta 
alteração a latência e velocidade acomodativa são anormais. 
A amplitude é normal, mas a capacidade do paciente para usar esta 
acomodação de maneira rápida e por longos períodos de tempo é 
inadequada 
 
Sintomas • Embaçamento 
• Cefaleia 
• Dificuldade em mudar o foco de uma distância para outra, 
tensão ocular, entre outros 
 
Sinais • Procedimentos que precisam relaxar e estimular a 
acomodação se encontram diminuídos 
• ARN e ARP alterados 
• Geralmente outros testes acomodativo apresentam-se 
normais. 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
9 22 de outubro de 2017 
• Endoforia em visão próxima é a alteração mais associada à 
inflexibilidade acomodativa 
 
ANOMALIAS OCULOMOTORAS 
Caraterísticas Geralmente a alteração oculomotora atinge os três tipos de 
movimento oculomotor: fixação, seguimento e sacádicos 
Os sintomas geralmente estão associados com o uso dos olhos na 
leitura 
Sintomas • Movimento de cabeça excessivo ao ler 
• Perda de linha 
• Omissão de palavras 
• Velocidade de leitura lenta 
• Má compreensão 
• Dificuldade de atenção 
Sinais • Resultado pior que 15% no teste de DEM 
• Resultado pior que +3 no teste de observação direta dos 
sacádicos 
• Resultado pior que + 3 no teste de observação direta dos 
seguimentos 
 
1.2 ESTRABISMO 
 
O estrabismo é uma síndrome sensório-motora no qual os olhos não fixam um mesmo 
ponto no espaço, devido ao desalinhamento dos eixos visuais. 
Assim, cada eixo visual fixa um objeto e projeta em diferentes pontos do espaço: o 
desvio ocular traduz alteração motora e anormalidade projecional que é a alteração 
sensorial. 
O estrabismo pode aparecer acompanhado de um o vários fenômenos adaptativos: 
 Supressão 
 Ambliopia 
 Fixação excêntrica 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
10 22 de outubro de 2017 
 Correspondência retiniana anômala. 
A supressão é o fenômeno no qual existe inibição cortical da informação procedente de 
regiões especificas do olho desviado: 
 Da área macular para evitar diplopia 
 Da área periférica da retina correspondente à direção de fixação para o 
olho normal (para evitar confusão) 
 
A Correspondência retiniana anômala se define tendo em conta que para cada área 
retinica, com direção visual e valor motor próprios, uma área correspondente no outro 
olho tem localização e valor motor idênticos. As áreas retinicas com direções visuais e 
valores motores similares são denominadas áreas ou pontos correspondentes. 
As fóveas são as áreas correspondentes de maior hierarquia devido a que sua 
estimulação determina o eixo subjetivo em torno do qual tudo o que está no campo 
visual é organizado. 
A correspondência retiniana anômala é um deslocamento adaptativo das direções 
visuais do olho desviado em relação com as direções visuais do olho fixador, o resultado 
é que durante a visão binocular, uma área da retina periférica do olho estrábico adquire 
uma direção visual comum com a fóvea do olho fixador. 
Este deslocamento na correspondência retiniana determina uma diferença nas direções 
visuais entre ambos os olhos para os objetos visualizados na fóvea. 
A CSA é uma adaptação sensorial positiva do estrabismo (ao contrário da supressão), 
o que permite alguma visão binocular com fusão limitada, para ser mantida a presença 
de uma heterotropia. A CSA está mais frequentemente presente em endotropias de 
pequeno ângulo. É rara nas endotropias acomodativas pela variabilidade do ângulo de 
desvio ou em grandes desvios, quando a separação das imagens é muito grande. A 
CSA também e raramente encontrada nas exotropias, nas quais o desvio é frequente 
intermitente. 
 
1.2.1 ENDOTROPIAS 
 
Além de serem identificadas pela direção do desvio, as endotropias podem revelar 
inúmeras manifestações sensoriais ou motoras (ou ambas), inclusive tendência a 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
11 22 de outubro de 2017 
desenvolver ambliopia no olho desviado, correspondência retínica anômala (CRA), 
hiperfunção de músculo oblíquo, torcicolo, nistagmo latente (NL) e divergência vertical 
dissociada (DVD). 
A hipermetropia, juntamente com a relação convergência acomodativa AC/A e história 
familiar de estrabismo, constituem os fatores de risco mais importantes no 
desenvolvimento da endotropia 
No que tange à história familiar, é fácil encontrar vários membros afetados na família de 
uma criança com endotropia. Contudo, a endotropia, por si só, não é hereditária. O que 
é hereditário é a tendência à instabilidade do sistema motor ocular, que pode resultar 
no estrabismo, dependendo de fatores ambientais secundários. 
ENDOTROPIA CONGENITA OU INFANTIL 
GENERALIDADES CARATERISTÍCAS 
A endotropia congênita ou infantil 
(ou síndrome de Ciancia), 
representa aproximadamente 30% 
dos desvios oculares observados 
na prática diária. Acredita-se que as 
endotropias congênitas surjam nos 
primeiros meses de vida e não 
apenas ao nascimento. 
 
 Endotropia de início prematuro 
 Desvio de grande ângulo 
 Fixação em adução com dificuldade e 
nistagmo em abdução 
 Torcicolo, com o queixo virado para o 
lado do olho fixador (devido à fixação 
em adução) 
 Manifestação frequente de inclinação 
de cabeça, em geral para o ombro do 
lado do olho fixado, em casos raros, 
para o ombro correspondente ao lado 
do olho não-fixador 
 Desenvolvimento atrasado da acuidade 
visual. 
 Arnbliopia moderada ou leve, 
 Hipermetropia não-significativa 
 
 
ENDOTROPIA COMITANTE ADQUIRIDA 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
A endotropia comitante adquirida, 
tambémchamada endotropia essencial 
 Geralmente monocular 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
12 22 de outubro de 2017 
ou endotropia comitante não 
acomodativa, é uma das formas clínicas 
mais frequentes de estrabismo. 
Geralmente, ela surge entre o primeiro e 
o terceiro ano de vida. Algumas vezes, 
pode surgir mais tarde, mas está sempre 
presente antes da completa maturação 
do sistema motor (ou seja, antes dos seis 
ou sete anos de idade). 
 
 Se houver hipermetropia, geralmente 
é leve 
 Ângulos não maiores de 50 prismas. 
 
 Associada a disfunção dos músculos 
oblíquos, com padrões em A ou V 
 Presença de DVD ou NL é rara, tanto 
que, quando é verificada, é preciso 
reconsiderar o diagnóstico de 
endotropia comitante adquirida. 
 
ENDOTROPIA ACOMODATIVA 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
A endotropia acomodativa sobrevém 
quando um endodesvio é produzido pelo 
uso de acomodação. O relaxamento do 
mecanismo acomodativo decorrente do 
uso de lentes hipermetrópicas resulta em 
ortotropia de longe e de perto, com visão 
bifoveal. 
A presença de ortotropia quando não 
ocorre acomodação constitui condição 
essencial para qualificar uma endotropia 
como acomodativa. Em outro tipo de 
endotropia essencial, com componente 
acomodativo variável, nem todo o desvio 
depende da acomodação. 
 A idade de início ocorre por volta 
dos dois anos, 
 Diplopia esporádica 
 Endotropia intermitente de ângulo 
variável 
 Hipermetropia alta (> 6 D). 
 
 
ENDOTROPIA PARCIALMENTE ACOMODATIVA 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
Endotropia comitante ou essencial, com 
ângulo de desvio moderado e 
 Com o tempo, torna-se uma 
endotropia com maior ângulo de 
desvio. 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
13 22 de outubro de 2017 
hipermetropia variável, mas sempre 
significativa (> 2,5 d). 
 
 O que distingue esses pacientes é que 
eles nunca são ortotrópicos ou 
possuem visão binocular normal 
 Angulo residual superior a 8'" indica 
verdadeira endotropia parcialmente 
acomodativa. 
 Se a endotropia com o uso de óculos 
ou colírio miótico (ou ambos) 
apresentar 25'" ou mais, deve-se optar 
por a operar. 
 
MICROTROPIA 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
Caracterizada por pequena 
endotropia monocular menor a 8 
prismas 
 Forte tendência a desenvolver ambliopia no 
olho desviado, CRA e movimentos de fusão 
anômalos. 
 A microtropia primária consiste num 
endodesvio de ângulo bem pequeno - 
encontrado em geral em pacientes 
amblíopes que não exibem estrabismo 
aparente - com grande carga hereditária. 
 A microtropia secundária é a endotropia 
residual de pequeno ângulo que sobrevém 
depois da operação para um desvio de 
grande ângulo. 
 
ENDOTROPIA DO ADULTO 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
Em adultos (pacientes com mais 
de oito anos de idade), podem 
surgir endotropias de diversas 
Surgimento tardio e pela presença constante de 
diplopia 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
14 22 de outubro de 2017 
patogêneses: endotropias 
intermitentes que se tornam 
permanentes na idade adulta; 
microtropias que, devido a vários 
fatores, descompensam para 
endotropias de grande ângulo 
entre outras. 
 
Apresenta duas formas clínicas: o tipo 
Franceschetti e o tipo Bielschowsky. 
Tipo Franceschetti é observado em jovens 
submetidos à oclusão ocular (por exemplo, para 
tratar erosão da córnea). A oclusão não precisa 
ser prolongada para causar o desvio. Em alguns 
casos, poucos dias são suficientes para a 
endotropia aparecer. Os pacientes sempre se 
queixam de diplopia, e normalmente o desvio é 
comitante. Trata-se de endoforia descompensada, 
geralmente devida à oclusão de um olho. 
O tipo Bielschowsky é observada em pacientes 
míopes. O principal sintoma também é a diplopia 
especialmente em VL. O exame da motilidade 
coincide com as queixas: endotropia de longe e 
ortotropia de perto. Esse padrão, que está 
presente no início, geralmente muda com o tempo, 
à medida que a endotropia torna-se comitante em 
todas as posições do olhar. 
 
1.2.2 EXOTROPIA 
É um distúrbio do aparelho oculomotor caracterizado por desvio divergente dos eixos 
visuais Apresenta-se, com frequência, como desvio intermitente, com anormalidades 
sensoriais mínimas. 
Pode ser classificada de duas maneiras. Uma delas é relacionada com a duração do 
desvio: permanente ou intermitente 
A outra é relacionada com a distância de fixação, como na classificação clássica de 
Duane, I segundo a qual, quando o desvio ao fixar objeto distante é maior, recebe o 
nome de exotropia por excesso de divergência; quando o desvio ao fixar objeto próximo 
é maior, recebe o nome de exotropia por insuficiência de convergência e, quando ocorre 
pequena variação entre as duas distâncias de fixação, ou não há nenhuma variação, 
recebe o nome de exotropia básica. 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
15 22 de outubro de 2017 
 
 
EXOTROPIA INTERMITENTE 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
Exotropia que se manifesta 
intermitentemente, isto 
significa que o paciente tem 
momentos de binocularidade 
Os pacientes afetados têm funções sensoriais 
normais e o prognóstico é bom. 
O número de mulheres afetadas é maior que o de 
homens. O surgimento da maioria dos exodesvios dá-
se logo após o nascimento. 
Geralmente tem início como exoforia e, 
gradualmente, à medida que a supressão se 
desenvolve, deteriora para desvio intermitente, 
primeiro para a visão de longe e, no final, para a visão 
de perto. Com o aumento da supressão, os desvios 
tendem a tornar-se permanentes - primeiro para 
longe e depois para perto. 
É manifestado por astenopia durante as tarefas 
visuais (dores de cabeça, lacrimejamento, dor nos 
olhos, sonolência, pálpebras "pesadas" etc.) 
Diplopia esporádica, que pode ser visível ou 
manifestar-se como embaçamento ou saltos de 
linhas à leitura. 
Por definição, os exotrópicos intermitentes têm CRN 
quando ortotrópicos. Nessa situação, comportam-se 
como exofóricos. Durante os períodos de Xt, a 
correspondência retínica pode ser normal ou 
anômala. Portanto, alguns pacientes exibem 
correspondência "dupla", normal quando os olhos 
estão retos e anômala quando estão desviados. 
A estereoacuidade é normal (40 segundos de arco) 
Workshop: AVALIAÇÃO OCULAR MOTORA. Por: BIBIANA A. PULIDO V. PFEIFFER 
16 22 de outubro de 2017 
Não existe um método único de tratamento capaz de 
corrigir todos os casos. Por razões ainda 
desconhecidas, a tendência à recidiva é bastante 
acentuada. O tratamento pode abranger ortóptica e 
cirurgia, juntas ou separadamente 
 
EXOTROPIA PERMANENTE 
GENERALIDADES CARATERISTICAS 
Pode ter início prematuro, pode surgir nos 
primeiros dias de vida, ou um pouco mais 
tarde, durante os primeiros 12 meses. Os 
casos prematuros estão associados a 
graves transtornos neurológicos 
congênitos. Entre as formas adquiridas, 
estão os casos de perda da visão de um 
olho por causas orgânicas. A exotropia 
apresenta profunda dissociação 
binocular, 
Supressão intensa 
A ambliopia é frequente e tende a ser 
mais profunda. 
A incidência de hiperfunção os músculos 
oblíquos é alta. As anisotropias em 
É frequente a presença de hipertropia, 
Não é possível restaurar a visão binocular 
normal em Xt. O único benefício possível 
para os pacientes afetados com relação à 
função sensorial é a cura da ambliopia. 
 
DESVIAÇÕES INCOMITANTES 
 
Um desvio é comitante quando o angulo é semelhante em todas as posições de olhar. 
Um desvio é incomitante quando o ângulo de desvio varia significativamente conforme 
as posições do olhar. As paralisias oculomotoras são o melhor exemplo de desvios 
incomitantes. 
As incomitancias verticais são chamadas de anisotropias em A ou em V. No padrão em 
V, há uma endotropia maior em infraversãodo que em supraversão ou exotropia maior 
e, supra do que em infraversão; Em contrapartida, o padrão em A caracteriza-se pela 
presença de endotropia maior em supra do que em infraversão ou exotropia maior em 
infra do que em supraversão. 
Em estes casos, é comum a presença de torcicolo vertical (elevação ou depressão do 
queixo, o que permite a estes pacientes fixar na posição de fusão. 
 
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17 22 de outubro de 2017 
1.3 EXPLORAÇÃO OCULAR MOTORA 
Para realizar o diagnóstico das alterações oculomotoras é necessário realizar os 
seguintes procedimentos: 
FUNÇÃO OBJETIVO APLICAÇÃO 
Acuidade visual com 
correção óptica 
O objetivo deste procedimento 
é determinar a presença de 
ambliopias, seja qual for a 
origem, pois a ambliopia está 
diretamente associada à 
alterações sensoriais 
presentes nos estrabismos 
Em caso de heteroforias e 
heterotropias 
Fixação Determinar o ponto da retina 
utilizado para a fixação de 
objetos 
- oftalmoscopia direta: 
Heterotropias- ambliopias 
- teste 4 prismas base externa: 
tropias, ambliopias 
Valoração acomodativa Determinar a presença de 
alterações acomodativa 
associadas as alterações 
vergenciais 
- Amplitude de acomodação: 
heteroforias, heterotropias, 
ambliopias 
- Flexibilidade de acomodação: 
heteroforias, heterotropias, 
ambliopias 
- Acomodações relativas: 
heteroforias 
-MEM: heteroforias e hetrotropias 
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18 22 de outubro de 2017 
Avaliação muscular Determinar o estado e função 
de músculos extraoculares: 
presencia de paresias, 
paralisias, hiper ou 
hiperfunções, assim como a 
comitancia ou incomitancia dos 
estrabismos 
- kappa, hischberg, duções e 
versões: heteroforias, 
heterotropias 
 
 
 
Valoração da 
foria/tropia 
Determinar o tipo de desviação 
(foria/tropia) assim como a 
direção e magnitude do mesmo 
 
 
 
- Prisma coverteste: forias/tropias 
com fixação central 
- Vongraefe: forias 
- Madox: forias 
- Krimsky: tropias com fixação 
excêntrica, valoração em crianças 
- 
Analises da comitancia / 
incomitancia: Quadro de medidas, 
Bielschowsky e manobra de Parks 
(heterotropias especialmente os 
desvios verticais) 
Relação AC/A 
(Acomodação/convergê
ncia acomodativa) 
Determinar a relação existente 
(normal, baixa ou alta) entre a 
acomodação e a convergência 
acomodativa do paciente 
-Gradiente: heteroforias 
Valoração vergencial Valorar a capacidade 
vergencial do paciente, assim 
como sua fusão 
- Reservas fusionais e PPC (ponto 
próximo de convergência): 
heteroforias 
Movimentos 
oculomotores 
Valorar a qualidade e precisão 
dos movimentos de fixação, 
seguimento e sacádicos 
- Heteroforias 
 
Sensorialidade Determinar a presença de 
adaptações sensoriais próprias 
dos estrabismos: como 
diplopia, supressão, 
correspondência anômala, etc., 
- Luzes de Worth, 
Correspondência sensorial, 
estereopsia: principalmente nas 
heterotropias e ambliopias 
 
 
 
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19 22 de outubro de 2017 
1.3.1 ANAMNESES 
 
Analisar cuidadosamente o histórico do paciente é muito importante tanto para o 
diagnóstico como para a terapêutica, isto inclui um completo interrogatório que inclua 
perguntas específicas relacionadas ao estrabismo: 
- Idade de inicio 
- Modo de início: lento ou repentino 
- Evolução: como tem mudado no passo do tempo 
- Direção 
- Tipo de fixação: monocular ou alternante 
- Sinais e sintomas associados 
- Causas desencadeantes 
- Antecedentes pessoais 
- História familiar 
Antes da realização dos testes motores específicos é importante observar se existe: 
 
Torcicolo ocular 
 
 Assimetria facial 
 
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20 22 de outubro de 2017 
 Epicanto 
Ptoses palpebral 
Os pseudo estrabismos podem decorrer de ângulos kappas anormais, epicantos 
(pseudo endotropias), hipertelorismo (pseudo exotropias) e das assimetrias 
craniofaciais (estrabismos verticais). 
Se o paciente reporta diplopia é importante valorar: 
 Caraterísticas da diplopia e outros sinais 
 Caraterísticas do paciente (idade, doenças associadas, uso de fármacos, 
Cirurgias, entre outros) 
 Início e duração da diplopia: o tipo de início da diplopia (agudo, lento) pode dar 
informação de patologias de causa vascular ou tumoral 
A presencia de diplopia em diferentes posições de mirada pode informar que músculos 
estão afetados, por exemplo, diplopia vertical que aumenta em latero versão pode estar 
mostrando a paralisia do obliquo superior. 
Diplopia variável (maior nas horas da tarde) e se acompanhada de ptoses pode estar 
indicando uma miastenia gravis. 
Paralises do III par com diplopia, cefaleia e afetação pupilar pode ser uma urgência 
neurológica pela possibilidade de um aneurisma intracraneal. 
A idade do paciente pode orientar em direção de uma etiologia especifica, em uma 
criança com diplopia e paralisia do VI par é necessário descartar hipertensão cranial, 
criança com diplopia horizontal provocada por uma endotropia maior de longe é 
importante descartar um tumor intracraneal 
Pacientes de idade mais avançada com diplopia, geralmente estão relacionados a 
origem isquêmico. 
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21 22 de outubro de 2017 
Por tanto em pacientes com diplopia é necessário conhecer: 
- Antecedentes de traumatismo orbitário o cranial 
- Antecedentes de cirurgia de estrabismo, ou oculares (descolamento de retina, catarata, 
cirurgia orbitaria, etc.) 
- Antecedentes de enxaqueca 
- Alterações endócrinas (hiper ou hipotireoidismo, diabetes) 
- Enfermidades sistémicas do SNC 
-Uso de antiepilépticos, antidepressivos, polimixina B, D-penicilamina, 
-Tratamentos de quimioterapia, pois alguns medicamentos utilizados podem provocar 
paresias dos músculos extraoculares 
Posterior ao interrogatório neste sintoma, é necessário que o examinador realize os 
procedimentos necessários para responder às seguintes questões: 
- Existe desviação? se existir, em que posições de mirada, para isto basta realizar um 
coverteste 
 -Valor do desvio? realizar prisma coverteste e quadro de medidas nas diferentes 
posições de mirada. 
-São os movimentos dos olhos completos em todas as direções de mirada e são 
simétricos? isto permitirá diferenciar os estrabismo comitantes (angulo de desviação é 
constante) dos incomitantes (angulo de desviação varia nas diferentes posições de 
mirada). 
- Existe torcicolo? é importante avaliar esta posição de compensação do estrabismo. O 
torcicolo ocular se produz porque os olhos se deslocam em uma direção buscando uma 
melhor visão, seja por fugir da diplopia, seja por diminuir o movimento nistágmico. 
 
1.3.2 FIXAÇÃO 
 
A fixação excêntrica é uma adaptação adicional no estrabismo que se produz junto com 
a ambliopia. Nesta condição se utiliza um ponto de fixação extrafoveal na retina do olho 
desviado, 
Nas endotropias o ponto de fixação extrafoveal é nasal e vice-versa para as exotropias. 
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22 22 de outubro de 2017 
O grau da fixação excêntrica está diretamente relacionado com a profundidade da 
ambliopia do paciente. Quanto mais baixa a acuidade visual maior o angulo da fixação 
excêntrica. 
Considerando uma fixação parafoveal se o valor do angulo é entre 1° e 3, paramacular 
entre 3° e 5° e periférica em ângulos maiores de 5°. Este valor será medido através do 
reticulo do oftalmoscópio. 
Para a realização do procedimento, logo após de avaliar a macula do paciente na 
oftalmoscopia direta, mude para a mira do retículo de fixação e peça ao paciente que 
olhe a luz, enquanto oclui o outro olho. 
Se o brilho foveolar fica no centro sem movimentofalamos de: FIXAÇÃO CENTRAL 
ESTAVÉL. 
Se o brilho fica no centro mais tem movimentos: FIXAÇÃO CENTRAL INSTAVÉL. 
Se o brilho fica fora do centro: FIXAÇÃO EXCÊNTRICA. A fixação excêntrica pode ser: 
Errática: não tem um ponto de fixação estável. Nistagmica: o movimento e pendular na 
mesma zona. Com passos foveolares: momento nos quais a macula pode manter-se 
dentro do círculo do reticulo. 
Observe a posição da fixação e a correspondente acuidade visual 
 
1.3.3 TESTE DE 4 PRISMAS 
É um teste que pode revelar a presença de um microdesvio (<8) que não são detectados 
no cover teste. Adicionalmente confirma a existência ou não de fixação bifoveal. 
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23 22 de outubro de 2017 
O objetivo do testo objetivo é pôr de manifesto o escotoma de neutralização dos 
microestrabismos. 
Procedimento: 
Com o paciente fixando uma luz de longe ou perto colocar um prisma de 4 dioptrias 
base externa e se observa a presença ou ausência de movimentos compensatórios do 
olho contralateral 
Repete-se o teste da mesma forma no outro olho. Pode ocorrer o seguinte: 
1. O olho sem prisma se movimenta em convergência e ao retirar o prisma volta a 
seu posição primaria de fixação, neste caso o olho com prisma realizará também 
o movimento vergencial. Esta resposta caracteriza a fixação bifoveal. 
2. Se existir escotoma no olho examinado, nenhum movimento será visto, pois a 
imagem percebida se desloca dentro do escotoma de Harms. Nesses casos, se 
o prisma agora for colocado diante do outro olho, os dois olhos se movimentarão 
em direção correspondente ao vértice do prisma (ou seja, para o lado do olho 
desviado). Essa ação substitui o movimento de vergência (convergência 
fusional) que ocorreria se o paciente tivesse visão binocular normal. 
3. Em suma, em casos de ambliopia moderada em um dos olhos, enquanto o 
paciente fixa um foco luminoso, um prisma de 4 - 6 com base lateral é colocado 
diante do olho amblíope. Se o diagnóstico for microtropia, o olho não realizará 
nenhum movimento. Em seguida, o prisma é colocado diante do olho não-
amblíope e ambos os olhos realizam um movimento em direção ao vértice do 
prisma, sem nenhum movimento de volta. Esse comportamento é típico de 
microtropia na realização do teste 
 
VALORAÇÃO ACOMODATIVA 
 
1.3.4 MÉTODO DE SHEARD OU DE LENTES NEGATIVAS 
 O objetivo deste método é medir a acomodação através de antepor lentes negativas 
para produzir um estimulo acomodativo no olho 
Procedimento: 
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24 22 de outubro de 2017 
1. Monocularmente se adicionam lentes negativas em passos de 0.50 Dpts, o paciente 
deve estar corrigido para visão de perto e olhando uma linha acima de sua melhor 
acuidade visual a uma distância de 33 a 40 cm. 
2. Pedimos a o paciente que indique quando observa as letras borradas e quando não 
consiga lê-las mais. 
3. O valor da amplitude de acomodação será o valor da lente negativa maior com a que 
o paciente consegui ler adicionando o valor da compensação da distância acomodada. 
Por exemplo, se o paciente está fixando a 40 cm sabe-se que acomoda 2,5 D, se este 
mesmo paciente aceitou -7 D com lentes negativas e não consegue ler com maior lente 
o valor da amplitude será de 9.5 D. 
Quando a amplitude de acomodação é feita através deste método é necessário 
comparar a amplitude do paciente respeito aos valores normais por idades propostos 
por Sheard a seguir: 
 
 
Alguns examinadores consideram a formula de Hofstetter para determinar o valor 
normal da acomodação assim: 
A.A = 18 – 1/3 da idade – 2 (Sheard) 
 
Exemplo: Um paciente com 21 anos deveria apresentar uma amplitude de acomodação 
de: 
A.A = 18 – 1/3 (21) = 9 dioptrias para Sheard 
 
 
 
 
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25 22 de outubro de 2017 
1.3.5 FLEXIBILIDADE E FACILIDADE DE ACOMODAÇÃO 
 
É um teste que permite avaliar a habilidade do sistema visual em realizar mudanças 
dióptricas bruscas de forma precisa e cômoda. Têm o propósito de medir a habilidade 
do paciente de ativar ou relaxar a acomodação de forma rápida e eficaz em condições 
mono e binoculares. Já a facilidade de acomodação avalia a velocidade em que se pode 
alterar a acomodação. 
 
Procedimento: 
 1. O paciente deve estar usando sua correção de longe 
2. O paciente ou o examinador mantém a tabela de perto na distância de 50 cm 
3. Antepor a lente de + 2,00 e permite ao paciente ler, posteriormente, troca para as 
lentes pelas negativas de 2,00 dioptrias; mantendo a leitura do texto por parte do 
paciente. 
4. O examinador deve cronometrar em um minuto quantos ciclos de lentes o paciente 
consegue fazer sem perder a nitidez do texto; Um ciclo corresponde à leitura com lente 
positiva e negativa. 
Esta técnica pode ser realizada também a 40 cm utilizando lentes de +2.50 e -2.50 D. 
Durante toda a prova o paciente deve estar lendo uma linha acima de sua melhor 
acuidade visual para perto. 
 Deve ser Anotado o número de ciclos completos em um minuto de forma monocular 
assim + 2.00/-2.00 8 cpm. 
Caso o paciente não consiga ler com lente negativa ou positiva deve ser feito um sinal 
para baixo na lente que não conseguiu enxergar seja a negativa (ativar a acomodação) 
ou a positiva (relaxar acomodação) assim: 
 +2.00/-2.00, significa que o paciente não conseguiu relaxar sua acomodação. 
Valores normais: A continuação a tabela com os valores normais de acordo aos 
diferentes estudos 
 
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26 22 de outubro de 2017 
 
 
1.3.6 ACOMODAÇÕES RELATIVAS 
Estes procedimentos determinam o grau de liberdade entre a convergência e 
acomodação que permite manter a binocularidade. Quantificam-se calculando a máxima 
variação que pode realizar a acomodação mantendo a convergência constante. 
Quando se estimula a acomodação com lentes negativas até que o paciente enxergue 
borrado, se determina a acomodação relativa positiva. Quando se relaxa a acomodação 
com lentes positivas, se determina a acomodação relativa negativa. Realiza-se de forma 
binocular e unicamente em visão de perto. 
 -ARP (acomodação relativa positiva): É a quantidade máxima de acomodação que se 
pode ativar em visão próxima sem alterar a convergência. O paciente com a correção é 
indicado para ler um texto a 40 cm de distância, se adicionam binocularmente lentes 
negativas em passos de 0.25 D. o valor será a maior lente negativa com a que o paciente 
conseguiu ler. Valor normal: -2.50 D. +/- 1.00 D. 
ARN (Acomodação relativa negativa): É a quantidade máxima de acomodação que se 
pode relaxar em visão próxima sem alterar a convergência. O paciente com a correção 
é indicado para ler um texto a 40 cm de distância, se adicionam binocularmente lentes 
positivas em passos de 0.25 D. o valor será a maior lente positiva com a que o paciente 
conseguiu ler. Valor normal de ARN: +2,00 D +/- 0.50 D. 
 
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27 22 de outubro de 2017 
i. TÉCNICA DINÂMICA DE MEM OU MÉTODO DE ESTIMAÇÃO 
MONOCULAR 
 
 O objetivo é medir objetivamente a resposta acomodativa à distância de trabalho de 
perto. Esta técnica e muito útil para diagnosticar anomalias binoculares e predizer a 
eficiência de algumas formas terapêuticas. 
Procedimento: 
1. Posicionar-se de maneira que a tarjeta MEM este na distância habitual de trabalho. 
Com crianças normalmente se utiliza a distância de Harmon (distancia cotovelo ao 
pulso) como medida alternativa. Sempre o paciente deverá estar corrigido. 
2. Situar-se na linha media do paciente de tal forma que os olhos do paciente estejam 
ligeiramente olhando para baixo como se estivera lendo. 
3. A franja do retinoscopio deve estar orientada verticalmente e colocada na ponte da 
narina do paciente.Peça ao paciente que leia as letras da tarjeta. Nas crianças é 
aconselhável fazer que leiam em voz alta. 
4. Enquanto que o paciente está lendo, levar a franja rapidamente ao olho direito e 
avaliar se o reflexo e direto, inverso, ou neutro. O reflexo deve ser observado no centro 
da pupila, não na borda. 
5. Estimar o valor dióptrico para neutralizar o movimento a favor-positivo ou contra – 
negativo. 
6. Colocar uma lente da potência aproximada diante do paciente e observar o reflexo na 
linha de olhar, se a potência é correta se observará neutralidade. É importante que a 
lente se coloque e se tire de uma forma rápida ao igual que a avaliação do reflexo. Uma 
exposição prolongada da lente pode induzir uma resposta acomodativa e por tanto obter 
um resultado não valido. 
7. Repetir os passos para o olho esquerdo. 
A interpretação clássica na experiência clínica estabeleceu uns valores normais da 
retinoscopia MEM de +0,50 +/- 0.25 D. 
 
 
 
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28 22 de outubro de 2017 
AVALIAÇÃO MUSCULAR 
 
ii. ANGULO KAPPA 
 
É o angulo existente entre a linha pupilar central e o eixo visual, o intervalo do ângulo é 
geralmente é de 5º. Permite a Observação da localização do globo ocular respeito à 
órbita. Procedimento: Utilizando uma lanterna e o examinador localizado na frente a 
uma distância de 50 cm, se tampa uns dos olhos do paciente e se faz fixar a luz 
determinando a posição do reflexo corneal, si não é central observa-se o deslocamento 
nasal ou temporal dele. 
A forma de anotação do reflexo se faz qualitativamente e se descreve si esta: 
Centralizado: si fica no centro da pupila (0) 
Positivo: localizado nasalmente (+) 
Negativo: localizado temporalmente (-) 
 
 
iii. TESTE DE HIRSCHBERG 
 
Este teste determina a presença de estrabismo, está embasado na simetria da posição 
dos reflexos corneais, que permitem uma medida objetiva do alinhamento binocular em 
condições naturais. 
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29 22 de outubro de 2017 
Procedimento: 
Utiliza-se uma luz pontual em frente ao rosto do paciente na distância de 33 cm, e 
comprova-se a simetria dos dois reflexos corneais que devem estar razoavelmente 
centrados e simétricos em respeito a pupila. Um deslocamento assimétrico indica a 
presença de estrabismo. Assim, um deslocamento temporal indica endotropia e um 
deslocamento nasal indica exotropia. Deve anotar-se a direção do deslocamento do 
reflexo seja nasal ou temporal e em que olho. 
 
 
Hirschberg descentrado temporal no OE 
 
Hirschberg descentrado nasal no OE 
É importante ter em conta que um deslocamento simétrico nasal de 0,5 mm se considera 
fisiológico por tanto normal e se deve ao angulo kappa. Para estimar a quantidade da 
desviação existente se usa o fator de conversão de 1 mm corresponde a 22 Dioptrias 
prismáticas ou: 
 Se o Reflexo estiver na borda da pupila equivale a 15° ou 30 Dioptrias 
 Se o reflexo estiver entre a borda da pupila e a borda da íris equivale a 30° ou 
60 dioptrias 
 Se o reflexo estiver na borda da íris equivale a 45° ou 90 dioptrias 
 
 
 
 
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30 22 de outubro de 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.3.10 DUÇÕES 
 
É um teste monocular que determina a existência de paralise ou paralisia dos músculos 
extraoculares. 
Procedimento: 
Se realiza Monocularmente. O examinador localizado na frente do paciente pede para 
ele seguir o ponto de fixação ou luz a uma distância de 40 cm, parte da posição primaria 
de olhar e o convida a seguir o movimento nas 8 posições diagnósticas. Deste jeito fica 
ao descoberto o funcionamento normal da musculatura ou a limitação para alguma 
posição diagnóstica. Nos casos de paralisia muscular o olho não realiza movimento 
nessa posição de mirada, nas paresias o movimento é limitado. 
 
1.3.11 VERSÕES 
É o estudo dos movimentos oculares binoculares, observando se existem hiper ou 
hipofunções musculares. Este estudo permite também a detecção de incomitancias, 
nistagmo, alterações das fendas palpebrais em determinadas paresias ou restrições 
musculares. Em estrabismos, ao realizar as versões se se mantem a posição relativa 
de ambos os olhos o estrabismo é comitante; porém se existe retraso o déficit no 
movimento de um olho respeito do outro existirá uma incomitancia que nos manifesta 
paralises ou restrição. É importante ter em conta que a incomitancia é maior no campo 
do musculo paralisado. 
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31 22 de outubro de 2017 
As versões ou prova da H ampla é interpretada em termos dos campos de ação dos 
seis músculos extrínsecos. 
Procedimento: 
Binocularmente, o examinador localizado na frente do paciente pede para ele seguir o 
ponto de fixação ou luz a uma distância de 40 cm, parte da posição primaria de olhar e 
o convida a seguir o movimento nas 6 posições diagnósticas. 
O paciente deve fixar a luz enquanto está se desloca para a direita logo para cima e 
para baixo, posteriormente se movimenta em direção à esquerda e logo para cima e 
para baixo. 
 
 
Se observa a amplitude da excursão dos olhos de forma comparativa. Para o 
preenchimento dos resultados se anota normal quando não existem alterações. (+) no 
campo de ação do musculo hiperfuncionante ou (-) no campo de ação do músculo 
hipofuncionante. 
Hiper e hipofunções podem ser graduadas de leves com +/- 1 a severas com +/- 4. 
 
VALORAÇÃO DA FORIA/TROPIA 
Neste tópico é importante destacar que o objetivo é valorar a presença de forias ou 
tropias, assim como sua magnitude e caraterísticas (comitancia e incomitancia). 
Para isto se aplicaram vários procedimentos entre eles: 
 
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32 22 de outubro de 2017 
1.3.12 COVER TEST 
Determina o diagnóstico do estado do equilíbrio binocular, determina a presencia latente 
ou manifesta de uma desviação e permite obter o valor prismático do desvio. 
O procedimento é ocluir um dos olhos do paciente para analisar o tipo e magnitude do 
movimento provocado. 
O Cover teste é um método fiável para valorar o estado motor do paciente. É um método 
objetivo que permite valorar a presença, direção e magnitude da foria. 
Deve realizar-se em visão de perto e de longe com e sem a prescrição habitual, para ter 
uma ideia do efeito da acomodação sobre a binocularidade. 
É importante utilizar um objeto de fixação com detalhes e cores que requeira um 
estimulo de acomodação adequado para a distância na qual se realiza o exame, este 
esforço para manter a acomodação estimulada é importante para evitar que endoforias 
ou endotropias intermitentes passem desapercebidas. 
Se o paciente hipoacomoda terá uma sobre-estimação da exodesviação e 
subestimação da endodesviação, porém se hiperacomoda durante a realização do teste 
se subestimará a exodesviação e sobre-estimará endodesviações. 
Para realizar este controle, simplesmente se utilizam diversos cartões de fixação que 
podem ir sendo trocados durante o teste, ou simplesmente se movimenta o objeto de 
fixação para confirmar se o paciente realmente está fixando. 
 
 Cover teste simples ou cover uncover teste: é a oclusão e desoclusão do mesmo 
olho, com o objetivo de determinar se há foria ou tropia. 
O teste de cobertura monocular é o teste mais importante para detectar a 
presença de estrabismo manifesto e para diferenciar uma heteroforia de uma 
heterotropia. 
À medida que um olho está coberto, o examinador observa cuidadosamente 
qualquer movimento no olho oposto e não coberto; Esse movimento indica a 
presença de uma heterotropia. 
Se não houver movimento do olho não coberto e existir o movimento do olho 
coberto em uma direção logo após a aplicação da oclusão; quando o oclusor é 
removido indica uma heteroforiaque se torna manifesto somente quando a 
binocularidade é interrompida. 
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33 22 de outubro de 2017 
Nas heteroforias, os olhos serão retos antes e depois do teste cover um cover; 
o desvio que aparece durante a prova é o resultado da interrupção da visão 
binocular. Pois as forias são desvios latentes. 
Um paciente com uma heterotropia, no entanto, começa com um olho desviado 
e acaba (após o teste) com o mesmo ou o olho oposto desviado (se o olho oposto 
é desviado, a condição é denominada heterotropia alternada). 
Alguns pacientes podem ter olhos retos e começar com uma heteroforia antes 
do teste; No entanto, após testes prolongados - e, portanto, interrupção 
prolongada da visão binocular - a dissociação em uma heterotropia manifesta 
pode ocorrer. 
Ao realizar a oclusão monocular nas tropias, o olho com tropia somente se 
movimenta ao ocluir o olho contralateral, isto porque obrigatoriamente ao tampar 
o olho dominante o olho trópico tem que fixar o objeto. Assim: 
-Tropias: não realizam movimento ao desocluir o olho; somente fixam e se 
movimentam ao ocluir o olho dominante 
-Forias: realizam sempre movimento de recuperação 
Neste procedimento é necessário fazer a oclusão monocular de ambos os olhos, 
adicionalmente, o movimento de recuperação da fixação dará informação da 
direção do desvio assim: 
-Endodesvios recuperam a fixação em sentido temporal 
-Exodesvios recuperam a fixação em sentido nasal 
-Hiperdesvios recuperam a fixação com movimentos para baixo 
-Hipodesvios recuperam a fixação com movimentos para cima 
 Cover teste alternado: é a oclusão de um olho e depois o outro alternadamente, 
para observar o movimento do olho que fica sem oclusão. A finalidade é 
evidenciar a direção do desvio total, possibilitando a medição por meio da 
utilização de prismas cover test. 
O cover teste alternante ou cover sem possibilidade de fusão é um teste de 
oclusão alternada que consiste na observação do movimento de recuperação do 
olho desocluido. Para a execução do teste se posiciona ao paciente e em 
posição primaria de mirada e de acordo com a distância de fixação; o paciente 
estará observando um objeto real que estimule sua acomodação, procede-se a 
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34 22 de outubro de 2017 
ocluir alternadamente os olhos sem permitir a fusão, observa-se o movimento 
que o olho realiza ao ser desocluido. Este movimento somente permite observar 
a direção do desvio (exo, endo ou vertical), porém não permite saber o tipo de 
desvio (forias ou tropias) 
 Prisma Cover Teste: permite quantificar o desvio, para isso coloca-se os prismas 
em frente ao olho do paciente até que não exista mais movimento ocular, assim 
se terá à quantia de desvio do olho. 
É o teste de cobertura alternado com a anteposição de prismas. Para o 
procedimento se observa primeiro a direção do desvio e se antepõem prismas 
em um olho sendo: 
-Base temporal em desvios convergentes 
-Base nasal em desvios divergentes 
-Base inferior em hiperdesvios 
-Base superior em hipodesvios 
Vão se aumentando o valor do prisma até a neutralização do movimento ocular 
o valor do prisma que é suficiente para compensar o movimento do olho mede o 
valor do desvio. 
As medidas devem ser realizadas a diferentes distancias (longe e perto), assim 
como nas diferentes posições do olhar e na inclinação da cabeça sobre os 
ombros, com o objetivo de detectar possíveis incomitancias. 
 
1.3.13 TESTE DE KRIMSKY 
 
É uma variação do teste de Hirschberg; pois é um teste para avaliar o ângulo do desvio, 
utilizando o reflexo corneal observado no teste de Hirschberg, porém associado ao 
prisma anteposto ao olho desviado para obter a centralização da imagem luminosa 
neste olho. 
Para a realização do teste se projeta a fonte luminosa em posição primaria de mirada e 
se observa a direção de desvio do reflexo: 
Reflexo desviado temporalmente: Endotropia; prisma base temporal. 
Reflexo desviado nasalmente: Exotropia; prisma base nasal. 
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35 22 de outubro de 2017 
Coloca-se o prisma no olho desviado até o reflexo corneal centrar. 
 
1.3.14 TÉCNICA DE VON GRAEFE: 
 
É um método subjetivo para avaliar a presença, direção e magnitude da foria. Ao igual 
que no cover teste o paciente deve estar acomodando, por tanto deverá ser utilizados 
objetos de fixação de acordo com a acuidade visual do paciente. 
Método: 
- Colocar os prismas de Risley 12 BN no OD e 6 BS no OE. Ao fazer a prova para a 
medição de forias horizontais o prisma horizontal será o medidor e o prisma vertical será 
o dissociador. 
- O paciente deverá ver duplo o objeto real que está sendo apresentado, porém, deverá 
ver ele dissociado verticalmente e desalinhado na horizontal desta maneira: 
 
- O prisma medidor, deverá ser diminuído até conseguir o alinhamento vertical das 
imagens, porém ainda dissociadas, desta maneira: 
 
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- Se o valor prismático horizontal utilizado para alinhar as imagens fica base nasal, 
estamos frente a uma exodesviação e se ficar base temporal estaremos frente a uma 
endodesviação. 
 
1.3.15 TESTE DA LENTE DE MADOX 
 
Este procedimento subjetivo, permite avaliar a presença direção e magnitude das forias. 
Procedimento: 
Utiliza-se uma lente de madox que será posicionada no olho direito do paciente, e uma 
fonte de luz que poderá ser colocada em visão de longe (6m) ou perto (40cm), a lente 
deve estar posicionada com as listras horizontais para medir as forias horizontais, neste 
caso o paciente observará uma linha vertical vermelha, para as forias verticais deverá 
ser posicionada verticalmente e o paciente observará uma linha horizontal vermelha. 
O paciente deverá observar a fonte de luz e indicar aonde está vendo a imagem da linha 
vermelha respeito da luz, segundo a resposta do paciente poderemos saber se estamos 
na frente de uma exo ou endodesviação, adicionalmente podemos colocar prismas na 
frente dos olhos do paciente para juntar as imagens (luz e linha vermelha), o que 
permitirá quantificar a magnitude da foria. 
Observe o diagnóstico de acordo à posição das imagens lembre que o paciente deve 
estar com a lente de madox no olho direito: 
 
 
 
 
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1.3.16 TESTE DE BIELSCHOWSKY 
 
Esta prova consiste em observar como se modifica a desviação vertical com a inclinação 
da cabeça sobre os ombros, é utilizada em desviações verticais para saber qual é o 
musculo afetado. 
Para realiza-la se coloca ao paciente com a cabeça reta, os olhos em PPM e fixando 
uma luz de perto; se inclina a cabeça sobre um ombro e se observa se a desviação 
vertical aumenta o diminui. 
No caso de paralisia do obliquo superior, a prova de Bielschowsky se apresenta positiva; 
aumentará a desviação com a inclinação sobre o ombro do mesmo lado da paralises. 
Nas paralises do obliquo inferior, a prova de Bielschowsky é positiva sobre o ombro 
contralateral à paralises. 
Este fenômeno se apresenta porque ao inclinar a cabeça sobre um ombro, os globos 
oculares realizam um movimento de torsão. Com a inclinação sobre o ombro direito, no 
olho direito atuam os músculos inciclotorsores ( obliquo superior e reto superior) e no 
olho esquerdo atuam os músculos exiclotorsores ( obliquo inferior e reto inferior). Os 
músculos inciclotorsores são sinergistas em sua capacidade torsora porém, são 
antagonistas em sua ação vertical, pois o RS é elevador enquanto o obliquo superior é 
depresor, por tanto ao se contrair para realizar a torsão sua ação vertical fica anulada. 
Mesma situação acontece com os músculos exiclotorsores obliquo inferior (elevador)e 
reto inferior (depresor). Assim, por exemplo, quando o obliquo superior é parético, sua 
ação de torsão deve ser realizada pelo reto superior, que produzirá também uma 
elevação que não será compensada pelo obliquo superior 
 
1.3.17 PROVA DOS 3 PASSOS OU MANOBRA DE PARKS 
 
Utiliza-se nas desviações verticais para saber qual é o músculo parético. 
Diante de uma desviaçao vertical em PPM é necessário descobrir quais são os 
músculos responsáveis; seguindo os seguintes passos 
1. Neste passo é necessário identificar que olho está em hipertropia em Posição 
primaria de mirada. Se um olho está mais para cima que o outro é possível que 
estejam alterados os depressores do olho que está mais alto ou os elevadores 
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do olho que está mais baixo. Assim haverá 4 possibilidades: um reto vertical e 
um obliquo por cada olho: 
 
 
 
Neste caso estão afetados os depressores do olho direito (RID, OSD) e os 
elevadores do olho esquerdo (OIE, RSE), desta maneira marcaremos na 
quadriga muscular: 
 
 
 
 
 
2. Observar em que versão horizontal é maior a desviação para a direita ou para a 
esquerda; analisando que músculos verticais de ambos os olhos atuam nessa 
posição. Este passo pode ser feito aplicando as medidas do coverteste em todas 
as posições de mirada. 
 
Neste exemplo a desviação e a diplopia aumentam quando o paciente dirige o olhar 
para o lado esquerdo. Que músculos verticais atuam nesta posição?: OID, OSD, SER e 
RIE. Marcar na quadriga muscular desta maneira: 
 
 
3. Posteriormente se inclina a cabeça sobre um ombro e sobre o outro, 
selecionando os músculos que atua como rotadores ao inclinar a cabeça na 
posição aonde há maior desviação (bielschowky) 
RS 
RS* 
RI RI * OS* OS 
OI OI* 
OD 
OE 
* 
* 
* 
* 
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39 22 de outubro de 2017 
 
Neste exemplo, a diplopia e a desviação aumentam ao inclinar a cabeça sobre 
o ombro direito. Que músculos torsores atuam? OSD, RSD, OIE e RIE. Deveram 
ser marcados na quadriga muscular: 
 
 
 
 
4. O músculo selecionado nos três passos é o responsável. Neste exemplo o OSD 
é o músculo parético. 
 
1.3.18 RELAÇÃO AC/A 
 
A relação AC/A é a quantidade de convergência que se produz com a quantidade de 
acomodação necessária para produzir uma visão binocular simples e clara. Quando se 
determina clinicamente, se define como a razão entre a convergência acomodativa, 
expressada em dioptrias prismáticas, e o estímulo da acomodação, expressada em 
dioptrias. 
A relação entre o esforço de acomodação e o de convergência é uma relação lineal, 
quer dizer, que cada impulso de acomodação produz um impulso de convergência 
equivalente. Esta relação Convergência Acomodativa/Acomodação tem como valor 
médio em um adulto 3,5D dioptrias prismáticas de convergência por cada dioptria de 
acomodação. 
Para calcular o AC/A gradiente, utiliza-se a seguinte fórmula: 
𝐴𝐶/𝐴 = 𝛥𝑖 − 𝛥ℎ 𝐷 
* 
* * 
* 
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40 22 de outubro de 2017 
Onde: Δi: foria induzida com as lentes, Δh: foria habitual de perto e D: poder da lente 
Qualquer distância de fixação pode ser escolhida para realizar, porém a foria induzida 
com as lentes deve ser tomada na mesma distância que a medida da foria habitual. A 
medida da foria habitual corresponda ao valor do prisma coverteste e a foria induzida 
se mede com uma lente adicionada binocularmente de -1.00 D. 
A mudança produzida na foria com as lentes negativas adicionadas é a relação AC/A. 
Por exemplo, se a foria de perto com o subjetivo é 2 de endoforia e com a lente de -
1.00 é 7 de endoforia, a relação AC/A é 5/1. 
 Aplicando na fórmula: 
𝐴𝐶/𝐴 =(−7) − (−2)/ 1 
𝐴𝐶/𝐴 = 5/1 
 A relação AC/A esperada é 4/1 com uma desviação standard de ±2. Os valores normais 
utilizando o método gradiente serão normais entre 4 e 6, ou seja, todo valor acima de 6 
será alto e baixo, inferior a 4. 
 
1.3.19 AVALIAÇÃO DAS VERGENCIAS FUSIONAIS POSITIVAS E NEGATIVAS 
 
A avaliação das reservas fusionais pode ser realizadas de forma suave ou a passos, o 
objetivo é o mesmo; medir a amplitude vergencial do paciente, porém as ferramentas 
são diferentes. O procedimento chamado a passos se realiza fora do greens com 
prismas soltos e o procedimento de vergencias suaves é realizado no greens. 
Reserva Fusional Com Prismas Soltos (passos): Este procedimento subjetivo analisa as 
reservas musculares ou a máxima capacidade vergencial (convergência e divergência). 
Assim as reservas fusionais positivas ou de convergência (RFP), se avaliam com 
prismas base externa e as reservas fusionais negativas ou de divergência (RFN) se 
avaliam com prismas base interna. Procedimento: 
O teste é realizado utilizando um ponto de fixação que estimule acomodação, ou seja, 
um objeto real e através de prismas soltos na visão de longe a 6 m e perto a 40 cm; 
Adicionam-se prismas em passos de 2 ou 5 dioptrias até o paciente ver duplo, para 
depois diminuir os prismas até que se reporte fusão da imagem. O valor final é anotado 
desta maneira: Valor prismático da diplopia/valor prismático da fusão. Exemplo:+12/+10 
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41 22 de outubro de 2017 
 
Valores normais das reservas fusionais 
 
1.3.20 PONTO PRÓXIMO DE CONVERGÊNCIA (PPC): 
 
 Esse teste nos mostra a máxima capacidade dos olhos convergirem mantendo a fusão. 
É utilizado quando não há tropias constantes. 
O teste de PPC é feito com e sem RX, o qual está dividido em três partes: 
1. Com objeto real: para analisar a convergência acomodativa. 
2. Com luz e sem filtro: para analisar a convergência fusional. 
3. Com luz e com filtro vermelho: para analisar convergência involuntária. 
 
Procedimento 
- O paciente deve usar seus óculos (refração habitual); 
- Posicionar uma régua com o “zero” na junta palpebral externa do paciente (zona 
aproximada do centro de rotação do globo ocular; 
- Lentamente aproximar um objeto dos olhos do paciente até que ele refira diplopia. 
Nesta distância está o ponto de ruptura; 
Valores normais: Em crianças, a fusão deve se manter entre 8 cm, em jovens 10 cm e 
adultos 12cm. Se for feito com objeto real e com luz acrescentar + ou - 2 cm e com filtro 
+ ou - 2 cm do resultado com luz. 
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42 22 de outubro de 2017 
Porém existem controvérsias entre autores; o importante desde o ponto de vista clinico 
é fazer a correlação deste valor com a sintomatologia, reservas fusionais e AC/A, para 
poder confirmar um diagnóstico. 
 
1.3.21 AVALIAÇÃO DOS MOVIMENTOS OCULARES 
 
A avaliação dos movimentos oculares inclui três passos diferentes: 
- Estabilidade da fixação 
-Movimentos sacádicos 
-Movimentos de seguimento 
A razão principal para valorar clinicamente os movimentos oculares é que a leitura se 
realiza a base de series de movimentos sacádicos e fixações. Os leitores deficientes 
leem mais devagar e mostram fixações menores e regressões numerosas. 
A diferença das habilidades acomodativa e binoculares que atingem valores normais em 
idade precoce; o desenvolvimento oculomotor é mais lento progredindo lentamente no 
decorrer dos primeiros anos de ensino fundamental até aproximadamente os 12 anos 
de idade; esta diferencia é possível pois existem fatores cognitivos e de atenção que 
afetam os movimentos oculares. Um desenvolvimento alterado pode deixar a criança 
com habilidades inadequadas para cumprir as tarefas escolares. 
Alguns sinais e sintomas das disfunções oculomotoras são: 
• Movimentos excessivos com a cabeça 
• Saltar linhas na leitura 
• Omitir ou transpor palavras na leitura 
• Perder-se na leitura 
• Seguir com o dedo ou com um marcador para orientaçãona leitura 
• Sentir confusão quando retoma uma nova linha 
• Sentir movimento ilusório do texto 
•Ter dificuldade em jogar com bolas 
 
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43 22 de outubro de 2017 
 Avaliação da estabilidade de fixação: Ao aplicar este teste estamos avaliando a 
capacidade do paciente de fixar estavelmente em um ponto específico, para 
realizar o teste se pede ao paciente fixar um ponto, pode ser mesmo ponto de 
fixação que o utilizado para o coverteste ou no PPC; pede-se para o paciente 
manter a fixação no objeto de forma precisa sem movimentos aparentes durante 
10 segundos. Todos os pacientes exceto os mais jovens, distraídos ou nervosos 
devem ser capazes de manter uma fixação precisa sem movimentos durante 10 
segundos. 
 Avaliação dos movimentos de seguimento: O propósito deste teste é avaliar a 
qualidade e precisão deste tipo de movimentos. O procedimento deve ser 
realizado monocularmente pedindo ao paciente que siga um ponto de fixação de 
esquerda à direita, de cima para baixo e em círculos, sendo que o ponto não 
deve movimentar-se mais que a circunferência da cabeça do paciente. 
O desempenho do paciente se avalia subjetivamente da seguinte maneira: 
4+ movimento suave e preciso 
3+ uma perda de fixação 
2+ duas perdas de fixação 
1+ mais de duas perdas de fixação 
Qualquer valor baixo de 3 se considera alterado. 
 Movimentos sacádicos: O propósito destes testes é valorar a qualidade e 
precisão da função sacádica. O teste de observação direta é monocular e requer 
que o paciente olhe de um objeto a outro, os dois pontos de fixação a uma 
distância entre eles de mais ou menos 10 cm, pedindo-se apenas ao paciente 
para mudar a fixação de um ponto para outro 10 vezes, enquanto o examinador 
observa os movimentos. 
Para quantificar os sacádicos tem a seguinte tabela: 
4+ movimento suave e preciso 
3+ Ligeiro movimento curto 
2+ exagerados movimentos curtos ou compridos ou aumento da latência 
+1 Incapacidade de realizar a tarefa 
Outra alternativa na avaliação dos movimentos sacádicos são os testes de 
formato visuo-verbal, entre eles o mais comum o teste de DEM (development 
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44 22 de outubro de 2017 
eye movement). O teste de DEM avalia a qualidade dos movimentos sacádicos 
que se realizam durante a leitura, esta prova permite detectar também problemas 
de aprendizagem em crianças 
O teste consta de três partes 
- Primeira parte: um pré-teste para determinar se o paciente conhece os números 
 
- Segunda parte: dois testes verticais com 40 números cada um, em total 80. 
 
- Terceira parte: 80 números dispostos horizontalmente, com espaços variáveis 
que simulam a leitura 
 
Procedimento: 
- Realizar o pré-teste 
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45 22 de outubro de 2017 
- Realizar a segunda parte (duas tabelas verticais); o examinador deverá 
cronometrar o tempo que o paciente leva para ler os 80 números, é necessário 
anotar este tempo vertical, assim como os erros que o paciente comete, sejam 
estes: 
 Substituição: trocar um número por outro 
 Omissão: não falar um número 
 Adição: aumentar um número 
 Transposição: trocar o ordem dos números 
 
- Realizar o terceiro teste (horizontal), anotando o tempo e erros cometidos. O 
número de erros torna-se mais relevante para o teste horizontal, pois quando se 
acrescenta ou não se lê um número altera o número de dígitos do teste e 
consequentemente o tempo de leitura das placas. Para corrigir isso foi 
necessário fazer um ajustamento horizontal através da seguinte equação: 
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜𝑑𝑒𝐴𝑗𝑢𝑠𝑡𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝐻𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝑠𝑒𝑔) = 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜ℎ𝑜𝑟𝑖𝑧𝑜𝑛𝑡𝑎𝑙 (𝑠𝑒𝑔)𝑋80 / (80 
−𝑜𝑚𝑖𝑠𝑠õ𝑒𝑠 + 𝑎𝑑𝑖çõ𝑒𝑠) 
- Determinar o tempo ponderado horizontal e vertical. A media calcula-se pela 
divisão do AHT (tempo de ajustamento horizontal) por VT (tempo vertical). Este 
permite diferenciar o desempenho do sistema oculomotor. 
- Comparar a relação obtido com os valores normais para a idade 
 
 
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46 22 de outubro de 2017 
AVALIAÇÃO CLINICA DA SENSORIALIDADE 
 
1.3.22 CORRESPONDENCIA SENSORIAL 
Na prática clínica, a avaliação da correspondência retiniana requer o uso de dois ou 
mais testes com diferentes graus de dissociação. 
 
Teste Grau de dissociação 
Óculos polarizados 
Vidros estriados de Bagolini 
Teste maculomacular com Visuscopio 
Filtro vermelho claro 
Filtro vermelho escuro 
Luzes de Worth 
Poismagens 
Menor 
 
 
 
 
 
Maior 
Testes de correspondência sensorial segundo grau de dissociação 
 
Ângulo objetivo: é o ângulo de desvio, é expresso em dioptrias prismáticas ou em 
graus. É o ângulo observado pelo examinador. 
Ângulo subjetivo: é o ângulo que determina separação angular entre as imagens 
percebidas ao se produzir diplopia em um paciente estrábico, o ângulo subjetivo é o que 
o paciente percebe. 
Quando ângulos objetivos e subjetivos são iguais está presente a correspondência 
sensorial normal (CRN). 
Quando o ângulo subjetivo é menor que o objetivo está frente a uma correspondência 
sensorial anômala (CRA). 
Ângulo de anomalia: é a diferença angular entre o ângulo objetivo e subjetivo em 
pacientes com CRA. 
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47 22 de outubro de 2017 
Correspondência retiniana anômala harmônica CRAH: o ângulo de anomalia é igual 
ao de desvio. O deslocamento sensorial tem o mesmo valor que o desvio oculomotor. 
Correspondência retiniana anômala não harmônica CRAN: o ângulo subjetivo é 
menor que o objetivo, por tanto o ângulo de anomalia tem menor valor. 
 Posimagens de Bielschowsky: Para esta técnica que permite avaliar a 
correspondência sensorial se produzem posimagens na fóvea de ambos os 
olhos sendo uma posimagem vertical e a outra horizontal. Pacientes com 
correspondência retiniana normal percebem as poismagens em uma direção 
comum, pacientes com CRA perceberam em uma direção visual diferente. 
 
 
 
 Vidros estriados de Bagolini; São lentes planas com delicadas estrias paralelas 
que não introduzem mudanças artificiais à visão normal. 
 
 
Ao olhar para uma fonte luminosa através destas lentes o paciente percebe que 
a luz é cruzada por um feixe perpendicular à direção das estrias. Em condições 
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48 22 de outubro de 2017 
binoculares o paciente com CRA observará um x e no médio deste a fonte 
luminosa. 
 
 
Bagolini em paciente com CRN 
Mas também o paciente pode não fusionar e observar em diplopia, neste caso é 
necessário adicionar prismas para fazer com que as linhas se fusionem e assim 
determinar o ângulo subjetivo e por tanto o ângulo de anomalia e o tipo de 
correspondência sensorial 
O teste deve ser realizado em condições de emetropização e baixo o ângulo 
objetivo do paciente tanto em visão de longe quanto de perto. 
 
1.3.23 AVALIAÇÃO DA VISÃO BINOCULAR: TEST DAS LUZES DE WORTH 
 
Considera-se um teste de dissociação no qual se avalia a visão binocular do paciente 
de forma rápida e generalizada, na visão de longe e perto, permite diagnosticar a 
presença de visão binocular normal ou anormal, microtropias e supressão. 
Para a realização do teste é necessário que o paciente tenha fixação central, 
Correspondência Sensorial Normal, não deve apresentar ambliopia profunda nem 
alterações da visão cromática. 
O teste consiste de uma caixa preta ou uma lanterna com um sistema luminoso interno. 
Com quatro aberturas em sua face frontal, cada abertura tem um diâmetro de 
aproximadamente 1,5 centímetros para visão de longe e 0,5 centímetros para visão de 
perto. Cada abertura está coberta por um filtro sem polir, vermelho na parte superior, 
verdenas duas aberturas laterais e branco na parte inferior. 
http://bp3.blogger.com/_cOerGdL2FQI/SI6cfmJZ6WI/AAAAAAAAALo/UIYkrlwswBc/s1600-h/cruzbago.jpg
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 Luzes de Worth 
 
Para a realização do teste o paciente deve estar situado à distância indicada e levando 
em frente aos olhos óculos com filtro vermelho no olho direito e verde no olho esquerdo. 
Pergunta-se ao paciente que observa, se: 
o 4 pontos luminosos sendo, um vermelho na parte superior, vermelho esverdeado 
na parte inferior (devido a rivalidade retinal) e dois verdes laterais, o sujeito 
apresenta visão binocular. 
o 2 pontos vermelhos, só observado no olho direito, o olho esquerdo está inibido. 
o 3 pontos verdes, só observados pelo olho esquerdo, o olho direito está inibido. 
o 5 pontos luminosos, 3 verdes e 2 vermelhos, o sujeito analisado apresenta 
diplopia. 
 
Interpretação respostas no teste das luzes de Worth 
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50 22 de outubro de 2017 
1.3.24 Estereopsia 
A estéreo-acuidade é a menor disparidade binocular relativa que se pode detectar com 
estereopsia. As unidades de medição da estéreo-acuidade são os segundos de arco. 
Os testes vectográficos utilizados com frequência em clinica como o teste de Titmus ou 
de Wirt são adaptados para visão de perto (30 – 40 cmts) 
 
-Titmus: adaptado para a visão de perto (30 a 40 cmts), é o mais utilizado, percebe-se 
com óculos polarizados. Tem 3 possibilidades diferentes. 
vo, se pede ao 
paciente que pegue uma asa da mosca com os dedos, a fim de demonstrar se dirigem 
os dedos para um ponto acima da placa o que leva a concluir que tem estereopsia 
grossa (3000 segundos de arco), não assegurando a visão binocular normal. 
culos: requer a discriminação mais aprimorada, é composto de nove quadrados, 
dentro os quais há quatro círculos, os quais só tem um elemento de disparidade 
cruzada, dessa forma parece estar destacada a placa de teste, os pacientes devem 
indicar qual círculo é elevado em cada quadrado. A percepção estereoscópica que 
mede, é de 800 (não requer visão binocular normal) segundos de arco até 40 segundos 
de arco. 
100 segundos de arco. 
 
 
 
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51 22 de outubro de 2017 
-Random Dot O: os testes estereográficos tipo Random Dot estão constituídos por 
pontos distribuídos no campo, verifica os sinais de disparidade binocular na elaboração 
da percepção da estereopsia. O teste de Randot Dot Avalia a estereopsia fina até 20 
segundos de arco.

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