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Tópicos em construção civil_ Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas

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Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Ygor Geann dos Santos Leite 
Cibelly Arianda Matos dos Santos 
Suelania Cristina Gonzaga de Figueiredo 
(Organizadores) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, 
inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
Poisson 
2021 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Editor Chefe: Dr. Darly Fernando Andrade 
 
Conselho Editorial 
Dr. Antônio Artur de Souza – Universidade Federal de Minas Gerais 
Ms. Davilson Eduardo Andrade 
Dra. Elizângela de Jesus Oliveira – Universidade Federal do Amazonas 
MS. Fabiane dos Santos 
Dr. José Eduardo Ferreira Lopes – Universidade Federal de Uberlândia 
Dr. Otaviano Francisco Neves – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais 
Dr. Luiz Cláudio de Lima – Universidade FUMEC 
Dr. Nelson Ferreira Filho – Faculdades Kennedy 
Ms. Valdiney Alves de Oliveira – Universidade Federal de Uberlândia 
 
Corpo Científico 
M.Sc. Cinara da Silva Cardoso 
M.Sc. Gerson de Mendoça Nogueira 
D.Sc. Luciane Farias Ribas 
M.Sc Luciana Oliveira do Valle Carminé 
M.Sc. Rejane Flores da Costa 
D.Sc. Rute Holanda Lopes 
M.Sc Wanilse do Socorro Pimentel 
 
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
T674 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas / 
 Organizadores: Ygor Geann dos Santos Leite, Cibelly Arianda Matos dos Santos 
 Suelania Cristina Gonzaga de Figueiredo – MG: Poisson, 2021 
 
 Formato: PDF 
 ISBN: 978-65-5866-046-0 
 DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0 
 
 Modo de acesso: World Wide Web 
 Inclui bibliografia 
 
 1. Engenharia 2. Construção Civil I. LEITE, Ygor Geann dos Santo. II. SANTOS, 
Cibelly Arianda Matos dos III. FIGUEIREDO, Suelania Cristina Gonzaga de IV. Título 
 
CDD-614 
Sônia Márcia Soares de Moura – CRB 6/1896 
 
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de 
responsabilidade exclusiva dos seus respectivos autores. 
 
 
Baixe outros títulos gratuitamente em www.poisson.com.br 
 
contato@poisson.com.br 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Prefácio 
 
O setor de construção civil é uma das áreas que mais movimentam o mercado, sendo 
essencialmente um dos fatores que mais agregam a economia, com participação 
expressiva no PIB brasileiro, atingindo a marca de 6,2% em 2019, segundo o SEBRAE. 
Além disso, existe uma quantidade muito grande de atividades que se desenvolvem e 
concentram com foco específico na construção civil, o que consequentemente implica na 
exigência de profissionais habilitados e capacitados para a execução de procedimentos 
técnicos, onde estes devem estar alinhados com o compromisso da qualidade nos seus 
serviços, além dos requisitos propostos regidos pelas legislações. 
Neste sentido, ressalta-se uma tendência na identificação de tecnologias e inovações que 
possam facilitar o cumprimento convincente das atividades mais críticas, propondo 
ainda o envolvimento de um número significativo de profissionais e atribuições 
correlacionadas. Assim, destaca-se a necessidade de alinhar a construção civil aos 
conceitos e aperfeiçoamentos contemporâneos aplicados, de modo que seja possível 
atender a diversos requisitos cruciais, sejam em relação a mão de obra disponível, 
normas técnicas ou ainda ações que influenciam e impactam na sustentabilidade. 
Dessa maneira, a construção da presente obra teve como objetivo desenvolver o senso 
crítico e inovador dos pós-graduandos do curso de Gerenciamento de Obras e 
Empreendimentos na Construção Civil, de modo que os mesmos pudessem apresentar 
os conceitos práticos por meio de suas perspectivas acadêmicas e profissionais. 
Considerando a diversidade de ideias, bem como formulações de conteúdos específicos, 
apresenta-se um compilado de trabalhos construídos por meio de pesquisas, vivências e 
práticas, resultando em informações relevantes e consistentes que certamente servirão 
de base para pesquisas que buscar associar a construção civil as metodologias 
direcionadas, tecnologias e informações. 
Com grande satisfação esta publicação, representa o empenho e dedicação do 
orientador, professores e coordenação da pós-graduação com o objetivo único de 
envolver os pós-graduandos a pesquisa, levando assim a estimulação necessária para 
contribuição da pesquisa no estado do Amazonas e no país como um todo. Destaca-se 
ainda todo o esforço dos acadêmicos na identificação dos contextos mais expressivos em 
relação a área de pesquisa destaca. 
 
 
Professor MSc. Ygor Geann dos Santos Leite 
Professor Orientador 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Organizadores 
 
Ygor Geann dos Santos Leite 
Professor no Centro Universitário Fametro em Manaus-AM, Mestre em Ciência e 
Engenharia de Materiais pela Universidade Federal do Amazonas - UFAM (Programa de 
Pós-Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais - PPGCEM), pesquisador atuando 
no desenvolvimento de materiais zeólitos aplicados como catalisador na esterificação de 
ácido oleico para obtenção de oleato de metila (biodiesel) e adsorção de contaminantes 
em recursos hídricos. Tecnólogo em Gestão da Qualidade, com especialização em 
Engenharia da Qualidade e Seis Sigma. 
 
Cibelly Arianda Matos dos Santos 
Possui graduação em Turismo pelo Instituto Manauara de Ensino Superior (2001) e é 
especialista em Metodologia do Ensino à Docência Superior pela Faculdade 
Metropolitana de Manaus (2005). Cursando Mestrado Profissional em Gestão de 
Negócios Turísticos na Universidade Estadual do Ceará - UECE. Coordenadora do curso 
de Bacharelado em Turismo desde 2004 e atualmente também Coordenadora de Ensino 
do Centro Universitário CEUNI - FAMETRO. Interesse nas áreas de Turismo e Educação, 
Turismo e Gastronomia. 
 
Suelania Cristina Gonzaga de Figueiredo 
Possui graduação em Economia, mestrado em Desenvolvimento Regional e doutorado 
em Ciências da Educação. Atualmente é Coordenadora de Pesquisa e Extensão do 
Instituto Metropolitano de Ensino _ IME, atuando principalmente nos seguintes temas: 
Sustentabilidade, Pesquisa, Iniciação Cientifica, Articulação entre Pesquisa, Ensino e 
Extensão. Autora do Projeto Produzir e Publicar. 
 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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SUMÁRIO 
Capítulo 1: Construção seca: Um estudo comparativo com a construção convencional
 ............................................................................................................................................................................ 08 
Bruna de Melo Macedo, Jéssica Albano Guimarães, Saulo Di Tarso Farias de Castro, Ygor Geann dos Santos 
Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.01 
Capítulo 2: Redução do consumo de energia elétrica ao utilizar poliestireno expandido 
como isolante térmico em vedações verticais ............................................................................... 14 
Valdson Viana Batista, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.02 
Capítulo 3: Desenvolvimento de sistema de reaproveitamento de materiais de 
construção em pequenas obras: Um estudo de caso na cidade de Manaus ...................... 23 
Kátia Hellany Pacheco Costa, Carlos Samuel Castro Oliveira, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.03 
Capítulo 4: Reaproveitamento do RCD do piso como agregado na preparação de novo 
concreto para calçada lateral da clínica renal ............................................................................... 30 
Alan Caio Medeiros Fernandes, Deivid Dias de Sousa, Nilson Lopez Cintra, Ygor Geann dos Santos
Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.04 
Capítulo 5: Disseminação do ensino BIM nas universidades do município de 
Manaus/AM .................................................................................................................................................. 39 
Jéssicka Pamela da Silva Gomes, Renan Barbosa Amaral, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.05 
Capítulo 6: Construção e gerenciamento de projetos utilizando a plataforma BIM: A 
metodologia BIM e suas tecnologias na construção civil ......................................................... 47 
Izabela Lopes da Silva, Marcela Cristina Moreira Francisco, Rosimara Bentes de Oliveira, Ygor Geann dos 
Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.06 
Capítulo 7: Inovação tecnológica na construção civil - Utilização de drone para 
gerenciamento de obra ............................................................................................................................ 54 
Alan Apolinário de Gouveia, José Palheta dos Santos, Patricia Nascimento dos Santos, Ygor Geann dos 
Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.07 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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SUMÁRIO 
Capítulo 8: Estudo comparativo entre os sistemas de Construção convencional (On-Site) 
e construção industrializada (Off-Site). ........................................................................................... 61 
Felipe Pereira Ferreira, Kallin Neves Santa Brígida, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.08 
Capítulo 9: Estudo de caso: Utilização da ferramenta de gerenciamento de escopo do 
Guia PMBOK para gestão de uma obra de reforma de fachada em Manaus. .................... 68 
Pâmela Jordânia Sampaio Pereira, Diones Lima dos Santos, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.09 
Capítulo 10: Gerenciamento de projeto em pequenas empresas da construção civil 77 
Giselle de Aguiar Coelho, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.10 
Capítulo 11: Sistema construtivo de parede de concreto ....................................................... 86 
Daniberg Mendes Carvalho, Rafael Arnô Feitosa Batista, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.11 
Capítulo 12: Sustentabilidade na construção civil: Sugestão para triagem e reutilização 
de resíduos sólidos de concreto no canteiro de obras. .............................................................. 91 
Barbara Honorato Moreira da Silva, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.12 
Capítulo 13: Gerenciamento de obras no planejamento de auditoria de obras públicas
 ............................................................................................................................................................................ 99 
Silvia Aparício Barros, Ygor Geann dos Santos Leite 
DOI: 10.36229/978-65-5866-046-0.CAP.13 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Capítulo 1 
 
Construção seca: Um estudo comparativo com a 
construção convencional 
 
Bruna de Melo Macedo 
Jéssica Albano Guimarães 
Saulo Di Tarso Farias de Castro 
Ygor Geann dos Santos Leite 
 
Resumo: O presente artigo descreve uma pesquisa exploratória conduzida através de 
um estudo comparativo entre construções convencionais e construções secas. Partindo 
das premissas que englobam a sustentabilidade, produção e orçamento, tendo como 
objetivo expor a possibilidade de utilização de outros materiais mais sustentáveis, 
versáteis e de rápida produção e manutenção, que proporcionam um menor prazo de 
execução da obra, racionalização da mão de obra e também dos insumos em relação aos 
processos convencionais. Para realização do estudo de caso, foi tomado como base uma 
construção de aproximadamente 50m², considerando os gastos com alvenaria 
convencional com orçamentos estimados através do Índice Nacional da Construção Civil 
(Sinapi) no Amazonas, e o que seria gasto com a utilização dos materiais do sistema de 
construção seca com valores fornecidos por uma empresa especializada em São Paulo. 
Por conta deste estudo foi possível constatar que a construção seca apresenta um custo 
mais elevado inicialmente, porém, consegue-se desenvolver melhor em um curto prazo, 
além de sua qualidade ser superior em detrimento de sua estrutura ser gerada em 
ambiente fabril, chegando a obra somente para a fase de montagem, não necessitando de 
água, gerando menos resíduos, além de uma maior economia de energia e uma obra 
mais limpa. 
 
Palavras chave: Construção seca; Construção convencional; Sustentabilidade; 
Racionalização. 
 
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1. INTRODUÇÃO 
As inovações tecnológicas estão se tornando cada vez mais presentes no mundo e principalmente na 
construção civil. Para um bom gerenciamento de obras é de suma importância ponderar os elementos 
mais dominantes de um bom planejamento: custo e prazo. Com isso, a construção civil está buscando 
maneiras para atender estes elementos de forma sustentável, com menor custo e mais rapidez. 
A construção seca vem ganhando mais espaço nas obras devido suas vantagens como a redução de água, 
diminuição na produção de resíduos, reparos com maior facilidade e ganho de tempo, gerando economia e 
maior rentabilidade dos projetos. Dentre as principais técnicas utilizadas de construção a seco podemos 
destacar as Placas de Gesso, EPS, Steel Frame e Estruturas Pré-Moldadas em concreto. 
A utilização do sistema no Brasil é recente e as primeiras construções começaram apenas em 1998. 
Atualmente, já existem algumas construtoras especializadas neste sistema aqui no Brasil, tornando-o cada 
dia mais acessível, possibilitando construções de diversos padrões residenciais e comerciais. 
Essa técnica consiste basicamente na montagem e instalação de estruturas previamente fabricadas em 
ambiente industrial, dispensando a utilização de água para a produção dos mesmos. É importante 
ressaltar o déficit da mão de obra especializada, pois este método é muito diferente de outros modelos 
mais convencionais. 
Após um estudo comparativo entre uma construção convencional e uma construção seca, pôde-se analisar 
os materiais empregados, mão de obra, custo e prazo, onde constatou-se que a construção seca é mais 
rápida, possui excelente proteção térmica e atende com excelência os projetos de cunho sustentável. Já a 
convencional usa mais insumos, tempo e mão de obra pela complexidade da obra, variações no orçamento 
e problemas de execução indesejados. Como uma desvantagem da técnica seca, podemos destacar que o 
custo inicial ainda é um pouco superior a de uma edificação convencional, porém o prazo de entrega da 
obra é reduzido de 20 a 50% em comparação a mesma, o que torna os custos equivalentes. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A construção seca teve seu surgimento e desenvolvimento na América do Norte, entre 1810 e 1860, anos 
estes em que os Estados Unidos começaram a ter um grande crescimento populacional, o que gerou o 
aumento da demanda por habitações. Na época, a madeira, por meio do sistema Wood Frame era o 
material mais viável para resolver os problemas. No entanto, com o passar dos anos, o aço foi introduzido 
como matéria-prima por meio do Steel Frame. Hoje, a construção seca é utilizada em diversas partes do 
mundo, principalmente nos Estados Unidos, Canadá e Europa. 
A utilização do sistema no Brasil é recente, onde as primeiras construções neste estilo começaram apenas 
em 1998, sendo o aço o principal elemento estrutural. A introdução deste método construtivo ocorreu com 
o objetivo de ser um formador de opinião, romper os conceitos culturais do mercado e da sociedade, além 
de se adequar às possibilidades de financiamento existentes. Essa técnica construtiva teve como projetos 
pioneiros as construções
residenciais de médio e alto padrão, ressaltando a existência de algumas 
construtoras especializadas neste sistema em nosso país. O sistema “frame” tem se tornado cada dia mais 
acessível, possibilitando construções de diversos padrões residenciais, comerciais, entre outros. 
Construir uma edificação exige planejamento e a necessidade de seguir algumas etapas. Para elaborar um 
projeto de construção de forma exímia é preciso seguir algumas etapas obrigatórias, onde cada tipo de 
construção exige um tipo de planejamento e projetos diferentes, podendo variar por conta do material 
utilizado, do programa de necessidades, do valor a ser investido, entre outros fatores. Sabendo que na 
construção convencional, existem etapas comuns a qualquer projeto do início ao fim, sendo estas a 
elaboração do projeto inicial, preparação do terreno, locação dos alicerces, vedação, cobertura, elétrica, 
hidráulica e acabamento, nos tópicos seguintes será abordado um método que está sendo cada vez mais 
utilizado no mercado da construção civil, seu conceito e etapas de construção que facilitam muito mais o 
decorrer de uma obra. 
 
3. CONCEITO DE CONSTRUÇÃO SECA 
A construção seca nada mais é do que um método construtivo que não utiliza água em sua composição, 
que também é conhecido como “Sistema CES” que seria uma Construção Energitérmica Sustentável, onde 
são utilizadas estruturas de perfis de caráter leve em Madeira (Wood Frame) ou Aço (Steel Frame), e a 
vedação contra as diversas intempéries é executada em placas de Drywall, Painéis EPS ou estruturas de 
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placas cimentícias, o que a diferencia da alvenaria convencional, em que é necessário produzir argamassa 
para assentar as peças, executar a fundação e interligar as estruturas. 
Esse modelo de edificação foi idealizado para ser prático, resistente, econômico e sustentável. Onde a 
união dos materiais utilizados proporciona forma, firmeza e sustentação à obra. O método de estruturação 
por vigas é versátil e é possível contar com algumas boas opções de isolamento. Têm-se como 
desvantagens a questão do custo para sua execução, tendo em vista que ainda é superior ao de uma 
edificação convencional, porém o prazo de entrega da obra é reduzido de 20% a 50% em relação a mesma. 
Ainda, por estar conquistando espaço no mercado brasileiro, o número de profissionais e empresas 
especializadas também está em crescimento, enquanto poucas empresas oferecem o serviço e o 
terceirizam para diversas partes do país. 
 
4. PRINCIPAIS TIPOS DE CONSTRUÇÃO SECA 
Os modelos de construção a seco variam conforme o local a ser instalado, os materiais e as técnicas 
empregadas no processo. Em geral, são quatro os tipos mais aplicados nos canteiros de obras: 
 
4.1 AÇO - STEEL FRAME 
O Steel Frame é a parte do esqueleto estrutural, tecnicamente conhecido como Light Steel Framing (LSF), é 
executado a partir de perfis de aço fixados sobre uma fundação, onde a montagem sobre essa base ocorre 
com o uso de chumbadores e o acabamento nesse tipo de construção envolve diferentes materiais, como 
os forros de madeira ou de gesso acartonado (Drywall), proporcionando versatilidade no uso de materiais 
de acabamento. 
 
Figura 1 – montagem estrutural. Figura 2 – vedação das estruturas. 
Fonte: http://fullestruturas.com.br/o-sistema-construtivo-
light-steel-framing/ 
Fonte: https://casaeconstrucao.org/materiais/steel-
frame/ 
 
 
4.2 PLACAS DE GESSO 
Nesse sistema, os componentes de gesso utilizados para vedação são dispostos sobre uma estrutura de aço 
e, posteriormente, cobertos com papel cartonado que pode apresentar diferentes espessuras. As paredes 
costumam ser montadas com duas placas de gesso, o que proporciona bom isolamento tanto térmico 
quanto acústico, fato este muito importante em relação a utilização deste método em Manaus, por ser uma 
cidade extremamente quente e que obriga as pessoas a fazerem uso de aparelhos de ar condicionado 
recorrentemente por conta do acúmulo de calor nas estruturas de edificações convencionais. 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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Figura 3 – colocação de placa. Figura 4 – placas posicionadas. 
Fonte: https://thorusengenharia.com.br/quais-sao-os-
tipos-e-as-vantagens-de-construcao-a-seco-entenda/ 
Fonte: https://thorusengenharia.com.br/quais-sao-os-
tipos-e-as-vantagens-de-construcao-a-seco-entenda/ 
 
4.3 PAINÉIS EPS 
O modelo de painéis EPS, também utilizados para vedação, teve seu uso difundido no Brasil em meados da 
década de 90 e é o mais estável no mercado nacional. Esse sistema consiste em aplicar painéis de 
poliestireno expandido sobre telas de aço que, posteriormente, são concretadas ou parafusadas. A técnica 
garante uma estrutura resistente, com baixo peso e que atua como isolante térmico. Por esse motivo, é 
bastante empregada em locais que têm câmaras frigoríficas. 
 
Figura 5 – painel EPS. Figura 6 – vista do poliestireno expandido. 
Fonte: https://www.aecweb.com.br/prod/e/painel-eps-
isolante_3229_15968 
Fonte: https://www.aecweb.com.br/prod/e/painel-eps-
isolante_3229_15968 
 
4.4 PAREDE DUPLA DE CONCRETO 
Nesse modelo, placas de concreto são usadas para compor paredes e chegam prontas ao canteiro de 
obras. A execução é rápida pois consiste em conectar as placas a uma armadura de treliça com função 
estrutural. O interior das paredes pode ser preenchido com isopor, poliuretano expandido ou concreto. É 
um método bastante utilizado na construção de shoppings e galpões, pela sua versatilidade, facilidade de 
uso e rapidez na execução. 
 
Figura 7 – parede dupla de concreto. Figura 8 – execução da parede dupla de concreto. 
Fonte: https://www.sienge.com.br/blog/construcao-a-
seco/ 
Fonte: https://www.sienge.com.br/blog/construcao-a-
seco/ 
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4.5 CONSTRUÇÃO CONVENCIONAL X CONSTRUÇÃO SECA 
No método convencional, as etapas de um projeto costumam ser mais demoradas e envolver processos 
mais complexos, onde é necessário o uso de mais insumos, prazos mais longos e mão de obra pela 
complexidade da obra, podendo sofrer variações no orçamento e problemas de execução indesejados. 
Já a técnica de construção a seco, que está em processo de difusão e inovação, é mais rápida podendo 
diminuir em torno de 30% a 35% o prazo da obra, propicia excelente proteção térmica, atende com 
excelência os projetos de cunho sustentável por conta da baixa utilização de água, economia de energia, 
utilização de material reciclável e baixo volume de resíduos gerados no canteiro. Além de proporcionar 
versatilidade e precisão construtiva, permitindo executar vários partidos arquitetônicos. Não esquecendo 
do maior controle sobre os custos e melhor controle do canteiro de obras com mão de obra qualificada e 
em menor volume. 
 
5. METODOLOGIA 
O desenvolvimento deste trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas, livros, artigos e 
plataformas acadêmicas, considerando pesquisa iconográfica, estudos de caso e levantamento de dados, 
com a finalidade de assegurar o embasamento do projeto. 
Para uma fundamentação teórico-prático completa foram realizados levantamentos de informações e 
materiais, além de um estudo de caso para o melhor entendimento e desenvolvimento do presente artigo, 
onde foi usado um modelo de uma edificação de 50m². Visando apresentar uma comparação de custo 
entre uma construção convencional e uma construção seca, com a finalidade de analisar os materiais 
empregados, a mão de obra, o custo e o prazo, para apresentar a vantagem de uma obra seca em relação a 
uma convencional. 
Não foi levado em consideração os valores extras que seriam a compra do lote e custos indiretos. Os 
valores que serão abordados se referem somente a questão de insumos, os quais englobam a estrutura 
steel frame, drywall, placas EPS e placas duplas de concreto na construção seca.
Já no valor referente a 
construção convencional, foi levado em consideração a utilização de tijolos, argamassa, elementos de 
supraestrutura e cobertura. 
 
6. ESTUDO DE CASO 
Para a elaboração deste estudo, foi tomado como modelo uma edificação de 50m², onde foi possível 
diferenciar de uma forma simples a equiparação desta obra se fosse executada da maneira convencional e 
se fosse executada utilizado os métodos construtivos apresentados. 
Considerando os gastos utilizando a alvenaria convencional que foram estimados através do Índice 
Nacional da Construção Civil (Sinapi) no Amazonas para o mês de junho de 2020. O custo médio por metro 
quadrado da construção civil é de R$1.500,00, gerando um custo de aproximadamente R$75.000,00, com 
tempo estimado de 6 meses para a entrega da obra. 
No entanto, para os gastos utilizando o sistema de construção seca, fazendo uso do Steel frame e de placas 
Drywall, foi estimado através do valor fornecido por uma empresa especializada no sistema Steel Frame, 
localizada em São Paulo, no ano de 2020 de R$1.750,00 o metro quadrado, gerando um custo de 
aproximadamente R$87.500,00, com tempo estimado de 3 meses para a entrega da obra. 
Como isso, mesmo com a divergência de valores de execução da edificação, a construção seca é mais 
econômica a longo prazo pois proporciona agilidade na entrega, menos complexidade em sua manutenção 
e maior conforto térmico. Isso significa que apresenta um menor consumo de energia em que se enquadra 
a redução de utilização de aparelhos de ar condicionado ou aquecedores. Logo, não se deve avaliar 
somente os custos para a implantação do sistema a curto prazo, em detrimento das inúmeras vantagens 
apresentadas a longo prazo. 
Para que a execução da construção a seco obtenha êxito, assim como outros métodos, precisa ter 
suas etapas conduzidas por profissionais qualificados. Eles que vão assegurar uma obra produtiva e de 
qualidade. A durabilidade e a segurança desse tipo de obra também dependem de uma execução 
adequada. Logo, parcerias com empresas especializadas em diferentes soluções são boas estratégias para 
ter sucesso. 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
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7. CONCLUSÃO 
É notável que as construções secas vêm ganhando espaço no mercado brasileiro, conforme aumenta a 
demanda por rapidez, economia e sustentabilidade. Contudo, o mercado de construção ainda não está 
adaptado a utilização em larga escala desse método, pois há carência de mão de obra especializada, além 
do fato da alvenaria convencional já ser um método cultural utilizado por anos. 
Em virtude do que foi abordado neste trabalho, observou-se que as construções a seco podem melhorar a 
qualidade na construção civil, isso porque os sistemas industrializados se destacam pela padronização e 
racionalização dos mesmos, proporcionando um melhor controle de qualidade, principalmente nos 
sistemas onde a produção das peças é feita em ambiente fabril, além de apresentar as vantagens de um 
orçamento preciso, proporcionando a flexibilização de mudanças e redução de prazo de entrega da obra. 
Esta técnica não convencional está diretamente ligada a sustentabilidade, o que de fato tem um maior peso 
para a sociedade, pois com os sistemas construtivos industrializados reduzimos intensivamente o 
desperdício de materiais em comparação com os métodos construtivos tradicionais. Em contrapartida ao 
fator cultural e devido à falta de conhecimento, muitas pessoas não estão preparadas para estes avanços, 
estão acostumadas com a aparente solidez dos sistemas convencionais, e por isso não aceitam muito bem 
os sistemas industrializados. 
 
REFERÊNCIAS 
[1] ATOS ARQUITETURA. Dicas para quem vai construir a sua casa - Construção em EPS. Disponível em: 
https://atosarquitetura.com.br/noticias/dicas-para-quem-vai-construir-sua-casa-construcao-em-eps/. Acesso em: 20 
nov. 2020. 
[2] CBIC. CUB/m² Estadual. Disponível em: http://www.cub.org.br/cub-m2-estadual/AM/. Acesso em: 21 nov. 
2020. 
[3] CONSTRUTORA SERVICON. Sistema Construtivo Light Steel Frame. Disponível em: 
http://www.construtoraservicon.com/2018/07/25/sistema-construtivo-light-steel-frame/. Acesso em: 20 nov. 2020. 
[4] ECOFRAMING. História da Construção Seca. Disponível em: 
http://www.ecoframing.com.br/construcao.php?id=Tmc9PQ==#:~:text=A%20constru%C3%A7%C3%A3o%20seca
%20surgiu%20e,IX%2C%20entre%201810%20e%201860.&text=No%20Brasil%2C%20a%20utiliza%C3%A7%C3%
A3o%20do,o%20a%C3%A7o%20o%20elemento%20estrutural.. Acesso em: 20 nov. 2020. 
[5] IMOVELWEB. Quais são as fases de uma construção residencial?. Disponível em: 
https://www.imovelweb.com.br/noticias/socorretor/dicas-para-corretor/quais-sao-fases-de-uma-construcao-
residencial/. Acesso em: 20 nov. 2020. 
[6] MOBUSSCONTRUÇÃO. Conheça 4 técnicas de construção a seco e suas vantagens. Disponível em: 
https://www.mobussconstrucao.com.br/blog/construcao-a-seco/. Acesso em: 20 nov. 2020. 
 BLOG DO SISTEMA LIGHT STEEL FRAME. Casa Steel Frame x Casa de Alvenaria: Comparação de preços. 
Disponível em: http://lightsteelframe.eng.br/casa-steel-frame-x-casa-de-alvenaria-comparacao-de-precos/. Acesso 
em: 20 nov. 2020. 
[7] REGIONAL TELHAS. Construção a seco: entenda como funciona e conheça as vantagens. Disponível em: 
https://blog.regionaltelhas.com.br/construcao-a-seco-entenda-como-funciona-e-conheca-as-vantagens/. Acesso em: 
20 nov. 2020. 
[8] SIENGE PLATAFORMA. Construção a Seco: características, vantagens e desvantagens. Disponível em: 
https://www.sienge.com.br/blog/construcao-a-
seco/#:~:text=Como%20o%20projeto%20a%20seco%20funciona&text=A%20estrutura%20por%20vigas%20%C3
%A9,3%20de%20uma%20constru%C3%A7%C3%A3o%20convencional.. Acesso em: 20 nov. 2020. 
[9] VALOR AMAZÔNICO. Preços da Construção Civil no Amazonas sobem para 0,40% em junho. Disponível em: 
https://valoramazonico.com/2020/07/10/precos-da-construcao-civil-no-amazonas-sobem-040-em-
junho/#:~:text=O%20%C3%8Dndice%20Nacional%20da%20Constru%C3%A7%C3%A3o,maio%20(0%2C05%25).. 
Acesso em: 20 nov. 2020. 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
14 
Capítulo 2 
 
Redução do consumo de energia elétrica ao utilizar 
poliestireno expandido como isolante térmico em 
vedações verticais 
 
Valdson Viana Batista 
Ygor Geann dos Santos Leite 
 
Resumo: A cidade de Manaus possui características geográficas que lhe confere um clima 
de temperatura elevada, a metrópole possui uma grande densidade demográfica, 
prédios e áreas pavimentadas, o que acarreta o surgimento de ilhas de calor. Esse 
fenômeno climático, pode atrapalhar o cotidiano das pessoas pois gera um desconforto 
térmico. Para minimizar este tipo de desafio, normalmente se utiliza meios tecnológicos 
como o emprego de ar-condicionado, porem essa ação gera grande consumo de energia 
elétrica, o que acarreta altos custos cobrados. Nesse contexto pretende-se analisar a 
redução do consumo de energia elétrica ao utilizar poliestireno expandido como isolante 
térmico nas aplicado nas vedações verticais de um quarto residencial. Para se alcançar 
esse objetivo, serão analisados, a eficácia do isolante, coleta de temperatura e tempo de 
uso do aparelho, bem como, calcular a redução do consumo de energia. Os resultados 
apontam que, o EPS é a melhor escolha para isolante, devido sua resistência térmica 
(1,25 m².k/W), e custo (R$ 4,64). O período em que o ambiente permanece com o clima 
agradável é de aproximadamente 3 horas. A economia gerada com a aplicação do EPS, é 
de R$ 57,00. 
 
Palavras-chave: Conforto térmico, Consumo de energia, Resistencia térmica. 
 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
15 
1. INTRODUÇÃO 
O papel das edificações de modo geral é proporcionar conforto e proteção ao ser humano, para que este 
possa desempenhar suas atividades com maior comodidade possível. Dentre as diversas características 
que uma edificação deve possuir para ser classificada
como ideal, diz respeito ao conforto térmico. Esse 
aspecto pode ser alcança de muitas formas, como a arquitetura, localização e uso de aparelhos que 
garantam o controle do clima interno da residência. (MÄHLMANN, 2018) 
Em locais em que as temperaturas são elevadas como é o caso da cidade de Manaus- AM, que possui várias 
ilhas de calor, buscar formas de amenizar a sensação de calor, são indispensáveis. Usualmente, utiliza-se 
meios tecnológicos, como o ar-condicionado, para se obter o conforto térmico, entretendo este meio acaba 
por consumir muito da energia elétrica distribuída pela concessionarias de energia. 
Nesse contexto, nota-se a relevância de estudos relacionados ao conforto térmico, e redução no consumo 
de energia elétrica, de modo que se possa propor soluções viáveis do ponto de vista técnico, social e 
econômico. (CHAIR, 2017) 
O presente artigo tem como objetivo principal, analisar a redução do consumo de energia elétrica ao 
utilizar Poliestireno expandis (EPS) como isolante térmico em vedações verticais de um quarto 
residencial. Como forma de alcançar este objetivo, deverão ser realizados cálculos quanto a resistência 
térmica do material isolante, afim de determinar sua eficácia, bem como coleta de dados referentes a 
variação de temperatura interna do objeto de estudo, com base nesses dados determinar a economia no 
consumo de energia elétrica, com a aplicação do EPS. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
2.1 CLIMA NO AMAZONAS 
Segundo Machado (2017), por estar próximo a linha do Equador, o Amazonas possui o clima equatorial, 
este tipo de clima está sob ação constante das massas de ar equatorial continental e equatorial atlântica, 
este possui ar quente e úmido. Chair (2017), explica que devido a sua localização, a presença de densa 
florestas e prédios que impedem a circulação de ventos, além de uma grande densidade demográfica, 
Manaus (capital do estado) vem apresentando o surgimento de ilhas de calor. Este fenômeno climático 
contribui para o aumento da temperatura, o que gera um desconforto térmico nas edificações que acabam 
por absorver o calor. 
 
2.2 CONFORTO TÉRMICO 
O conforto térmico pode ser definido como, a condição mental que expressa satisfação, bem estar, com 
relação ao ambiente. Desse modo entende-se que o ambiente não deve apresentar extremos como, muito 
frio ou muito quente. Ao se projetar uma edificação, alguns pontos devem ser observados, a localização do 
imóvel, e o clima da região. Dessa forma se pode estabelecer estratégias que garantam um aclima ameno. 
(MÄHLMANN, 2018). Ainda Mählmann (2018), afirma que existem duas principais formas de se alcançar o 
conforto térmico, o natural (uso de vãos e áreas abertas), e artificial (condicionador de ar), e aplicação de 
isolante térmico nas vedações verticais. 
 
2.3 ISOLAMENTO TÉRMICO 
Conforme afirma Grabasck (2019), o isolamento térmico é a nomenclatura dada a uma técnica de 
empregar materiais com alta resistência térmica, nas vedações ou coberturas de modo a dificultar que a 
temperatura externa interfira no ambiente interno através da troca de calor. Um exemplo desses materiais 
são os polímeros, pois estes possuem baixa condutividade térmica, dessa forma ajudam na preservação da 
sensação de conforto nos cômodos das residências (CALLISTER JR. e RETHWISCH, 2018). 
 
2.4 CONDUTIVIDADE E RESISTÊNCIA TÉRMICA 
Callister e Rethwisch (2018), explicam que condutividade térmica é tão somente a transferência de 
energia térmica de um corpo ou superfície com temperaturas mais elevadas para os que apresentam baixa 
temperatura, representado pela unidade w/m.k de acordo com o SI (SISTEMA INTERNACIONAL DE 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
16 
UNIDADE) . Dependendo da composição dos materiais, esse fenômeno ocorre de forma mais rápida que 
em outros. 
A resistência térmica, é o termo utilizado na engenharia, designar uma propriedade do calor, onde este se 
trata do contraponto da condução térmica, ou seja, é o quanto o material resiste a condução térmica, sua 
unidade de medida pode ser expressa como: m².k/w. É valido lembrar que quanto maior for o valor da 
resistência térmica, maior a eficácia do isolamento. (KRUGER, 2016) 
 
2.5 USO DO CONDICIONADOR DE AR 
De acordo com Mitchell e Braun (2018), embora o termo condicionamento de ar, seja popularmente 
atribuído apenas ao resfriamento do ambiente, este na verdade se refere a todo tipo de modificação na 
temperatura interna das edificações. Logo pode-se definir condicionamento de ar, todo processo que leva 
a alteração da temperatura de modo que se obtenha conforto térmico nos ambientes. Lara (2020) explica 
que, nos meses de verão intenso, há uma tendência natural de acionar o aparelho de ar-condicionado, 
geralmente isso ocorre sem uma preocupação com o consumo, acarretando um impacto de 50% de 
aumento nas contas de energia elétrica. Um ar-condicionado de 12.000 BTU, consome aproximadamente 
25kWh/mês, se ligado apenas uma hora ao dia. 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
O estudo de caso, consiste em verificar a redução no consumo de energia elétrica gerado por um 
condicionador de ar, através da aplicação de isolante térmico (poliestireno expandido) nas paredes. O 
objeto de estudo em questão trata-se de um quarto com 8,40 m² e pé direito de 2,80 m. Este está 
localizado no bairro Cidade Nova 1, Zona Norte da cidade de Manaus, conforme a figura 1. 
 
Figura 1 – Localização do Objeto de estudo 
Fonte: Google Maps, 2020 
 
EQUAÇÕES E CÁLCULOS NECESSÁRIOS 
 
Como forma de avaliar a eficácia do poliestireno expandido como material isolante deve ser aplicado, o 
cálculo quanto a resistência térmica (Eq. 1), coleta-se dados de condutividade térmica (valor tabelado 
encontrado no anexo B da NBR 1522-2/2005). Para determinar o consumo de um condicionador de ar faz-
se uso da (Eq. 2) 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
17 
 
Equação 1 Equação 2 
R = e / λ 
Onde: 
R - resistência térmica 
e - espessura do elemento 
λ - Condutividade 
((H x D)x consumo x 0,66)/30 
Onde: 
H - horas de funcionamento 
D - Dias 
 
 
 
4. MATERIAIS E FERRAMENTAS 
4.1 TERMÔMETRO PARA AMBIENTE 
Para se obter dados referentes as temperaturas internas e externas do objeto de estudo, foi utilizado 
termômetro para ambiente da marca Incoterm (figura 2), este possui as seguintes características: 
Dimensões (15,0x8,0 cm); peso (90 g); faixa de temperatura (- 50ºC a 70ºC/ºF); Resolução (0,1 ºC/ºF); 
Precisão (±1ºC/ºF). 
 
Figura 2 – Termômetro 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
 
4.2 AR-CONDICIONADO UTILIZADO 
O aparelho condicionador utilizado para o estudo de caso, foi escolhido devido a sua disponibilidade. Suas 
características técnicas são: ar-condicionado de Janela da marca (Springer Mídia); manuseio (Mecânico); 
classificação de energia (A); potência (9.000 BTU’s); pesa (25 kg). (figura 3). 
 
Figura 3 – Ar-condicionado, 7.500 BTU’s 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
18 
 
4.3 PLACA DE POLIESTIRENO EXPANDIDO 
Nas paredes, como revestimento aplicou-se placa de EPS, placas isopor térmico antichamas da marca F 
ISOPOR, dimensões: 100x50cm x 50mm. 
 
Figura 4 – Placa de EPS 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
 
 
5. CONTROLE E OBTENÇÃO DE DADOS 
5.1 DETERMINAR A ESCOLHA DO ISOLANTE TÉRMICO 
Para atestar a eficácia do EPS como material isolante a frente da lã de vidro e lã de rocha – isolantes 
normalmente empregados na construção – considera-se, o custo apresentado pelo Sistema Nacional de 
Pesquisa de Custos e Índices para a Construção Civil– SINAPI, Amazonas, base de outubro de 2020, dos o 
valor obtido pelo cálculo da resistência térmica e o comparativo da condutividade térmica de cada 
elemento. 
 Coleta de temperatura interna e externa 
Para coletar os dados de temperatura, conforme indica a NBR 15575 – 1/2013: Desempenho – parte 1: 
Requisitos Gerais,
três dias com as temperaturas mais elevadas serão considerados. O procedimento se dá 
da seguinte forma: 
Durante um período de 14 dias será coletado os dados de temperatura, 7 dias referentes as paredes sem 
isolante, e mais 7 com paredes contendo o isolante, dos quais seleciona-se os três dias de cada sistema. 
Deve-se aferir, a média diária, tomar nota temperatura do ambiente interno do quarto (Ta), em seguida 
ligar o ar-condicionado, deixá-lo ligado por aproximadamente 20 min. Após o prazo, aferir a temperatura 
do resfriamento. 
Desligar o ar-condicionado, conferir o tempo que leva para que a temperatura resfriada (Tr) se iguale a 
temperatura ambiente (Ta). 
 Avaliar o consumo de energia 
Após a coleta dos dados quanto ao tempo e temperatura do ambiente interno da edificação, deve-se 
observar o período em que o aparelho condicionador de ar ficou desligado sem que o clima interno tenha 
sofrido grandes alterações. Com base nessas informações, realiza-se média aritmética do tempo, e cálculo 
de consumo de energia do período em que o aparelho está desligado, dessa forma determinar a economia 
gerada com o desligamento do ar-condicionado. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Devido ao auto consumo de energia elétrica nas residências, o valor cobrado pela concessionaria que 
presta o serviço de fornecimento, se torna proporcionalmente maior. Este elevado consumo é 
consequência de uma gama de fatores, dentre eles, está a utilização de aparelhos condicionadores de ar, 
que tem a função de tornar o clima interno de determinado local mais agradável. 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
19 
Pretende-se, portanto, verificar meios para diminuir o tempo de uso desses aparelhos através da aplicação 
de isolante térmico, mantendo o conforto térmico do ambiente. Esta verificação se dá por meio de cálculo 
para determinar a eficácia do EPS quanto a resistência térmica, realiza-se também coleta de dados quanto 
as temperaturas internas e o tempo percorrido para a refrigeração do ambiente e sua normalização. 
 
PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
Tabela 1 – Proposta de solução 
Plano de Ação Etapas da Proposta 
Escolha do Objeto 
de estudo 
especificação do objeto de estudo Um quato de 8,4 m², localizado em area 
com grande incidencia dos raios solares 
Escolher Isolante Realizar calculos de resistencia termica 
Verificar na Tabela contida na NBR 15220-2/2005, valores de condução termica 
Utilizar composição do SINAPI, para verificar o valor de mercado 
Coleta de daodos de 
tempeperatura 
1ª fase: consiste em aferir a temperatura interna do 
quarto ainda sem o isolante e com o ar-condicionado 
ligado, durante pelo mentos uma semana e observar os 
dias mais quentes. 
Isso para verificar qm quanto tempo o 
ambinete fica refrigerado, após a 
refrigeração desligar o aparelho e aferiir a 
temperatura num intervalo de 20 em 20 min, 
até que o ambinete interno volte a 
temperatura proxima a exterior. 2ª fase: Realizar o mesmo procedimento, entretanto com 
as paredes já revestidas com o isolante 
Analisar os 
resultados dos 
dados coletados 
Verificar e analisar a quantidade de tempo necessario para que a temperatura interna do quarto se iguala 
a temperatura externa e dessa forma, determinar a quantidade em horas que o condicinador de ar pode 
ficar desliga sem que isso comprometa o conforto termico 
Alocação de recursos 
Ferrmanta ou recurso Custo 
Termometro Digital, Incoterm R$ 56,70 
Ar-condicionado, Springer Midea R$ - 
Placa de EPS 100 x 50 cm 50 mm R$ 226,36 
Total: R$ 283,06 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
 
6. DISCUSSÃO E RESULTADOS 
6.1 ESCOLHA DE ISOLANTE 
Dados como, custo, e resistência térmica e condutividade térmica foram dispostos na tabela 2. Os isolantes 
mais usuais no mercado fazem parte dos materiais candidatos a escolha. 
 
Tabela 2 - Comparativo para escolha do material isolante 
Comparativo de Materiais isolantes 
Materia isolante Espessura 
(MM) 
Condutivida
de Térmica 
(W/m.k) 
Resistência 
Térmica 
(m².k/W) 
Custo do Unitário (R$) 
valor base 
Lã de rocha 50 0,045 1,11 R$ 14,67 SINAPI (AM 
10/2020) 
Lã de vidro 50 0,045 1,11 R$ 16,67 SINAPI (AM 
10/2020) 
Poliestireno expandido 50 0,04 1,25 R$ 4,64 SINAPI (AM 
10/2020) 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
20 
Ao analisar os dados obtidos na tabela acima, nota-se que: 
O EPS, obteve resistência igual a 1,25 m².k/W 
Quanto ao custo o Poliestireno expandido, apresentou valor de R$ 4,64 (quatro reais e sessenta e quatro 
centavos). 
É possível notar que os valores de condutividade térmica de todos os isolantes considerados, são muito 
próximos, logo percebe-se que houve uma diferença de 0,14 m².k/W entre os valores de resistência. 
Tendo em vista que os valores físicos apresentaram valores próximos, o que determina a escolha é o custo 
unitário de cada material. 
 
6.2 TESTES DE TEMPERATURA INTERNA DO QUARTO 
A coleta de dados foi deu origem aos quadros 1, nele estão os valores de temperatura do ambiente antes e 
após o acionamento do ar-condicionado. 
 
Gráfico 1- Resultados da coleta de dados 
Fonte: autoria Própria, 2020 
 
De acordo com os dados apresentados pelo gráfico, nota-se que: 
 As temperaturas do ambiente são próximas, com uma diferença de 0,2 °C; 
 período adotado para resfriamento do ambiente foi de 30 min para; 
 Houve diferença entre as temperaturas após o resfriamento, cerca de 1,7°C; 
 Diferença entre Ta e Tr, aproximadamente 169 minutos 
Para garantir, maior confiabilidade de os períodos em que o ambiente ficou, com o aparelho regulador de 
temperatura ligado, são iguais. As temperaturas do ambiente antes do condicionador de ar ser ligado, são 
pouco diferentes, para que se pudesse realizar comparativo de sistemas em condições semelhantes. 
As temperaturas após o aparelho ser desligados apresentam diferença de 1,7°C, pois as paredes ser o 
isolante térmico continuam a realizar troca de calor o meio externo, desse modo sua temperatura 
rapidamente se iguala a temperatura exterior. Ao aplicar, poliestireno expandido, que é um material com 
má condução térmica, pois este contém bolsões de ar que retém o calor, dificultando a troca de energia 
térmica, assim mantendo o ambiente interno com temperatura menor que a externa por mais tempo (3,5 
horas) 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
21 
6.3 ECONOMIA NO CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA 
Aplica-se todos os dados quanto ao consumo de energia térmica, e utiliza-se o tempo calculado pelo 
experimento anterior, de modo que se obtenha o tempo de uso do aparelho, conforme a tabela 3. 
 
Tabela 3 – Análise comparativa do consumo de energia elétrica 
 
 Sem aplicação de EPS Com aplicação de EPS 
Dias por mês 30 dias 30 dias 
Consumo de Energia 25 kW/h p/ mês 25 kW/h p/ mês 
Tempo de consumo 8 h 4,5 h 
Tarifa da 
concessionária 
R$ 0,66 R$ 0,66 
 Valor cobrado R$ 132,00 Valor cobrado R$ 74,25 
Fonte: Autoria Própria, 2020 
 
Os resultados indicam que: 
 Com uso médio de 8 horas de ar-condicionado a importância de R$ 132,00 é cobrada; 
 Ao reduzir o tempo de uso em 3,5 horas, resultaram em R$ 74,25. 
 
Com base nos resultados apresentados, nota-se que houve redução no tempo de uso do aparelho, que 
costumava ser em média 8 horas por dia, e passou a ser de 4,5 horas, isso significa que 3,5 horas, com o 
aparelho desligado, ainda se mantem o conforto térmico. 
Essa diferença, representa uma economia de R$ 57,75 na conta de energia elétrica. Isso em períodos de 
clima quente, é possível que em períodos de climas frios, esse tempo de uso do ar-condicionado seja 
reduzido ainda mais. 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Com o consumo de energia elétrica cada vez mais evidente, devido as altas temperaturas da cidade de 
Manaus-Am, busca-se formas de minimizar o desconforto gerado pelo calor. Dentre outros métodos, a 
aplicação de revestimento de
paredes com material isolante térmico, tem mostrado resultados atrativos. É 
notório a necessidade de estudos, que atestem e contribuam para o desenvolvimento e aplicação de 
isolantes térmicos em edificações, a fim de assegurar o conforto térmico das edificações. 
O estudo de caso realizado, apresentou uma gama de resultados satisfatórios, quanto ao uso de 
Poliestireno expandido como isolante térmico, aplicado em vedações verticais. Dentre os quais se destaca, 
sua resistência térmica de 1,25 m².k/W, bem como seu custo, que é mais o acessível dentre os comparados 
nesse estudo, cerca de R$ 4,64/m². 
Outro ponto a ser levado em consideração, é a redução no consumo de energia, após verificar o período 
que um ar-condicionado pode ficar inativo, sem que o ambiente externo possa alterar a temperatura o 
ambiente interno. Foi através dos testes em ambiente controlado, que geraram dados com relação ao 
tempo de funcionamento, do aparelho regulador de ar, 30 min com o aparelho ligado, lhe garante 
aproximadamente 3,5 horas de temperatura amena no ambiente interno. 
Ao verificar o tempo em que o aparelho fica desligado, observou-se uma economia de R$ 57,75 o que 
representa cerca de 56,25% a menos que o valor cobrado em edificações com vedações convencionais ou 
em qualquer tipo de tratamento térmico. 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
22 
REFERÊNCIAS 
[1] ALMEIDA, Anderson W.N. et. al. Termodinâmica da economia: redução dos custos de energia elétrica através 
do revestimento de paredes com fibras de coco e tetra pak®. Dezembro de 2019. 7 f. Artigo acadêmico - CEAP, Amapá-
AP, 2019. 
[2] ALMEIDA, Tamires. Como calcular o consumo de energia do ar-condicionado. Industria Hoje, 2016. 
Disponível em <https://industriahoje.com.br/como-calcular-o- consumo-de-energia-do-ar-condicionado>. Acesso em 
23/11/2020. 
[3] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TECNICAS. NBR 15220: Desempenho 
[4] térmico de edificações: Parte 2: Métodos de cálculo da transmitância térmica, da capacidade térmica, do 
atraso térmico, e do fator solar de elementos e componentes de edificações. Rio de Janeiro, p. 3. 2005. 
a. NBR 15575: Edificações habitacionais: Desempenho: Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro, p. 19. 2013. 
[5] CALLISTER Jr, William D; RETHWISCH, David G. Ciência e engenharia de materiais: uma introdução. 9. ed. -
[Reimpr.]. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 
[6] CHAIR, Glaucia. Por que Manaus é tão quente? Você ja ouviu falar de ilha de calor?. Em tempo, Manaus-AM, 2 
de out. De 2017, M. Disponível em: <https://d.emtempo.com.br/_/80869/por-que-manaus-e-tao-quente-voce-ja-
ouviu-falar-em- ilhas-de-calor>. Acesso em 23/11/2020. 
[7] GRABASCK,Jaqueline Ramos. Arquitetura sustentável. Porto Alegre: SAGAH, 2019. 
[8] KRUGER, Abe. Construção verde: princípios e práticas em construção residencial. São Paulo: Cengage 
Learning, 2016. 
[9] LARA, Rodrigo. Ar-condicionado aumenta muito a conta de luz; veja se vale a pena para você. Tilt, 2020. 
Disponível em <https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2020/10/01/ar-condicionado-aumenta-muito- a-
conta-de-luz-veja-se-vale-a-pena-para-voce.htm>. Acesso em 23/11/2020. 
[10] MACHADO, Vanessa de S. Princípios de climatologia e hidrologia. Porto Alegre: SAGAH, 2017. 
[11] MÄHLMANN, Fabiana Galves. Conforto ambiental. Porto Alegre: SAGAH, 2018 
[12] MITCHELL, Jonh W.; BRAUN, James E. Princípios de Aquecimento, ventilação e condicionamento de ar em 
edificações. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 
 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
23 
Capítulo 3 
 
Desenvolvimento de sistema de reaproveitamento de 
materiais de construção em pequenas obras: Um 
estudo de caso na cidade de Manaus 
 
Kátia Hellany Pacheco Costa 
Carlos Samuel Castro Oliveira 
Ygor Geann dos Santos Leite 
 
Resumo: O setor da construção civil é um dos maiores geradores de resíduos, em 
especial as pequenas obras, propícias a um menor manejo de resíduos por tratarem-se 
de obras muitas vezes irregulares ou sem acompanhamento de profissional técnico. 
Partindo da necessidade de dar um destino útil a estes materiais e resíduos, este artigo 
tem por objetivo propor um aplicativo onde os usuários poderão ofertar e adquirir 
materiais de segunda mão que estejam em boas condições de uso na capital de Manaus, 
utilizando assim a tecnologia a favor da sustentabilidade. Para consolidação da proposta 
utilizou-se o método de abordagem mista através da pesquisa bibliográfica e os 
resultados de um levantamento de campo, no qual se pode comprovar as chances de 
reaproveitamento dos resíduos de obra. Assim, este artigo mostra sua relevância quanto 
a proposta de uma ferramenta fomentadora para a prática mais consciente e sustentável 
nas obras de pequeno porte e reformas. 
 
Palavras-chave: obras; reformas; resíduos; construção civil; sustentabilidade. 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
24 
1. INTRODUÇÃO 
A construção civil, como se tem constatado no decorrer dos anos, é a atividade que mais consome recursos 
naturais (renováveis e não renováveis) e utiliza energia de forma intensa, o que vem causado grandes 
impactos ao meio ambiente. 
Sabe-se que o menor controle de manejo sustentável na construção civil encontra-se nas pequenas 
construções e reformas. No entanto, devido à grande quantidade destas obras, muitas vezes irregulares e 
sem o acompanhamento de um profissional qualificado, gera-se um acúmulo de atividades não 
sustentáveis isoladas que compõem um grande grupo nocivo ao meio ambiente. 
Uma pesquisa realizada pelo CAU/BR - Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, demonstrou que o 
índice de obras regulares e amparadas por profissionais competentes no Norte do Brasil é muito baixo. Em 
Manaus, o CAU/AM constatou que as zonas Norte e Sul de Manaus foram as mais denunciadas por obras 
irregulares (CAU/AM, 2017). Este dado implica também no consequente descarte irregular de resíduos e 
materiais. 
Parte daí a problemática deste trabalho. Como amenizar os danos ao meio ambiente através do 
reaproveitamento de materiais, mais especificamente em pequenas obras e reformas na cidade de 
Manaus? Portanto, é proposto como objetivo geral o desenvolvimento de uma proposta de sistema digital 
de reaproveitamento de resíduos e materiais em condições de uso, que possa ser utilizado não somente 
pelo arquiteto contratado, mas também pelos próprios proprietários que estejam reformando suas 
edificações de pequeno porte. 
E como objetivos específicos pretende-se levantar dados referentes a procedimentos de reaproveitamento 
e direcionamento de resíduos de obras, apresentar métodos e técnicas para reaproveitamento de 
materiais em pequenas obras e reformas, elaborar proposta de sistema digital de doação e venda de 
resíduos e materiais de maneira interativa visando o parâmetro da procura e da oferta. 
Buscando contribuir com a sustentabilidade local no setor que mais afeta o meio ambiente, a construção 
civil, e consequentemente melhorar a qualidade de vida dos manauaras, este trabalho mostra sua 
relevância quanto ferramenta fomentadora para uma prática mais consciente nas obras de pequeno porte 
e reformas. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
A construção civil, segundo o CIB - Conselho Internacional de Construção (MMA, 2014), é a atividade que 
mais consome os recursos naturais e utiliza a energia de forma intensa, causando grandes impactos ao 
meio ambiente, estimando que, dentro do conjunto de atividades humanas, cerca de mais de 50% dos 
resíduos gerados sejam provenientes das construções. A busca pela sustentabilidade neste ramo tornou-se 
uma luta diária através de programas de conscientização, desenvolvimento de novas tecnologias, estudos 
de gerenciamento consciente, etc. 
Em 2018, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2018), através da Pesquisa Anual da 
Indústria da Construção – PAIC, divulgou um levantamento
onde demonstra o crescimento das obras 
residenciais em contrapartida à diminuição das obras de infraestrutura do setor público. Esse resultado se 
dá principalmente por conta do aumento da construção de edifícios, contando com a expansão dos 
programas de aquisição habitacional. Vale ressaltar também o aumento de poder de compra de imóveis 
residenciais das famílias entre os anos de 2009 e 2018. Deve-se levar em consideração que a PAIC 2018 foi 
realizada com base na produção de empresas cadastradas e obras registradas apenas, desconsiderando as 
obras irregulares, concluindo assim que a variação apresentada pelo IBGE pode ser ainda maior do que a 
divulgada. 
Na região Norte do país, conforme pesquisa realizada pelo CAU/BR, apenas 10% das obras são regulares e 
acompanhadas por profissional da área da construção civil. Segundo o CAU/AM (2017), as zonas Norte e 
Sul de Manaus foram as mais denunciadas à instituição por obras irregulares, ainda assim a quantidade de 
denúncias recebidas está muito abaixo da dimensão dessa problemática, já que facilmente encontram-se 
obras sem placas de liberação pela cidade. Sem o acompanhamento adequado, essas obras contribuem 
para o descontrole no descarte de resíduos e materiais que poderiam facilmente ser reaproveitados. 
Diante disso, a sustentabilidade no setor da construção civil tem se tornado uma preocupação, visto o 
impacto que o resíduo proveniente de suas atividades tem sobre o meio ambiente e a paisagem urbana. 
Assim, a reciclagem dos resíduos, materiais, equipamentos e objetos em geral que sejam descartados, 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
25 
torna-se uma alternativa de amenizar estes impactos. 
 
2.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS 
A Resolução 307/02, do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA (2002) determina os 
procedimentos, critérios e diretrizes para gestão de resíduos provenientes da construção civil, orientando 
atitudes necessárias para atenuar os danos ambientais. Assim esta resolução classifica os resíduos da 
seguinte forma: 
 Classe A - aqueles reutilizáveis oriundos de construções, demolições, reformas, reparos de 
pavimentação, infraestrutura e solos nativos de terraplanagem. Inclui também blocos, tijolos, 
revestimentos, telhas, concreto, argamassa e resíduos provenientes da fabricação e demolição de 
peças pré-moldadas com produção no próprio canteiro de obra; 
 Classe B - são os recicláveis mais comuns: papel/papelão, plástico, vidros, metais, madeira, gesso e 
embalagens vazias de tinta; 
 Classe C - são os resíduos com menor possibilidade de reutilização, onde ainda não foram 
desenvolvidas tecnologias viáveis financeiramente para o processo de reciclagem ou recuperação; 
 Classe D - são aqueles resíduos com alto índice de intoxicação humana quando manuseados e/ou 
armazenados de maneira incorreta, tais como: solventes, óleos, tintas, ou com algum tipo de 
contaminação ou oriundos de demolições, prejudiciais à saúde, de obras em clínicas radiológicas ou 
industriais, assim como qualquer materiais que contenha amianto ou produtos nocivos, como alguns 
tipos de telhas. 
Todos esses resíduos listados na Resolução acima citada devem ser analisados quanto às suas condições 
de uso e reaproveitamento antes e após manuseio, uma vez que há a impossibilidade de reuso por motivos 
diversos, como quebra, necessidade de descarte específico como de baterias, desconfiguração do formato 
do material, risco toxicológico, etc. 
Após a triagem desses materiais, é necessário que sejam armazenados de modo a conservar ao máximo 
seu estado atual, evitando perdas e minimizando danos que impossibilitem uma futura venda ou doação. 
 
3. METODOLOGIA OU MATERIAIS E MÉTODOS 
A pesquisa foi desenvolvida com base em estudos teóricos e análise de campo reunidos através da revisão 
bibliográfica constituída por livros, artigos, periódicos, revistas e teses, envoltos na área da 
sustentabilidade e resíduos da construção civil e avaliação de pequenas obras em andamento. 
Adotaram-se os procedimentos acima citados buscando fundamentar a necessidade da proposta aqui 
apresentada utilizando o objeto principal deste trabalho que são as pequenas obras e reformas. O 
levantamento de dados bibliográficos é a base teórica da problemática aqui exposta junto ao levantamento 
de campo, que consolida os objetivos listados neste trabalho. 
Buscando alcançar o objetivo almejado da pesquisa, utilizou-se o método de abordagem mista, que integra 
a forma qualitativa e a quantitativa (CRESWELL, 2007, p. 35), onde uma complementa a outra, facilitando 
o entendimento de problemas e hipóteses, bem como a análise de resultados. 
Foram escolhidas e analisadas três obras em andamento na cidade de Manaus, todas residenciais, sendo 
duas de reforma e uma de interiores. Entre as obras de reforma tem-se uma de pequeno impacto projetual 
e uma de grande impacto projetual. O critério de escolha dos projetos foi de acordo com a condição do 
imóvel, de maneira que uma residência está em bom estado por ser um imóvel relativamente novo (baixo 
impacto), outra estava abandonada a aproximadamente cinco anos (alto impacto) e um imóvel que 
envolve apenas adequação, instalação de piso e troca de peças e mobiliário. 
Sucedendo a pesquisa realizou-se o diagnóstico dos aspectos não sustentáveis que envolvem o descarte de 
resíduos e materiais de obras e possível implementação de uma nova maneira de tratar o destino destes 
de modo a reaproveita-los ao máximo. 
As principais adversidades encontradas para solucionar o problema de reaproveitamento de materiais e 
resíduos da construção civil são, principalmente, as obras irregulares, sem orientação de profissional 
técnico da área, a cultura fraca de separação seletiva dos resíduos, planejamento da obra e manuseio 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
26 
correto dos materiais possíveis de reaproveitamento quando mantidos em bom estado de uso. 
 
3.1 PROPOSTA DE SOLUÇÃO 
A proposta de solução contempla o sistema digital de reaproveitamento de resíduos e materiais em 
condições de uso através de venda e/ou doação, que estabelece o principal objetivo do trabalho, buscando 
responder a problemática da pesquisa: Como amenizar os danos ao meio ambiente através do 
reaproveitamento de materiais, mais especificamente em pequenas obras e reformas na cidade de 
Manaus? 
O sistema proposto baseia-se nos dados fornecidos pela revisão bibliográfica a respeito da geração de 
resíduos na construção civil, complementado por um levantamento de campo, afim de embasar a 
importância e viabilidade do sistema proposto. 
 
3.2 PROCESSOS E ETAPAS DO SISTEMA 
Partindo das características que se espera do sistema, propõe-se que o mesmo seja realizado através de 
três processos: Cadastro do usuário; busca/acesso aos produtos e cadastro de produtos. 
O processo inicia-se pelo Cadastro do usuário. A partir desta etapa, o usuário informará se está ofertando 
(venda ou doação) ou se pretende comprar um produto. No caso de ofertar um produto, o usuário 
escolherá entre doação ou venda, onde as doações serão feitas de materiais usualmente recicláveis como 
papelão, plástico, vidro e metal, informando se o material será entregue ou se há necessidade de busca no 
local. Ainda neste caso, para que esse material chegue a seu destino adequado, as cooperativas de 
reciclagem serão contactadas para que se cadastrem no aplicativo e mantenham seus dados atualizados. 
Na escolha de venda, o usuário deverá inserir o valor, postar no mínimo duas fotos nítidas do produto 
ofertado, descrever características como medidas e peso aproximados, cor e tipo de material, tempo de 
uso aproximado, informar se o produto será entregue ou se há necessidade de busca no local. No momento 
de cadastramento do produto, serão disparados informativos de conscientização ambiental e incentivo à 
contratação de profissionais técnicos como engenheiros e arquitetos, ainda
que apenas para Consultoria, 
um serviço com valor mais acessível, porém de muita eficácia, esclarecendo dúvidas e orientando quanto 
ao andamento da obra, separação de materiais a serem ofertados e seus cuidados. 
Ao pretender fazer uma compra, o usuário poderá escolher parâmetros de busca que envolvem o raio de 
distância e região da cidade, tipo de material, valor mínimo e máximo, tempo de uso, etc. 
Diante do propósito que rege esse sistema, que é a sustentabilidade, busca-se torná-lo um ambiente 
dinâmico, de fácil acesso e usual ao usuário. 
Apesar do sistema ser pensado para a problemática da capital amazonense, sabe-se que o mesmo afeta 
diversas cidades do nosso país e do mundo. Portanto o sistema proposto poderá também ser estendido a 
outras cidades e capitais afim de fomentar a ideia. 
 
3.3 PLANEJAMENTO DA PROPOSTA 
Para tornar o sistema uma realidade, serão aplicadas as seguintes atividades: 
 
Tabela 1 - Atividades 
ETAPA ATIVIDADE DESCRIÇÃO 
1 Fazer especificação e 
modelagem do 
sistema. 
Definir as soluções computacionais a serem adotadas para eficácia da 
implementação do sistema, bem como avaliar a melhor maneira de 
portabilidade. 
2 Desenvolver e 
implementação da 
proposta 
As soluções estabelecidas na Etapa 1 serão implementadas como 
funcionalidade ao sistema, nesta etapa haverá colaboração intensa entre 
participantes buscando garantir a proposta de usabilidade do sistema. 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
27 
Tabela 1 – Atividades 
(continuação…) 
ETAPA ATIVIDADE DESCRIÇÃO 
3 Validar o protótipo Criado o aplicativo, o mesmo será apresentado aos possíveis usuários alvos 
buscando avaliar a aceitabilidade do produto, além de buscar eventuais 
desafios que compliquem a usabilidade do sistema. 
4 Documentar a 
proposta 
Nesta etapa busca-se fazer o registo da patente, elaboração da 
documentação técnica e de uso da proposta, assim como os documentos de 
código fonte e de manuais para usuário. 
5 Publicar os resultados Nesta última etapa, busca-se publicar os resultados alcançados pelo 
aplicativo em eventos científicos, publicações em periódicos e conferencias 
sobre sustentabilidade na construção. 
Fonte: Os autores, 2020 
 
Proposta (telas protótipo) 
Imagem 01: Tela de login. Imagem 02: Tela de ação. Imagem 03: Tela de busca 
(comprar). 
Imagem 04: Tela de Ofertar. Imagem 05: Tela de Cadastro (parte 01) 
Imagem 06: Tela de Cadastro 
(parte 02) 
 
 
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28 
4. DISCUSSÃO E RESULTADOS 
De acordo com as bases bibliográficas, podemos observar a necessidade de cuidado na gestão de resíduos 
na construção civil, uma vez que esta atividade é a que mais utiliza os recursos naturais e a que menos 
recicla. Voltando essa problemática para a cidade de Manaus, vimos que há uma grande quantidade de 
obras irregulares espalhadas pela cidade, o que agrava a falta de gestão de resíduos. 
Na necessidade de dar um destino mais útil aos materiais e resíduos das obras, idealizou-se uma espécie 
de brechó digital da construção civil, através de aplicativo, onde os usuários poderão ofertar ou adquirir 
materiais de segunda mão que estejam em condições de uso, buscando também facilitar a comunicação 
com empresas que trabalhem com recicláveis como papelão, plástico, vidro, metal, etc. 
Com o levantamento de campo podemos comprovar que as chances de reaproveitamos dos resíduos de 
obra são grandes, como listados no quadro abaixo: 
 
 OBRA IMPACTO MATERIAIS / RESÍDUOS 
01 Reforma (casa) 
Imóvel com 5 anos de 
vida. 
Baixo Telhas cerâmicas; louça de banheiro; box de banheiro; janela de 
vidro, correr, duas folhas; porta de PVC amadeirado; papelão. 
02 Reforma (casa) 
Imóvel com mais de 10 
anos de vida e 5 anos de 
abandono, sem uso. 
Alto Fôrma de vigota e EPS para laje pré-moldada; ferragem; louça de 
banheiro; placa de granito; bancada de granito; telha galvanizada; 
solo de escavação; louça de tanque para lavar roupa; cano de PVC; 
papelão. 
03 Interiores (apto) 
Imóvel novo. 
Baixo Box de banheiro; pia de cozinha; piso de porcelanato*; móveis 
que serão substituídos (sofá; cama casal; painel de TV; guarda-
roupa); papelão. 
*O piso de porcelanato não foi instalado, pois no momento da compra do imóvel os compradores solicitaram que o 
piso fosse entregue “no osso” (apenas no contra-piso). No entanto, em contrato, o valor do material piso permanece 
incluso no valor de venda do imóvel, dessa maneira, a construtora deve entregar a quantidade equivalente do material 
do piso ao cliente, ainda que não instalado, mas em caixas. 
 
Vivemos um momento onde o uso da tecnologia de aplicativos em smartfones, tablets, computadores, 
torna possível a execução de diversas tarefas em qualquer lugar e a qualquer distância. Na busca de 
auxiliar a comunicação entre consumidor e ofertante na área de construção civil na cidade de Manaus, 
especificamente de reformas e pequenas obras, apresentou-se a proposta de um aplicativo que 
proporcione essa comunicação. 
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Através do presente artigo, apresentou-se como proposta de solução complementar à problemática da 
falta de gestão de resíduos e materiais em pequenas obras e reformas e seu potencial risco ao meio 
ambiente na cidade de Manaus, um aplicativo para venda ou doação destes, podendo ser utilizado tanto 
pelo proprietário da obra em questão quanto pelos profissionais e cooperativas de reciclagem. 
As análises realizadas dos dados e resultados do estudo de campo demonstraram a presença de materiais 
com alto potencial de reutilização presentes em pequenas obras e reformas em Manaus, fundamentando a 
proposta de venda e/ou doação desses materiais. O sistema proposto, além de beneficiar o meio ambiente 
como uma proposta sustentável, beneficia o público alvo deste trabalho, que por vezes não possui 
condição financeira elevada para aquisição de materiais novos, podendo adquirir materiais de segunda 
mão que estejam em boas condições de uso, como telhas, louças e móveis por exemplo, tornando esta ideia 
não apenas sustentável como social. 
Através do aplicativo proposto também buscou-se fomentar a contratação de arquitetos e engenheiros 
através de consultorias que auxiliam no planejamento das obras e conjuntamente na separação de 
resíduos, sendo este um serviço com valor acessível aos futuros usuários do aplicativo. 
Assim, concluímos que a melhoria de comunicação entre consumidor e ofertante, dentro da temática neste 
trabalho desenvolvida, é capaz de reduzir desperdícios desnecessários de materiais e resíduos da 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
29 
construção civil que podem facilmente ser reutilizáveis, trazendo conscientização ambiental e melhorando 
a paisagem urbana da cidade de Manaus. 
 
REFERÊNCIAS 
[1] CAU/AM – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Amazonas. Zonas Norte e Sul lideram denúncias sobre 
obras irregulares em Manaus, 2017. Disponível em: http://www.cauam.gov.br/rede-tiradentes-zonas-norte-e-sul-
lideram-denuncias-sobre-obras-irregulares-em-manaus/. Acessado em 14 de nov. 2020. 
[2] CONAMA. Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 
DF, nº 136, 17 de julho de 2002. Seção 1, p. 95-96. Disponível em 
<http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=307> Acesso em: 22 de out. 2020. 
[3] CRESWELL, J. W. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. Porto Alegre: Artmed, 2007, 
35 p. 
[4] IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Anual da Indústria da Construção – PAIC 2018. 
Disponível em: https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/pe riodicos/54/paic_2018_v28_informativo.pdf. Acesso 
em: 09 de nov. 2020. 
[5] MMA - Ministério do Meio Ambiente. Estudo técnico aborda a sustentabilidade na construção civil. 2014. 
Disponível em: https://www.mma.gov.br/informma/item/12421-noticia-acom-2014-11-
585.html#:~:text=O%20Conselho%20Internacional%20da%20Cons 
tru%C3%A7%C3%A3o,humanas%20sejam%20provenientes%20da%20constru%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 24 
de out. de 2020. 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
30 
Capítulo 4 
 
Reaproveitamento do RCD do piso como agregado na 
preparação de novo concreto para calçada lateral da 
clínica renal 
 
Alan Caio Medeiros Fernandes 
Deivid Dias de Sousa 
Nilson Lopez Cintra 
Ygor Geann dos Santos Leite 
 
Resumo: A construção civil é uma das áreas que produz mais empreendimentos de 
grandes portes e a que mais desperdiça quando utiliza recursos naturais. Dessa Forma, o 
entulho na maioria das vezes é motivo de discussão, por trazer prejuízos monetários, 
sociais e ambientais para a comunidade. Este estudo tem como objetivo analisar o 
reaproveitamento do concreto descartado na demolição das construções no geral, já que 
o grande desafio na construção é transformar esse resíduo em uma fonte alternativa de 
matéria-prima através da reciclagem do RCD, o método é adicionar e analisar a adição 
do resíduo de construção civil de demolição como agregado graúdo. Estima-se que até 
10% de todo o material entregue no canteiro de obras é desperdiçado devido a 
deficiência no processo de construção, imprecisões ou omissões na elaboração e 
execução dos projetos. Somente os concretos com substâncias contaminantes, como 
sulfato de cálcio cloreto e óleos podem trazer prejuízos as propriedades do concreto no 
estado endurecido, não o permitindo ser reciclado. Os resíduos de concreto podem ser 
triturados, chegando a pedaços e 75 a 120 mm, e misturados com areia, água e cimento 
para se obter um novo concreto fresco. Este é geralmente usado como camada de base 
para projetos de construção de pisos e calçadas, o que ajuda a minimizar os custos e o 
impacto ambiental na Construção Civil. Com a reciclagem do concreto é possível obter 
agregados com características semelhantes ao produto original, diminuindo a extração 
dos recursos naturais e contribuindo muito com a preservação do meio ambiente. 
Palavras-chave: Sustentabilidade, Desenvolvimento, Reciclagem. 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
31 
1. INTRODUÇÃO 
Na construção civil a utilização de matérias primas para a confecção de um empreendimento, tem origem 
em grandes atividades de extração em jazidas de areia e extração de material argiloso ou pétreo, neste 
contexto é necessário ter cuidados com o meio ambiente, uma vez que os impactos são notáveis e as 
retiradas descontroladas em longo prazo, implicam em escassez do material procurado. Assim, a utilização 
de um método renovável, além de se tornar sustentável podendo elevar a qualidade do seu 
empreendimento, pode ser mais barato do que os métodos convencionais (HOOD, 2016). 
A reutilização e reciclagem de resíduos de construção civil como matéria-prima, pode trazer inúmeros 
benefícios econômicos e ambientais, minimizando a extração de recursos minerais, além de reduzir os 
níveis de poluição atmosférica, processamento e transporte. O grande obstáculo a ser ultrapassado pelo 
setor de construção civil é a geração desses resíduos. Pois o maior desafio da área é conciliar seus 
processos de produção com o desenvolvimento consciente dentro da obra, portanto a alternativa 
encontrada para solucionar essa problemática é o reaproveitamento. 
A recuperação de pisos de concreto ou de calçamentos que não serão solicitados com grandes cargas traz a 
oportunidade da aplicação de resíduos de demolição no traço que será aplicado na pavimentação nova. Em 
contexto, o afundamento do piso de concreto da área lateral da Clínica Renal de Manaus, localizada na Av. 
Castelo Branco, bairro da Cachoeirinha, pode ser citada. Nesta ocasião o carreamento de partículas de solo 
abaixo do piso ocorreu devido a uma infiltração na caixa de drenagem de águas pluviais, causando o 
afundamento deste elemento, gerando a necessidade de manutenção que se enquadra na reutilização de 
RCD. 
 
2. REFERENCIAL TEÓRICO 
2.1 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Os resíduos de construção tem se desenvolvido bastante atualmente, porém há registros na antiguidade. 
Segundo com Levy (1997), na Alemanha, por volta de 1860, foram utilizadas sobras de blocos de concreto 
de cimento Portland, na produção de artefatos de concreto. Ainda o mesmo autor, diz que só a partir de 
1928 começaram a ser desenvolvidas pesquisas de forma sistemática, para avaliar o efeito do consumo de 
cimento, da quantidade de água e da granulometria dos agregados. 
 
2.2 DESPERDÍCIOS E PERDAS DE MATERIAIS NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
Sabe-se que a preocupação com o desperdício de materiais na construção civil e a geração de toneladas de 
resíduos de entulho produzidas diariamente nos canteiros de obra das cidades não é recente. Nos últimos 
anos, o interesse no assunto tem crescido com a discussão de questões ambientais, área de grande enfoque 
no milênio. Levantamentos indicam que a quantidade de materiais consumida pela construção gira em 
torno de 1.000 kg por m2 construído (KAGUE, 2009, p. 03). O QUADRO 1 demonstra as porcentagens de 
perda de materiais durante os processos construtivos. 
 
Quadro 1 - Perda de materiais em processos construtivos convencionais. 
Fonte: PINTO (2008). 
 
 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
32 
2.3 IMPACTO AMBIENTAL 
Conforme (SANTOS, 2004): 
“A expressão impacto ambiental é encontrada diariamente, 
associada a algum dano a natureza na maioria das vezes, tais 
como mortandade da fauna silvestre, após um vazamento de 
petróleo no mar ou em um rio, ou quando imagens de aves 
totalmente negras devido a camada de óleo que as recobre 
chocam a opinião pública.” 
 
2.4 MATERIAL RECICLADO EM OBRAS DE CALÇAMENTOS 
Segundo as Resoluções nº 307 e nº 348 os RCD da construção civil são classificados em quatro classes 
conforme a figura 1: 
 
Figura 1: classes dos resíduos sólidos 
Fonte: Brasileiro e Mattos (2015) 
 
 
A construção civil apresenta grande receptividade para absorção dos resíduos sólidos, no entanto, a 
reciclagem de RCD pode ser aplicada para diversos fins, tais como: camadas de base e sub-base para 
pavimentação, coberturas primárias de vias, fabricação de argamassas de assentamento e revestimento, 
fabricação de concretos, fabricação de pré-moldados (blocos, meio-fio, dentre outros), camadas drenantes, 
etc. (BRASILEIRO e MATOS, 2015). 
 
2.5 UTILIZAÇÃO DO RCD 
“A utilização de um RCD devidamente processado com vista à sua integração como matéria-prima numa 
indústria carece de um tipo de análise caso-a-caso.” (AGÊNCIA,2011, p. 6). Para que haja a utilização do 
RCD na construção civil, o segredo está relacionado a triagem, que nada mais é a separação dos resíduos. 
Segundo a Agência (2011), a triagem no local de produção de resíduos, caso demostre inviável, poderá ser 
encaminhado para um operador de gestão de licenciado para esse efeito. 
É fundamental o processo de triagem, não somente para separar os resíduos, como quantificar e 
classificar, pois, somente após o processo de triagem é permitida a deposição do RCD em aterro. Segundo 
Addis (2010), para que sejam utilizados esses resíduos, é necessário focar nas políticas governamentais e 
nos aspectos, o aspecto importante é na redução de extração de novas matérias primas, isto é, a 
reutilização beneficia o meio ambiente em vários aspectos, sendo o principal, a redução de extração de 
materiais naturais, reduzindo com isso os recursos necessários para o seu processamento; outro aspecto 
seria a redução significativa na quantidade de entulho gerada e descartada, sendo assim, a reutilização e a 
Tópicos em construção civil: Tecnologia, inovação e metodologias aplicadas 
 
 
 
33 
reciclagem tirando os materiais do meio urbano, antes que os mesmos sejam descartados de forma 
incorreta ou parar em aterros. 
O RCD. vem sendo estudado, para

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