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UNICESUMAR - CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS ÓBITOS ANALISADOS PELO COMITÊ DE 
MORTALIDADE MATERNO INFANTIL DA 15º REGIONAL DE SAÚDE DO 
ESTADO DO PARANÁ NOS ANOS DE 2016 E 2017 
 
 
 
 
FERNANDA SANTANA CECILIO 
SARA NAZARÉ CARVALHO BRITO LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ – PR 
2018
FERNANDA SANTANA CECILIO 
SARA NAZARÉ CARVALHO BRITO LOPES 
 
 
 
 
 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS ÓBITOS ANALISADOS PELO COMITÊ DE 
MORTALIDADE MATERNO-INFANTIL DA 15º REGIONAL DE SAÚDE DO 
ESTADO DO PARANÁ NOS ANOS DE 2016 E 2017 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado ao curso de graduação em 
Enfermagem da UniCesumar – Centro Universitário 
de Maringá como requisito parcial para a obtenção 
do título de bacharel(a) em Enfermagem, sob a 
orientação do Profa. Me. Juliana Dalcin Donini e 
Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARINGÁ – PR 
2018
 
 
 
3 
 
 
CARACTERIZAÇÃO DOS ÓBITOS ANALISADOS PELO COMITÊ DE 
MORTALIDADE MATERNO-INFANTIL DA 15º REGIONAL DE SAÚDE DO 
ESTADO DO PARANÁ NOS ANOS DE 2016 E 2017 
 
 
Fernanda Santana Cecilio1 
Sara Nazaré Carvalho Brito Lopes2 
Juliana Dalcin Donini e Silva3 
 
 
RESUMO 
 
A mortalidade infantil ainda é um grave problema de saúde pública no Brasil. Mesmo 
diante da diminuição significativa das taxas nas últimas duas décadas, estas ainda 
continuam sendo elevada em alguns estados do país. As ações que vêm contribuindo 
para diminuição consistem na ampliação na cobertura da Estratégia Saúde da Família, 
intensificação e ampliação do esquema vacinal, melhoria do atendimento ao pré-natal 
e parto. Nesse ínterim, os Comitês de Prevenção de Mortalidade Infantil têm 
contribuído significativamente para a melhoria das ações voltadas à redução da 
morbimortalidade infantil e no planejamento de ações estratégicas para esse fim. A 
partir disso, o objetivo deste estudo é caracterizar o perfil dos óbitos infantis e fetais 
dos anos de 2016 e 2017 em uma Regional de Saúde do norte do Paraná. Trata-se 
de uma pesquisa quantitativa, retrospectiva e documental, a respeito da mortalidade 
infantil e mortalidade fetal. O estudo ocorreu por meio da coleta de dados por meio de 
prontuários da 15ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, para complementar 
participamos dos comitês de mortalidade materno-infantil da cidade de Maringá-PR. 
Através dos resultados, foi possível verificar que a mortalidade por causas evitáveis 
ainda é elevada, embora tenha melhorado consideravelmente nos últimos anos. 
Também foram identificadas falhas nos preenchimentos das documentações 
necessárias para analisar os óbitos, dificultando o processo e retardando as 
intervenções nos hospitais, municípios e regional de saúde como um todo. Salienta-
se a necessidade de realizar ações educativas junto aos profissionais de saúde, 
família e sociedade a fim da redução significativa dos óbitos fetais e infantis. 
 
Palavras-chaves: Mortalidade Infantil. Mortalidade Fetal. Estratégia Saúde da 
Família. Qualidade de Assistência à Saúde. Registro de Mortalidade. 
 
 
1 Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem. Centro Universitário de Maringá-UNICESUMAR. 
Maringá. Paraná. 
2 Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem. Centro Universitário de Maringá-UNICESUMAR. 
Maringá. Paraná. 
3 Mestre em enfermagem. Docente do curso de Bacharelado em Enfermagem. Centro Universitário de 
Maringá-UNICESUMAR. Maringá. Paraná. 
 
4 
 
CHARACTERIZATION OF THE OBJECTS ANALYZED BY THE MATERNAL 
CHILD MORTALITY COMMITTEE OF THE 15TH REGIONAL HEALTH REGION 
OF THE STATE OF PARANÁ IN THE YEARS OF 2016 AND 2017 
 
ABSTRACT 
 
Infant mortality is still a serious public health problem in Brazil. Even in the face of a 
significant decline in rates over the last two decades, these rates are still high in some 
states. The actions that have been contributing to decrease include the expansion of 
the coverage of the Family Health Strategy, intensification and expansion of the 
vaccination schedule, improved prenatal and delivery care. In the meantime, the 
Committees for the Prevention of Infant Mortality have contributed significantly to the 
improvement of actions aimed at reducing infant morbidity and mortality and in 
planning strategic actions for this purpose. From this, the objective of this study is to 
characterize the profile of infant and fetal deaths from the years 2016 and 2017 in a 
Regional of Health of the north of Paraná. This is a quantitative, retrospective and 
documentary research on infant mortality and fetal mortality. The study was carried out 
through the collection of data by means of medical records of the 15th Regional of 
Health of the State of Paraná, in order to complement the maternal and child mortality 
committees of the city of Maringá-PR. Through the results, it was possible to verify that 
mortality from preventable causes is still high, although it has improved considerably 
in recent years. Failures were also identified in filling in the necessary documentation 
to analyze the deaths, making the process difficult and delaying interventions in 
hospitals, municipalities and regional health care as a whole. The need to carry out 
educational actions among health professionals, family and society is emphasized in 
order to significantly reduce fetal and infant deaths. 
 
Key-words: Infant Mortality. Fetal Mortality. Family Health Strategy. Quality of Health 
Care. Mortality Registry. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
De acordo com Ministério da Saúde (MS), a diminuição da Mortalidade Infantil 
(MI) e fetal é um desafio mundial. Constitui-se um dos escopos do milênio, pacto este 
firmado pelos países constituídos pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 
razão que a MI e fetal retrata as situações de vida dos cidadãos1. 
Segundo a portaria nº 72, de janeiro de 2010 do Ministério da Saúde, no art. 2º, 
aponta que óbitos infantis classificados como menores de 1 ano de vida, podendo ser 
divido em três períodos: neonatal precoce (0 a 6 dias), neonatal tardio (7 a 27 dias) e 
pós neonatal (28 dias a 1 ano). Esses representam uma ocorrência notória à saúde 
5 
 
pública, visto que, por sua vez, as mortes sucedem precocemente, ocorrendo na maior 
parte de forma evitável2. 
Em conformidade com a Organização Mundial de Saúde (OMS), Óbito Fetal 
(OF) é a morte do feto ainda no ventre da progenitora, sucedendo antecipadamente à 
expulsão de seu corpo, independente da duração gestacional. Em consequência, OF 
precoce se resulta desde 22 semanas de Idade Gestacional (IG) completa ou peso 
igual ou superior a 500g. Assim como os óbitos infantis, os óbitos fetais são apontados 
em grande parte como evitáveis1. 
Em nível mundial, a taxa de mortalidade infantil é de 49,4/1000 nascidos vivos 
e no ranking dos maiores coeficientes de mortalidade no mundo, o Brasil ocupa a 94ª 
colocação com 18,6 óbitos por 1000 nascidos vivos, já países como Japão, Finlândia, 
Cingapura, Noruega, Islândia e Mônaco apresentam coeficientes inferiores a 3/1000 
nascidos vivos3. 
Visando diminuir esses números, foram criados os Comitês de Prevenção de 
Mortalidade Infantil (CPMI), através da Portaria nº 1.399 do Ministério da Saúde (MS), 
com a finalidade de monitorizar e reduzir a mortalidade infantil através do 
esclarecimento das circunstâncias da ocorrência dos óbitos infantis, identificando as 
condições de risco e recomendando modelos de melhoria da qualidade da assistência 
à saúde4. 
Os comitês de Prevenção de Mortalidade infantil são essenciais nas 
investigações aos óbitos, sendo que o mesmo alimenta e aperfeiçoa a qualidade dos 
dados nos sistemas de informações. Entretanto, caso algum dado necessite ser 
modificado, o mesmo não poderá ser realizado na Declaração de Óbito original, mas 
sim, nos dados do Sistema sobre Mortalidade5. 
Todavia,é pertinente frisar a importância da participação do profissional 
enfermeiro nesses comitês, sendo que o mesmo é um dos principais componentes 
para resolutividade dos casos, com atribuição de supervisionar e fiscalizar a 
ocorrência dos óbitos fetais e infantis e exibir soluções para diminuição da 
mortalidade1. 
Para realização da análise dos óbitos, são utilizados os seguintes instrumentos: 
Fluxograma de classificação dos óbitos perinatais segundo Wigglesworth modificada, 
que permite determinar as causas dos óbitos fetais infantis/perinatais e; Lista de 
causas de mortes evitáveis por intervenções do Sistema Único de Saúde (SUS), 
6 
 
permitindo assim, a análise das mortes por causas evitáveis em menores de cinco 
anos1. 
Os bancos de dados comumente utilizados para complementar o planejamento 
de ações para diminuição da mortalidade infantil são o Sistema de Informação de 
Mortalidade (SIM) e Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Além 
dessas, podem ser utilizadas informações sobre renda familiar, tipo de financiamento 
do pré-natal e parto, complicações na gestação ou internações do recém-nascido1. 
Destarte, o Brasil está entre os quatro países em destaque na redução de óbitos 
infantis, que se dá pelas boas práticas executadas, com adequada assistência e 
atenção integral de qualidade às mulheres e crianças, melhoria nutricional, diminuição 
da taxa de fecundidade, intervenções ambientais, melhoria no acesso e qualidade dos 
serviços de saúde, nível educacional mais elevado6. 
Contudo, a redução é ainda um desafio para os serviços de saúde e sociedade 
como um todo, sendo necessárias melhores práticas de saúde, envolvendo uma 
assistência satisfatória prestada ao pré-natal e ao parto, investimento em saúde e a 
formação de qualidade de novos profissionais, especialmente voltadas à atenção 
básica, com intuito da realização do pré-natal eficaz e o alcance da assistência no 
âmbito hospitalar6. 
Neste ínterim, considerando que os óbitos infantis e fetais são, na maioria 
evitáveis, e além da deficiência de estudos atualizados sobre Mortalidade Infantil e 
Fetal, atentou-se para a importância em pesquisar as razões primordiais de óbitos 
infantis e fetais evitáveis, sendo elementar tipificar o perfil dos óbitos a fim de planejar 
estratégias com finalidade de minimizá-los. 
Logo, a temática pretende contribuir para a reflexão dos profissionais de saúde 
frente à tomada de decisões e medidas para a prevenção dos óbitos, destacando a 
carência da confiabilidade das informações e qualificação das notificações. 
Assim, o objetivo deste estudo foi caracterizar o perfil dos óbitos infantis e fetais 
analisados pelo Comitê Regional de Mortalidade Infantil e Fetal no âmbito da 15ª 
Regional de Saúde do Estado do Paraná. 
 
2 METODOLOGIA 
 
Trata-se de uma pesquisa descritiva, retrospectiva e documental. 
7 
 
Os dados foram coletados dos prontuários e documentos analisados pelo 
Comitê de Prevenção de Mortalidade Infantil da 15ª Regional de Saúde do Estado do 
Paraná nos anos de 2016 e 2017. 
A Secretaria de Estado da Saúde divide o Estado em Regionais de Saúde, que 
são reconhecidas conforme recortes territoriais implantados em um espaço geográfico 
constante. São instâncias administrativas intermediárias responsáveis por criar 
estratégias e colaborar junto aos municípios, influenciando na gestão das questões 
regionais, incentivando a procura contínua e crescente da eficiência em saúde7. 
 Os documentos analisados pelo CPMI contêm ficha de investigação do óbito 
infantil (FI), cópia do prontuário da Unidade Básica de Saúde (UBS) onde a mulher 
realizou o pré-natal, cópia da Declaração de Óbito (DO), cópia da Declaração de 
Nascido Vivo (DN) e os prontuários da mãe e criança do âmbito hospitalar. A partir 
desses documentos analisados, são apresentadas informações fundamentais para o 
estudo, englobando identificação da mãe e criança, pré-natal, dados ambulatoriais e 
hospitalares, cartão de gestante e da criança, parto, pós-parto assim como, dados 
sobre a visita domiciliar. 
A coleta foi realizada entre os meses de fevereiro e julho de 2018. Para coleta 
dos dados foi elaborada uma planilha no programa Microsoft Excel 2013 com as 
variáveis: idade gestacional, idade das mães, realização do pré-natal, idade do óbito, 
tipo de parto, causa básica antes e após análise do comitê, evitabilidade, cobertura 
da estratégia saúde da família. 
A seguir, os dados foram tabulados e posteriormente inseridos em gráficos, 
sendo analisados e discutidos à luz de estudos previamente realizados sobre o tema. 
Destaca-se que o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) 
da UniCesumar pelo parecer Nº 2.657.253, cumprindo-se assim os preceitos 
dispostos na Resolução 466/2012 do CNS/MS, sobre pesquisa com seres humanos. 
 
3 RESULTADOS 
 
Foram coletados dados de 361 prontuários de óbitos fetais e infantis analisados 
pelo CPMI nos anos de 2016 e 2017, referentes aos 30 municípios pertencentes a 15ª 
Regional de Saúde de Maringá. 
A idade materna variou entre 16 e 43 anos, com média de 27 anos, sendo que 
63% (227) estavam na faixa etária de 24 a 39 anos e 27% (98) entre 18 e 23 anos. 
8 
 
Em relação ao pré-natal, 92% (331) realizaram e 8% (30) não realizaram ou não havia 
informações nos prontuários. 
Quanto ao tipo de atendimento no pré-natal, 63% das mulheres realizaram pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS), 23,6% realizaram na rede particular/convênios e 
apenas 2% aconteceram de forma mista entre Sistema Único de Saúde e 
convênio/particular. Quanto ao tipo de parto, constatou-se que 47,4% (171) foram 
partos normais e 52,6% (190) cesarianos. 
Conforme o gráfico 1, pode-se verificar que em 2016, dos óbitos fetais e infantis, 
37,5% (60) ocorreram ainda antes do nascimento e 62,5% (100) ocorreram no período 
que compreende o nascimento até um ano de vida. 
 
Gráfico 1. Distribuição de morte fetal e infantil nos anos de 2016 e 2017 na 15ª Regional de 
Saúde – Paraná. 
 
Fonte: Prontuários 15ª RS/ Paraná 
 
A maioria dos óbitos ocorreu no período neonatal precoce (74%), seguido do 
período pós-neonatal (14%) e neonatal tardio (12%). 
 
Gráfico 2. Percentual de óbitos infantis nos períodos neonatal precoce (0 a 6 dias), neonatal 
tardio (7 a 27 dias) e pós-neonatal (28 dias a um ano). 
9 
 
 
Fonte: Prontuários 15ª RS/ Paraná 
 
 Quanto à evitabilidade dos óbitos, constatou-se que em média 64% foram 
considerados evitáveis após a análise pelo CPMI e 36% inevitáveis. A partir da análise 
dos prontuários sobre a causa da morte, 54,1% (195) foram mantidas, 43,2% (156) 
foram modificadas e 2,7% (10) foram inconclusivas ou faltaram informações nos 
prontuários. Destacam-se que as causas mais incidentes foram malformações 
congênitas 7,2% (26) e transtorno materno hipertensivo 6,6% (24), dentre inúmeras 
outras causas. 
 
Gráfico 3. Percentual de evitabilidade de óbitos fetais e infantis nos anos de 2016 e 2017, na 
15ª Regional de Saúde - Paraná 
 
Fonte: Prontuários 15ª RS/ Paraná 
 
10 
 
4 DISCUSSÃO 
 
A mortalidade infantil ainda é um sério problema de saúde pública no Brasil. 
Mesmo diante da representativa queda das taxas de mortalidade em menores de um 
ano no país nas últimas duas décadas, a situação ainda merece atenção especial. 
No presente estudo, as mães tinham em média 27 anos e 17,4% tinham menos 
de 20 anos, divergente ao levantamento realizado em Cuiabá na qual 31% das mães 
tinham idade inferior a 20 anos8. 
Outra característica importante para que haja redução dos óbitos é a realização 
do pré-natal e, nesse estudo, 11,4% não realizaram acompanhamento durante a 
gestação. As que realizaram, 63% o fizeram pelo SUS e 25,6% por convênios, 
particular ou intercalaram os atendimentos entre SUS e convênios. 
A partir desses dados, nos quais a maioria é usuária do SUS, depreende-se a 
necessidade de garantir o acesso ao atendimentodurante o pré-natal e parto a fim de 
melhorar o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento do feto. A 
implantação da Estratégia Saúde da Família (ESF) foi fundamental para reestruturar 
e expandir a atenção básica, acarretando na diminuição dos óbitos e nas internações 
principalmente os caracterizados como “reduzíveis por diagnósticos e tratamento 
precoce9. 
Outro programa que contribuiu para a melhoria do acesso ao pré-natal e parto 
foi a Rede Cegonha em 2011, elaborado pelo Ministério da Saúde que objetiva a 
redução da taxa de morbimortalidade materno-infantil no Brasil bem como, amplificar 
o acesso das gestantes aos serviços de saúde, assegurando acolhimento e 
resolutividade com foco no direito à reprodução, cuidado integral qualificado e 
humanizado na gestação, parto e puerpério, do mesmo modo à criança, 
proporcionando atenção integral desde o nascer até os 24 meses de vida10. 
A realização do pré-natal corresponde a uma atitude indispensável na 
precaução e/ou identificação prévia de patologias, tanto maternas como fetais, 
permitindo um desenvolvimento saudável da gestante e do bebê, assim como a 
redução de riscos10. 
Destaca-se assim a importância da melhoria na assistência em relação ao pré-
natal, principalmente nas mulheres vulneráveis socioeconomicamente e/ou com 
história reprodutiva desfavorável, visando à diminuição dos óbitos fetais e infantis5. 
11 
 
 Nesse pensar, a deficiência do acompanhamento pré-natal é um dos principais 
fatores responsáveis pela mortalidade infantil, sobretudo os óbitos fetais e neonatais. 
Assim, diante da análise dos óbitos no período deste estudo, foi possível verificar que 
40,3% dos prontuários analisados eram de óbitos fetais. 
Verificou-se que a mortalidade é mais incidente no período neonatal (0 a 27 
dias de vida) com 86% dos óbitos ocorridos até um ano de idade. Destaca-se que a 
maioria ocorre no período neonatal precoce, ou seja, do nascimento até o sexto dia 
de vida completo, correspondendo a 74%. 
Importante destacar que a mortalidade é mais incidente devido à 
vulnerabilidade do recém-nascido, onde o nascimento prematuro, malformações 
congênitas e infecções neonatais são as principais causas de morte11. 
Esses dados são maiores aos obtidos no estudo realizado no norte e nordeste 
do país, onde 53,1% dos óbitos no mesmo período12. 
 No Brasil, a mortalidade infantil teve uma significativa redução de 51/mil 
nascidos vivos em 1990 para 15/mil nascidos vivos em 2015. Dados publicados no 
IndexMundi mostram um coeficiente de 17,2/1000 nascidos vivos, colocando o Brasil 
em 92º lugar a nível mundial. Essa média do país ainda é considerada alta ao 
compararmos com países desenvolvidos como Islândia e Japão (2 e 2,1/1000 
nascidos vivos) e Singapura (1,8/1000 nascidos vivos). Os piores números estão no 
Afeganistão com 110,6/mil nascidos vivos13. 
Ao tratar sobre o tema mortalidade infantil como evento sentinela, torna-se 
essencial a discussão sobre a evitabilidade das mortes, tendo em vista que ainda é 
um sério problema, sendo visível neste estudo (gráfico 3), no qual, em média 64% dos 
óbitos ocorridos poderiam ser evitados, de acordo com as análises realizadas pelo 
CPMI. 
Essa informação é semelhante à encontrada no estudo realizado no Espirito 
Santo, onde a maioria dos óbitos (63,1%) eram evitáveis, atribuindo-se a causas 
relacionadas à qualidade da assistência ao pré-natal, parto e puerpério9. 
Convergente a isso, estudo realizado no Recife, mostrou que 76,4% dos óbitos 
analisados foram classificados como evitáveis, e desses, 61% poderiam ser evitados 
pela adequada atenção à mulher durante a gestação14. 
Embora o percentual de mortes evitáveis ainda seja elevado, ao comparar-se 
com estudo realizado na mesma Regional de Saúde em 2008, no qual foi identificado 
12 
 
um percentual de 82% de óbitos evitáveis, depreende-se que houve redução 
significativa nesses dois últimos anos15. 
As ocorrências dos óbitos evitáveis sugerem a deficiência do sistema de saúde, 
visto que não oferecem recursos suficientes para intervir na redução das mortes 
infantis9. 
Quanto aos óbitos inevitáveis, constatou-se que as causas estão relacionadas 
a vários fatores como malformações múltiplas, gemelaridade e insuficiência 
placentária, assemelhando-se ao estudo realizado na mesma regional de saúde em 
200815. 
A partir da ocorrência dos óbitos, ao serem analisados pelo CPMI, além da 
análise da evitabilidade, a causa básica do óbito pode ser modificada ou mantida. 
Ficou evidente o alto número de alterações da causa básica após análise do comitê, 
encontradas neste estudo (43,2%), denotando que há muitas falhas dos profissionais 
ao preencher as Declarações de Óbitos, tanto na qualidade quanto na fidelidade dos 
dados, sendo que podem ser identificados dados sem preenchimento ou mal 
preenchidas, dificultando a análise das causas dos óbitos e consequentemente das 
intervenções a serem realizadas1. 
Assim, para que efetivamente os óbitos possam ser analisados, é necessário 
que haja investimento em educação permanente para os profissionais envolvidos, 
com intuito de qualificar a investigação e identificação das principais causas de 
ocorrência. Todavia, vale ressaltar também a importância da criação de políticas 
públicas, uma vez que a utilização dos métodos de evitabilidade incentiva 
repercussões nas estratégias de saúde pública em nível local, nacional e até mesmo 
internacional9. 
Depreende-se que, para realização desse estudo, houve alguns fatores 
dificultadores, como a falta de dados nos prontuários e fichas de investigação, 
divergências de dados entre os instrumentos e ausência de documentações. Além 
disso, salienta-se o número reduzido de publicações atualizadas sobre o assunto, 
podendo-se sugerir que mais trabalhos sobre o tema possam ser realizados para 
instrumentalizar os profissionais e gestores para realização de intervenções efetivas 
sobre o assunto. 
 
5 CONCLUSÕES 
 
13 
 
Diante dos resultados do estudo, onde o objetivo foi caracterizar os óbitos fetais 
e infantis em uma regional de saúde do sul do Brasil, constatou-se que, no período 
estudado, 40,3% dos óbitos eram fetais e 57,3% infantis. Quanto à evitabilidade, 
verificou-se que 64% eram evitáveis e 36% inevitáveis. 
Assim, destaca-se que houve diminuição significativa dos óbitos evitáveis 
quando comparados ao estudo realizado na mesma regional de saúde em 2008. Isso 
se dá pela melhoria das informações realizadas nos prontuários e também melhor 
atuação dos Comitês Permanentes de Mortalidade Infantil. 
Outro ponto de melhoria é a atuação significativa das equipes de Estratégia de 
Saúde da Família, através da oferta de melhor acompanhamento no período pré-natal 
e também ao recém-nascido. 
O avanço das ações voltadas à prevenção da mortalidade infantil pode ser mais 
efetivo quando a equipe multiprofissional é capacitada e sensibilizada a realizar 
atendimento com mais qualidade, atentando-se aos fatores de risco. 
Destaca-se também a importância dos profissionais de saúde em aderirem às 
orientações propostas pelo comitê a fim de melhorar a implementação de intervenções 
que objetivam a redução dos casos de mortalidade fetal e infantil. 
Neste contexto é essencial a participação do profissional enfermeiro, sendo que 
o mesmo é capacitado para realizar consulta e acompanhamento de enfermagem 
durante todo o pré-natal das gestantes de baixo risco, atuando ativamente na melhoria 
da assistência ao pré-natal, parto e puerpério. 
 
REFERÊNCIAS 
 
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Secretaria de 
Atenção à Saúde. Manual de vigilância do Óbito Infantil e Fetal e do Comitê de 
Prevenção do Óbito Infantil e Fetal. Brasília DF, 2009. [acesso em: 2017 set 
2017]. 98p. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_obito_infantil_fetal_2ed.pdf. 
 
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº72, de 11 de janeiro de 2010. 
Estabelece que a vigilância do óbito infantil e fetal é obrigatória nos serviços de 
saúde (públicos e privados) que integram o Sistema Único de Saúde (SUS). 11 
janeiro, 2010. [acesso em: 2017 set2017]. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0072_11_01_2010.html. 
 
3. Lansky S, França E, Leal MC. Mortalidade perinatal e evitabilidade: revisão da 
literatura. Revista Saúde Pública, São Paulo, 15 de julho 2002. [acesso em: 2017 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_obito_infantil_fetal_2ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2010/prt0072_11_01_2010.html
14 
 
set 17]; 36: 2-5. Disponível em: 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/is_digital/is_0103/IS23(1)017.pdf 
 
4. Costa MCN, Mota ELA, Paim JS, Silva LMV, Teixeira MG, Mendes CMC. 
Mortalidade infantil no Brasil em períodos recentes de crise econômica. Revista 
Saúde Pública. 2003; [acesso em: 2018 out 29]; 699-706. Disponível em: 
http://www.ibge.gov.br/cidadesat/topwindow.htm1. 
 
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