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Psicodiagnóstico ANCONA-LOPEZ, M. Psicodiagnóstico Interventivo: evolução de uma prática Tradicional ➔ O Psicodiagnóstico, conforme concebido tradicionalmente, busca obter um diagnóstico do indivíduo, classificando-o quanto às patologias, a partir das definições das características de personalidade e fatores específicos, como nível mental e outros. ➔ O psicodiagnóstico infantil consta de uma ou duas entrevistas iniciais com os pais, para que o psicólogo possa entrar em contato com a queixa, a dinâmica familiar e o desenvolvimento da criança. ➔ Em seguida, a criança é testada, são avaliados os testes com ela realizados e integradas as informações obtidas. ➔ Finalmente, o psicólogo realiza uma ou duas entrevistas devolutivas com os pais, a fim de oferecer-lhes suas conclusões diagnósticas e sugerir os passos seguintes a serem trilhados: psicoterapia da criança, orientação aos pais, psicomotricidade, entre outras possibilidades. Interventivo ➔ O Psicodiagnóstico interventivo evita classificações. Não pretende montar um quadro estático sobre o sujeito. ➔ É um modelo descritivo na medida em que faz um recorte na vida da pessoa, em dado momento e em determinado espaço, focalizando seu modo de estar no mundo, com os significados nele implícitos. ➔ As intervenções no Psicodiagnóstico Interventivo se caracterizam por propostas devolutivas ao longo do processo, acerca do mundo interno do cliente. São assinalamentos, pontuações, classificações, que permitem ao cliente buscar novos significados para suas experiências, apropriar-se de algo sobre si mesmo e ressignificar suas experiências anteriores. ➔ O psicodiagnóstico é visto como uma prática conjuntamente realizada pelo psicólogo, pelos pais e pela criança. Os pais e a criança têm uma participação ativa nesse tipo de diagnóstico; atribui-se grande valor às informações trazidas pelos pais, à forma de compreensão do problema do filho, às explicações prévias, às fantasias e expectativas construídas antes e no momento da procura do psicólogo. ➔ Há uma relação verticalizada, pois o psicólogo não se põe no lugar de quem “detém o saber”; ao contrário, dialoga com os clientes no sentido de construírem, juntos, possíveis modos de compreensão acerca do que está acontecendo com a criança. Entrevistas ● Entrevista inicial: conversa sobre a forma de trabalhar, ou seja, compartilhamento com ele o fato do psicodiagnóstico ser um processo cujo objetivo é compreender aquilo que ocorre com a criança e com eles, pais, na relação com o filho, dos motivos que levam a criança a apresentar determinados comportamentos, bem como o que é possível fazer para ajudá-la. ● História de vida da criança: o segundo encontro destina-se à anamnese. ● Contato inicial com a criança: a primeira sessão com a criança é uma observação lúdica. Segundo M. Ancona-Lopez (1995, p. 108), é importante, “ao final de cada sessão, conversar com a criança sobre as observações feitas, sempre usando as situações clínicas como metáforas das situações vividas”. ● Sessões devolutivas para os pais: o Psicodiagnóstico Fenomenológico envolve um trabalho de redirecionamento dos pais a partir de uma compreensão da criança e da dinâmica familiar, com o objetivo de facilitar o relacionamento, propiciar novas formas de interação e abrir novas perspectivas experienciais. ● Encontros com a criança: nas sessões com a criança pode - se usar testes psicológicos, observação lúdica, recursos como colagens, ou ainda intercalar essas e outras estratégias. ● Visita escolar e visita domiciliar ● Últimas sessões com os pais ● Relatório final: o qual devem constar as informações dadas pelos clientes, as questões trabalhadas durante o diagnóstico, enfim, tudo o que fez parte do atendimento. Ele é descritivo e é lido na íntegra para os pais, que podem retirar ou acrescentar algo ou ainda sugerir modificações. ● Devolutiva final para a criança: o fechamento do processo para a criança pode assumir diferentes formas. Uma delas consiste em fazer um livro cuja história é a própria história da criança. ● Follow-up: é realizada com a finalidade de retomar, passado algum tempo, a experiência vivida pelos pais durante o psicodiagnóstico, a fim de conhecer sua fecundidade e eficácia.
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