Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Exame do aparelho respiratório • Considerar: aspectos emocionais da criança (medo, ansiedade). • Inspeção: forma do tórax, ritmo respiratório, padrão, esforço. • Ambiente silencioso, boa luminosidade, paciente em posição confortável. • Solicitar que retire a roupa da criança. Vias condutoras são proporcionalmente maiores e de menor espessura na parede torácica nas crianças. Som pulmonar ouvido mais facilite, mais rude e de tonalidade mais alta que no adulto. Inspeção Não deve ser limitada ao tórax: • Expressão facial, lesões de pele. • Palidez, cianose. • Cicatriz de BCG. • Voz anasalada. • Fáceis atópica: prurido nasal, linhas de Deniee Morgam, prega transversal. • Rinoscopia: cornetos nasais e rinorreia → aspecto, cor da secreção. • Oroscopia: avaliação amígdalas, palato ogival. • Desvio de septo. • Eczema atópico. • Baqueteamento digital. • Edema, tumorações. • Lábio leporino e fenda palatina. Semiologia do Sistema Respiratório • Taquipneia, dispneia. • Gemidos expiratórios. • Batimento de aletas nasais. • Cianose. • Tiragens subdiafragmática, intercostal etc. • Ronco nasal. • Estridor laríngeo. • Tosse: rouca, seca, produtiva. Boletim de Silverman-Anderson 1 a 3: dificuldade respiratória leve. 4 a 6: dificuldade respiratória moderada-grave. 7 a 10: insuficiência respiratória grave. Forma do tórax - Flexibilidade da caixa torácica nos primeiros anos de vida → deformidades torácicas. - Maior prevalência de deformidades torácicas em prematuros e portadores de raquitismo. - Tórax infundibular ou pectus escavatum: depressão esternal → quase sempre é uma anomalia congênita. - Tórax em quilha ou peito de pombo ou pectus carinatum. Prematuros que ficam deitados na mesma posição por muito tempo podem apresentar assimetria torácica e cefálica. Podem ser corrigidas com a mudança decúbito. - Rosário costal no raquitismo. - Assimetria dos movimentos respiratórios: paralisia ou hérnia diafragmáticas, derrame pleural, grandes atelectasias, pneumotórax. Padrão respiratório - Melhor observado durante o sono em lactentes e pré- escolares. - Pulmões aderidos a parede do tórax pela cavidade pleural. - Primeira infância → padrão abdominal. • Inspiração: elevação da parede abdominal. • Diafragma: determinante da distensão pulmões. • Costelas horizontalizadas. • Entre os 3 e 7 anos: padrão toracoabdominal. • Após os 7 anos: padrão torácico (adulto). Ritmo respiratório Pausas respiratórias: menores que 10 segundos ocorrem até os 3 meses. Respiração periódica: movimentos respiratórios por períodos de 10 a 15 segundos, intercalados por pausa 5 a 10 segundos, sem cianose ou bradicardia. Geralmente ocorrem em grupos de 3 ou mais. • RNPT (recém-nascido pré-termo) e RNT (recém-nascido a termo) até 2 meses. Apneia: interrupção do fluxo de ar com duração maior que 15 a 20 segundos ou por período de menor duração, acompanhado de bradicardia, cianose ou palidez. Esforço respiratório São sinais objetivos do esforço respiratório e sua intensidade: • Retração da parede torácica. • Uso de musculatura acessória. • Batimentos de aletas nasais. • Movimentos respiratórios paroxísticos. Elastância: propriedade de se opor à deformação ou ao estiramento. Complacência: propriedade de distensibilidade do pulmão e da caixa torácica. Resistência: Quantidade de pressão necessária para gerar um fluxo de ar nas vias aéreas. • Inversamente proporcional ao raio elevada a quarta potência. Ex.: se a luz a via aérea e reduzida à metade, a resistência aumentará 16x. A entrada e saída do ar dos pulmões exige gradiente suficiente de pressão entre alvéolo e atmosfera. É preciso vencer a elastância do pulmão e da caixa torácica + resistência VA. Cursam com esforço respiratório: • Menor calibre das vias éreas. • Maior número de glândulas mucosas. • Menor complacência pulmonar e maior complacência do gradeado costal. • Diafragma mais horizontalizado. • Maior resistência das vias aéreas. • Hipoatividade dos receptores β-adrenérgicos. • Tosse ineficaz. • Maior pressão intra-abdominal. - Batimento de aletas nasais: tentativa de reduzir a resistência VAS e evitar aumento da pressão faríngea negativa na inspiração. - Obstrução de via aérea intratorácica: dificuldades na expiração → prolongamento da expiração e sibilos expiratórios. - Obstrução extratorácica (atresia de coanas, laringite, abcesso retrofaríngeo) → prolongamento da inspiração e estridor inspiratório. Frequência respiratória • < 2 meses: < 60 irpm • 2 a 12 meses: < 50 irpm • 1 a 5 anos: < 40 irpm • 6 a 8 anos: < 30 irpm - Causas de taquipneia: • Patologias pleuropulmonares. • Febre. • Acidose metabólica. • Anemia. • Atividade física. • Intoxicação por salicilatos. • Ansiedade. • Hiperventilação psicogênica. - Causas de bradipneia: • Alcalose metabólica. • Depressão do SNC. Palpação - Aquecer as mãos. • Estruturas da parede torácica, expansibilidade e frêmito toracovocal. • Aumento e mobilidade de linfondos. • Tecido mamário, enfisema subcutâneo. • Edema e sensibilidade áreas ósseas (fratura clavículas). • Particularidades da criança. • Facilidade da transmissão de ruídos → acúmulo de secreção • VAS → peito cheio. - Frêmito Toracovocal: vibrações produzidas pela voz na parede torácica. • Melhor sentidas na palma da mão junto a base dos dedos. • Crianças maiores: pedir para dizer “33” ou nome. • Crianças menores: aproveitar o choro. Aumentado: consolidação pulmonar (PNM) Diminuído: acúmulo de ar ou fluidos no espaço pleural (pneumotórax ou derrame pleural), hiperinsuflação pulmonar, atelectasia, enfisema pulmonar. • Difícil diferenciar atelectasia/PNM. - Expansibilidade: lateralmente em ambos os lados, movimentos regulares e profundos - Abaulamentos nos espaços intercostais. Percussão - Tórax: caixa de ressonância de seus componentes - ar, ossos, partes moles. - Possível determinar se os tecidos subjacentes contêm ar, líquido ou sólidos localizados até 5 a 7 cm da superfície. - Ápice para a base nas faces anterior, lateral e posterior, bilateral e comparativamente - Vibrações produzidas na parede torácica são transmitidas aos órgãos e tecidos produzindo diferentes tipos de sons: • Som claro pulmonar: relação normal entra ar e tecido. • Hipersonoridade: indica aumento de ar - pneumotórax, cistos, hérnia diafragmática, abcesso, enfisema. • Macicez: relação entre ar e tecido está reduzida, caracterizada por um abafamento ou diminuição do som - pneumonia, derrame pleural, edema pulmonar. - Método digito-digital. - RN e prematuros: método direto com percussão direta - dedo toca diretamente a parede torácica. - Criança: parede torácica mais fina. • Som claro pulmonar mais ressonante que adulto. • Fazer com delicadeza. Ausculta respiratória Parte mais importante do exame do tórax! - Ambiente calmo e silencioso. • A criança deve estar bem posicionada, em posição supina ou no colo dos pais. • Crianças maiores devem estar sentadas ou em pé. • Iniciar a ausculta pelo dorso – evitaa ansiedade. • Estetoscópio de boa qualidade e previamente aquecido. - Devem ser auscultados um ou mais ciclos respiratórios em cada um dos segmentos pulmonares. - Sempre relacionar com a anatomia broncopulmonar. - Número de locais a serem auscultados? - Comparativa e de forma simétrica. - Independentemente da idade, os sons produzidos nos ápices são de tonalidade mais alta que os das bases. - Adultos → maior número de alvéolos→atenuação dos sons → mais baixos. Sons respiratórios normais Durante a respiração o fluxo pode apresentar dois padrões: • Fluxo laminar: quando o ar segue um trajeto paralelo ao da parede brônquica, sem mudanças súbitas de direção nem oscilações de pressão capazes de gerar ondas de som. Ocorrem nas vias terminais e alvéolos. • Fluxo turbulento: depois de uma determinada velocidade, as partículas começam a se movimentar em direções diferentes, colidem entre si, levando a transferência de energia, variações de pressão e sons de amplitude variáveis. Ocorre na traqueia e nos primeiros brônquios. Som traqueal: audível na região de projeção da traqueia, no pescoço e na região esternal. • Componente inspiratório: um ruído soproso e um pouco rude. • Componente expiratório: um ruído forte e prolongado que ocorre após curto intervalo silencioso. Som Bronquial: audível na zona de projeção dos brônquios de maior calibre, na face anterior do tórax, nas proximidades do esterno, mais alto na expiração. Anormal se encontrado na periferia pulmão. Som Normal ou “Vesicular”: movimento do ar nas vias aéreas mais distais. Sons de baixa frequência, intensidade e duração maior na inspiração e, na expiração, mais curto e pouco audível, mais “suave”. Presente em quase todo o tórax. Som Broncovesicular: características do som brônquico + murmúrio vesicular, mais alto e mais turbulento que o vesicular. Mesma intensidade na inspiração e expiração e mais audível na região esternal superior, interescapulovertebral superior e no nível da terceira e quarta vértebras dorsais. São considerados normais quando se referem ao encontro dos sons fisiológicos e seus locais habituais. Ex.: som bronquial encontrado fora da traquéia indica consolidação. - Redução: diminuição fluxo aéreo → atelectasia, DPOC, derrame pleural, pneumotórax, obesidade, fases iniciais de pneumonia lobar. Sons adventícios - Indicam anormalidade nas vias aéreas. - Importante localizar a fase da respiração em que ocorre. - Solicitar a criança tossir, soprar.. - Tipos: • Contínuos: roncos, sibilos e estridor. • Descontínuos: estertores ou crepitações. • Atrito pleural Roncos - Causados por excesso de secreções em vias aéreas e vibrações das paredes brônquicas em situações de estreitamento, seja por espasmo, edema da parede ou, principalmente, por secreções a ela aderida. - Ocorrem tanto na inspiração quanto na expiração. - São fugazes e mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período, principalmente com a tosse. Sibilos - Sons musicais, contínuos, produzidos por oscilações nas paredes estreitadas das vias aéreas. - Provavelmente, é o mais facilmente reconhecido devido sua longa duração. - Crianças apresentam mais facilmente. - Podem ser localizados ou difusos, inspiratórios, expiratórios ou bifásicos. - Asma: sibilos de tonalidades variadas. “Nem tudo que sibila é asma” Estridor - Som musical de alta intensidade produzido quando um fluxo turbulento passa por um segmento estreito do trato respiratório superior. - Frequentemente intenso, sendo claramente ouvida sem a ajuda de um estetoscópio. - Normalmente inspiratório, pode também ser expiratório ou bifásico. - Causas: laringites agudas, CA de laringe, estenose de traqueia, pós extubação, anafilaxia, disfunção das cordas vocais, corpo estranho - Pode melhorar com o repouso, sono. Crepitações - Sons não musicais, descontínuos, decorrentes do movimento do ar através das secreções ou na equalização da pressão dos gases, na abertura ou fechamento súbito das vias aéreas. • Estertores finos: semelhantes a velcro, ocorrem no final da inspiração devido a descontinuidade fluído-ar que ocorre na abertura sequencial das vias aéreas. Outra causa: alteração no tecido de suporte das paredes brônquicas → doenças intersticiais pulmonares, fibrose pulmonar. São mais altos, mais agudos e não modificam com a tosse. Podem ser influenciados por mudanças na posição do corpo - edema pulmonar. • Estertores grossos: indicativas de secreção viscosa e espessa nas grandes vias aéreas, maior duração, podem desaparecer com tosse, audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Causas: DPOC, asma, bronquiectasias, PNM. Atrito pleural - Os folhetos parietal e visceral, em condições normais, deslizam um sobre o outro, durante movimentos respiratórios, sem produzir qualquer ruído. - Pleurite: recobertas de exsudato e produzem ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro atritado. - Tipicamente bifásico, som de duração maior e frequência baixa, de tom grave. - Audível no final da inspiração e no início da expiração. Ausculta da voz - Dificultada nas crianças. - Os resultados coincidem com a manobra do FTV. - Sons incompreensíveis, não distinguem sílabas que formam as palavras. - O parênquima pulmonar normal absorve muitos componentes sonoros. - Transmissão facilitada quando há consolidação → pneumonia, infarto pulmonar. • Broncofonia: aumento da ressonância e ocorre quando há condensação pulmonar, ausculta a voz sem nitidez (PNM, neoplasia). • Pectorilóquia fônica: quando se ouve com nitidez a voz falada. • Pectorilóquia afônica: com a voz cochichada.
Compartilhar