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MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE A medicina de família e comunidade trata-se de uma especialidade médica que presta assistência à saúde de forma continuada, integral e abrangente para pessoas, famílias e a comunidade. Essa especialidade se destaca das demais, pois conhece intimamente as pessoas ao longo do tempo e compartilha sua confiança, respeito e amizade, bem como fornece cuidados a população, independente do sexo, gênero, doença. O profissional que atua nessa área tem como principal campo de atuação, o nível de atenção primária à saúde (APS), que é caracterizado por ser um serviço de primeiro contato da população com o sistema de saúde (serve de porta de entrada), visa acompanhamento continuado e integral das pessoas, coordena todas as necessidades de saúde dos indivíduos e presta um serviço altamente personalizado, fornecendo acompanhamento individual da pessoa, bem como dos principais problemas de saúde que afetam a comunidade em que está inserida. Como a medicina de família é uma especialidade específica para prestar cuidados na APS, o profissional dessa área tem objetivos e obrigações um pouco ambíguas, pois ao mesmo tempo que presta o cuidado individual ao paciente, ele também presta cuidados de saúde para a comunidade. Dessa forma, o médico de família e comunidade deve possuir algumas características específicas que vão auxiliar na sua atuação médica. Além disso, o médico de família possui uma abordagem diagnóstica e uma relação clínica com o paciente que o difere das demais especialidades, sendo essas diferenças agrupadas em 5 focos clínicos diferente: • Foco na prática: vê a pessoa em sua integralidade e não apenas na doença que ela traz, podendo ainda realizar o atendimento em vários cenários, dentre eles na casa do paciente. • Continuidade dos cuidados: refere-se ao princípio da longitudinalidade, pois MFC tem sucessivos contatos com o paciente ao longo de toda a vida dele, o que propicia um conhecimento particular sobre o paciente, sem esquecer dos aspectos universais. • Estilo diagnóstico: exerce suas habilidades diagnósticas por meio da geração e do teste de hipóteses. • Classificação diagnóstica: uma vez geradas e testadas as hipóteses, o MFC faz um diagnóstico pouco específico, possibilitando a necessidade de vários contatos. • História natural da doença: como tem muito contato com a comunidade, o MFC acaba vendo os problemas de saúde desde o início, o que exige dele um raciocínio clínico apurado e estratégias diferenciadas de abordagem. As características elencadas só terão validade para o médico de família se elas não estiverem dissociadas dos princípios de atuação do MFC. Tais princípios são igualmente importantes na formação e na prática clínica, servindo de base para o desenvolvimento de outras características de atuação mais específicas. Dessa forma, esses princípios são: • O MFC é um clínico qualificado: o MFC deve ser competente no método clínico centrado na pessoa, devendo conhecer profundamente os principais problemas de saúde que acometem a comunidade e investigar de maneira integral, sensível e apropriada as queixas de cada paciente. Além disso, deve adaptar o seu conhecimento científico à realidade, Ás necessidades e às condições de cada pessoa que atende. • A atuação do MFC é influenciada pela comunidade: o MFC deve ser capaz de responder às necessidades das pessoas, corresponder às mudanças de necessidade e de adaptar-se rapidamente às alterações na situação de saúde. Além disso, esse profissional deve referenciar os recursos necessários a cada situação de saúde. • O MFC é recurso de uma população definida: o MFC é o acesso das pessoas ao sistema de saúde, devendo ter uma população adequada sob seus cuidados, de modo que ele consiga manter sua resolubilidade e disponibilidade idealmente com as pessoas. Além disso, ele deve assumir a responsabilidade sob a população que está sob seus cuidados, e ao referenciar para outro especialista, o MFC deve acompanhar o caso e intervir em prol do paciente quando julgar necessário e adequado. • A relação médico-pessoa é fundamental para o desempenho do MFC: a relação do MFC com cada pessoa sob seu cuidado deve ser caracterizada pela compaixão, compreensão e paciência, associada a uma elevada honestidade intelectual, devendo abordar todos os problemas trazidos com a profundidade necessária. Além disso, o MFC deve usar o método clínico centrado na pessoa e o melhor conhecimento clínico possível, a fim de manter e promover a saúde daqueles sob seus cuidados.
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