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Instalações para gado de corte Eduarda Cristina Ely e Laura Hillesheim Taglian Instalações para gado de corte Página 1 de 25 Curral para o gado O CURRAL PARA BOVINOS É UM ESPAÇO PARA CONFINAMENTO, RECOLHA, ABRIGO E ATÉ FACILITAÇÃO DO MANEJO, NO INTUITO DE PROPORCIONAR SEGURANÇA AOS PROFISSIONAIS QUE FAZEM A LIDA Instalações para gado de corte Página 2 de 25 Cercamento do curral As cercas são destinadas a garantir a contenção dos animais no interior do curral, devendo ter 2,00 m de altura nas cercas internas e 2,15 m nas cercas externas. Compõem-se de lances (vãos), constituídos de palanques e réguas. Os palanques devem ser de madeira de alta resistência e durabilidade, geralmente aroeira, com comprimento de 3,00 - 3,30 m e secção quadrada (0,15 x 0,15 m) ou mais comumente circular, com cerca de 0,18-0,25 m de diâmetro no topo. As réguas (tábuas) são peças utilizadas para suprir os espaços nas cercas do curral, confeccionadas em madeira resistente ao impacto, geralmente ipê, faveiro ou itaúba. Apresentam normalmente as seguintes dimensões: espessura de 0,04 m, largura de 0,16 m e comprimento suficiente para cobrir a distância entre palanques, medindo 2,00 m nos lances internos e variando de 2,50 a 2,50 m nos lances externos. Instalações para gado de corte Página 3 de 25 Instalações para gado de corte Página 4 de 25 A Componentes do curral B C Brete e tronco de contenção Balança para pesar gado Seringa e embarcador Instalações para gado de corte Página 5 de 25 A O brete deve ter 1,60m de altura com plataformas laterais de 0,75m de altura e com 0,90m de largura. para facilitar o acesso ao dorso do gado e facilitar o manejo. Deve haver um vão de 2,5 cm na parte inferior do brete para a saída de dejetos, preenchimento com pranchões largos até os 90 cm de altura, e no restante, tábuas com vãos entre si de 30 cm. Brete Tronco de contenção Peça pré-fábricada no mercado, montado na parte final do brete. Destina-se, basicamente, a conter os animais, facilitando os tratos a que os mesmos são submetidos rotineiramente. As principais características desejáreis para o tronco são a resistência, durabilidade, possibilidade de conter bovinos de porte variado, além da facilidade de manipular o animal quando no seu interior. Instalações para gado de corte Página 6 de 25 https://www.youtube.com/watch?v=DaPU6snJpXY&t=318s Brete em funcionamento Instalações para gado de corte Página 7 de 25 B Para monitorar os ganhos de peso do animal em confinamento Balança para pesar gado Instalações para gado de corte Página 8 de 25 C A seringa é a estrutura do curral que tem a função de facilitar a entrada dos animais no tronco de confinamento ou no embarcadouro. As laterais tem uma passagem estreita, onde os animais devem entrar enfileirados, um a um. Seringa Embarcador Em primeiro lugar, o embarcador é composto por duas partes: a rampa e o corredor. O principal objetivo é colocar os animais que deixarão a propriedade via transporte rodoviário nas gaiolas de caminhões. Instalações para gado de corte Página 9 de 25 Galpão para o brete Destina-se ao abrigo do brete, tronco de contenção e apartadouro, além de garantir conforto no serviço, devendo ter dimensões compatíveis com essa proteção, especialmente contra o sol e a chuva. Deve ser do tipo aberto em duas águas, com cobertura de telhas cerâmicas, chapas de alumínio ou outro material. A altura deve ser de 3,00 m, permitindo o livre trânsito sobre as plataformas laterais do brete, usadas pelos funcionários. Os esteios do galpão devem ser, preferencialmente, de madeira de leí durável, como aroeira. Em geral, o comprimento é de 4,00 m, podendo ter secção quadrada (0,16 x 0, 16 m) ou circular (0,20 m de diâmetro no topo). São enterrados à profundidade igual ou superior a 1,00 m. As vigas medem, em geral, 0,06 x 0,12 m para suportar o alumínio e cimento-amianto e 0,06 x 0,16 m para as telhas. Nas emendas do vigamento utilizam-se chapas de ferro e braçadeiras. Instalações para gado de corte Página 10 de 25 Confinamento CONFINAMENTO É A ETAPA FINAL DO GADO DE CORTE QUANDO O ANIMAL FICA ISOLADO, COM GRANDE QUANTIA DE ALIMENTO DISPONÍVEL, GANHANDO PESO PARA ATINGIR O PESO FINAL ANTES DE SEGUIR PARA O ABATE. AS INSTALAÇÕES PARA CONFINAMENTO DEVEM POSSUIR: BRETE (VACINAÇÃO, VERMIFUGAÇÃO E BALANÇA) ÁREA PARA PREPARO DOS ALIMENTOS E LOCAL DE ARMAZENAMENTO E CONSERVAÇÃO DO ALIMENTO PARA O GADO (SILOS GRANELEIROS E FORRAGEIROS) Instalações para gado de corte Página 11 de 25 Devem ficar na parte frontal do piquete e podem ser construídos de diferentes materiais, como concreto pré-moldado e madeira, desde que possam conter o volume de alimentos que serão oferecidos aos animais. Cochos de alimentação Devem ter largura de 40 x 50 cm Disponibilizar 40 cm lineares para bezerros desmamados e 70 cm para animais adultos. Podem ser construídos de diferentes materiais, como madeira serrada ou concreto pré-moldado. Cochos para suplementação de concentrados Instalações para gado de corte Página 12 de 25 Devem ser instalados nas pastagens, preferencialmente nos cruzamentos de cercas, Podem ser construídos de diferentes materiais, como: alvenaria, chapas galvanizadas, concreto pré-moldado e outros. Devem ter, ao seu redor, cascalho ou brita, para evitar a formação de poças de lama.. O número e a distribuição dos bebedouros varia em função da área das pastagens e a sua capacidade deverá ser calculada em função do número de animais a serem atendidos, considerando o consumo de 50 a 60 litros de água/UA/dia. Bebedouros Instalações para gado de corte Página 13 de 25 Alimentação A alimentação para a pecuária de corte é feita majoritariamente usando a técnica de pecuária extensiva, onde o gado é criado em livre pastejo e tem a alimentação suplementada com sal mineral e proteinados . Para o dimensionar os piquetes, deve-se respeitar o tempo de recuperação da pastagem e o tempo e ocupação dos animais, como mostrado na tabela a seguir: Instalações para gado de corte Página 14 de 25 Tabela 1 Instalações para gado de corte Página 15 de 25 Cálculos O cálculo do número de piquetes deve ser conduzido da seguinte forma: Para dimensionar os piquetes, deve- se considerar fatores como o número de animais a produtividade da forrageira e mais alguns. Instalações para gado de corte Página 16 de 25 Consumo animal Deve-se, antes de tudo, transformar o número de animais em quilogramas de peso vivo; Depois, calcular a quantidade de forragem (MS) que será consumida por dia pelo animais; EX.: 50 animais com peso vivo médio de 450 kg 50 * 450= 22.500 kg peso vivo Considerando que os animais consumam 1,8% do seu peso vivo em MS temos: 22.500 * 1,8%= 405 kg de MS por dia Instalações para gado de corte Página 17 de 25 Necessidade de matéria seca (MS)/ ha Considerando que as forrageiras apresentam uma perda de mais ou menos 30% e que sua estacionalidade varia entre 10 e 20%, temos as seguintes fórmulas para conduzir o cálculo da necessidade de MS na pastagem por ha: Instalações para gado de corte Página 18 de 25 Exemplo de cálculo: Necessidade de MS = 405 kg * 180 / 1 - 0,3 Necessidade de MS= 73.710 / 0,7 Necessidade de MS= 105.300 kg por ha Instalações para gado de corte Página 19 de 25 Necessidade de MS/ha/ano: Exemplo: Necessidade de MS = 105.300 / 1 - 0,2 Necessidade de MS= 105.300 / 0,8 Necessidade de MS= 131.625 kg de MS p/ ano/ ha Instalações para gado de corte Página 20 de 25 Cálculo de tamanho e forma do piquete Área total= necessidade de matéria seca por ano produção esperada EX.: Para conduzir este cálculo, vamos usar de exemplo o capim-tânzania, que tem a produção esperada estimada em 14 toneladas de MS/ha/ano e a necessidade, como calculada anteriormente, é de aproximadamente 132 toneladas/ha/ano, logo: Área total = 132/14 Área total= 10 ha (número arredondado) Instalações para gado de corte Página 21 de 25 O tamanho do piquete é calculado dividindo a área totalpelo número de piquetes. No exemplo do capim-tanzânia, os 10 ha devem ser divididos por 33 piquetes. Assim, cada piquete deve ter 0,3 ha, ou 3.000 m2 . Neste exemplo, cada bovino utilizará 60 m2 por dia. Piquetes quadrados de 60m x 50m e 30m x 100m são ideais. Instalações para gado de corte Página 22 de 25 Separação por idade Recém-nascido até os 2 meses: recebem leite Dos 2 ao 6 meses: mantidos em regime misto de confinamento com livre pastejo, tendo a alimentação baseada em sal mineral, pré-secagem de azevém e grama, e ração. A partir dos 7 meses são mantidos no regime extensivo de engorda, tendo a alimentação baseada em forrageira e suplementada com ração proteinada, até chegarem aos 330-370 kg peso vivo e serem confinados para o maior ganho de peso e posterior abate. Instalações para gado de corte Página 23 de 25 Doenças Nos recém-nascidos até os dois meses, a principal causa de morte dos animais é a chamada “diarréia de leite”, que causa a grande perda de nutrientes e provoca o enfraquecimento das pernas e a perda do apetite, geralmente resultando na morte do animal. Brucelose: nos bovinos de corte, a brucelose provoca a esterilidade temporária, perda de peso e inchaço nos testículos, e pode ser transmitida através de alimentação e água contaminados, secreções e outros. Para prevenir este problema, deve-se vacinar as novilhas e promover a castração dos terneiros. Instalações para gado de corte Página 24 de 25 FONTES https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/CPPSE/16797/1/Comu nicado-Tecnico-65.pdf https://blog.agromove.com.br/sete-doencas-recria-engorda/ https://www.saude.go.gov.br/biblioteca/7556-antraz-ou- carb%C3%BAnculo#:~:text=Descri%C3%A7%C3%A3o%3A%20Causada%2 0pela%20bact%C3%A9ria%20Bacillus,em%20%C3%A1reas%20com%20so lo%20contaminado Instalações para gado de corte Página 25 de 25
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