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GLÂNDULAS PARATIREOIDES ANATOMIA Em geral, situadas externamente à cápsula tireóidea na metade medial da face posterior de cada lobo da glândula tireóide, dentro de sua bainha e são pequenas glândulas ovais e achatadas, com coloração marrom-escura. (Imagem - Moore Anatomia 8ªEd) As glândulas paratireoides superiores costumam situar-se um pouco mais de 1 cm acima do ponto de entrada das artérias tireoideas inferiores na glândula tireoide. As glândulas paratireóides inferiores usualmente situam-se mais de 1 cm abaixo do ponto de entrada arterial. As glândulas paratireóides superiores, com posição mais constante do que as inferiores, geralmente estão situadas no nível da margem inferior da cartilagem cricóidea. Em 1 a 5% das pessoas, uma glândula paratireoide inferior está situada no mediastino superior. Elas podem estar contidas no trígono muscular que contém os músculos infra-hióideos, além das glândula tireoide limitada pelo ventre superior do músculo omo-hióideo. EMBRIOLOGIA As glândulas paratireoides desenvolvem-se a partir das células endodérmicas derivadas das terceira e quarta bolsas faríngeas: ❖ As glândulas paratireóides inferiores (e o timo) → 3ª bolsa faríngea (III BF) ❖ As glândulas paratireoides superiores (e o corpo ultimobranquial) → 4ª bolsa faríngea (IV BF) (Imagem - Moore Embriologia 10ªEd) Inicialmente: As glândulas paratireóides inferiores, que derivam III BF localizada superiormente, descem com o timo devido ao desenvolvimento rostral do encéfalo e estruturas associadas, perdendo a sua conexão embrionária com a faringe. Posteriormente, elas se separam do timo e ficam abaixo das glândulas paratireoides superiores na parte dorsal da tireoide. As células principais diferenciam-se durante o desenvolvimento embrionário e são funcionalmente ativas na regulação do metabolismo de cálcio no feto. As células oxífilas diferenciam-se mais tardiamente (Por volta de 5-7 anos após o nascimento). IRRIGAÇÃO SANGUÍNEA Recebem suprimento sanguíneo de ramos e anastomoses das: ❖ Artérias tireóideas inferiores ❖ Artérias tireóideas superiores Ou ainda de: ❖ Artéria tireoidea ima ❖ Artérias laríngeas, traqueais e esofágicas DRENAGEM VENOSA Recebem drenagem venosa de: ❖ Veias paratireóides ❖ Plexos venosos tireóideo e da traqueia DRENAGEM LINFÁTICA Recebem vasos linfáticos de: ❖ Vasos da tireoide ❖ Linfonodos cervicais profundos ❖ Linfonodos paratraqueais INERVAÇÃO É derivada de ramos tireóideos dos gânglios (simpáticos) cervicais. São fibras vasomotoras. HISTOLOGIA (Imagem - Guyton 13ªEd) As células principais e as células oxífilas constituem as células epiteliais da glândula paratireóide. As células principais (parenquimatosas mais numerosas), regulam a síntese, o armazenamento e a secreção de PTH. São pequenas e poligonais com núcleos centrais. O citoplasma de coloração pálida e ligeiramente acidofílico contém vesículas com lipofuscina, grandes acúmulos de glicogênio e gotículas lipídicas. As células oxífilas (parenquimatosas menos numerosas) não apresentam papel secretor conhecido. São encontradas isoladamente ou em grupos. Também são mais arredondadas, consideravelmente as células principais. Apresentam citoplasma acidofílico e mitocôndrias frequentemente com formatos e tamanhos bizarros (Acidofilia devido a elas). Não há vesículas secretoras, e observa-se a existência de pouco ou nenhum RER. Os corpúsculos de inclusão citoplasmática consistem em raros lisossomos, gotículas lipídicas e glicogênio distribuídos entre as mitocôndrias. PARATORMÔNIO - PTH O PTH: É sintetizado na forma de pré-pró-peptídeo, que é rapidamente clivado, produzindo pró-PTH e, subsequentemente, a forma madura do PTH. O PTH maduro e intacto consiste em 84 aminoácidos. Degradado nos rins e no fígado em fragmentos aminoterminais (PTH 1-34), que são metabolicamente ativos, e carboxiterminais (Sem atividade metabólica ativa). ❖ Ligante: receptor/sensor de PTH específico nas células-alvo, acoplado à proteína G que interage com a proteína G para ativar um sistema de segundos mensageiros. ❖ Liberação: ➢ [cálcio] sanguíneo ➢ [fosfato] sérico (Imagem - Molina Fisiologia Endócrina 4ªEd) A secreção de PTH é regulada pelo nível sérico de cálcio por meio de um sistema de retroalimentação simples. Explicação: Os níveis aumentados de Ca2+ ativam o sensor de Ca2+ localizado sobre as células paratireóides. O sensor de cálcio é um receptor acoplado à proteína G que ativa a fosfatidilinositol-fosfolipase C resultando em mobilização intracelular de Ca2+, ativação da proteína-quinase C (PKC, de protein kinase C) e ativação distal da fosfolipase A2, com consequente ativação da cascata do ácido araquidônico e produção de leucotrienos biologicamente ativos. Os leucotrienos desencadeiam a degradação das moléculas de PTH pré-formadas e diminuem a liberação de PTH intacto. A inibição da liberação de PTH pelos níveis elevados de vitamina D é mediada pela redução da estabilidade do RNA mensageiro (mRNA) do PTH e, consequentemente, da síntese do hormônio. Na hipocalcemia, o sensor de Ca2+ está em conformação relaxada e não ativa os segundos Milene Alves MEDT7 - UEMS mensageiros envolvidos na degradação do PTH pré-formado. As reduções agudas do cálcio plasmático provocam a liberação imediata do PTH pré-formado e a estimulação da síntese de novo hormônio. Além de ser influenciado pelos níveis de magnésio e fosfato. (Imagem - Molina Fisiologia Endócrina 4ªEd) Quando os receptores sensoriais de cálcio das paratireoides nas células principais detectam baixos níveis séricos de cálcio, eles estimulam a secreção de PTH, enquanto a existência de níveis séricos elevados de cálcio inibem-a. O PTH atua em diversos locais: ❖ Ação sobre o tecido ósseo: Reabsorção óssea por meio de receptores de PTH nas células osteoprogenitoras, nos osteoblastos, nos osteócitos e nas células de revestimento do osso. Os osteoclastos são indiretamente ativados pelo mecanismo de sinalização RANK RANKL dos osteoblastos. A exposição contínua e prolongada de PTH aumenta a produção local de RANK nos osteoblastos e diminui a secreção de osteoprotegerina (OPG). Essas alterações estimulam, em seguida, a diferenciação dos osteoclastos, o que leva a um aumento da reabsorção óssea e liberação de cálcio e de fosfatos no líquido extracelular. A exposição intermitente e breve ao PTH aumenta a massa óssea por meio da via do cAMP/IGFI nos osteócitos e osteoblastos. ❖ Ação sobre os rins: A excreção renal de cálcio é diminuída pela estimulação da reabsorção tubular pelo PTH, com consequente conservação do cálcio. A excreção urinária de fosfato é aumentada pela secreção de PTH, reduzindo, assim, a concentração de fosfato no sangue e nos líquidos extracelulares. ❖ Ação sobre VITAMINA D: A conversão da 1,25(OH)2 vitamina D3 na 1,25(OH)2 vitamina D3 hormonalmente ativa nos rins é regulada principalmente pelo PTH, que estimula a atividade da 1-hidroxilase e que aumenta a produção do hormônio ativo. A absorção intestinal de cálcio é aumentada sob a influência do PTH, mas é a vitamina D3 que exerce maior efeito que o PTH sobre a absorção intestinal de cálcio. Embora o PTH aumente os níveis sanguíneos de cálcio, a elevação máxima após a sua liberação é alcançada somente depois de várias horas. O PTH parece ter uma ação homeostática bastante lenta a longo prazo. Por outro lado, a calcitonina diminui rapidamente os níveis sanguíneos de cálcio, e o seu efeito máximo é observado em cerca de 1 hora por conseguinte, apresentando uma ação homeostática aguda e rápida. (Imagem - Molina Fisiologia Endócrina 4ªEd) Milene Alves MEDT7 - UEMS
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