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O perigo da automedicação TCC

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2
O perigo da automedicação
Maria Edilandia Dias[footnoteRef:1]; Isabelle Fittipaldi[footnoteRef:2] [1: Aluna do curso de Farmácia da Faculdade Ser Educacional] [2: Orientadora do curso de Farmácia da Faculdade Ser Educacional] 
E-mail para correspondência: edilandiadias.1@gmail.com 
RESUMO
Os medicamentos são produtos farmacêuticos, desenvolvidos com o intuito de ajudar na saúde, através da prevenção, cura, controle, alívio, diagnósticos de doenças e seus sintomas. Esse trabalho tem como objetivo mostrar o qual é perigosa a automedicação para a vida das pessoas. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, do tipo revisão bibliográfica, mediante uma abordagem qualitativa. Viu-se pelos resultados encontrados que ainda é uma prática bastante usada e preocupante a questão da automedicação, embora sabendo que existem muitos riscos, essa prática precisa ser reduzida e até mesmo abolida da vida das pessoas. Durante as leituras efetuadas para a realização desse trabalho viu-se o quanto a automedição pode prejudicar a vida das pessoas, e que todo e qualquer medicamento deve ser administrado por um profissional competente, evitando assim qualquer tipo de complicação.
Palavras-chave: Conscientização. Medicamentos. Saúde Pública.
ABSTRACT 
Medications are pharmaceutical products, developed with the intention of helping health, through prevention, cure, control, relief, diagnosis of diseases and their symptoms. This work aims to show how dangerous self-medication is to people's lives. This is a descriptive exploratory research, of the bibliographic review type, through a qualitative approach. The results found showed that self-medication is still a very common and worrisome practice, even though we know that there are many risks, this practice needs to be reduced and even abolished from people's lives. During the readings done for this study, we saw how self-medication can harm people's lives, and that each and every medication should be administered by a competent professional, thus avoiding any type of complication
Keywords: Awareness. Medications. Public Health. 
INTRODUÇÃO
Os medicamentos são produtos farmacêuticos, desenvolvidos com o intuito de ajudar na saúde, através da prevenção, cura, controle, alívio, diagnósticos de doenças e seus sintomas. Assim as formas de ingestão medicamentosa, destaca-se a automedicação, que pode ser considerada como o uso de medicamentos por iniciativa própria para tratar problemas de saúde auto reconhecido¹.
A automedicação é algo recorrente entre as pessoas, porém uma situação que requer preocupação e cuidados. Pois o que pode ser um problema simples, pode gerar uma complicação mais expressiva por conta do uso indiscriminados de medicamentos sem a prescrição médica. Os riscos vão desde intoxicações a até a morte.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), automedicação é a seleção e o uso de medicamentos (incluindo chás e produtos tradicionais) por pessoas para tratar doenças autodiagnosticadas ou sintomas. Ela é um fenômeno bastante discutido na cultura médico-farmacêutica e não é uma prática restrita aos brasileiros, mas algo corriqueiro a nível global. Ela pode ser considerada como parte do autocuidado, mas quando realizada de forma inadequada, tais como o uso abusivo de medicamentos (polimedicação) e o uso de medicamentos off-label, gerando como consequências o uso irracional de medicamentos, efeitos indesejáveis, enfermidades iatrogênicas e mascaramento de doenças evolutivas, além da ampliação de custos para o paciente e para o sistema de saúde².
Por essa razão acredita-se que o estudo se torna relevante no sentido de quanto mais se estuda sobre automedicação, mas fica-se ciente de que essa prática é extremamente nociva à saúde humana, porque é uma prática prejudicial, mas que é extremamente estimulada pelas propagandas e marketings, onde pode ser visto em todos as emissoras de tv e pelas redes sociais. 
A grande variedade de produtos farmacêuticos, a facilidade de comercialização de remédios e a própria cultura e comodidade assimilada pela sociedade que vê na farmácia um local onde se vende de tudo; um grande número de informações médicas disponíveis, sobretudo em sites, blogs e redes sociais, também está entre os fatores que contribuem para a automedicação, o que é visto como facilidade, pode se tornar um problema de saúde pública¹.
Esse trabalho tem como objetivo mostrar o qual é perigosa a automedicação para a vida das pessoas. 
MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva, do tipo revisão bibliográfica, mediante uma abordagem qualitativa. A pesquisa qualitativa segundo Minayo³ busca trabalhar com as definições, anseios, crenças e estimações, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos.
A pesquisa exploratória, não aceita hipóteses que, poderão aparecer durante ou ao final da pesquisa. É efetivada em áreas na qual há conhecimento insuficiente acumulado e sistematizado4. Aos meios de investigação, foi decidido pela pesquisa de campo, no qual Vergara4 diz: “investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e observação participante ou não”.
Com relação a revisão bibliográfica, esta é elaborada com base em materiais já publicados, fornecendo uma fundamentação teórica ao trabalho, e ainda identificando o estágio atual do conhecimento referente ao tema, permitindo ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos5.
A pesquisa bibliográfica será realizada pelo acesso on-line gratuito na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), sendo direcionada às bases de dados LILACS e SciELO.
Para realizar a seleção da amostra nas bases de dados será estabelecido como critério de inclusão: artigos em fontes eletrônicas nos idiomas português e com textos disponíveis nas bases de dados, publicados entre 2017 a 2021 com informações disponibilizadas pertinentes ao tema elencado, através de respostas do objetivo: mostrar o qual é perigosa a automedicação para a vida das pessoas de acordo com a Literatura Científica. Deste modo, excluiu-se os artigos com produções repetidas/duplicadas indisponibilidade integral virtualmente, além dos repetidos dos títulos e resumos, teses, dissertações e histórias de eventos.
RESULTADOS 
Tabela 1: Artigos relacionados a automedicação
	Artigo
	Autor
	Ano
	Objetivo
	Resultados
	Polifarmácia, automedicação e uso de medicamentos potencialmente inapropriados: causa de intoxicações em idosos
	Ana Flávia da Silva , José de Paula Silva
	2021
	Ampliar o conhecimento sobre o impacto do uso de medicamentos pela população idosa,
	Os resultados encontrados advêm da tendência crescente dos problemas associados ao uso de medicamentos por idosos, tornando-se clara a importância de estratégias efetivas de farmacovigilância voltadas a saúde dessa população
	Automedicação e Saúde Pública: dimensionamento dos fatores de risco e comportamentos de saúde
	Julia Arruda Batista , Artênio Jose Isper Garbin , Bruno Wakayama , Artênio Jose Saliba Garbin , Orlando Adas Saliba Junior , Clea Adas Saliba Garbin
	2021
	Caracterizar a prática da automedicação na população adulta, bem como, investigar os fatores de risco e os comportamentos individuais de saúde
	. Conclui-se que mais da metade dos usuários da atenção primária à saúde no Brasil, fez uso de medicamentos sem a prescrição
	Prevalência de intoxicação por medicamentos no estado da Bahia entre 2007 e 2017
	Weslley Pedreira Araujo, Alencar Gomes Rios, Fernanda de Oliveira Souza, Íngara Keisle São Paulo Barretto Miranda
	2020
	Determinar a prevalência de intoxicação por medicamentos no estado da Bahia, Brasil, entre 2007 e 2017
	No período estudado, os medicamentos foram os maiores responsáveis pelos casos de intoxicação exógena, sendo a tentativa de suicídio o maior motivo. Sem dúvidas, a facilidade de acesso a esses produtos predispõe à automedicação, sendo um fator de risco para esses casos deintoxicação.
	Experiência com a Transmissão de um programa sobre automedicação por meio de uma Web Rádio
	Victorugo Guedes Alencar Correia , Marcos Renato de Oliveira, Eduardo de Oliveira Martins Dantas , Raimundo Augusto Martins Torres
	2020
	Descrever a experiência com alunos de uma escola estadual, após transmissão de um programa sobre automedicação por meio de uma web rádio com participação ativa da juventude.
	com o desenvolvimento da atividade foi verificado um grande aproveitamento com influência de melhorias educacionais sobre automedicação, um tema relevante para a saúde humana, envolvendo a tecnologia da Web Rádio. Teve a participação ativa dos alunos com aprendizado sobre o tema e as dúvidas mais frequentes foram relativas às consequências (50%)
	A relevância da extensão acadêmica sobre a prática racional de medicamentos: relato de experiência
	Cleanny Sales Lima, Paloma Larissa de Aquino Maia , Leiliane Leite dos Santos , Shirlei Silva Barreto Alves , Rhaylanne de Holanda Feitosa , Andreza Kalline Ferreira Gama , et al
	2020
	Apresentar a experiência da extensão acadêmica vivenciada por estudantes do curso de enfermagem, durante um Projeto de Extensão Comunitária pela Faculdade CESMAC do Sertão.
	As atividades desenvolvidas conseguiram contribuir de forma significativa para a ampliação da educação em saúde, proporcionando aos beneficiados estratégias simples que garantem o conhecimento sobre o Uso Racional de Medicamentos, além de promover a integração da faculdade com a sociedade.
	Homens, necessidades de saúde e motivações para a automedicação
	Anderson Reis de Sousa, Delmo de Carvalho Alencar, Ádila Maria Matos da Silva, Cristine Santos de Souza , Juliana Ferreira Barros , Álvaro Pereira
	2019
	Descrever as necessidades de saúde dos homens e os fatores que motivam a prática da automedicação em um município do Nordeste brasileiro
	Considerando as expressões chave e as ideias centrais dos discursos emergiram duas vertentes distintas, mas complementares, as necessidades de saúde e as motivações para a automedicação que perpassam por questões que envolvem a concepção dos homens sobre os serviços públicos de saúde
	Automedicação em acadêmicos: uma revisão da literatura brasileira entre 2000 a 2017
	Maristela Maximovitz de Oliveira, Leila do Nascimento Corage, Bruna de Paula Oliveira, Leila Gracieli da Silva
	2018
	Identificar pesquisas que investigaram a temática “automedicação de psicotrópicos em estudantes da área da saúde” entre os anos de 2000-2017.
	A automedicação não soluciona o problema e adiciona risco de piora. Estudos aplicados, de cunho quantitativo, têm se mostrado eficientes na identificação da automedicação e se faz necessário realizar pesquisas sobre a temática na região Norte do país, dada a escassez de estudos e presença de graduações na área da saúde
	Prevalência, perfil e fatores associados à automedicação em adolescentes e servidores de uma escola pública profissionalizante
	Januária Fonseca Matos , Davi Alexander Costa Pena, Milena Pereira Parreira, Tamires do Carmo dos Santos , Wendel Coura-Vital
	2018
	Avaliar a prevalência, o perfil e fatores associados à automedicação na população do Instituto Federal Minas Gerais/Ouro Preto, constituída principalmente por adolescentes
	. Os fatores associados à automedicação foram: utilizar medicamento influenciado por propaganda (RP=1,2 IC95%=1,1-1,4); a prática de indicar medicamento (RP=1,4 IC95%=1,1-1,6); estado de saúde autorreferido muito bom/bom (RP=0,8 IC95%=0,6-0,9) e ter realizado a última consulta médica há mais de um mês (RP=1,5 IC95%=1,1-2,1)
	Automedicação em estudantes de enfermagem do Estado do Amazonas – Brasil
	Abel Santiago Muri Gama Silvia Regina Secoli
	2017
	Determinar a prevalência e os fatores associados à automedicação entre estudantes de enfermagem
	A prevalência de automedicação foi de 76,0%, motivada especialmente pela percepção de que o problema de saúde não requeria visita ao médico (46,6%). Metade dos estudantes relataram queixas álgicas. Os grupos farmacológicos mais consumidos foram anti-inflamatórios não esteroides (63,2%) e antibióticos (11,1%). O desconhecimento das implicações negativas da prática da automedicação foi associado à automedicação (OR=6,0
Fonte: Própria pesquisadora
DISCUSSÃO
A saúde das pessoas é algo de extrema necessidade, mas para mantê-la é preciso cuidado e disciplina. A Organização Mundial de Saúde cria protocolos de alerta em relação ao uso indiscriminado de medicamentos, principalmente sem critérios técnicos e clínicos definidos, tornando-se assim um importante problema de saúde pública. Esse tipo de situação pode causar danos na população, além de trazer desperdícios dos escassos recursos públicos. O uso inadequado de medicamentos deve-se a inúmeras causas, entre elas, a polifarmácia, a cultura pelo uso indiscriminado de antibióticos, a falta de diretrizes para prescrições específicas, a automedicação inapropriada, além da disponibilidade comercial de um grande arsenal de medicamentos isentos de prescrição à disposição dos consumidores 6.
A automedicação é uma prática relacionada ao autocuidado, relacionada com obtenção ou consumo de medicamentos sem consulta, e quando são consumidos vários tipos de medicamentos no mesmo espaço de tempo, chama-se polifarmácia. Ela é definida como o uso simultâneo de cinco medicamentos ou mais. Sabe-se que o risco de reações adversas a medicamentos com o uso concomitante de dois fármacos é de 13%, se cinco a porcentagem chega a 58% e alcança até 82%, quando a farmacoterapia é de sete ou mais itens.7 É importante que a população fica atenta, pois pela facilidade que hoje tem-se na compra de medicamentos, a automedicação tornou-se uma prática bem comum.
Os medicamentos têm papel central na terapêutica atual, com potencial de aliviar sintomas, tratamentos contínuos e em alguns casos, curar doenças, mas esse uso deve sempre ser acompanhado, uma vez que eles também podem prejudicar a vida das pessoas, desencadeando outras patologias. O acesso a eles é considerado um direito humano fundamental, porém, mundialmente, os medicamentos estão incorporados à lógica capitalista de consumo. A forte pressão para a uniformização do comportamento humano, influenciado pelo modelo biomédico, e as estratégias de vendas da indústria farmacêutica, incentivam o uso inadequado e intensificam o processo de medicalização da sociedade. A situação brasileira na utilização de fármacos é preocupante, pois o país apresenta um elevado índice de consumo de medicamentos e baixa adesão da população à prescrição, conforme a orientação dos serviços. Com isso, este problema é agravado pela prática do uso irracional e o processo de automedicação muito presente na dinâmica social do Brasil. 8
É um importante alerta, pois mesmo os medicamentos sendo muitas vezes fundamentais no cuidado com a saúde e eficazes no tratamento de diversas patologias, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 50%(cinquenta) de todos os medicamentos são prescritos e distribuídos de forma incorreta, afetando assim a população. Tendo-se a ideia do benefício, é observada a naturalidade e a frequência em que a automedicação está inserida na realidade das vidas das pessoas e baseando-se nas necessidades de soluções quase sempre imediatas devido à aceleração causada pela vida contemporânea, à questão de saúde seja ela adquira ou reencontrada através de medicamentos torna-se a ser um novo bem de consumo, e acaba recorrendo sempre dessa prática tão prejudicial. 9
Automedicação pode ser definida pelo uso de medicamentos sem prescrição profissional e sem acompanhamento. Fatores econômicos, políticos e culturais têm contribuído para o crescimento e a difusão da automedicação em todo o mundo, tornando-a um problema de saúde pública, onde a dificuldade de acesso ao serviço de saúde pública influencia nesse processo de automedicação. A vida acadêmica é um período que possibilita a vivência de sentimentos positivos, conquista de uma profissão, amizades e destaque no mercado de trabalho. Em contrapartida,um período de mudanças e adaptações a um novo estilo de vida fazem com que o indivíduo necessite de novos padrões comportamentais, os quais tendem a gerar estresse e frustrações, tornando-se um período vulnerável para o início da automedicação, ou mesmo qualquer situação divergente que ocorra no dia a dia podem influenciar também nessa prática. 10
A automedicação pode ser tanto realizada por mulheres, e também por homens, a automedicação masculina é, portanto, decorrente da tríade que inclui: cultura do homem ser invulnerável, facilidade da compra e frágil acolhimento nos serviços da Atenção Básica. Atrelado a isso, a automedicação implica em um problema de caráter social, ressaltando as carências e a falta de informação dos malefícios advindos de tais costumes. Dentre os principais danos decorrem a intoxicação exógena por medicamentos, interações lesivas ou o mascaramento de sintomas de enfermidades mais graves, pois os homens tem a cultura de não ir ao médico e isso pode influenciar de maneira negativa na vida deles. 12
A modernização tem sua parcela de culpa nesse processo de automedicação, pois a facilidade com que os remédios são expostos, as bulas e até mesmo várias explicações, porém sem conotação científica. Sabe-se que esses produtos são fabricados com finalidades de cura, profilaxia e diagnóstico. No entanto, seu uso pode ser nocivo à saúde do usuário, causando possível intoxicação ou levando-o a óbito. Para que haja uma intoxicação, é necessário que o medicamento seja consumido acima das doses recomendadas, ultrapassando a janela terapêutica. Um fator que favorece a posição de principal agente causador de intoxicações é o fácil acesso aos medicamentos. Por isso, seu uso racional, bem como a atenção farmacêutica, são ações que podem reduzir os riscos de intoxicação. A atenção farmacêutica é uma ferramenta fundamental para reparação da saúde do paciente, assim como para a prevenção de problemas relacionados ao uso de medicamentos, sendo garantida pelo SUS. O farmacêutico contribui, de forma direta, minimizando os custos com internamentos devido ao uso irracional de medicamentos, prestando orientações para inibir visitas desnecessárias ao posto de atendimento, além de garantir uma melhor adesão ao tratamento, tornando-se indispensável na promoção da saúde da população13
A facilidade de acesso a vários tipos de fármacos traz muito danos a saúde. Os riscos da automedicação para o indivíduo são o atraso no diagnóstico ou o diagnóstico incorreto, devido ao mascaramento dos sintomas, possibilitando o agravamento do distúrbio; a escolha do medicamento inadequado; a administração incorreta, dosagem inadequada e uso excessivamente curto ou prolongado do medicamento; a dependência; a possibilidade da ocorrência de efeitos indesejados graves; o desconhecimento das interações com outros medicamentos; reações alérgicas, intoxicações; e, ainda, o armazenamento incorreto e uso do medicamento fora de seu prazo de validade. Além do impacto sobre a vida humana, as reações adversas a medicamentos também influenciam significativamente nos custos despendidos com saúde. Nenhum medicamento usado sem prescrição médica deve ser administrado, já que a saúde é um bem muito precioso da vida das pessoas.14
Muitos consumidores se sentem confiantes em comprar medicamentos sem prescrição, os motivos que levam a automedicação apontam experiência prévia com o sintoma ou a doença, crença sobre conhecimento da doença, limitação de recursos financeiros para cuidar da saúde, indisponibilidade de tempo para buscar auxílio médico e atitude do indivíduo face a doença. Os fatores associados a esta prática incluem sexo feminino, faixas etárias mais elevadas, prática de atividade física, consumo de bebidas alcoólicas e possuir plano de saúde. Dada a magnitude epidemiológica e o impacto negativo, a prática da automedicação entre estudantes da área da saúde é considerada um importante problema de saúde pública15.
É muito importante que as pessoas fiquem atentas e busquem sempre ações que mantenham sua saúde. O autocuidado engloba ações individuais para a manutenção das condições de saúde e gerenciamento de doenças autodiagnosticadas. Dessa forma, este paradigma se perfaz através do uso de fármacos ausentes da formalidade prescricional a fim de proporcionar alívio da sintomatologia dolorosa. Os recursos terapêuticos possibilitam o tratamento eficaz de diversas afecções e são responsáveis pela preservação e restituição das condições de saúde da população. Por outro lado, o uso desmedido dessas substâncias pode ocasionar danos à saúde, dentre os quais, interações medicamentosas, reações adversas, além do desenvolvimento de cepas resistentes provenientes do diagnóstico incorreto e atraso na procura pelos serviços de saúde.16
Viu-se pelos resultados encontrados que ainda é uma prática bastante usada e preocupante a questão da automedicação, embora sabendo que existem muitos riscos, essa prática precisa ser reduzida e até mesmo abolida da vida das pessoas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Durante as leituras efetuadas para a realização desse trabalho viu-se o quanto a automedição pode prejudicar a vida das pessoas, e que todo e qualquer medicamento deve ser administrado por um profissional competente, evitando assim qualquer tipo de complicação.
A falta de informação de que a automedicação é um risco a saúde pode ser um fator influente nessa situação. É importante que haja mais campanhas de conscientização de que a automedicação mais prejudica a saúde do que ajuda. Além desse problema, o uso de medicamentos por conta própria pode causar uma melhora falsa nos sintomas. Apesar de aliviar os problemas imediatos, o medicamento pode apenas mascarar a doença, causando um agravamento no caso e dificultando um diagnóstico por parte dos profissionais da área, por essa razão a automedicação é uma prática que deve ser sempre ser evitada.
REFERÊNCIAS
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2. MELO JRR; DUARTE EC; MORAES MV; FLECK K; ARRAIS PSD. Automedicação e uso indiscriminado de medicamentos durante a pandemia da COVID-19 Cad. Saúde Pública , v.32, nº 4, 2021.
 
3. MINAYO, MCS O desafio da pesquisa social. In: MINAYO, M. C. S.; GOMES, S. F. D. R. (orgs.).Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28ª ed. Petrópolis: Vozes, 2010, p.9-29.
4. VERGARA, S.C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2009.
5. GIL, A C. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2017.
6. BOHOMOL, E., ANDRADE, C. M. Prática da automedicação entre estudantes de enfermagem de instituição de ensino superior. Cienc Cuid Saude 2020;19:e48001
7. LIMA, S. C.; MAIA, P.L.A. et al., A relevância da extensão acadêmica sobre a prática racional de medicamentos: relato de experiência. Rev Enferm Health Care [Online]. Jan/Jul 2020; 9(1):136-143.
8. SILVA, A. F.; Silva , J. P. Polifarmácia, automedicação e uso de medicamentos potencialmente inapropriados: causa de intoxicações em idosos. Rev Med Minas Gerais 2022; 32: e-32101
9. CORREIA, V.G.A; OLIVEIRA, M.R. et al;. Experiência com a Transmissão de um programa sobre automedicação por meio de uma Web Rádio. Rev Enferm UFPI. 2020;9:e9818
10. OLIVEIRA, M M. ; CORAGE, L.N.; OLIVEIRA, B.P et al. Automedicação em acadêmicos: uma revisão da literatura brasileira entre 2000 a 2017. Revista Saúde e Pesquisa, v. 11, n. 3, p. 623-630, setembro/dezembro 2018.
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