Buscar

Resenha crítica do filme ERA UMA VEZ UM SONHO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

RESENHA CRÍTICA DO FILME “ERA UMA VEZ UM SONHO”
O filme “Era uma vez um sonho” é uma adaptação do livro Hillbilly Elegy dirigido por Ron
Howard. O drama de superação baseado em história real retrata a narrativa de uma família
americana e os reflexos dos problemas familiares na formação pessoal de cada geração. A
história dá enfoque na vida do jovem J.D. Vance que teve uma infância conturbada e marcada
pela sua mãe que era dependente de drogas. O filme demonstra o lado emocional ao lado
extremo de ter um familiar com dependência química.
A história se alterna entre dois períodos de tempo. No passado, onde começa o filme J.D.
fala de como as lembranças de sua “vida caipira” lhe eram preciosas e turbulentas. Logo, no
presente, vemos J. D. (vivido por Gabriel Basso), vivendo sua vida acadêmica e lutando para
se manter o mais afastado possível do ambiente familiar que quase o destruiu. A vida de J. D.
sofre um abalo quando recebe a notícia de que sua mãe, Beverly (Amy Adams), está
internada após uma overdose de heroína. Ele então retorna ao Kentucky, onde cresceu, para
tentar ajudar a mãe.
A trama se estrutura em três gerações. Na primeira geração, Mamaw engravidou aos 13 anos
e não teve chances na vida de sair daquela cidade do interior, era frequentemente agredida
pelo marido e apesar de tudo sempre lutou para que seus descendentes pudessem melhorar de
vida – não conseguiu com Bev, mas está disposta a conseguir com J.D, no começo foi bem
conturbado, J.D estava se perdendo em seu caminho com suas más amizades e ao ver como
sua mãe estava se destruindo com as drogas.
Com a avó que o garoto consegue manter um certo equilíbrio na adolescência e passa a
trabalhar e focar nos estudos. Com essa ajuda e direcionamento ele chega a prestigiada
Universidade de Yale. Vivendo um sonho, mesmo que com tanto sacrifício para mantê-lo.
Mamaw teve um papel materno fundamental para o desenvolvimento do personagem e
extremamente emocionante.
A segunda geração é marcada por Beverly, que cresceu com o convívio de conflitos e
brigas entre os pais. No filme é possível ver com clareza que Bev tem dependência química e
sofre com distúrbios mentais e físicos, por trás dela existe um passado que levou a ser assim e
a manifestar dificuldades comportamentais.
Esse contexto no filme foi de extrema importância, pois nos leva às pessoas com problemas
psicológicos e doenças mentais, como depressão, transtornos comportamentais, ansiedade,
esquizofrenia, entre outros, e ao que elas passaram na vida para terem tal distúrbio. A história
de Beverly mostra que uma criança tende a se desenvolver com o reflexo do que ela passou
em sua infância e ao se tornar adulta caso ela não tenha um acompanhamento psicológico
aquele problema só irá se “enraizar” e levá-la a atos extremos como tentativas de suicídio.
Percebe-se em algumas cenas do filme que Bev não dá a mínima para que seus dois filhos
tenham um crescimento saudável ou tenham uma boa relação com ela, seu comportamento
descontrolado diante dos seus filhos acaba refletindo o mesmo exemplo de infância que ela
vivenciou. Isso espelha a imagem real de muitas famílias que passam pela mesma situação no
ambiente familiar.
A última geração é retratada por J.D. e sua irmã, Lindsay. O J.D. Vance filho de Beverly
tem que conviver com os problemas de sua mãe que não teve um bom papel materno em sua
vida, porém perto de jogar seu futuro no lixo a sua avó Mamaw o "salva" e lhe dá outra
chance de recomeçar. J.D. passou por vários obstáculos que quase lhe tiraram oportunidades,
porém o filme mostra algo significativo ao público, a importância de ter apoio e alguém
acreditando nos nossos sonhos, nos impulsionando a lutar por uma vida melhor. Uma lição de
vida para continuarmos persistindo em nossos sonhos diante aos problemas da vida e
encontrar um caminho quando não houver saída.
Em meio ao intenso debate político dos Estados Unidos em 2020, o filme revela questões
contemporâneas de desigualdade social, cultural e econômica que se tornaram centrais na
agenda das eleições presidenciais do país. O filme mostra os problemas de populações que
sofrem diferentes tipos de opressão: econômica, simbólica, física, social, etc. Aborda de
forma clara e objetiva as formas pelas quais o sistema familiar entra em colapso a partir do
momento em que desaparecem as condições materiais de reprodução da vida. DJ Vance
encarna o sonho americano: um menino humilde que carrega um legado de pobreza familiar,
mas que se posiciona como exceção entre seus concidadãos. Em tom meritocrático, deposite
toda a sua esperança nele para que o ciclo da pobreza seja interrompido de uma vez por todas.
Mesmo com interpretações brilhantes dos personagens e uma trama repleta de cenas
conflitantes e perturbadoras, o roteiro parece estabelecer um conceito problemático de
família. Dito isso, apesar de todos os obstáculos que o protagonista enfrenta, e de toda a
violência doméstica que enfrentou na infância, parece que a própria família, ou melhor, o
núcleo familiar, triunfa e empodera J.D. para o sucesso. “Era uma vez um sonho”
proporcionar um cenário para se pensar as relações familiares e as próprias instituições
familiares. É um filme emocional com conflitos reais e diálogos perturbadores que levam a
uma história complexa, mas com fragmentos de melodrama.
O filme passa uma mensagem necessária de superação além de despertar um novo olhar
para as pessoas com dependência química. Mesmo faltando o desenvolvimento de alguns
personagens a história expande diversos assuntos e não deixa de ser emocionante e
comovente.
Texto escrito por Caroline Afonso da Silva, Regina Pires Nicasse e Yasmin Assunção Alves
Hillbilly Elegy. Direção de Ron Howard. País de origem: Estados Unidos, 2020. (116 min.).
Color
https://www.adorocinema.com/personalidades/personalidade-4059/

Continue navegando