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SIMULADO MPMG - Lingua Portuguesa

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Prévia do material em texto

Língua Portuguesa para Oficial do Ministério Público (MPE MG) 2023 (
https://www.tecconcursos.com.br/s/Q2QMOP )
Ordenação: Por Matéria
Português
Questão 1: Instituto Consulplan - Aux (CM Arcos)/CM Arcos/Contabilidade/2020
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
LÍNGUA PORTUGUESA
 
 Como é sabido, a infância não é algo que tenha existido desde sempre. Crianças sempre existiram, obviamente, mas o que
entendemos por infância é um conceito recente em termos históricos. Basta lembrar que muitos de nós tiveram avós que
trabalhavam na roça desde cedo e que se casavam aos 12, 13 anos. E só não se casavam antes porque o ato de casar estava
ligado ao ato de engravidar. Assim, era necessário esperar a primeira menstruação não da menina, mas da mulher.
 
 É comum pessoas que visitam povos indígenas ou comunidades ribeirinhas da Amazônia se espantarem com a diferença do
que é ser uma criança para esses povos e comunidades. O primeiro espanto costuma ser o fato de que meninos e meninas
mexem com facas, em geral bem grandes, no cotidiano. Fazem quase tudo o que um adulto faz. Nadam sozinhas no rio, escalam
árvores altas, cozinham, caçam e pescam. Aprendem com os adultos e com as crianças mais velhas.
 
 Não é que não se tenha cuidado com as crianças, mas o cuidado tem outras expressões e significados, obedece a outro
entendimento da vida, variando de povo a povo. Dias atrás um amigo estava numa aldeia indígena e viu um menino pequeno
ligando um motor de barco. Ele de imediato avisou ao pai que o filho estava mexendo com algo que poderia ser perigoso. O pai
limitou-se a dizer, devolvendo o espanto: “Mas este é o motor dele”.
 
 É possível concluir que, nesta aldeia, para este povo, assim como para outras comunidades que vivem uma experiência diversa
de ser e de estar no mundo, ser criança é outra coisa. O que quero sublinhar aqui é que nada é dado e determinado no campo da
cultura. A infância foi inventada pela sociedade ocidental e continua sendo inventada dia após dia. Não existe nenhuma
determinação acima da experiência de uma sociedade – e dos vários conflitos e interesses que determinam essa experiência –
sobre o que é ser uma criança.
 
 Nesta época, na sociedade ocidental, a criança deve ser protegida de tudo. Mas não só. Há um esforço de apagamento de que
a criança tem um corpo. Não um corpo para o sexo. Mas um corpo erotizado, no sentido de que meninos e meninas têm prazer
com seu próprio corpo, têm um corpo que se experimenta.
 
 Esse apagamento do corpo da criança se entranha na vida cotidiana e também na linguagem. Eu mesma costumava escrever
nos meus textos: “homens, mulheres e crianças fizeram tal coisa ou estão sofrendo tal coisa”, ou qualquer outro verbo. Até que
uma amiga me chamou a atenção de que crianças têm sexo, e eu as estava castrando no meu texto. Então, passei a escrever:
“homens e mulheres, adultos e crianças...”. Conto isso apenas para mostrar que rapidamente internalisamos uma percepção geral
como se fosse um dado da natureza e, na medida que a assumimos como fato, paramos de questioná-la.
 
 Quando os adultos tentam apagar o corpo das crianças, criam um grande problema para as crianças. E para si mesmos. É um
fato que as crianças têm sexualidade. Não é uma escolha ideológica. Essa experiência é parte da nossa espécie e de várias
outras. Qualquer pessoa que tenha filhos saudáveis ou acompanhe crianças pequenas próximas sabe que elas se tocam e
descobrem que seus pequenos corpos podem lhes dar prazer. E esta já se mostrou uma experiência fundamental para uma vida
adulta responsável e prazerosa no campo da sexualidade, que respeite o corpo e o desejo do outro, assim como o próprio corpo e
o próprio desejo.
 
 Qualquer adulto que não recalcou sua memória destas experiências com o corpo se vai lembrar delas se for honesto consigo
mesmo. Quem tem corpo, tem sexualidade. O que não pode ter é violência contra esses corpos.
 
(Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em:
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/03/12/opinion/1520873905_5719 40.html. Acesso em: 12/12/2019.)
 
Considerando a grafia de palavras situadas no texto, analise as afirmativas a seguir.
 
I. “erotizado” (5º§) está escrita corretamente.
 
II. “internalisamos” (6º§) está escrita incorretamente, pois o correto é escrever “internalizamos”.
 
III. “prazerosa” (7º§) está escrita incorretamente, pois o correto é escrever “prazeirosa”.
 
Está correto o que se afirma em
 a) I, II e III.
 b) I e II, apenas.
 c) I e III, apenas.
 d) II e III, apenas.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1441057
Questão 2: Instituto Consulplan - AEI (Pref Formiga)/Pref Formiga/2020
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
O que dizem as últimas pesquisas sobre como educar os filhos na era digital
 
Três horas diárias nas redes sociais são associadas a uma incidência mais alta de problemas de saúde mental entre os
adolescentes americanos de 12 a 15 anos. Não existe relação nenhuma entre o uso intensivo da tecnologia e doenças como
ansiedade e depressão. O primeiro estudo foi publicado recentemente na revista científica JAMA Psychiatry e o segundo, dias
depois, na revista Clinical Psychological Science.
 
Confuso? Bem-vindo à realidade dos pais e mães do século XXI. A tecnologia digital vem se insinuando em nossa vida há pelo
menos três décadas, mas nada pode se comparar à transformação ocorrida nos últimos dez anos, com o boom dos smartphones.
Não existem certezas sobre o que é uso saudável da tecnologia, e a realidade é que todos os pais são cobaias de um grande
experimento da humanidade: criar a primeira geração global que cresce imersa no mundo digital. Poucos temas geram tanta
ansiedade como o potencial impacto negativo das telas no desenvolvimento das crianças. E o que tira o sono dos pais não para
por aí, é claro: da alimentação saudável ao bullying, da relação com o dinheiro à segurança, a lista das preocupações é longa —
alguns dirão que é interminável.
 
Os bebês de hoje crescem sob a mira das câmeras de celulares. A familiaridade com bits será essencial na educação e na vida
profissional dos filhos. Mas qual é a hora certa para o primeiro contato? Segundo as mais recentes diretrizes da Organização
Mundial da Saúde (OMS), nunca antes do primeiro ano de vida. E, para as crianças de 2 a 4 anos, o tempo de tela — seja na
frente da TV, do computador, do tablet ou do celular — deve ser de uma hora por dia, no máximo.
 
“Não está claro se o uso intensivo das mídias digitais causa depressão ou problemas de saúde mental. Vários estudos sugerem
que pode ser o caso, mas são necessários mais estudos para que tenhamos certeza. Porém isso não quer dizer que devemos ficar
de braços cruzados”, escreveu num artigo recente Jean Twenge, professora de psicologia na Universidade Estadual de San Diego,
na Califórnia, e autora de um livro sobre as crianças hiperconectadas. “Se tivéssemos esperado provas experimentais absolutas de
que o cigarro provoca câncer de pulmão, poderíamos ainda estar aguardando para fazer alguma coisa.”
 
Uma parte da explicação é muito simples: quanto mais tempo as crianças passam sentadas olhando para uma tela, menos tempo
estão brincando e se mexendo. Segundo a OMS, hábitos saudáveis de atividade física são estabelecidos desde muito cedo. “A
primeira infância é um período de desenvolvimento rápido e uma época em que o estilo de vida da família pode ser adaptado
para estimular a saúde”, segundo a OMS. Outra parte tem a ver com o desenvolvimento humano, especialmente nos primeiros
anos de vida. “Temos de lembrar que as crianças aprendem brincando”, disse Peg Oliveira, diretora do Gesell Institute of Child
Development, um dos centros de estudos sobre desenvolvimento infantil mais respeitados dos Estados Unidos. “Para uma criança
na pré- -escola, é muito mais importante brincar fora de casa do que ficar dentro de casa lendo.”
 
E os limites também se aplicam aos pais, especialmente aqueles cujosbebês ainda são pequenos. Nunca antes na história os pais
dedicaram tanto tempo aos filhos. Mas nunca antes na história eles tiveram tantas distrações durante essa interação. De acordo
com um levantamento do think tank Pew Research Center, quase 30% dos adultos americanos dizem estar on-line “quase o
tempo inteiro”. “Os bebês respondem ao que chamamos de interações ‘saque e devolução’”, afirmou Oliveira. Gestos, olhares,
sorrisos e abraços ajudam a formar as conexões neurais que sustentarão sua comunicação verbal e suas habilidades sociais. [...]
 
Os especialistas recomendam paciência e perseverança e enfatizam a importância dos exemplos dos pais. Como disse Naumburg:
“Não adianta esperar que os filhos larguem o celular se os pais estão vidrados na tela, assim como não é razoável esperar que
eles comam bem se a família não tem hábitos saudáveis”.
 
(JUNIOR, Sérgio Teixeira. O que dizem as últimas pesquisas sobre como educar os filhos na era digital. Texto adaptado. Disponível em:
https://epoca.globo.com/sociedade/o-que-dizem-as-ultimas-pesquisassobre- como-educar-os-filhos-na-era-digital-24024838. Acesso em:
28/11/2019.)
 
Observe a grafia da palavra “hiperconectadas” (4º§). Em qual das alternativas a palavra destacada foi escrita de maneira
INCORRETA?
 a) Ontem, eu fui ao hipermercado.
 b) Minha filha sofre de hiperacidez.
 c) Ela só gosta de coisas hiperrequintadas.
 d) Aquela menina da minha escola é hiperativa.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1542340
Questão 3: Instituto Consulplan - AEd (Pref Orlândia)/Pref Orlândia/A1/2019
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Desafios no caminho de uma escola para todos
Escolhi o termo desafio como parte do título porque seu significado etimológico indica bem o que quero comentar. Ele vem do
latim disfidare ou renunciar à própria fé (dis = afastamento e fides = fé). Na prática, significa aceitar concorrer novamente,
mesmo imaginando-se vencedor. Isso acontece, por exemplo, quando se promulgam leis, aceitando-se os obstáculos de sua
aplicação. Penso ser esse o caso ao assumirmos que a escola é para todos, quando historicamente ela se destinava à elite de
alunos que aprendia e se comportava conforme suas exigências, isto é, quando era para poucos. As políticas públicas, mesmo se
pretensamente resolveram o acesso à Educação, não sanaram duas questões primordiais: a aprendizagem e a convivência. Faço
uma reflexão sobre alguns desafios para que a escola de hoje cumpra esses propósitos.
Um dos maiores parece ser o de adaptar o currículo do Ensino Fundamental para período integral. Essa mudança supõe rever a
quantidade de conteúdos a aprender, criar contraturnos, usar tutorias, diminuir a relação entre o número de alunos e o professor,
investir nas séries iniciais, melhorar as condições de trabalho docente. Essas são apenas algumas estratégias entre tantas
experimentadas no enfrentamento de um grande problema: a defasagem idade-série.
Ao abrir-se para os “mais fracos”, quando antes era privilégio dos “mais fortes”, a escola deve compartilhar com a família a
complexidade da Educação das crianças e dos jovens. Compartilhar significa cooperar fazendo a parte que lhe cabe, sabendo que
as outras partes sempre serão da família e de outros agentes sociais ou culturais.
Em uma sociedade orientada por descobertas científicas, reconhecer a importância da tecnologia se torna uma necessidade
básica. Mas para não virar refém, as questões o quê, quanto, quando, como e por quê?, relacionadas ao uso de tablet, celular ou
computador na sala de aula, são essenciais. Sem negar aos estudantes o uso de seu produto mais complexo e querido, não se
pode esquecer que eles precisam do contato direto com a experiência por meio de um professor, suas transmissões, as tarefas
propostas por ele e seus modos de ser e de agir.
Observo que os jovens precisam também ser preparados para uma sociedade global, mas, igualmente, para uma vida cada vez
mais individual, isto é, gerida por escolhas, valores e responsabilidades assumidas por cada um, ainda que seus efeitos possam
alcançar a todos e ao planeta. Penso que a escola ainda não aprendeu a ensinar seus alunos a serem-si-mesmos!
Que ela revise seus hábitos – deixe de ser lugar de homogeneidade e competição, transformando-se em uma escola da
diversidade e da cooperação. Que reconheça que as diferenças permitem a abertura para uma pluralidade de valores, costumes,
formas de aprendizagem e desenvolvimento. Antes, Educação correspondia ao que o educador transmitia aos educandos
(educação = educador). Hoje, trata-se de aprender, o que se aplica tanto a alunos quanto a professores.
É difícil mudar o olhar, comprometendo-se a trabalhar o melhor de cada aluno, professor e gestor dentro de suas possibilidades e
necessidades. Para isso, temos de assumir que todos estão na escola – só falta aprenderem; e todos estão juntos – só falta
saberem conviver.
(Lino de Macedo. Revista Nova Escola. Fevereiro de 2016. Com adaptações.)
De acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa e, ainda, a vigência do Novo Acordo Ortográfico, assinale a afirmativa que
apresenta ERRO de grafia.
 a) A escola inclusiva reconhece e respeita as diferenças dos alunos.
 b) As novas tecnologias e mídias sociais estão revolucionando a forma de ensinar e aprender.
 c) Na escola, pode-se dizer que a interação professor e aluno é imprecindível para que ocorra o sucesso no processo ensino -
aprendizagem.
 d) É preciso considerar que o diálogo é a melhor reposta para os problemas em sala de aula.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1131649
Questão 4: Instituto Consulplan - ASup (Pref Suzano)/Pref Suzano/2019
Assunto: Ortografia - Casos Gerais e Emprego das Letras
Todos nós temos grandes expectativas sobre nossa passagem pelo mundo. E não me parece que devemos deixar de tê-las. A
sabedoria consiste em compreender que é preciso medir a grandeza com nossa própria fita métrica. Se nos tornamos refens de
algo que hoje é determinante na nossa época, por exemplo, que é o reconhecimento da importância de alguém pela quantidade
de aparições na mídia, estamos perdidos. Render-se a uma determinação ditada pelo mercado é tão destrutivo como passar a
vida tentando agradar a um pai opressor e para sempre insatisfeito, como vejo tanta gente. Em ambos os casos, estaremos
sempre aquem, sempre em falta. E, mesmo quem vive sob os holofotes, vive em pânico porque não sabe por quanto tempo
conseguirá manter as luzes sobre si.
 
Mas de que luzes precisamos para viver? E a quem queremos agradar? Quem e o que importam de verdade? Essa reconciliação é
o que nos leva, de fato, à vida adulta, no que ela tem de melhor. Acredito que crescemos quando* conseguimos nos apropriar da
medida com que avaliamos nossa existência, nosso estar no mundo. Ninguém tem de ser isso ou aquilo, ninguém “tem de” nada.
Quem disse que tem? É preciso duvidar sempre das determinações externas a nós – tanto quanto das internas. “Por que mesmo
eu quero isso?” é sempre uma boa pergunta.
 
Tenho uma amiga que só se transformou em uma chefe capaz de ajudar a transformar para melhor a vida de quem trabalhava
com ela quando se reconciliou com suas próprias expectativas, quando descobriu em si uma grandeza que era de outra ordem. Só
se tornou uma mãe capaz de libertar os filhos para que estes vivessem seus próprios tropeços e acertos quando se apaziguou
consigo mesma. Ela, de quebra, descobriu que era talentosa numa área, a cozinha, na qual até então não via nenhum valor. Ao
descobrir-se cozinheira, não pensou em empreender uma nova maratona, desta vez na tentativa de virar uma chef e fazer um
programa de TV. Já estava sábia o suficiente para exultar de alegria ao acabar com a boa forma de suas amigas mais queridas.
 
Como minha amiga e como todo mundo, eu também acalentei grandes esperanças sobre minha própria existência. Depois do
fracasso da minha carreira de astronauta, desejei ser escritora.Acho que ser escritora é o que quis desde que peguei o primeiro
livro na mão e consegui decifrálo. É claro que eu não queria apenas escrever um livro de entretenimento. Eu escreveria,
obviamente, a maior obra-prima da humanidade. Meu primeiro livro já nasceria um clássico. Eu reinventaria a linguagem e ditaria
novos parâmetros para a literatura. Depois de mim, Proust e Joyce estariam reduzidos ao rodapé do cânone.
 
Não é divertido? Acreditem, eu rio muito. E até me enterneço. No meu quarto amarelo, lá em Ijuí, eu fiz o seguinte plano. Emily
Brontë escreveu ‘O Morro dos Ventos Uivantes’ aos 19 anos. Logo, eu deveria escrever minha obra-prima aos 17, no máximo 18.
Pois não é que os 18 anos passaram e eu estava mais ocupada com fraldas e com beijos na boca? Bem, eu já não seria tão
precoce assim, mas me conformei. Afinal, minha obra seria tão acachapante, tão revolucionária, que mesmo aos 20 e poucos eu
seria considerada um prodígio. E os 20 passaram, assim como os 30, e lá vou eu aumentando cada vez mais os “e tantos” dos 40.
 
Não desisti de um dia escrever um romance, não. Acho mesmo que ele está mais perto, agora que eu me absolvi de escrever a
grande obra da literatura mundial. Mas foi só depois de me apropriar da medida da minha vida que me descobri
estonteantemente feliz como contadora de histórias reais. Quando finalmente escrever um romance de ficção, ele só será possível
porque vivi mais de duas décadas embriagada de histórias absurdamente reais e gente de carne, osso e nervos. E só será
possível porque deverá estar à altura apenas de mim mesma. Só precisarei ser fiel à minha própria voz.
 
Porque é esta, afinal, a grande aventura da vida. Desvelar a nossa singularidade, o extraordinário de cada um de nós – descobrir
a voz que é só nossa. Mesmo que essa descoberta não se torne jamais uma capa de revista. O importante é que seja um segredo
nosso, um bem precioso e sem valor monetário, que guardamos entre uma dobra e outra da alma para viver com furiosa verdade
esse milagre que é a vida humana.
 
(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em:
http://desacontecimentos.com/?p=445. Acesso em: 25/10/2019.)
 
Assinale a alternativa que evidencia, das duas palavras extraídas do texto, uma grafada INCORRETAMENTE:
 a) refens / aquem
 b) apaziguou / cânone
 c) externas / grandeza
 d) intretenimento / revolucionária
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1152976
Questão 5: Instituto Consulplan - Ag (G Valadares)/Pref G Valadares/Comunitário de Endemias/2022
Assunto: Conjunção
Uma lembrança
 
Foi em sonho que revi a longamente amada; sentada numa velha canoa, na praia, ela me sorria com afeto. Com sincero afeto –
pois foi assim que ela me deixou aquela fotografia com sua letra suave e ginasiana.
 
Lembro-me do dia em que fui perto de sua casa apanhar o retrato que me prometera na véspera. Esperei-a junto a uma árvore;
chovia uma chuva fina. Lembro-me de que tinha uma saia escura e uma blusa de cor viva, talvez amarela; que estava sem
meias. Os leves pelos de suas pernas lindas queimados pelo sol de todo dia na praia estavam arrepiados de frio. Senti isso mais
do que vi, e, entretanto, esta é a minha impressão mais forte de sua presença de catorze anos: as pernas nuas naquele dia de
chuva, quando a grande amendoeira deixava cair na areia grossa pingos muito grandes. Falou muito perto de mim, e perguntei
se tomara café; seu hálito cheirava a café. Riu, e disse que sim, com broas. Broas quentinhas, eu queria uma? Saiu correndo,
deu a volta à casa, entrou pelos fundos, voltou depois (tinha dois ou três pingos de água na testa) com duas broas ainda
quentes na mão. Tirou do seio a fotografia e me entregou.
 
Dei uma volta pela praia e pelas pedras para ir para casa. Lembro-me do frio vento sul, e do mar muito limpo, da água
transparente, em maré baixa. Duas ou três vezes tirei do bolso a fotografia, protegendo-a com as mãos para que não se
molhasse, e olhei. Não estava, como neste sonho de agora, sentada em uma canoa, e não me lembro como estava, mas era na
praia e havia uma canoa. “Com sincero afeto...” comi uma broa devagar, com uma espécie de unção.
 
Foi isso. Ninguém pode imaginar por que sonha as coisas, mas essa broa quente que recebi de sua mão vinte anos atrás me
lembra alguma coisa que comi ontem em casa de minha irmã. Almoçamos os dois, conversamos coisas banais da vida da cidade
grande em que vivemos. Mas na hora da sobremesa a empregada trouxe melado. Melado da roça, numa garrafa tampada com
um pedaço de sabugo de milho – e veio também um prato de aipim quente, de onde saía fumaça. O gosto desse melado com
aipim era um gosto de infância.
 
Foi no tempo da descoberta da beleza das coisas: a paisagem vista de cima do morro, uma pequena caixa de madeira escura, o
grande tacho de cobre areado, o canário belga, uma comprida canoa de rio de um só tronco, tão simples, escura, as areias do
córrego sob a água clara, pequenas pedras polidas pela água, a noite cheia de estrelas... Uma descoberta múltipla que depois se
ligou tudo a essa moça de um moreno suave, minha companheira de praia.
 
Foi em sonho que revi a longamente amada; entretanto, não era a mesma; seu sorriso e sua beleza que me entontecia haviam
vagamente incorporado, atravessando as camadas do tempo, outras doçuras, um nascimento dos cabelos acima da orelha onde
passei meus dedos, a nuca suave, com o mistério e o sossego das moitas antigas, os braços belos e serenos. Gostaria de
descansar minha cabeça em seus joelhos, ter nas mãos o músculo meigo das panturrilhas.
 
Tudo o que envolve a amada nela se mistura e vive, a amada é um tecido de sensações e fantasias e se tanto a tocamos, e
prendemos e beijamos é como querendo sentir toda sua substância que, entretanto, ela absorveu e irradiou para outras coisas, o
vestido ruivo, o azul e branco, aqueles sapatos leves e antigos de que temos saudade; e quando está junto a nós imóvel
sentimos saudade de seu jeito de andar; quando anda, a queremos de pé, diante do espelho, os dois belos braços erguidos para
a nuca, ajeitando os cabelos, cantarolando alguma coisa, antes de partir, de nos deixar sem desejo mas com tanta lembrança de
ternura ecoando em todo o corpo.
 
(BRAGA, Rubem. 200 crônicas escolhidas. Círculo do Livro S.A. – São Paulo. Fragmento.)
 
Em “Mas na hora da sobremesa a empregada trouxe melado.”, a palavra destacada pode ser substituída, sem prejuízo semântico,
por:
 a) Porque.
 b) Embora.
 c) Contudo.
 d) Portanto.
 e) Conquanto.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2113578
Questão 6: Instituto Consulplan - MEI (Volta Grande)/Pref Volta Grande/2022
Assunto: Conjunção
A solidão amiga
 
A noite chegou, o trabalho acabou, é hora de voltar para casa. Lar, doce lar? Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo
é silêncio. Ninguém para abrir a porta, ninguém à espera. Você está só. Vem a tristeza da solidão… O que mais você deseja é
não estar em solidão…
 
Mas deixa que eu lhe diga: sua tristeza não vem da solidão. Vem das fantasias que surgem na solidão. Lembro-me de um jovem
que amava a solidão: ficar sozinho, ler, ouvir música… Assim, aos sábados, ele se preparava para uma noite de solidão feliz. Mas
bastava que ele se assentasse para que as fantasias surgissem. Cenas. De um lado, amigos em festas felizes, em meio ao
falatório, os risos, a cervejinha. Aí a cena se alterava: ele, sozinho naquela sala. Com certeza ninguém estava se lembrando dele.
Naquela festa feliz, quem se lembraria dele? E aí a tristeza entrava e ele não mais podia curtir a sua amiga solidão. O remédio
era sair, encontrar-se com a turma para encontrar a alegria da festa. Vestia-se, saía, ia para a festa… Mas na festa ele percebia
que festas reais não são iguais às festas imaginadas. Era um desencontro, uma impossibilidade de compartilhar as coisas da sua
solidão… A noite estava perdida.
 
Faço-lhe uma sugestão: leia o livro “A chama de uma vela”, de Bachelard.É um dos livros mais solitários e mais bonitos que
jamais li. A chama de uma vela, por oposição às luzes das lâmpadas elétricas, é sempre solitária. A chama de uma vela cria, ao
seu redor, um círculo de claridade mansa que se perde nas sombras. Bachelard medita diante da chama solitária de uma vela. Ao
seu redor, as sombras e o silêncio. Nenhum falatório bobo ou riso fácil para perturbar a verdade da sua alma. Lendo o livro
solitário de Bachelard eu encontrei comunhão. Sempre encontro comunhão quando o leio. As grandes comunhões não
acontecem em meio aos risos da festa. Elas acontecem, paradoxalmente, na ausência do outro. Quem ama sabe disso. É
precisamente na ausência que a proximidade é maior. Bachelard, ausente: eu o abracei agradecido por ele assim me entender
tão bem. Como ele observa, “parece que há em nós cantos sombrios que toleram apenas uma luz bruxuleante. Um coração
sensível gosta de valores frágeis”. A vela solitária de Bachelard iluminou meus cantos sombrios, fez -me ver os objetos que se
escondem quando há mais gente na cena. E ele faz uma pergunta que julgo fundamental e que proponho a você, como motivo
de meditação: “Como se comporta a sua solidão?” Minha solidão? Há uma solidão que é minha, diferente das solidões dos
outros? A solidão se comporta? Se a minha solidão se comporta, ela não é apenas uma realidade bruta e morta. Ela tem vida.
 
Entre as muitas coisas profundas que Sartre disse, essa é a que mais amo: “Não importa o que fizeram com você. O que importa
é o que você faz com aquilo que fizeram com você”. Pare. Leia de novo. E pense. Você lamenta essa maldade que a vida está
fazendo com você, a solidão. Se Sartre está certo, essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
 
(ALVES, Rubem. Correio Popular. Em: 30/06/2002. Adaptado.)
 
No trecho “Mas a casa está escura, a televisão apagada e tudo é silêncio.”, o termo evidenciado pode ser substituído, sem prejuízo
do sentido contextual, por:
 a) Porque.
 b) Todavia.
 c) Ademais.
 d) Apesar de.
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/2115306
Questão 7: Instituto Consulplan - Vest (UNIFACIG)/UNIFACIG/Medicina/2019
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
A saúde em pedaços: os determinantes
sociais da saúde (DSS)
A redução da saúde à sua dimensão biológica se constitui em um dos maiores dilemas da área. Isso porque essa visão estreita
fundamenta práticas de pouco alcance quando se trata de saúde coletiva, porquanto prioriza a assistência individual e curativa,
constituindo-se em uma espiral em torno das doenças e que, exatamente por isso, ajuda a reproduzi-las. Porém, essa concepção,
embora hegemônica, não existe sem ser tensionada.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda na primeira metade do século XX, tentou destacar que saúde não é só a ausência
de doença. Todavia, pouco explica o porquê disso, uma vez que, como diria Ana Lúcia Magela de Rezende, na sua “Dialética da
Saúde”, cai na tautologia de definir a saúde como sendo o completo bem-estar físico, psíquico e social. Ora, dizer que saúde é
bem-estar é o mesmo que dizer que seis é meia dúzia. O que é o bem-estar?
Na formulação da OMS essa questão permanece vaga. O uso do termo completo junto a bem-estar torna o conceito ainda mais
problemático, tendo em vista seu caráter absolutista e, logo, inalcançável nestes termos.
Foi o campo da Saúde do Trabalhador e, posteriormente, com maior precisão, a Saúde Coletiva (com origens na Medicina Social
Latino-Americana) que superaram as dicotomias entre saúde e doença, social e biológico, e individual e coletivo ao formularem a
concepção de saúde enquanto processo. Considerando tal processualidade, nem estamos absolutamente doentes nem
absolutamente sãos, mas em contínuo movimento entre essas condições. Saúde e doença são dois momentos de um mesmo
processo, coexistem, uma explicando a existência da outra.
O predomínio de uma ou de outra depende do recorte e/ou ângulo de análise em cada momento e contexto. Essa forma de
entender a saúde rompe com o pragmatismo biologicista, mas sem negar que a dimensão biológica é parte relevante do processo
saúde-doença.
Possui o mérito (com autores como Berlinguer, Donnangelo, Laurell, Arouca, Tambellini, Breilh, Nogueira, entre outros) de
demonstrar que, embora a saúde se manifeste individual e biologicamente, ela é fruto de um processo de determinação social.
Processo esse que é histórico e dinâmico, uno mas heterogêneo. Na verdade, só pode ser processo por causa dessas
características. Ele nem pode ser considerado estaticamente ou como algo imutável ou imune às transformações sociais, nem
pode ser considerado como um conjunto de fragmentos ou fatores quase que autônomos uns dos outros ou, muito menos, como
uma massa homogênea e amorfa.
(Diego de Oliveira Souza. Doutor em Serviço
Social/UERJ. Professor do PPGSSUFAL/Maceió e da graduação em Enfermagem/UFAL/Arapiraca. Disponível
em:https://docs.wixstatic.com/ugd/15557d_eae93514d26e4 aecb5e50ab81243343f.pdf. Acesso em agosto de 2019. Adaptado.)
“Todavia, pouco explica o porquê disso, [...]” (2º§) Sabendo-se que as palavras recebem diferentes classificações de acordo com
a classe em se inserem, analise as afirmativas a seguir.
I. O termo “porquê” classifica-se como substantivo no contexto em análise.
II. O determinante que antecede o “porquê” é elemento responsável por torná-lo um substantivo.
III. Caso o termo “disso” fosse omitido e o “porquê” estivesse no final da frase, não poderia ser classificado como
substantivo, mas sim como uma conjunção.
Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s)
 a) I, II e III.
 b) III, apenas.
 c) I e II, apenas.
 d) II e III, apenas.
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Questão 8: Instituto Consulplan - AAd (Pref Orlândia)/Pref Orlândia/B/ORLANDIAPREV/2019
Assunto: Fatos da Língua Portuguesa (porque, por que, porquê e por quê; onde, aonde e donde; há e a, etc)
Feliz por nada
Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou
uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa
felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento
de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar
com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou.
Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque
daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza.
“Faça isso, faça aquilo.” A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no
que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz
também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado
consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar
vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se
culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas
fazem o melhor quepodem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se
adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir
tanto?
 
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor
preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um
imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.
(MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Disponível em:
https://www. refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-martha-medeiros. Acesso em: 20/09/2019.)
Em “Há sempre um porquê”, a palavra “porquê” foi empregada adequadamente. Tal fato também ocorre em:
 a) Por quê você faz isso?
 b) Não sei porquê ele fez isso.
 c) Você não fez o dever, porquê?
 d) Ele foi reprovado por quê não estudou.
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Questão 9: Instituto Consulplan - Of Jud (TJM MG)/TJM MG/Oficial de Justiça/2021
Assunto: Acentuação
Jornalismo – crise versus oportunidade
 
O jornalismo está fustigado não apenas por uma crise grave. Vive uma mudança cultural vertiginosa, enlouquecida, mas
fascinante. A revolução digital é um processo disruptivo.
 
Quebra todos os moldes e exige uma baita reinvenção pessoal.
 
Quem não tiver disposição de mudar a própria cabeça, rápida e efetivamente, deve comprar uma rede e contemplar as belezas
do mar.
 
O jornalismo vai morrer? Não. Nunca se consumiu tanta informação como na atualidade. O modelo de negócios está na UTI. A
publicidade tradicional evaporou-se. E não voltará. Além disso, perdemos o domínio da narrativa.
 
O modo de produzir informação e o diálogo com o consumidor romperam o modelo tradicional. As pessoas rejeitam
intermediações – dos partidos, das igrejas, das corporações, dos veículos de comunicação.
 
O que fazer? Olhar para trás? Tentar fazer mudanças cosméticas? Fazer o papel ridículo das velhas de minissaia? Não.
 
Precisamos olhar para a frente e descobrir incríveis oportunidades.
 
Mas é preciso, previamente, fazer uma autocrítica corajosa a respeito do modo como vemos o mundo e dialogamos com ele.
 
Qual é o nosso mundo? Antes da era digital, em quase todas as famílias existia um álbum de fotos. Lembra-se disso, amigo
leitor? Lá estavam nossas lembranças, nossos registros afetivos, nossa saudade. Muitas vezes abríamos o álbum e a imaginação
voava. Era bem legal.
 
Agora fotografamos tudo e arquivamos compulsivamente.
 
Nosso antigo álbum foi substituído pelas galerias de fotos de nossos dispositivos móveis. Temos overdose de fotos, mas falta o
mais importante: a memória afetiva, a curtição daqueles momentos. Fica para depois. E continuamos fotografando e arquivando.
Pensamos, equivocadamente, que o registro do momento reforça sua lembrança, mas não é assim. Milhares de fotos são
incapazes de superar a vivência de um instante. É importante guardar imagens. Mas é muito mais importante viver cada
momento com intensidade. As relações afetivas estão sucumbindo à coletiva solidão digital.
 
Algo análogo, muito parecido mesmo, acontece com o consumo da informação. Navegamos freneticamente no espaço virtual.
Uma enxurrada de estímulos dispersa a inteligência.
 
Ficamos reféns da superficialidade. Perdemos contexto e sensibilidade crítica. A fragmentação dos conteúdos pode transmitir
certa sensação de liberdade. Não dependemos, aparentemente, de ninguém. Somos os editores do nosso diário personalizado.
 
Será?
 
Não creio, sinceramente. Penso haver uma crescente nostalgia de conteúdos editados com rigor, critério e qualidade técnica e
ética. Há uma demanda reprimida de reportagem. É preciso reinventar o jornalismo e recuperar, num contexto muito mais
transparente e interativo, as competências e a magia do jornalismo de sempre.
 
Jornalismo sem alma e sem rigor. É o diagnóstico de uma perigosa doença que contamina redações. O leitor não sente o pulsar
da vida. As reportagens não têm cheiro do asfalto. É preciso dar novo brilho à reportagem e ao conteúdo bem editado, sério,
preciso, isento.
 
É preciso contar boas histórias. Com transparência e sem filtros ideológicos. O bom jornalista ilumina a cena, o repórter
manipulador constrói a história.
 
Sucumbe-se, frequentemente, ao politicamente correto.
 
Certas matérias, algemadas por chavões inconsistentes que há muito deveriam ter sido banidos das redações, mostram o
flagrante descompasso entre essas interpretações e a força eloquente dos números e dos fatos. Resultado: a credibilidade,
verdadeiro capital de um veículo, se esvai pelo ralo dos preconceitos.
 
A crise do jornalismo está intimamente relacionada com a perda de qualidade do conteúdo, com o perigoso abandono de sua
vocação pública e com sua equivocada transformação em produto mais próprio para consumo privado. É preciso recuperar o
entusiasmo do “velho ofício”. É urgente investir fortemente na formação e qualificação dos profissionais. O valor do jornalismo se
chama informação de alta qualidade, talento, critério, ética, inovação. O Brasil precisa da segurança da informação confiável.
 
(Carlos Alberto Di Franco. O Estado de São Paulo.
Acesso em: 06/09/2021. Adaptado.)
 
Todas as palavras são acentuadas graficamente pelo mesmo motivo em:
 a) móveis / álbuns / cosméticos / está
 b) própria / rápida / negócios / abríamos
 c) inteligência / memória / será / confiável
 d) diálogo / análogo / ideológicos / estímulos
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Questão 10: Instituto Consulplan - TEnf (Pref Colômbia)/Pref Colômbia/2020
Assunto: Acentuação
Poluição visual: entenda seus impactos
Poluição visual é o excesso de elementos visuais criados pelo homem que são espalhados, geralmente, em grandes cidades e que
promovem certo desconforto visual e espacial. Esse tipo de poluição pode ser causado por anúncios, propagandas, placas, postes,
fios elétricos, lixo, torres de telefone, entre outros.
A poluição visual, que atua junto com a poluição luminosa, está muito presente nos grandes centros urbanos por conta da
enorme quantidade de anúncios publicitários e sua não harmonia com o ambiente, desviando exageradamente a atenção dos
habitantes.
Além dos danos estéticos, este tipo de poluição pode ser perigoso para motoristas e outras pessoas. Um prédio feito de vidro
pode refletir a luz do sol, criando uma poluição visual que obstrui a visão de quem guia veículos nas vias. Também os anúncios
publicitários situados perto de malhas viárias podem distrair os motoristas enquanto dirigem, causando acidentes.
Problemas como estresse e desconforto visual também estão relacionados com a poluição visual. Um estudo recente da
Universidade A&M, do Texas, nos EUA, demonstrou como a poluição visual está relacionada a esses problemas. Depois de ter
realizado situações estressantes, as pessoas estudadas utilizaram dois tipos de avenidas: uma em direção ao interior com poucos
ou nenhum anúncio publicitário e a outra cheia de anúncios e demais elementos que são causas de poluição visual. Os níveis de
estresse diminuíram rapidamente nos indivíduos que utilizaram o primeiro tipo de avenida, enquanto permaneceu alta naqueles
que utilizaram o segundo tipo.
Outros danos negativos do excesso de anúncios publicitários são o incentivo ao consumo, que pode gerar problemas, como
obesidade, tabagismo, alcoolismo e o aumento de geração de resíduos (seja por conta do anúncio em si ou do descarte dos
produtos oferecidos pela publicidade). [...]
Aqui no Brasil é fácil perceber o impacto da poluição visual em épocas de eleições. Além do estresse e do incômodo gerados pela
propaganda eleitoral, o peso ambiental da distribuição de panfletos com o número dos candidatos (o famoso “santinho”)é
imenso. [...]
Para inibir ou controlar esse tipo de poluição, uma possibilidade é criação de leis regulamentando o uso de anúncios publicitários,
que são os principais causadores desse tipo de dano. Em São Paulo e em algumas outras cidades, houve a implantação de
regulamentações, que ordenam a paisagem do município e visam equilibrar os elementos que compõem a paisagem urbana,
restringindo a publicidade externa como outdoors, faixas, cartazes e totens.
(Poluição visual: entenda seus impactos.
Texto adaptado. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/2738-poluicao-visual. Acesso em: 20/01/2019.)
Quanto à posição da sílaba tônica, as palavras podem ou não receber acento, como as palavras evidenciadas no 5º§ “resíduos” e
“produtos”. Relacione adequadamente as colunas a seguir.
1. Proparoxítona.
2. Paroxítona.
3. Oxítona.
( ) Biceps.
( ) Ananas.
( ) Mediuns.
( ) Lampada.
( ) Pessegos.
A sequência está correta em
 a) 1, 2, 2, 3, 3.
 b) 2, 3, 2, 1, 1.
 c) 2, 3, 3, 1, 1.
 d) 3, 2, 2, 3,
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Questão 11: Instituto Consulplan - ACont (Capanema)/Pref Capanema/2020
Assunto: Acentuação
A família humana
 
Não acho que tudo tenha piorado nos dias atuais. Nunca fui saudosista. Prefiro a comunicação imediata pela internet a cartas que
levavam meses. Gosto mais de trabalhar no computador do que de usar a velha máquina de escrever (que tinha lá seu charme).
No whats ou outros, falo instantaneamente com amigos e familiares aqui perto, do outro lado do mundo – os afetos se
multiplicam, se consolidam, circulam mais emoções. Nossa qualidade de vida melhorou em muitas coisas, mas serviços essenciais
entre nós andam deteriorados, uma vasta parcela da humanidade ainda vive em nível de miséria.
 
São as contradições inacreditáveis de um sistema onde cosmólogos investigam espaços insuspeitados, cada dia trazendo
revelações intrigantes, mas ainda sofre e morre gente nos corredores de hospitais sobrecarregados, milhões de crianças morrem
de fome, outros milhões nunca chegam à escola, ou brincam diante de barracos com barro feito de água e esgoto.
 
Minhas repetições são intencionais, aqui, nos romances, até nos poemas. Retorno a temas sobre os quais eu mesma tenho
incertezas. Que envolvem antes de mais nada ética, moralidade, confiança. Decência: pois é neles que eu aposto, nos decentes
que olham para o outro – que somos todos nós, do gari ao intelectual, da dona de casa à universitária, dos morenos aos louros
de olhos azuis – com atenção e respeito.
 
Estudos recentes sobre história das culturas revelam dados sobre tempos em que a parceria predominou sobre a dominação:
entre povos, entre grupos, entre pessoas. Mas o mesmo ser humano que busca o amor anseia pela dominação nas relações
pessoais, internacionais, de gênero, de idade, de classe.
 
E se tentássemos mais parceria? Na verdade não acredito muito nisso, a não ser que a gente dê uma melhorada em si mesmo. É
possível que em algumas décadas, ou mais, a miscigenação será generalizada, superados os conflitos raciais às vezes trágicos.
Teremos uma miscigenação densa de cores, formas, idiomas e culturas.
 
Origem, dinheiro ou tom de pele vão interessar menos do que caráter e lealdade, a produtividade e competência menos do que a
visão de mundo e a abertura para o outro, a máquina importará tanto quanto o sonho, a hostilidade não vai esmagar a
esperança, e não teremos de dominar o outro tentando construir uma civilização.
 
Talvez eu hoje tenha acordado feito uma visionária ingênua: não é inteiramente ruim, isso se chama esperança de que um dia
predomine, sim, a família humana. “E aí?”, perguntarão. “Sem conflito, sem cobiça, sem alguma opressão e alguma guerrinha,
qual a graça?”
 
Aí, não vamos bocejar como anjos entediados, mas crescer mais, e mais, em caráter, sabedoria, harmonia, e – por que não? –
algum tipo de felicidade.
 
(LUFT, Lya. A família humana. Disponível em: https://gauchazh.clicrbs. com.br/colunistas/lya-luft/noticia/2019/06/a-familia-humana-cjx6p12
mq01ro01o9obgwdbq6.html. Acesso em: 06/04/2020.)
 
As palavras “insuspeitados” (2º§) e “possível” (5º§) possuem somente uma sílaba tônica. Quanto à posição da sílaba tônica, é
possível afirmar que elas são classificadas como:
 a) Oxítonas.
 b) Polissílabas.
 c) Paroxítonas.
 d) Monossílabas.
 e) Proparoxítonas.
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Questão 12: Instituto Consulplan - Ag (Pref Formiga)/Pref Formiga/Trânsito e Transporte/2020
Assunto: Acentuação
Proibir para mudar
 
Ao ser questionado sobre o uso de produtos descartáveis, talvez você não se lembre que provavelmente utilizou vários deles na
última semana. Grande parte das atividades humanas modernas utiliza produtos descartáveis feitos de material plástico e, quando
paramos para observar o comércio de alimentos e bebidas, vemos que o uso desses materiais é significativamente mais
expressivo.
 
Anualmente, são geradas cerca de 300 milhões de toneladas de lixo plástico no mundo, sendo 14% desse resíduo encaminhado
para reciclagem e apenas 9% efetivamente reciclado. Algumas pessoas têm a falsa impressão de que todos os resíduos plásticos
são recicláveis, mas produtos químicos acrescentados aos polímeros plásticos e embalagens de alimentos contaminadas com
restos orgânicos podem inviabilizar o processo de reciclagem.
 
Desta forma, fica clara a necessidade de reduzir a geração desse resíduo por meio da redução do consumo de materiais plásticos.
Vários países já estão adotando medidas que proíbem a utilização de produtos plásticos descartáveis. O Canadá, a Indonésia e a
União Europeia, por exemplo, já definiram uma data para a proibição; o Brasil, sendo o quarto país que mais gera resíduos
plásticos no mundo, precisa acompanhar esse movimento.
 
Sob o mesmo ponto de vista, temos na utilização de produtos descartáveis em bares e restaurantes uma grande oportunidade de
redução de consumo, visto que o volume de itens plásticos utilizados pela maioria desses estabelecimentos é bastante expressivo.
Copos, canudos, pratos e talheres descartáveis são utilizados cotidianamente em muitos estabelecimentos e o consumidor, tão
acostumado com esse padrão de consumo, não tem por hábito questionar a real necessidade de utilização desses materiais.
 
É necessário que proprietários de bares e restaurantes comecem a buscar produtos que possam substituir o plástico, exercendo a
mesma função, porém formados de material biodegradável. Em contrapartida, a indústria responsável pela produção desses
produtos precisa aumentar o investimento em pesquisa e desenvolvimento de materiais com baixo impacto ambiental,
promovendo a inovação nos seus produtos para a garantia da manutenção dos seus negócios.
 
Ademais, é importante destacar que nós, como consumidores, podemos adotar uma postura consciente e proativa que não
dependa da existência de políticas públicas. O consumidor final é o agente de transformação com maior poder nesta cadeia e
podemos incentivar as marcas que consumimos, os fornecedores que contratamos e os estabelecimentos comerciais que
frequentamos a realizar iniciativas de substituição do plástico.
 
Por fim, partindo do princípio de que nenhuma mudança é fácil, devemos reconhecer, por meio da preferência, aquelas empresas
que tenham um posicionamento ativo e comprometido no que diz respeito a iniciativas de baixo impacto ambiental, contribuindo
para viabilizar essa mudança de comportamento tão urgente e fundamental para a sustentabilidade do nosso futuro.
 
(ARANTES, Andréa Luiza Santos. Proibir para mudar. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/proibir-paramudar/. Acesso
em: 21/01/2020.)
 
O verbo “ter” em “Algumas pessoas têm a falsa impressão de que todos os resíduos plásticos são recicláveis, (...)” (2º§) recebe
acento circunflexo porque está na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo. Observe o emprego deste acentonas orações a
seguir.
 
I. Eles vêem o pássaro.
II. Os vasos contêm flores.
III. Os doces vêm da Argentina.
IV. Os livros da biblioteca provêm de doações.
 
Em quais orações os verbos também devem receber acento circunflexo?
 a) I e II.
 b) III e IV.
 c) I, II e III.
 d) II, III e IV.
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Questão 13: Instituto Consulplan - Ass (CODESG)/CODESG/Administração/2019
Assunto: Acentuação
Olhar o vizinho é o primeiro passo
 
Não é preciso ser filósofo na atualidade, para perceber que o “bom” e o “bem” não prevalecem tanto quanto desejamos. Sob a
égide de uma moral individualista, o consumo e a concentração de renda despontam como metas pessoais e fazem muitos de nós
nos esquecermos do outro, do irmão, do próximo. Passamos muito tempo olhando para nossos próprios umbigos ou mergulhados
em nossas crises existenciais e não reparamos nos pedidos de ajuda de quem está ao nosso lado. É difícil tirar os óculos escuros
da indiferença e estender a mão, não para dar uma esmola à criança que faz malabarismo no sinal, para ganhar um trocado
simpático, mas para tentar mudar uma situação adversa, fazer a diferença. O que as pessoas que ajudam outras nos mostram é
que basta querer, para mudar o mundo. Não é preciso ser milionário para fazer uma doação. Se não há dinheiro, o trabalho
também é bem-vindo. Doar um pouco de conhecimento ou expertise, para fazer o bem a outros que não têm acesso a esses
serviços, é mais que caridade: é senso de responsabilidade. Basta ter disposição e sentimento e fazer um trabalho de
formiguinha, pois, como diz o ditado, é a união que faz a força! Graças a esses filósofos da prática, ainda podemos colocar fé na
humanidade. Eles nos mostram que fazer o bem é bom e seguem esse caminho por puro amor, vocação e humanismo.
 
(Diário do Nordeste. Abril 2008. Com adaptações.)
 
De acordo com as regras de acentuação gráfica, assinale a alternativa em que todos os termos foram acentuados pela mesma
razão.
 a) nós – há – também
 b) difícil – prática – está
 c) óculos – simpático – fé
 d) vírgula – filósofo – égide
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Questão 14: Instituto Consulplan - Ag (Pref Suzano)/Pref Suzano/Orçamento/2019
Assunto: Acentuação
Leniro leu um jornal pela primeira vez aos 40 anos. Hoje, aos 50 e poucos, só lamenta não ter podido se deliciar com as
entrevistas do Pasquim quando tinha 20 e tantos. Agora, ainda que os jornais e revistas não facilitem muito, ele lê de tudo.
 
Leniro é cego. Ele lê graças a um programa de computador, com sintetizador de voz, criado no Núcleo de Computação Eletrônica
da Universidade Federal do Rio de Janeiro por um professor chamado Antonio Borges. Ao encontrar um aluno cego, Marcelo
Pimentel, na sua sala da disciplina de computação gráfica, Antonio descobriu que precisava inventar algo que tornasse possível
aos deficientes visuais ter acesso ao computador e à internet. Isso era início dos anos 90 e, naquele momento, as opções
existentes eram bastante precárias. Antonio criou um programa chamado Dosvox, que permite aos cegos acessar a internet, ler e
escrever, mandar e receber e-mails, participar de chats e trocar ideias como qualquer um que pode ver.
 
Até então, cegos como Leniro viviam num universo restrito. Muito pouco era convertido ao braille. E, se um cego escrevesse em
braille, seria lido apenas entre cegos. Também havia as fitas cassetes, com a gravação de livros lidos em voz alta. Mas era sempre
a leitura de um outro. E continuavam sendo poucos os livros disponíveis em fitas. Jornais e revistas em geral só podiam ser
alcançados se alguém se oferecesse para ler em voz alta. A internet era inacessível. E o mundo, muito pequeno. E pouco
permeável.
 
Eu nunca tinha parado para enxergar o mundo de Leniro. Ali, a cega era eu. Começamos a conversar por e-mail. Fiz uma
pergunta atrás da outra. Fazia tempo que não me sentia tão criança ao olhar para uma realidade nova. De novo, eu estava na
fase dos porquês. Só faltou perguntar de onde vinham os bebês… Acho até que importunei o Leniro com minhas perguntas
seriadas.
 
Como é o teclado? O que você sente? Leniro teve muita paciência comigo. Graças à aparição dele na minha vida, percebi que
olhar para a deficiência apenas como a falta de algo, de um sentido, não é toda a verdade. Não só não é toda a verdade, como é
um modo pobre de enxergar. Dentro de mim, surgiu algo novo: o reconhecimento de um mundo diverso, com possibilidades
diversas.
 
Para um cego, desbravar a internet se assemelha a uma daquelas viagens dos grandes navegadores do passado. Os sites pouco
se preocupam em ser acessíveis para quem não pode ver e há monstros marinhos escondidos logo ali. Para os cegos, uma
mudança de layout é uma tempestade daquelas capazes de virar o barco. Pesquisando na internet sobre o tema, encontrei a
página pessoal da educadora cega Elisabet Dias de Sá. Em um dos textos, assim ela explica a epopeia: “guardadas as devidas
proporções, navegar na web é como aventurar-se pelas ruas e avenidas da cidade guiada por uma bengala, exposta ao perigo e a
toda sorte de riscos decorrentes dos obstáculos, suspensos ou ao rés do chão, espalhados pelas vias públicas”.
 
Há vários modos de ser cego. Aqueles com quem converso têm uma deficiência visual-orgânica, concreta. Mas criaram outras
maneiras de se conectar ao mundo, outras formas de enxergar. O mais triste é quando nosso sistema visual funciona
perfeitamente, mas só enxergamos o óbvio, o que estamos condicionados a ver. Quando acordamos, a cada manhã, as cenas da
nossa vida se repetem como se assistíssemos sempre ao mesmo filme. Às vezes, choramos diante da tela não por emoção, mas
pela falta dela. O filme é chato, mas sabemos o que vai acontecer em cada cena. É chato, mas é seguro. Em nome da segurança,
abrimos mão de experimentar novos enredos, tememos nos arriscar à possibilidade do diferente, temos tanto medo que fechamos
os olhos ao espanto do mundo.
 
Ser cego é não ver o mundo do outro por estarmos fechados ao que é diferente de nós. Nem sei dizer o quanto meu universo se
ampliou ao ser vista por Leniro. A vida é sempre surpreendente quando não temos medo dela: foi preciso que os cegos me
vissem para que eu os enxergasse. E, depois deles, tornei-me menos cega.
 
(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI99114-
15230,00-A+CEGA+ERA+EU.html. Acesso em: 25/10/2019.)
 
Considerando a classificação correta de alguns vocábulos empregados no texto quanto à acentuação, correlacione
adequadamente as colunas a seguir.
 
1. Oxítona.
 
2. Paroxítona.
 
3. Proparoxítona.
 
( ) Início.
 
( ) Possível.
 
( ) Eletrônica.
 
( ) Bebês.
 
A sequência está correta em
 a) 2, 2, 1, 3.
 b) 3, 2, 1, 3.
 c) 3, 2, 3, 1.
 d) 2, 2, 3, 1.
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Questão 15: Instituto Consulplan - ABib (Pref Formiga)/Pref Formiga/2020
Assunto: Uso do Hifen
Ele quem mesmo?
 
Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: “olha, não dá
mais”. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma
história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo
decentemente e ele respondeu: “mas agora eu tô comendo um lanche com amigos”. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas
até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais
inteligente, ele não volta pra mim?
 
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos
meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que
aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuounão lembrando que eu existia. Aí achei que isso não podia ficar assim, de
jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele. Sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora. Participei de
vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada
aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em Áries, lua em Gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e
então resolvi que tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.
 
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu
pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem
sinal de vida. Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a
terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antônio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de
roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última
cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo
brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente
aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
 
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais
mulher para ele.
 
Até que algo sensacional aconteceu…
 
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele.
 
Ele quem mesmo?
 
(MEDEIROS, Martha. Ele quem mesmo? Disponível em: https:// www.pensarcontemporaneo.com/ele-quem-mesmo-cronica-demartha- medeiros/.
Acesso em: 05/12/2019.)
 
O prefixo “super” (3º§) deve ser hifenizado quando vier acompanhado de qual destas palavras?
 a) Amigo.
 b) Mulher.
 c) Homem.
 d) Exigente.
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Questão 16: Instituto Consulplan - AAd (Pref Orlândia)/Pref Orlândia/B/ORLANDIAPREV/2019
Assunto: Uso do Hifen
Feliz por nada
Geralmente, quando uma pessoa exclama “Estou tão feliz!”, é porque engatou um novo amor, conseguiu uma promoção, ganhou
uma bolsa de estudos, perdeu os quilos que precisava ou algo do tipo. Há sempre um porquê. Eu costumo torcer para que essa
felicidade dure um bom tempo, mas sei que as novidades envelhecem e que não é seguro se sentir feliz apenas por atingimento
de metas. Muito melhor é ser feliz por nada.
Digamos: feliz porque maio recém começou e temos longos oito meses para fazer de 2010 um ano memorável. Feliz por estar
com as dívidas pagas. Feliz porque alguém o elogiou.
Feliz porque existe uma perspectiva de viagem daqui a alguns meses. Feliz porque você não magoou ninguém hoje. Feliz porque
daqui a pouco será hora de dormir e não há lugar no mundo mais acolhedor do que sua cama.
Esquece. Mesmo sendo motivos prosaicos, isso ainda é ser feliz por muito.
Feliz por nada, nada mesmo?
Talvez passe pela total despreocupação com essa busca. Essa tal de felicidade inferniza.
“Faça isso, faça aquilo.” A troco? Quem garante que todos chegam lá pelo mesmo caminho?
Particularmente, gosto de quem tem compromisso com a alegria, que procura relativizar as chatices diárias e se concentrar no
que importa pra valer, e assim alivia o seu cotidiano e não atormenta o dos outros. Mas não estando alegre, é possível ser feliz
também. Não estando “realizado”, também. Estando triste, felicíssimo igual. Porque felicidade é calma.
Consciência. É ter talento para aturar o inevitável, é tirar algum proveito do imprevisto, é ficar debochadamente assombrado
consigo próprio: como é que eu me meti nessa, como é que foi acontecer comigo? Pois é, são os efeitos colaterais de se estar
vivo.
Benditos os que conseguem se deixar em paz. Os que não se cobram por não terem cumprido suas resoluções, que não se
culpam por terem falhado, não se torturam por terem sido contraditórios, não se punem por não terem sido perfeitos. Apenas
fazem o melhor que podem.
Se é para ser mestre em alguma coisa, então que sejamos mestres em nos libertar da patrulha do pensamento. De querer se
adequar à sociedade e ao mesmo tempo ser livre.
Adequação e liberdade simultaneamente? É uma senhora ambição. Demanda a energia de uma usina. Para que se consumir
tanto?
 
A vida não é um questionário de Proust. Você não precisa ter que responder ao mundo quais são suas qualidades, sua cor
preferida, seu prato favorito, que bicho seria. Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um
imperfeito bem-intencionado e que muda de opinião sem a menor culpa.
Ser feliz por nada talvez seja isso.
(MEDEIROS, Martha. Feliz por nada. Disponível em:
https://www. refletirpararefletir.com.br/4-cronicas-de-martha-medeiros. Acesso em: 20/09/2019.)
Em “Que mania de se autoconhecer. Chega de se autoconhecer. Você é o que é, um imperfeito bem-intencionado e que muda de
opinião sem a menor culpa.”, a palavra “bem-intencionado” é composta e está separada por hífen. Marque a alternativa cuja
palavra assinalada foi escrita INCORRETAMENTE.
 a) Isso que você está fazendo é anti-higiênico.
 b) Aquela loja de autopeças sempre vende mais barato.
 c) O desenvolvimento aero-espacial fez o país sair da crise.
 d) Uma bactéria super-resistente foi descoberta no laboratório
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Questão 17: Instituto Consulplan - Fisc Mun (Ervália)/Pref Ervália/2021
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
“Todes” é mais que respeitar a gramática, é inclusão social, dizem especialistas
 
Cientistas e estudiosos da língua portuguesa falam da presença do gênero neutro em nosso vocabulário, uma batalha para
pessoas não-binárias se sentirem incluídas na sociedade.
 
Toda transformação gera insegurança e, às vezes, incapacidade de aceitar mudanças de situações pré-estabelecidas. Na nossa
língua, isso não é diferente. Um exemplo é uso da linguagem não-binária, que vem dando o que falar nos últimos dias.
 
Como exemplo recente, tivemos o caso da vereadora de Vitória Camila Valadão (PSOL) que, durante sessão especial na câmara
em alusão ao Dia Internacional da Mulher, na última terça-feira (08), dirigiu-se à casa com um “Bom dia a todos, todas e ‘todes’”,
sendo questionada por parlamentares conservadores sob a justificativa de que o gênero neutro não consta na gramática
normativa. Valadão, por sua vez, afirmou estar apenas “sendo inclusiva”, alegando censura a sua linguagem.
 
Outro caso de grande repercussão foi o da professora de uma escola de ensino fundamental de Vitória, reprimida por usar um
inclusivo “todes bem-vindes” para se comunicar com os alunos em uma plataforma interna de ensino. O caso chamou a atenção
dos pais, que levaram a reclamação até a Câmara de Vitória. O presidente da casa, Davi Esmael (PSD), pediu esclarecimentos à
Prefeitura de Vitória, alegando que assuntos relacionados à ideologia de gênero foram retirados do Plano Municipal de Educação.
 
Movimentos sociais apoiam uma mudança linguística, buscando caminhos para tornar a língua portuguesa mais humana. Uma
das maneiras mais utilizadas é a substituição de pronomes por termos neutros, ou gênero neutro, ou até mesmo substituir
artigos nas contrações de preposições, como o da/do, por de.
 
O uso de “todes”, “todxs” ou “tod@s” vem se tornando cada vez mais comum nas redes sociais e começa a permear o cotidiano
do brasileiro, chamando a atenção para a pergunta: Isso seria uma afronta à nossa língua e gramática de cada dia?
 
Em suas “andanças” pelas redes sociais, ou mesmoem uma roda de amigos, se ouvir um “todes” e um “bem-vindes”, e demais
conteúdos usados pela linguagem não-binária (ou linguagem neutra), saiba que seu uso não está incorreto, mesmo os termos
não estando presentes na gramática normativa (a que você usa em sala de aula).
 
De acordo com a professora da Universidade Federal da Bahia, linguista especialista em História das Ideias Linguísticas e Análise
de Discurso, Isadora Machado, a língua está em processo de mudança 24h por dia, por isso, transformações sempre são bem-
vindas.
 
“Dizemos em Linguística que a língua é variação contínua, porque ela nunca para de se modificar. Só que não percebemos essas
micro-mudanças, assim como não percebemos que a Terra está girando e mudando de lugar. Nós percebemos que algo está
mudando quando, por exemplo, uma professora escreve ‘todes’ e na semana seguinte uma vereadora diz ‘todes’”, defende.
 
“Então começamos a especular porque essa mudança aconteceu: todo mundo vai ser obrigado a dizer ‘todes’? As gramáticas
devem mudar e acrescentar o ‘todes’? Essa discussão é saudável e faz parte da sociedade. Por isso digo para as pessoas ficarem
calmas: a língua nunca muda por decreto. Acredito que, de um modo geral, as gramáticas normativas usadas nas escolas de
educação básica ganhariam muito se trouxessem mais elementos de nossas vidas cotidianas”, argumenta.
 
O mais importante é saber que gramática difere de língua em uso, aquela que é falada pelas pessoas em vários lugares e
situações do cotidiano. “Temos a gramática normativa, que é essa que aprendemos na escola e que está preocupada em dizer o
que é certo e errado, mas temos outras, que estão mais preocupadas em como as coisas são do que como deveriam ser. Temos
as gramáticas gerativa, descritiva, histórica, de usos e de valências, dentre outras”, cita, afirmando que, no Brasil e na América
Latina, temos uma forte tradição de ensinar apenas a gramática normativa nas escolas.
 
“Isso faz com que a sociedade tenha a sensação de que a língua não muda. Fundamentalmente, nossa tradição escolar- -
normativa faz com que acreditemos que mudanças ‘ameaçam’ a língua e a sociedade. Pelo contrário, mudança é a matéria- -
prima de qualquer língua”.
 
(CHELUJE, Gustavo. "Todes" é mais que respeitar a gramática, é inclusão social, dizem especialistas. A Gazeta, 2021. Disponível em:
https://www.agazeta.com.br/amp/entretenimento/cultura/todes-emais- que-respeitar-a-gramatica-e-inclusao-social-dizem-especialistas- 0321.
Acesso em: 08/08/2021. Com adaptações.)
 
As palavras sofrem modificações em seu significado quando acrescidas de elementos mórficos, como os prefixos.
O prefixo in-, por exemplo, pode apresentar diversos sentidos. Com base nessa informação, assinale a alternativa
em que o prefixo in- apresenta o mesmo significado em ambas as palavras.
 a) inclusão – incorreto
 b) inclusiva – insegurança
 c) insegurança – incluídas
 d) incorreto – incapacidade
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Questão 18: Instituto Consulplan - Ass Prev (PREVIFOR)/PREVIFOR/2021
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Você já foi criticado alguma vez por reclamar de algo? Tem ganhado espaço na sociedade uma censura à reclamação. É como se
pessoas devessem banir todo e qualquer sentimento que não seja ligado a uma ideia um pouco mítica do que seria felicidade –
como se felicidade devesse ser somente os sentimentos e as vivências positivas, prazerosas e satisfatórias. Essa, porém, não é a
realidade, quando a gente pensa no sentido de uma saúde mental e do que é natureza da vida mental.
 
Por mais que seja normal ter pensamentos negativos, raiva, irritação e verbalizar por meio da reclamação, muita gente despreza
tudo isso e diz que temos apenas que agradecer, pensar positivo e não reclamar, em todas as situações da vida. Agir assim, no
entanto, não resolve o problema e pode até piorar, pois a pessoa acaba sufocando o que não está lhe fazendo bem. Quando algo
nos incomoda e falamos sobre isso, essa reclamação se torna um desabafo, e são coisas normais que devemos aprender a
aceitar. Ao reclamar, fazemos uma função psicológica muito importante que é a catarse, quando purificamos nossos sentimentos
liberando os sentimentos que nos afligem. Colocar essa energia para fora torna a reclamação algo positivo.
 
Estar em acordo com a experiência mental legítima daquilo que a gente vive em relação aos sentimentos, acontecimentos e
experiências com o outro é fundamental, e reclamar é uma parte disso. Poder expressar o que sente é o que vai determinar uma
maturidade mental. Reclamar é poder estar em sintonia com a realidade psíquica, pois demonstra autenticidade e legitimidade
com aquilo que se é, independentemente de qual é a natureza do afeto implicado. Manter somente atitudes positivas, de acordo
com os especialistas, é um erro. Ter pensamentos e emoções consideradas negativas é natural e todos temos. Além disso,
represar a reclamação e os sentimentos ligados a ela acaba criando sintomas prejudiciais à saúde mental.
 
Quando a pessoa não exprime sua insatisfação, não reclama ou desabafa, isso pode desencadear, por exemplo, uma situação na
qual a pessoa acumula episódios contínuos de não ser ela mesma, não expressar o que ela sente, não ser autêntica consigo
mesma. Isso gera um represamento de emoções e em algum momento essa pessoa pode não suportar mais. Por isso, vemos
muitas vezes situações extremistas, de agressividade, violência aparentemente sem um sentido, mas que são frutos de um
contínuo processo de substituição de sentimentos legítimos de insatisfação e frustração.
 
Se o excesso de positividade é prejudicial, o oposto também é danoso. Ninguém gosta de ficar perto de um reclamador
inveterado. Qual é então o limite saudável de reclamações? Depende do quanto ela se repete e quais aspectos que ela toma da
sua vida, ou seja, se é muito frequente e se atrapalha nas suas tarefas diárias. Nos últimos tempos, a tendência é banir os
chamados aspectos negativos, como pensamentos, reclamações e sentimentos equivalentes, mas eles são necessários, pois são
responsáveis pelo equilíbrio da vida mental.
 
Abafar esses sentimentos ditos negativos acaba criando sintomas de doenças. O que aparentemente seria para melhorar a
sociedade torna-se uma doença social, que inicialmente é uma doença de cada pessoa que tenta cumprir esse lugar de ter que
ser feliz a qualquer preço, quando, na verdade, é a tentativa de se aproximar de padrões que não condizem com a realidade da
saúde mental humana.
 
Por isso é preciso diferenciar uma reclamação associada à expressão de uma frustração, medo ou decepção por algo ou alguém.
Muita gente pensa que a depressão vai aparecer de uma forma muito característica, caricata, em que a pessoa vai ficar triste, se
fechar no quarto, não vai falar com os outros. Essa é uma das formas de depressão, mas existem outras, e muitas vezes a
irritação permanente, a reclamação contínua e uma insatisfação com tudo podem estar comunicando algo sobre essa pessoa.
 
Para uma boa saúde mental, manter o equilíbrio é fundamental. A vida tem altos e baixos, aceitar isso é uma atitude madura. Se
não houver momentos ruins, não saberemos dar valor aos bons momentos. Essa dualidade nos ensina a ser críticos, a saber a
diferença do que é bom e do que é ruim. Quando nivelamos tudo, deixamos passar momentos bons por não sabermos o quanto
eles nos são bons, assim como não valorizamos os aprendizados dos momentos ruins.
 
(Texto adaptado especialmente para esta prova. Disponível em: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/
2020/02/22/recla mar-e-importante-para-desabafar-frustracoes-veja-quando-viraexagero. htm. Acesso em: 27/02/ 2020.)
 
O termo “dualidade” decorre do processo de formação de palavras denominado derivação sufixal, sendo que o seu sufixo é:
 a) Verbal.
 b) Nominal.
 c) Adverbial.
 d) Prepositivo.
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Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Texto I para responder à questão.
 
Impactos da pandemia na educação brasileira de jovens e adultos
 
Diante da pandemia decorrente do vírus Covid-19 fica ainda mais evidente o cenário de desigualdade no âmbito da educação
brasileira. A situação trouxe à tona problemas como: a falta de recursos digitais, a dificuldade de aprendizagem dos alunos
portadores de deficiência e o impacto da saúde mental em crianças e jovens, entre outros.
 
Com o avanço da tecnologia, o Ensino a Distância (EaD) foi se tornando cada vez mais viável, inclusive com faculdades sendo
inteiramente a distância. Já no começo da pandemia, com o ensino presencial se tornando inviável, várias instituições decidiram
abraçar o EaD como método de ensino, mas há muitos alunos vindos de zonas rurais sem acesso à internet, ou com algum tipo
de deficiência, entre tantas situações que dificultam este acesso. Com isso, não tendo o devido acompanhamento, o ensino pode
ser elitizado ou capacitista, pois escolas com poucas condições de renda podem ter dificuldades, fazendo com que o aluno não
atinja as metas exigidas pela instituição.
 
Em agosto de 2020, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) realizou o estudo “Acesso Domiciliar à Internet e Ensino
Remoto Durante a Pandemia”, o qual evidenciou que “cerca de seis milhões de estudantes, desde a pré-escola até a pós-
graduação, não têm acesso à internet banda larga ou 3G/4G em casa”. Também mostrou que alunos do ensino fundamental são
os mais afetados, juntamente com os anos iniciais e os anos finais, o que somava mais de 4,35 milhões de estudantes sem
acesso, sendo 4,23 milhões de escolas públicas. No ensino médio eram 780 mil adolescentes sem internet em casa.
 
Outro fator discutido durante a pandemia é a Educação Inclusiva. Em uma entrevista para o site Nova Escola, Lailla Micas,
coordenadora do portal DIVERSA, uma iniciativa do Instituto Rodrigo Mendes (IRM) e Maria da Paz Castro (Gunga),
coordenadora pedagógica e consultora da área de inclusão da Escola da Vila, em São Paulo falaram sobre responsabilidade. Elas
asseguraram que as escolas, juntamente com o engajamento dos pais, têm o papel de cuidar para que nenhuma pessoa
portadora de deficiência seja desmotivada, excluída ou deixe de estudar em razão das suas limitações. Desta forma, é
responsabilidade de todos atuarem para que não haja consequências discriminatórias e de aprofundamento das desigualdades.
 
Além do mais, outro fator que se perpetua na sociedade e que sobressai em tempos de pandemia, é a saúde mental, a qual tem
ocasionado muitos problemas nas pessoas por conta do isolamento físico e social. Diversos estudos internacionais ressaltam que
houve um aumento de indivíduos com problemas psíquicos que podem compreender desde ansiedade, ataques de pânico,
depressão, estresse pós-traumático e inclusive o medo excessivo da morte.
 
Devora Kestel, que apresentou um relatório na agência de saúde da ONU a respeito da Covid-19 e da saúde mental, em
entrevista para o portal G1 ressalta que um aumento no número e na gravidade de doenças mentais é provável, e que os
governos deveriam colocar a questão “na linha de frente” de suas reações. “A saúde mental e o bem-estar de sociedades inteiras
foram seriamente impactados por esta crise e são uma prioridade a ser abordada urgentemente”, disse Kestel em entrevista
coletiva.
 
(Agência Experimental, 2021. Disponível em: https://www.ufsm.br/midias/ experimental/integra/2021/01/22/impactos-da-pandemia-na-educacao
-brasileira-de-jovens-e-adultos/. Acesso em: 16/08/2021. Com adaptações.)
 
Os termos EaD, IPEA, IRM, ONU e Covid são conhecidos como siglas. Do ponto de vista morfológico, as siglas são
entendidas como um processo de formação de palavras que consiste em:
 a) Alterar a classe gramatical da palavra sem que se modifique sua forma original.
 b) Combinar letras ou sílabas de uma sequência de palavras para formar um nome.
 c) Unir dois ou mais radicais para formar uma nova palavra, sem alteração fonética.
 d) Eliminar um segmento de uma palavra, a fim de se obter uma forma mais reduzida.
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Questão 20: Instituto Consulplan - TEnf (Pref Colômbia)/Pref Colômbia/2020
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Poluição visual: entenda seus impactos
Poluição visual é o excesso de elementos visuais criados pelo homem que são espalhados, geralmente, em grandes cidades e que
promovem certo desconforto visual e espacial. Esse tipo de poluição pode ser causado por anúncios, propagandas, placas, postes,
fios elétricos, lixo, torres de telefone, entre outros.
A poluição visual, que atua junto com a poluição luminosa, está muito presente nos grandes centros urbanos por conta da
enorme quantidade de anúncios publicitários e sua não harmonia com o ambiente, desviando exageradamente a atenção dos
habitantes.
Além dos danos estéticos, este tipo de poluição pode ser perigoso para motoristas e outras pessoas. Um prédio feito de vidro
pode refletir a luz do sol, criando uma poluição visual que obstrui a visão de quem guia veículos nas vias. Também os anúncios
publicitários situados perto de malhas viárias podem distrair os motoristas enquanto dirigem, causando acidentes.
Problemas como estresse e desconforto visual também estão relacionados com a poluição visual. Um estudo recente da
Universidade A&M, do Texas, nos EUA, demonstrou como a poluição visual está relacionada a esses problemas. Depois de ter
realizado situações estressantes, as pessoas estudadas utilizaram dois tipos de avenidas: uma em direção ao interior com poucos
ou nenhum anúncio publicitário e a outra cheia de anúncios e demais elementos que são causas de poluição visual. Os níveis de
estresse diminuíram rapidamente nos indivíduos que utilizaram o primeiro tipo de avenida, enquanto permaneceu alta naqueles
que utilizaram o segundo tipo.
Outros danos negativos do excesso de anúncios publicitários são o incentivo ao consumo, que pode gerar problemas, como
obesidade, tabagismo, alcoolismo e o aumento de geração de resíduos (seja por conta do anúncio em si ou do descarte dos
produtos oferecidos pela publicidade). [...]
Aqui no Brasil é fácil perceber o impacto da poluição visual em épocas de eleições. Além do estresse e do incômodo gerados pela
propaganda eleitoral, o peso ambiental da distribuição de panfletos com o número dos candidatos (o famoso “santinho”) é
imenso. [...]
Para inibir ou controlar esse tipo de poluição, uma possibilidade é criação de leis regulamentando o uso de anúncios publicitários,
que são os principais causadores desse tipo de dano. Em São Paulo e em algumas outras cidades, houve a implantação de
regulamentações, que ordenam a paisagem do município e visam equilibrar os elementos que compõem a paisagem urbana,
restringindo a publicidade externa como outdoors, faixas, cartazes e totens.
(Poluição visual: entenda seus impactos.
Texto adaptado. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/2738-poluicao-visual. Acesso em: 20/01/2019.)
“Desconforto” é uma palavra formada por um prefixo que possui o sentido de ação contrária. Qual dos prefixos a seguir NÃO
corresponde ao sentido apresentado?
 a) Hipérbole (hiper- = excesso).
 b) Adjunto (ad- = aproximação).
 c) Introversão (intro- = movimento para dentro).
 d) Perímetro (peri- = posição ou movimento para fora).
Esta questão possui comentário do professor no site. www.tecconcursos.com.br/questoes/1457211
Questão 21: Instituto Consulplan - AOE (Pref Colômbia)/Pref Colômbia/2020
Assunto: Formação e Estrutura das palavras
Epidemia homicida
Os últimos números de violência contra a mulher deixam claro que a sociedade brasileira sofre de uma séria enfermidade. Há algo
muito errado acontecendo com os homens, e atos sexistas, em que eles se impõem pela força, estão sendo cometidos em
proporções alarmantes. Uma epidemia de

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