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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - UESC DEPARTAMENTOS DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - DCB BIOMEDICINA GABRIELLY DOS SANTOS DA SILVA VISÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS FILMES ILHÉUS - BAHIA 2022 GABRIELLY DOS SANTOS DA SILVA VISÃO EPIDEMIOLÓGICA DOS FILMES Resumos sob visão epidemiológica dos filmes assistidos durante a disciplina de Epidemiologia e Saúde Pública apresentado no curso de graduação de Biomedicina da Universidade Estadual de Santa Cruz, como requisito parcial da disciplina. Orientadora: Pollyana Alves Dias Costa. ILHÉUS - BAHIA 2022 CONTÁGIO O filme Contágio é estadunidense do ano de 2011,dirigido por Steven Soderbergh. O filme trata sobre a propagação de um vírus desconhecido que apresentava sintomas gripais e convulsões, que levava a óbito em pouco tempo. Inicialmente suspeitavam que viesse de algum animal e assim transmitia para os humanos. Tudo começou quando uma mulher fez uma viagem de negócios, saindo dos Estados Unidos para China, porém, durante a viagem ela frequentou um cassino e foi infectada pelo vírus. No decorrer do filme, há o aumento do número de casos de pessoas infectadas, ocasionando um quadro de pandemia. Os métodos epidemiológicos são perceptíveis a partir do momento em que começa a ocorrer investigações para descobrir quem foi o paciente zero, onde a doença se originou, como ela foi causada, como ocorria sua disseminação e fazendo o famoso lockdown, no intuito de conter a propagação da doença. Os cientistas lutavam para conseguir uma cura, tentando encontrar medicamentos eficazes que diminuíssem os sintomas causados pelo vírus e fazendo testes até se conseguir uma vacina. Nos últimos minutos do filme volta para o dia 1, mostrando como foi que aconteceu a transmissão e como a doença surgiu. Tudo foi causado a partir de uma floresta que foi desmatada, os morcegos que estavam lá migraram para outro lugar, tiveram contato com porcos, os porcos tiveram contato com o fazendeiro, o fazendeiro com o cozinheiro e dele para a mulher que viajou a trabalho e resolveu tirar uma foto com o cozinheiro do restaurante, havendo, assim, a transmissão, visto que a doença se espalhava pelo, toque, objetos contaminados e pessoas doentes. https://pt.wikipedia.org/wiki/Estados_Unidos https://pt.wikipedia.org/wiki/2011 https://pt.wikipedia.org/wiki/Steven_Soderbergh SICKO O filme SICKO – SOS saúde, retrata situações reais de saúde vivida pela população americana, onde não se tem um sistema de saúde financiado pelo governo , e a população passa a depender de empresas prestadoras de planos de saúde, que apesar de lucrarem muito bem , não dá o suporte necessário nem a pessoas enfermas, que precisam de atendimento de qualidade , nem a pessoas com saúde. Nos EUA pode-se ver que apesar das pessoas pagarem pelo plano de saúde, ele cobre pouca parte dos atendimentos que a população precisa , visando somente o lucro e não a satisfação de um todo. Um exemplo visível de caos são o s casos apresentados das famílias americanas que pagam devidamente seus planos, mas não tem suas despesas gastas em saúde totalmente pagas por essas empresas, nem acesso aos medicamentos que precisam, sem falar nos exames que poderiam ajudar significativamente . E, em alguns casos as pessoas doentes chegam a ir a óbito, pois tiveram o atendimento negado pelas empresas de saúde, em outros casos por preconceito, pela cor da pele e até por sua classe social. Dessa forma, não é possível extrair um raciocínio/método epidemiológico do filme já que não há uma real preocupação com o estado de saúde da população americana, visto que as empresas prestadoras de serviço de saúde só visa o lucro e mais nada. Portanto, esse filme estimula uma reflexão de que apesar do Brasil ter um sistema de saúde um pouco precário, ele funciona, diferentemente dos EUA que possui seguradoras que só obtém lucros abusivos, consequentemente gerando insatisfação a seus usuários e, por assim dizer, a morte deles. O ÓLEO DE LORENZO Lançado em 1992, o filme “O Óleo de Lorenzo”, que é baseado em fatos reais, retrata a dor e angústia de Michaela (Susan Sarandon) e Augusto (Nicki Nolte) ao descobrirem que seu filho Lorenzo (Zack O’Malley Greenburg), de 6 anos, possuía uma doença genética grave e progressiva chamada adrenoleucodistrofia (ALD) com um prognóstico de sobrevida de até 2 anos. Sem aceitar o triste diagnóstico do filho e a falta de um tratamento eficaz, ao mesmo tempo que assistiam os sintomas do filho piorarem, os pais decidiram lutar para encontrar uma cura para a doença. Sendo assim, o filme não representa um método epidemiológico propriamente dito, mas a busca para o tratamento dessa doença e a melhoria da qualidade de vida dos doentes. Então, mesmo sendo leigos e sem qualquer formação acadêmica no assunto, os pais de Lorenzo passaram a dedicar os seus dias na busca por um tratamento para a adrenoleucodistrofia. Leram livros, buscaram médicos e outros profissionais da área, indústrias farmacêuticas, conversaram com professores de universidades e até organizaram um simpósio internacional que uniu especialistas do mundo inteiro para discutir um possível tratamento para a doença. Todo o esforço se recompensou ao conseguirem produzir uma formulação contendo uma mistura de ácidos graxos (derivados dos ácidos oleico e erúcico). Ao introduzirem o óleo na dieta do filho, eles observaram que os sintomas pararam de progredir e conseguiram controlar o acúmulo anormal de ácidos graxos de cadeia muito longa no organismo de Lorenzo. Logo, o óleo, chamado “óleo de Lorenzo”, passou a ser usado para tratamento de outros pacientes e comercializado até hoje em dia. VÍRUS No filme “Vírus”, de 2009, uma epidemia assola o mundo, todos estão morrendo e não há nada que se possa fazer. Nesse ambiente, quatro adolescentes tentam sobreviver. Porém, no caminho eles passam por diversos problemas, dentre eles a dúvida se podem mesmo confiar um no outro, expondo o lado humano (ou desumano) dos personagens. Desse modo, Danny e seu irmão Brian, Bobby e Kate percorrem as estradas do oeste americano, rumo a uma praia isolada ligada à infância dos irmãos. Eles acreditam que lá estarão seguros. Só que no caminho o carro quebra, o que faz com que fiquem à beira de uma estrada abandonada. Logo eles encontram um carro estacionado, onde um homem precisa de ajuda para conseguir uma cura para sua filha, que está infectada. Então, é iniciada uma jornada onde eles precisaram enfrentar não apenas o vírus mortal, mas também, como já citado, a desconfiança existente entre eles em uma luta desesperada para sobreviver. Em relação a epidemiologia, o filme não apresenta um método epidemiológico, visto que em nenhum momento é explicado como se disseminou a doença, tudo o que se sabe é que ela era transmitida pelo ar e pelo contato com o sangue do infectado. Até mesmo as consequências da infecção não são explicadas de forma direta. No entanto, o filme mostra uma abordagem extremamente realista sobre como seria sobreviver em meio a uma epidemia. A competição por suprimentos, a esperança (ou a falta dela) na busca de uma cura para a doença e todos os sacrifícios necessários para sobreviver são evidenciados durante os 90 minutos do filme. Porém, ficar vivo, como exposto, talvez fosse a pior forma de morrer. E A VIDA CONTINUA O filme "E a vida continua" de 1993 do diretor Roger Spottiswoode, retrata o contexto do aparecimento da AIDS, esboçando todo um panorama sobre as dificuldades de se caracterizar e identificar essa nova doença, bem como sobre sua influência na mudança dos hábitos comportamentais da época. Essa enfermidade é tratada no filme como epidemia, mas hoje em dia, por ter se espalhado pelo planeta, é melhor classificada como pandemia. Os seus primeiros casos surgiram nos hospitais da França e dos Estados Unidos. Em comum, os doentes apresentavam Pneumonia por pneumocystis (mesmo conhecida por ser letal apenas quando associada a outra doença, apresentava casos de mortes sem explicação),além de outras doenças secundárias incomuns em pacientes de determinada faixa de idade, isso porque a AIDS destrói as células do sistema imunológico dos indivíduos, deixando o organismo vulnerável à instalação de doenças, e algumas dessas eram mais prevalentes naquele período. Quando esses casos são notificados ao Centro de Controle de Doenças de Atlanta, uma equipe é montada para o levantamento de dados. Esses pesquisadores, entram em contato com doentes e familiares, e lançando mão de um instrumento, fazem os primeiros questionários e coletas de informações. Além de utilizarem fichas e prontuários médicos, classificados como unidades de investigação agregada, para complementar o estudo. Neste instrumento são utilizadas variáveis quantitativas, como por exemplo "número de relações sexuais por ano" e qualitativas relacionadas à pessoa, tais como: estilo de vida, alimentação, ambientes frequentados (com particular atenção às saunas, local que aparecia nas pesquisas como possível locus de transmissão). O aparecimento da patologia se dá atrelada a uma forte polêmica. Uma vez que, de início, se manifesta exclusivamente na comunidade gay, esta é associada como a população de estudo. A enfermidade é tida socialmente como uma espécie de castigo divino, sendo veiculada nas mídias como a "peste gay" ou o "câncer gay". Além disso, o fato de ser homossexual é visto como um fator de risco para manifestar a doença. Nas reuniões da equipe, muitas hipóteses são propostas, mas após análises bioestatísticas, relacionadas ao aumento da taxa de mortalidade para a doença (de 40% para 100%) supõem que ela seja causada por um agente infeccioso (viral) de transmissão sexual e partem para um estudo mais aprofundado a partir desta premissa. A transmissão sexual é comprovada, a partir de entrevistas com muitos doentes em potencial, pessoas já doentes e seus casos amorosos. No filme, um dos cientistas elabora uma espécie de esquema que comprova o contágio por via sexual, tendo por base um comissário de bordo de Nova Yorque. À medida que o tempo passa, o número de casos novos (incidência) só aumentava e o levantamento de dados foi feito conforme ocorriam os casos (levantamento contínuo). No filme, ainda é passível de identificar casos autóctones (cuja transmissão acontece no local de manifestação da doença), tais quais os acometidos pelo agravo a partir de transfusões de sangue, e um possível caso alóctone, representado pelo rapaz que, segundo seu amigo, pode ter sido infectado em Nova York. Os pesquisadores encontraram alguns empecilhos para dar procedimento às pesquisas, além dos investimentos governamentais serem curtos, o laboratório era precário e limitava muito suas descobertas. Quando são notificados os primeiros casos da doença em bebês, haitianos heterossexuais e hemofílicos, os cientistas observam o sangue como outro possível responsável (além da relação sexual em si) pela transmissão, o que além de acabar com a ideia de uma doença exclusiva para homossexuais, também permitiu o início das discussões para iniciar as primeiras intervenções: O fechamento das saunas e o uso de testes de hepatite B (88% confiáveis para detectar também a nova doença) em doadores dos bancos de sangue. Com a possibilidade de se tratar de um Retrovírus como nos casos de câncer felino e hepatite B, para acelerar as descobertas e o isolamento do vírus, os pesquisadores firmaram uma parceria com dois institutos de pesquisa que mais tarde brigaram na justiça pela patente do retrovírus causador. Neste ponto, o filme crítica ativamente a posição do Dr. Gallo enquanto pesquisador, colocando como antiético o fato do mesmo se apossar de dados do outro instituto e usá-los como seus. O filme se encerra com sutis mudanças na sociedade da época e uma forte crítica político-social. O número de mortos atinge proporções assustadoras, as pessoas passam a conviver com a ameaça da doença, mas nenhum tratamento é apresentado. Portanto, é perceptível que o filme como um todo é baseado em métodos epidemiológicos.
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