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ESPECTROFOTOMETRIA Natália Cristina Ramos Centro de Educação Profissional Renato Ramos da Silva 2° Módulo – Técnico em Análises Químicas Professora Camila Ramos – Análise Instrumental Lages, 2022. 1. INTRODUÇÃO Nos dias 21, 26 e 31/10, realizou-se aulas práticas de Laboratório de Química, sendo o conteúdo da aula a espectrofotometria, com o uso do espectrofotômetro manual para analisar amostras de KMnO4 e K2CrO4. Posteriormente, estudou-se os cálculos que envolvem esse tipo de análise. A espectroscopia de absorção no UV-VIS tem ampla aplicação em laboratórios de análises e pesquisas físicas, químicas, bioquímicas, farmacológicas, etc. Inúmeras vantagens contribuem para sua popularidade; a principal, é o fato de ser uma técnica espectroscópica quantitativa. Aliado a isto, a técnica tem baixo custo operacional, é de fácil utilização e produz resultados de interpretação geralmente bastante simples. Em laboratórios analíticos, esta técnica é muito utilizada na quantificação direta de pequenas moléculas orgânicas e inorgânicas, de macromoléculas como proteínas e ácidos nucléicos ou na quantificação indireta de espécies inorgânicas, orgânicas e biológicas. (GALO, COLOMBO, 2009). De forma geral, a espectrofotometria se constitui em: uma fonte de radiação, que pode ser uma lâmpada incandescente, a amostra e um detector. É na fonte de radiação que deve haver um modo de controle e seleção do comprimento de onda que deve incidir na amostra, o que é feito por meio de filtros ou monocromatizadores (prismas). O prisma separa esse feixe de luz monocromática em seus diferentes comprimentos de onda e nos permite saber a quantidade de luz absorvida pela solução correspondente a cada comprimento de onda. A amostra deve estar contida em um recipiente típico denominado cubeta. Já o detector é um instrumento sensível à radiação e servirá para refletir uma medida da intensidade da mesma, por meio da conversão do sinal percebido em um valor numérico (PETKOWICZ, et al., 2007). Segundo PORTELA (2016), o resultado alcançado em uma análise pela espectrofotometria é o conjunto das absorbâncias correspondentes aos vários comprimentos de onda, o que se denomina espectro de absorção. Esse espectro varia de substância para substância ou de solução para solução, já que depende de características inerentes às mesmas. Assim, por exemplo, no caso de uma substância ou solução de cor verde, a luz verde será refletida e não absorvida pela substância, que tende a absorver apenas comprimentos de onda correspondentes ao vermelho (cor complementar ao verde). 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Materiais Utilizados Vidrarias Equipamentos Reagentes Balão volumétri co (100 ml) Espectrofotômetro Água destilada Pipetas graduadas Cubeta KMnO4 Pipetas volumétri cas Balança analítica Balança analítica Frascos âmbares Tabela 1: materiais utilizados. 2.2 Procedimento Experimental A turma foi dividida em dois grupos a fim de preparar soluções a partir de 2 reagentes: KMnO4 (permanganato de potássio) e K2CrO4 (cromato de potássio). A partir de uma solução 0,02 mol/L de KMnO4, preparou-se outras 8 soluções, adicionando-se pequenas porções da solução original em balões volumétricos de 100 ml; o mesmo procedimento ocorreu com o K2CrO4, apesar das porções da solução original serem diferentes. Enquanto foram adicionados de 1 ml a 6 ml de permanganato de potássio nas novas soluções, as de cromato de potássio ficaram entre 0,5 ml a 4 ml. Então, rotulou-se os frascos âmbares e as soluções de diferentes concentrações foram armazenadas. O uso do espectrofotômetro também foi dividido conforme os dois grupos previamente estabelecidos. Os estudantes aprenderam a maneira correta de se colocar a amostra na cubeta, calibrar o branco, além de como manusear o equipamento analítico. No primeiro momento, analisou-se a absorbância das soluções de 3 ml de KMnO4 e 1,25 ml de K2CrO4, variando-se os comprimentos de onda. Depois, analisou-se a absorbância de cada uma das soluções preparadas para o comprimento de onda com a maior absorbância para cada um dos reagentes. O processo foi feito em duplicata, então obteve-se a absorbância média entre duas amostras de mesma concentração. Por fim, os estudantes, em sala de aula, realizaram os cálculos para descobrir a concentração molar das soluções analisadas e a equação da reta que relaciona absorbância e concentração, para descobrir a concentração desconhecida de uma amostra. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Absorbância x Concentração Para os dois reagentes analisados, há tabelas com a concentração molar da solução e sua absorbância média. Na análise do permanganato de potássio, utilizou-se o comprimento de onda de 525 nm e do cromato de potássio, o de 372 nm (medidas com maior absorbância observadas em outras soluções anteriormente). Esse tipo de procedimento, realizar a análise de várias amostras de uma mesma substância com concentrações diferentes, é realizado para se construir a curva padrão, a fim de se encontrar a constante de proporcionalidade de absorção. Levando-se em conta somente a análise desses dados, entende-se que quanto maior a concentração da amostra, maior é a sua absorbância, ou seja, consegue absorver mais a radiação em um comprimento de onda específico. Para se calcular a concentração molar de cada solução, usou-se a fórmula da diluição: Cinicial * Vinicial = Cfinal * Vfinal. Devido essa proporcionalidade entre os dados, também foi possível estabelecer a relação da concentração com a absorbância, através de uma equação da reta: Absorbância (y) = a * concentração (x) + b KMnO4: Abs = 2050 * C + 0,05 K2CrO4: Abs = 4000 * C – 0,06 Com essa equação, pôde-se descobrir a concentração de uma amostra de KMnO4, que apresentou uma absorbância média de 0,95. Obteve-se um resultado igual a 4,4 * 10-4 mol/L. Solução KMnO4 Concentração Molar (mol/L) Absorbância Média 1 ml 2 * 10-4 0,46 2 ml 4 * 10-4 0,87 2,5 ml 5 * 10-4 1,13 3 ml 6* 10-4 1,34 3,5 ml 7 * 10-4 1,57 4 ml 8 * 10-4 1,79 4,5 ml 9 * 10-4 1,99 6 ml 1,2 * 10-3 2,50 Tabela 2: dados das soluções de KMnO4. Figura 2: soluções de diferentes concentrações de permanganato de potássio. Fonte: a autora. Figura 1: espectrofotômetro manual. Fonte: a autora Solução K2CrO4 Concentração Molar (mol/L) Absorbância Média 0,5 ml 1 * 10-4 0,34 0,75 ml 1,5 * 10-4 0,54 1 ml 2 * 10-4 0,70 1,25 ml 2,5 * 10-4 0,93 1,5 ml 3 * 10-4 1,22 2 ml 4 * 10-4 1,57 2,5 ml 5 * 10-4 2,5 4 ml 8 * 10-4 2,5 Tabela 3: dados das soluções de K2CrO4. Gráfico 1: construído com os valores da tabela 1. Gráfico 2: construído com os valores da tabela 2. Absorbância x Comprimento de Onda O melhor comprimento de onda para uma solução é o comprimento de onda com maior absorção da luz e, portanto, menor transmitância, ou seja: maior absorbância e menor transmitância. A transmitância é a grandeza complementar à absorbância, medindo a quantidade de luz que a amostra não consegue absorver, ou seja, que passa por ela sem sofrer desvios. No gráfico comprimento de onda x absorbância (denominado como espectro de absorção), é possível observar qual o melhor comprimento de onda para a captação da luz em cada substância. KMnO4: Comprimento de Onda Absorbância 430 0,245 450 0,261 470 0,402 480 0,536 490 0,691 500 0,878 505 1,023 510 1,052 515 1,202 520 1,340 530 1,258 540 1,195 560 0,769 580 0,378 Tabela 4. K2CrO4: Comprimento de Onda Absorbância 320 0,260 330 0,255 340 0,352 355 0,572 360 0,616 365 0,663 370 0,675 372 0,679 374 0,670 376 0,655 380 0,6100 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 2 4 6 8 10 Concentração Molar x Absorbância Média K2CrO4 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 0 2 4 6 8 10 Concentração Molar x Absorbância Média KMnO4 385 0,533 390 0,440 400 0,240 410 0,137 Tabela 5. Gráfico 3: construído com os valores da tabela 4. Gráfico 4: construído com os valores da tabela 5. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática foi importante para a formação dos estudantes, uma vez que o espectrofotômetro é um equipamento bastante utilizado nas análises químicas e necessita ser manuseado de maneira correta a fim de se obter resultados mais precisos possíveis. Além disso, o estudo das equações e construção dos gráficos também foram essenciais, pois a partir dessas inferências matemáticas estudos sobre as propriedades e usos das substâncias analisadas podem ser realizados. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO Aula Prática de Análise Instrumental, Professora: Camila R Ávila. Realizada nos dias 21, 26 e 31 de outubro de 2022 no Laboratório Químico na Instituição CEDUP Renato Ramos da Silva. GALO, André Luiz; COLOMBO, Márcio Francisco. Espectrofotometria de longo caminho óptico em espectrofotômetro de duplo- feixe convencional: uma alternativa simples para investigações de amostras com densidade óptica muito baixa. Química Nova,, p. 488- 492, 2009. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: https://www.scielo.br/j/qn/a/ZY45c79NHd9v MzfgJWVXZHR/?lang=pt. PETKOWICZ, C.L. Bioquímica: aulas práticas. 7ª edição. Curitiba: Editora UFPR, 2007. Benedito Yago Machado Portela. Espectrofotometria, Essencial para Análises Clínicas. Centro Universitário Católica de Quixadá. Mostra Científica em Biomedicina, Volume 1, Número 01, 2016. Disponível em: http://45.170.157.12/home/bitstream/12345678 9/687/1/824-2890-1-PB.pdf 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 0 200 400 600 800 A b so rb ân ci a Comprimento de Onda Espectro de Absorção KMnO4 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0 200 400 600 A b so rb ân ci a Comprimento de Onda Espectro de Absorção K2CrO4
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