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profa_ana_paula_boleti
Lipídeos: estrutura e função
 
Bioquímica facilitada
Introdução
Lipídeos são um grupo de compostos quimicamente diferentes entre si, mas tem na insolubilidade em
água uma característica definidora e comum a todos. As gorduras e os óleos são as principais formas de
armazenamento de energia em muitos organismos. Eles são importantes constituintes da dieta, não
somente por seu elevado valor energético, mas também porque as vitaminas lipossolúveis e os ácidos
graxos essenciais estão contidos na gordura dos alimentos naturais.
Os fosfolipídios e os esteróis são elementos estruturais de grande importância nas membranas
biológicas. Outros lipídios, embora presentes em quantidades relativamente pequenas, desempenham
funções cruciais como co-fatores enzimáticos, âncoras hidrofóbicas para proteínas, “moléculas guia”
que ajudam o dobramento de moléculas proteicas de membranas celulares, agentes emulsificantes no
trato digestivo, hormônios e mensageiros intracelulares.
 Os lipídeos são classificados como simples e complexos. Lipídeos simples são ésteres de ácidos graxos
com diversos álcoois, como gorduras e ceras. Já os Lipídeos complexos são ésteres de ácidos graxos
contendo grupamentos além de um álcool e um ácido graxo, como por exemplos os fosfolipideos e
glicoesfingolipideos de membrana. 
Profa Dra. Ana Paula Boleti
As gorduras e os óleos empregados quase universalmente nos organismos vivos como formas de reserva
são derivados de ácidos graxos. Os ácidos graxos são derivados de hidrocarbonetos.
Lipídeos de Reserva
profa_ana_paula_boleti
Ácidos graxos
Os ácidos graxos ocorrem no organismo
principalmente como ésteres em óleos e gorduras
naturais, mas são encontrados na forma não
esterificada como ácidos graxos livres, uma forma
de transporte no plasma. Os ácidos graxos são
ácidos carboxílicos com cadeias de
hidrocarbonetos variando de 4 a 36 átomos de
carbono (C4 a C36). Os ácidos graxos presentes nas
gorduras naturais comumente contêm um número
uniforme de átomos de carbono. A cadeia pode ser
saturada (não contendo ligações duplas) ou
insaturada (contendo uma ou mais ligações
duplas).
Os ácidos graxos insaturados podem ser
adicionalmente subdivididos da seguinte maneira:
monoinsaturados e poli-insaturados. Ácidos
monoinsaturados (monoetenoide, monoenoico),
contendo uma ligação dupla que está entre C-9 e
C-10 (Δ9), exemplo o ácido oleico. Ácidos poli-
insaturados (polietenoides, polienoicos), contendo
duas ou mais ligações duplas, em geral são Δ12 e
Δ15.
O ácido araquidônico é uma exceção a essa
generalização, as ligações duplas dos ácidos poli-
insaturados quase nunca são conjugadas (isto é,
alternando ligações duplas e simples como no
composto –CH=CH-CH=CH-), mas são separadas
por um grupo metileno:-CH= CH- CH2- CH= CH-. A
maioria dos ácidos graxos de ocorrência natural as
ligações duplas estão na configuração cis.
A nomenclatura sistemática mais comumente
empregada nomeia o ácido graxo a partir do
hidrocarboneto com o mesmo número e arranjo de
átomos de carbono, sendo o –oico substituído pelo
final –e (sistema de Genebra). Desta maneira, os
ácidos saturados terminam em –anoico; por
exemplo, ácido octanoico, e os ácidos insaturados
com ligações duplas terminam em –enoico; por
exemplo, ácido octadecenoico (ácido oleico).
Os átomos de carbono são numerados a partir do
carbono da carboxila (carbono no 1). Os átomos de
carbono adjacentes ao carbono da carboxila (nos 2,
3 e 4) também são conhecidos como os carbonos α,
β e γ, respectivamente, sendo que o carbono do
metil terminal é conhecido como o carbono ω ou n.
Diversas convenções utilizam o Δ (delta) para indicar
o número e a posição da dupla ligação. Exemplo, um
ácido graxo com 20 carbonos e com 2 ligações
duplas, uma entre o C-9 e C10....20:2 (Δ 9,12). O ácido
graxo de maior ocorrência na natureza tem número
par de átomos de carbono em cadeias não-
ramificadas com 12 a 24 carbonos.
Nomenclatura dos Ácidos graxos
profa_ana_paula_boleti
Propriedades físicas dos Ácidos graxos
As propriedades físicas dos ácidos graxos e dos
compostos que os contém são determinadas em
grande parte pelo comprimento e grau de
insaturação da cadeia hidrocarbonada. 
A cadeia hidrocarbonada é a responsável pela
pequena solubilidade dos ácidos graxos na água.
Quanto mais longa for a cadeia acila do ácido graxo
e quanto menos ligações duplas ela tiver, mais
baixa é a solubilidade em água. O grupo ácido
carboxílico é polar (e ionizado em pH neutro) e
conta para a pequena solubilidade dos ácidos
graxos de cadeia curta em água.
Os pontos de fusão também são muito
influenciados pelo comprimento e grau de
insaturação da cadeia hidrocarbonada. À
temperatura ambiente (25°C), os ácidos graxos
saturados de 12:0 a 24:0 têm consistência de cera,
enquanto os ácidos graxos insaturados de mesmo
comprimento são líquidos oleosos. Essa diferença
nos pontos de fusão deve-se a diferentes graus de
empacotamento das moléculas dos ácidos graxos.
Nos compostos totalmente saturados, a livre
rotação ao redor de cada ligação carbono-carbono
confere grande flexibilidade a cadeia
hidrocarbonada. Nos ácidos graxos insaturados,
uma dupla ligação na forma cis provoca uma
dobradura na cadeia hidrocarbonada. 
Triacilglicerois
Os lipídeos mais simples contendo ácidos graxos são
os triacilgliceróis, também comumente chamados
triglicerídeos, gorduras ou gorduras neutras. Os
triacilgliceróis são compostos por 3 moléculas de
ácido graxo unidas por ligação éster a uma única
molécula de glicerol. 
Aqueles contendo o mesmo tipo de ácido graxo em
todas as 3 posições esterificáveis do glicerol são
chamados triacilgliceróis simples e seus nomes
construídos a partir dos ácidos graxos neles
presentes. Por exemplo, os triacilgliceróis simples
contendo 16:0, 18:0 e 18:1 são denominados,
respectivamente, triestearina, tripalmitina e trioleína.
A maioria dos triacilgliceróis encontrados na
natureza são mistos, isso é, eles contem 2 ou 3
ácidos graxos diferentes entre si. Triacilgliceróis são
moléculas não-polares, hidrofóbicas e
essencialmente insolúveis em água.
Fonte: Lehninger et al./ Princípios de Bioquímicai. -6ed.-São Paulo: Sarvier, 2014.
profa_ana_paula_boleti
Na maioria das células eucarióticas os triacilgliceróis formam no citosol aquoso uma fase separada
constituída por gotículas oleosas que funcionam como depósitos de combustível metabólico. Nos
vertebrados, células especializadas chamadas adipócitos. Os triacilgliceróis também são armazenados
como óleos nas sementes de muitas espécies vegetais e fornecem energia e precursores biossintética
durante a germinação da semente. 
A maioria das gorduras naturais, como os presentes nos óleos vegetais, produtos lácteos e gorduras
animais, são misturas complexas de triacilgliceróis simples e misto. Elas contêm uma grande variedade de
ácidos graxos que diferem no comprimento da cadeia carbônica e no seu grau de saturação. Os óleos
vegetais, como o milho e de oliva, são compostos principalmente de triacilgliceróis com ácidos graxos
insaturados e, por isso, são líquidos na temperatura ambiente. 
 
As ceras de origem biológica são ésteres de ácidos graxos de cadeia longa (C14 a C36) saturada ou
insaturada com álcoois também de cadeia longa (C16 a C30). As temperaturas de fusão das diferentes
espécies de ceras (60 a 100°C) são, em geral, maiores que aquelas dos triacilgliceróis. As ceras são a
principal forma de armazenamento da energia metabólica no plancto, o conjunto de microrganismos que
flutuam livremente nos mares e constitui, a base alimentar dos animais marinhos.
Devido a impermeabilidade a água e a sua consistência firme, as ceras também executam várias outras
funções na natureza. Certas glândulas da pele de vertebrados secretam ceras para proteger os pelos e a
própria pele, mantendo-os flexíveis, lubrificados e a prova de água. Os pássaros, particularmente os
marinhos, secretam ceras de suas glândulas do bico para manter suas penas repelentes a água. As ceras
biológicas encontram uma variedade de aplicações na indústriafarmacêutica, de cosméticos e outras. A
lanolina (da lã de carneiro), a cera de abelha, a cera de carnaúba são largamente empregadas na
manufatura de loções, pomadas e polidores.
Funções dos triacilgliceróis 
Ceras biológicas
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A característica central na arquitetura das membranas biológicas é a camada dupla de lipídios, a qual
age como uma barreira impedindo a passagem de moléculas polares e íons. As moléculas dos lipídios da
membrana são anfipáticas: uma das extremidades dela é hidrofóbica, a outra, hidrofílica. As interações
hidrofóbicas entre si e suas interações hidrofílicas com a água promovem e orientam sua reunião e
organização em lâminas chamadas de bicamada de membrana. Existe 5 tipos de lipídeos de membrana:
glicerofosfolipideos; galactolipideos e sulfolipideos; lipídeo tetra éter arqueobacterianos;
esfingolipídeos e esteróis.
Os glicerofosfolipideos, também chamados fosfoglicerídeos, são lipídios de membrana nos quais 2 ácidos
graxos estão ligados por meio de ligações éster aos primeiro e segundo átomo de carbono do glicerol e um
grupo fortemente polar está ligado por ligação fosfodiéster ao terceiro carbono. Os glicerofosfolipideos são
derivados do seu composto ancestral: o ácido fosfatídico e em concordância com o álcool polar presente
como grupo-cabeça. 
Por exemplo, fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina possuem colina e etanolamina como grupo-cabeça
polar. Em todos esses compostos, o grupo-cabeça está ligado ao glicerol por meio de uma ligação
fosfodiéster na qual o grupo fosfato exibe carga elétrica negativa quando em pH neutro. O álcool polar
pode estar carregado negativamente (como no fosfatidilinositol 4,5-bifosfato), pode ser eletricamente
neutro (fosfatidilserina) ou ter carga positiva (fosfatidilcolina e fosfatidiletanolamina).
Glicerofosfolipídeos
Lipídeos Estruturais de membranas
Fosfolipídeos com ácidos graxos unidos por ligação éter
Alguns tecidos de animais e organismos unicelulares são ricos em lipídeos do tipo éter, neste tipo de lipídeo
uma das cadeias acilas entre as duas existentes, está ligada ao glicerol por meio de ligação éter ao invés
da ligação éster. A cadeia com ligação éter pode ser saturada, como nos lipídeos tipo alquil-éter, ou conter
uma dupla ligação entre C-1 e C-2, como nos plasmalogênicos. O tecido cardíaco de vertebrados é
singularmente rico em lipídeos tipo éter, mas o significado funcional desses lipídios nessas membranas é
desconhecido. Esses compostos constituem até 10% dos fosfolipídeos do cérebro e do músculo.
Outro lipídeo tipo éter, o fator ativador de plaquetas, é um potente sinalizador molecular. Ele é liberado de
um tipo de leucócitos, chamados basófilos, e estimula a agregação de plaquetas e a liberação de
serotonina (um vasoconstritor). Ele também exerce uma serie de efeitos no fígado, músculo liso, coração,
tecidos uterinos e pulmonares e tem um papel importante na inflamação e na resposta alérgica.
Fosfolipideos comuns
As fosfatidilcolinas (lecitinas) ocorrem nas membranas celulares. Os fosfoacilgliceróis portadores de colina
são os fosfolipídeos mais abundantes da membrana celular e representam uma grande parcela da reserva
corporal de colina. A colina é importante na transmissão nervosa, assim como a acetilcolina, e também
como a reserva de grupamentos metil lábeis.
Fonte: Lehninger et al./ Princípios de Bioquímicai. -6ed.-São Paulo: Sarvier, 2014.
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A fosfatidiletanolamina (cefalina) e a fosfatidilserina (encontrada na maioria dos tecidos) também são
encontradas nas membranas celulares e diferem da fosfatidilcolina apenas pelo fato de que, nesta, a
etanolamina ou a serina, respectivamente, substituem a colina. A fosfatidilserina também papel é
importante na apoptose (morte celular programada).
O ácido fosfatídico é um precursor do fosfatidilglicerol, o qual origina a cardiolipina. Esse fosfolipídeo é
encontrado apenas na mitocôndria e é essencial para a função mitocondrial. Os níveis diminuídos de
cardiolipina ou as alterações em sua estrutura ou metabolismo provocam a disfunção mitocondrial no
envelhecimento e em condições patológicas, incluindo a insuficiência cardíaca, o hipotireoidismo e a
síndrome de Barth (miopatia cardioesquelética).
O fosfatidilinositol é um precursor de mensageiros secundários. O inositol está presente no fosfatidilinositol,
assim como no estereoisômero, mioinositol. O fosfatidilinositol 4,5-bifosfato é um constituinte essencial
dos fosfolipídeos da membrana celular; perante a estimulação por meio de um hormônio agonista
adequado, ele é clivado em diacilglicerol e inositol trifosfato, os quais atuam, ambos, como sinais internos
ou mensageiros secundários.
O segundo grupo de lipídeos de membranas são aqueles que predominam nas células vegetais como os
galactolipideos presentes nas membranas internas tilacoides dos cloroplastos. Nos galactolipideos um ou
mais resíduos de galactose estão conectados por uma ligação glicosídica ao C-3 de uma molécula de 1,2-
diacilglicerol. As membranas celulares dos vegetais também contêm sulfolipideos, nos quais um resíduo de
glicose sulfonado está unido por uma ligação glicosídica a um diacilglicerol. 
Os cloroplastos contêm galactolipideos e sulfolipideos
Lipídeos de membrana das arqueobactérias
A maioria das arqueobactérias vive em nichos ecológicos que exibem condições extremas-por exemplo,
altas temperaturas, pH baixo, força iônica alta, e possuem lipídeos de membrana contendo cadeias
hidrocarbonadas longas (32 carbonos) e ramificadas, as quais estão ligadas em cada uma das suas duas
extremidades a moléculas de glicerol. Essas ligações são do tipo éter, que são resistente a hidrólise em pH
baixo e temperatura alta. Em cada extremidade da molécula estendida existe uma cabeça polar
constituída por um glicerol ligado ou a um grupo fosfato ou a um resíduo de açúcar. O nome geral do
composto, glicerol diaquil-glicerol tetra éteres (GDGTs), reflete sua estrutura singular.
Fonte: Lehninger et al./ Princípios de Bioquímicai. -6ed.-São Paulo: Sarvier, 2014.
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Os esfingolipídeos, a quarta grande classe de lipídeos de membrana possui também um grupo-cabeça
polar e duas caudas não-polares, mas eles não contêm glicerol, no que diferem dos glicerofosfolipideos
e galactolipideos. Os esfingolipídeos são compostos por 3 estruturas: uma molécula de um amino-álcool
de cadeia longa-a esfingosina, ou um derivado dela-unida, uma molécula de ácido graxo de cadeia
longa e um grupo-cabeça polar que é, em alguns casos, unido por uma ligação glicosídica e, em outros,
por uma ligação fosfodiéster.
Os carbonos C-1, C-2 e C-3 da molécula da esfingosina são estruturalmente análogos aos 3 grupos
hidroxila do glicerol nos glicerofosfolipideos. Quando o ácido graxo está ligado como uma amida ao -NH2
no C-2, o composto resultante é uma ceramida, que estruturalmente é similar a um diacilglicerol. A
ceramida é o ancestral estrutural de todos os esfingolipídeos.
Existem 3 subclasses de esfingolipídeos, todas derivadas da ceramida, mas contendo diferentes grupos-
cabeça: esfingomielinas, glicolipideos neutros (sem carga elétrica) e gangliosídeos.
Esfingolipídeos
a) Esfingomielinas contêm fosfocolina ou fosfoetanolamina como seu grupo-cabeça polar e são
classificadas como fosfolipídeos junto com os glicerofosfolipideos. As esfingomielinas estão presentes nas
membranas plasmáticas de células de animais e são especialmente importantes na mielina, uma lâmina
membranosa que envolve e isola os axônios em alguns neurônios.
b) Glicoesfingolipídeos ocorrem principalmente na face externa da membrana plasmática, tem grupos-
cabeça com um ou mais açúcares ligados diretamente ao –OH em C-1 da porção ceramida; eles não
contêm fosfato. Os cerebrosídeos tem um único açúcar ligado a ceramida; aqueles com galactose são
caracteristicamente encontrados na membrana plasmática de células em tecidos diferentes dos neurais.
Já os globosídeos são glicoesfingolipideos neutros com 2 ou mais açúcares, usualmente D-glicose, D-
galactoseou N-acetil-D-galactosamina.
c) Gangliosídeos são os esfingolipídios mais complexos, eles apresentam oligossacarídeos como seus
grupos-cabeça polares e, como unidades terminais, um ou mais resíduos de ácido N-acetilneuramínico
(Neu5Ac), também chamado ácido siálico. O ácido siálico dá aos gangliosídeos a carga negativa em pH 7
que os distingue dos globosídeos
Fonte: Lehninger et al./ Princípios de Bioquímicai. -6ed.-São Paulo: Sarvier, 2014.
profa_ana_paula_boleti
Os esteróis são lipídeos estruturais presentes nas
membranas da maioria das células eucarióticas. A
estrutura característica desse quinto grupo de lipídeos
de membrana é o núcleo esteroide constituído por 4
anéis fundidos entre si, 3 deles com 6 átomos de
carbono e um com cinco. O núcleo esteroide é quase
plano e relativamente rígido; os anéis fundidos não
permitem a rotação em torno das ligações C-C.
O colesterol, o principal esterol nos tecidos animais, é
anfipático, com um grupo-cabeça polar (o grupo
hidroxila em C-3) e um corpo hidrocarboneto não-
polar (o núcleo esteroide e a cadeia lateral
hidrocarboneto em C-17), quase tão longa, em sua
forma estendida, quanto um ácido graxo com 16
carbonos. Esteróis similares são encontrados em outros
eucariotos: por exemplo, o estigmasterol nos vegetais e
o ergosterol nos fungos; as bactérias são incapazes de
sintetizar compostos esteróis. 
Em todos os eucariotos, os esteróis são sintetizados a
partir de unidades simples de isopreno com 5 átomos
de carbono, da mesma forma são sintetizadas as
vitaminas lipossolúveis, as quinonas e os dolicóis. Além
de suas funções como constituintes das membranas,
os esteróis servem como precursores de uma
variedade de produtos com funções biológicas
específicas, como hormônios esteroides e ácidos
biliares. 
 Esteróis
Esfingolipídios e o colesterol reúnem-se em balsas lipídicas
Balsas de lipídios são microdomínios pequenos, dinâmicos e heterogêneos (10-200 nm) que são
enriquecidos em colesterol e glicofosfolipídeos. Altas concentrações de esfingolipídeos e denso
empacotamento de proteínas com colesterol em jangadas lipídicas promove a estabilidade da
membrana celular. As balsas lipídicas também contêm um grupo de receptores celulares que
desempenham papéis importantes em vários processos celulares, como endocitose, exocitose, tráfico de
receptores e sinalização celular. No entanto, essas mesmas balsas lipídicas também são exploradas por
muitos patógenos para alcançar a entrada e a saída da célula, por exemplo. via brotamento.
As balsas lipídicas são relativamente resistentes a extração por detergentes não iônicos, como 1% Triton
X-100, mas enriquecimento bioquímico por extração com detergente seguida de centrifugação por
flotação possibilitou análises das balsas lipídicas. Muitos marcadores específicos para balsas lipídicas já
foram identificados, incluindo flotilina e caveolina. 
As balsas lipídicas estão presentes em vários tipos de células no cérebro, como neurônios, astrócitos e
microglia; e alterações na composição das balsas são encontradas em várias doenças
neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, Huntington, esclerose múltipla. Em geral, as balsas
lipídicas modulam vários aspectos das funções celulares que são importantes para a sobrevivência
celular, sinalização imunológica, bem como reconhecimento de patógenos.
profa_ana_paula_boleti
Eicosanoides as moléculas derivadas de ácidos graxos com 20 carbonos das famílias ômega-3 e
ômega-6. A maioria dos eicosanoides derivam do ácido araquidônico (20:4 (D5,8,11,14)) através da via
metabólica da cascata do ácido araquidônico. Elas exercem um complexo controle sobre diversos
sistemas do organismo humano, especialmente na inflamação, na imunidade, e como mensageiros
do sistema nervoso central.
Os eicosanoides são hormônios parácrinos, substancias que, em vez de serem transportadas pelo
sangue para agir sobre células em outros tecidos ou órgãos, agem apenas sobre as células próximas
ao local de síntese do próprio hormônio. Existem 3 classes de eicosanoides: prostaglandinas,
tromboxanos e leucotrienos.
a) Prostaglandinas (PG) contêm um anel com 5 carbonos derivado da cadeia do ácido araquidônico.
Seu nome provém da glândula próstata. Dois grupos de prostanglandinas foram definidos: PGE, para
solúvel em éter, e PGF, para solúvel em tampão fosfato. Cada grupo contém numerosos subtipos,
chamados PGE1 PGE2. As prostaglandinas agem em muitos tecidos regulando a síntese da molécula
mensageira intracelular 3’,5’-AMP cíclico (cAMP). Como o cAMP é um mediador na ação de muitos
hormônios, as PG afetam um amplo expectro de funções celulares. Algumas PG estimulam contração
do musculo liso do útero durante a menstruação e o parto. Outras elevam a temperatura do corpo
(febre) e causam inflamação e dor.
b)Tromboxanos têm um anel de 6 membros contendo um grupo éter. Eles são produzidos pelas
plaquetas sanguíneas (também chamados trombócitos) e agem na formação dos coágulos
sanguíneos e na redução do fluxo de sangue no sítio do coágulo. Compostos anti-inflamatorios não-
esteróide-aspirina (NSAIDs), ibuprofeno e meclofenamato por exemplo- inibem a enzima
prostaglandina H2 sintase (também chamada ciclooxigenase ou COX) que catalisa uma etapa inicial
na via do araquidonato a prostaglandina e tromboxanos. 
c) Leucotrienos, encontrados inicialmente em leucócitos, possuem 3 duplas ligações conjugadas. Eles
são poderosos sinais biológicos. Por exemplo, o leucotrieno D4, derivado do leucotrieno A4, induz a
contração do musculo que reveste as vias aéreas que levam ao pulmão. A superprodução de
leucotrienos causa ataques de asma, e sua síntese é um dos alvos de drogas antiasmáticas como a
prednisoma. A forte contração dos músculos lisos do pulmão que ocorre no choque anafilático é
parte da reação potencialmente fatal em indivíduos hipersensíveis a picadas de abelhas, penicilina.
 Lipídeos como moléculas sinalizadoras
Eicosanoides 1.
2. Hormônios esteróides
Os esteroides são derivados oxidados dos esteróis; eles têm um núcleo esteroide, mas não a cadeia
alquila ligada ao anel D do colesterol, e são mais polares que este.
Os hormônios esteroides são transportados pela corrente sanguínea (unidos a carreadores proteicos)
desde o sítio de produção até os tecidos-alvo, onde eles penetram nas células, ligam-se a proteínas
receptoras altamente especificas no interior do núcleo celular e induzem modificações na expressão
gênica e no metabolismo. Os principais hormônios esteroides são os hormônios sexuais masculinos e
femininos e os hormônios produzidos pelo córtex da supra-renal, cortisol e aldosterona. Prednisolona e
Prednisona são drogas esteroides com potentes atividades anti-inflamatórias, mediadas em parte
pela inibição de liberação de araquidonato pela fosfolipase A2 e consequente inibição da síntese de
leucotrienos, PG e tromboxanos.
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cidos_graxos
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%94mega-3
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%94mega_6
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81cido_araquid%C3%B3nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cascata_do_%C3%A1cido_araquid%C3%B3nico
https://pt.wikipedia.org/wiki/Inflama%C3%A7%C3%A3o
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imunidade
https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_nervoso_central
profa_ana_paula_boleti
Vitaminas são compostos essenciais à saúde do homem e outros vertebrados, mas não podem ser
sintetizados por eles e, portanto, devem ser obtidos dos alimentos. Os primeiros estudos nutricionais
identificaram 2 classes gerais desses compostos: aqueles solúveis em solventes orgânicos não-
polares (vitaminas lipossolúveis) e aqueles que podiam ser extraídos dos alimentos com solventes
aquosos (vitaminas hidrossolúveis).
Eventualmete, o grupo lipossolúvel foi divido em 4 grupos de vitaminas, A, D, E e K, todos são
compostos isoprenóides sintetizados pela condensação de múltiplas unidades de isopreno. Destas,
duas (D e A) servem como precursoras de hormônios.
a) Vitamina D3, também chamada colecalciferol, é normalmente formada na pele a partir de 7-
deidrocolesterolem uma reação fotoquímica catalisada pelo componente ultravioleta (UV) da luz
solar. A vitamina D3 não é biologicamente ativa, mas é convertida por enzimas do fígado e dos rins
em 1,25-diidroxicolecalciferol, um hormônio que regula a absorção de cálcio no intestino e os níveis de
cálcio nos rins e nos ossos. Deficiência de vitamina D leva à formação defeituosa dos ossos e à
doença raquitismo, que é dramaticamente revertida pela administração da vitamina.
b) Vitamina A (retinol) em suas várias formas funciona como um hormônio e como pigmento visual
do olho dos vertebrados. O ácido retinóico é um derivado da vitamina A e, atuando por meio de
proteínas receptoras presentes no núcleo celular, regula a expressão gênica para o desenvolvimento
de tecidos epiteliais, incluindo a pele. O ácido retinóico é o ingrediente ativo no composto tretinoína
(Retin-A) usado no tratamento de acne grave e rugas. Retinal, um derivado da vitamina A, é o
pigmento dos cones e bastonetes presentes nas células da retina que iniciam o processo visual de
resposta à luz pela produção de um sinal neuronal enviado ao cérebro.
A vitamina A, pela primeira vez, foi isolada de óleos extraídos do fígado de peixes; na dieta humano,
fígado, ovos, leite integral e manteiga são boas fontes dessa vitamina. Nos vertebrados, o pigmento
chamado β-caroteno, é responsável pela cor característica de cenoura, batata-doce e outros
vegetais amarelos, pode ser convertido em vitamina A. A deficiência em vitamina A leva a vários
sintomas no homem, incluindo secura da pele, dos olhos e das membranas mucosas; ao atraso de
desenvolvimento e do crescimento e a cegueira noturna.
3. As vitaminas A e D são precursoras de hormônios
4. Vitaminas E e K e as quinonas lipídicas são co-fatores de oxidação e
redução
Vitamina E é o nome coletivo para um grupo de lipídios intimamente relacionados chamados
tocoferóis, todos contendo um anel aromático substituído e uma longa cadeia lateral isoprenóide. Por
serem hidrofóbicos, os tocoferóis associam-se a membrana celular, depósitos lipídicos e lipoproteínas
do sangue. Os tocoferóis são antioxidantes biológicos. O anel aromático neles presente reage com as
formas mais reativas dos radicais de oxigênio e outros radicais livres e os destrói, protegendo da
oxidação os ácidos graxos insaturados e os lipídios de membrana e assim impedindo os danos
oxidativos que podem provocar fragilidade celular. Os tocoferóis são encontrados em ovos e óleos
vegetais e são especialmente abundantes no germe de trigo. A carência humana desta vitamina em
humanos é muito rara e seu principal sintoma é a fragilidade dos eritrócitos.
O anel aromático da vitamina K sofre um ciclo de oxidação e redução durante a formação da
protrombina ativa, uma proteína do plasma sanguíneo essencial para a formação do coágulo
sanguíneo. A protrombina é uma enzima proteolítica que quebra determinadas ligações peptídicas
do fibrinogênio, uma proteína fibrosa insolúvel que forma a estrutura do coágulo sanguíneo. 
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A carência de vitamina K não é comum no homem, com exceção de um pequeno número de lactentes
que sofrem da doença hemorrágica do recém-nascido, um defeito potencialmente mortal. A vitamina K1
(filoquinona) é encontrada em folhas de plantas verdes; uma forma relacionada, a vitamina k2
(menaquinona) é formada por bactérias residentes no intestino de vertebrados. A varfarina é um
composto sintético que inibe a formação de protrombina ativa. É uma substancia especialmente
venenosa para ratos, causando a morte por hemorragia interna. 
Referências
Fundamentos de Bioquímica/Voet, Donalt; Voet, Judith; Pratt, Charlotte, trad. Arthur Germano Feet Neto et
al. – Porto Alegre: Artes Médicas do Sul, 2000;
Princípios de Bioquímica/ Lehninger, Albert; Nelson, David; Cox, Michael; trad. Arnaldo Antônio Simões,
Wilson Roberto Navega Lodi. -6ed.-São Paulo: Sarvier, 2014;
Manual de Bioquímica com correlações clínicas/Thomas M. Devlin; traduzido: Yara M. Michelacci. 7ed. –
São Paulo: Blucher, 2011.

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