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Cartografia sobre Linha Férrea

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Escola Estadual José Ricardo Neiva
CARTOGRAFIA FRENTE AO DESASTRE-CRIME DA SAMARCO VALE/BHP BILLITON NO RIO DOCE 
 Impactos causados pelo o rompimento da barragem de Fundão – Mariana (MG) / LINHA FÉRREA – Conselheiro Pena e região
Ferruginha – Conselheiro Pena (MG)
2022
Escola Estadual José Ricardo Neiva
CARTOGRAFIA FRENTE AO DESASTRE-CRIME DA SAMARCO VALE/BHP BILLITON NO RIO DOCE 
 Impactos causados pelo o rompimento da barragem de Fundão – Mariana (MG) / LINHA FÉRREA – Conselheiro Pena e região
O rompimento da barragem de rejeitos da mineração de Fundão, no subdistrito de Bento Rodrigues do município de Mariana, Minas Gerais, propriedade da Samarco Mineração Vale e BHP Billiton, em 5 de novembro de 2015 resultou no maior desastre ambiental da história brasileira, e do mundo na área da mineração. O desastre tecnológico provocou o vazamento dos rejeitos que, atingindo a Barragem de água de Santarém galgaram, afetando 230 municípios de Minas Gerais e Espírito Santo, que integram a Bacia do Rio Doce. Cerca de 55 bilhões de metros cúbicos de lama carrearam rejeitos, revolveram solos e atingiram recursos hídricos. 
Ferruginha – Conselheiro Pena (MG)
2022
A ferrovia Vitória-Minas, da Vale, cruza o território dos Krenaks
À minha família e a todas as comunidades atingidas pela mineração, especialmente a comunidade de Gesteira, por terem me ensinado o significado da luta.
Objetivo
Analisar e apresentar os Impactos de forma direta e indiretamente na linha férrea atingida pelo desastre-crime em curso na bacia do Rio Doce, deflagrado pelo rompimento da Barragem de Fundão em Mariana-MG, de propriedade da SAMARCO (Vale/BHP Billiton), no dia 05 de novembro de 2015. Nesta cartografia, entende-se que o colapso da barragem se desdobra em outras rupturas nas relações entre as pessoas, os modos de vida e o território, agenciando processos de desterritorialização, isto é, na perda de controle de alguns sobre seus espaços de vida. 
linha férrea barragem brumadinho - Pesquisa Google
Indígenas atingidos rompimento de barragem em Brumadinho ocupam linha férrea – Foto: Divulgação
Justificativa
Passados 7 anos do dia 05 de novembro de 2015, as incertezas quanto ao porvir permanecem nas vidas atingidas, com a negação de direitos e com o aprofundamento da fragilização socioespacial, devido ao empenho das empresas, em controlar o território atingido e adiar os processos de reparação. Assim, compreendemos como algumas das populações atingidas: indígenas, quilombolas, trabalhadores da agricultura familiar, trabalhadores de acampamentos e assentamentos rurais, ribeirinhos, pescadores, comerciantes, areeiros, garimpeiros, trabalhadores de empreendimentos ligados ao turismo aquático.
Ao mencionarmos as populações atingidas ao longo da bacia, lembramos que esses sujeitos estão vivenciando danos econômicos, humanos e ambientais, pois dependem do rio, do mar, do solo e da mata, além disso, há a dimensão simbólica de suas perdas, ligadas, sobretudo, à relação que estabelecem com a natureza. Portanto, os atingidos são atravessados direta, ou indiretamente, pelos impactos socioambientais e socioeconômicos do rompimento, com afetações em uma escala de tempo que até o momento não é possível dimensionar.
O rompimento traz um alerta sobre a necessidade de informações sobre os possíveis riscos que a linha férrea, estar submetida, no entanto, a “localização em área segura, e também as vias de acesso à mesma”, podendo ser local de circulação dos funcionários destas ou outas instituições localizadas em territórios nestas condições e população que usava desse meio de transporte e locomoção.
...] a cartografia é um modo de conceber a pesquisa e o encontro do pesquisador com seu campo. Entendemos que a cartografia pode ser compreendida como método, como outra possibilidade de conhecer, não como sinônimo de disciplina intelectual, de defesa da racionalidade ou de rigor sistemático para se dizer o que é ou não ciência, como propaga o paradigma moderno. (ROMAGNOLI, 2009, p. 169)
O dia do desastre
No dia 5 de novembro de 2015, aproximadamente às 15h30, aconteceu o rompimento da barragem de Fundão, situada no Complexo Industrial de Germano, no Município de Mariana (MG). O empreendimento, sob a gestão da Samarco Mineração S/A, empresa controlada por Vale S/A e BHP Billinton, estava localizado na Bacia do rio Gualaxo do Norte, afluente do rio do Carmo, que é afluente do rio Doce.
O colapso da estrutura da barragem do Fundão ocasionou o extravasamento imediato de aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro e sílica, entre outros particulados. Outros 16 milhões de metros cúbicos continuaram escoando lentamente. O material liberado logo após o rompimento formou uma grande onda de rejeitos, atingindo a barragem de Santarém, localizada a jusante, erodindo parcialmente a região superior do maciço da estrutura e galgando o seu dique, após incorporar volumes de água e rejeitos não estimados que ali se encontravam acumulados. Em sua rota de destruição, à semelhança de uma avalanche de grandes proporções, com alta velocidade e energia, a onda de rejeitos atingiu o Córrego de Fundão e o Córrego Santarém, destruindo suas calhas e seus cursos naturais. Em seguida, soterrou grande parte do subdistrito de Bento Rodrigues, localizado a 6 km da barragem de Santarém, matando 19 pessoas e desalojando várias famílias. Já na calha do rio Gualaxo do Norte, a avalanche de rejeitos percorreu 55 km até desaguar no rio do Carmo, atingindo diretamente várias localidades rurais, como as comunidades de Paracatu de Baixo, Camargos, Águas Claras, Pedras, Ponte do Gama, Gesteira, além dos municípios mineiros de Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado.
No trecho entre a barragem de Fundão e a Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (também conhecida como UHE Candonga), a passagem da onda de rejeitos ocorreu de forma mais violenta, acarretando o transbordamento de um grande volume de rejeitos para as faixas marginais do rio Gualaxo do Norte e rio do Carmo, em enorme desproporção à capacidade normal de drenagem da calha desses corpos hídricos, ocasionando a destruição da cobertura vegetal de vastas áreas ribeirinhas, por meio do arrancamento da vegetação por arraste, inclusive com a remoção da camada superficial do solo. Observou-se, também, nessa área, a deposição de rejeitos sobre o leito dos rios e em vastas áreas marginais, soterrando a vegetação aquática e terrestre, destruindo habitats e matando animais.Após percorrer 22 km no rio do Carmo, a onda de rejeitos alcançou o rio Doce, deslocando-se pelo seu leito até desaguar no Oceano Atlântico, no dia 21 de novembro de 2015, no distrito de Regência, no município de Linhares (ES).
No trecho entre a UHE Risoleta Neves, no município de Rio Doce (MG), e a foz do rio Doce, em Linhares (incluindo o ambiente estuarino, costeiro e marinho), o material seguiu preferencialmente pela calha do rio Doce, provocando uma onda de cheia especialmente em seu trecho médio (desde a confluência do rio Matipó até a divisa MG/ES), decorrente do aumento do fluxo hídrico gerado pelo rompimento da barragem. Esse fenômeno alagou, temporariamente, áreas mais planas das margens, deixando nelas, após a normalização do fluxo, os sedimentos contendo rejeitos de minério. À medida que a onda de rejeitos avançava pela calha do rio Doce, sua força inicial foi-se dissipando, gerando, nesse trajeto, danos associados à poluição hídrica, mortandade de animais e à interrupção do abastecimento e distribuição de água em vários municípios, como Governador Valadares (MG), Baixo Guandu (ES) e Colatina (ES).
Impactos e localização da Linha Férrea atingida diretamente e impactadas pela lama
As Cidades e povoados atingidos diretamente foram: 
Gráfico da quantidade de cidades e povoados atingidos diretamente pelo rompimento da barragem de Fundão – Mariana (MG)
Moradores de cidades atingidas pela tragédia de Mariana fecharam linha férrea por dois dias no Espírito Santo. Trem saiu de Belo Horizonte para Cariacica, mas viagens no sentido contrário estão restritas ao trecho entre Conselheiro Pena, Governador Valadares e a capital mineira.
Às vésperas de completar um ano do crime da Vale em Brumadinho, cerca de 350 atingidos, exigiram que a mineradora paralisasse toda a circulação de minério, marca exatamente de um ano do rompimento da barragem da mineradora em Brumadinho - como forma de respeito à memória de todas as vítimas.
O rompimento da barragem B1 da mina Córrego do Feijão vitimou 272 pessoas e onze vítimas continuam desaparecidas embaixo da lama de rejeitos.
A Vale anunciou que, após dois dias de protestos, a Estrada de Ferro Vitória a Minas foi liberada para a circulação de trens. A via estava ocupada por moradores de cidades atingidas pelo rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana, Região Central de Minas Gerais. 
Sobre as manifestações, a Fundação Renova informou que buscou diálogo com as lideranças e esteve aberta a receber as reivindicações e os pleitos do grupo para análise. Após a reunião, alguns grupos de manifestantes se desmobilizaram, enquanto outros permaneceram no local. A Fundação Renova reitera que, ao longo do processo de negociação, “vem agindo com respeito aos direitos humanos de todas as pessoas e que acredita no diálogo como o melhor caminho para a criação de soluções adequadas à situação” e que continuará buscando diálogo para resolução do impasse de forma pacífica e transparente.
Ainda segundo a Vale, quem não conseguiu embarcar poderia reagendar o bilhete ou pedir o reembolso do valor. “Para isso, precisava-se dirigir, no prazo de até 30 dias, a qualquer uma das estações localizadas ao longo da Estrada de Ferro Vitória a Minas. 
A ação, foi organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que entregou um ofício à empresa MRS, responsável pelo gerenciamento das linhas férreas na região. No documento, o movimento ressalta o impacto ambiental e social causado pelo crime e cita que o direito ao luto e à reparação integral das famílias é garantido por acordos nacionais e internacionais de direitos humanos.
Brumadinho: por direito ao luto, atingidos trancam | Direitos Humanos (brasildefato.com.br)
Posicionamento
A nota da Vale informa que as reivindicações dos manifestantes “não têm relação com as operações da Vale”. “A Vale repudia quaisquer manifestações violentas que coloquem em risco cerca de 2 mil pessoas que usam o trem de passageiros diariamente, seus empregados e suas operações e ratifica que obstruir ferrovia é crime”, diz o texto. Os trens também transportam minério de ferro, combustíveis, grãos, aço entre outros produtos, segundo a mineradora.
“O diálogo com as comunidades está sendo conduzido pela Fundação Renova, criada para gerir e executar os programas e ações de reparação e indenização às pessoas afetadas pelo rompimento da barragem de Fundão da Samarco”, completa o comunicado.
A Fundação Renova esclareceu, também via assessoria de imprensa, que a decisão judicial não altera o pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE). “A decisão apenas reconhece que o AFE possui a mesma natureza jurídica dos lucros cessantes, na medida em que também se destina a reparar a perda de renda dos atingidos. Nesse sentido, a decisão prevê o abatimento de valores pagos a título de AFE da parcela anual de lucros cessantes a ser desembolsada no âmbito do Programa de Indenização Mediada (PIM)”, disse.
Afirmou, ainda, que em relação ao AFE, “a decisão liminar registra que o seu pagamento se deu 'em razão da interrupção comprovada das atividades produtivas ou econômicas', correspondendo a 'um valor imediato (indenização imediata), até que fosse possível quantificar a situação particular de cada um'”. Ainda usando a decisão, a Renova afirmou que, “tanto o AFE, quanto a parcela de lucros cessantes, possuem caráter indenizatório, decorrentes do mesmo fato gerador (ou seja, perda ou comprometimento da renda dos atingidos)”.
Segundo a Renova, desde 2015, já foram desembolsados R$ 1,3 bilhão em indenizações e auxílio financeiro emergencial destinados a mais de 26 mil pessoas. “A Fundação Renova reafirma que todos os atingidos serão indenizados pela perda de renda comprovada, reiterando o seu compromisso com a integral reparação”, finalizou.
Tribo Indígena KRENAK
Índios Krenaks fecharam ferrovia e viagens de trem do ES à MG ficam paralisadas
Com o corpo pintado para a guerra, tinta preta no rosto e olhos vermelhos de noites mal dormidas, Geovani Krenak, líder da tribo indígena Krenak, mira a imensidão de água turva e marrom.
"Com a gente não tem isso de nós, o rio, as árvores, os bichos. Somos um só, a gente e a natureza, um só", diz. Ele respira fundo: "Morre rio, morremos todos".
Parte dos 800 km de extensão do rio Doce, contaminado pela lama espessa que escoa há 10 dias de duas barragens de rejeitos da mineradora Samarco, em MG, atravessa a reserva da tribo. Tida como sagrada há gerações, toda a água utilizada por 350 índios para consumo, banho e limpeza vinha dali. Não mais.
Sem água há mais de uma semana, sujos e com sede, eles decidiram interromper em protesto a Estrada de Ferro Vitória-Minas, por onde a Vale, controladora da Samarco e da ferrovia, transporta seus minérios para exportação.
As viagens feitas de trem, que saem do Espírito Santo pela Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM), ficaram paralisadas por tempo indeterminado para operações de carga e de passageiros. Segundo a empresa Vale, que administra a ferrovia,
representantes do povo indígena Krenak ocuparam um trecho da estrada, em Resplendor, Minas Gerais. Com isso, as pessoas que já haviam comprado bilhetes puderam se dirigir às estações ao longo do trecho para remarcar a passagem ou solicitar reembolso no prazo de 30 dias. A Vale informou ainda que tem mantido contato com os índios para que o local seja liberado, mas que em uma das tentativas, um funcionário foi mantido refém.
Mas os Krenak voltaram a ocupar a ferrovia. O motivo da manifestação, segundo a liderança indígena da aldeia, é que a mineradora não tem cumprido acordos firmados entre as partes, em 2006, quando também ocorreu um protesto.
"Só saímos quando tiverem a dignidade de conversar com a gente. Destruíram nossa vida, arrasaram nossa cultura, e nos ignoram. Não aceitamos”, anuncia o índio Aiá Krenak à BBC Brasil.
G1 - Índios fecham ferrovia e viagens de trem do ES ficam paralisadas - notícias em Espírito Santo (globo.com)
Vídeos (Youtube): (417) Índios fecham ferrovia Vitória-Minas em protesto contraprojeto da Vale - YouTube 
		
 Tribo Indígena 
Krenak
Índios ocuparam trecho da Estrada de Ferro Vitória Minas (EFVM) e permanecem no local neste domingo (15) (Foto: Yrerewa Bras/Arquivo Pessoal)
“O Rio Doce é uma entidade Sagrada pra nós, é mais do que água, faz parte da nossa espiritualidade, é nossa subsistência com caça, pesca e ervas como a cidreira muito utilizada por nós em nossos chás e rituais. Estamos à mercê do descaso dessas empresas que acabaram com a nossa cultura”, lamentou Douglas..
Sentados ao longo dos trilhos enferrujados, sob o sol de 41 graus, os índios cantam uma música de compasso lento, marcado pelas batidas de cajados de madeira no chão, tudo no idioma krenak.
De cocar amarelo, apoiado por um tronco de madeira, o pajé, homem mais velho das redondezas, chora. Ernani Krenak, de 105 anos, se aproxima e traduz a canção para a reportagem da BBC Brasil.
"O rio é lindo. Obrigado, Deus, pelo rio que nos alimenta e banha. O rio é lindo. Obrigado, Deus, pelo nosso rio, pelo rio de todos."
Sua irmã pede a palavra. Dejanira Krenak, de 65 anos, quer lembrar que o sofrimento não é só dos índios. "Não é 'só nós', os brancos que moram também na beira do rio precisam muito dessa água, eles convivem com essa água, muitos pescadores tratam a família com os peixes, diz.
Atrás dos dois, uma índia molha os rostos suados das duas filhas pequenas com uma cuia mal cheia de água de um galão doado por moradores de cidades vizinhas, como Conselheiro Pena e Resplendor.
Segundo os índios, crianças e idosos têm prioridade na distribuição da pouca água limpa estocada.
A família está acampada sob lonas pretas na margem da ferrovia, onde também se espalham barracas de camping e colchões ao relento. Ali, homens e mulheres fumam longos cachimbos, enquanto acendem pequenas fogueiras para aquecer o jantar coletivo.
 Índios fecham ferrovia da Vale em MG em protesto contra 'morte de rio sagrado' - BBC News Brasil
 
 
Especialista avalia que rio precisará de ao menos dez anos para 'começar a se restabelecer'.
Seio de Minas
Paula Fernandes
Eu nasci no celeiro da arte
No berço mineiro
Sou do campo, da serra
Onde impera o minério de ferro
Eu carrego comigo no sangue
Um dom verdadeiro
De cantar melodias de Minas
No Brasil inteiro
Sou das Minas de ouro
Das montanhas Gerais
Eu sou filha dos montes
Das estradas reais
Meu caminho primeiro
Vi brotar dessa fonte
Sou do seio de Minas
Nesse estado, um diamante Seio de Minas - Paula Fernandes - LETRAS.MUS.BR
Considerações Finais
A luta se mostra o único caminho para a garantia de direitos. Nesse sentido, os movimentos sociais, mostraram-se essenciais para a organização de ações de mobilização das pessoas atingidas. Ainda, a utilização do método cartográfico pelo grupo pressupõe o trabalho com a comunidade e a defesa de seus direitos. 
Desse modo, mostra uma forma de atuação coletiva e conjunta que busca a transformação social e emancipação das pessoas atingidas, a partir de sua atuação como protagonistas do processo de seu próprio reassentamento. Todos os trabalhos realizados de pesquisas sobre comunidades atingidas foram essenciais para nós professores cursistas, com uma ideologia crítica ao discurso hegemônico do desenvolvimento, e sensível aos processos que envolvem trabalhar com situações de vulnerabilidade socioeconômica e territórios em conflito, ao ter passado por experiências de criação de metodologias participativas, que são úteis em um contexto de luta por garantia de direitos. 
Nesse sentido, nossa vinculação como cursistas nos proporcionou uma grande experiência, não só nesse embate entre pessoas e escolas atingidas direta e indiretamente, em um contexto de violação de direitos, mas também na criação de vínculos afetivos em territórios atingidos pela mineração, que contribuíram para nosso aprendizado através da abertura aos saberes populares, esta, somente possível no método cartográfico.
É melhor atirar-se em luta, em busca de dias melhores do que permanecer estático como os pobres de espírito que não lutaram mas também não venceram. (Bob Marley)
A todos o nosso muito obrigado!
Professores: Rafael, Priscilla, Bruna, Nazaré, Thais e Renata.
Participação: Douglas.

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