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Luciane Rosa de Oliveira Contabilidade de custos Unidade 3 Livro Didático Digital Diretor Executivo DAVID LIRA STEPHEN BARROS Diretora Editorial ANDRÉA CÉSAR PEDROSA Projeto Gráfico MANUELA CÉSAR ARRUDA Autor LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA Desenvolvedor CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS Olá. Meu nome é Luciane Rosa de Oliveira. Sou formada em Administração de Empresas e em Ciências contábeis, além de possuir Mestrado em Administração e formação pedagógica o que propicia a licenciatura no curso de Administração, com uma experiência técnico-profissional na área de Planejamento através de projetos e ainda conhecimento na área empresarial de mais de 14 anos. Passei por empresas como Prefeituras, empresas do ramo farmacêutico e agropecuário, sendo que além da experiência em empresas descobri uma nova paixão que é a docência, então desde 2012 atuo como docente trabalhando com ensino técnico e posteriormente com nível superior. Sou apaixonado pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo Autor LUCIANE ROSA DE OLIVEIRA INTRODUÇÃO: para o início do desenvolvimen- to de uma nova competência; DEFINIÇÃO: houver necessidade de se apresentar um novo conceito; NOTA: quando forem necessários obser- vações ou comple- mentações para o seu conhecimento; IMPORTANTE: as observações escritas tiveram que ser prioriza- das para você; EXPLICANDO MELHOR: algo precisa ser melhor explicado ou detalhado; VOCÊ SABIA? curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema em estudo, se forem necessárias; SAIBA MAIS: textos, referências bibliográficas e links para aprofun- damento do seu conhecimento; REFLITA: se houver a neces- sidade de chamar a atenção sobre algo a ser refletido ou discutido sobre; ACESSE: se for preciso aces- sar um ou mais sites para fazer download, assistir vídeos, ler textos, ouvir podcast; RESUMINDO: quando for preciso se fazer um resumo acumulativo das últimas abordagens; ATIVIDADES: quando alguma ativi- dade de autoapren- dizagem for aplicada; TESTANDO: quando o desen- volvimento de uma competência for concluído e questões forem explicadas; Iconográficos Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro- jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que: SUMÁRIO Introdução......................................................................................10 Competências................................................................................11 Compreender como funciona a contabilização dos custos indiretos de fabricação através de cif....................12 Custos Indiretos..................................................................................................12 Custos Indiretos de Fabricação – CIF.................................................14 Departamentalização....................................................................................16 Custeio baseado em atividades.............................................................19 E como são denominadas as atividades?.......................21 Entender como funciona os critérios de rateio e consistência do cif , sua aplicação, taxa e a evolução tecnológica na contabilização................................................24 Critérios de Rateio e Aplicação do CIF..............................................24 Influência dos custos fixos e variáveis...............................................26 Taxas..........................................................................................................................27 Evolução tecnológica na contabilidade...........................................28 Evolução tecnológica no uso do CIF.................................29 Identificar os materiais o valor dos materiais diretos e entender a avaliação de perdas , subprodutos e sucatas.......31 Identificar os valores diretos dos materiais....................................31 Critérios de avaliação de perdas...........................................................32 Sub produtos e sucatas...............................................................................33 Compreender os procedimentos tributários....................35 Principais tributos na fabricação...........................................................35 Bibliografia.....................................................................................39 Contabilidade de custos 9 UNIDADE 03 Contabilidade de custos10 Você sabia que a área de contabilidade de custos é uma das mais demandas na indústria, e será responsável pela geração de inúmeros empregos nos próximos 5 anos? Isso mesmo. A área de contabilidade de custos é um ramo da contabilidade gerencial de uma empresa e é essencial para a tomada de decisões, pois o gestor precisa conhecer seus custos diretos, como alocar seus custos indiretos formando assim seu custo de forma eficiente. Ele precisa compreender como funciona o processo afim de diminuir perdas, que ocasionam prejuízos. Precisa compreender como é a tributação e como impostos como IPI e ICMS podem influenciar no custo e a necessidade de apurar créditos durante o processo. Todos esses conhecimentos são necessários caso você vislumbre resultados positivos dentro da organização. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! INTRODUÇÃO Contabilidade de custos 11 Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1. Compreender como funciona a contabilização dos custos indiretos de fabricação através de CIF; 2. Entender como funciona os critérios de rateio e consistência do CIF, sua aplicação, taxa e a evolução tecnológica na contabilização; 3. Identificar os materiais o valor dos materiais diretos e entender a avaliação de perdas, subprodutos e sucatas; 4. Compreender os procedimentos tributários; Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Vamos aprofundar como funciona o rateio dos custos indiretos de fabricação entendendo a sua contabilização e aspectos tributários, bem como outros custos como os diretos. Bons Estudos!!!! COMPETÊNCIAS Contabilidade de custos12 Compreender como funciona a contabilização dos custos indiretos de fabricação através de CIF Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a contabilização dos custos indiretos através do CIF. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão, pois é essencial que a empresa tenha de forma clara seus custos pois precisam manterem- se no mercado de forma competitiva. Preço é um grande diferencial e as empresas sem a devida instrução tiveram problemas ao realizar a composição do seu preço com base nos seus custos. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Custos Indiretos Na fabricação de um bem existirão diversos custos e uma forma de classificação dos custos quanto a sua apuração são os custos diretos e os custos indiretos, ou seja, existirão custos que podem ser alocados diretamente e outros que são formados por rateio. Os custos diretos são aqueles determinados diretamente no momento da fabricação. Já os indiretos são aqueles que não podemos definir de forma direta, ou seja será necessário utilizar alguma forma de rateio para descobrir os seus valores. Exemplos: Nosso amigo João Abriu a Sorveteria São João, que produz sorvetes artesanais. Ele estava preocupado na definição dos seus custos diretos e indiretos. Para a fabricação do sorvete ele fez o levantamento e são utilizados: Leite, frutas, açúcar, leite em pó, emustab. Para o armazenamentoembalagens de 2 litros. E para a fabricação ele utiliza a batedeira e o freezer para o armazenamento, a Contabilidade de custos 13 peça onde trabalhada é alugada e Mariana sua funcionária que fica responsável pela venda e pela postagem das fotos dos sorvetes nas redes sociais. Como ficariam definidos os custos? Figura 1: Sorveteria São João Fonte: Freepik A fabricação do sorvete em si é composta por custos diretos e indiretos, sendo que a matéria prima leite, frutas, açúcar, leite em pó, emustab e as embalagens são consideradas matérias primas, desta forma são custos diretos. O valor pago de energia elétrica para a utilização da batedeira e do freezer para o armazenamento, o aluguel da peça e o salário de Mariana sua funcionária é considerados custos indiretos. Desta forma Crepaldi e Crepaldi (2018) define o termo “custo indireto” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Contabilidade de custos14 DEFINIÇÃO: Os custos indiretos são os que não se pode identificar de forma direta, ou seja, diretamente. Para apropriação do custo indireto é necessária a realização de rateios, sendo assim é aquele custo vinculado ao processo de fabricação, mas não está vinculado diretamente a cada unidade do produto. DEFINIÇÃO: São os custos indiretos de fabricação que são alocados nos produtos através de um rateio predefinido. Custos Indiretos de Fabricação – CIF Os custos indiretos de fabricação ou CIF são todos os custos que não podem ser alocados diretamente na fabricação de um bem Crepaldi e Crepaldi (2018) define o termo “Custo indireto de fabricação” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Portanto a alocação dos custos indiretos de fabricação dos produtos através de um rateio baseado na função do recurso utilizado na produção. Obedecem a uma mecânica de apropriação de um processo de rateio. CREPALDI E CREPALDI (2018) O termo alocação de custos é utilizado no setor de fabricação relacionando de maneira sistemática os custos da fabricação, determinando os custos indiretos ou um grupo de custos indiretos que o produto possui objeto. CREPALDI E CREPALDI (2018) Dessa forma é possível conhecer os custos indiretos de fabricação em três grupos sendo eles os materiais Contabilidade de custos 15 indiretos, a mão de obra indireta e outros custos, de acordo com a Figura 2: Figura 2: CIF Fonte: Própria autora Custo Indireto de Fabricação- CIF Mão de Obra Indireta Outros custosMaterial indireto Material indireto: São todos os materiais que não são usados diretamente na produção, podendo ser de dois tipos: Aqueles que o seu valor é muito baixo, devido o rateio tornando-se pouco significativo por unidade, ou ainda os materiais auxiliares que não integram fisicamente os produtos. Mão de obra indireta: São os gastos com a mão de obra, ou seja, os valores pagos aos colaboradores como salários indiretos, encargos sociais de todos os trabalhadores da fábrica, no caso daqueles que não trabalhão diretamente na transformação do produto. Outros custos indiretos: Aqueles custos que não podem ser quantificados nos produtos ou seja, são os demais custos indiretos incorridos na fábrica. Contabilidade de custos16 SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento sobre os custos indiretos de fabricação e como eles podem ser um diferencial competitivo dentro das organizações: Artigo: “Alocação dos custos indiretos de fabricação ( CIF) , fator chave para o diferencial competitivo ” (SONAGLIO & FLOR, 2015), acessível pelo link : https://even3. azureedge.net/anais/43259.pdf (Acesso em 04/01/2020). Departamentalização Dentro da organização cada setor tem a sua função, não é mesmo? Através de um organograma, que é a representação gráfica dos setores dentro da empresa podemos entender diferentes setores com diversas funções necessárias para o andamento da empresa. Na Figura 3, podemos verificar a existência da diretoria, do o departamento da gerência financeira com funções responsáveis pelas contas a pagar e a receber, da gerência administrativa responsável pelas compras, da gerência comercial responsável pelas vendas e da gerência de operações responsável pela produção. https://even3.azureedge.net/anais/43259.pdf https://even3.azureedge.net/anais/43259.pdf Contabilidade de custos 17 Diretoria Gerência financeira Compras Vendas ProduçãoContas a pagar e a receber Gerência administrativa Gerência comercial Gerência de operações Figura 3: Organograma da empresa Fonte: Criado pela autora No exemplo da Figura 3, nota-se diferentes departamentos, com diferentes funções sendo que Crepaldi e Crepaldi (p. 64, 2018) define o termo “departamento” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: DEFINIÇÃO: “Departamento é a unidade mínima, representada por homens e máquinas (na maioria dos casos), em que os custos indiretos são acumulados para posterior alocação aos produtos, através de departamentos produtivos e de serviços” Contabilidade de custos18 Departamentos produtivos: Na fabricação de um bem, usa-se os recursos disponíveis como a matéria prima, para criação de um novo bem. Ou seja, são departamentos que promovem algum tipo de modificação sobre o produto, visando a criação de valor. Exemplos: Em uma empresa que faz roupas, que as fabrica o departamento produtivo poderia ser o departamento de corte ou o departamento de costura, conforme Figura 4. Figura 4: exemplo de departamento produtivo Fonte: Freepik Já nas organizações possuirão o departamento de serviços, são aqueles departamentos essenciais para a empresa em si, que prestam serviço para o departamento de produção, Exemplos: Na mesma empresa que fabrica roupas, departamento de serviços pode ser compostos por setores administrativos, contabilidade, manutenção, conforme figura 5, ou de Limpeza; Contabilidade de custos 19 Figura 5: Exemplo de departamento de serviço de manutenção Fonte: Freepik Custeio baseado em atividades Dentro das indústrias cabe aos gestores conhecerem os seus processos e métodos de fabricação buscando maior eficiência e eficácia nos processos. Uma das formas de analisar o custeio de uma empresa é através do método baseado em atividades. Podemos definir o termo “custeio baseado em atividades”, de acordo com Crepaldi e Crepaldi (p.212, dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Contabilidade de custos20 DEFINIÇÃO: ”pode-se definir um custeio por atividade como um método que identifica um conjunto de custos para cada transação ou evento na organização, e este age como um direcionador de custos. Assim, os custos indiretos podem ser alocados aos produtos de acordo com o número de eventos ou transações que os produtos geram ou consomem.” Diferente de outros métodos de custeio, como o de absorção que analisam os custos diretos de um produto no momento da sua fabricação de forma direta e individual e levantam os custos indiretos por forma de critério único de alocação, o método de custeio ABC considera os recursos e os direciona para as atividades realizadas dentro da fábrica, com base no objetivos, conforme Figura 6. Figura 6: Comparativo entre custo por absorção e custo ABC Fonte: Crepaldi e Crepaldi (p. 213, 2018) Contabilidade de custos 21 O método por atividades analisa os recursos existentes, direciona os recursos para uma determinada atividade custos com base no departamento em que está alocado, sendo que após este direcionamento ao departamento são criados “direcionados de atividades” que assim determinarão os custos da atividade com base nos objetivos que já foram planejados pela empresa E como são denominadas as atividades? Tendo como base que os recursos são escassos cabe o gestor analisar os produtos que possuem maior rentabilidade, que trazem melhores resultados, Dessa forma o método de custeio por atividadepossui algumas prioridades na alocação dos recursos Crepaldi e Crepaldi ( 2018) considera que as prioridades para alocação de atividades considera as variáveis que são: alocação direta, rastreamento e o rateio. A alocação direta é realizada quando de forma objetiva consegue-se identificar os custos de algumas atividades; Já o rastreamento visa a alocação baseada na relação de causa e efeito entre a ocorrência da atividade e a geração de custos; e o rateio é a terceira opção, pois é feita quando a empresa não consegue realizar nem a alocação direta e nem o rastreamento. Contabilidade de custos22 Tabela 1: Vantagens e desvantagens do Método ABC Fonte: Crepaldi e Crepaldi (p. 215, 2018) Vantagens Desvantagens As informações gerenciais relativamente mais fidedig- nas por meio de redução do rateio; Os gastos são elevados para implantação; O método proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos; Alto nível de controles internos a serem implanta- dos e avaliados; Visa eliminar/reduzir ati- vidades que não agregam ao produto um valor per- cebido pelo cliente; Visa consideração muitos dados com informações de difícil extração; identifica os produtos e clientes mais lucrativos; Tem dificuldade de envol- vimento e comprometi- mento dos empregados da empresa; Visa melhorar significativa- mente sua base de infor- mações para tomadas de decisão. não é aceita pelo Fisco, levando à necessidade de ter dois sistemas de cus- teio. O gestor precisa conhecer a sua empresa, a sua produção, para entender se o método de ABC pode ser utilizado, pois apesar da sua importância para alocação dos custos, tem algumas desvantagens como a necessidade de comprometimento entre todos os colaboradores, têm alto custo e não é aceito pelo fisco brasileiro. Contabilidade de custos 23 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que na fabricação de um bem visa a criação de valor e para isso será composta por custos diretos aqueles ligados diretamente com a produção e os custos indiretos aqueles em que não podemos definir o seu valor de forma direta, estes são alocados por rateio, sendo que o CIF visa alocar os custos de forma eficaz. Você viu que as empresas são divididas por departamentos, que são responsáveis por diferentes áreas das empresas e que nos departamentos possuem diferentes funções e que uma das formas de alocar os custos é através do custeio por atividades. Contabilidade de custos24 Entender como funciona os critérios de rateio e consistência do CIF, sua aplicação, taxa e a evolução tecnológica na contabilização Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a contabilização dos custos através da sua aplicação entendendo como funciona de forma prática e entendendo a influência tecnológica na contabilização. Critérios de Rateio e Aplicação do CIF Os critérios utilizados para o rateio e aplicação do CIF devem possuir uma mensuração, ou seja, precisa de uma padronização dos critérios de rateio para o departamentos para a identificação dos custos indiretos visando uma mensuração efetiva, conforme tabela 2. Contabilidade de custos 25 Tabela 2: Critérios de rateio dos CIF Fonte: Crepaldi e Crepaldi (p.64, 2018) Critérios de rateio dos CIF CIF comuns ou indiretos em relação aos departamentos Critérios de rateio para os departamentos Gastos relacionados com o edifício da fábrica. Exem- plos: aluguel, depreciação, seguros, limpeza, reparos e imposto predial Área ocupada Iluminação da fábrica Área ocupada, número de lâmpadas ou pontos de luz Gastos com escritório da fábrica (inclusive os relativos à Contabilidade de Custos) Número de empregados, horas/máquina trabalhadas ou horas trabalhadas/MOD Material indireto Material direto Mão de obra indireta Número de empregados, horas trabalhadas/MOD Almoxarifado Custos dos materiais Manutenção das máquinas Horas/máquinas trabalhadas Custo de refeitório, transpor- tes e assistência médica dos empregados Número de empregados Energia elétrica Kilowatt-hora consumido Dessa forma no momento do rateio dos custos indiretos deverá ser considerado o insumo e a forma de rateio, ou critério utilizado do rateio para o departamento. Exemplo: Na empresa Brasão LTDA o é um frigorífico que faz o abate, separação e embalagem de carnes de novilhos precoces. Um dos grandes consumos é com a energia elétrica para a manutenção das câmaras frias. Porem a empresa possui outros departamentos que Contabilidade de custos26 também utilizam luz elétrica como o comercial e ainda o setor administrativo. Como deve ser calculado o rateio da luz elétrica? Ao pegar a conta de luz cabe ao setor responsável analisar a quantidade de Kilowatts – hora consumido naquele departamento para saber o valor do rateio da luz. Influência dos custos fixos e variáveis Ma das grandes influências na formação do custo de um produto industrializado é a influência da dos custos no nível de atividade, através dos custos fixos e dos fixos variáveis. Os custos fixos são aqueles valores que na produção de um determinado volume de bens, são pagos de forma a não variar. Note que independente da produção ele será pago, mas quanto maior for a produção menor será o custo por cada unidade de mercadoria. Figura 7:Custo total considerando os custos fixos e variáveis Fonte: Dutra (p.36, 2017) Contabilidade de custos 27 O custo total de uma empresa será a soma de dos custos fixos com as variáveis, sendo que no gráfico da Figura 7, no demonstra que em um determinado volume de produção os custos fixos se mantêm e os variáveis quanto menor for a produção, menores serão esses custos variáveis de forma dependente. Taxas Na apuração dos custos são levantados os custos diretos, aqueles que estão diretamente ligados com a produção e os indiretos aqueles que são necessários para a produção do bem, mesmo que não estejam diretamente ligados a produção do bem em si, por forma de rateio, normalmente por função. Além dos diretos e indiretos são alocados os valores fixos aqueles que independentemente da produção são alocados e os variáveis que dependem da produção. Esses conceitos valem tanto para a mão de obra que são os colaboradores que realizam as atividades quanto para o material empregado na produção. Sendo que Dutra (2017) corrobora da importância de um sistema de apuração de custos e que independente do critério a necessidade em apurar o custo do material e o custo da mão de obra e estimar os demais componentes aplicando-se taxas em função do consumo de material . No caso de a mão de obra aplicar taxas de produtividade, visando apurar esses custos de forma mais exata, através de parâmetros, onde os demais custos serão avaliados nesses sistemas simplificados de apuração. Essas taxas podem ser predeterminadas dos custos indiretos e seu cálculo poderá ser feito de forma similar ao rateio direto, de custos indiretos em função dos custos diretos, devendo sua, com a utilização da idéias de cenários de produção ou em percentuais de alocação de custos. (Dutra, 2017) Contabilidade de custos28 Evolução tecnológica na contabilidade A contabilidade é a ciência que visa o estudo do patrimônio. Desde os primórdios das civilizações ficou evidente a necessidade da contabilização do patrimônio, datando-se que os primitivos utilizavam a comprovação com escritas através da incisão em lapides nas cavernas. Em 1494 o frei Luca Pacioli em seu livro dedicou um capítulo para a criação das partidas dobradas, princípio até hoje utilizado na contabilidade, transformando-0 no “pai da contabilidade”. No Brasil desde o descobrimento a contabilidade tornou-se presença nas expedições marítimas. No período de Don João XI decretou-se que só poderia realizaras escritas contábeis quem frequentasse a escola do comércio desde então o profissional de contabilidade é conhecido como “guarda livros” pois por muito tempo tinha apenas a função de registrar em livros as movimentações afins de controlar o patrimônio e ainda apurar impostos. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento sobre a evolução da contabilidade brasileira, através da leitura do artigo “ A contribuição da tecnologia de informação no setor contábil: um estudo da evolução da contabilidade no Brasil” acessível pelo link : https:// even3.azureedge.net/anais/43259.pdf (Acesso em 04/01/2020). Contabilidade de custos 29 Hoje a profissão se reinventa e o profissional precisa estar atento as mudanças tecnológicas, sendo essencial que as empresas se capacitem e invistam softwares para facilitar o trabalho e capacitações pois a contabilidade precisa de profissionais atentos as mudanças, podendo ter o controle na palma das mãos. Figura 8- A Evolução do profissional da contabilidade Fonte: Freepik No Brasil com o SPED (Sistema público de escrituração digital) todas as empresas precisam enviar suas declarações de forma online o que facilita a integralização das informações contábeis e na apuração de impostos e a rapidez nos processos que antes eram feitos de forma manual e hoje são digitais. Evolução tecnológica no uso do CIF O uso do computador auxiliou não apenas os contadores no momento da escrituração contábil. A evolução tecnológica possibilitou os cálculos dos rateios dos custos indiretos na produção de bens. Contabilidade de custos30 Figura 9- Uso de softwares para o cálculo do CIF Fonte: Freepik Com a evolução tecnológica muitos profissionais e empresas têm buscado o uso de softwares para análise dos custos de produção. Esses programas auxiliam devido a melhora nos controles da empresa. Através da criação de um centro de custos é possível analisar o fluxo de informações, de forma contínua. Essas informações facilitam na tomada de decisão por parte do gestor, uma vez que aumenta a rapidez nos processos diminuindo assim os custos na gestão. Nesses programas possuem informações dos produtos, quantidade produzida, tempo para a elaboração do produto, informações dos custos, tempo estimado de produção o que facilita ao gestor na tomada de decisão. Esses programas apresentam ainda informações não apenas sobre os custos, mas da empresa como um todo o que proporciona informações econômicas e financeiras da empresa. Contabilidade de custos 31 Identificar os materiais o valor dos materiais diretos e entender a avaliação de perdas, subprodutos e sucatas Ao término deste capítulo você será capaz de entender como identificar os valores dos materiais de forma direta na produção de um bem e ainda avaliar e entender os subprodutos que podem ser criados e ainda as sucatas e avaliação de perdas. Identificar os valores diretos dos materiais Como você viu a empresa possui custos indiretos e diretos. Os indiretos são calculados por meio de rateio e os diretos são aqueles normalmente com matéria prima e mão de obra direta, ligados de forma direta a produção do bem. Crepaldi e Crepaldi (2018) define o termo “matéria prima” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: DEFINIÇÃO: Matéria-prima é a base para produção de um bem. Ela é o principal material que entra na composição de um bem, através de um processo de fabricação é o material que, do ponto de vista da quantidade, é o mais empregado na produção. As matérias-primas em estoque serão aplicadas diretamente no produto e, ao serem transferidas do estoque para o processo produtivo, transformam-se em custos de produção. Contabilidade de custos32 Para o cálculo da matéria prima deverá ser mensurada a quantidade consumida para a produção do bem, de forma direta e objetiva. Por exemplo na produção de uma mesa utilizar a quantidade de madeira e parafusos empregados para a produção da mesa. Critérios de avaliação de perdas Na maioria das empresas as perdas ocorrem. Na produção de um bem poderá ocorrer momentos em que não se pode aproveitar 100 % de um item e assim ocorre uma perda. Dutra (p. 15, 2017) define o termo “perda” dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: DEFINIÇÃO: Perda é um gasto involuntário e anormal que ocorre sem intenção de obtenção de receita. Portanto, o gasto normal de matéria-prima excedente no processo produtivo, embora não integre o produto final, é um custo, pois se trata de esforço empreendido com o objetivo de alcançar receitas, ao passo que a matéria-prima e outros itens perdidos por acidentes tais como inundações, incêndios etc. se constituem em perda e não em custo. Crepaldi e Crepaldi ( 2018) corrobora falando da diferença entre as perdas e o desperdício, sendo que este segundo são gastos que ocorrem do processo produtivos ou ainda, de geração de receitas que podem ser descartados, sem prejuízo da qualidade ou quantidade de bens, serviços ou receitas geradas, porém todo desperdício é considerado um prejuízo para empresa, pois na contabilização dos custos de uma empresa esse valor não pode ser repassado no preço final do produto. Contabilidade de custos 33 Subprodutos e sucatas Muitas vezes na fabricação de um bem os produtos ocorrem sobras na produção o que ocasiona uma perda. Pensando nisso cabe ao gestor entender novas possibilidades de negócios para a criação de um novo produto. Exemplos como na indústria de laticínios que são criados subprodutos do soro do leite, ou ainda na produção de moveis de madeira que são criados subprodutos, visando agregar valor e diminuir as perdas no processo produtivo. Vejamos um exemplo que temos no Sul do Brasil que é na olivicultura. Exemplo: No Rio Grande do Sul, no sul do Brasil, uma grande indústria está sendo criada, com a geração de empregos e a produção de oliveiras que delas são extraídas as azeitonas que servem para a produção do azeite de oliva. Figura 10- Produção de oliveira Fonte: Freepik Contabilidade de custos34 O azeite de oliva que até então era totalmente importando da Europa começa a ser produzido no Brasil gerando emprego e renda aos moradores de cidades como Pinheiro Machado, Caçapava do Sul, Canguçu entre outras. Umas das formas de aproveitamento ao máximo dos produtos é a extração do azeite e dos bagaços (subproduto) são criados cremes e produtos visando agregar valor e diminuir ao máximo as perdas na indústria, tornando a produção sustentável economicamente. Contabilidade de custos 35 Compreender os procedimentos tributários Todas empresas precisam pagar tributos e o Brasil além de ser conhecido com um país de oportunidades também é reconhecido pela alta incidência de carga tributária. Ao término deste capítulo você será capaz de entender como funciona a tributação e a recuperação de impostos na fabricação de um bem Principais tributos na fabricação No mundo inteiro os governos realizam a cobrança de tributos das pessoas, das empresas da renda, do lucro das empresas, das propriedades, ou seja, tanto pessoas físicas como pessoas jurídicas acabam pagando tributos. Figura 11- Impostos pagos Fonte: Freepik Imposto sobre lucros Pagamento online de impostos Acumulações de impostos Contribuição predial Contabilidade de custos36 No Brasil possui tem diferentes tributos podendo ser os impostos, taxas e contribuição de melhoria prevista na Constituição Federal de 1988. Esses tributos são em empresas, propriedades, salários, renda entre outros. Na fabricação de bens, ou seja, na transformação da matéria prima visando a criação de valor. Os Principais impostos pagos nas indústrias de transformação é o ICMS e o IPI sendo eles passivem de recuperação. O ICMS é o imposto sobre circulação de mercadorias e serviços da esfera estadual, sendo a principal fonte de recursos dos estados, sendo quecada estado possui legislação própria sobre a incidência do ICMS. O IPI é o imposto de produtos industrializados de competência federal, sendo que todos os produtos industrializados são passiveis de cobrança. SAIBA MAIS: Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento sobre a redução de impostos por parte do governo e como essa redução do Imposto de produtos industrializados para veículos automotores visando o crescimento do seguimento pode aquecer a economia em 2012 através do artigo : “Impactos da redução do imposto sobre produtos industrializados nas vendas de veículos automotores ” (SONAGLIO & FLOR, 2015), acessível pelo link : https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/ article/view/5677/4499 (Acesso em 04/01/2020). https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/article/view/5677/4499 https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/article/view/5677/4499 Contabilidade de custos 37 Recuperação de impostos Crepaldi e Crepaldi ( 2018) corroboram a existência de três principais formas de tributação que podem ser recuperados: O IPI imposto sobre produtos industrializados, de competência federal e o Imposto sobre circulação de mercadorias e serviços que é um imposto de competência estadual, sendo que o ICMS é pago na aquisição da matéria prima e também na aquisição de mercadorias pelo comerciante. Você precisa entender que na aquisição da matéria prima a empresa paga o valor do imposto, porém quando o consumidor o compra também paga o imposto. Dessa forma o empresário pagará o imposto referente a valoração do bem, então existem tributos que não são cumulativos sobre compras, ou seja, a empresa afaz o pagamento do imposto, mas terá um crédito sobre ele. (CREPALDI; CREPALDI, 2017). Fica determinado como um Tributos a Recuperar ou recuperáveis (direito da empresa – Ativo), ou seja, a empresa cria um direito, caso a empresa seja contribuinte de tais tributos. Então, caso o adquirente dos produtos sobre os quais incidiu o imposto seja contribuinte do IPI (empresa industrial ou equiparada a industrial) e os produtos adquiridos sejam utilizados em seu processo de industrialização, o IPI incidente na operação de compra poderá ser recuperado quando das vendas dos bens industrializados pelo industrial (imposto não cumulativo). (CREPALDI; CREPALDI, 2017). Entretanto, se o adquirente não for contribuinte do IPI ou, sendo contribuinte, não utiliza os produtos adquiridos em seu processo de fabricação, o IPI incidente na operação de compra não poderá ser recuperado e integrará o custo de aquisição do produto (CREPALDI; CREPALDI, 2017). Contabilidade de custos38 RESUMINDO: E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que na produção de um bem teremos os custos diretos aqueles ligados de forma direta na produção e os indiretos aqueles que é possível mensurar através de um rateio que pode ser feito pelo departamento, pela função ou ainda por algum método de custeio como o custeio por atividades. Viu também que existem critérios para o rateio dos custos indiretos como por exemplo o custo de mão de obra indireta é calculado pelo número de horas trabalhadas pelo colaborador. Viu também que os custos sofrem influência dos custos fixos que são aqueles que ocorrem independente da produção e dos custos variáveis. Outro ponto relevante é o entendimento de como a contabilidade sofreu influência da tecnologia que antes o profissional era conhecido como guarda livros e que hoje os softwares são responsáveis pelo rateio dos custos de produção de um bem. Cabe ressaltar que um dos custos que o produto tem é com os impostos e que no Brasil temos uma alta carga tributária e que os principais impostos na produção de m bem é o ICMS e o IPI que podem ser compensados. Contabilidade de custos 39 BIBLIOGRAFIA OLIVEIRA, C. S., & RONKOSKI, J. (jul./dez de 2015). Impactos da redução do imposto sobre produtos industrializados na venda de veículos automotores. Revista do CEPE. Santa Cruz do Sul, v. 42, , pp. p. 63-79. Disponivel em: https://online.unisc.br/seer/index.php/cepe/article/ view/5677/4499 OLIVEIRA, Caroline Szpanick; RONKOSKI, José. A CONTRIBUIÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NO SETOR CONTÁBIL: UM ESTUDO DA EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE NO BRASIL. Memorial TCC – Caderno da Graduação – 2014/2015. disponível em : https:// memorialtcccadernograduacao.fae.edu/cadernotcc/ article/view/20/18 PATUZZO, G. V., & MANTOVANNI, C. ( 2017). Alocação de custos inidretos de fabricação CIF, fator chave para o diferencial competitivo. Anais do V Simpósio de Engenharia de Produção - SIMEP - ISSN: 2318-9258 , p. 2116; 2127. CREPALDI, Silvio Aparecido; CREPALDI, Guilherme Simões . Contabilidade de custos 6 ed. – São Paulo : Atlas, 2018. DUTRA, Rene Gomes. Custos uma aborgagem prática 8 ed. – São Paulo : Gen, 2017. ebook-pagina ebook-pagina02 ebook-pagina03 ebook-pagina04 ebook-pagina05 ebook-pagina06 ebook-pagina07 ebook-pagina08 ebook-pagina09 ebook-pagina10 ebook-pagina11 ebook-pagina12 ebook-pagina13 ebook-pagina14 ebook-pagina15 ebook-pagina16 ebook-pagina17 ebook-pagina18 ebook-pagina19 ebook-pagina20 ebook-pagina21 ebook-pagina22 ebook-pagina23 ebook-pagina24 ebook-pagina25 ebook-pagina26 ebook-pagina27 ebook-pagina28 ebook-pagina29 ebook-pagina30 ebook-pagina31 ebook-pagina32 ebook-pagina33 ebook-pagina34 ebook-pagina35 ebook-pagina36 ebook-pagina37 ebook-pagina38 ebook-pagina39
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