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PROCESSO PENAL 8º PERÍODO TRIBUNAL DO JÚRI PRINCÍPIOS QUE REGEM O TRIBUNAL DO JÚRI Art 5º XXXVIII - Exclusivos do tribunal do júri: a) Plenitude de defesa b) O sigilo das votações c) Soberania dos veredictos d) A competência para o julgamento de crimes contra a vida 1-Constituição prevê a existência do tribunal do júri e o CPP o regulamenta 2-Tribunal do júri é uma garantia constitucional 3-Esse artigo é uma garantia por interpretação sistemática (previsto em um inciso cujo artigo prevê garantias). PLENITUDE DE DEFESA Não se confunde com a ampla defesa (possibilidade de utilizar todos os meios previstos para a defesa, meramente técnica). Enquanto a plenitude de defesa permite a utilização de questões jurídicas e meta jurídicas, pode-se utilizar qualquer tipo de defesa. Somente a defesa pode-se utilizar desse recurso, a acusação não, ficando limitada a argumentos técnicos. SOBERANIA DOS VEREDICTOS Não é passível de recurso em regra, o que o tribunal do júri decide está decidido. SIGILO DAS VOTAÇÕES Não há publicidade para que não haja interferência nas votações, tanto que não é permitida a unanimidade (deu a metade termina a votação). Princípio exceção à publicidade dos atos processuais COMPETÊNCIA MÍNIMA Não pode ser retirado crimes do rol dos crimes que vão à júri, mas pode ser acrescentado. Vale lembrar que se ocorrer à conexão entre algum crime e aquele do tribunal do júri prevalecem a competência deste (art. 71 CPP). DO TRIBUNAL DO JÚRI: é um tribunal bifásico (escalonado): 1ª Fase: sumário da culpa/filtragem/admissibilidade: é um processo comum ordinário, só muda que ao final tem-se o inicio da segunda fase ou extinção do processo, na qual o juiz pronuncia ou impronuncia ou absolve sumariamente ou desclassifica. 2ª Fase de julgamento: só se inaugura quando o juiz pronuncia DECISÃO DE IMPRONÚNCIA Art 414 do CPP Juiz não reconhece indícios de autoria ou participação, que sejam suficientes para submeter o réu ao conselho de sentença. Esta decisão não faz coisa julgada, pois se o promotor conseguir novas provas para convencer o juiz ele pode iniciar o processo novamente, isso pode ocorrer até a prescrição da pretensão punitiva. Natureza Jurídica: decisão interlocutória mista terminativa. Interlocutória: ocorre no meio da marcha processual/Mista: coloca fim a um procedimento – 1ª fase/ Terminativa: caso não haja recurso do MP ou seja improvido, põe fim ao processo. ->Só faz coisa julgada forma e não material, pois o promotor pode iniciar um novo processo. Modificações da Lei 11.689/08: impronúncia absolutória (decretada em caso de decisão julgada formal e material – absolvição sumária tratada como impronuncia) saiu. Hoje a impronúncia ocorre pela insuficiência de provas, decisão só faz coisa julgada formal. Art 419: Se houverem provas novas pode-se oferecer nova peça acusatória. A Impronúncia tem natureza terminativa, por isso inicia-se nova peça acusatória. Não há que se falar em violação do não bis in idem, pois não há análise do mérito. DESCISÃO DE DESPRONÚNCIA: Juiz pronunciou o réu (submeteu ao júri), defesa propõe RESE há duas peças: 1ª endereçada ao juiz que proferiu a sentença, podendo este se retratar. 2ª Defesa propõe RESE e o tribunal reforma a decisão do juiz e impronuncia o réu. DESCLASSIFICAÇÃO Art. 419 CPP É a sentença que remete os autos para o juízo competente, quando o juiz do júri se convencer de que não se trata de crime doloso contra a vida (art 74 §1º). Diferença entre DESCLASSIFICAÇÃO E DESQUALIFICAÇÃO: a desqualificação é diferente pois trata-se de uma exclusão de qualificadora Natureza Jurídica da decisão de desclassificação: decisão interlocutória (no meio da marca processual), mista (encerra a fase) e não terminativa. Ao final os autos são remetidos a justiça comum Ao realizar a desclassificação o juiz já fixa a nova classificação legal? Não, basta apontar que não é uma das hipóteses de crimes dolosos contra a vida. Para o réu continuar preso depois da desclassificação o juiz deve fundamentar a necessidade da manutenção da prisão de ofício, não há prazo, mas se ele não se manifesta cabe habeas corpus. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA art 415 do CPP As hipóteses de absolvição sumária estão previstas no art 415 CPP. ATENÇÃO: o parágrafo único dispõe que a inimputabilidade por doença mental não gera absolvição sumária, salvo quando for à única tese de defesa. Isso ocorre pelo fato de que a inimputabilidade por doença mental não pode ser submetida ao julgamento pelos jurados (laudo técnico), cabe medida de segurança. Caso haja outra tese defensiva os jurados julgaram somente esta Natureza Jurídica: é uma sentença de mérito, por isso faz coisa julgada material e formal (pois é possível desconstituir o que foi julgado – revisão criminal). DECISÃO DE PRONÚNCIA ART 413 DO CPP Não há decisão de mérito, quem julga são os jurados. Juiz só coloca todos os fatos para que os jurados julguem. MP se limita ao que está na pronúncia *Se o crime for inafiançável o juiz irá arbitrar o valor da fiança pra a concessão ou manutenção da liberdade provisória. Se o juiz entender pela prisão, deve fundamentar. Regra Probatória: no caso de dúvida o juiz deve julgar ou mandar para o júri? Teorias: Quando o juiz tiver duvida a cerca da pronúncia, deve prevalecer o indubio pro societate, conforme o STJ. Sendo assim, vai para o júri entender, já que não há julgamento de mérito na pronúncia. E o indubio pro reu? Não se aplica pois o juiz não decide o mérito Natureza Jurídica: é uma decisão interlocutória (no meio da marcha processual)/mista: põe fim a um procedimento (1° fase)/ não terminativa: não decide o mérito. Fundamentação: na prova de materialidade e indícios suficientes de autoria. *Eloquência Acusatória: ocorre quando o juiz ultrapassa sua fundamentação, se posicionando acerca do mérito. Isso não pode ocorrer pois os jurados irão ler a decisão. Consequência é o recurso (Rese). *Conteúdo da Decisão de Pronúncia: importante pois os jurados terão acesso. Deve se limitar a indicação de indícios e materialidade, não podendo adentrar em juízo de valor. Deve constar da decisão: ->Prova da materialidade (exame de corpo de delito ou testemunho), indícios de autoria, fundamentação legal e circunstancias do fato. ->Classificação da infração penal incluindo qualificadoras (pois a acusação vai se limitar ao que está na decisão de pronúncia). ->Tipo por extensão, classificando como tentativa, omissão imprópria (agente se omite tento a obrigação de agir) e concurso. Não deve constar: Causas de diminuição de pena, salvo tentativa – faz parte da classificação (teses defensivas) Agravantes e atenuantes, a decisão sobre essas causas não cabem aos jurados, mas sim ao juiz, não há percentual certo (pena não pode ultrapassar do máximo), diferente das qualificadoras. Concurso de crimes, pois diz respeito somente à aplicação da pena (o qual será fixada pelo juiz). Elementos Probatórios em relação a terceiros art 417 CPP: 15 dias para oferecer a denúncia se solto o acusado, se preso cai para 5 dias. Ex: descobri uma terceira pessoa envolvida e ela está presa, o promotor passa a ter 5 dias. Se o MP perde o prazo tem-se ação penal privada subsidiária da pública. EFEITOS DA PRONÚNCIA – CAI MUITO NA OAB 1-Submissão do acusado ao júri popular ao final da primeira fase (após as decisões vistas acima). -> Doutrina chama de Princípio da Correlação entre Pronúncia e Quesitação (a uma correlação entre o que será perguntado aos jurados e a pronúncia – não pode haver quesito pela acusação que fuja ao que está na pronúncia). Art 482 CPP. 2-Sanatória das nulidades relativas não arguidas anteriormente. Ex: competência territorial, assim, não cabe mais arguição de nulidade relativa com relação a isso depois da pronúncia. 3-Interrupção da Prescrição: art 117 II CP, zera o prazo, tal prescrição é em abstrato pois ainda não houve a fixação de pena. PESQUISA -> DUAS DOTRINAS IMAGINE QUE HOUVE ANULAÇÃO DE UM JURI QUE CONDENOU O RÉU E O JUIZ TOGADO TENHA FIXADO UMA PENA DE 10 ANOS. O NOVO CONSELHODE SENTENÇA FORMULADO TAMBÉM CONDENOU O RÉU. NESTE CASO, O JUIZ ESTÁ LIMITADO A PENA FIXADA NO PRIMEIRO JURI? 6- Princípio da Imodificabilidade da pronúncia O art 421 §1º prevê a possibilidade de alteração da classificação do crime, ainda que preclusa a decisão de pronúncia. Neste caso, os autos serão remetidos ao Ministério Público, esta alteração pode ou não modificar a competência do tribunal do júri. Obs. A alteração deve ocorrer da superveniência de prova nova. Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. § 1º Ainda que preclusa a decisão de pronúncia, havendo circunstância superveniente que altere a classificação do crime, o juiz ordenará a remessa dos autos ao Ministério Público. § 2º Em seguida, os autos serão conclusos ao juiz para decisão. 7-Decretação da prisão preventiva ou imposição de medidas cautelares diversas da prisão N a própria decisão de pronuncia deve fundamentar o motivo pelo qual o réu deve ser ou permanecer preso, ou a imposição de medidas cautelares diversas. (antes da decisão de pronúncia já haveria a prisão – doutrina considera isso um pré-julgamento “tanto é que ele está preso”). NÃO SE ADIMITE MAIS A PRISÃO SE NÃO FOU PROVADA Art 413 § 3º O juiz decidirá, motivadamente, no caso de manutenção, revogação ou substituição da prisão ou medida restritiva de liberdade anteriormente decretada e, tratando-se de acusado solto, sobre a necessidade da decretação da prisão ou imposição de quaisquer das medidas previstas no Súmula 21 STJ: Pronunciado o réu, fica superada a alegação do constrangimento ilegal da prisão por excesso de prazo na instrução. Desde que o réu tenha sido pronunciado, isso ocorre pelo fato da necessidade do juiz analisar a decretação, manutenção ou imposição das medidas cautelares diversas da prisão, quando pronunciar o réu, esta necessidade impede que ocorra constrangimento ilegal na prisão do réu por excesso de prazo (pois a análise do cabimento da prisão já foi verificada na pronúncia). 8- Intimação ao acusado da decisão de pronúncia Art. 420. A intimação da decisão de pronúncia será feita: I – pessoalmente ao acusado, ao defensor nomeado e ao Ministério Público II – ao defensor constituído, ao querelante (aquele que ingressa com queixa crime, mas é possível conexão ex: de crimes contra e vida e contra a honra) e ao assistente do Ministério Público, na forma do disposto no § 1º do art. 370 deste Código. Parágrafo único. Será intimado por edital o acusado solto que não for encontrado. (possível a ocorrência de um júri sem a presença do réu, não precisa suspender – diferentemente do audiência de instrução na qual isso não é possível) PROVA. 9-Recurso Cabível da Decisão de Pronúncia Se o juiz pronuncia somente o réu tem interesse em recorrer e deve propor Recurso em Sentido Estrito. Mas pode ser que a acusação tenha interesse em recorrer no caso do juiz na decisão de pronúncia excluir alguma qualificadora ou causa de aumento de pena. Ex: colocou tentativa de homicídio simples, isso faz diferença por que a acusação está limitada a decisão de pronúncia. DESAFORAMENTENTO Art 427 Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. § 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. § 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. § 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. § 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. Situação em que o júri será deslocado da comarca de consumação do crime para outra, preferindo a mais próxima. Motivos: 1-Interesse da ordem pública: genérica para encaixar diversas situações, dentre elas tumulto, clamor social. 2-Dúvida sobre a imparcialidade do júri: ex: boate Kiss a sociedade sofreu 3- Segurança pessoal do acusado: evitar o linchamento -Competência para o julgamento do desaforamento: decisão judicial. O desaforamento viola o princípio do juiz natural? Maior parte da doutrina entende que não, tendo em vista que as regras já são pré-estabelecidas. (o que ocorre é somente um deslocamento do tribunal). LEGITIMADOS: Ministério Público e seu assistente, querelante, acusado e o próprio juiz/ Legitimidade passiva: tribunal de justiça (se ele acatar, que envie para a comarca mais próxima). §4º Até quando é possível o pedido de desaforamento: até a decisão de pronúncia quando o motivo ocorrer durante ou após a realização do julgamento. Obs. No caso de excesso de serviço o juiz não poderá representar pelo desaforamento (ex: caso da comarca vizinha seja menor). STF Súmula 712: é nula a decisão que determina o desaforamento sem a audiência da defesa (oitiva). MOMENTO: só pode ser determinada após o trânsito em julgado da decisão de pronúncia e antes do julgamento no plenário. Excepcionalmente após o julgamento dos jurados, desde que somadas às condições: 1-Nulidade da decisão de pronúncia 2-Se o fato motivar o desaforamento tiver ocorrido durante ou após a realização do julgamento. Art 427, § 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. (exploração midiática do caso não é motivo necessariamente justificante para o pedido de desaforamento). Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis) meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia. Resumindo: o excesso de serviço não justifica o desaforamento, exceto se há manifestação da parte concordando e o juiz comprova que o julgamento não ocorrerá no prazo de 6 meses. E se a comarca mais próxima pertencer a outro estado? Não pode haver o deslocamento, pois a competência é estadual, exceto se federal. RECURSO CABÍVEL Não há previsão, porém, tanto a doutrina quanto a jurisprudência admitem a utilização do habeas corpus. Há duas modalidades, preventivo e repressivo, nesse caso é o preventivo - a parcialidade dos jurados pode levar a uma condenação, presumindo-se a prisão – violação à liberdade de locomoção. REAFORAMENTO Não é um procedimento legalmente admitido no Brasil, uma vez deslocado o julgamento, não mais retornará à Comarca de origem. Entretanto, nada impede que um novo desaforamento seja realizado, se presente na nova comarca algum motivo. Transitada em julgado a pronúncia 2ª fase do Tribunal do Júri Preparação do Processo para Julgamento em Plenário Art. 421. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos serão encaminhados ao juiz presidente do Tribunal do Júri. (preclusão não é o termo adequado (poderia ser revista), mas sim, trânsito em julgado). Art. 422. Ao receber os autos, o presidente do Tribunaldo Júri determinará a intimação do órgão do Ministério Público ou do querelante, no caso de queixa, e do defensor, para, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentarem rol de testemunhas que irão depor em plenário, até o máximo de 5 (cinco), oportunidade em que poderão juntar documentos e requerer diligência. Art 461. ORDENAMENTO DO PROCESSO Antes - partes podem requerer a leitura das peças em plenário (partes utilizavam isso para cansar os jurados), Hoje - foi criado o relatório do processo. Organização da pauta de organização em plenário: réus presos terão preferencia, dentre esses o que estiver preso há mais tempo e ao final, o que foi pronunciado primeiro art 429. Publicidade do julgamento: § 1º Antes do dia designado para o primeiro julgamento da reunião periódica, será afixada na porta do edifício do Tribunal do Júri a lista dos processos a serem julgados, obedecida a ordem prevista no caput deste artigo. § 2º O juiz presidente reservará datas na mesma reunião periódica para a inclusão de processo que tiver o julgamento adiado. Habilitação do assistente para atuar em plenário: em qualquer momento, exceto durante as investigações. Requer até 5 dias antes da sessão. Art 430 CPP. ORGANIZAÇÃO DO JÚRI Art. 447. O Tribunal do Júri é composto por 1 (um) juiz togado, seu presidente e por 25 (vinte e cinco) jurados que serão sorteados dentre os alistados, 7 (sete) dos quais constituirão o Conselho de Sentença em cada sessão de julgamento. (são 25 juris, 7 faram parte de conselho). REQUISITOS PARA SER JURADO: A)Cidadão brasileiro nato ou naturalizado, com mais de 18 anos (sem idade limite, mesmo que antecipado). B)Residência na comarca: a nova lei (11.689) não repete essa previsão, mas se presume que os “pares” devem ser da mesma localidade. C)Alfabetizado: não se fala em grau de instrução, necessário somente ler e escrever. D)Notória idoneidade, ausência de antecedentes criminais. Obs. Surdos, mudos e cegos podem ser jurados? Não, viola o princípio do sigilo do voto (auxiliador). ISENTOS DO SERVIÇO DO JURÍ: art. 437 Art. 437. Estão isentos do serviço do júri: I – o Presidente da República e os Ministros de Estado; II – os Governadores e seus respectivos Secretários; III – os membros do Congresso Nacional, das Assembléias Legislativas e das Câmaras Distrital e Municipais; IV – os Prefeitos Municipais; V – os Magistrados e membros do Ministério Público e da Defensoria Pública; VI – os servidores do Poder Judiciário, do Ministério Público e da Defensoria Pública; VII – as autoridades e os servidores da polícia e da segurança pública; VIII – os militares em serviço ativo; IX – os cidadãos maiores de 70 (setenta) anos que requeiram sua dispensa; X – aqueles que o requererem, demonstrando justo impedimento. JURADO “PROFISSIONAL”: antes era comum os juízes reeditarem as mesmas listas de jurados, hoje, quem atuou no conselho de sentença nos 12 meses anteriores, ficará excluído da lista geral. (na prática não é o que ocorre) -> diz respeito aos 7 ou aos 25 jurados? Depende do entendimento, se adotado a segundo, as chances de repetir são maiores. RECUSA INJUSTIFICADA: art 436 §2º multa de 1 a 10 salários mínimos aplicada pelo juiz, levando em conta a capacidade do jurado. Se for recuso injustificada por parte do advogado e do MP – não tem multa, faz parte do júri. A recusa do serviço obrigatório do júri não gera o crime de desobediência, previsão unicamente de pena de multa. Diferentemente do caso da testemunha faltante, no qual há previsão de dupla punição – art. 458 (multa + crime de desobediência). Direitos dos Jurados art. 439 ->Presunção de idenoidade moral Escusa de Consciência: justificativa aceita pelo CPP, para a não participação como jurado do júri: motivo convicção religiosa, filosófica ou política, neste caso, o juiz fixará um serviço alternativo, o qual se não cumprido, importará a suspensão dos direitos políticos. art. 438 CPP § 1º Entende-se por serviço alternativo o exercício de atividades de caráter administrativo, assistencial, filantrópico ou mesmo produtivo, no Poder Judiciário, na Defensoria Pública, no Ministério Público ou em entidade conveniada para esses fins. § 2º O juiz fixará o serviço alternativo atendendo aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. SUSPENSÃO/IMPEDIMENTO/ INCOMPATIBILIDADE DE JURADOS ART 448 – baseado na possibilidade de violar a imparcialidade dos jurados – rol exemplificativo. Art. 448. São impedidos de servir no mesmo Conselho: I – marido e mulher; II – ascendente e descendente; III – sogro e genro ou nora; IV – irmãos e cunhados, durante o cunhado; V – tio e sobrinho VI – padrasto, madrasta ou enteado. § 1º O mesmo impedimento ocorrerá em relação às pessoas que mantenham união estável reconhecida como entidade familiar. § 2º Aplicar-se-á aos jurados o disposto sobre os impedimentos, a suspeição e as incompatibilidades dos juízes togados. Obs. Pelo fato da existência do sigilo nas votações, não é possível identificar o voto de cada jurado. Assim, não há como saber se o jurado que atuou no júri estando impedido foi ou não parcial. Portanto, recai sob o conselho de sentença a presunção de nulidade absoluta. Quórum mínimo de 15 jurados Art. 463. Comparecendo, pelo menos, 15 (quinze) jurados, o juiz presidente declarará instalados os trabalhos, anunciando o processo que será submetido a julgamento. São convocados para o júri 25 jurados, alguns desses não podem, então, devem comparecer no dia pelo menor 15 jurados, pois desses, somente 7 serão selecionados. Se aparecer menos de 15 jurados, o júri é redesignado. -Dentre os 15 jurados incluem-se aqueles incompatíveis? Sim art. 451 CPP. RECUSA DAS PARTES: a fim de buscar a melhor estratégia defensiva ou acusatória É direito das partes excluir do conselho determinado jurado, podem ser de duas espécies: Recusa Imotivada/peremptória: diretamente relacionada à estratégia (jurados que tenham características próximas ao cliente). É a recusa que não demanda justificativa, a parte pode formar um conselho de sentença que atenda aos seus interesses. Cada parte tem direito a três recusas peremptórias, primeiro a defesa e depois a acusação. Art. 468 CPP Das recusas: *Se tem 2 réus e um advogado – direito a 3 recusas * 2 réus um advogado – 3 recusas *2 réus com 2 advogados -> 3 recusas para cada, se os interesses dos advogados forem divergentes. Se não forem divergentes – 3 recusas para os dois. - defesa recusa, aquele jurado já será excluído da sessão, não é necessário que a recusa da acusação coincida com a da defesa. Obs 1: não é dado ao assistente o direito de recusar Obs 2: a recusa é direito do réu e não do advogado, por isso, sempre que haver mais de um réu, haverá mais de três recusas Estouro de Urna: art 469 §1º quando é impossível formal o conselho de sentença por conta das recusas, não tem o mínimo de 7 jurados. O que o juiz fará? Cisão do julgamento: primeiro será julgado o acusado o qual foi atribuída à autoria do fato, ou no caso de coautoria, será aplicado o critério do art. 429 do CPP. Recusa Motivada: caso dos jurados impedidos/suspeitos e incompatíveis – arts. 448 (acima) e 449. Art. 449. Não poderá servir o jurado que: I – tiver funcionado em julgamento anterior do mesmo processo, independentemente da causa determinante do julgamento posterior; II – no caso do concurso de pessoas (separação dos processos), houver integrado o Conselho de Sentença que julgou o outro acusado; III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado. INSTRUÇÃO EM PLENÁRIO 1º OITIVAS: 1º Oitiva do ofendido e das testemunhas de acusação e defesa, nesta ordem número máximo de 5 testemunhas Art. 473 §1º § 1º Para a inquirição das testemunhas arroladas pela defesa, o defensor do acusado formulará as perguntas antes do Ministério Público e do assistente, mantidos no mais a ordem e os critérios estabelecidos neste artigo. Obs. É possível que os jurados façamperguntas? Sim, por meio do juiz, art. 473 §2º § 2o Os jurados poderão formular perguntas ao ofendido e às testemunhas, por intermédio do juiz presidente. 2º INERROGATÓRIO DO ACUSADO E USO DE ALGEMAS Art. 474 §3º § 3º Não se permitirá o uso de algemas no acusado durante o período em que permanecer no plenário do júri, salvo se absolutamente necessário à ordem dos trabalhos, à segurança das testemunhas ou à garantia da integridade física dos presentes. Primeiro o Juiz, 2º partes, inclusive jurados Atenção: Súmula Vinculante 11: STF entende que não viola esta súmula se o uso de algemas é em réu que integra milícia, possui extensa folha de antecedentes criminais e foi transferido para presídio federal de segurança máxima, em virtude de sua alta periculosidade. Súmula 11 STF: Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. 3º CONSIDERAÇÕES: Art. 476. Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. ->Decisões posteriores: ou seja, aquelas que confirmam a pronúncia, ex: no caso de recurso, vale a decisão do tribunal. § 1º O assistente falará depois do Ministério Público. § 2º Tratando-se de ação penal de iniciativa privada, falará em primeiro lugar o querelante e, em seguida, o Ministério Público, salvo se este houver retomado a titularidade da ação, na forma do art. 29 deste Código. (ação privada subsidiária da pública). § 3º Finda a acusação, terá a palavra à defesa. § 4º A acusação poderá replicar e a defesa treplicar, sendo admitida a reinquirição de testemunha já ouvida em plenário. (não é admitida reinquirição do interrogatório ou da vítima, somente da testemunha). Atenção: Cada uma das partes terá 1 horas e 30 min para falar Art. 477. O tempo destinado à acusação e à defesa será de uma hora e meia para cada, e de uma hora para a réplica e outro tanto para a tréplica. (reinquirição da testemunha pode ser utilizado nesse tempo – o tempo que ela falar será descontado). Importante: § 1º Havendo mais de um acusador ou mais de um defensor, combinarão entre si a distribuição do tempo, que, na falta de acordo, será dividido pelo juiz presidente, de forma a não exceder o determinado neste artigo. Importante: § 2º Havendo mais de 1 (um) acusado, o tempo para a acusação e a defesa será acrescido de 1 (uma) hora e elevado ao dobro o da réplica e da tréplica, observado o disposto no § 1º deste artigo. Revogado tacitamente (NÃO SERÃO 3 HORAS) - se defende dos fatos e não em razão da pessoa, por isso não são 3 horas. Réplica e Tréplica: prazo máximo de 1 horas, pois não aborda teses 4º EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS E OBJETOS E SUA UTILIZAÇÃO NO PLENÁRIO DO JÚRI Em regra os documentos poderão ser juntados a qualquer momento art. 231 Atenção: no júri os documentos deverão ser juntados com três dias antes de antecedência da sessão, dando ciência a parte contrária (art. 479), a fim de eu não hajam surpresas. Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. DIREITO AO APARTE Interrupção na sustentação oral da parte contrária para que a outra parte possa falar. Art. 497 XII – regulamentar, durante os debates, a intervenção de uma das partes, quando a outra estiver com a palavra, podendo conceder até 3 (três) minutos para cada aparte requerido, que serão acrescidos ao tempo desta última os 3 minutos são acrescidos na fala de quem concede o aparte Não é parte contrária que decide se concede ou não o aparte, mas sim o juiz. Se este indeferir mais de uma vez imotivadamente, pode gerar nulidade de julgamento por cerceamento de defesa? Só se o aparte for solicitado pela defesa, comprovando que o juiz agiu de forma parcial. QUESITAÇÃO Perguntas formuladas aos jurados para que se pronunciem quanto ao mérito. Não há fundamentação, apenas “sim’ ou “não”. REDAÇÃO: deve ser clara, simples, afirmativa, a fim de não gerar dúvidas aos jurados. Art. 482 Parágrafo único. Os quesitos serão redigidos em proposições afirmativas, simples e distintas, de modo que cada um deles possa ser respondido com suficiente clareza e necessária precisão. Na sua elaboração, o presidente levará em conta os termos da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, do interrogatório e das alegações das partes. Sistema utilizado: existem dois no mundo: Sistema Francês: formulação de vários quesitos aos jurados, era o antigo sistema adotado. Sistema Anglo Americano: um único quesito aos jurados, se culpado ou inocente. (se culpado o réu responde por tudo que está na pronúncia), problema: jurados que influenciam outros. O Sistema Misto: Brasil adota, pois se fazem vários quesitos e um deles é se o réu é culpado ou inocente Outro quesito “O jurado absolve o réu?” ex: jurado que se contradiz quando da resposta dessa pergunta -> não cabe recurso (lembrando que a defesa pode se utilizar de argumentos meta-jurídicos e estes podem levar a uma absolvição). Plenitude de defesa. Votação: Art. 486. Antes de proceder-se à votação de cada quesito, o juiz presidente mandará distribuir aos jurados pequenas cédulas, feitas de papel opaco e facilmente dobráveis, contendo 7 (sete) delas a palavra sim, 7 (sete) a palavra não. CPP faz referência a contagem até o 4º voto em relação aos quesitos do art 483, para evitar que haja unanimidade. Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando sobre: I – a materialidade do fato; (ex: I materialidade – afirmativa: “a vítima morreu?”) II – a autoria ou participação; III – se o acusado deve ser absolvido; (se não for absolvido, continua seguindo os demais incisos) IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa; V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação § 1º A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação e implica a absolvição do acusado. §3º Somente no caso de condenação-> Decidindo os jurados pela condenação, o julgamento prossegue, devendo ser formulados quesitos sobre: I – causa de diminuição de pena alegada pela defesa/ II – circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena, reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram admissível a acusação. § 4º Sustentada a desclassificação da infração para outra de competência do juiz singular, será formulado quesito a respeito, para ser respondido após o 2o (segundo) ou 3o (terceiro) quesito, conforme o caso § 5º Sustentada a tese de ocorrência do crime na sua forma tentada ou havendo divergência sobre a tipificação do delito, sendo este da competência do Tribunal do Júri, o juiz formulará quesito acerca destas questões, para ser respondido após o segundo quesito. § 6º Havendo mais de um crime ou mais de um acusado, os quesitos serão formulados em séries distintas. CONTRADIÇÕES E PREJUDICIALIDADES: ART. 400 CPP e 490 p.u Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento depessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. Parágrafo único. Se, pela resposta dada a um dos quesitos, o presidente verificar que ficam prejudicados os seguintes, assim o declarará, dando por finda a votação. ORDEM DOS QUISITOS: 1º Sobre a materialidade; 2º Sobre a autoria e participação; 3º Sobre a absolvição do acusado; 4º Sobre a existência de causa de diminuição de pena alegada pela defesa; 5º Se existem qualificadoras ou causas de aumento de pena constante na pronúncia. (explicando sempre para o júri do que se trata). Desclassificação pelos jurados DESCLASSIFICAÇÃO PRÓPRIA: para crime que não é da competência do júri, mas sem especificar qual crime seria. Podendo absolver o acusado. DESCLASSIFICAÇÃO IMPRÓPRIA: ocorre quando os jurados reconhecem sua incompetência para julgar o crime, mas indicam qual crime seria. ATENÇÃO: Se o júri condenar o acusado, é possível que este seja conduzido diretamente ao cárcere/execução provisória da pena (antecipa o cumprimento da pena definitiva)? Considerando que ainda há possibilidade recursal, não culpabilidade se encerra com o julgamento/ presunção de inocência persiste até o trânsito em julgado (pacto são José da costa rica). NO JURI: presunção de inocência x soberania dos veredictos. P.A.C possível execução provisória somente se a pena do crime ultrapassar 15 anos . ATENÇÃO: alteração do artigo 492 CPP prevendo o disposto no P.A.C NULIDADES Conceito: vício processual de atos praticados em desconformidade com a lei processual penal. Obs. A nulidade consiste na sanção aplicada ao ato. Doutrina elenca espécies de vícios que podem acometer o ato: A) Nulidade B) Inexistência A diferença entre eles está em onde é encontrado o vício C) Irregularidade INEXISTÊNCIA Diferente da Irregularidade a depender de onde é encontrado o vício. Vício inexistente não pode ser sanado Conceito: ocorre quando o vício se encontra nos elementos constitutivos do ato. Neste caso, não há possibilidade de sanar este vício. Exemplos: denúncia subscrita por estagiário/ sentença proferida por juiz impedido Súmula 115 STJ: interposição de recurso sem procuração gera inexistência do ato o certo seria irregularidade IRREGULARIDADE Consiste no defeito que atinge aspectos secundários do ato, ex: denúncia apresentada sem o rol de testemunhas ->passível de ser sanado A) NULIDADE Trata-se do ato existente, mas ineficaz. A nulidade representa a sanção a um ato vicioso, praticado em desconformidade com o ordenamento jurídico . São verificadas em sede processual Tem natureza jurídica de sanção. Espécies: a) Absoluta: características para seu reconhecimento: I- o ato viola interesse público (praticado em desconformidade com o regular andamento processual). II- pode ser reconhecida a qualquer momento e em qualquer grau de jurisdição, inclusive após o trânsito, se desfavorável ao réu (sentença viciada, com vício absoluto, não faz coisa julgada, cabe revisão criminal). Obs. Sentença absolutória faz coisa julgada? Depende, desde que sua natureza jurídica seja própria sim (não tem sanção ao réu), pois a sentença absolutória imprópria é aquela aplicada a medida de segurança -> esta que pode ser desconstituída (ruim para o réu, pois trás sanção). III- Pode ser declarada de ofício, ou seja, não necessita de provocação das partes. b) Relativa: características para o seu reconhecimento: I- versa sobre o interesse particular II- há possibilidade de precluir a alegação. Ocorrida a nulidade, o próximo ato da parte é o que deve mencionar o pedido de nulidade. III- a nulidade deve ser arguida pelas partes. Atenção: na nulidade relativa admite-se a convalidação do ato. ATOS QUE PODEM SER ANULADOS elencados no ART. 564 CPP PRINCÍPIOS QUE VERSAM SOBRE AS NULIDADES A)P. Tipicidade: o ato deve estar em conformidade com a previsão legal art. 5º II CF. B)P. Prejuízo: art. 563 CPP, não há nulidade sem prejuízo (aplicado a nulidade relativa), pois na absoluta o prejuízo é presumido. C)P. da Instrumentalidade das Formas: se o ato alcançou a sua finalidade, não há que se falar em sua nulidade, exceto se ficar comprovado o prejuízo. Art. 188 CPC D)P. do Interesse: art. 565 CPP vinculado ao interesse da parte em arguir a nulidade, o que não ocorre quando está dá causa a nulidade. E) P. Lealdade: obriga as partes a atuarem de boa-fé, art. 565 do CPP F) P. Convalidação: um ato inicialmente nulo pode ser convalidado se não houver prejuízo a parte, cabe somente para nulidades relativas art. 572 CPP. G) P. Causalidade: se eu pratico um ato e este se torna nulo, todos aqueles atos que se originam desse, também serão considerados nulos. (mesmo raciocínio da teoria dos frutos envenenados da árvore proibida). Art. 573 §1º H) P. Eficácia: o ato produzirá efeitos até a declaração da sua nulidade NULIDADES EM ESPÉCIE Art. 564 CPP rol exemplificativo I- Incompetência, suspeição ou suborno do juiz se praticado o ato será considerado nulo a) Incompetência: relacionada à matéria (juiz criminal analisando causas civis) * Incompetência absoluta Local (juiz de Minas julga outro de São Paulo) *Incompetência relativa Obs. O art. 109 CPP – pode ser declarada de ofício a incompetência relativa x súmula 33 STJ não pode ser declarada de ofício = prevalece a súmula (somente a competência absoluta pode ser declarada de ofício) Pessoal (ex: juiz de 1º grau não pode julgar ministro). * incompetência absoluta Observação: consequência da decretação de nulidade: art.567 Incompetência relativa – serão anulados apenas atos decisórios, atos instrutórios não. Na incompetência absoluta tudo é nulo Suspeição: casos de suspeição art. 254 CPP rol exemplificativo, juiz não atua por questões de foro íntimo. A incompetência é relativa, pois ele não está reconhecendo a suspeição, está declaração que esta já existe. Impedimento: art. 252 CPP rol taxativo: relacionado a violação da imparcialidade do juiz – gera uma nulidade absoluta. Juiz que atua impedido terá os atos considerados inexistentes, pois viola a imparcialidade – fundamento essencial para um processo (torna-se inexiste o ato que viola questões fundamentais ao processo). Suborno: art. 223 CPP – fala da incompatibilidade, para efeito de consequência o suborno é equiparado a incompatibilidade. Suborno é crime e para efeito processual gera inexistência, pois novamente é uma violação da imparcialidade. II-Ilegitimidade de parte ou processo. Ilegitimidade de parte: a pessoa que figura no processo não é a que deveria. gera nulidade absoluta. Art. 568 pode ser sanada. Ilegitimidade de processo: atua em nome próprio ou de terceiro sem a devida habilitação, ex: ausência de procuração. gera nulidade relativa. III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes: a )denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante; (processo se inicia com o recebimento da peça acusatória inicial). Faltei aula b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167; c)a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos; d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos da intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública; e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa; I-falta de citação do réu: ato pelo qual é dado conhecimento ao réu do processo, art. 663 (a formação do processo depende disso). Pode ser interpretado: Atenção: ausência de citação ou citação inválida – > pode ser suprida com o comparecimento espontâneo do réu Esse suprimento gera qual tipo de nulidade? Há divergência doutrinária, o entendimento majoritário é que gera nulidade absoluta, mesmo diante do comparecimento espontâneo do réu, somente impedi a decretação de sanção ao ato Se for nomeado advogado dativo ao réu e este alegar que não foi citado: em casode ausência de citação todo o processo será nulo II-Falta de interrogatório: falta de defesa, ou seja, autodefesa, réu pode permanecer em silêncio - o que gera nulidade não é a falta, mas sim a ausência de oportunidade do interrogatório. Falta de prazo: a desobediência aos prazos fixados em lei, gera nulidade. f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri; ->libelo (resumo do processo entregue as testemunhas e ao réu) em processo tramitado pelo júri não existe mais, foi extinto pela Lei 11.689/08. -> gera nulidade do julgamento. ->Decisão de pronúncia já foi vista g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; ->O que gera nulidade é a falta de citação do réu para comparecimento em audiência, e não sua ausência. ->Obrigatório o comparecimento do réu no caso de este estar preso (pois está sob responsabilidade do Estado). h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei; Libelo e contrariedade não existe mais. Intimação das testemunhas, espécies: a)Imprescindíveis: o promotor e o advogado de defesa irão informar isso ao juiz e pedir sua intimação por mandado, caso ela não compareça, será possível sua condução coercitiva. (mencionadas neste inciso “h”). b)Prescindíveis: o próprio advogado ou promotor leva a testemunha, se ela não for, não gera condução coercitiva. I)a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; Lembrando que são selecionados 25 jurados. j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; ex: se o jurado profissional (aquele que sempre é chamado) foi sorteado para compor o conselho de sentença. ex: jurado impedido é sorteado ex: violação a incomunicabilidade – caso um jurado converse com outro sobre seu voto. k) os quesitos e as respectivas respostas; Dependendo de como são formulados os quesitos pelo juiz, eles podem influenciar os jurados, este inciso diz respeito a isso, difícil de provar, mas pode se gerar nulidade. l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; A falta de defesa, diz respeito à ausência de defesa técnica. STJ expandiu para o caso de deficiência da defesa técnica, defesa deficiente juiz encerra a sessão e designa outro dia para ser apresentada a defesa, nomeado outro advogado. Falta de defesa em relação à acusação: titularidade do MP, se este falta, tem-se uma falta de ausência da sociedade. Suspende-se a sessão com a nomeação de outro promotor. Caso em que um processo “comum” (de ação penal privada) é julgado junto com o do júri (ação penal pública), se o advogado que representa a vítima em relação a este crime “comum” falta –> nada ocorre, tem-se a perempção da ação penal privada, ou seja, a desistência. no caso de ser a ação “comum” subsidiária da pública, se o advogado faltar, o MP reassume a titularidade. m) a sentença; Não há que se falar em nulidade, o caso é uma ausência de processo, já que não há sentença. Ex: sentença assinada por estagiário é inexistente. n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; Recurso de ofício também chamado de reexame necessário, a falta desse reexame gera nulidade. Somente possível para decisões já previstas em lei -Juiz não submete sua decisão a reanálise é um caso de violação ao sistema acusatório. Súmula 423 STF: nos casos em que é necessário o reexame da decisão, não será permitido o trânsito em julgado da decisão Doutrina diz que é uma nulidade relativa. o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; Falta de sentenças e decisões recorríveis, despachos, sentenças e decisões interlocutórias Despacho: juiz corrige a marcha processual recurso cabível – correição parcial, corrigir erro do juiz que tumultua o processo. O que gera a nulidade é a falta de ciência: dê-se ciência com a publicação e não com a intimação do caso – possibilitando o exercício da ampla defesa p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quorum legal para o julgamento; Falta de quórum nos julgamentos dos tribunais, pode ser preenchida por relator convidado? Sim, é o que normalmente ocorre, cabe embargos infringentes no caso de haver somente um voto divergente. IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato. Formalidade essencial: são todas aquelas sem as quais o ato processual não pode ser considerado válido e eficaz. Ex: assinatura do juiz na sentença é elemento essencial Engano do legislador: se o ato é ineficaz, significa que é inexistente, ausentes requisitos de sua formação V - em decorrência de decisão carente de fundamentação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) Parágrafo único. Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre outras. (Incluído pela Lei nº 263, de 23.2.1948)