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NIVELAMENTO APRENDIZAGEM NA EAD MEDIADA POR TIC
O AUTOESTUDO 
E OS TIPOS DE 
APRENDIZAGEM
E
T
A
P
A
1
2
Certamente, você já se deparou com uma sala repleta de alunos. Ao observá-los, 
possivelmente, emergiu uma certeza: a diversidade no desenvolvimento humano é um 
fato. Essa diversidade pode ser constatada por meio de simples observações. O ato 
de observar torna perceptível a singularidade de cada sujeito. Assim, compreendemos 
que cada um se torna singular por ser constituído por experiências próprias, por ser 
resultado da própria interação com a história e a cultura que o cerca e por ser capaz de 
construir novos sentidos a partir das experiências vivenciadas. Mediante essa reflexão, 
emergem as questões: Qual o perfil do estudante da educação a distância (EAD)? O que 
é aprendizagem? Quais os estilos de aprendizagem? Como eu aprendo? Vamos buscar 
respostas para essas perguntas?
1.1 PERFIL DO ESTUDANTE EAD E A 
PREPARAÇÃO PARA O ESTUDO EM EAD
Diante das mudanças promovidas pelas tecnologias ao longo da história e, 
especialmente, dos impactos que o desenvolvimento das Tecnologias de Informação e 
Comunicação (TIC) causaram na reconfiguração do processo de ensino-aprendizagem da 
EAD, os papéis dos atores envolvidos nesse contexto foram revistos e, em certos casos, 
transformados, como o papel discente (SOUZA; FRANCO; COSTA, 2016). 
Souza, Franco e Costa (2016) destacam que, no contexto atual, ainda, são 
presentes as marcas da escolarização vivenciada por décadas, ao mesmo tempo em que 
as dinâmicas inovadoras, baseadas nas TICs, são introduzidas na educação, a ponto de 
Gouvêa e Oliveira (2006, p. 107) afirmarem que: 
A subjetividade, construída, durante séculos, de sistema educativo 
presencial, na qual o professor se encontrava no papel de controlar o 
fluxo de informação, as formas de apreensão do conteúdo e os modos 
de entendimento daquilo que circulava no espaço escolar (ou, mesmo, 
acreditava-se que possuía tal poder de controle), passa a ser solapada 
pela distância que coloca o aluno longe do seu olhar, da sua fala e da 
sua influência direta. 
Nivelamento sobre Aprendizagem na EAD mediada por TIC
Conteudista: Ana Clarisse Alencar Barbosa
Revisão: Janicéia Pereira da Silva
_INTRODUÇÃO
3
Ao pontuar o novo aprendente, Guimarães (2012) associa o aumento de 
matrículas na educação superior à elevação do poder aquisitivo de uma grande parcela 
da população, que passa a sair de uma situação desfavorável para outra, com o apoio da 
educação. Assim, “[...] há, marcadamente, um novo perfil socioeconômico dos estudantes 
brasileiros, que aprendem de maneira diferente e desafiam o elitismo, que sempre marcou 
a educação superior” (GUIMARÃES, 2012, p. 126). 
Souza, Franco e Costa (2016) relacionam uma série de características que compõe 
o perfil desse novo aluno, como a matrícula tardia na educação superior; a dedicação 
parcial ou integral ao trabalho; os estudos no período noturno; a independência financeira 
ou a participação expressiva na renda familiar; e a existência de esposos(as), filhos(as) e 
parentes. 
Os conhecimentos desenvolvidos durante a educação básica são diferenciados 
daqueles dos universitários tradicionais, uma vez que estes são jovens adultos, adultos 
ou mais velhos e possuem objetivos claros, por exemplo, melhores salários ou mudar de 
profissão (SOUZA; FRANCO; COSTA, 2016).
Ainda há a descrição dos estudantes da EAD como adultos trabalhadores, 
geralmente, com idades entre 25 e 50 anos, que buscam uma aprendizagem mais 
orientada para a prática, possuem experiências de vida e de trabalho, apreciam ter o 
controle sobre os próprios atos e entendem essa modalidade como uma rica possibilidade 
de estudos, não oportunizada, a eles, quando mais jovens (SOUZA; FRANCO; COSTA, 
2016). 
Portanto, nessa linha sobre o perfil do estudante de EAD, temos a autodisciplina 
constante, a capacidade de autoinstrução e os princípios educacionais básicos, mencionados 
por Cortelazzo (2013) como: a autonomia, a habilidade de se responsabilizar por sua 
própria aprendizagem, de acordo com o nível de ensino; a ação comunicativa, sendo a 
ação docente e discente transformada, o estudante passa de passivo para interlocutor; 
a colaboração, o compartilhamento de saberes e experiências; a acessibilidade, 
dimensionada para que os materiais sejam pedagogicamente acessíveis aos estilos de 
aprendizagem; e, por fim, a equidade, superando as desigualdades socioeconômicas, 
educacionais, de gênero etc.
Moore e Kearsley (2011) acrescentam, a esse rol de características, os fatores 
subjetivos, com destaque para a ansiedade. A inexperiência com a modalidade a distância 
e o receio de não atender às expectativas pessoais e às do curso podem colaborar para 
desistências. É preciso citar, também, outros perfis, quando pensamos no estudante 
usuário de tecnologias, por exemplo, nativos digitais e imigrantes digitais, que são termos 
utilizados para delinear os principais comportamentos dos adultos (SILVA, 2012 apud 
SOUZA; FRANCO; COSTA, 2016).
4
1.2 TIPOS DE APRENDIZAGENS
Aprender é uma habilidade inerente do ser vivo. Cachorros e gatos, por exemplo, 
são alguns dos diversos animais capazes de aprender. No entanto, ao nos remetermos 
à aprendizagem do ser humano, podemos destacar que este evolui, progressivamente, 
de geração em geração, elaborando formas de interação com o mundo. Acerca da 
aprendizagem, podemos evidenciar que esta ocupa lugar de destaque no cotidiano das 
nossas vidas, pois aprendemos a andar, a comer, a falar, a ler, a escrever, e assim por diante. 
A aprendizagem, segundo Nunes e Silveira (2009), é definida como o processo no qual a 
pessoa “se apropria de” conhecimentos e habilidades. Desse modo, compreendemos que 
o processo que envolve a aprendizagem possibilita a elaboração de novos conhecimentos, 
os quais passam a constituir o sujeito.
Mediante o conceito destacado por Leontiev (1978), infere-se que a aprendizagem 
tem sido estudada desde a antiguidade, tornando-se um conceito histórico e complexo 
– histórico devido ao fato de a aprendizagem ser investigada e discutida por filósofos 
e discípulos desde o início dos tempos, e complexo por conta de o processo de 
aprendizagem se dar pela singularidade, que, por sua vez, está atrelada ao interesse 
de cada sujeito e às relações estabelecidas por ele com o meio no qual está inserido. A 
partir desse entendimento, González (2004) evidencia que a aprendizagem ocorre de 
forma contínua e diversa, pois se faz presente o tempo todo, ao longo da vida e nos mais 
variados contextos e situações. 
Quando nos referirmos à aprendizagem na EAD, podemos destacar que “o espaço 
virtual possibilita formas de aprendizagem diferenciadas das ocorridas no presencial 
e os estilos de aprendizagem possuem algumas características possíveis de serem 
identificadas nesse contexto” (BARROS et al., 2010, p. 138). Ainda, as formas de 
aprendizagem, ou estilos de aprendizagem, fornecem importantes contribuições para o 
processo de ensino-aprendizagem, pois permitem “estruturar as especificidades voltadas 
às tecnologias, atendendo às necessidades dos indivíduos envolvidos no processo” 
(BARROS et al., 2010, p. 137).
5
Figura 1 – Como podemos aprender
Fonte: https://blog.forleven.com/wp-content/uploads/2016/12/piramide.png. Acesso em: 18 ago. 
2022.
Segundo Alonso, Gallego e Honey (2002), os estilos de aprendizagem são traços 
cognitivos afetivos e fisiológicos, servindo como indicadores relativamente, estáveis da 
forma de relacionamento dos alunos (percepção, interação e respostas) nos ambientes 
e recursos de aprendizagem. No entanto, vale destacar que não são métodos ou 
metodologias, se confundir com as inteligências múltiplas ou com uma teoria psicológica 
. Segundo Barros et al. (2010), os estilos de aprendizagem, em uma compreensão 
pedagógica, envolvem os diferentes comportamentos das pessoas diante do processo 
de aprendizagem. Os autores ainda destacam que existem quatro estilos definidos:
O ativo, que valorizadados da experiência, entusiasma-se com tarefas 
novas e é muito ágil. O reflexivo, que atualiza dados, estuda, reflete e 
analisa. O teórico, que é lógico, estabelece teorias, princípios, mode-
los, busca a estrutura, sintetiza. O pragmático, que aplica a ideia e faz 
experimentos (BARROS et al., 2010, p. 137).
No contexto que envolve os estilos de aprendizagem, Paloff e Pratt (2004, p. 53) 
ressaltam que “o fundamental é reconhecer as diferenças que existem, que devem ser 
levadas em consideração na sala de aula on-line, pois adotar a mesma abordagem, para 
todos os alunos, não funcionará”. Existem algumas técnicas que, segundo Paloff e Pratt 
(2004), são aptas para contemplar os diferentes estilos de aprendizagem. 
A respeito dos estilos de aprendizagem, as pessoas recebem informações, das mais 
variadas formas, e lidar com elas, de maneira eficiente, depende muito da forma como 
https://blog.forleven.com/wp-content/uploads/2016/12/piramide.png
6
diferentes habilidades podem ser desenvolvidas. Se o professor utiliza uma abordagem 
que privilegia um determinado estilo de aprendizagem, os alunos que não têm essa 
mesma habilidade desenvolvida, geralmente, apresentam dificuldades no aprendizado 
e podem, inclusive, perder o interesse em aprender (FELDER, 1996 apud KALATZIS; 
BELHOT, 2007). Por outro lado, se o professor direciona a atenção de acordo com o estilo 
de aprendizagem predominante de cada aluno, é possível levá-lo ao desenvolvimento de 
outras habilidades, até então, não estimuladas. 
Nesse sentido, a atenção do professor, não direcionada às preferências dos estilos 
de aprendizagem dos alunos, propicia o estímulo às habilidades ainda não percebidas, o 
que contribui para os melhores desempenhos acadêmico e profissional dos aprendizes 
(KALATZIS; BELHOT, 2007). Estilos de aprendizagem representam preferências e 
características dominantes em relação a como as pessoas recebem e processam 
informações, considerando os estilos como habilidades passíveis de serem desenvolvidas 
(FELDER, 1996 apud KALATZIS; BELHOT, 2007).
Na concepção dos autores, um dos principais objetivos da educação deveria ser 
promover o desenvolvimento de habilidades dos aprendizes. Alguns estudantes tendem 
a focalizar mais fatos, dados e algoritmos, de maneira mais descritiva, enquanto outros 
se sentem mais confortáveis com teorias e modelos matemáticos (KALATZIS; BELHOT, 
2007). 
Alguns podem, ainda, responder, prioritariamente, às informações visuais, como 
figuras, diagramas e esquemas, enquanto outros apresentam facilidade de entendimento 
a partir de informações verbais – explanações orais ou escritas. Do mesmo modo que a 
preferência pode ser tida das formas ativa e interativa, apresenta uma abordagem mais 
introspectiva e individual entre os estilos de aprendizagem (KALATZIS; BELHOT, 2007). 
Nesse sentido, as dimensões de estilos de aprendizagem, segundo Felder e Silverman 
(1987), podem ser definidas como:
• Sensoriais × intuitivos: os sensoriais são práticos e preferem lidar com situações 
concretas, gostam de aprender fatos. São detalhistas, memorizam procedimentos 
e fatos com facilidade. Já os intuitivos são inovadores, preferem descobrir 
possibilidades e relações. Direcionam mais a atenção para as teorias e os significados. 
Sentem-se mais confortáveis em lidar com novos conceitos, abstrações e fórmulas 
matemáticas. São ágeis nos trabalhos (KALATZIS; BELHOT, 2007). 
• Visuais × verbais: os visuais memorizam mais facilmente, por meio de figuras, 
diagramas, fluxogramas, filmes e demonstrações. No entanto, os verbais tiram 
maior proveito das palavras – explanações orais ou escritas (KALATZIS; BELHOT, 
2007). 
7
• Ativos × refl exivos: os ativos aprendem a partir da experiência, tendem a reter e 
a compreender informações mais efi cientemente, discutindo, aplicando conceitos 
e/ou explicando para outras pessoas. Gostam de trabalhar em grupos. Contudo, 
os refl exivos aprendem internalizando as informações. Eles necessitam de um 
tempo para pensar nas informações recebidas. Preferem os trabalhos individuais 
(KALATZIS; BELHOT, 2007). 
• Sequenciais × globais: os sequenciais tendem a trilhar caminhos mais longos, são 
organizados, aprendem, mais facilmente, os conteúdos apresentados, de forma 
linear e progressiva. Entretanto, os globais aprendem em grandes saltos, lidando, 
de forma aleatória, com os conteúdos, compreendendo-os por “insights”. Depois de 
terem clara a visão geral, têm difi culdade para explicar o caminho que traçaram para 
chegar a essa visão (KALATZIS; BELHOT, 2007). 
Figura 2 – Estilos de aprendizagem
Fonte: https://3.bp.blogspot.com/-R_yCI4uIIew/V4Vvv-DAoPI/AAAAAAAACc0/cQpTd8Unj-gCSC-
Jsjn2R5DY6OC6Er838ACLcB/s1600/ABAAAfU1EAE-9.jpg. Acesso em: 18 ago. 2022.
8
Os quatro tipos e as respectivas perguntas são classificados como:
• Tipo 1 (concreto, reflexivo) – “por quê?”: os aprendizes do tipo 1 reagem, favoravelmente, 
às explanações e, a partir das informações obtidas, procuram fazer a relação com 
suas próprias experiências, os interesses e as futuras profissões (KALATZIS; BELHOT, 
2007).
• Tipo 2 (abstrato, reflexivo) – “o quê?”: os aprendizes do tipo 2 reagem à informação 
de maneira lógica, organizada; a informação se torna benéfica se eles tiverem tempo 
para reflexão (KALATZIS; BELHOT, 2007).
• Tipo 3 (abstrato, ativo) – “como?”: os aprendizes do tipo 3 reagem, positivamente, às 
oportunidades para trabalhar em tarefas bem definidas e aprender por “tentativa e 
erro”, em ambientes que lhes permitam falhar com segurança (KALATZIS; BELHOT, 
2007).
• Tipo 4 (concreto, ativo) – “e se?”: os aprendizes do tipo 4 gostam de aplicar o conteúdo, 
apresentado em aula, em situações novas, para solucionar problemas reais (KALATZIS; 
BELHOT, 2007).
As dimensões propostas para os estilos de aprendizagem não são originais 
nem completas. Outras dimensões desses modelos e de outros modelos também 
desempenham papéis importantes na determinação de como um estudante percebe e 
processa a informação (KALATZIS; BELHOT, 2007). 
Os estilos, ou o conjunto de preferências, determinam as abordagens individuais 
para aprender, as quais, nem sempre, são compatíveis com as situações de aprendizagem. 
Esses estilos variam ao longo da vida, de acordo com a situação de aprendizagem, o 
conteúdo e a experiência do aprendiz (KALATZIS; BELHOT, 2007). 
Nesse sentido, é fundamental que os aprendizes tenham, ao seu alcance, 
os elementos necessários para obter melhores resultados de aprendizagem. Esses 
elementos podem promover melhores condições para atender, inclusive, a exigências 
das atividades profissionais. Conscientizar os alunos ou mesmo ensiná-los a respeito dos 
estilos de aprendizagem e auxiliá-los no processo de aprendizagem torna-os conscientes 
dos próprios processos mentais e contribui para que desenvolvam habilidades (KALATZIS; 
BELHOT, 2007).
O Quadro 1 apresenta algumas técnicas que, segundo Paloff e Pratt (2004), podem 
ser utilizadas para contemplar os diferentes estilos de aprendizagem.
9
CARACTERÍSTICAS DICAS
ALUNOS VISUAIS
Uso de cores; senso artístico; 
habilidades artísticas; 
dificuldade em ouvir 
comandos
 dificuldade em compreender 
palestras. 
Interpretação errônea das 
palavras.
Uso de gráficos, filmes, slides, 
ilustrações, tabelas, resumos etc. 
Criação de códigos de cores/
símbolos para resumos. 
 Atividades de interpretação de 
recursos gráficos. 
 Palestras, diagramas e tabelas para 
organização das anotações.
ALUNOS 
AUDITIVOS
Informações auditivas. 
 Dificuldade na compreensão 
de comandos escritos.
Uso de áudio para palestras ou livros. 
 Realização de entrevistas. 
Participação de discussões
ALUNOS TÁCTICOS 
OU FÍSICOS
Aprendizagem por toque/
sentido. 
Dificuldade em ficar sentados 
por longos períodos. 
Participação em atividades 
físicas. 
Boa coordenação e habilidade 
motora.
Aprendizados experimentais. Aulas 
práticas. 
Uso de simulações. 
 Pausas frequentes nas horas de 
estudo. 
 Uso do computador. 
Aulas virtuais.Aprendizado com atividade motora
ALUNOS 
AUTODIDATAS
Trabalho e estudo individual. 
 Interesses próprios. 
Reflexão de si mesmos. 
 Persistentes e determinados. 
 Busca pela originalidade. 
 Forma intrapessoal
Estudo individualizado. 
 Uso de livros, de recursos multimídia. 
 Realização de projetos individuais. 
Ritmo de aprendizado personalizado. 
Realização de trabalhos de 
pesquisas com interesse específico.
 Resolução de problemas
ALUNOS 
LINGUÍSTICOS
Gosto pela leitura, escrita. 
Contação de estórias. 
 Facilidade de memorização de 
nomes, lugares e datas. 
 Boa fluência verbal e 
facilidade de expressão. 
 Intrapessoal.
 Incentivo à leitura e à escrita. 
Atividades de apresentação de 
síntese para o grande grupo. 
 Escrita de textos nos mais variados 
estilos dissertativos. 
 Realização de debates de temas 
polêmicos
ALUNOS LÓGICO 
MATEMÁTICOS
Gosto por experiências. 
Problemas lógicos ou 
matemáticos. 
 Facilidade no uso de cálculos, 
equações, estatísticas.
Uso de jogos. 
Uso de categorias.
 Criação de classificações. 
 Padrões. 
 Assuntos tratados e comprovados. 
 Desenvolvimento e compreensão de 
processos complexos.
ALUNOS MUSICAIS
Canto. 
Íntimos dos instrumentos. 
Gosto por músicas, ritmos 
e melodias. Interação e 
compreensão de sons.
Atividades com ritmo. 
 Uso de sons. 
 Letras de música. 
 Relação com estilos musicais ou 
épocas. 
Criação de trabalhos em multimídia.
Quadro 1 – Diferentes estilos de aprendizagem e dicas de como trabalhar
10
ALUNOS 
GREGÁRIOS
Fluência pessoal 
 Interesse pelo diálogo. 
 Trabalho em grupos 
 Liderança. 
Bons ouvintes. 
 Conhecimento na relação 
pessoal. Organização de 
eventos. Diplomáticos.
Jogos em equipe. 
 Trabalhos de pesquisa em grupo. 
Pequenas equipes. 
Debates.
 Entrevistas.
Fonte: Paloff; Pratt (2004, p. 64-65)
O estudo desses processos evidencia que cada indivíduo possui um modo de 
aprender, modos de aprendizagem e de acessar o conhecimento ou o novo conhecimento. 
Portanto, os estilos de aprendizagem nada mais são que as diferentes maneiras pelas 
quais o conhecimento é processado – afinal, todos aprendem de um jeito, ou seja, 
aprendem uma mesma coisa de formas diferentes. 
Para elucidar o nosso estudo, optamos por apresentar três estilos específicos de 
aprendizagem: um desenvolvido por Vark, outro pelo professor Kolb e, por fim, outro por 
Dunn e Dunn.
Em sala de aula existe uma variedade de tipos de aprendizagens. Essa 
diversidade abrange as maneiras como os estudantes preferem per-
ceber, reter, processar e organizar o conhecimento. Muito se discorre 
sobre modelos de aprendizagem [...], estes são a construção prática 
da teoria que gera o estilo de aprendizagem (SCHMITT; DOMINGUES, 
2016, p. 364).
Assim, temos o método Vark, um questionário desenvolvido pelo professor Neil 
Fleming, em 1992, composto por uma técnica de mapeamento de estilos de aprendizagem. 
“Esse questionário foi desenvolvido para que haja uma interação sobre a aprendizagem 
entre professor e aluno, mas também pode ser um catalisador para o desenvolvimento 
pessoal” (SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p. 372).
 Para Fleming (2001 apud SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p. 373), o ser humano 
tem quatro canais de aprendizado, são eles: visual, auditivo, sinestésico e leitura/escrita.
• Visual: aprendizagem por meio do uso de recursos visuais, como vídeos, aulas 
expositivas, mapas, e no que diz respeito ao uso de ferramentas tecnológicas, para 
que se aprenda, temos slides ilustrados, diagramas, mapas mentais ilustrados, vídeos 
e flashcards.
• Auditivo: aprendizagem por meio da captação de variações sonoras, como palestras, 
discursões, e no que diz respeito ao uso de ferramentas tecnológicas para que se 
aprenda, temos o podcasts, posts em áudio, audiobooks e videoaulas.
11
• Leitura/escrita: aprendizagem por meio de artigos, manuais, anotações feitas pelo 
próprio aluno, e no que diz respeito ao uso de ferramentas tecnológicas, para que 
se aprenda, temos mapas mentais, resumos, livros, PDFs, apresentação escrita dos 
conteúdos na tela.
• Sinestésico: aprendizagem onde se aprende fazendo, “preferem aprender fazendo 
as tarefas por si sós” (SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p.373). E no que diz respeito ao 
uso de ferramentas tecnológicas, para que se aprenda, temos o uso de laboratórios, 
seja ele presencial ou virtual, encenações, demonstrações e “gostam de utilizar 
o toque, o movimento e a interação com o seu ambiente” (SCHMITT; DOMINGUES, 
2016, p.373).
Figura 3 – Estilos de aprendizagem
Fonte: https://www.iniciativaeducacao.org/uploads/subcanais2_conteudos/v2_aprendiza-
gem_1780px_1780px-1.jpg. Acesso em: 19 ago. 2022.
Outro modelo estrutural da aprendizagem, foi desenvolvido por Kolb, em 1984, um 
instrumento de medida, intitulado Inventário de Estilos de Aprendizagem. Kolb (1984) 
propõe um ciclo para descobrir o ritmo de estudo e a forma como administrar o tempo 
para que a aprendizagem aconteça, proporcionando a autonomia do sujeito.
https://www.iniciativaeducacao.org/uploads/subcanais2_conteudos/v2_aprendizagem_1780px_1780px-1.jpg
https://www.iniciativaeducacao.org/uploads/subcanais2_conteudos/v2_aprendizagem_1780px_1780px-1.jpg
12
Figura 4 – Ciclo de Kolb
Fonte: Schmitt; Domingues (2016, p. 366)
Nesse sentido, na experiência concreta, são os sentimentos, os sujeitos 
desse estilo de aprendizagem; geralmente, são empáticos, tratam as situações como um 
caso único. “Aprendem melhor por meio de exemplos específicos nos quais se sintam 
envolvidos. Estes estudantes tendem a se relacionar melhor com outros estudantes, do 
que com uma autoridade como o professor” (SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p. 365).
Na Conceituação Abstrata, indica-se um modo de aprendizagem analítico e 
conceitual, baseado no raciocínio lógico: “Eles se sentem frustrados e aprendem pouco 
pelo aprendizado através de descobertas de modo desestruturado, como em exercícios 
e simulações” (SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p.365). Os sujeitos aprendem quando 
dirigidos por uma autoridade de modo impessoal.
Na Observação Reflexiva, ocorre uma abordagem por tentativas, imparcial e 
reflexiva: “Aprendem assistindo aulas, o que lhes dá a possibilidade de exercer o seu papel 
de observador e juiz imparcial, desta maneira, tendem a ser introvertidos” (SCHMITT; 
DOMINGUES, 2016, p. 366).
Por fim, na Experimentação Ativa, esses sujeitos aprendem quando participam 
de projetos práticos, debates em grupo, ao organizar tarefas em casa e não gostam de 
situações de “aprendizado passivo como assistir aulas, e tendem a ser extrovertidos” 
(SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p. 366).
+ Ciência e Tecnologia: concreto e abstrato 
A ciência e a tecnologia ainda fundamentam e sustentam o modelo 
dominante. A primeira, como um conjunto de  hipóteses e conceitos, 
baseada em teorias e orientada a estudar a natureza de acordo com o 
método científico, prospectando e buscando a explicação de fenômenos. A 
tecnologia, de natureza concreta, busca a aplicação de um conhecimento 
científico para conseguir um resultado prático, o resultado do fenômeno. 
A divisão teoria/prática é uma noção herdada principalmente do modo 
moderno de concepção do mundo: a aprendizagem seria estritamente um 
processo experencial, ou seja, proveniente do contato e das percepções 
entre o indivíduo e o mundo que o cerca. De uma experimentação ativa e 
uma experiência concreta, o indivíduo retira insumos para uma observação 
reflexiva, que pode dar origem a um pensamento, uma conceituação 
abstrata, conforme figura abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tensão entre esses dois polos é perniciosa porque nos faz escolher entre 
fazer ou dizer, comunicar ou participar, pensar ou agir, quando, na verdade, 
ambos ocorrem simultaneamente, apesar de serem atividades humanas 
distintas. Essa dicotomia, resquício da modernidade, aparece também na 
cisão universidade/empresa, como se a academia fosse o lócus do 
conhecimento puro, abstrato, teórico e as corporações o local onde “as 
coisas realmente acontecem”, onde se aprendena prática. 
 
 
Figura 1. Modelo de aprendizagem experencial (David Kolb.  Experiential Learning: 
Experience as the Source of Learning and Development, 1984) 
2 
13
Quadro 2 – Atividades integradas
Quadro 3 – Modelo proposto por Dunn e Dunn
Fonte: Schmitt; Domingues (2016, p. 367)
Fonte: adaptado de Dunn; Dunn; Price (1982 apud SCHMITT; DOMINGUES, 2016, p. 374-375).
Portanto, na prática, o Quadro 2 mostra como seriam as atividades integradas ao 
processo de aprendizagem do sujeito, segundo Kolb (1984):
Experiência 
concreta
Observação 
reflexiva
Conceituação 
abstrata
Experimentação 
ativa
Exemplos de aula Perguntas para 
reflexão
Palestras Exemplos de aula
Conjuntos de 
problemas
Tempestade de ideias 
(brainstorming)
Papers Laboratórios
Leituras Discussões Analogias Estudos de caso
Filmes Juris Leituras de textos Tarefas em casa
Simulações Jornais Projetos Projetos
Laboratórios Modelos de 
construção
Trabalho de campo
Observações Modelos críticos
Trabalho de campo
O estilo de aprendizagem, proposto por Dunn e Dunn (1978), é composto por “um 
conjunto de condições por meio das quais os sujeitos começam a concentrar, absorver, 
processar e reter informações e habilidades novas ou difíceis” (SCHMITT; DOMINGUES, 
2016, p. 363). De acordo com Schmitt e Domingues (2016, p. 374), “os sujeitos respondem 
a estímulos ambientais, emocionais, sociais, físicos, psicológicos, categorias sob as quais 
estão agrupadas diferentes condições que afetam a aprendizagem”. 
Estímulos 
ambientais
Aprendem reagindo de forma diferente aos vários fatores 
ambientais. Exemplo: alguns preferem ouvir música enquanto 
aprendem, outros preferem silêncio.
Estímulos 
sociais
Podem aprender melhor sozinhos, em grupos ou na presença de 
uma autoridade.
Estímulos 
físicos
Alguns sujeitos preferem estudar a partir de textos, outros por 
imagens, diagramas. Temos sujeitos diurnos, que conseguem 
melhores resultados de manhã bem cedo, enquanto outros só 
conseguem produzir melhor no final da manhã; também há aqueles 
que precisam de algo para comer, para conseguir se concentrar.
Estímulos 
psicológicos 
Analíticos, esses sujeitos aprendem melhor quando recebem 
informações em detalhes, em sequências lógicas. Já o sujeito global 
prefere entender o todo, para depois se concentrar nos detalhes.
14
Então, que tal tentarmos fazer um resumo de tudo que conversamos até aqui?
1.2.1 ESTILO VISUAL 
Figura 5 – Visual
Fonte: https://images6.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60476.jpg. 
Acesso em: 19 ago. 2022.
Você gosta de ler? Você presta mais atenção no que está escrito na lousa ou nos 
slides do que no que o professor está dizendo? Você gosta de fazer anotações escritas 
durante as aulas? Nesse estilo, há a retenção da mensagem a partir da visualização de 
imagens (BELLANI, 2016).
Visual: fazer anotações durante as aulas expositivas, usar mapas mentais para 
consolidar o aprendizado, utilizar canetas coloridas para anotar, usar marca textos 
coloridos para grifar conteúdos específicos.
https://images6.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60476.jpg
15
1.2.2 ESTILO AUDITIVO
Figura 6 – Auditivo
Fonte: https://images6.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60474.jpg. 
Acesso em: 19 ago. 2022.
Gosta de ouvir música ou de deixar a TV ligada enquanto estuda? Você tem 
facilidade de lembrar o que foi dito na sala de aula, mesmo que tenha sido dito há 
semanas? Essas são algumas das maneiras para se apreender as informações com mais 
facilidade por meio do som (quando você fala ou escuta) (BELLANI, 2016).
Auditivo: gravar as aulas (não se esqueça de pedir autorização antes) para ouvir 
depois, ler os textos em voz alta; você pode utilizar ferramentas para transformar textos 
em áudios, e montar grupos de estudos para discussão dos textos.
https://images6.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60474.jpg
16
1.2.3 ESTILO CINESTÉSICO
Figura 7 – Cinestésico
Fonte: https://images2.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60475.jpg. 
Acesso em: 19 ago. 2022.
Você prefere abordagens mais práticas para aprender? Você se sai melhor em 
disciplinas que requerem movimento, como fotografia, educação física e aulas em 
laboratórios? Dessa forma, associam-se as informações recebidas ao movimento corporal 
(BELLANI, 2016).
Cinestésico: fazer alongamentos durante um estudo e outro ou, simplesmente, 
sair para buscar um copo de água; faça experimentações do que você está aprendendo.
NA PRÁTICA!
QUE TAL FAZER UM TESTE E CONHECER O SEU ESTILO DE APRENDIZAGEM? 
Ao longo desta etapa, você é convidado a realizar o teste on-line para conhecer o seu 
estilo de aprendizagem e complementar esse tema.
Aproveite esta oportunidade para se conhecer melhor! 
https://images2.content-hci.com/commimg/myhotcourses/blog-inline/myhc_60475.jpg
17
1.3 ABORDAGENS PEDAGÓGICAS 
CONTEMPORÂNEAS
Nesta seção, compreenderemos que a aprendizagem ocorre de forma diferente 
para cada sujeito, afinal somos diferentes. Por que, então, insistimos, muitas vezes, em 
ensinar a todos da mesma forma? 
A seguir, conheceremos algumas abordagens da aprendizagem significativa.
1.3.1 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA
Segundo Ausubel (1968), a aprendizagem envolve a organização e a integração 
na estrutura cognitiva, entendida como “[...] conteúdo total de ideias de certo indivíduo 
e sua organização; ou conteúdo e organização de suas ideias em uma área particular de 
conhecimento” (AUSUBEL,1968, p. 37-38).
Em sua teoria, Ausubel (1968) ressalta que, na aprendizagem, torna-se 
imprescindível considerar o contexto social, cultural e econômico em que o sujeito está 
inserido, criando-se, a partir desses fatores, possibilidades de aprendizagem significativa, 
oportunizando aos sujeitos condições de participação ativa no processo de aprendizagem.
No entanto, Ausubel (1968) ressalta que há duas condições para haver 
aprendizagem significativa, sendo elas: 
• A primeira está relacionada à disposição de apreender por parte do aluno. 
• A segunda vincula-se à potencialidade significativa do conteúdo a ser estudado.
O que significa aprendizagem significativa?
O pesquisador norte-americano David Paul Ausubel (1918-2008) propôs o conceito 
de “aprendizagem significativa”, no qual o aluno aprende quando o que lhe é ensinado 
faz sentido, tem significado na sua vida, e mais, quando consegue fazer relação com 
aquilo que ele já conhece, ou seja, é um processo a partir do qual um novo conteúdo 
ou informação se relaciona com um aspecto importante da estrutura de conhecimento 
dos alunos. Essas novas informações adquiridas pelos alunos se tornam aprendizagem 
significativa quando se ancoram com conceitos preexistentes da estrutura cognitiva.
18
Para melhor compreensão, apresentaremos um breve resumo do que é a 
aprendizagem significativa e como você poderá aplicá-la na instituição de ensino. O 
texto apresentado, a seguir, foi adaptado de: https://blog.saraivaeducacao.com.br/
aprendizagem-significativa/. 
_O QUE É, AFINAL, 
APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA?
Podemos considerar a aprendizagem significativa aquela em que as ideias 
expressas de maneira simbólica interagem de forma substantiva e não 
arbitrária com aquilo que o estudante já sabe. Para compreender melhor essa 
definição, você confere, a seguir, os conceitos de não arbitrariedade e substantividade, 
segundo Ausubel.
• Não arbitrariedade do material: ocorre quando o material potencialmente 
significativo é relacionado de maneira não arbitrária com o conhecimento que já 
existe para o aluno. Nesse contexto, a relação entre o aprendiz e o material não se 
dá por qualquer aspecto da estrutura cognitiva, mas por conhecimentos relevantes 
específicos. Assim, o conhecimento prévio serve como base para a fixação de novos 
conhecimentos.
• Substantividade: indica que é a substância do novo conhecimento e das ideias que 
são incorporadas à estrutura cognitiva do estudante. Isso quer dizer que não são as 
palavras específicasusadas por um professor ou educador para expressar essas ideias 
que são absorvidas e utilizadas para construção do conhecimento. Afinal, diferentes 
maneiras, signos, símbolos e palavras podem ser usados para explicar um mesmo 
conceito. 
• Disponibilidade do sujeito para aprendizagem significativa: além da não 
arbitrariedade e da substantividade, outro fator determinante para que ocorra a 
aprendizagem significativa, para David Ausubel e os contribuidores Hanesian e Novak, 
é a disponibilidade do sujeito. Isso significa que, para que a aprendizagem significativa 
ocorra, é necessária uma predisposição favorável do sujeito.
https://blog.saraivaeducacao.com.br/aprendizagem-significativa/
https://blog.saraivaeducacao.com.br/aprendizagem-significativa/
19
Assim como em outras teorias educacionais de base construtivista, o que o aluno 
já conhece é um fator importantíssimo para os processos de aprendizagem 
significativos. Dessa forma, Ausubel se baseia nessa premissa e considera que os 
conhecimentos prévios dos alunos podem atuar como pontos de ancoragem de novas 
ideias.
De forma resumida, podemos considerar que a aprendizagem significativa se dá 
com a atribuição de significado a um novo conhecimento a partir da relação 
deste com os conhecimentos prévios do estudante.
_QUAIS OS TIPOS 
DE APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA?
Existem diferentes formas de como a aprendizagem significativa pode ocorrer. 
Entre elas, estão:
APRENDIZAGEM REPRESENTACIONAL
É vista como um dos tipos mais básicos de aprendizagem significativa, e mais 
semelhante à aprendizagem automática e mecânica. Está relacionada com o significado 
de palavras e de símbolos individuais. Nesse processo, o aluno relacionará 
o objeto aos símbolos que o representam, sendo os símbolos convencionais. Essa 
convencionalidade permite que o indivíduo conheça e organize seus conhecimentos, 
nomeando, classificando e definindo funções.
APRENDIZAGEM CONCEITUAL
Esse tipo de aprendizagem também se baseia em símbolos individuais e se deriva 
da aprendizagem representacional. Desse modo, esses dois tipos de aprendizagem 
são interdependentes. A aprendizagem conceitual é considerada um tipo complexo de 
aprendizagem representacional, em que o ensino vai além de um caráter nominalista 
ou representacional, sendo substantivo e não arbitrário.
20
APRENDIZAGEM PROPOSICIONAL
Esse tipo de aprendizagem se dá a partir dos significados expressos por grupos de 
palavras combinadas em frases ou proposições. Mais uma vez, ela é interdependente 
das relações representacionais e conceituais, sendo o tipo mais complexo entre eles.
APRENDIZAGEM SUBORDINADA
Nesse tipo de aprendizagem, ocorre uma hierarquização e uma organização dos 
conteúdos. Esse processo é feito pela estrutura cognitiva, por meio da associação do novo 
material aos conhecimentos prévios. A aprendizagem subordinada pode se manifestar de 
duas maneiras:
• Aprendizagem subordinada derivativa: quando o novo conceito é advindo de 
um que já existe na estrutura cognitiva.
• Aprendizagem subordinada correlativa: quando o novo conceito é parecido 
com um que já existe na estrutura cognitiva. Ele é, então, compreendido como uma 
elaboração, modificação, extensão ou quantificação do conceito já conhecido.
APRENDIZAGEM SUPERORDENADA
No caso da aprendizagem superordenada, o conceito aprendido é mais abrangente 
do que o preexistente. Nesse contexto, o novo conceito, mais completo, substituiu 
o anterior.
APRENDIZAGEM COMBINATÓRIA
Esse tipo de aprendizagem significativa engloba os conceitos novos que não 
são classificados como subordinados ou superordenados. Eles correspondem às 
generalizações que esclarecem e incluem algo aos conhecimentos já existentes.
Você pode se perguntar: como acontece a aprendizagem significativa? 
De forma resumida, podemos considerar que esse tipo de aprendizagem acontece 
quando uma nova ideia é relacionada aos conhecimentos prévios em um 
momento ou uma situação de relevância para o estudante. Por meio desse 
processo, o aluno é capaz de ampliar e atualizar suas informações anteriores, 
além de atribuir novos significados aos seus conhecimentos prévios.
21
_CONHEÇA SETE 
CARACTERÍSTICAS DE 
UMA APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA
Agora que você já sabe o que e quais são os tipos de aprendizagem significativa, 
que tal saber mais sobre as suas características? A partir disso, você poderá olhar para 
os processos significativos que deseja implementar, na sua instituição ou sala 
de aula, e compreender se estão aderentes ao que preconiza essa técnica.
Com isso, você poderá identificar em qual medida já implementa esses 
atributos e quais são os pontos de melhoria, ou seja, aqueles em que ainda há dificuldade 
de aderir em sua prática profissional. 
Separamos sete características que são centrais para conhecer um pouco mais 
sobre esse método de ensino-aprendizagem. Confira:
1. AS RELAÇÕES SÃO O FOCO
Nesse caso, a palavra “relações” não está conectada apenas às vivências coletivas 
e aos relacionamentos, mas à forma como o sujeito conecta situações já vividas 
àquelas que vê pela primeira vez. É como estudar os critérios para montarmos um quebra-
cabeça. A escolha das peças pela sua cor ou formato está ligada ao conhecimento 
prévio de que as peças possuem encaixes únicos e/ou que já existe um conjunto de peças 
com aquele esquema de cores. Dessa forma, acabamos completando informações 
com o que já sabemos ou conhecemos – uma maneira de contribuir para a organização do 
caos, que é o desconhecido. Com isso, os marcos conceituais tornam-se nossa referência 
para seguir em uma trilha de aprendizado. 
2. MODOS TRADICIONAIS DE ENSINO NÃO SE ADAPTAM
A aprendizagem significativa é uma daquelas formas de olhar para a educação 
que pedem que o educador revisite seus modos de atuar e, até mesmo, de pensar. Isso 
pode fazer com que muitos tenham que abandonar algumas práticas. Não é uma 
metodologia que pode ser aplicada parcialmente, já que os sistemas tradicionais 
de memorização, que nos fizeram saber, até hoje, fórmulas matemáticas complexas, que 
não necessariamente sabemos quando utilizar, não estão dentro dos principais pilares 
desse tipo de aprendizagem. Até os tipos de avaliação precisarão ser repensados para 
https://blog.saraivaeducacao.com.br/tipos-de-avaliacao/
22
que contemplem a complexidade da criação de uma rede de relações na aprendizagem 
significativa. 
3. BEBER DE FONTES CULTURAIS É ESSENCIAL
Todos sabemos que a educação e a cultura são complementares. Contudo, na 
aprendizagem significativa, é preciso ir além das camadas superficiais da cultura como 
conhecemos. Além de ser ligada às atrações culturais, ela tem uma dimensão de 
vivência social.
Uma imersão do docente, nesse contexto, é um caminho sem volta para um 
processo de ensino-aprendizagem significativo e de qualidade. É o professor que irá 
transpor esse olhar para as suas aulas. É preciso demonstrar aos alunos as construções 
sociais que formam o mundo como ele é hoje, para que sejam capazes de entender 
por que há diferentes manifestações culturais, e como é possível ensinar e aprender a 
partir delas. 
4. ATIVIDADES DEVEM ENGAJAR
Se as atividades não engajam numa proposta significativa algo está errado! O 
interesse do aluno diante dessa forma de aprender e ensinar deve ser diferente daquelas 
tarefas tradicionais, porque a autonomia do aluno faz com que ele queira crescer e 
melhorar seus marcos conceituais. Para isso, é preciso compreender se há algum tipo 
de quebra de confiança entre professor e aluno, se há espaço para troca de ideias 
e feedbacks dos discentes, se o professor está apto para guiar o processo com 
aqueles alunos e se a ancoragem com os eventos da realidade, para criação de exemplos, 
está firme o suficiente para promover o aprendizado.
5. O PLANEJAMENTO PRECISA SER ADEQUADO
Nesse caso, a palavra adequação está ligada a uma adaptação contextual 
aos alunos. O planejamento educacional do conteúdo deve ser feito considerando que 
as múltiplas dimensões culturaisdo processo de aprendizagem significativa são parte 
da essência dessa forma de ensinar. O modo de traçar as ações em sala de aula deve 
considerar os objetivos daquela disciplina ou curso. Logo, a finalidade deve vir 
antes mesmo de decidir o método. Dessa forma, eles serão mais adequados e aderentes 
às metas da disciplina e da instituição de ensino.
Esteja preparado para revisitar esse planejamento com frequência. Mesmo 
com um objetivo único, as demandas acadêmicas podem precisar ser revistas de acordo 
com a necessidade dos estudantes. 
https://blog.saraivaeducacao.com.br/autonomia-do-aluno/
https://blog.saraivaeducacao.com.br/planejamento-educacional/
23
6. O MATERIAL NÃO PODE SER ESCOLHIDO ARBITRARIAMENTE
Se queremos promover ancoragens culturais e construção de marcos conceituais 
que possam sempre ser atualizados, a escolha dos recursos utilizados em sala de aula 
também deve estar ligada a uma dimensão significativa, que promova conexões 
com os exemplos a serem empregados. Isso pode tirar o professor da zona de 
conforto. Quantas vezes replicamos as mesmas aulas para turmas diferentes – em 
alguns casos por décadas! Isso pode parecer muito drástico, mas é o que acontece com 
muitos educadores que são referência em suas áreas. 
É preciso buscar materiais adequados para os alunos, pois eles trazem muitas 
dúvidas e conhecimentos particulares, que não devem ser ignorados em prol de 
um modo de operação padrão.
7. A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA É UMA VIA DE MÃO DUPLA
Os esforços dos educadores podem ser os mais completos e complexos, abarcando 
toda a conjuntura cultural do momento e de seus alunos, mas, se não há reciprocidade 
nesse processo, é impossível continuar. Muitas vezes, os professores conseguem uma 
abertura inicial que auxilia na promoção de diagnósticos e na confecção de bons 
planejamentos, alinhados aos propósitos da aprendizagem significativa. 
No entanto, a manutenção dessa situação pode ser difícil, diante do desestímulo 
e da consequente baixa participação do estudante. Diante disso, não é possível seguir 
com as informações iniciais, como se elas fossem uma pintura do cenário atual. É preciso 
retomar as relações e reconquistar esse espaço de trocas.
_COMO ALIAR TECNOLOGIA 
E APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA?
Uma das dúvidas que pode ficar, após compreendermos um pouco melhor sobre a 
aprendizagem significativa, é: como aliar as tecnologias a um contexto que parece 
carecer de contato, de uma grande carga de trocas e de uma imersão cultural?
É inegável a inserção social em uma dimensão mediatizada. Entretanto, as 
mediações não são, necessariamente, perdas para o processo educativo. É preciso saber 
ensinar dentro desse contexto, que é o mesmo de quase todos os alunos, logados 
diariamente em sites, redes sociais, jogos e aplicativos. 
24
A educação a distância é um dos exemplos disso. Alguns alunos podem passar 
o curso inteiro sem conhecer os professores e colegas pessoalmente, mas, ainda assim, 
desenvolver vínculos e conhecer um pouco mais da realidade dos outros discentes e 
docentes. 
A tecnologia na educação pode ser benéfica, porque insere a instituição de ensino 
superior (IES) em um contexto de inovação. Em um momento que há quebra de modos 
certos ou errados de ensinar, e mudança de métodos pela inserção dessas tecnologias, 
pode ficar mais fácil conduzir a jornada de ensino-aprendizado em uma dimensão 
significativa. 
A conexão com a internet e as novas tecnologias nos dão uma dimensão ainda 
maior dos diferentes perfis que compõem as turmas das IES, fazendo com que 
possamos pensar em um ensino mais personalizado, com trocas valiosas. 
Um ponto de atenção é a habilidade dos professores em acompanhar essas 
mudanças. É preciso capacitá-los para que façam uso adequado da tecnologia, 
promovendo melhorias no processo de ensino-aprendizagem. 
A abertura para que o aluno proponha e ensine também pode ser um ponto extra 
para a educação alinhada à tecnologia. A curiosidade e a motivação dos estudantes 
são atributos essenciais da aprendizagem significativa. 
A construção do conhecimento dos alunos precisa passar pelo uso de tecnologias. 
Isso os prepara para os desafios profissionais que irão enfrentar em suas jornadas, 
tornando-os mais capacitados para o mercado de trabalho. 
_POR QUE APLICAR 
A APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA NO ENSINO 
SUPERIOR?
A aprendizagem significativa pode ser aplicada em várias etapas do ensino, 
desde o pré-escolar até a pós-graduação. No entanto, sua aplicação nesses diferentes 
contextos deverá utilizar diferentes estratégias. 
As instituições acadêmicas possuem a característica de promover um ensino que 
busca preparar o estudante para a vida profissional relacionada a sua área. Esse 
é o primeiro ponto em que a aprendizagem significativa faz uma interface de excelência 
com o ensino superior.
https://blog.saraivaeducacao.com.br/tecnologia-na-educacao/
25
Afinal, é uma técnica muito versátil. Por ser contextual, valorizar as experiências 
e por preconizar a construção do conhecimento, a aprendizagem significativa é um 
trunfo em relação à formação dos estudantes, que poderão aplicar seus conceitos em 
seu processo de formação contínua. 
O aprendizado do aluno não termina na sala de aula ou no ato de sua formatura. A 
vida é uma oportunidade de aprendizado, e levar uma metodologia significativa 
para o ambiente de trabalho pode ser uma oportunidade de demonstrar maturidade e 
compreensão sobre o contexto em que está inserido. 
A aplicação da aprendizagem significativa no ensino superior pode se dar a partir 
do uso de metodologias ativas, como exemplificaremos mais adiante. Isso pode 
ajudar na retenção dos alunos, já que traz leveza para as aulas. 
A vida acadêmica adulta é diferente de quando somos jovens estudantes. As 
crianças estão em um processo de absorção e assimilação maior de seu entorno. Já o 
adulto traz uma série de experiências e vivências, que precisam ser consideradas. 
Isso faz com que o aluno se sinta parte importante do caminho de aprendizado, 
aumentando a chance de sucesso das estratégias empregadas pelo professor em sala 
de aula. 
_QUAL A IMPORTÂNCIA 
DA APRENDIZAGEM 
SIGNIFICATIVA?
Como vimos, esse tipo de aprendizagem ocorre apenas se o aluno vê relevância 
na situação e relaciona os novos conhecimentos para as suas concepções prévias. 
Nessas condições, ele é capaz de absorver e interiorizar as novas informações com maior 
facilidade e profundidade.
Além disso, a aprendizagem significativa possibilita que os alunos aprendam 
de diferentes formas, apliquem distintos tipos de inteligência e se expressem 
de variados modos. Isso oferece maior liberdade, independência e autonomia para que 
os alunos realmente aprendam da melhor forma para cada um.
Para saber como aplicar a aprendizagem significativa na sua instituição de 
educação ou em sua sala de aula e como estimular essa autonomia dos alunos, continue 
a leitura!
https://blog.saraivaeducacao.com.br/metodologias-ativas-no-ensino-superior/
26
COMO APLICAR A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA?
A seguir, apresentaremos o mapa conceitual, o qual pode auxiliar na aplicação da 
aprendizagem significativa na sua sala de aula. Confira!
MAPAS CONCEITUAIS
Conhecidos também como mapas mentais, os mapas conceituais são uma excelente 
ferramenta para aplicação da aprendizagem significativa. Essa técnica foi desenvolvida 
por Joseph D. Novak e outros pesquisadores e professores da Universidade de Cornell, 
nos Estados Unidos, na década de 1970.
Figura 8 – Mapa conceitual ou mapa mental
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-lNqjSLG8iKM/TgiYkB3Wa9I/AAAAAAAAABA/MIHnK-KzrCs/s400/
mapa+conceitual.jpg. Acesso em: 19 ago. 2022.
http://4.bp.blogspot.com/-lNqjSLG8iKM/TgiYkB3Wa9I/AAAAAAAAABA/MIHnK-KzrCs/s400/mapa+conceitual.jpg
http://4.bp.blogspot.com/-lNqjSLG8iKM/TgiYkB3Wa9I/AAAAAAAAABA/MIHnK-KzrCs/s400/mapa+conceitual.jpg
27
Figura 9 – Neuropsicologia
Fonte: https://www.lifeder.com/wp-content/uploads/2020/02/cerebro-neuronas-imagen-696x392.
jpg. Acessoem: 20 ago. 2022.
Eles podem ser considerados um tipo de diagrama que tem como objetivo estimular 
a memorização e o aprendizado a partir da gestão de informações e de conhecimento. 
Isso porque, com esses mapas, é possível traçar uma representação visual das 
relações entre conceitos ou informações.
Dessa forma, os estudantes podem relacionar novos conhecimentos com aqueles 
preexistentes, adicionando e estabelecendo um contexto para concretizar novos 
significados.
Além de permitir uma maior construção de informações e entendimento dos 
estudantes, ao propor aos alunos a produção de mapas mentais, os professores também 
estimulam o protagonismo dos estudantes em seus próprios processos de aprendizagem.
Fonte: adaptado de https://blog.saraivaeducacao.com.br/aprendizagem-significativa/. Acesso em: 
20 ago. 2022.
1.3.2 NEUROPSICOLOGIA
https://www.lifeder.com/wp-content/uploads/2020/02/cerebro-neuronas-imagen-696x392.jpg
https://www.lifeder.com/wp-content/uploads/2020/02/cerebro-neuronas-imagen-696x392.jpg
https://blog.saraivaeducacao.com.br/aprendizagem-significativa/
28
1.3.2.1 A Neuropsicologia: algumas 
definições
Inúmeras definições de neuropsicologia se complementam e delineiam o seu campo 
de investigação e atuação. A pluralidade identificada no uso do termo e a diferença entre 
as definições se atrelam à constatação de que a Neuropsicologia é uma área de fronteira 
com inúmeras disciplinas. Portanto, possui um caráter eminentemente interdisciplinar, 
incorporando conceitos e técnicas de disciplinas básicas, como a neuroanatomia, 
neurofisiologia, neuroquímica e neurofarmacologia, bem como disciplinas de aplicação, 
como a psicometria, a psicologia clínica e experimental, a psicopatologia e a psicologia 
cognitiva (HAZIN et al., 2018).
O termo neuropsicologia foi utilizado pela primeira vez por Sir William Osler, em 
1913, numa conferência nos Estados Unidos. Também surgiu no subtítulo da obra de 
1949 de Donald Hebb (The Organization of Behavior: A Neuropsychological Theory). 
Entretanto, a neuropsicologia começa a delinear-se enquanto uma disciplina científica 
a partir da chamada abordagem clínica clássica (final dos anos de 1800), caracterizada 
pela observação e realização de estudos clínicos de pacientes com lesões neurológicas e 
alterações cognitivas (HAZIN et al., 2018).
Nesse contexto, podemos destacar que o domínio neuropsicológico pode ser 
compreendido a partir de três vertentes complementares, sendo elas:
• Na primeira, a neuropsicologia é considerada uma disciplina clínica que objetiva 
identificar o perfil de déficits cognitivos apresentado por pacientes que sofreram 
lesões cerebrais. 
• A segunda vertente, emerge de uma disciplina neurocientífica, que consiste no 
estabelecimento de correlações anátomo-clínicas, possibilitando uma melhor 
compreensão acerca das operações elementares, da dinâmica e da plasticidade das 
funções cognitivas.
• Por fim, é caracterizada como uma disciplina cognitiva, no sentido em que considera 
o desempenho em testes e tarefas obtidos por sujeitos com lesões cerebrais, formula 
testes de hipótese a partir de teorias cognitivas elaboradas com base nos estudos 
realizados com sujeitos saudáveis, contribuindo para melhor compreensão acerca da 
cognição humana (HAZIN et al., 2018).
Essa pluralidade de vertentes possibilita associar à Neuropsicologia a objetivos 
diversos. Gil (2002) identifica objetivos diagnósticos, terapêuticos e cognitivos, ou seja, 
objetivos de pesquisa básica e aplicada, que configuram, respectivamente, os domínios 
da Neuropsicologia Experimental e da Neuropsicologia Clínica. 
29
A Neuropsicologia Experimental tem como objeto de investigação as relações 
entre, de um lado, a estrutura e o funcionamento do encéfalo, de outro, os processos 
psicológicos superiores. O objetivo maior da Neuropsicologia Clínica consiste na 
avaliação das capacidades cognitivas deficitárias, estabelecendo igualmente as funções 
preservadas, contribuindo assim para a organização e implementação de um programa 
de reabilitação neuropsicológica em indivíduos com queixas associadas a condições 
neurológicas específicas (HAZIN et al., 2018).
 A Neuropsicologia Clínica se debruça sobre estratégias clínicas de observação 
e intervenção junto a diversos grupos. A compreensão das diferenças e das conexões 
entre esses dois domínios, experimental e clínico, torna-se essencial para compreender 
tanto a trajetória histórica da Neuropsicologia quanto as questões atuais sobre a 
capacitação profissional nesses domínios distintos (HAZIN et al., 2018).
Nesse contexto, vale destacar que a intervenção neuropsicológica contempla dois 
processos interligados: a avaliação e a reabilitação de funções cognitivas. 
A avaliação consiste na investigação do perfil cognitivo individual, considerando 
os déficits e as funções preservadas. Comumente, são avaliadas as funções receptivas 
(habilidades de selecionar, adquirir, processar e integrar informações a partir de visão, 
audição e somestesia); memória e aprendizagem; organização mental e reorganização 
da informação; e as funções expressivas (meios nos quais a informação é comunicada ou 
colocada em ação); entre outras (HAZIN et al., 2018). 
Atenção: somestesia é uma palavra que vem do latim soma (corpo) e aesthesia 
(sensibilidade). É a capacidade que os seres humanos e animais têm de receber 
informações do meio externo e interno. 
Fonte: adaptado de https://www.sanarmed.com/sistema-somatossensorial-tudo-que-voce-precisa-
-saber-colunistas. Acesso em: 20 ago. 2022.
A reabilitação consiste em um programa de intervenção que objetiva, por meio 
de estratégias específicas funcionalmente orientadas, recuperar ou adaptar uma função 
cognitiva prejudicada ou perdida (HAZIN et al., 2018).
_Afinal, o que é a 
Neuropsicologia?
Para melhor compreensão, apresentaremos um breve resumo sobre a 
neuropsicologia. O texto apresentado, a seguir, foi adaptado de: https://mirandacristiane.
com.br/neuropsicologia-e-aprendizagem/. Vamos lá?
https://www.sanarmed.com/sistema-somatossensorial-tudo-que-voce-precisa-saber-colunistas
https://www.sanarmed.com/sistema-somatossensorial-tudo-que-voce-precisa-saber-colunistas
https://mirandacristiane.com.br/neuropsicologia-e-aprendizagem/
https://mirandacristiane.com.br/neuropsicologia-e-aprendizagem/
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NEUROPSICOLOGIA E APRENDIZAGEM – CONHEÇA A RELAÇÃO
A Neuropsicologia – um importante ramo da psicologia – é uma especialidade que 
estuda as relações entre o cérebro, os processos mentais e o comportamento. Por meio 
dela, é possível compreender processos perceptivos, de aprendizagem, soluções de 
problemas, entre outros. 
O QUE É NEUROPSICOLOGIA?
A Neuropsicologia é um ramo interdisciplinar da ciência, que analisa a relação entre 
cérebro e comportamento. Ela estuda fenômenos como atenção, memória, pensamento, 
percepção, linguagem e motricidade humana, aplicando os saberes de diversos campos 
do conhecimento – incluindo neurologia, psicologia, psiquiatria, genética e neuroimagem.
_NEUROPSICOLOGIA E 
APRENDIZAGEM – SAIBA 
MAIS SOBRE ESTA 
RELAÇÃO
Algumas alterações cognitivas e comportamentais podem ser observadas ainda 
na fase pré-escolar da criança, como hiperatividade, déficit de atenção, disfunções na 
motricidade, na compreensão auditiva e na memória. Já os distúrbios de aprendizagem só 
podem ser identificados após a alfabetização da criança, incluindo a dislexia, a disgrafia, 
a discalculia e a disortografia, por exemplo.
Embora as crianças demonstrem alguns sinais desses transtornos em casa, é na 
escola que eles se tornam mais evidentes, quando os educadores notam a dificuldade do 
pequeno em acompanhar o ritmo da turma. Geralmente, os educadores são os primeiros a 
identificar as alterações comportamentais da criança, pois podem compará-la com outras 
crianças da mesma faixa etária, que seguem o curso dentro do esperado.
Os pais, especialmente os de primeira viagem, muitas vezes não dão a devida 
atenção aos sinais, em função da falta de experiênciacom crianças, acreditando que os 
distúrbios comportamentais irão embora à medida que a criança amadurece. Em alguns 
casos, essas crianças evoluem positivamente, de fato. No entanto, em muitos casos 
esses distúrbios prevalecem e há a necessidade de uma avaliação especializada para 
identificar a causa das alterações comportamentais – é aí que entra a importância da 
sinalização do professor de que algo está errado.
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As alterações de comportamento e de aprendizagem incluem:
• desatenção constante;
• hiperatividade;
• falta de concentração;
• impulsividade;
• dificuldade em acompanhar o restante da turma;
• isolamento;
• autoagressão;
• hábitos estereotipados, como sacudir as mãos, lamber os sapatos ou o chão ou 
envolver-se em situações de risco sem perceber.
TRANSTORNOS DE APRENDIZAGEM
A aprendizagem caracteriza-se por um processo constante e evolutivo, presente na 
vida de todos os seres humanos. Ela é classificada em estilos, que incluem a aprendizagem 
visual, auditiva, de leitura/escrita e ativa, ou seja, a aprendizagem através da prática.
O processo de aprendizagem tem início a partir do nascimento da criança e, 
especialmente durante a infância, merece muita atenção e vigilância por parte dos pais, 
educadores e responsáveis, porque defasagens nesse processo repercutirão em toda a 
sua vida, inclusive na adulta.
O termo dificuldade de aprendizagem engloba uma série de distúrbios que 
comprometem, basicamente, a capacidade de aquisição e o rendimento da fala, da 
escuta, da leitura, da expressão escrita, da memória, do raciocínio ou de habilidades 
matemáticas. Geralmente, podem ser observados ainda durante a primeira infância e 
exigem acompanhamento e intervenção médica.
Fonte: adaptado de https://mirandacristiane.com.br/neuropsicologia-e-aprendizagem/. Acesso em: 
20 ago. 2022.
Portanto, antes de continuarmos nossos estudos, podemos definir que a 
Neuropsicologia é considerada uma disciplina científica, que se ocupa das relações 
cérebro/funções cognitivas. Sendo uma ciência de caráter interdisciplinar em suas 
origens, busca estabelecer uma relação entre os processos mentais e o funcionamento 
cerebral, utilizando o conhecimento das neurociências, que elucidam a estrutura e o 
funcionamento cerebral, e da psicologia, que expõe a organização das operações mentais 
e do comportamento (SERON, 1982 apud HAASE et al., 2012).
De acordo com Haase et al. (2012), a Neuropsicologia preparou um importante 
instrumento conceitual para a revisão de mecanismos e estrutura dos processos 
cognitivos, levando à criação de uma teoria da base cerebral da atividade mental humana. 
https://mirandacristiane.com.br/neuropsicologia-e-aprendizagem/
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Antes disso, a atividade humana e a atividade intelectual eram termos puramente mentais 
e abstratos, fundamentados em relações empíricas entre percepção e associação.
Ainda de acordo com Haase et al. (2012, p. 4), “Luria propõe uma localização 
dinâmica das funções cognitivas, afirmando que os processos mentais humanos são 
sistemas funcionais complexos e integrados”. Portanto, Luria afirma que, a partir de 
alterações sociais ou comunitárias, teremos maior compreensão do dinamismo que 
envolve as atividades mentais e o desenvolvimento do cérebro.
Dessa forma, o cérebro influencia em nossas funções cognitivas que incluem: 
atenção; memória; capacidade de julgamento; raciocínio; comportamento; e emoções. 
Para Freitas e Cardoso (2018, p. 170 apud SILVA, 2020), a neuropsicologia é “[...] uma 
fonte importante de ferramentas para a promoção da equidade educacional”; quando 
associada à educação inclusiva: 
encontram um campo importante de contribuições nos modelos neu-
ropsicológicos. Através de avaliações que forneçam informações mais 
precisas sobre o perfil cognitivo, tais como níveis de atenção, memória, 
velocidade de processamento, dentre outras, será possível a elabora-
ção de programas de educação cognitiva, assim como orientações es-
pecíficas para o contexto escolar (FREITAS; CARDOSO, 2018, p. 170).
Assim, precisamos entender que não se trata só de aprendizagem ou de maneiras 
de aprender, e sim em plasticidade cerebral. 
Crescer e aprender pressupõe não só ter garantida a integridade 
funcional do cérebro e de suas múltiplas atividades complexas, como 
a linguagem, a atenção e memória, mas acima de tudo garantir a 
flexibilidade adaptativa necessária para modular funções e conexões 
mediante os diferentes desafios do mundo (FREITAS; CARDOSO, 2018, 
p. 159).
Em outras palavras, aprendizagem ao longo da vida, a partir das experiências, das 
habilidades e competências de cada sujeito. 
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