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Introdução: É um tema muito importante para a criação de animais, independente do objetivo da criação; Animais de estimação, animais de produção, animais silvestres e animais selvagens necessitam de alimentação adequada para o bom desenvolvimento e sanidade; Uma vez fora do habitat natural, esses animais passam a depender exclusivamente dos seres humanos para adquirirem alimento; É dever do homem planejar de forma racional o fornecimento de alimentos adequados, em quantidade e proporções corretas; Objetivo: fazem com que o animai se alimente com alimento de baixo teor proteico e transforme em alimento de grande valor biológico para consumo humano. O uso da linguagem correta, escrita e falada, é necessário para a evolução dos conceitos e interpretação da nutrição e alimentação animal de forma adequada. 1. Alimento: toda substância que, uma vez consumida por um indivíduo, é capaz de contribuir para assegurar o ciclo regular de sua vida e a sobrevivência da espécie a qual pertencem. 2. Nutriente/Princípio Nutritivo: componente do alimento, representando uma entidade química definida e que, ao participar do metabolismo celular do animal, contribui para a manutenção da vida. Entre os nutrientes há a água, as proteínas, os carboidratos, os lipídeos, as vitaminas e os minerais. Uma vez que o que nutre os animais efetivamente são os nutrientes contidos nos alimentos e como base o suprimento de nutrientes dos animais. Nutriente digestível → parcela do nutriente que vai ser digerida pelo animal. 3. Alimentação Animal: representa uma série de ações, como o estudo da composição dos alimentos e dos padrões de exigências nutricionais, mas também as formas de fornecimento dos alimentos e a formulação de dietas para alimentar os animais de forma econômica e nutritiva. O objetivo da alimentação, portanto, é suprir nutrientes, atender a manutenção e a produção de animais de forma racional. A importância da alimentação para a saúde animal é incomensurável, mas também há uma importância econômica muito significa- tiva, pois, dependendo do sistema de produção animal adotado, o custo da alimentação pode representar de 60 a 80% do custo total de produção. De forma bastante simplificada, é possível dizer que a alimentação animal é a administração racional de alimentos aos animais. Para isso, a boa alimentação dos animais deve levar em consideração as especificidades da espécie e da categoria animal. 4. Nutrição: processo de fornecimento de condições químicas necessárias para as reações metabólicas envolvidas na man- tença, crescimento, produção e repro- dução das células do corpo animal. A nutrição envolve um conjunto de proces- sos, desde a ingestão até a assimilação de nutrientes pelas células. 5. Digestão: compreendem os processos químicos e físicos responsáveis pela transformação do alimento em nutrientes, os mecanismos de absorção dos nutrientes pelas células do trato gastro- intestinal e o transporte dos nutrientes pela circulação sanguínea ou linfática até o local do metabolismo. A digestão em- volve um conjunto de reações catabólicas e anabólicas que permitem o funcio- namento normal das células, e, consequentemente, da vida do animal. A digestão e a absorção são processos complementares. 6. Anabolismo: transformações químicas de caráter construtivo para a síntese de novos produtos. 7. Catabolismo: transformações químicas contrárias ao anabolismo, ou seja, é o processo de desconstrução de moléculas mais complexas em moléculas menores e mais simples. 8. Excreção: eliminação das partes dos alimentos não absorvidas ou dos produtos das reações metabólicas. 9. Ração: quantidade total de alimento fornecido e consumido por um indivíduo em um período de 24 horas. Há grande confusão quanto ao uso dessa palavra, pois ela é com frequência empregada de forma errônea para descrever o alimento concentrado e completo oferecido diretamente aos animais. 10. Dieta/Regime: conjunto de alimentos e as quantidades fornecidas indicadas para determinada categoria animal. Há dietas balanceadas, restritivas, hipocalóricas, hipercalóricas, etc. portanto, mencionar que algum animal está em dieta não diz absolutamente nada. 11. Ração Balanceada: quantidade de alimento fornecida e consumida pelos animais que supre equilibradamente todos os nutrientes. 12. Dieta Balanceada: proporção (formula- ção) de ingredientes presentes na ali- mentação que possui a mesma compo- sição nutricional que as exigências de determinado animal. É estimada, portanto, com base nas exigências dos animais e nas composições dos ingredientes usados na formulação de determinada dieta. 13. Ingredientes: qualquer matéria-prima utilizável na composição de uma ração, dieta, concentrado ou suplemento nutricional. Todos os alimentos são ingredientes de uma dieta, mas nem todo ingrediente é um alimento. Os ingre- dientes podem ser classificados como alimentos volumosos, alimentos concen- trados, suplementos e aditivos. 14. Alimento Volumoso: baixo custo. Alimento que contém um teor de FDN 25% da MS (ou teor de FB 18% da MS). Por possuir alto teor de fibras, os teores de proteínas, lipídeos e carboidratos não estruturais tendem a ser menores que os alimentos concentrados. Menos de 60% de NDT (nutrientes digestíveis totais) e ou mais de 18% de fibra bruta (FB) e podem ser divididos em secos e úmidos. 15. Alimento Concentrado: alimento que contém um teor de FDN < 25% da MS (ou teor de FB < 18% da MS). Ao contrário dos alimentos volumosos, o alimento concen- trado tende a ser mais rico em proteína e/ou em energia. Os alimentos concen- trados com teor de proteínas superior à 20% da MS são chamados alimentos concentrados proteicos e aqueles com teor de proteína inferior a 20% são os alimentos concentrados energéticos. Suplementos especialmente preparados. Possuem concentrações de um ou mais nutrientes e são destinados para a correção de alimentação básica e para o perfeito equilíbrio. Ração de Manutenção – fornece energia e repõe desgastes naturais. Ração de Produção – compensa a produção, leite, ovos, reprodução, carnes. 16. Suplemento Alimentar: ingrediente ou mistura de ingredientes capazes de suprir a ração ou o concentrado em aminoácidos, vitaminas e minerais, inclusive permitindo a presença de aditivos. 17. Aditivos: substâncias não nutritivas adicionadas aos alimentos para melhoras suas propriedades e/ou seu aprovei- tamento. São exemplos de aditivos: coran- tes, edulcorantes, conservantes, antioxi- dantes, estabilizantes, fármacos, emulsio- nantes, etc. Ex.: aminoácidos sintéticos, antibióticos, fitoterá- picos, antioxidante, probióticos, corantes, etc. 18. Conversão Alimentar (CA): capacidade do animal de converter o alimento em uma unidade de produto animal. Um exemplo de cálculo em CA para um animal em engorda é: 𝐶𝐴 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 Uma quantidade de CA grande significa que o animal necessita de mais alimentos para produzir uma unidade de produto (carne, leite, etc.), ou seja, quanto maior a conversão alimentar menor será a eficiência de transformação do alimento em produto animal. 19. Eficiência Alimentar: quantidade de produto animal obtida por quantidade unitária de alimento. É o inverso da conversão alimentar. No mesmo exemplo anterior, é dada como: 𝐸𝐴 = 𝑔𝑎𝑛ℎ𝑜 𝑑𝑒 𝑝𝑒𝑠𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑙𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 20. Exigência Nutricional: quantidade de cada nutriente exigida por determinada categoria animal para a sua manutenção, produção e reprodução eficiente. 21. Deficiência Nutricional: fornecimento ou ingestão insuficiente de um oumais nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento do animal. 22. Carência Nutricional: quadro sintomático apresentado em decorrência da deficiên- cia nutricional prolongada. O animal pode, portanto, estar em deficiência nutricional sem ainda apresentar esse quadro. Isso pode ocorrer por deficiência nutricional por curto período ou por se tratar de uma deficiência apenas marginal. Conceito de Nutrição: Processos em que um organismo vivo digere ou assimila os nutrientes contidos nos alimentos, usando-os para seu crescimento, reposição ou reparação dos tecidos corporais e, também, para elaboração de produtos. Normas de Alimentação: São as quantidades e a qualidade dos elementos nutritivos a serem incluídas nas rações, baseada em trabalhos experimentais. São apoiadas nas necessidades de proteína, energia, minerais e vitaminas e nos melhores modos de preparar o alimento para o aproveitamento no crescimento, manutenção e a produção animal. Alimentos Básicos: São, em geral, fontes concentradas de energia, especialmente ricas em amido, açúcares, com teor de proteína relativamente baixo (milho, arroz, aveia, cevada e trigo, assim como os seus subprodutos); Possuem geralmente, 10 a 14% de proteína bruta e menor que 5% de matéria graxa (gordura). Suplementos: São formas concentradas de proteínas, de um mineral, de uma vitamina ou de um conjunto deles. Mistura mais de 30% de proteínas. Entretanto, alimentos simples, com mais de 20% de proteínas, são considerados suplementos. Para se formar uma ração equilibrada, há necessidade de suplementar os alimentos básicos em determinados nutrientes. 1. Alimento: 1.1. Volumosos: 1.1.1. Secos; 1.1.2. Suculentos. 1.2. Concentrados: 1.2.1. Energéticos (<20% PB) – de origem animal ou vegetal; 1.2.2. Proteicos (>20% PB) – de origem animal ou vegetal. 1.3. Minerais; 1.4. Vitaminas; 1.5. Aditivos. Suculentos: Ricos em água, por isso, têm grande volume. Mas seu teor de fibras na matéria seca lembra mais os alimentos concentrados. Alimentos Concentrados: São alimentos com alto teor de energia, mais de 60% de NDT, menos de 18% FB, sendo divididos em: Energético: alimento concentrado com menos de 20% de proteína bruta (PB). - Origem vegetal – milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica; - Origem animal – sebos e gordura animal. Proteicos: com mais de 20% de PB. - Origem vegetal – farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, soja em grão, farelo de amendoim, caroço de algodão; - Origem animal – cama de frango, farinha de sangue, farinha de peixe, farinha de carne e ossos (sendo essa última, atualmente, proibida pelo Ministério da Agricultura para uso em ruminantes). Minerais: compostos de minerais usados na alimentação animal – fosfato, bicálcio, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio e etc. Vitaminas: compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis. Valor Nutritivo: É dada pela soma dos nutrientes que compõem o alimento ou ração. Os nutrientes brutos são determinados através da análise química dos alimentos. Os nutrientes digestíveis são os realmente aproveitados pelo animal, podendo-se estimar sua percentagem num determinado alimento somente após o conhecimento da digestibilidade. Índice de Conversão: É o número que exprime a quantidade de kg de ração necessárias para formar uma unidade de produto (carne, ovos, leite, etc.). ESTUDO GUIADO: 1. Explique como são classificados os CHO (carboidrato) e cite exemplos. São classificados de acordo com o número de ligações glicosídicas em monossacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. 2. Como é feita a classificação dos CHO do ponto de vista da localização na planta? Podem ser estruturais, aquelas que compõem a estrutura da planta, como por exemplo a celulose, pectinas e hemicelulose. E não estruturais, os que sai encontrados dentro da célula como amido, frutosanas, açúcares solúveis e outros açúcares. 3. Como é feita a classificação dos CHO do ponto de vista nutricional? Monossacarídeos – açúcares simples, uma única molécula de açúcar. Sai a glicose, frutose e galactose. Dissacarídeos – união de dois monossacarídeos. São sacarose, lactose e maltose. Oligossacarídeos – são combinações de 3 a 10 monossacarídeos, portanto inclui tri e tetrassacarídeos. Polissacarídeos – são mais complexos. Ex.: amido. 4. Defina especificamente o que são. a) Amido: encontrado em cereais, legumes e vegetais. Sendo fonte de energia para plantas e animais. É considerado a reserva energética das plantas, sendo composto por amilose (menor porção) e amilopectina. b) Glicogênio: é um polissacarídeo de reserva armazenado no fígado e nos músculos dos animais. Em momentos de jejum ele é degradado para manter a glicemia dentro de padrões normais, importante parâmetro na transfor- mação do músculo em carne ou mesmo um fator bioquímicos para avaliar a saúde e a nutrição animal. c) Hemicelulose: é estrutural, forma a parede celular da célula vegetal. d) Celulose: é estrutural e importante fonte de energia para animais de produção. Torna a parede celular da célula vegetal. e) Pectina: é estrutural, com alta digestibilidade no rúmen. Comumente encontrado na polpa de beterraba, polpa de maça e bagaço da laranja. f) Lignina: não é considerada um carboidrato, mas como está fortemente ligada a um, é mensurada quando realizam-se técnicas laboratoriais para analise de fibras em um detergente neutro (FDN) e fibra em detergente ácido (FDA). É um grupo heterogêneo de compostos fenólicos que sofre pequena ação das enzimas microbianas, portanto sua digestibilidade pode ser considerada nula. A lignina não é um carboidrato, mas interage com a celulose e a hemicelulose sendo estudada e mensurada junto com os polissacarídeos. g) Amilopectina: o amido é considerado a reserva energética nas plantas, sendo composto por amilose (menor porção) e amilopectina. Tem arranjo de cadeias ramificadas mais complexas, dificulta enzimas degradativas e apresenta menos digestibilidade. h) Amilose: forma o amido. Possui estrutura molecular linear e mais simples, apresenta maior digestibili- dade. i) Glicose: é um monossacarídeo, também chamada de dextrose e hexose. É o açúcar mais encontrado no organismo animal. O grupamento aldeído a caracteriza. j) Maltose: é um dissacarídeo. É a união de duas moléculas de glicose e é encontrada em maior quantidade em grãos e, germinação. 5. O que são polissacarídeos não amiláceos? Para que servem? Nos animais monogás- tricos, a porção de carboidratos que são resistentes a hidrólise enzimática no trato gastrointestinal é denominada polissaca- rídeos não amídicos ou não amiláceos (PNAs), e podem ser fermentados pela microbiota presente no intestino grosso. Os efeitos das fibras alimentares formadas por PNAs sobre a fisiologia digestiva de animais monogástricos tem despertado o interesse de pesquisadores. 6. Qual a diferença entre amido e celulose? O amido é um carboidrato (polissaca- rídeo) formado pela união de moléculas de glicose. É produzido por vegetais, onde funciona como reservatório de energia. Algumas fontes conhecidas de amido são o arroz e a batata. Já a celulose é um polímero estrutural dos vegetais, formado por monômeros de glicose. É responsável por conferir rigidez, para as plantas. O principal uso da celulose é na produção de papel. 7. Como são formados os ácidos graxos voláteis? O tipo de dieta interfere na população bacteriana que influencia na proporção de ácidos graxos formados. 8. Como é a digestão dos CHO em monogástricos? Inicia-se durante a mastigação, pela ação das -amilasesalivar ou ptialina, responsável por hidrolisar as ligações glicosídicas -1,4, com liberação de maltose e oligos- sacarídeos. Ao atingir o estômago, a enzima é inativada pelo baixo pH gástrico. A digesta que chega ao estômago eleva o pH e estimula os sensores de membrana a liberar o hormônio gastrina pelas células endócrinas da mucosa, que junta- mente com a histamina e somatória controlam a liberação de ácido clorídrico pelas células parietais, pepsinogênio.
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