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Resumo do livro 'Rogers ética humanista e psicoterapia'

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Prévia do material em texto

· Ler o livro: Rogers: ética humanista e psicoterapia. Mauro Martins Amatuzzi. Campinas, SP: Editora Alínea, 2010.;Teoria Existencialista, Humanista e Fenomenologista – Idade Adulta e Envelhecimento
Laura P. da Encarnação
· Fazer o resumo de acordo com as normas abaixo;
· Responder à questão proposta no final destas normas.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) fala sobre resumos na NBR 6028. Essa norma determina que o texto deve cumprir o papel de apresentar os pontos mais relevantes do documento de maneira concisa (2003, p.1). 
Medeiros (2006, p. 137) melhora a definição de resumo feita pela ABNT, dizendo que esse tipo de produção é “uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um texto, ressaltando a progressão e a articulação delas. Nele vem aparecer as principais ideias do autor do texto”.
Para Lakatos e Marconi (2003, p.68) “o resumo tem como finalidade difundir as informações existentes em livros, artigos, teses e outras obras. O caráter do resumo, no entanto, depende do objetivo. Uma simples apresentação das partes significativas, por exemplo, não elimina a importância de ler a obra original”. Um resumo bem escrito é aquele que consegue contemplar os principais aspectos a obra. São eles:
· O assunto do texto; 
· O objetivo do texto; 
· A articulação das ideias; 
· As conclusões do autor da obra original.
Veja, abaixo, como o texto do resumo crítico pode ser organizado:
Introdução:
· Exposição sintética do conteúdo
· Apresentação de como a obra foi estruturada
Desenvolvimento:
· Análise temática (considera o que o autor tem a dizer, sem interferir)
· Apresentação das principais ideias e argumentos
O seu trabalho é finalizar o resumo da seguinte forma:
· O que aprendi fazendo esse resumo?
· Quais as implicações desse aprendizado para a minha formação?
Introdução
O livro ‘Rogers: Ética Humanista e Psicoterapia’, de Mauro Martins Amatuzzi, fala sobre a revolução que Carl Rogers causou no campo da Psicologia, ao adotar uma postura acolhedora, compreensiva e honesta para com os pacientes, indo contra os modelos da época, em que o psicólogo detinha todo o saber, o que fazia com que o indivíduo se sentisse acuado e julgado – de nada adianta o domínio total sobre a teoria, se o psicólogo não compreende a subjetividade daquele em sua frente.
Também traz reflexões sobre a postura e pressão posta ao psicólogo, de que precisa sempre agir rápido e saber fazer uma devolutiva quando o sujeito traz a questão. Do contrário, o que Rogers queria dizer, ‘é caminhando que se faz o caminho’, deixar de lado a avidez em cumprir a “tarefa divina de curador” e tomar tempo para conhecer a si mesmo.
O texto é estruturado com diversas comparações entre a abordagem humanista e as demais existentes, explicando as diferenças mais significativas em relação a forma que o psicólogo se porta com o cliente e a estrutura do atendimento. Traz explicações sobre a disposição do psicólogo, as atitudes e os valores, a importância do respeito pelo cliente dentro da abordagem centrada na pessoa, enfatizando-a como uma ética.
Desenvolvimento
O desabrochar do humanismo surge na filosofia de emancipação humana, de que o homem tenha posse sobre sua autonomia para tornar-se indivíduo. E enquanto indivíduo, sua especificidade está na consciência; é dotado de razão para pensar, e como pensa, não fica vinculado aos determinismos materiais, mas domina sobre eles: é livre. Segundo Hegel (séc. 18), o princípio fundamental da modernidade é a subjetividade. A modernidade começou com o humanismo; mas o fim do ser humano centrado em si mesmo ocorre, devido a revolução copernicana, teoria da evolução, epifenômeno, leis culturais e históricas e estruturas impessoais; e se encerra com o anti-humanismo. 
A pós-humanidade surge então com base nas seguintes características: A história humana não tem sentido, cada um possui a sua própria história; A ética é substituída pela estética, não sabemos o que é bom, se é que existe; Nenhuma direção é melhor que outra; A felicidade consiste na vida privada e pouco importa questões do coletivo; Não há mais espaço para um saber profundo; A religiosidade torna-se um remédio em vez de levar o sujeito a ponderar sobre sua existência. De qualquer forma, a esperança reexiste com o pensamento profundo, valorização da equipe, convite à humildade do ser humano.
Durante o período de guerra no Vietnã, surge o descontamento dos indivíduos com o modelo médico de tratamento psicológico, estes desejavam entender o porquê e o sentido dos horrores ilógicos trazidos pela guerra. Rogers percebe, então, que seria preciso olhar para aquilo que o ser humano poderia ser ou fazer, não apenas para o que tinha feito, como funcionam o behaviorismo e a psicanálise; quando focou nos significados expressos pelos indivíduos, ajudou-os a se aproximarem de sua experiência e aprofundar seus sentidos.
A psicologia humanista resgata a saúde psicológica, a capacidade de escolha, o compromisso comunitário, o envolvimento político e a abertura espiritual, características esquecidas no pós-modernismo; consequentemente, devolve o papel ativo do sujeito em sua própria vida, auxiliando-o a praticar a abertura para o futuro e para o infinito.
A ACP (Abordagem Centrada no Cliente) surgiu em uma sessão em que Rogers mobilizou em si um modo de ser, ao invés das técnicas tradicionais. O modo de ser a qual a ACP se refere não está vinculado à situação de atendimento psicológico, podemos utilizá-lo em diversas situações; é algo maior, mais geral. A ACP constitui um jeito de ser, não de fazer; é uma aplicação de valores que leva a uma nova concepção de processo terapêutico. Este jeito de ser é descrito em sete principais características pontuadas por Wood (1994):
1. Uma perspectiva de vida positiva: Acreditar que ela vale a pena, dizer sim à vida;
2. Crença na tendência formativa direcional: Um direcionamento pessoal para o crescimento, ser mais;
3. Uma intenção de ser eficaz: Um modo de ser voltado para a ação eficaz, o conhecimento é entendido como uma ação evolutiva;
4. Respeito pelo indivíduo: Não tenho domínio sobre a experiência do outro, não é meu dever manipulá-la, e isso favorece a liberdade e a autonomia do sujeito;
5. Flexibilidade de pensamento e ação: É necessário acolher as pessoas, ações e pensamentos diferentes do próprio;
6. Tolerância às incertezas e ambiguidade: Ser resiliente nas adversidades até que consiga encontrar o sentido destas;
7. Senso de humor, humildade e curiosidade: Abertura ao desconhecido, os caminhos inesperados revelam os limites do próprio eu.
Rogers (1946) resumiu as atitudes do psicoterapeuta em seis pontos, os quais propiciam uma cadeia de eventos complexa e previsível voltada para o crescimento da pessoa:
1. O indivíduo é responsável por si próprio;
2. Confiar na tendência atualizante do indivíduo;
3. Criar uma atmosfera acolhedora em que o cliente se sinta livre;
4. Estabelece limites apenas quanto aos comportamentos;
5. Aplica técnicas que compreendam as atitudes do cliente;
6. Evita perguntar, sondar, culpar, interpretar, aconselhar, sugerir, persuadir, reassegurar.
A não diretividade ocorre no interior da relação, mas, antes de qualquer coisa, é necessário realizar uma análise da situação para definir os instrumentos de comunicação que serão utilizados; essa escolha definirá a forma da relação, baseada nos valores orientados, nos conteúdos comunicados e na orientação do processo. Quando esses elementos se fazem presentes nas atitudes do psicoterapeuta, outros cinco pontos podem ser observados no cliente:
1. Ele se expressa de forma mais autêntica e motivada;
2. Ele explora suas disposições interiores de forma mais profunda;
3. Compreende suas disposições e as aceita;
4. Escolhe novos objetivos, mais satisfatórios, e os assume;
5. Escolhe novos meios para alcançar estes objetivos, mais espontâneo e menos tenso.
O psicoterapeuta que atua na ACP tem como objetivo instaurar uma relação que potencialize o sentido da vivência do cliente, as atitudes citadas anteriormente facilitam a ocorrência,mas não as garantem, pois isso também depende do cliente; é preciso uma relação autêntica. Esta é pautada na empatia, respeito mútuo e ‘coexperienciação’ (sic); a relação se torna cada vez mais humana. A ACP torna-se uma terapia centrada no que há de pessoal nessa relação, não nos fatos e empirismo, é abrir-se para os sentidos e os valores vivenciados na subjetividade dos clientes.
A ACP é uma maneira de ser que permite um determinado olhar e gera uma maneira de fazer; valores e atitudes permitem enxergar melhor a realidade que nos rodeia, e este olhar, caracterizado pela abertura ao mundo, acaba confirmando os valores. Isso nos deixa livres para pensar mais adequadamente sobre a natureza das situações nas quais nos envolvemos e os meios necessários para se prosseguir em boa direção. 
A psicoterapia é um processo pessoal intensivo de encontro consigo mesmo, e não algo que um profissional faz com um cliente; não raro, a função do psicoterapeuta se limita a ser testemunha do esforço da pessoa. Falando sobre a prática da terapia na abordagem centrada na pessoa e a relação autêntica, é possível compreender que a profundidade de um processo psicológico depende muito mais da disposição interior do cliente do que de uma definição prévia externa. Portanto, é possível basear-se no tripé da psicoterapia de Schmidt (1987) para facilitar a relação de psicoterapeuta e cliente:
1. Acolher com simpatia (Consideração positiva incondicional): Esse acolhimento é o solo sobre o qual poderá se desenvolver o processo da pessoa. Ao psicólogo, cabe a tarefa de criar as condições para que a pessoa se sinta à vontade para falar livremente com ele, tendo uma postura simpática, interessada e afetiva. Aceitá-lo como ele é, pois dessa forma, o cliente começa a se aceitar e desencadeia suas energias de transformação;
2. Compreender com empatia (Empatia): Contato direto com o centro da pessoa, compreender o sentido novo apontado pelos significados trazidos na fala do cliente. É preciso estar aberto ao novo, ao diferente, transformar o nosso ser, mergulhar no mundo dos sentimentos e intenções do cliente e nadar com ele, para ver e sentir o mundo como ele o sente. Assim, o cliente também passa a exercer a empatia em suas relações. 
3. Dizer uma palavra que faça pensar (Congruência e autenticidade): Gestos e palavras instigadores de autocompreensão, que acolhem e expressam a compreensão do psicoterapeuta, que suscitem um questionamento ou pensamento diferente no cliente dando-lhe suporte. 
Uma das contribuições mais importantes de Rogers no fundamento da ACP, foi tê-la formulado com base nas atitudes pessoais do psicoterapeuta; atitude, aqui entendida como predisposição. Não importa o que o psicoterapeuta faz na relação terapêutica, o que importa são suas reais disposições, ele procura as raízes desse fazer e nos convida a pensar nelas. A qualidade humana do psicoterapeuta é mais importante que seus atos específicos, isso o livra de atos padronizados, mas lhe traz uma responsabilidade muito grande no que se diz respeito a qualidade da relação humana oferecida por ele.
A prática da ACP é uma ética humana que se traduz no respeito e apreço, na crença de uma comunicação profunda e compreensiva, e em relações abertas e reais para com o cliente. Não existem regras para tornar-se psicólogo, apenas as predisposições, dessa forma, a melhor preparação para atuar na ACP é apropriar-se dos autênticos valores humanos, um intenso trabalho pessoal de construção ética.
Conclusão
Ao concluir esse trabalho, pude aprender a maneira qual a abordagem centrada na pessoa foi conceitualizada na história e seu modo de atuação, baseado em atitudes do psicoterapeuta que facilitam ao cliente se compreender. De qualquer forma, essas atitudes postuladas por Rogers como diferenciadoras da ACP com as demais abordagens de psicoterapia não devem ser enxergadas como únicas dos psicoterapeutas da ACP, também podem (e devem) ser utilizadas em qualquer abordagem aplicada em clínicas, ludoterapia, terapia de grupo etc.
Como o próprio Rogers postula, é uma ética humana, todo psicoterapeuta, independente da linha teórica que segue, necessita aceitar seu cliente, ter empatia com ele e realizar intervenções que o façam pensar sobre o que foi dito, a diferença principal seria a não aceitação da estrutura da psique e seus conteúdos. Creio que Rogers buscou algo mais passivo, em que o cliente se sinta acolhido em vez de enfrentar suas perturbações e os motivos por trás dessas.
Imagino que a escolha de uma abordagem não diretiva foi realizada como uma maneira de não fazer o cliente “sofrer de novo”, mas é no resgate do passado que o sujeito tem a chance de elaborar suas ações e se perdoar, tendo empatia e aceitação com si próprio. Rogers pode dizer que conteúdos psíquicos inconscientes não importam, mas se estes assombram o cliente em suas atitudes no dia a dia, certamente tem um significado que precisa ser explorado.
Levarei as atitudes de Rogers como ética humana em minha vida e atendimentos, por compreendê-las como imprescindíveis no trabalho de um psicoterapeuta, somando-as aos conhecimentos da abordagem que sigo, a psicologia Analítica de C. G. Jung, utilizando-as como facilitadoras da instauração do processo de transferência.

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