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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS
UNISINOS
GIULIA LIMA
JERÔNIMO SIQUEIRA
KELY BRATH
LUCAS BESCHORMER
MARLON DROVES
VANESSA CARDOSO
BIOCOMBÚSTIVEL
PROFESSORA: CINTIA MAZZAFERRO
SÃO LEOPOLDO, JUNHO DE 2010
INTRODUÇÃO
O mundo esta em busca de um desenvolvimento sustentável, ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável buscando a preservação do planeta, e tentando minimizar ou reverter os danos já causados no meio ambiente, caso contrário em poucas décadas será impossível existir vida em nosso planeta. Em 1997 muitos países assinaram o Protocolo de Kyoto, se comprometendo com a redução da emissão de gases causadores do efeito estufa. O Brasil estava entre os países signatários e buscou aprofundar o uso de energias limpas e renováveis, mantendo-se a frente na tecnologia e produção de etanol e pesquisando a substituição do diesel pelo biodisel, estes denominados de biocombústiveis.
A história dos biocombustíveis no Brasil começa a partir de testes pioneiros realizados, entre os anos de 1905 e 1925, com o álcool combustível. Em 1931, o governo brasileiro estabelece um decreto que obriga a mistura de 5% de álcool na gasolina importada pelo país; sete anos depois, o decreto-lei nº 737 estende a obrigatoriedade da mistura de 5% de álcool também à gasolina produzida por aqui. Na década de 60, a descoberta de extensas reservas petrolíferas no Oriente Médio diminui um possível interesse mundial por biocombustíveis. Porém, com a primeira crise mundial do petróleo, em 1973, a procura por novas fontes de energia ressurge. Em 1975, o Brasil lança o Programa Nacional do Álcool (Proálcool) – maior programa comercial de uso de biomassa para fins energéticos no mundo. Dois anos depois, o professor Expedito Parente, da Universidade Federal do Ceará, descobre o biodiesel a partir do óleo de algodão e, em 1980, ele registra a primeira patente mundial de biodiesel, hoje de domínio público.
No mundo inteiro, com o passar dos anos e as intermitentes crises de energia, associadas à maior demanda por combustíveis fósseis, surgem novos e fortes estímulos para o desenvolvimento de tecnologias de produção tanto do etanol quanto do biodiesel. E estes dois produtos passam a ter um papel de destaque na matriz energética mundial e no mercado internacional de combustíveis. Graças ao seu clima, à sua geografia, a vastas terras disponíveis para o cultivo de grãos e cana-de-açúcar, o Brasil se transformou nos últimos anos num dos maiores produtores de bicombustíveis em termos globais, com um potencial de crescimento singular e invejável. 
Hoje, nove em cada dez carros vendidos no país têm motores flex fuel, ou seja, são movidos a gasolina e álcool. Já há em circulação frotas de ônibus, trens e caminhões movidos a biodiesel – e a tendência, indiscutível, é que este mercado se amplie muito nos próximos anos.
Os biocombustíveis são apresentados como alternativas aos combustíveis fósseis visto que são energias renováveis. Já existe uma tecnologia alcoolquímica bastante desenvolvida para a produção de substitutos aos produtos petroquímicos como no caso do eteno de álcool e plásticos biodegradáveis, entre outros. A mais forte barreira existente para sua adoção em larga escala ainda é o preço, em geral mais alto que o dos derivados do petróleo.
1. CONCEITO
Biocombústiveis são combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis (fontes de energia que podem se recompor num ritmo capaz de suportar sua utilização sem restrições ou risco de esgotamento), como biomassa e produtos agrícolas. São fontes de energia que não contribuem para o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera sendo este o seu principal papel na matriz energética. 
Este tipo de combustível pode ser usado em veículos integralmente ou misturados com combustíveis fósseis. Aqui no Brasil, por exemplo, o diesel é misturado com biodiesel e a gasolina sofre adição de etanol. 
As fontes fornecedoras de biocomustíveis mais conhecidas no mundo são cana-de-açúcar, milho, soja, semente de girassol, madeira e celulose. A partir destas fontes é possível produzir biocombustíveis, como o etanol e biodiesel. 
Os biocombustíveis são fontes de energia que não contribuem para o acúmulo de gases do efeito estufa na atmosfera. Como os gases gerados na sua queima são reabsorvidos no crescimento da safra seguinte, há um equilíbrio entre a emissão e a absorção de poluentes. Além disso, os biocombustíveis que contêm oxigênio em sua composição, como o etanol e o biodiesel, ajudam a reduzir as emissões de monóxido de carbono (CO) quando adicionados aos combustíveis fósseis. E reduzir essas emissões representa menos poluição atmosférica local, principalmente nas grandes cidades
É importante salientar que biocombustíveis e biomassa não são a mesma coisa. Biomassa é um material vegetal orgânico que armazena a energia do Sol na forma de energia química. É, ainda, a quantidade de material vivo existente numa determinada área, em determinado momento, em geral expressa em unidades de energia ou no peso seco de matéria orgânica não-fóssil. Sua origem são as plantas (aquáticas e terrestres), os resíduos florestais e da agropecuária (bagaço de cana-de-açúcar, esterco), os óleos vegetais (buriti, babaçu, mamona, dendê, etc), os resíduos urbanos (aterro sanitário, lodo de esgoto) e alguns resíduos industriais (da indústria madeireira, de alimentos e bebidas, de papel e celulose, beneficiamento de grãos).
A biomassa voltada para fins energéticos abrange a utilização desses vários resíduos para a geração de fontes alternativas de energia. O Brasil é um grande produtor de produtos agrícolas, que por sua vez geram uma enorme – e contínua – quantidade de biomassa.
No Brasil e em vários países do mundo, converte-se essa energia química armazenada em combustíveis líquidos em processos industriais. Por exemplo, é possível fermentar os açúcares de plantações de milho, trigo ou beterraba e convertê-los em etanol. Ou então, beneficiar o óleo de vegetais como pupunha, soja, mamona, dendê, babaçu, canola e amendoim para substituir o óleo diesel como fonte de energia.
Figura 01 – Ciclo de vida do biocombustível.
2. TIPOS DE BIOCOMBUSTÍVEL
2.1. ÁLCOOL HIDRATADO E ÁLCOOL ANIDRO: ETANOL
O etanol é um álcool, um composto orgânico oxigenado, também denominado álcool etílico, e sua fórmula química é o C2H5OH e é o biocombústivel mais difundido no Brasil.
Sua principal vantagem é a menor poluição que causa em comparação aos combustíveis derivados do petróleo. É proveniente da cana de açúcar, produto que produz açúcar, álcool e bagaço, cujo vapor gera energia elétrica. Contudo o álcool possui diversas desvantagens, como o fato de não resolver o problema da dependência do petróleo, devido à inflexibilidade no refino do mesmo.
No Brasil o etanol é utilizado como combustível automotivo de duas formas: álcool hidratado, para carros a álcool ou flex fuel, e álcool anidro, que é adicionado à gasolina, atualmente na proporção de 25%. A diferença entre os dois é o teor de água presente no produto: o álcool hidratado possui cerca de 7% de água, enquanto o álcool anidro possui no máximo 0,7%.
O etanol é produzido pela fermentação, por leveduras, do caldo extraído da cana-de-açúcar (etanol de primeira geração). Em outras partes do mundo também se usa, como matérias-primas, o milho, a mandioca e a beterraba, por exemplo. Nestes casos, entretanto, é necessário transformar o amido presente nestes alimentos em açúcar, antes da fermentação. Esta etapa adicional aumenta os custos e reduz o rendimento do processo, quando comparado à fermentação direta do caldo da cana. Após a fermentação, o produto passa por várias etapas, culminando com a sua destilação para retirar o excesso de água e adequá-lo ao uso combustível. 
Figura 02 – Processo de Fabricação do Etanol.
Também já é tecnicamente possível produzir etanol a partir da celulose (etanol de segunda geração) presente nos resíduos da cana-de-açúcar (bagaço) e em outras matérias-primas vegetais. Existem dois processos parase obter o etanol celulósico, no primeiro a celulose é submetida a um processo chamado hidrólise enzimática, o segundo método é a gasificação, fermentação e destilação. No primeiro processo a celulose (bagaço) é submetida à seguidas operações unitárias até a obtenção da celulose pura na qual será adicionada uma enzima que irá quebrar a molécula de celulose em glicose e outros açúcares menores e seguindo-se com a adição de levedura que irá converter o açúcar em álcool. Esta é uma alternativa fundamental aos cerca de cem países capazes de produzir o combustível renovável que desejam fazê-lo sem prejudicar a produção de alimentos. O principal entrave é o seu custo, ainda alto, mas os países desenvolvidos têm investido grandes somas em novas tecnologias para reduzi-lo.
Pesquisas realizadas confirmam que o etanol de segunda geração ampliará o leque de matérias-primas utilizando até mesmo o bagaço e as folhas da cana-de-açúcar. Com a disseminação da tecnologia de produção do etanol de celulose, o potencial de produção do álcool será imensamente maior. Com isso, será possível aumentar significativamente a produção do combustível, sem a necessidade de ampliar de forma drástica a área cultivada aproveitando-se o bagaço e a palha da cana-de-açúcar. Esta solução poderá se constituir num sério problema para as usinas, que atualmente aproveitam o bagaço para gerar a energia que consome, e em alguns casos, vendem.
Uma outra alternativa advém da biomassa marinha (algas marinhas produzidas em cativeiro e que possuem alto teor de óleo) e produz o etanol de 3º geração. Porém ainda é preciso aumentar a produção de algas, melhorar as técnicas, investir em novas pesquisas. Só assim teremos a que está sendo considerada a terceira geração do álcool combustível. Ainda falta muito tempo para isso se tornar realidade. Segundo os pesquisadores do Cenpes existem vantagens de se retirar álcool de alga. Se comparado com o de cana: é possível uma produção bem maior na mesma área plantada e não ocupa terra, solo, não é preciso usar água doce para irrigar e ainda, a cana tem que ser moída rapidamente, já a alga, depois de seca pode ser estocada servindo para regular a safra.
A América Latina, parte da África, a Índia e o sudeste asiático produzem etanol a partir da cana-de-açúcar. A produção dos Estados Unidos e da China vem, principalmente, do milho. Na Europa, a matéria-prima mais usual é a beterraba, mas em alguns casos também se utiliza a uva.
O etanol produzido pelas usinas é adquirido pelas distribuidoras de combustível e levado para suas bases de distribuição, de onde é comercializado puro para os postos (álcool hidratado) ou misturado à gasolina (álcool anidro). A logística normalmente é rodoviária, embora em alguns casos se use ferrovia ou dutos.
Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Brasil deverá atingir uma produção de cerca de 37 milhões de metros cúbicos em 2015, mais do que duplicando a atual produção. De acordo com a União da Indústria de cana-de-açúcar, os investimentos em novas plantas e ampliação de usinas de álcool nos próximos cinco anos somarão mais de R$ 17 bilhões. Existem hoje 336 unidades. Prevê-se que até a safra 2012/2013 serão mais de 410 usinas em operação.
Figura 03 – Percentual de redução de emissão de gases em relação à gasolina
2.2. BIODIESEL
É um combustível obtido a partir de matérias-primas vegetais ou animais. As matérias-primas vegetais são derivadas de óleos vegetais tais como soja, mamona, colza (canola), palma, girassol e amendoim, entre outros, e as de origem animal são obtidas do sebo bovino, suíno e de aves. Inclui-se entre as alternativas de matérias-primas os óleos utilizados em fritura (cocção). 
Segundo a Lei nº 11.097, de 13 de janeiro de 2005, biodiesel é um “biocombustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna com ignição por compressão ou, conforme regulamento, para geração de outro tipo de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”. 
 O biodiesel compõe, junto com o etanol, importante oferta para o segmento de combustíveis. Ambos são denominados de biocombustíveis por serem derivados de biomassa (matéria orgânica de origem vegetal ou animal que pode ser utilizada para a produção de energia), menos poluentes e renováveis. 
Esse combustível é utilizado para substituição do óleo diesel, em percentuais adicionados no óleo diesel ou integral, nos motores à combustão dos transportes rodoviários e aquaviários e nos motores utilizados para a geração de energia elétrica.
É um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis e que existem duas tecnologias que podem ser aplicadas para a sua obtenção a partir de óleos vegetais (puros ou de cocção) e sebo animal: a tecnologia de transesterificação e a tecnologia de craqueamento. A tecnologia para a produção de biodiesel predominante no mundo é a rota tecnológica de transesterificação metílica, nas quais óleos vegetais ou sebo animal são misturados com metanol que, associados a um catalizador, produz biodiesel. A opção pelo metanol, principalmente em outros países, se deu pelo alto custo do etanol. No Brasil, os empreendimentos que estão em operação adotam a tecnologia denominada transesterificação com predominância da rota tecnológica metílica, mas já há empreendimentos que adotam a rota etílica.
De acordo com a informação do sitio www.biodiselbr.com.br a transesterificação é o processo de separação do glicerol do óleo vegetal. Cerca de 20% de uma molécula de óleo vegetal é formada por glicerina. A molécula de óleo vegetal é formada por três ésteres ligados a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicídio. A glicerina torna o óleo mais denso e viscoso. Durante o processo de transesterificação, a glicerina é removida do óleo vegetal, deixando o óleo mais fino e reduzindo sua viscosidade.
A rota tecnológica alternativa à transesterificação é a de craqueamento do óleo vegetal ou animal. No Brasil, o processo está sendo desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa em parceria com a Universidade de Brasília.
Figura 04 – Fluxograma de fabricação do Biodisel.
O biodiesel apresenta muitas vantagens ambientais, entre elas a diminuição das emissões de gás carbônico (CO2), a ausência de enxofre e menor geração de partículas poluentes. Foi criado com a finalidade de substituir o diesel a fim de diminuir a quantidade de emissões poluentes. Para se ter uma idéia, uma tonelada de biodiesel evita a emissão de 2,5 toneladas de CO2 para a atmosfera. Além disso, o biodiesel é um ótimo lubrificante, aumenta a qualidade não libera resíduos no motor, possui baixo risco de explosão, aceita misturas com o diesel de origem petroquímica, absorve menor quantidade de oxigênio, é constituído por carbono capturado pelas plantas, é econômico e gera empregos nas áreas rurais e urbanas. O biodiesel difere do diesel oriundo do petróleo por que é um éster (produto da reação de um ácido, geralmente orgânico, com um álcool), enquanto o diesel é uma n-parafina (ou normal-parafina subproduto do petróleo processado nas refinarias). 
2.2.1. MISTURAS DE BIODIESEL AO ÓLEO DIESEL
Para a mistura de 2%, a denominação é B2 (2% biodiesel e 98% de óleo diesel); a mistura de 25% chama-se B25 (25% de biodiesel e 75% de óleo diesel); a mistura de 36% tem o nome de B36 (36% de biodiesel e 64% de óleo diesel); e assim por diante, inclusive o B100 (100% de biodiesel).
Figura 05 – Misturas do Biodisel (fonte Cartilha de biocombustíveis Petrobras, www.petrobras.com.br)
Pesquisas do Centro de Pesquisas Leopoldo Américo Miguez de Mello (cenpes) da Petrobras comprovaram que é praticamente impossível notar as diferenças de desempenho do motor que utiliza Biodiesel B5 (5% de biodiesel e 95% de óleo diesel), por exemplo, em relação ao uso do óleo diesel puro.
2.2.2. CUSTO DO O BIODIESEL PARA O CONSUMIDOR
Como a produção do biodiesel ainda é pequena, atualmente seu custo é alto. Para ter o mesmo preço do óleo diesel, precisará de incentivos dogoverno, escala de produção e aperfeiçoamento do processo.
A regulamentação estabelece obrigatoriedades de mistura criando um “mercado cativo” de biodiesel, deslocando parte do diesel consumido no país. É importante lembrar que o consumo de diesel é crescente, mas o país ainda é importador desse produto. Portanto, o biodiesel ajudará na diminuição de remessa de divisas brasileiras para o exterior.
2.2.3. EXPECTATIVA DE PRODUÇÃO DE BIODIESEL NO BRASIL A CURTO, MÉDIO E LONGOS PRAZOS
De acordo com a Cartilha de Biocombustíveis Petrobras, desde janeiro de 2005 e até o término de 2007, o país produziu aproximadamente 840 milhões de litros de biodiesel. De 2008 a 2012, a previsão é de um mercado firme de 1 bilhão de litros/ano de biodiesel B2; a partir de 2013, a demanda deverá subir para 2,4 bilhões de litros anuais.
Figura 06 – Expectativa de Produção do Biodisel (fonte Cartilha de biocombustíveis Petrobras, www.petrobras.com.br)
2.3. DIESEL PRODUZIDO PELO PROCESSO HBIO
O HBIO é um processo para a produção de óleo diesel a partir de óleos vegetais. Consiste na hidrogenação de uma corrente de gasóleo misturada a óleo vegetal por uma unidade de hidrotratamento (HDT). O HBio é um processo para produção de óleo diesel (n-parafinas), enquanto o biodiesel é um produto em si mesmo (éster).
Como a regulamentação tornará obrigatória a adição de biodiesel ao óleo diesel comercializado em todo o Brasil, e como o produto final do HBio é o próprio óleo diesel, não haverá competição entre eles, mas complementaridade.
O processo HBio é utilizado na produção de óleo diesel de acordo com os critérios de oportunidade de refino estabelecidos pela Petrobras. Cinco refinarias já estão adaptadas para utilizar este processo, e a produção dos primeiros testes foi toda comercializada no mercado nacional. Este combustível ainda não está disponível no mercado internacional,mas existe interesse de outras empresas em importar a tecnologia HBio da Petrobras.
A Petrobras prevê que, até 2012, terá capacidade para processar 1,05 milhão de metros cúbicos de óleo diesel por ano, pela tecnologia HBio.
30
2.4. OUTROS BIOCOMBUSTÍVEIS
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2.4.1. BIOGÁS
Combustível produzido a partir de biomassa e/ou da fração biodegradável de resíduos ( materiais como esterco humano e de animais, palhas, bagaço de vegetais e lixo) que pode ser purificado até à qualidade do gás natural, para utilização como biocombustível ou gás de madeira. É produzido a partir da mistura de dióxido de carbono e metano, por meio da ação de bactérias fermentadoras em matérias orgânicas. Artificialmente esse processo ocorre através de um equipamento, o biodigestor anaeróbico. O próprio metano não possui cheiro, cor ou sabor, mas os outros gases apresentam odor desagradável.
 O biogás é uma fonte energética renovável, por isto é considerado um biocombustível e pode ser utilizado como combustível para fogões, motores e na geração de energia elétrica.
A instalação de biodigestores para produção de biogás é recomendada para áreas rurais e determinados espaços urbanos. Países como China e Índia contam com um grande número desse equipamento em pequenas cidades e propriedades rurais. No Brasil, os biodigestores são instalados, majoritariamente, na zona rural. Há intenção de implantá-los em grandes cidades brasileiras, no entanto, a capacidade de processamento do equipamento não acompanha a quantidade de lixo, para superar essa dificuldade seria preciso milhares de biodigestores. 
 A utilização desse tipo de fonte energética é favorável por dois motivos: por ser uma energia limpa e por contribuir para a questão do lixo, uma vez que os resíduos orgânicos são as matérias-primas. Toda fonte de energia alternativa é importante, até porque o mundo precisa encontrar fontes energéticas para substituir as tradicionais, como petróleo, carvão e usinas hidrelétricas, que provocam grande poluição e impactos ambientais.
2.4.2. BIOMETANOL
Metanol produzido a partir de biomassa para utilização como biocombustível. O álcool metílico (CH3OH) ou biometanol pode ser obtido da destilação de madeiras. 
O metanol é utilizado grandemente como solvente industrial, na indústria de plásticos, como solvente em reações de importância farmacológica, etc. 
A relação do metanol com os demais biocombustíveis é que ele é usado no processo de transesterificação da gordura, na produção do biodiesel. Também pode ser usado como combustível em algumas categorias de postos nos EUA. 
 No Brasil, o metanol foi utilizado durante uma época em substituição temporária ao álcool, em virtude de uma grande falta deste produto no mercado, porém hoje em dia, por ser extremamente tóxico, o metanol já não é mais utilizado como combustível.
2.4.3. BIOÉTER DIMETÍLICO
Éter dimetílico produzido a partir de biomassa para utilização como biocombustível.
2.4.4. BIO-ETBE (BIOÉTER ETIL-TERC-BUTÍLICO)
ETBE produzido a partir do bioetanol, sendo a porcentagem em volume de bio-ETBE considerada como biocombustível igual a 47%; 
2.4.5. BIO-MTBE (BIOÉTER METIL-TERC-BUTÍLICO)
 Combustível produzido com base no biometanol, sendo a porcentagem em volume de bio-MTBE considerada como biocombustível de 36%; 
2.4.6. BIO-ÓLEO
 Bio-óleo é um combustível líquido, de cor negra, obtido por meio dos processos de pirólise, no qual ocorre a queima (degradação térmica) de resíduos agrícolas de pequeno tamanho como bagaço de cana, casca de arroz, capim, casca de café e serragem. Nesse processo, a biomassa é submetida a uma temperatura de 500 graus centígrados em um reator. 
 O bio-óleo pode substituir o diesel, mas sua aplicação ideal não é em veículos, e sim como alternativa na geração de energia ou como combustível de aquecimento. O bio-óleo também pode ter aplicações na indústria alimentícia, como o sabor de defumado, além de ser um combustível limpo.
2.5. OUTRAS FONTES QUE PODEM GERAR BIOCOMBUSTÍVEIS
Alguns já estão no mercado, e outros que devem chegar nos postos nos próximos anos. São elas:
· GORDURA ANIMAL: A mesma gordura que dá sabor às carnes pode levantar aviões. Um método desenvolvido por engenheiros da Universidade do Estado da Carolina do Norte, EUA, transforma esse óleo em biodiesel para aeronaves. Segundo os pesquisadores, o processo é 100% verde, já que não usa combustíveis fósseis. O produto também pode ser usado como aditivo para automóveis com motores a diesel.
· ALGAS: Várias universidades e empresas estudam a alga como matéria-prima de biodiesel. As "fazendas" de alga podem ser instaladas em terras que não servem para o cultivo de alimentos, eliminando a concorrência de espaço. Em abril foi inaugurada no Texas a primeira usina de biodiesel de alga do mundo.
· PINHÃO MANSO: Uma das sementes que ganha espaço nas pesquisas brasileiras, já usadas para automóveis na Índia e testadas pela montadora Daimler Chrysler. Essa oleaginosa é resistente à seca, pouco suscetível a pragas, tem boa produtividade e não requer o uso de agrotóxicos. 
· MADEIRA: O diesel de madeira é uma das fontes dos "biocombustíveis de segunda geração". Criado por pesquisadores da Universidade da Geórgia, EUA, o novo processo aquece lascas de madeira na ausência de oxigênio, resultando em um gás que é condensado em óleo combustível. Usa resíduos agroindustriais como palha, cortiça e folhas, que, por serem subprodutos das madeireiras, não competem com a produção de alimentos.
· COLZA: Semente das flores desse tipo de repolho é a principal matéria-prima de biodiesel na Europa. Apesar de os investimentos serem criticados por especialistas, já que os países europeus não têm muita área livre para expandir suas plantações, a colza apresenta alta produtividade. Além disso, é importante na rotação de culturas, já que torna os nutrientes do solo disponíveis durante várias safras e reduz a incidência de pragas.
3. 
 VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
3.1. VANTAGENS
Ao contrário do petróleo e do gás natural, o biodiesel e o etanol são combustíveis produzidos a partir de fontes renováveis.Ou seja, sua produção pode ser controlada: planta-se mais, em caso de maior demanda, ou menos, em momentos de sobreoferta. O petróleo – existente em depósitos sob o solo e o fundo do mar tende a tormar-se cada vez mais raro e seus preços a subir; este fator, entre outros, fará com que os biocombustíveis sejam mais competitivos no mercado global de energia. 
De acordo com diversas pesquisas científicas, as plantas que dão origem aos biocombustíveis absorvem gás carbônico do ar, de modo a reduzir o efeito estufa e, também, compensar o gás carbônico que será emitido na queima do combustível. Em relação ao biodiesel, o produto vai gerar uma expressiva economia nas importações de petróleo e, conseqüentemente, para a balança comercial do país.
Em termos de logística e infra-estrutura, o biodiesel pode substituir o óleo diesel tradicional na geração e abastecimento de energia elétrica em comunidades isoladas, que hoje são dependentes de geradores movidos a óleo diesel de origem mineral. 
Para a população, a cadeia de produção do biodiesel proporciona a geração de um número expressivo de novos empregos no campo – a partir do plantio das matérias-primas – e, assim, ajuda a promover a inclusão social. O uso comercial do biodiesel ainda impulsiona o aprimoramento de novas tecnologias, e isto acelera a curva de aprendizado e fortalece a indústria e a agricultura nacionais.
Para o meio ambiente, a vantagem traduz-se pela redução da emissão dos gases que provocam o efeito estufa: o biodiesel preserva o meio ambiente e contribui para melhorar a qualidade do ar nos grandes centros urbanos.
Para os veículos automotores, o biodiesel apresenta maior capacidade de lubrificação e, com isso, ele aumenta da vida útil dos motores. Com ponto de fulgor e número de etano elevados, o combustível também amplia a vida útil do catalisador do sistema de escapamento.
Além disso, é importante destacar que o biodiesel é uma fonte de energia renovável; um combustível ecológico, com diversidade de matérias-primas, um produto natural e biodegradável, que gera menor emissão de monóxido de carbono, particulados e outros poluentes.11
Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – Anfavea, mais de 4,2 milhões de automóveis em circulação no Brasil, em setembro de 2007, são equipados com motores flex fuel. Em 2013, a frota de automóveis movidos a biocombustíveis deverá chegar a 15 milhões de unidades.
3.1.1. IMPACTO AMBIENTAL
· A queima do biodiesel gera baixos índices de poluição, não colaborando para o aquecimento global.
· Gera emprego e renda no campo, diminuindo o êxodo rural.
· Trata-se de uma fonte de energia renovável dependendo da plantação de grãos oleoginosos no campo.
· Deixa as economias dos países menos dependentes dos produtores de petróleo.
· Produzido em larga escala e com uso de tecnologias, o custo de produção pode ser mais baixo do que os derivados de petróleo.
· Tem fácil transporte e fácil armazenamento, devido ao seu menor risco de explosão. 
· Ampliação da vida útil do catalisador do sistema de escapamento de automóveis. 
3.2. DESVANTAGENS
· Se o consumo mundial for em larga escala, serão necessárias plantações em grandes áreas agrícolas. Em países que não fiscalizam adequadamente seus recursos florestais, poderemos ter um alto grau de desmatamento e florestas para dar espaço para a plantação de grãos. Ou seja, diminuição das reservas florestais do nosso planeta.
· Com o uso de grãos para a produção do biodiesel, poderemos ter o aumento no preço dos produtos derivados deste tipo de matéria-prima ou que utilizam eles em alguma fase de produção. Exemplos: leite de soja, óleos, carne, rações para animais, ovos entre outros.
· A grande produção do subproduto da transesterificação, a grande quantidade de glicerina que terá no mercado.
4. 
BIOCOMBUSTÍVEIS X PRODUÇÃO DE ALIMENTOS 
Algumas correntes afirmam que o programa de biocombustíveis possa prejudicar a oferta de alimentos quando utiliza terras de cultivo voltadas para a produção do etanol e do biodiesel. Ao fazer uma análise atual da situação, observa-se que o que falta no país é renda para a população mais carente comprar o alimento que, muitas vezes, é destruído pelo produtor ou deixado no campo sem ser colhido, devido ao baixo preço no mercado. 
 Com a expansão da indústria dos biocombustíveis, criam se naturalmente novos postos de trabalho e, conseqüentemente, gerasse renda para o trabalhador manter o sustento de sua família. No Brasil, áreas antes não utilizadas pela agricultura, ou não adequadas ao cultivo de alimentos devido ao baixo índice de precipitação pluviométrica, são as mais utilizadas para o processo de expansão do cultivo de matérias-primas para a produção de biocombustíveis. É o caso de grandes regiões da seca nordestina, nas quais, apesar da falta de chuvas, algumas oleaginosas conseguem produzir seus frutos.
Porém, uma visão mais aprofundada ao analisar o tema a longo prazo, leva-nos a observar o aumento da criticidade desta relação alimentos x biocombustíveis.
 De acordo com a Organização da Nações Unidas (ONU) para Agricultura e Alimentação (FAO) os principais fatores que influenciam a alta dos preços dos alimentos são o aumento da demanda, a alta do petróleo, a especulação e condições climáticas desfavoráveis. Há controvérsias sobre a dimensão da responsabilidade dos biocombustíveis, cujas matérias-primas (cana, milho e outras) disputam espaço com culturas destinadas à produção de comida. 
 Com o preço do petróleo a níveis altos, e o aquecimento global como uma realidade a cada dia mais óbvia, os biocombustíveis parecem uma alternativa muito tentadora aos combustíveis fósseis. Com isso, a demanda por biocombustíiveis, e consequentemente sua produção, vêm crescendo de forma exponencial nos últimos anos. Qualquer substituto poluente para os combustíveis fósseis parece em princípio ser muito bem-vindo. No entanto, vozes começam a surgir, inclusive na ONU, para nos alertar que essa questão não é tão simples assim. Estamos, lembram essas vozes, num planeta já superpovoado, onde a demanda por alimentos cresce cada vez mais, e onde cada área agrícola é necessária e valiosa. Quanto mais terras agrícolas forem perdidas para terras para produzir biocombustíveis, mais dificuldade a produção de alimentos terá em atender a demanda, e mais tenderão a se agravar a subnutrição e a fome, que já afetam tanta gente nesse planeta.
O próprio presidente Lula tem dito que o etanol brasileiro, obtido a partir da cana-de-açúcar, não compete com a produção de alimentos. Ele e outras vozes oficiais têm nos tranquilizado de que é perfeitamente possível aumentar ao mesmo tempo a produção de alimentos e de biocombustíveis, tudo isso conciliado com a conservação da biodiversidade. Paratanto é de extrema importância pensar na questão de uma forma mais ampla, em um modelo de desenvolvimento de um padrão alimentar, desenvolvimento e inovação de meios de transporte bem como fontes alternativas de energia.
 O desafio que se coloca é atacar simultaneamente o problema ambiental e o problema do déficit crônico de oportunidades de trabalho decente e as desigualdades sociais. Um estudo recente do Ministério de Minas e Energia mostra que os derivados de cana-de-açúcar já geram 17% da energia do Brasil, ultrapassaram as hidrelétricas (15%) e já são quase a metade dos derivados de petróleo (37%). Enquanto a área de pastagem no Brasil permaneceu estável nos últimos anos, em média, a de cana cresceu cerca de 800 mil hectares (ou cinco municípios de São Paulo), só na última safra. É um salto de 11,7%, segundo dados da Conab, totalizando 7,8 milhões de hectares. Desses, 4 milhões são dedicados à produção de álcool, incluindo o etanol.
5. 
PARTICIPAÇÃO DAS FONTES RENOVÁVEIS DE ENERGIA, ATUALMENTE, NA MATRIZ ENERGÉTICA DO BRASIL E DO MUNDO
De acordo com os dados da Empresa de Pesquisa Energética (órgão ligado ao Ministério de Minas e Energia), do Ministério de Ciência e Tecnologia e da International Energy Agency (Key World Energy Statistics / 2006),as fontes de energia de origem renovável – hidráulica, biomassa, solar, eólica e geotérmica – somam uma participação de pouco mais de 14% da matriz energética mundial.
Entre os países que compõem a OCDE – Organização para a Cooperação e o desenvolvimento Econômico (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino
Unido, Canadá, além de Austrália, Áustria, Bélgica, Espanha, Noruega, Países Baixos, Portugal, Suécia, Suíça), a participação é de 6%. No Brasil, contudo, a energia renovável tem uma presença bem maior: 45% da matriz energética do país. Ainda não há estatísticas precisas sobre a participação dos biocombustíveis na matriz energética brasileira ou mundial.
Além dos biocombustíveis há outras fontes de energia renovável em uso no Brasil. É o caso da eletricidade gerada pelas centrais hidrelétricas, que tem participação expressiva na matriz energética do país.
Figura 07 – Gráfico da matriz energética.
CONCLUSÃO
Os biocombustiveis não são a única solução para melhorar a qualidade do nosso planeta, mas para cumprir as medidas propostas no Protocolo de Kyoto, diversos países têm apresentado grande interesse quanto ao seu uso, porém uma completa substituição dos combustíveis comuns pelo biocombústivel pode levar a problemas relacionados à falta de áreas cultiváveis para fins alimentares, entretanto as vantagens dos biocombústiveis são maiores que suas desvantagens.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Comunicação Institucional do Abastecimento da Petrobras (2008). Biocombústiveis: O que você precisa saber sobre este novo Mercado.
ANEXO
Questões:
1º) O que é biocombústivel?
São combustíveis produzidos a partir da biomassa (matéria orgânica), isto é, de fontes renováveis – produtos vegetais ou compostos de origem animal.
2º) O que é energia renovável?
É a energia obtida a partir de fontes renováveis, ou seja, fontes que podem ser recompor num ritmo capaz de suportar sua utilização sem restrições ou risco de esgotamento.
3º) O que é H-bio?
O HBIO é um processo para a produção de óleo diesel a partir de óleos vegetais. Consiste na hidrogenação de uma corrente de gasóleo misturada a óleo vegetal por uma unidade de hidrotratamento (HDT). O HBio é um processo para produção de óleo diesel (n-parafinas), enquanto o biodiesel é um produto em si mesmo (éster).
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