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Prof. Bruno Meneses Lorenzetto ● O que é hermenêutica? Interpretação do direito ○ Hermes - mediador linguístico dos deuses em relação aos homens, função de transmitir comunicação ● Existe a hermenêutica filosófica e a jurídica (a filosófica é mais ampla) ○ Hermenêutica jurídica- interpretar textos jurídicos, métodos interpretativos para possíveis compreensões do direito ● Leitura literal dos textos é insuficiente ○ Ex: Decisão sobre a união estável de pessoas do mesmo sexo ■ Tem pessoas que falam que deveria ser feito uma leitura literal da constituição (que é o ponto de partida) ■ O STF não chegou nessa decisão com uma leitura literal da constituição ■ Princípio da não discriminação ● O direito não é apenas ler o código ● Usar as ferramentas, para entender quais foram os métodos interpretativos usados nas decisões ○ Interpretação teológica, histórica… ● Objetivo: dar ferramentas para compreender as decisões, construir as teses jurídicas… Texto - teoria pura do direito ( último capítulo - kelsen) Kelsen é juspositivista - separar o direito e a moral durante sua analise ● Direito não comporta valores morais Objeto: Descrever de forma neutra o direito ● Me limito a dizer o que é e como é o direito no Brasil, sem transmitir juízo moral (mesmo num estado injusto eu tenho direito) Juspositivismo - descrevo o direito o que é e como é, e não como deve ser Aplicação do direito Hermenêutica - Discricionariedade (liberdade de escolha) dos juízes - descrever o que é e como é: ● Ao interpretar o direito, os juspositivistas vão dizer que na prática quando alguém está interpretando um texto e aplicando esse texto no caso concreto - vai haver um problema pois existem lacunas - todo ordenamento jurídico tem o problema de não poder prever as condutas humanas ● Objeto de embate - poder discricionário do juiz criando direito no caso concreto para resolver o problema das lacuna Insuficiência da codificação - estamos num país de civil law que apostou muito na codificação que prevê antecipadamente a conduta humana ● Problemas de relações e tecnologias ● Lacuna - não regulamentação Dos três poderes, o judiciário é o único que precisa te dar uma resposta. Judicialização da política Nesses casos em que eu não tenho uma lei anterior regulamentando, o juiz usar seu poder discricionário para criar o direito para aquele caso ● O juiz tem poder discricionário para interpretar ● Normativa - o juiz deve buscar uma resposta correta ● Se cada juiz decide da forma que bem entende a gente tem uma insegurança jurídica ● O common law por ser um direito que se constrói com base de precedente - raciodecidente ○ Possui mais estabilidade ○ O juiz tem que decidir casos semelhantes da mesma forma ■ Problema 1 - juiz legislar ■ Problema 2 - insegurança jurídica Súmula = resumo Teoria do kelsen ● A perspectiva do cidadão - conhece a lei - noção cognoscitiva ( conhece, concorda e respeita a lei) ● A perspectiva do juiz - além do aspecto cognoscitivo tem a dimensão volitiva - da vontade ( estrutura que vai entregar o poder para alguém aplicar o direito) ● Os diferentes estado vão dar direitos a alguém, autoridade de aplicar o direito - dimensão volitiva ● Linguagem que se volta a sua aplicação ● Pro kelsen é uma vontade, ligada com o poder discricionária ● limite - moldura que o direito fornece, tendo dentro várias respostas possíveis ● Para kelsen o juiz cria leis no caso concreto ● Várias possibilidade de aplicação dentro da moldura ● Do outro lado da força - a ideia que existe uma resposta correta dentro do direito ○ Críticos do juspositivismo - deve ser buscada uma resposta correta dentro do direito Casos fáceis e casos difíceis Ex: estacionou na vaga errada Ex: cd - caso que eu não tenho uma resposta anterior no direito - arremesso de anão - indisponibilidade de direito ( não pode vender órgãos ) Aula 02 - 14/08/20 - Princípios e regras: mitos e equívocos Hart e Kelsen falavam em regra sem pensar em princípios A norma se subdivide em regra e princípio Os ordenamentos jurídicos do mundo tem regra e sanção pelo não comprimento dessa conduta CRITICAS AO POSITIVISMO ● Pensar só em base da regra - conflitos de regras - antinomias ● Princípios têm força normativa e eles inclusive podem ser determinantes para a solução de casos ● As regras vão proteger um bem jurídico. Qual o bem jurídico protegido por uma regra? ○ Ex: Regra - não pode matar / bem protegido -> vida ○ Na estrutura de uma regra são protegidos bem jurídicos HERBERT HART X DWORKIN ● Os discípulos duvidam de seus mestres É insuficiente entender um ordenamento jurídico vendo só as regras Complementação da regra e princípios Dworkin - regras e princípios têm uma distinção no plano qualitativo ( qualidades que vão diferenciar regras dos princípios) ● Os princípios não são atingidos na sua validade, mas sim no peso ● Distinção entre duas espécies de normas: os princípios e as regras Tanto Dworkin quanto Alexys são representantes da tese da separação qualitativa entre regras e princípios, que advoga que a distinção entre ambas as espécies de norma é de caráter lógico ● O ponto de partida da teoria de Dworkin é uma crítica ao positivismo jurídico. Segundo Dworkin, o positivismo, ao entender o direito como um sistema composto exclusivamente de regras, não consegue fundamentar as decisões de casos complexos. O juiz, nesses casos, cria direito novo. ● Assim, as regras ou valem, e são, por isso, aplicáveis em sua inteireza, ou não valem, e portanto, não são aplicáveis. No caso dos princípios, essa indagação acerca da validade não faz sentido. No caso de colisão entre princípios, não há que se indagar sobre problemas de validade, mas somente de peso. Tem prevalência aquele princípio que for, para o caso concreto, mais importante, ou, em sentido figurado, aquele que tiver maior peso. ○ Tudo ou nada Alexy parte de um pressuposto semelhante ao de Dworkin: o de que a distinção entre princípios e regras é uma distinção qualitativa e não de grau. ● Sua principal contribuição foi preciso algumas premissas básicas dessa ideia e, principalmente, desenvolver a ideia de princípios como mandamentos de otimização. Segundo Alexy, princípios são normas que estabelecem que algo deve ser realizado na maior medida possível, diante das possibilidades fáticas e jurídicas presentes. Por isso são eles chamados de mandamentos de otimização. A realização completa de um determinado princípio pode ser - e frequentemente é - obstada (dificultado) pela realização de outro princípio. Essa ideia é traduzida pela metáfora da colisão entre princípios, que deve ser resolvida por meio de um sopesamento, para que se possa chegar a um resultado ótimo. Os princípios expressam deveres e direitos prima facie (no primeiro momento) , que poderão revelar-se menos amplos após o sopesamento ( como última etapa o processo de análise dos princípios) com princípios colidentes ● Texto e norma são diferentes - não basta a leitura literal do texto ● Nenhum princípio é absoluto Na literatura jurídica brasileira, “princípios" são, tradicionalmente, definidos como "mandamentos nucleares" ou "disposições fundamentais" de um sistema – Celso Antônio Bandeira de Mello / princípios seriam as normas mais fundamentais do sistema O conceito de princípio, na teoria de Alexy, é um conceito axiologicamente neutro e seu uso não expressa nenhuma opção por esta ou aquela disposição fundamental, nem por este ou aquele tipo de Constituição Texto e norma não se confundem, pois o primeiro é apenas um enunciado linguístico, enquanto que a norma é o produto da interpretação desse enunciado. ● O inc. XL do art. 5° da Constituição tem a seguinte redação: "a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu". Isso é o que aqui se chama de texto ou enunciado. Esse texto exprime uma norma que proíbe a retroação da lei penal, a não ser que essa retroação beneficie o réu. Nesse último caso, existe um dever de retroação. ● Tanto as regras, quanto os princípios pressupõem uma interpretação prévia. Issonão significa, contudo, que ambos tenham a mesma estrutura. Após a interpretação em sentido estrito, uma regra jurídica é já subsumível, enquanto que os princípios ainda poderão entrar em colisão com outros princípios, exigindo-se, nesse caso, que se proceda a um sopesamento para harmonizá-los. ● Partindo-se da premissa de que o texto "é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão" (CF art. 150, VI, d) expressa uma regra, e que o texto "são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas" (CF art. 5°, X, primeira parte), um princípio, percebe-se com clareza que ambos carecem de interpretação ● João promete ir à festa de aniversário de seu amigo José. Entrementes fica João sabendo que seu outro amigo, Jorge, está extremamente doente e precisa de sua ajuda. Para João, tanto quanto cumprir as promessas feitas, ajudar um amigo também é um dever. Nesse caso concreto, contudo, não é possível cumprir ambos os deveres. Após ponderação, decide João ajudar seu amigo doente e não ir à festa de José. Isso não significa, porém, que "cumprir promessas" tenha deixado de ser um dever para João. ● A colisão entre ambos os deveres, como se vê, não é apenas aparente, mas real. Isso, contudo, não suaviza a colisão que existe entre dois deveres prima facie. A distinção entre regras e princípios tem como uma de suas principais características exatamente a exigibilidade de sopesamento de princípios como forma de aplicá-los. Aula 03 - 21/08/20 - Teoria da argumentação jurídica Juspositivismo - poder discricionário iria existir invariavelmente - vai acontecer Regras e princípios - crítica ao juspositivismo - não existe apenas regras, os princípios também importam - o universo se expande se eu concordo com isso Vão existir casos difíceis que demandam uma argumentações complexas - princípios na maior medida possível Colisão de principios Positivistas - poder discricionário Robert Alexy - teoria da argumentação Críticas ao positivismo - eles mesmo dizem ( pós positivismo - mas ele não assume o título) Necessidade /Possibilidade e validade de uma fundamentação racional do discurso jurídico ● Não basta aplicar fundamentos aleatórios ● Não basta aplicar a subsunção fato -> norma ○ isso não basta pois temos valores complexos ● Inteligência artificial pode fazer melhor que a gente essa ● Casos difíceis - não tenho a aplicação automática de regra, pois eu não tenho regra (mais de uma resposta possível) ○ Variáveis interferem no processo decisório Consensos racionais – aqueles passíveis de justificação discursiva segundo regras de argumentação ● Ex: alguém discorda que na frente de uma escola , devam existir meios de trânsito que limitem a velocidade Como pode o discurso prático e especificamente o jurídico ser fundamentado racionalmente? ○ Direito é uma linguagem voltada para a aplicação prática ○ Preocupação da fundamentação racional dessa aplicação prática do direito ● O discurso voltado para o agir humano é prático, se busca orientar condutas, é normativo ( não necessariamente jurídico) Teoria consensual da verdade – verdade considerada não mais como “correspondência” com a realidade (perspectiva antiga da filosofia) mas como algo construído discursivamente ( argumentos) ● Como fundamentar racionalmente o discurso jurídico? ○ A vida em sociedade é moldada pelo direito ○ Construção argumentativa ● Direito e moral são complementares entre si – inter-relação entre os discursos ○ Reaproximação ○ Separação do direito e moral no momento da análise ○ Mesmo quando eu to analisando neutramente eu posso estar inconscientemente levando pra um lado, até mesmo com as escolhas da palavra Um jeito de se evitar que alguém abuse do poder, é implementar o ônus argumentativo nessa pessoa ● Não há princípio dotado de prevalência absoluta ● Um princípio prevalece sobre outro em razão da utilização da proporcionalidade, determinado pela adequação, necessidade (que tratam das condições fáticas) e ponderação em sentido estrito (condições jurídicas, solução da colisão dos princípios). ○ Alexis parte de decisões já tomadas pelo tribunal condicional federal ○ E segue fiel com os precedentes ○ Freios para abuso do poder - teste ● A possibilidade de controle da decisão precisa de um procedimento racional de justificação, para que se possa afastar o decisionismo nos três poderes e, em especial, nos Tribunais Constitucionais. ● Em um grande número de casos, a decisão jurídica que põe fim a uma disputa judicial, expressa em um enunciado normativo singular, não se segue logicamente das formulações das normas jurídicas. ○ Crio uma lei para aqueles casos ■ Há no mínimo quatro motivos para que isso ocorra: (problemas) 1) a imprecisão da linguagem do Direito; linguagem possui problemas como vagueza, e imprecisão 2) a possibilidade de conflitos entre as normas; 3) a possibilidade de haver casos que requeiram uma regulamentação jurídica – nenhuma norma válida se adequa; - Omissão legislativa é um problema - A não regulamentação de um direito fundamental é um problema - Ação direito de inconstitucionalidade por omissão 4) casos que contrariam a literalidade da norma - STF contraria a literalidade da norma - reinterpretação - Precisamos considerar os principios Se existem decisões desse tipo, como elas podem ser fundamentadas? ● Insuficiência dos cânones de interpretação ● A aplicação dos princípios para fundamentar tais decisões – problemática ● Resta ao intérprete um campo de ação em que se tem de escolher entre várias soluções ● Decisão: ação ou comportamento de uma ou várias pessoas é preferido em relação a outras ações e comportamentos – um estado de coisas é privilegiado em detrimento de outro. Critica ao positivismo: precisamos considerar os principios, na fundamentação das decisões Não se pode desconhecer o elemento valorativo, político-jurídico contido em toda interpretação ● Valorações moralmente correto, moral objetiva ● Ideias de justiça na constituição - combater desigualdade - moral ● Isso limita a discricionariedade ● O juspositivismo não observam o ordenamento jurídico inteiramente ● Pois uma coisa é descrever o direito de maneira neutra, outra é o direito aplicado ● Não basta ler a literalidade da constituição Quando se aplica o direito e a moral se aproximam Quando subjazem valorações nas decisões dos tribunais, surge o problema da legitimação da regulação de conflitos Para Alexy: o aplicador deve se orientar em um sentido juridicamente relevante de acordo com valorações moralmente corretas As valorações são objetivadas, e não abrem um espaço para a inserção de convicções morais subjetivas dos aplicadores A decisão jurídica não pode se fundamentar estritamente no sistema de valorações do ordenamento jurídico Objetivação das valorações: 1) convicções e consensos faticamente existentes; 2) valorações que podem ser extraídas dos materiais jurídicos (jurisprudência); 3) princípios suprapositivos A pretensão levantada em relação a um enunciado jurídico é a de que ele seja racionalmente fundamentadas Regras do discurso: não produzem certeza definitiva sobre como decidir, mas são importantes na explicação da pretensão de correção, na correção de critérios de enunciados normativos, como crítica de fundamentações não racionais e como precisam de um ideal a que se aspira. Pretensão de correção: característica distintiva do conceito de direito – possibilidade do uso legitimado da coerção Através da pretensão de correção o direito se conecta com a moral discursiva – fundamentação racional das decisões O direito possui pretensão de correção - todo ordenamento jurídico busca essa pretensão ● Ex: você tomou uma decisão e aplicou uma regra, mas eu sei que essa decisão é injusta pois contraria um valor - o direito tem uma pretensão de correção - valores que vão guiar a aplicação do direito Art 209 CPC - como os juízes decidem Aula 04 - 28/08/2020 - conceito e validade do direitoO mundo é dividido em positivismo e pós positivismo ● Positivismo: separação entre o conceito de direito e elementos morais (tese da separação) ○ É possível descrever de maneira neutra um objeto? ● Crítica equivocada ao juspositivismo: que eles defendem a ditadura Não existe nenhuma conexão conceitualmente necessária entre o direito e moral, entre direito e justiça, entre aquilo que ele é, e como ele deve ser Kelsen: Todo e qualquer conteúdo pode ser direito ● Teorias não positivas: tese da vinculação, o conceito de direito deve ser definido de modo que contenha elementos morais O conceito de direito existe por trás de toda prática jurídica Ex: Tribunal constitucional federal (alemanha): decisão sobre cidadania, 1968. 11 decreto sobre a da lei de cidadania do reich (1935) de 1941 privação da nacionalidade alemã os judeus emigrado ● Caso: advogado que havia emigrado para amsterdã antes da II G.M ○ Decisão: A ideia de que um legislador constitucional tudo poder ordenar a seu bel-prazer significaria um retrocesso à mentalidade de uma positivismo legal desprovido de valoração, há muito superado na ciência e na prática jurídica (...) uma vez estabelecida, uma injustiça (O injustiça com base nos próprios ordenamentos, infringe os princípios do direito) que infrinja abertamente os princípios constitucionais do direito não se torna direito por ser aplicada e observada ○ Argumento clássico do não positivismo ] ○ Decisão de um governo autoritário ○ Presença de valores morais na decisão ● O direito brasileiro não se limita a leitura do código ● Caso 2: “O direito não é idêntico à totalidade das leis escritas” ○ Problema da decisão contra legem: revista semanal que publicou uma entrevista inventada pela princesa Soraya (Irã). Indenização de 15.000 marcos, decisão contrariava o enunciado do §253 do BGB, que dispunha que danos imateriais seriam indenizáveis apenas nos casos expressos por lei. O caso da princesa não estava entre eles. ○ Positivismo: identificação do direito com a lei positivada / nos casos duvidosos a decisão é determinada por fatores extrajurídicos ■ Positivistas dizem sempre existir discricionariedade ○ Bem jurídico violado que precisa ser segurado ○ Se eu ficar preso na regra eu não alcanço todos os casos ○ O problema é o elementos da fundamentação dessa decisão - causa insegurança jurídica. ● Compreensão não positivista: não identifica o direito com a lei, por isso, a decisão também pode ser determinada pelo direito, se a lei não a estipular de modo coercitivo. Distintas concepções sobre o que é direito ● Dependendo de como o direito é conceituado, vai influenciar em sua aplicação Ex: neto mata avô para receber herança. Pode receber? No princípio da legalidade pode mas no princípio moral não. Há nesse princípio uma lacuna. O universo jurídico não se resume a legalidade ● Qual conceito de direito é correto ou adequado? ○ Três elementos: o da legalidade conforme o ordenamento, o da eficácia social e o da correção material. (Não existe qualquer conexão conceitualmente necessária entre direito e moral) ○ Positivista: irá excluir o elemento da correção quanto ao conteúdo KELSEN: direito é um ordenamento normativo coativo, cuja validade baseia-se numa norma fundamental pressuposta HART: o direito é um sistema de regras que pode ser identificado por meio de uma regra de reconhecimento ● Consenso entre juspositivistas: tese da separação entre direito e moral – limita-se aos elementos da eficácia e da legalidade ● Não positivismo: conexão conceitualmente necessária entre direito e moral + razões normativas para a inclusão de elementos morais no conceito de direito RADBRUCH: Argumento da injustiça – O conflito entre a justiça e a segurança jurídica pode ser resolvido da seguinte maneira: o direito positivo, assegurado por seu estatuto e por seu poder, tem prioridade mesmo quando, do ponto de vista do conteúdo, for injusto e não atender a uma finalidade, a não ser que a contradição entre a lei positiva e a justiça atinja um grau tão insustentável que a lei, como “direito incorreto”, deve ceder lugar à justiça ○ Posso ter uma lei injusta no ordenamento jurídico - o próprio ordenamento diz os valores ● Nos casos de sistemas extremamente injustos, o ponto de vista conceitual não exclui que ele seja designado como “sistema jurídico” ALEXYS: a pretensão de correção é um elemento necessário do conceito de direito: sistemas normativos que não formulam. Uma pretensão de correção não são sistemas jurídicos. Todos sistema jurídico implica uma pretensão à correção. ● Para um observador a tese da separação seria correta ○ Para um participante (juiz) a tese da separação é inadequada, e a vinculação correta. Três argumentos precisam ser observados: a) o da correção; b) o da injustiça; c) o dos princípios A) O argumento da correção ● Base dos outros dois argumentos ● Tanto as normas quanto as decisões judiciais formulam necessariamente a pretensão à correção ● Ex.: X é uma república soberana, federal e injusta ○ Esse artigo constitucional tem um defeito. Imperfeição moral – insuficiente. Alexy: defeito conceitual: contradição performativa – O gato está no tapete mas eu não acredito nisso ● Ex.2: O réu é condenado à prisão perpétua, o que é incorreto - injusto - sentença que contraria o próprio direito ○ Sentença que contraria o direito positivo. Baseada em uma interpretação incorreta do direito vigente ○ Contradição performativa cometida pelo juiz – erro conceitual ○ Decisão judicial: direito precisa ser corretamente aplicado ○ Os participantes de um sistema jurídico formulam necessariamente uma pretensão à correção – conexão necessária entre direito e moral Aula 05 - 04/09/20 - conceito e validade do direito II Aula passada Juspositivismo - validade e eficacia Crítica ideia de pretensão de correção ● essa ideia não se encaixa na ideia juspositivista O direito se coloca além do texto Só a interpretação literal dos textos é insuficiente O direito vai ser construído de uma forma mas no momento de sua aplicação tem mais elementos que precisam ser considerados que o texto postado na constituição Hermenêutica - problemas de interpretação 3 elementos ● Pretensão de correção - tentar evitar uma decisão que te manda para prisão e é uma decisão injusta - os ordenamentos jurídicos vão buscar uma pretensão de correção, vão evitar ○ Esse paradoxo que é a contradição performativa ● Via de regra os países estruturam os ordenamentos jurídicos com um conjunto de princípios que organizam a própria aplicação do direito Transição performativa - o juspositivismo não pode incorporar a pretensão de correção Ex: dilma e bolsonaro são os exemplos de má articulação Os argumentos sobre as ideias de justiça são contra-argumentos para defender a ideia da importância da pretensão de correção Alexy defendendo comentários contrários da ideia de pretensão de correção Ideias de teoria da argumentação - tentar combater autoritarismos Emergencia dessas teorias O juspositivismo não defende o autoritarismo ● Ele apenas fala do princípio da legalidade e que o regime autoritário eu tenho direito ● Tenho ordenamento jurídico não direitos subjetivos ● Kelsen sofreu na pele e não gosta de regimes autoritários Críticos: O direito pode tentar ajudar a combater regimes autoritários, mas não tem condições sozinho O argumento de injustiça As normas individuais de um sistema jurídico perdem o caráter jurídico quando determinado limiar da injustiça (qual é esse limiar de justiça?) ou da iniquidade é transposto ● Radbruch: isso é uma tese fraca ○ o caráter jurídico só há de se perder se a injustiça atingir um “grau insustentável” - justificada com argumentos normativos/ argumento da correção ○ Se a norma for um pouco injusta, ela ainda vai der adequada ○ Se a norma atingir um grau insustentável, usando o argumento da correção ela perde o status jurídico ■ Ex: escravidão - moral objetiva ● Uma lei que restabeleça a escravidão - lei extremamente injusta ● Juspositivista - ”eu não gosto dessa desgraça, mas éa lei” ● Crítico “essa lei deve ser removida por ser incompatível” ○ Importante para alexy pois ele empresta algumas coisas de radbruch 1. ARGUMENTO LINGUÍSTICO - não é possível apresentar um argumento linguístico-conceitual concludente contra ou a favor do argumento da injustiça diante do caráter ambíguo e vago da expressão “direito” (Hart) ● Zona de penumbra - direito não tem definição - espaço de indeterminação, inerente à linguagem ● Não consigo nem definir o conceito de direito - Direito significa muitas coisas Criação de norma “x” injusta: resultado de um procedimento de criação de norma. ● Sentença: procedimento decisório que avalia se a norma X vai ser aplicada - o juiz interpreta o direito e aplica o direito ● Nunca existiu juiz boca da lei - sempre foi alguém sem poder - ● “o juiz se limita a reproduzir o que o legislador fez” - não existe ● O juiz é uma pessoa que interpreta a lei - alguém sem poder interpretando a lei sem fazer muito sobre - escolha entre autômato e ser humano Se norma e sentença coincidem: direito Moldura limita o poder discricionário do juiz ALEXYS: (resposta a esses problemas) embora, prima facie, a norma X seja direito, no resultado não o é - ao longo do procedimento de aplicação, é -lhe negado o caráter jurídico - Eu vou negar o caráter jurídico dessa lei quando ela for, por exemplo, inconstitucional e quando violar essa ideia básica de justiça e não atender a pretensão de correção - Posso me recusar a aplicar um lei 2. ARGUMENTOS DA CLAREZA: a falta de clareza é criada muito mais pela dificuldade de traçar, em muitos casos uma linha divisória entre normas que são extremamente injustas normas e não o são ● Clareza: saber se elementos morais deve realmente ser incluídos no conceito de direito (duvida que sempre vai aparecer) O não positivista não nega o caráter ético do problema. Apenas sustenta que o problema ético, em caso de injustiça extrema, é, ao mesmo tempo, um problema jurídico A pretensão à correção mostra que o positivismo não pode pretender para si algo como a correção Evitar esse paradoxo, a aproximação do direito com a moral que aparece mais na sua aplicação no caso concreto O juspositivismo não daria conta - tese da separação 3. ARGUMENTO DA EFETIVIDADE: para RADBRUCH , a inclusão de elementos morais no conceito de direito teria por função “armar” os juristas contra um Estado injusto ● Radbruch experimentou o contexto da segunda guerra mundial Teoria da argumentação para evitar estados autoritários Retorno da questão da injustiça, por esses autores ● KELSEN (cético) - rejeita a tese de que somente um ordenamento social moral é direito. Para ele, o direito, por sua essência, é moral ○ Qualquer conteúdo pode se tornar direito (juspositivismo) ○ obra : o que é justiça - para falar que não se tem como definir justiaç ● HOERSTER: tese forte da vinculação: toda norma jurídica é ao mesmo tempo moralmente justificada ○ A moral domina o direito ○ Problema da legitimação acrítica do direito ○ Não - essa tese é difícil ser defendida pois há normas que não há como justificar moralmente ○ Ex: Tributação sobre grandes fortunas - não está regulamentado mas tem na constituição - é justo ou injusto? Não sei /* tem argumentos pros dois lados ○ Ex: confisco - limite de atuação do estado - não se pode sem justificativa confiscar algo de alguém ● RADBRUCH (alexy): tese fraca da vinculação: não leva a uma identificação do direito com a moral, norma injustas podem ser direito com a moral, norma injusta podem ser direito, o limiar a partir do qual as normas perdem ser caráter jurídico é marcado por exigência morais mínimas ○ Não bater em criança ○ Escravidão ○ Confisco Pena de morte no brasil é só em caso de guerra ● “a tentativa de exterminar materialmente determinadas parcelas da própria população, incluídas mulheres e crianças, segundo critérios ‘racistas’ nada têm em comum com o direito e a justiça” - nazismo ● Exigências morais mínimas (direito à vida e à integridade física) são suscetíveis de uma fundamentação racional - valores morais que vão mudando com o tempo 4. O ARGUMENTO DA SEGURANÇA JURÍDICA : se existem julgamentos de justiça (fundamentos racionalmente) eles podem ser reconhecidos pelas pessoas Não positivismo: perda mínima da segurança jurídica. Além disso, o valor da segurança jurídica precisa ser sopesado com o da justiça material. RADBRUCH: prevalência, para a segurança em termos gerais, inversão nos casos extremos Ex: brasil - foi derrotada a dpf mas, o conselho federal da ordem dos advogados entrou com uma dpf - lei de anistia - não seria concepcionada na constituição de 1988 - se tivesse sido declarada procedente eu teria uma ruptura em relação a segurança jurídica - A lei de anistia foi recepcionado mas a segurança jurídica foi prevalecida - Em consequência a isso nenhum militar foi punido com prisão, por causa da ditadura 5. O ARGUMENTO DO RELATIVISMO: todo julgamento sobre a justiça é insuscetível de fundamentação racional ou de seu reconhecimento objetivo ● O não positivismo pressupõe uma ética não relativista minimamente rudimentar ● Ética mínima que você precisa defender para você concordar com o não positivismo ● Cético: todos estão incorrendo em um “erro coletivo” ao defender direitos humanos e civis 6. O ARGUMENTO DA DEMOCRACIA: risco de que o juiz ao recorrer à justiça, contraponha-se a decisão do legislador democraticamente legitimamente Quem deve tomar a decisão sobre o sentido de justiça? Nós povo brasileiro elegemos nossos representantes Tal argumento perderia força pois a tese de vinculação defendida por Alexy é a fraca, e seria preciso rejeitar o controle de constitucionalidade O STF está colocando limitando o autoritarismo 7. O ARGUMENTO DA INUTILIDADE: uma injustiça legal poderia ser afastada não apenas por meio de seu não reconhecimento como “direito”, mas também pelo legislador como “direito”, mas também pelo legislador que poderia revogá-la mediante lei retroativa Princípio da “nulla poena sine lege” (legalidade) - princípio fundamental. O problema não seria o da inutilidade, mas o da eventual violação do princípio. Não positivismo se baseia no respeito aos direitos fundamentais e na pretensão de correção Sistema jurídico: o argumento da justiça pode ser relacionado apenas a norma individuais? Não, pois, sistemas normativos que não formulam uma pretensão à correção não podem ser classificados como jurídicos - sistemas normativos formulam pretensão à correção QUESTÕES - A pretensão de correção não pode ser adotada pelo positivismo - É dificil argumentar favorablemente a tese forte - nem sempre vai haver uma justificativa moral - Exigências morais mínimas são passíveis de uma justificativa racional - Ceticismo é o contrário que o alexy defende - Controle de constitucionalidade é o que alexy defende O problema do jusnaturalismo, como que eu vou justificar o conjunto de leis universais e imutáveis - religioso e racionalista Aula 06 - 11/09/2020 - Uma questão de princípio - Dworkin ● Ideia principal: Teoria normativa a respeito de uma resposta certa a ser encontrada no direito Dworkin Defende que os juízes durante a aplicação deveriam buscar uma resposta dentro do próprio direito - fundamentar a decisão - se chegaria a uma resposta correta (decisão impopular - uma parte da doutrina vai preferir a perspectiva cética ● Não existe mesmo nenhuma resposta certa em casos controversos? ● Lei: contratos aos domingos são proibidos. João e José assinam um contrato no domingo. José contesta a validade do contrato. Há uma resposta certa a ser apresentada pelo juiz? ○ Defender a visão impopular de que a pergunta sobre o contrato pode ter uma resposta certa ● Os princípios em um contrato limitam o exercício da liberdade das pessoas ○ Liberdade não é incondicionada ○ Contrato personifica a questão do princípio da liberdade ○ Essa restrição do contrato está na nossa constituição? ○ Ela faz sentido? ○ Violou uma lei - acabou discussão Juspositivismo está muito presa a questão de regras, teria um déficit- pensar no ordenamento jurídico apenas como um conjunto de regras - hart vai dizer que tem princípios Se eu aplicar só a regra ao caso vai obter uma resposta - porém não necessariamente a mais adequada Para dworkin existe uma resposta correta ● Diverge com os juspositivistas - o poder discricionário do juiz e moldura que da limite para a resposta ● preocupação de estabelecer um ônus argumentativo - uma resposta correta para ser apresentado para o juiz ● Ele não diz qual, mas devemos buscar uma resposta certa para as decisões ● Isso está na base conceitual do CPC ● Resposta correta com base nos precedente, na lei e na constituição ● Resposta certa normativa ● Teoría normativa que busca evitar arbítrio entre os poderes ● Limitar o poder por meio de um onus argumentativo ● Casos em que nenhuma resposta certa no sistema jurídico: mais raros ● Contrato, responsabilidade civil e crime: dispositivos, verificar se eles se enquadram ou não na previsão legal ● Ignoram uma terceira possibilidade: uma troca de promessas pode não constituir nem um contrato válido nem um inválido ● A tese da bivalência supõe que a questão sobre o contrato deve ter uma resposta certa, mesmo que não tenhamos certeza de qual ela seja: nesses casos, o juiz tem poder discricionário (isso é o que está sendo combatido) para decidir em qualquer um dos sentidos ● Só criar regra não funciona ● CPC - o juiz precisa observar precedentes , não basta apenas ver a regra a e aplica-la , é necessário justificá-la ● Ex: brasileiro - dosimetria da pena A primeira versão ● Decisões em que o juiz não tem o dever de tomar em nenhum sentido. Crime com pena de 3 a 5 anos. Pessoa é condenada – promotoria pede 5 anos e a defesa pede 3 anos. (Poder discricionário) ● Código Penal. Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: I - as penas aplicáveis dentre as cominadas; II - a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; ● Como se fosse julgar pelo signo ● Menores de 16 anos o contrato é inválido, entre 16 e 21 – indeterminado, maiores de 21 – válido. Se uma das partes possui 17 anos? ● Não podemos imaginar mudanças nas regras do Direito, de modo que os juízes não tenham mais nem sequer o dever prima facie de aplicar um contrato válido ● Contrato: argumento em si de que certas consequências jurídicas, inclusive deveres públicos, decorrem desses fatos ● Mesmo tendo regra eu interpreto o direito A segunda versão A) Argumento da imprecisão (Textura aberta da linguagem): imprecisão da linguagem / não haverá nenhuma resposta correta para certa perguntas jurídicas ● Palavras são imprecisas – Direito deve, de alguma maneira, ser indeterminado ● O problema é estruturante na própria linguagem - linguagem aberta ● Ex: proibida entrada de veículo - o que é veículo? ● Dworkin: verificar os cânones de interpretação ou explicação legal que determinam que força se deve considerar que uma palavra imprecisa tem numa ocasião particular ● Usar mais linguagem para dar precisão a aquilo que eu to dizendo ● Qual interpretação entre as diferentes possibilidades admitidas pelo significado abstrato do termo, promove melhor o conjunto de princípios e políticas ● Se examinarmos as decisões de tribunais chamados a interpretar leis contendo termos imprecisos, descobriremos que os tribunais ou discordam quanto às técnicas de interpretação da lei ou concordam apenas quanto a um conjunto de princípios (imprecisos) ● CF Art. 5º XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; ● Para a construção da definição jurídico-constitucional do termo “racismo”, o Tribunal concluiu que é necessário, por meio da interpretação teleológica e sistêmica da Constituição, conjugar fatores e circunstâncias históricas, políticas e sociais que regeram a sua formação e aplicação. ● * Os juristas realmente discordam quanto às técnicas de interpretação e explicação usadas para as decisões B) O argumento do positivismo: a lei existe apenas em virtude de algum ato ou decisão humanas. Algum conjunto de atos é definido como necessário e suficiente ● Qualquer conteúdo pode virar direito ● O contrato é válido pois os legisladores mandaram que tais contrato fossem aplicados ● Uma proposição jurídica é verdadeira se o poder soberano emitiu um comando de certo tipo. A mesma proposição poderá ser negada como falsa se o poder soberano ordenou o contrário ● A questão de se existe ou não uma resposta certa para qualquer questão específica de Direito dependerá essencialmente de qual das formas da tarefa jurídica está em jogo C) O argumento da controvérsia: tese da demonstrabilidade, se não é possível demonstrar que uma proposição é verdadeira, então ela não pode ser verdadeira - cuidado para não ser preso pelo uma forma estrita de empirismo ● Forma estrita de empirismo – nenhuma proposição pode ser verdadeira exceto em virtude de algum fato que a faça verdadeira ● Se existe alguma outra coisa no mundo, em virtude da qual proposições de Direito possam ser verdadeiras, a tese da demonstrabilidade deve ser falsa ● Dworkin:(alem dos fatos concreto) suponha que há fatos morais ( a escravidão é injusta), que não são simplesmente fatos físicos. Uma instituição social como a escravidão pode ser injusta. Fato moral, que não é concebido nem estipulado. ● Existem fatos para além dos concretos Uma proposição de Direito como a de que o contrato é válido, é verdadeira se a melhor justificativa que se pode fornecer para o conjunto de proposições de Direito tidas como estabelecidas fornecer um argumento melhor a favor dessa proposição que a favor da proposição contrária Devemos buscar a melhor resposta para esse caso, o melhor encaixe, enquadramento das leis que existem para esse caso Construção histórica - valores morais que mudam através do tempo Tenho que reconhecer que tem fatos morais Teoria normativa - devemos buscar a melhor justificativa para uma decisão Empirismo - qualquer decisão que tenha mais de uma resposta vai haver ● Não defende o empirismo ● Moral universal nos países são traduzidas nos países ● Sempre haverá lacunas Aula 08 - 25/09/20 - Uma questão de princípio II - Dworkin Direito como integridade - leva em consideração, um conjunto de decisões vão reforçar uma integridade do próprio direito Nós somos um país do civil law que não se preocupava com precedentes mas felizmente isso mudou - mas não podemos saber se levamos a sério os precedentes - O juiz de primeiro grau não precisava olhar a decisão do STF Integridade -> Coerência entre decisões Estudar apenas legislação pura é um equívoco De que maneira o Direito se assemelha à literatura O raciocínio jurídico faz uso da ideia de coerência normativa (decisões coerentes), que é claramente mais complexa que a coerência narrativa (história) Duas dimensões para julgar se uma teoria fornece a melhor justificação dos dados jurídicos disponíveis: a dimensão da adequação e a dimensão da moralidade política - Juspositivismo não está preocupado com a melhor resposta - Ou com integridade e a concordância do direito - O que é importante para nós, pois queremos saber como o direito funciona, como a corte decide Adequação - dworkin (encaixe): uma teoria é melhor que outra. Juristas podem discordar sobre qual é a melhor, porém, não podem dizer que nenhuma fornece adequação. - Você vai ter o autor da ação e o réu que trarão os argumentos, mas a magistrada deve trazer essa interpretação do direito procurando a melhor resposta - Dworkin também vai intimar o pragmatismo o realismo juridico além do positivismo Moralidade política: a teoria que prevalece das duas, apreende melhor os direitos que as pessoas possuem - Valores que a gente possui na nossa sociedade refletidos na constituição - Como eu devo fazera leitura moral da nossa constituição e ordenamentos jurídicos. Prática jurídica: exercício de interpretação de modo geral - Antes de interpretar o direito, interpretamos o mundo - fenomenos que existem no mundo - No caso do direito - linguagem voltada para prática (específica - linguagem e conceitos específicos) Positivistas acreditam que as proposições de direito são inteiramente descritivas: trechos da história - Para caso simples pode até funcionar - Ex: para fazer um testamento é necessário 3 testemunhas, então não se pode fazer um testamento sem testemunha - Mesmo nos casos mais simples ainda existe interpretação , só tem menos espaço para isso Problema: casos difíceis – ações afirmativas - Mais de um argumento racional plausível , para justificar uma decisão - não é suficiente só as regras Ex: brasil adota cotas - ações afirmativas - pessoas com deficiências no trabalho, pessoas negras na educação pública, mulheres na política Igualdade formal perante a lei - é suficiente? - Barroso - igualdade formal/ material/ de reconhecimento - (redistribuição) Ex: xadrez - regras restritas / cortezia - conceito interpretativo Proposições de Direito (descrições que juspositivismo se propõe a fazer do direito) controvertidas: não são descritivas, mas expressões do que o falante quer que o Direito seja. Afirmar que as ações afirmativas são constitucionais não se limita a uma descrição Dworkin: as proposições não são meras descrições da história jurídica, são interpretações que combinam elementos descritivos como valorativos - Menino neymar/ adulto neymar - mudança de adjetivo não é uma descrição - mudança de interpretação - Só a ideia de proposição não é suficiente - Criticas O DIREITO É UMA QUESTÃO DE INTERPRETAÇÃO Casos em que a lei é obscura – aplicação das “técnica de interpretação da lei” O positivismo pensa na parte de regras - casos difíceis - poder discricionário do juiz Descobrir a intenção original dos autores da lei Dworkin: sempre que os juízes fingem estar descobrindo a intenção por trás de alguma lei, cortina de fumaça para impor sua própria visão - Dworkin critica os originalistas Caso 1: motorista que atropelou uma criança é considerado responsável pelo dano emocional da mãe. Caso 2: uma tia promove uma ação contra um motorista que atropelou sua sobrinha, ela merece ser indenizada pelo dano emocional ao escutar pelo telefone o acontecimento? - Interpretando sentido de familia - Aproxima o direito da literatura Necessidade de uma perspectiva mais abrangente da interpretação. Estudantes de literatura procuram “descobrir o significado de um texto”. A interpretação de uma obra literária tenta mostrar que maneira de ler o texto revela-o como a melhor obra de arte. Diferença entre explicar uma obra de arte e transformá-la em outra. Interpretar e modificar uma obra. - Uma coisa é você criar a obra de arte e uma coisa é o crítico de arte - ele está interpretando mas não criando Um estilo interpretativo também será sensível às opiniões do intérprete a respeito da coerência e da integridade na arte. Ex: papa inocencio X velásques A arte é boa na medida em que é comunicação bem-sucedida no sentido comum? O estilo interpretativo é sensível às convicções sobre significado, referência e outras questões técnicas na filosofia da linguagem - O próprio músico explica o porquê da canção, mas com o passar do tempo a gente vai afastando a obra do artista O que o autor da obra pretendia que ela fosse? Limite: a suposição de intenções subconscientes não resolve nenhum mistério O artista não pode criar nada sem interpretar enquanto cria – ao menos uma teoria tácita de porque aquilo que produz é arte - Quem ta vendo a arte interpreta também - importante para ideia de romance em cadeia do dworkin O crítico cria enquanto interpreta – qual maneira de ler, ver ou compreender aquela obra a mostra como arte melhor Dworkin: romancista interpreta e cria. Ler tudo aquilo que foi escrito antes (romance em cadeia) Romancistas assumem sua responsabilidade seriamente – dever de criar um romance único, integrado Romance em cadeia -ex: eu tenho um empreendimento onde cada pessoa escreve um capítulo do romance - Cada juiz envolvido na decisão de casos dentro de uma ideia de precedentes - No brasil nós tinham o contrário do romance em cadeia - cada lugar decide de um jeito - não queremos que isso funcione assim - O direito não pode ser “roleta-russa” - O juiz está limitado pelos capítulos/decisão que antecederam - Hoje temos um recurso, chamado reclamação que se o juiz desrespeitar uma decisão do stf, você pula tudo para o STF punir” o juiz de primeiro grau Decidir casos controversos no Direito é mais ou menos como esse estranho exercício literário Quais regras ou princípios de Direito “subjazem” a decisões de outros juízes, no passado, sobre matéria semelhante. Cada juiz é um romancista na corrente. Ao decidir o novo caso, cada juiz deve considerar-se como parceiro de um complexo empreendimento em cadeia. É seu trabalho continuar a história, interpretar o que aconteceu antes Choque emocional da tia: de acordo com a interpretação a tia pode ter ou não direito à reparação. Decisão: qual dos princípios representa a melhor “leitura” da corrente de decisões a que deve dar continuidade. Proposta - interpretar o romance/precedentes de maneira íntegra Aula 09 - 02/10/20 - Novo paradigma do direito Frederich muller Autor é mais preocupado com a parte da realidade (comparado com outros autores) Como o direito se concretiza Metáfora do iceberg - nós olhamos o texto que é a ponta o projeto normativo em sua estrutura mais ampla está abaixo da superfície Direito ao esquecimento - considerando dispositivos - privacidade, intimidade Ex: fundamento da cury que não queria que tivesse o programa que estava reproduzindo novamente a morte dela - Tendo do lado da rede globo a liberdade de expressão - Consequências e resultados - se existe o direito ou não do esquecimento - O tempo “cura tudo” - esquece com o tempo Tem mais estruturas para além do dispositivo O direito não se resume a apenas o texto e além disso eu posso ter compreensão de normas para além do texto Texto Toda práxis (conduta) jurídica é uma técnica com decisão politicamente funcional (com uma dimensão política). - As decisões feitas pelo judiciário vão ter um impacto político de maneira inevitável - No Brasil discussão do noticiário - quem vai suceder o Celso de Mello no STF - reconhecimento da dimensão política da própria nomeação do supremo e dos casos que o supremo julga A metódica jurídica é a técnica da atribuição da ciência prática no âmbito desses processos decisórios Preocupação com a dimensão empírica do Direito* como o direito funciona - Ex: CF, Art. 226, § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento. - O que diz o texto - homem e mulher - O que o texto não diz mas também não proíbe - homem e homem e mulher e mulher - O STF vai usar outros mecanismos para poder - união estável entre pessoas do mesmo gênero - Buscar a vontade do legislador vai esbarrar em diversas questões - Esse dispositivo no momento de sua criação é moderno - constituição de 88 - a gente tinha acabado de aprovar a lei do divorcio - CC 16 - legislador reconhecer o instituto da união estável que era moderno - Critérios tradicionais de interpretação: busca da vontade objetivo do legislador - Na época da constituição isso não tava nem pautado - mas acabou sendo reconhecido a posteriori - Só a leitura literal eu vou só ver a ponta do iceberg - Vontade do legislador - conhecer esse instituto da união estável - Só ler o texto é insuficiente - Eu achar que o código me da a resposta - eu parto de uma concepção equivocada até mesmo do próprio código - a resposta está no processo interpretativo que eu faço do texto - Falando em regra eu tenho uma margem de interpretação menor TEOR LITERAL DA NORMA: interpretação gramatical - Ler a literalidadeda norma CONTEXTO: interpretação sistemática - Contexto normativo - O contexto no qual está inserido a norma FINALIDADE: interpretação teleológica MATERIAIS LEGAIS E DA HISTÓRIA DA SUA FORMAÇÃO: interpretação histórica - ao tempo significava um avanço - ferramenta privilegiadas num caso ou no outro - não tendo um resolutivo e absoluto - Na prática eu vou lançar mão de todos esses instrumentais para fazer a interpretação - Vou me limitar a olhar - O código não é o direito Qual o papel da ciência jurídica? Müller: separação entre “ser” e “dever ser” – confusão entre prescrição legal e seu teor literal. - Não podemos dizer que o direito se limita a um conjunto de textos - Todos são intérpretes do direito - A norma é resultado da interpretação feita do texto Problema da identificação entre norma e texto: os positivistas se equivocaram ao identificar norma e texto - eu vou me limitar a descrever o que é o direito, e como é o direito - Não basta olhar os dispositivos - O código ´precisa ser interpretado CF Art. 5º LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; (lendo o que nos diz a nossa própria Constituição) - Se o estado torturar alguém para confessar - não são provas lícitas - Estado tem limites para fazer provas - Argumentos não juridicos pode - Finalidade: condenar pessoas que o próprio direito recrimina Nós precisamos da robustez probatória para nos proteger da atuação arbitrária por parte do estado - algo liberar, ainda que o liberalismo no Brasil seja algo estranho, questionável O trânsito em julgado serve para que eu me proteja, enquanto eu estiver responde eventualmente por alguma acusação, presunção de inocência O legislador não dá conta de fazer interpretação das ações humanas ● Nossa constituição quando foi feita - por exemplo não tinha internet ou drone ● Até tinha dados mas internet como existe hoje não Vão existir novos fenômenos e é preciso deslocar os conceitos, que estamos aprendendo, para esses novos fenômenos A parte de baixo do iceberg vai sendo construída aos poucos Trânsito em julgado - tem uma linha interpretativa - não precisa do trânsito em julgado a pessoa já pode começar a cumprir a pena Enquanto não tiver o julgamento do último recurso ainda não ocorreu o trânsito em julgado Como eu interpreto?, qual o bem jurídico protegido? pra que foi criado o trânsito em julgado? Ferramentas é para analisar em qualquer dimensão O que ocorre efetivamente, quando se pode afirmar de um determinado ordenamento jurídico que ele funciona, que ele tem vigência? O estabelecimento de regras jurídicas, sua aplicação, a sua interpretação, a valoração jurídica, a decisão e a discussão configuram trabalho. Jurista: Rechtsarbeiter - Definir as regras - Cuidar com teorias que acreditam em uma solução final - Como a sociedade no futuro vai ser boa ou justa e para alcançar essa utopia eu mato um monte de gente nesse caminho - Se apostava muito na internet como um lugar participativo, hoje vemos que não é bem isso Positivismo: procedimento conclusivo silogístico / confusão entre texto e norma - Se A logo B - Ex: se você matar alguém, você vai preso - O silogismo (argumento dedutivo) esquece do papel do intérprete - Confusão de regra e norma - “O direito é o código” - A resposta está em um processo interpretativo que alguém faz do texto Quem quiser considerar os enunciados jurídicos e as decisões jurídicas apenas “em si”, quem não incluir a sua inserção em formas de organização social e em tarefas determinadas, como trabalho socialmente caracterizado, terá o problema de justificar de onde os enunciados/decisões vieram (positivismo) - Ex: Não é possível prisão civil por dívida mesmo estando na constituição - O texto da constituição foi reinterpretado e não é mais possível a prisão por dívida em depositário infiel -técnicas hermenêutica foram usadas para chegar a determinada conclusão Quando um ordenamento jurídico (hierarquia das normas) funciona? Um detetive quer saber se o Sr. X se apossou de uma determinada coisa, se ele a escondeu em sua residência, se ele arrombou uma porta, uma janela etc. - O que acontece aqui Dificuldades não apenas no esclarecimento das circunstâncias fáticas (ex: materialidade do crime) e do tipo legal, problemas também para estabelecer uma relação entre conceitos como “casa”, “invasão”, que serão objeto de esclarecimento e decisão - Série de conceitos implicados - objetos de decisão Texto de um preceito jurídico positivo é apenas a parte descoberta do iceberg normativo, que, após interpretado, revela o respectivo programa normativo Não são apenas os textos que “regulamentam” os casos: pessoas motivadas de determinada maneira A faticidade ( realidade) é mediada pela linguagem: a sociedade, a política, a dominação, sempre representam processos comunicativos entre pessoas*** - Quando alguém está explicando o que aconteceu - Desde bebê - choramos para falar que estamos com fome - A realidade constitui modos de vida Insuficiência das teorias que: A) Procuram dar conta da metódica jurídica apenas a partir de indagações jurídicas (positivismo) - insuficiente só olha o direito , não olha o direito aplicado - Texto como norma - O que é o direito não é suficiente para entender a complexidade dos problemas juridicos B) Procuram determinar questões apenas a partir do “político” (decisionismo) - Não posso esquecer que existe uma dimensão normativa e política - Ex: debate do brasil - presidente da câmara pode ser reeleito? - decisão política que envolvem decisões jurídicas C) Concebem o trabalho jurídico como uma superestrutura da sociedade de classes (marxismo) - Insuficiência - o direito faz parte da sua estrutura e auxilia na reprodução do capitalismo, mas o direito não é só isso não teríamos o porque falar de direito social, ou do trabalho ou direito das crianças, educação lazer ( mesmo não sendo usufruído) algumas partes do direito não se limitam a sociedade de classes D) Observam o trabalho jurídico apenas a partir de problemas textuais (filosofia analítica da linguagem) - Teorias são importantes mas são limitadas - Por isso que o muller vai trazer a teoria d que analisar os termos práticos sem desconsiderar a parte normativa - Aumentar a complexidade da analise Qual a função do trabalho jurídico? Decisão e dominação; orientação da sociedade; distribuição e compensação; estabilização e legitimação - Junto tributos - re-distribuindo tributos - tenho o estado presente - Legitimação democrática - somos todos cidadãos - governante e governado - Podemos fazer parte da estrutura de poder - Avanço em relação a uma sociedade autoritária - qualquer pessoa que preencha os requisitos pode preencher cargos políticos - Numa sociedade estamental isso não passa nem na area do sonho Qual a função da metódica? Formular modos de implementação do direito no caso individual a partir das normas gerais – técnica decisória, da fundamentação da decisão - Com isso eu preciso fundamentar o que eu estou decidindo - Uma decisão que te explica por que foi tomada é mais legítima do que uma “ porque sim” A instrumentalidade da metódica pode ser colocada a serviço de conteúdos políticos distintos Limite: formas autoritárias de dominação – ligadas a uma desracionalização, desmontagem das garantias formais (retirar direitos fundamentais) e procedimentais, restrição das instâncias de controle e da publicidade - Publicidade estatal é um dever - Lei de acesso a informação - Não pode nem cantar musiquinha quem dirá saber as contas do estado Estado de Direito: possibilita a libertação política. Sua legitimidade para funcionar encontra um limite na violência constitucional formalizada, controlável, mediada pela linguagem – não recorre à violência “pura” e “nua” - Estudos - como o presidente pensa e de onde ele veio, flerte a ditadura - Felizmente temos instituições que impedem ações ditatoriais Um enunciado tem inúmeras funções – deve-se compreendero enunciado, não o que ele retrata, mas o que ele realiza, que operação ele executa - Trabalho dos juristas, direito funcionando - Analise pragmatica Ex: prédio, residência, invadir, aptidão... Compreensão = aplicação. A compreensão é um acontecimento atual.*** A descoberta do sentido e a aplicação estão reunidas em um processo unitário Concretização jurídica de normas / O direito nunca funciona sem a mediação da linguagem Pré-compreensão geral / Pré-compreensão específica jurídica, cujos pontos referenciais são normas vigentes, sancionáveis com violência - O estado pode ser a violência mas de uma forma limitada Caráter modelar / no direito, validade da norma com caráter vinculativo, caráter modelar de uma pretensão a um determinado comportamento - Espera que as pessoas adequar seu comportamento com base no direito - O comportamento esperado deve ser justificado - Não passa nos testes de racionalidade obrigar a cortar o cabelo Vida e práxis / processo de “normatividade”- uso da violência legitimada pelo Estado - Não tem morosidade do estado - direito legislativo problemas de atraso de infraestrutura CPP Art. 118. Antes de transitar em julgado a sentença final, as coisas apreendidas não poderão ser restituídas enquanto interessarem ao processo. - Quais são essas coisas - Ex: marido que matou a mulher - vou apreender essa faca de que esse marido matou a mulher - A faca não pode ser restituída enquanto ela for prova pro processo - Condenado - transitou em julgado - que ver se a faca pode ser restituída - dependendo da coisa Texto e norma não podem ser identificados como a mesma coisa Aula 10 - 09/10/20 - Teoria dos Princípios - ávila Inicio - Giro linguístico - Críticas aos juspositivismo que hoje todo mundo aceita A aplicação do Direito depende de processos discursivos e institucionais sem os quais ele não se torna realidade - Eu preciso sempre interpretar o direito para que ele seja aplicado - A interpretação é um pressuposto para qualquer processo institucional Por mais que você crie 50 mil códigos, não é possível atingir todas as áreas da realidade - Desconfie em pessoas que falam que a resposta está no código A transformação dos textos normativos em normas jurídicas depende da construção de conteúdos de sentido pelo intérprete - Essa não é uma atividade intuitiva - Eu não sei a resposta antecipadamente - Regras e principios precisam ser levados juntos - Importância do intérprete Os conteúdos (reinterpretação) – diante do dever de fundamentação – precisam ser compreendidos por seus intérpretes e por seus destinatários (nós povo brasileiro) - Porta de entrada pro autoritarismo - “o código tem as respostas” - Argumentos racionais - Mecanismo de segurança/proteção - fundamentos da decisão - Argumento racional jurídico - Combater decisões arbitrárias - Não conseguimos fugir dos termos jurídicos mas não precisamos do “barroco” - Todos deveriam ter a condição de entender uma decisão do supremo ou pelo menos a maior parte - Destinatários precisam entender pois nós vivemos em uma sociedade democrática, e essas decisões influenciam nossas vidas Avaliar as condições de aplicação dos princípios e regras – os postulados normativos aplicativos Normas não são textos nem o conjunto deles, mas os sentidos construídos a partir da interpretação sistemática de textos normativos Dispositivos: objeto da interpretação / Normas: resultado da interpretação Distinção entre texto e norma. Dispositivos que preveem os princípios da segurança jurídica e da certeza do direito? - O mesmo direito/imóvel tem camadas distintas normativas que dispõe o que pode fazer e não fazer - Ex: O estado não pode me impedir de plantar boi na minha fazenda mas eu não posso sair queimando tudo - Crítica ao positivismo - descrever de maneira neutra o direito - estava olhando um monte de texto - descrição de texto e não norma - Para que eu entenda o que é o direito não posso jogar fora a normal - Considerando casos difíceis - eu tenho mais de uma fundamentação racional que me permite chegar a uma resposta jurídica Dispositivo sem norma. Ex: promulgamos, sob a proteção de Deus - Texto sem norma - Nenhuma segurança Um dispositivo com várias normas: nos casos de inconstitucionalidade parcial sem redução de texto. Vários sentidos compõem o significado de determinado dispositivo - É possível o stf declarar uma lei inconstitucional - A leitura desse dispositivo deve ser dada dessa maneira - Inconstitucionalidade parcial - Texto não necessariamente tem forma pronta Ex: A Lei X é inconstitucional se aplicável a certa hipótese; A Lei Y é inconstitucional se autorizativa da cobrança de tributo em determinado exercício financeiro Vários dispositivos: legalidade, irretroatividade, anterioridade – uma norma: princípio da segurança jurídica - Princípio da legalidade - eu preciso de uma lei para definir um crime - Por que da segurança jurídica? Por que eu sei que eu to agindo na esfera da legalidade O significado não é algo incorporado ao conteúdo das palavras, depende do seu uso e interpretação - A resposta é fruto da interpretação - O significado não existe no uso das palavras A atividade do intérprete não está limitada a uma descrição dos significados dos dispositivos, sua atividade consiste na (re)construção dos significados Ex: lei de crimes hediondos - aumentar a pena não funciona - aumentar severidade Há, para tanto, estruturas mínimas que permitem a compreensão de cada sentença que está presente no uso comum da linguagem Ex: nomes de cor - vários tipos de vermelho “Vida”, “morte” não precisam a toda nova situação, ser fundamentados – condições dadas de comunicação ● Ex: se pisar na formiga ela morre ● Preconceitos - conceitos decididos previamente para que possa ser usado a linguagem Interpretar é construir a partir de algo. Núcleos de sentido – constituídos pelo uso, preexistem ao processo interpretativo individual - Vivemos em uma sociedade em que a linguagem pressupõe uma comunidade - A linguagem não depende apenas do seu processo interpretativo O Judiciário não apenas cumpre o papel de “legislador negativo”, ele concretiza o ordenamento jurídico diante do caso concreto - Interpreta e da a realidade Dworkin: diferença entre regras e princípios – estrutura lógica Alexy: diferença no modo de aplicação e no relacionamento normativo – deveres de otimização aplicáveis em vários graus - Os princípios devem ser usados na maior maneira possível - Haverá colisões de princípios Críticas: Não é correto afirmar que um dispositivo constitucional contém ou é um princípio ou uma regra. - Pode haver ambos - Temos textos que irão se aproximar mais de um do que de outro mas não se pode dizer antecipadamente um ou outro sem interpretar antes O dispositivo constitucional que define que se houver instituição ou aumento de tributo, eles devem ser veiculados por lei, pode assumir a função de regra ou princípio Regra: se o aplicador, perceber o dispositivo como exigência de lei em sentido formal para validade da criação ou aumento dos tributos Princípio: aspecto teleológico – proibição da tributação por analogia, realização da segurança, para garantir a previsibilidade da obrigação tributária Aumento de tributos no exercício seguinte: regra – publicação da lei antes do início do exercício financeiro / princípio - previsibilidade - É importante eu ter a previsibilidade da regra para eu saber como agir Modo de aplicação não está determinado pelo texto Código Penal. Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. Norma não prevê exceção. STF: vítima de 12 anos (regra), relevância das circunstâncias fáticas não previstas pela norma, como a concordância (dúvida sobre a manifestação de uma anuência) da vítima ou aparência física e mental de pessoa mais velha – não configurado o tipo penal - Limite da codificação - Não estão sendo considerados aspectos fáticos - Derrotabilidade - possível a não aplicabilidade de uma regraSTJ, Súmula 593: “O crime de estupro de vulnerável se configura com a conjunção carnal ou prática de ato libidinoso com menor de 14 anos, sendo irrelevante eventual consentimento da vítima para a prática do ato, sua experiência sexual anterior ou existência de relacionamento amoroso com o agente” - Botou uma trava para não haver derrotabilidade - Não interessa as circunstâncias fáticas STF: Prefeita contratou sem concurso público um gari pelo período de nove meses – inexistência de prejuízo para o Município em decorrência do caso isolado - Ela não poderia ter feito isso, porém não tem uma consequência tão grande Proibição de importação de produtos estrangeiros – para o pagamento simplificado de tributos. Caso: fábrica de sofás importou uma única vez 4 pés de sofá. Decisão: razoabilidade., permanência do regime tributário. Regra incidiu sobre o fato, as consequências de seu descumprimento, não. Vagueza: comum em qualquer enunciado prescritivo, seja princípio ou regra Tanto os princípios quanto as regras permitem a consideração de aspectos concretos e individuais Princípios: possuem grau de abstração maior do que as regras Apresentam razões substantivas ou razões finalísticas – não indica quais devem ser os comportamentos Regras: não é suficiente a visão de que as regras devem sempre ser obedecidas – o comportamento, independentemente de seus efeitos é correto. - Se uma regra é inconstitucional podemos questioná-la Regras servem como razões de agir ou, razões de correção. A violência sexual deixa de ser presumida se houver motivos com forte apelo justificativo Casos de aplicação analógica: as condições de aplicabilidade não são implementadas, mas elas são, ainda assim, aplicadas, diante da semelhança dos casos não regulados Varios dispositivos formando uma segurnaça jurídica Ex: 150 cf Aula 11 - 16/10/20 - teoria dos pricnípios II Saber distinguir uma regra de norma é importante Não é possível fazer um ordenamento jurídico baseado só em regra Proposta de dissociação entre princípios e regras Os princípios remetem o intérprete a valores e a diferentes modos de promover resultados - Abertura de sentido - Valores não são apenas valores, estão constitucionalizados - princípios sendo não apenas valores morais - Recepcionados pela constituição - reconhecido já dessa forma ** - A leitura que eu tenho do ordenamento Os princípios podem (devem) ser vistos como os pilares do ordenamento jurídico. Também pode ser investigada sua estrutura – fundamento racional para as decisões judiciais - Decisões fundamentadas racionalmente - demanda - Exigir uma fundamentação racional por parte da pessoa que está decidindo - Mesmo nos casos difíceis - queremos saber a ratio decidendi daquele caso - Tanto pelo fato da decisão solucionar aquele caso, tanto por essa decisão iluminar os casos futuros - precedentes (romance de cadeia - dworkin) Busca pela legitimação de critérios que permitam aplicar racionalmente os princípios - Objetivo da aula de hoje - o texto me permite a interpretação tanto de uma regra quanto de um princípio Distinção entre regras e princípios – duas finalidades: 1 – antecipar características das espécies normativas de modo que o intérprete ou aplicador, encontrando-as, possa ter facilitado seu processo de interpretação e aplicação do direito; - Sempre estamos interpretando as coisas no mundo - O que posso fazer é antecipar as características das espécies normativas - Se eu tenho permitido x - eu já sei que eu tenho um comando específico para aquela conduta - Ex: regra - para fazer um testamento lícito precisa de tantas pessoas - se não fizer isso terá um outro documento - Principio protegido por essa regra? Liberdade e patrimônio 2 – aliviar o ônus de argumentação do aplicador do Direito, na medida em que uma qualificação das espécies normativas permite minorar a necessidade de fundamentação - Também posso aumentar, se o aplicador querer mudar o precedente - Se for mantido você ainda vai precisar fundamentar mas o ônus será menor - pois é a 15 decisão - você já sabe que o tribunal decide dessa maneira Art. 37 – CF. Resolução n. 7/2005 CNJ (Nepotismo). ADC n. 12 STF – Resolução do CNJ: constitucional. - Princípio republicano - limites para nomear cargos Elementos que só podem ser avaliados no plano concreto de aplicação das normas: “A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.” Súmula Vinculante n. 13 - STF - Se for concurso público não tem problema pois não tem prática de nepotismo - Problema não é a pessoa x ou y, é a proteção dos princípios que estruturam a nossa sociedade - Súmula vinculante - resumo - razão de decidir - sentido da manutenção - Vincula o judiciário e administração pública - executivo - não é qualquer coisa que se faz sumula por aí - Exemplo de alívio do ônus do legislador Dois planos de análise das normas: prima facie – preliminar, análise abstrata das normas; plano conclusivo, análise concreta das normas (sendo ampliadas) - Avanços na interpretação - Em abstrato é mais importante vida do que lazer - Preciso da densificação do concreto para chegar em uma solução - Conjunto de conceitos dado anteriormente - comunidade de comunicação As normas são construídas pelo intérprete a partir dos dispositivos e do seu significado usual. Conexões axiológicas que não estão incorporadas ao texto – dependem da construção interpretativa. - Ex: menino neymar -> adulto neymar - não é axiologicamente neutro - tem algum tipo de julgamento / valoração - O uso da linguagem não se da de forma neutra Dispositivos podem gerar mais de uma espécie normativa CF, art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos; - Direitos fundamentais em diversas partes da constituição - Artigo trata de regra e princípio ( sendo um dos pontos principais da aula) I – Regra: pois condiciona a validade da criação ou aumento de tributos à observância de procedimento determinado - Eu preciso criar uma regra pra aumentar um tributo - Eu não posso aumentar um tributo sem uma lei anterior que a estabeleça I – Princípio: porque estabelece como devida a realização dos valores de liberdade e de segurança jurídica - Legalidade - não a crime sem lei anterior que a defina II – Regra: proibição da criação de tributos que não sejam iguais II – Princípio: realização do valor da igualdade - Reflexo da parte normativa - se a lei e inconstitucional - se o seu cliente deve um valor x ele não é obrigado a pagar - Condição básica de interpretação - Ex: imposto de renda - auferir renda - diferentes extratos que são correspondentes o que cada pessoa ganha - Para garantir tratamento igual, precisa ser considerado que uma pessoa que ganha 1mi ainda ganha muito, mas alguém que ganha mil é muito Dispositivos podem dar origem tanto a uma regra, se o caráter comportamental for privilegiado pelo aplicador em detrimento da finalidade que lhe dá suporte, como também proporcionar a fundamentação de um princípio Caráter pluridimensional dos enunciados normativos – superação do modelo dual de separação regras/princípios - Eu posso ter um texto sem regra - Uma regra sem dispositivo - Dispositivo fundamentando ao mesmo temporegra e princípio - Ex: proibido estacionar - regra - mas da para se considerar principios * Ávila: 3ª categoria ( não se encaixa em regra e princípio) – postulados: impõe condições a serem observadas na aplicação das regras e dos princípios (Ex: proporcionalidade – postulado aplicativo) - Função de guias interpretativos das regras e princípios Ex: Obrigar alguém a realizar exame de DNA viola a dignidade humana de um paciente. Decisão desproporcional. Princípio da dignidade violado. - Se eu sou autônomo com capacidade de autodeterminação - não preciso fazer - Na parte de necessidade seria questionado - Em termos científicos - margem de dúvida - coerção por parte de estado na obrigação do exame contra sua própria vontade - Proteção dos dados como aliado Critérios de dissociação 1. Natureza do comportamento prescrito Enquanto as regras são normas que estabelecem obrigações, permissões e proibições mediante a descrição da conduta a ser adotada, os princípios são normas finalísticas, estabelecem um estado de coisas para cuja realização é necessária a adoção de certos comportamentos ( sociedade livre justa e solidária) Princípios: estado ideal de coisas Regras: estabelecem indiretamente fins – seu conteúdo diz respeito a ações 2. Natureza da justificação exigida Regras: exigem uma avaliação da correspondência entre fatos e norma e a finalidade que lhe dá suporte - retrospectivas Princípios: avaliação da correlação entre o estado de coisas posto como fim e os efeitos decorrentes da conduta tratada como necessária - prospectivos Ex: legislação proíbe os motoristas de táxi conduzirem passageiros acompanhados de animais – multa. (regra) Possibilidade de deixar de impor a multa para o caso de cães-guia. Investigação da finalidade da norma – razão geradora da regra com as razões substantivas para o seu não-cumprimento Princípios: Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. 3. Medida de contribuição para a decisão Princípios: primariamente complementares e preliminarmente parciais – apenas parte dos aspectos relevantes para a tomada de decisão - O princípio não te dá a fórmula fechada Regras: preliminarmente decisivas e abarcantes, aspiração de gerar uma solução específica para o conflito entre razões - Um dos problemas da pretensão de totalização, o direito conseguir dar conta da complexidade e das infinitas chaves das relações humanas - Precisamos, na medida do possível, - Não vai dar certo ter só regra - Eu não vou conseguir dar conta da complexidade das condutas humanas com regras preexistentes - Ninguem reclama por falta de lei, ta faltando a aplicação desta lei Proibição de instituir impostos sobre livros, jornais e periódicos (Regra). Se houvesse um princípio que proibisse a tributação de objetos necessários para a liberdade de manifestação de pensamento? (abertura) - A diferença entre a regra e a abertura que o principio confere Aula 12- 23/10/20 - Direitos fundamentais Os direitos fundamentais têm um conteúdo essencial. - Ganham um papel central no próprio direito - Tem um núcleo de sentido que não pode ser destruído - Contrário da liberdade de expressão é a censura - atinge o núcleo do sentido - Não posso atingir o núcleo de sentido do direito fundamental - Ferramenta - como manejar os direitos fundamentais - Ponderação - Ex: caso concreto - decisão do STF que permitiu a biografia não autorizada, mas o gilberto gil ainda tem o direito a privacidade e qualquer personalidade pública ainda tem o direito a privacidade A utilização do método da ponderação não pode importar em um esvaziamento do conteúdo essencial dos direitos fundamentais – a restrição imposta a um deles não pode inviabilizar o(s) outro(s). Constituição alemã, art. 19, 2: Em nenhum caso pode um direito fundamental ser afetado em seu conteúdo essencial. Constituição portuguesa, art. 18º, 3: As leis restritivas de direitos, liberdades e garantias têm de revestir carácter geral e abstracto e não podem ter efeito retroactivo nem diminuir a extensão e o alcance do conteúdo essencial dos preceitos constitucionais. - Cláusula pétrea não é imutável - pode ser expandida Proteção do conteúdo essencial de um direito fundamental: proibir restrições na eficácia desse direito que o tornem sem significado para os indivíduos – semelhança com as cláusula pétreas Preservação do núcleo dos direitos fundamentais - Arremesso de anão vai contra os direitos fundamentais Direitos fundamentais possuem um suporte fático amplo: a) o âmbito de proteção desses direitos deve ser interpretado da forma mais ampla possível; b) a intervenção estatal faz parte do suporte fático. - Âmbito de proteção - “qual é o bem jurídico protegido?” - deve ser interpretado de forma mais ampla possível - isso que vai levar a colisão de direitos fundamentais Uma restrição a um direito fundamental precisa ser acompanhada por uma exigência de fundamentação - Limitação a esse direito fundamental passa no teste de racionalidade - Eu consigo justificar racionalmente o direito fundamental Os direitos fundamentais não possuem um conteúdo essencial definido anteriormente e de caráter absoluto - Direitos fundamentais não são absolutos (ex: o brasil admite a ortotanásia) - Uma restrição do direito fundamental deve ser constitucional - evitar abuso do poder e arbitrios - Qualquer direito fundamental pode ser objeto de revisão constitucional por parte do estado - Obrigado a dizer o porquê quando limitar um direito fundamental Toda norma que garante direitos fundamentais tem algum tipo de limitação quanto à sua eficácia – toda regulação é considerada, ao mesmo tempo, uma restrição. Alexy: princípios são mandamentos de otimização – normas que exigem que algo seja realizado na maior medida possível diante das possibilidades fáticas e jurídicas existentes - Isso leva a colisão de direitos fundamentais - Casos concretos são importantes para dar respostas diferentes - Ex: vacina em criança não tem discussão, mas vacina para corona que não passou por todas as etapas tem. Diferença entre regras e princípios – estrutura: subsunção e sopesamento - ter uma elaboração de argumentos mais elaborados Incompatibilidade entre regras: total ou parcial TOTAL: declaração de invalidade Lei 9.343/1997. Redação antiga: Salvo manifestação em contrário, presume-se autorizada a doação pós-morte de órgãos para finalidades de transplantes ou terapêutica. Art. 4o A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. - Uma lei posterior definindo PARCIAL: uma segunda regra institui uma exceção à primeira C.C. Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. Art. 1.814. São excluídos da sucessão os herdeiros ou legatários: I - que houverem sido autores, co-autores ou partícipes de homicídio doloso, ou tentativa deste, contra a pessoa de cuja sucessão se tratar, seu cônjuge, companheiro, ascendente ou descendente; - Regra geral e especial - exceção Colisão de princípios: relações condicionadas de precedência. Continuam válidos. Colisão entre regras e princípios: em geral não se pode falar de uma colisão propriamente. - A regra seria resultado da interpretação - Regra seria a própria expressão da restrição - Ex: gerald thomas - tem as regras podem não ser aplicadas - exclusão da tipicidade da conduta - vaiado em uma peça e então mostrou as nádegas e simulou masturbação - ato obsceno - prevaleceu liberdade de expressão Produto de um sopesamento feito pelo legislador entre dois princípios e cujo resultado é a aplicação de uma regra –
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