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5-Noções de Direito

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Indaial – 2020
Noções de direito
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
S211n
 Sanches, Ana Paula Tabosa dos Santos
 Noções de direito. / Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches. –
Indaial: UNIASSELVI, 2020
 235 p.; il.
 ISBN 978-65-5663-331-2
 ISBN Digital 978-65-5663-327-5
 1. Direito. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
CDD 340
ApreseNtAção
Prezados acadêmicos! Desde que o homem passou a viver em 
sociedade, tornou-se necessário estabelecer regras que regulassem as 
relações humanas, a im de garantir a paz social. Estas normas de conduta 
buscam evitar que cada um “faça justiça com as próprias mãos”, o que 
signiica a prevalência da força, uma vez que a vontade do mais forte sempre 
prevalecerá, gerando desordem na sociedade. Assim, desde os primórdios 
da civilização, airma-se que ubu homo, ibi jus, o que signiica “onde está o 
homem está o Direito”. Em uma visão ampla, podemos dizer, que o Direito 
é a ciência que estuda estas normas de conduta.
Em sua futura atividade proissional, você se deparará com situações 
que demandam um conhecimento básico da ciência jurídica, que é objeto de 
nossa disciplina. Serão parte de seu dia a dia situações que envolvem contratos, 
direitos trabalhistas, títulos de crédito, reclamações de consumidores, entre 
muitas outras em que você necessitará de conhecimentos jurídicos.
Na Unidade 1 teremos uma ampla visão do Direito e sua inter-relação 
com a ética e a moral, facilitando o entendimento do o que é Direito Positivo, 
quem são os sujeitos de direito, o que são normas jurídicas e como elas são 
aplicáveis aos fatos jurídicos. 
Na Unidade 2 estudaremos conteúdos de Direito Público, entendendo 
aspectos importantes desse conteúdo em cada um dos seus ramos. A 
importância de conheceremos os principais direitos e garantias fundamentais, 
quais são os direitos sociais, vamos estudar o Direito Administrativo que traz 
as regras que disciplinam a atividade da Administração Pública, o Direito 
Penal composto por um conjunto de normas jurídicas que regulam o poder 
punitivo do Estado. Finalizando com o estudo do Direito tributário, Direito 
eleitoral e Direito militar.
 
Por im, na Unidade 3, estudaremos alguns ramos especiais do 
Direito, com ênfase no Direito do Trabalho, Direito do Consumidor e o 
Direito ambiental.
Desejo a você uma feliz trajetória. Bons estudos!
Prof.ª Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi-
dades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra-
mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida-
de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun-
to em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você 
terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen-
tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRE
TE
sumário
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO ........................................................................... 1
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO” ................................................................................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 O QUE É DIREITO? ............................................................................................................................ 3
2.1 INTERPRETAÇÕES DA DIMENSÃO SOCIAL DO HOMEM ................................................. 4
2.2 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE ...................................................................................... 6
2.3 INTERAÇÃO SOCIAL ................................................................................................................... 7
2.4 DIREITO, ÉTICA E MORAL ....................................................................................................... 11
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 15
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 16
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ....................................................................... 19
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 19
2 CONCEITO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO ............................................................... 19
3 FONTES DO DIREITO ..................................................................................................................... 20
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO ................................................................ 21
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA HIERARQUIA DAS LEIS .................................................................... 21
3.3 COSTUMES ................................................................................................................................... 24
3.4 JURISPRUDÊNCIA....................................................................................................................... 25
3.5 DOUTRINA ................................................................................................................................... 25
3.6 EQUIDADE .................................................................................................................................... 26
3.7 ANALOGIA ................................................................................................................................... 26
3.8 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO .......................................................................................... 27
RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 29
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 30TÓPICO 3 — NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................... 33
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 33
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA ............................................................................................ 33
2.1 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA ........................................................................ 36
2.1.1 Bilateralidade........................................................................................................................ 37
2.1.2 Generalidade ........................................................................................................................ 37
2.1.3 Abstratividade ...................................................................................................................... 38
2.1.4 Imperatividade ..................................................................................................................... 39
2.1.5 Coercibilidade ...................................................................................................................... 39
3 RELAÇÃO JURÍDICA ...................................................................................................................... 41
3.1 CONCEITO DE RELAÇÃO JURÍDICA ..................................................................................... 41
3.2 ESPÉCIES DE RELAÇÃO JURÍDICA ........................................................................................ 42
3.3 ELEMENTOS DA RELAÇÃO JURÍDICA ................................................................................. 45
3.3.1 Sujeitos da relação jurídica ................................................................................................. 46
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 47
RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 52
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 53
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 55
UNIDADE 2 — RAMOS DO DIRIETO PÚBLICO ........................................................................ 57
TÓPICO 1 — DIREITO CONSTITUCIONAL ................................................................................ 59
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 59
2 CONCEITO DE DIREITO CONSTITUCIONAL E CONSTITUIÇÃO ................................... 59
2.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 .................................................................................. 61
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES .............................................................................. 64
2.2.1 Quanto ao conteúdo ........................................................................................................... 65
2.2.2 Quanto à forma .................................................................................................................... 65
2.2.3 Quanto ao modo de elaboração ......................................................................................... 66
2.2.4 Quanto à origem .................................................................................................................. 66
2.2.5 Quanto à estabilidade ......................................................................................................... 67
2.2.6 Quanto à extensão e inalidade .......................................................................................... 68
2.3 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS NA CONSTITUIÇÃO DE 1988 ................. 69
2.4 DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS ................................................................................ 71
2.5 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ............................................................................................. 73
2.6 DIREITOS SOCIAIS ...................................................................................................................... 76
2.7 DIREITO DE NACIONALIDADE .............................................................................................. 80
2.8 DIREITOS POLÍTICOS ................................................................................................................. 82
2.8.1 Direitos relacionados à organização, participação e funcionamento 
 dos partidos políticos .......................................................................................................... 83
RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 85
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 — DIREITO ADMINISTRATIVO, DIREITO PROCESSUAL E 
 DIREITO PENAL ......................................................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87
2 DIREITO ADMINISTRATIVO ....................................................................................................... 87
2.1 ATOS ADMINISTRATIVOS ........................................................................................................ 88
2.2 PRINCÍPIOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .............................................. 94
2.2.1 Princípio da legalidade ....................................................................................................... 95
2.2.2 Princípio da impessoalidade .............................................................................................. 96
2.2.3 Princípio da moralidade ..................................................................................................... 97
2.2.4 Princípio da publicidade .................................................................................................... 98
2.2.5 Princípio da eiciência ....................................................................................................... 100
3 CONTRATOS ADMINISTRATIVOS .......................................................................................... 101
4 DIREITO PROCESSUAL ............................................................................................................... 105
5 DIREITO PENAL ............................................................................................................................. 107
5.1 CONCEITO E FUNÇÃO ........................................................................................................... 108
5.2 DIVISÃO DO DIREITO PENAL ............................................................................................... 108
5.3 FATO TÍPICO – CRIME E CONTRAVENÇÃO ...................................................................... 109
5.4 DOLO E CULPA ......................................................................................................................... 111
5.4.1 Causas excludentes da antijuridicidade ......................................................................... 114
5.4.2 Culpabilidade ..................................................................................................................... 115
5.4.3 Imputabilidade penal ........................................................................................................ 115
5.4.4 Penas e medidas de segurança ......................................................................................... 116
5.4.5 Ações penais....................................................................................................................... 118
5.4.6 Crimes contra o patrimônio ............................................................................................. 119
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 125
TÓPICO 3 — DIREITO TRIBUTÁRIO, DIREITO ELEITORAL E 
 DIREITO MILITAR ................................................................................................... 127
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127
2 DIREITO TRIBUTÁRIO ................................................................................................................ 127
3 DIREITO ELEITORAL .................................................................................................................... 129
4 DIREITO MILITAR ......................................................................................................................... 131
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 135
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 139
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 140
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 142
UNIDADE 3 — RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO: DIREITO DO 
 TRABALHO, DIREITO DO CONSUMIDOR, DIREITO 
 AMBIENTAL E O DIREITO PRIVADO ............................................................ 145
TÓPICO 1 — RAMOS ESPECIAIS DO DIREITO ....................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 147
2 DIREITO DO TRABALHO ............................................................................................................ 147
2.1 CARACTERÍSTICAS DO DIREITO DO TRABALHO .......................................................... 149
2.2 FUNÇÕES DO DIREITO DO TRABALHO ............................................................................. 151
2.3 NATUREZA JURÍDICA DO DIREITO DO TRABALHO ..................................................... 152
2.4 DIVISÃO DO DIREITO DO TRABALHO .............................................................................. 153
2.5 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO ......................................................................... 155
3 DIREITO DO CONSUMIDOR ..................................................................................................... 157
3.1 CONCEITOS DE CONSUMIDOR E FORNECEDOR ........................................................... 157
3.2 DIREITOS E DEVERES DO CONSUMIDOR.......................................................................... 161
3.3 RESPONSABILIDADE DO FORNECEDOR ........................................................................... 162
3.4 DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO .............................................................................................. 163
3.5 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ................................................ 164
3.6 PROTEÇÃO DOS CONTRATOS DE CONSUMO ................................................................. 164
3.7 PUBLICIDADE E PROPAGANDA .......................................................................................... 165
4 DIREITO AMBIENTAL .................................................................................................................. 166
RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 168
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 169
TÓPICO 2 — DIREITO CIVIL NOÇÕES E ESTRUTURAS ...................................................... 171
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 171
2 NOÇÕES E ESTRUTURA DO DIREITO CIVIL ....................................................................... 171
2.1 PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL – LIVRO I: DAS PESSOAS ........................................ 172
2.1.1 Pessoa física ........................................................................................................................ 172
2.1.2 Pessoa jurídica .................................................................................................................... 179
2.2 PARTE GERAL – LIVRO II: DOS BENS .................................................................................. 183
2.2.1 Conceito de bem ................................................................................................................ 183
2.2.2 Classiicação dos bens ....................................................................................................... 184
2.3 PARTE GERAL – LIVRO III: DOS FATOS JURÍDICOS......................................................... 190
2.3.1 Conceito de fato jurídico ................................................................................................... 190
2.3.2 Classiicação dos fatos jurídicos ...................................................................................... 191
2.3.3 Negócio jurídico ................................................................................................................. 192
2.4 CÓDIGO CIVIL – PARTE ESPECIAL ...................................................................................... 194
2.4.1 Direito das obrigações ....................................................................................................... 194
2.4.2 Direito empresarial ............................................................................................................ 200
2.4.3 Direito das coisas ............................................................................................................... 201
2.4.4 Direito de família ............................................................................................................... 209
2.4.5 Direito das sucessões ......................................................................................................... 213
RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 215
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 216
TÓPICO 3 — DIREITO PÚBLICO EXTERNO: DIREITO INTERNACIONAL 
 PÚBLICO E DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ...................................... 219
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 219
2 DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO.................................................................................... 219
2.1 PRINCÍPIOS DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ................................................. 220
2.2 SUJEITOS DE DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO ...................................................... 221
3 DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO ................................................................................... 223
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................225
RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 229
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 230
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 232
1
UNIDADE 1 — 
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• apresentar uma visão geral da ciência do Direito;
• compreender a inter-relação entre Direito, Ética e Moral;
• identiicar e diferenciar os conceitos de Direito Objetivo e Direito Subjetivo; 
 
• reconhecer as fontes do Direito; 
• compreender o conceito e as características das Normas e Relações Jurídicas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
TÓPICO 2 – DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
TÓPICO 3 – NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMAD
A
2
3
TÓPICO 1 — 
UNIDADE 1
CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
1 INTRODUÇÃO
O Direito é a ciência que estuda as normas de conduta que regem a vida 
em sociedade, trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as áreas do 
conhecimento. Nesta unidade, vamos obter conhecimentos básicos referentes à 
ciência do Direito que irão auxiliar em nossos estudos futuros. 
Para que possamos estudar a interligação entre o Direito e a atividade 
proissional, é importante que primeiro entendamos alguns conceitos ligados à 
ciência do Direito.
2 O QUE É DIREITO?
Das palavras de Nader (2019, p. 21), extraímos que o homem é um ser 
essencialmente programado para viver em sociedade:
A própria constituição física do ser humano revela que ele foi 
programado para conviver e se completar com outro ser de sua espécie. 
A prole, decorrência natural da união, passa a atuar como fator de 
organização e estabilidade do núcleo familiar. O pequeno grupo, 
formado não apenas pelo interesse material, mas pelos sentimentos 
de afeto, tende a propagar-se em cadeia, com a formação de outros 
pequenos núcleos, até se chegar à formação de um grande grupo social.
Não é uma tarefa fácil deinir o conceito de Direito, em razão dos diversos 
aspectos que nos levam a uma mistura de várias concepções que lhe são atribuídos. 
Sob o aspecto formal, o Direito é regra de conduta imposta coativamente aos 
homens. Sob o aspecto material, é a norma nascida da necessidade de disciplinar 
a convivência social (GOMES, 2019).
Ainal, o que é Direito? De acordo com a deinição etimológica a origem do 
vocábulo “Direito é originária do adjetivo latino directum, trazendo à mente a concepção 
de que o direito deve ser uma linha direta, que provém do particípio passado do verbo 
dirigo, is, rexi, rectum, dirigere, equivalente a guiar, conduzir, traçar e alinhar” (NADER, 2016, 
p. 75). O termo tem muitos signiicados e não é possível resumi-lo em um só conceito.
NOTA
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
4
Para Gusmão (2018, p. 48):
De modo muito amplo, pode-se dizer que a palavra “direito” tem 
três sentidos: 1°, regra de conduta obrigatória (direito objetivo); 2°, 
sistema de conhecimentos jurídicos (ciência do direito); 3°, faculdade 
ou poderes que tem ou pode ter uma pessoa, ou seja, o que pode uma 
pessoa exigir de outra (direito subjetivo). 
A palavra direito, intuitivamente, nos remete à noção do que é certo, 
correto, justo, reto, equânime. A palavra direito, no uso comum, é sintaticamente 
imprecisa: o meu direito será protegido; ele deve andar direito; não se trata 
de um homem direito; ele é seu braço direito; ele estuda Direito dentre outros 
signiicados (VENOSA, 2019):
O Direito como arte ou técnica procura melhorar as condições sociais 
ao sugerir e estabelecer regras justas e equitativas de conduta. Pois é 
justamente como arte que o Direito, na busca do que pretende, se vale 
de outras ciências, como Filosoia, Antropologia, Economia, Sociologia, 
História, Política. Embora Hans Kelsen tenha tentado demonstrar que há 
uma teoria pura do direito, livre de qualquer ideologia política, o quadro 
do dia a dia do Direito traduz outra realidade (VENOSA, 2019, p. 8).
2.1 INTERPRETAÇÕES DA DIMENSÃO SOCIAL DO HOMEM
O homem, a sociedade e o direito são essencialmente ligados, e os elos 
que os unem estão expressos no seguinte argumento da sociabilidade: ubi homo, 
ibi societas (onde o homem, aí a sociedade); ubi societas, ibi jus (onde a sociedade, 
aí o direito); ubi homo, ibi jus (logo, onde o homem, aí o direito). Sendo que “o 
argumento maior é o homem; a menor, a sociedade; e a conclusão, o direito: onde 
existe o homem, surge a sociedade, e, onde há sociedade, manifesta-se o direito” 
(BETIOLI, 2015, p. 54).
QUADRO 1 – PRINCIPAIS PENSADORES SOBRE A NATUREZA SOCIAL DO HOMEM
Plat̃o (428-348 a.C.)
O homem é essencialmente alma; ele realiza a 
sua perfeição e chega a alcançar sua felicidade na 
contemplação das ideias, que povoam um mundo 
denominado metaforicamente por ele de celeste.
A sociabilidade é, portanto, uma consequência da 
corporeidade, e dura apenas enquanto as almas 
estiverem ligadas ao corpo.
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
5
Aristóteles (384-322 a.C.)
O homem como constituído essencialmente de 
alma e corpo, e, movido por tal constituição, 
é necessariamente ligado aos vínculos sociais. 
Portanto, a própria natureza que induz o indivíduo 
a associar-se com os outros indivíduos e a organizar-
se em uma sociedade.
Em suma, para Aristóteles, “o homem é um 
animal político, destinado por natureza a viver em 
sociedade de sorte que a ideia de homem exige a de 
convivência civil”.
S̃o Tomás de Aquino 
(1225-1274)
O homem é naturalmente sociável: “O homem é, 
por natureza, animal social e político, vivendo em 
multidão, ainda mais que todos os outros animais, 
o que se evidencia pela natural necessidade”.
Thomas Hobbes
(1588-1679)
Defendia que o homem não possui o instinto 
natural de sociabilidade; por sua natureza, é um 
ser mal e antissocial. Por isso, cada homem encara 
seu semelhante como um concorrente que precisa 
ser dominado. A consequência dessa disputa dos 
homens entre si teria gerado um permanente estado 
de guerra nas comunidades primitivas: “a guerra de 
todos contra todos” (bellum omnium contra omnes); 
ou “o homem era o lobo do próprio homem” (homo 
homini lupus).
Jean-Jacques Rousseau 
(1712-1778)
O homem é essencialmente bom e livre. É o 
aparecimento da propriedade privada que marca o 
im desse estado e o início de uma época de conlitos, 
males e guerras. O primeiro homem que cercou um 
campo e disse “isto é meu” foi o primeiro fator da 
infelicidade humana. A sociedade dividiu-se em 
ricos e pobres (Rousseau). Aconselhados pelos 
ricos, os homens são levados a viver em sociedade 
e sob o poder de uma autoridade, que deveria 
manter a paz e a justiça por meio das leis. Contudo, 
deram assim mais força aos ricos, que destruíram 
as liberdades naturais, endeusaram a propriedade, 
ixaram as desigualdades e sujeitaram os demais 
homens ao trabalho, à servidão e à miséria.
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
6
2.2 CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
Para Betioli (2015) são três as características de qualquer sociedade: 
multiplicidade de indivíduos, interação e previsão de comportamentos.
QUADRO 2 – CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE
Multiplicidade de 
indivíduos
As realidades que consideramos com a 
denominação genérica de sociedade apresentam 
como pressuposto primeiro a multiplicidade 
de indivíduos; trata-se de um conjunto ou 
agrupamento de indivíduos; na deinição de 
Tomás de Aquino: “a reunião de homens para 
fazer algo em comum”.Interaç̃o
Não basta, porém, para a existência de uma 
sociedade, que indivíduos, em número 
maior ou menor, unam-se. É indispensável, 
conforme acentua Jean Piaget, que entre eles 
haja “interações”, ou seja, que desenvolvam 
ações recíprocas, de forma que à ação de uns 
correspondam ações correlatas de outros, 
dentro de uma estrutura bem deinida. Daí 
a conceituação precisa, de Piaget, de que a 
sociedade se deine como a “multiplicidade de 
interações de indivíduos humanos”.
Previs̃o de comportamento
A interação, por seu turno, pressupõe uma 
previsão de comportamento, ou de reações ao 
comportamento de outros. Na verdade, cada um 
atua na expectativa de que os demais indivíduos 
corresponderão às atitudes que assumimos 
dentro de um quadro de signiicações bem 
deinidas. Cada um age orientando-se pelo 
provável comportamento do outro e também 
pela interpretação que faz das expectativas do 
outro com relação a seu comportamento.
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
Betioli (2015, p. 50) podemos entender a organização da sociedade:
O elemento organização não é, a nosso ver, essencial para a existência 
de uma sociedade. Em geral, toda sociedade se organiza, ou seja, se 
arma dos meios necessários para obter seus ins. Mas pode existir 
uma sociedade não organizada. O contrário pensa Santi Romano, 
para quem a organização é essencial à sociedade; é essa sociedade 
organizada que ele chama de “instituição”. 
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
7
Na interação social, as pessoas e os grupos sociais se relacionam 
estreitamente, na busca dos seus propósitos. Os processos de mútua inluência, 
de relações interindividuais e intergrupais, que se formam sob a força de variados 
interesses (NADER, 2019).
Para Betioli (2015, p. 50-51):
A interação compõe o tecido fundamental da sociedade e se apresenta 
sob as formas de “cooperação”, “competição” e “conlito”, encontrando 
no direito, como veremos, a sua garantia. Segundo Paulo Nader, “na 
cooperação, as pessoas estão movidas por um mesmo objetivo e valor 
e por isso conjugam o seu esforço. Na competição há uma disputa, 
uma concorrência, em que as partes procuram obter o que almejam, 
uma visando à exclusão da outra. O conlito se faz presente a partir do 
impasse, quando os interesses em jogo não logram uma solução pelo 
diálogo e as partes recorrem à agressão, moral ou física, ou buscam a 
mediação da justiça”. Assim, se a cooperação une e inclui, a competição 
cria oposição e exclusão. Em relação aos conlitos, eles são fenômenos 
naturais a qualquer sociedade; e, quanto mais esta se desenvolve, mais 
se sujeita a novas formas de conlito, tornando-se a convivência, se não 
o maior, certamente um dos seus maiores desaios. 
2.3 INTERAÇÃO SOCIAL
Qualquer lugar que se observe o homem, seja qual for a época e por mais 
rude e selvagem que possa ser na sua origem, ele sempre é encontrado em estado 
de convivência com os outros. De fato, desde o seu primeiro aparecimento sobre a 
Terra, surge em grupos sociais, inicialmente pequenos como a família, clã ou tribo 
e depois maiores como aldeia, cidade e Estado (BETIOLI, 2015).
Betioli (2015, p. 44) airma ainda que o homem além de um ser social 
é também um ser político, e ainda apresenta duas dimensões fundamentais: a 
sociabilidade que vem a ser “a propensão do homem para viver junto com os 
outros e comunicar-se com eles, torná-los participantes das próprias experiências 
e dos próprios desejos, conviver com eles as mesmas emoções e os mesmos bens” 
e a politicidade que é “o conjunto de relações que o indivíduo mantém com os 
outros, enquanto faz parte de um grupo social” (BETIOLI, 2015, p. 44).
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
8
FIGURA 1 – QUADRO EXPLICATIVA SOBRE INTERAÇÃO SOCIAL
FONTE: Adaptada de Nader (2019)
Ao analisar a ação do Direito, Nader (2019, p. 24) esclarece que “ao separar 
o lícito do ilícito, segundo valores de convivência que a própria sociedade elege, o 
ordenamento jurídico torna possível os nexos de cooperação, disciplina e competição, 
estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações”.
Deste modo podemos compreender que o direito é usado como 
instrumento de controle social, buscando regulamentar as relações sociais na 
busca da paz social. Na existência do conlito o Direito atua de duas formas e em 
dois momentos distintos:
• Preventivamente – de forma a evitar o desentendimento quanto aos direitos 
que cada parte julga ser portadora.
• Concretamente – o direito apresenta solução de acordo com a natureza do caso.
FIGURA 2 – Interação social
FONTE: <https://psicoativo.com/wp-content/uploads/2018/02/vicio_em_celular_smartpho-
ne_nomofobia.jpg>. Acesso em: 17 ago. 2020.
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
9
FIGURA 3 – RELAÇÃO ENTRE PESSOAS
FONTE: <http://www.pacce.ufc.br/pacce//images/e130e03472321169710f6f750833b712.jpg>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
Essa relação entre pessoas e grupos sociais gera:
FIGURA 4 – COOPERAÇÃO, COMPETIÇÃO, CONFLITO
FONTE: Adaptada de <http://4.bp.blogspot.com/-4N-pe-gATwc/T7_fbpNEW5I/AAAAAAAABCo/y-
-je6lwC_to/s320/trabalho_em_equipe.jpg>; <https://cutt.ly/IgHtav0>; <https://cutt.ly/4gHti3l>. 
Acesso em: 17 ago. 2020.
E para resolução temos o:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
10
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DO DIREITO
FONTE: <https://cutt.ly/EgHtx1w>. Acesso em: 17 ago. 2020.
O direito está em função da vida social e sua inalidade é favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases do 
progresso da sociedade (NADER, 2016). Ainda sobre a relação entre a sociedade 
e o Direito, Nader (2019, p. 19) airma que:
A vida em sociedade pressupõe organização e implica a existência do 
Direito. A sociedade cria o Direito no propósito de formular as bases 
da justiça e segurança. Com este processo as ações sociais ganham 
estabilidade. A vida social torna-se viável. O Direito, porém, não é uma 
força que gera, unilateralmente, o bem-estar social. Os valores espirituais 
que apresenta não são inventos do legislador. Por deinição, o Direito 
deve ser uma expressão da vontade social e, assim, a legislação deve 
apenas assimilar os valores positivos que a sociedade estima e vive. O 
Direito não é, portanto, uma fórmula mágica capaz de transformar a 
natureza humana. Se o homem em sociedade não está propenso a acatar 
os valores fundamentais do bem comum, de vivê-los em suas ações, o 
Direito será inócuo, impotente para realizar a sua missão.
Como vimos, a vida em sociedade é regulamentada por normas. Estas 
normas valem para todos, sendo seu conhecimento e cumprimento obrigatórios, 
como se lê do artigo 3º da Lei de Introdução do Código Civil: “ninguém se escusa 
de cumprir a lei alegando que não a conhece”. 
Neste sentido entende-se que, depois de publicada, uma lei passa a 
ser obrigatória para toda a sociedade, e ninguém poderá omitir-se de seu 
cumprimento mesmo sob a argumentação de erro ou ignorância, ou seja, mesmo 
sob a alegação de desconhecimento da lei.
Assim, vale lembrar que:
Onde há a sociedade, há o Direito (ubi societas ibi jus).
Cabe apenas ressaltar que, também, a política e a religião desempenham 
importante papel no sentido de minimizar os conlitos na sociedade, como mostra 
a igura a seguir:
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
11
FIGURA 6 – FORMAS DE CONTROLE E RESOLUÇÃO DOS CONFLITOS
FONTE: A autora
2.4 DIREITO, ÉTICA E MORAL
Vimos anteriormente, na Figura 6, que o Direito, juntamente com a Moral, 
a Religião e a Política, desempenha papel fundamental na prevenção dos conlitos 
que nascem do convívio social. A partir de agora, vamos focar nossa atenção nos 
conceitos de Direito, Ética e Moral:
A atividade humana, além de subordinar-se às leis da natureza e 
conduzir-se conforme as normas éticas, ditadas pelo direito, moral, 
religião e regras de trato social, tem necessidade de orientar-se pelas 
normas técnicas, ao desenvolver o seu trabalho e construir os objetos 
culturais. Enquanto as normas éticas determinam o agir social e a suavivência já constitui um im, as normas técnicas indicam formulas de 
fazer e são apenas meios que capacitam o homem a atingir resultados 
(NADER, 2019, p. 32).
O homem é um ser fundamentalmente social; é obrigado a viver 
necessariamente em conjunto, necessitando, portanto, de regras de 
comportamento. Este mesmo homem está condicionado, então, a regras sociais 
éticas, morais, religiosas e jurídicas, regras que foram ou são constituídas pelo 
próprio. Está, ainda, subordinado a regras ou leis da física, sujeito, assim, aos 
fenômenos da natureza (RIZZARDO, 2015).
É de grande importância saber diferenciar o conceito de Ética da Moral 
e Direito. Estas três áreas de conhecimento se diferenciam, porém, possuem 
grandes vínculos e até mesmo sobreposições.
Conforme Betioli (2015), a ética estuda a conduta do homem, seja perante 
ele mesmo, seja perante a sociedade, para compreensão da Moral e do Direito 
destaca o seguinte conceito:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
12
QUADRO 3 – CONCEITOS DE ÉTICA, MORAL E DIREITO
Identidade semântica de “ética” e “moral”: assim como a palavra “moral” vem 
do latim (mos, moris), a palavra “ética” vem do grego (ethos) e ambas se referem 
a costumes, indicando as regras do comportamento, as diretrizes de conduta a 
serem seguidas. Etimologicamente indicam, a rigor, a mesma realidade.
Acepç̃o ampla e estrita: colocamos aqui as normas morais como uma espécie 
de normas éticas, porque a palavra “moral” pode ser empregada em duas 
acepções distintas: ampla e estrita.
Num sentido amplo, abrange todas as ciências normativas do agir humano; e a 
palavra ética icaria reservada para essa acepção ampla. A ética, compreendida 
como a ciência axiológica ou valorativa, tem por objeto os valores que presidem 
o comportamento humano em todas as suas expressões existenciais. 
Moral social: cuida dos deveres do indivíduo como indivíduo para com o todo, 
para com a coletividade em que atua; ela visa o bem enquanto social.
O direito, igualmente, preocupa-se de maneira direta, imediata e prevalecente, 
do bem enquanto do todo coletivo, isto é, do bem comum. Mas, vale ressaltar, 
isso não signiica que o direito descuida do problema do indivíduo, muito menos 
que ignora a importância que o elemento intencional e subjetivo representa na 
experiência jurídica. 
A ética – enquanto ordenação dos comportamentos em geral, na medida em 
que se destinam à realização de um bem. 
FONTE: Adaptado de Betioli (2015)
FIGURA 7 – CONCEITO DE MORAL
FONTE: A autora
A moral restringe-se unicamente ao plano íntimo, à consciência e sua pena 
máxima, se restringe no campo do remorso, do arrependimento, do desgosto, do 
pesar. Já no plano do direito, a norma comina as sanções, ou as penalidades, 
que lhe dão eicácia na prática. A moral dirige-se à abstinência de erros ou atos 
nocivos e à prática do bem. Impõe que se abstenha a pessoa de cometer atos 
errados e a que pratique atos positivos dirigidos para o bem. Já o direito dirige-se 
a evitar que se lese ou prejudique a outrem (RIZZARDO, 2015).
TÓPICO 1 — CONCEPÇÃO DE “DIREITO”
13
FIGURA 8 – CONCEITO DE ÉTICA
FONTE: A autora
Para RIZZARDO (2015) a ética um conjunto de conhecimentos e 
princípios dirigidos a imprimir um comportamento humano moral em campos 
especiicados. Seu conceito constitui os valores morais e princípios que norteiam 
a conduta humana na sociedade. Segundo a ilosoia, corresponde a uma ciência 
que estuda os valores e princípios morais de uma sociedade e seus grupos.
As regras da ética são aplicáveis nos diversos campos das atividades 
humanas, como na medicina, na advocacia, na economia, na engenharia, 
formando um conjunto de preceitos que impõem o respeito na prática 
do trabalho, sem ofender o exercício da proissão dos que atuam 
no mesmo ramo, e em respeito às pessoas para as quais se presta os 
serviços. Concebe-se, acima de tudo, como um dever que o proissional 
tem com aquele que contrata o seu serviço (RIZZARDO, 2015, s.p.). 
FIGURA 9 – QUADRO EXPLICATIVO DE DIREITO
FONTE: A autora
O direito por meio da norma contida no ordenamento jurídico, orienta 
como a pessoa deve proceder, ou determina caminhos a serem obedecidos. 
“Maior é sua integração nesse campo se aparece feita e ordenada pelo Estado. 
Deste modo, a norma pode ser qualiicada, então, como formadora do direito 
positivo” (RIZZARDO, 2015, s.p.).
Deste modo, Rizzardo (2015, s.p.) acredita que:
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
14
A ética, a moral e o direito estão interligados. Em princípio, o direito tem 
sua origem em valores que estão na esfera interna da pessoa, ditados pela 
consciência, isto é, pelos valores que integram a moral e, em determinados 
campos, mormente no que se externa em condutas, em atitudes na 
execução de atividades, transmuda-se em normas éticas. Há o direito a 
partir do momento em que se declara o dever ser ou a obrigatoriedade 
das normas éticas, que se inspiram em princípios da moral.
Pode-se concluir que, pelo fato de os princípios e valores internos da 
pessoa ditarem as condutas seguidas nas relações mútuas entre os indivíduos 
ou entre estes e a comunidade, e desde que passem a adquirir obrigatoriedade, 
ou revestindo-se de coercibilidade, o direito decorre da moral e da ética 
(RIZZARDO,2015, s.p.).
FIGURA 10 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE ÉTICA, MORAL E DIREITO
FONTE: <https://cutt.ly/tgHyDAr>. Acesso em: 17 ago. 2020.
Propriamente, o termo ‘moral’ (do latim mos = costume) refere-se à vida 
moral (o que Aranguren chama de ‘moral vivida’ e Santo Alberto Magno denominava 
ethica utens) e o termo ‘ética’ refere-se à relexão sobre esta vida moral (na terminologia 
de Aranguren: ‘moral formulada’ ou ‘moral pensada’; e na terminologia de Santo Alberto: 
ethica docens). Embora essa distinção terminológica seja exata, contudo, o uso ordinário 
dá o mesmo signiicado à ‘ética’ e à ‘moral’. Através do contexto pode-se determinar se se 
trata da vida ou da relexão.
FONTE: BETIOLI, A. B. Introdução ao direito: liç̃es de proped̂utica jurídica tridimensional. 
14. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2015. p. 97.
IMPORTA
NTE
15
Neste tópico, você aprendeu que:
• O Direito é fruto da vida em sociedade (onde está o homem, está o Direito).
• De uma forma ampla, o Direito pode ser considerado como a ciência que 
estuda as normas que regulamentam a vida em sociedade.
• Para diminuição e resolução dos conlitos, também são utilizadas a Política, a 
Moral e a Religião.
• Direito, ética e Moral não se confundem.
• A Moral tem um campo de ação mais amplo do que o Direito.
• O Direito sofre inluência da Moral.
RESUMO DO TÓPICO 1
16
1 Conforme Betioli (2015), o homem, a sociedade e o direito são essencialmente 
ligados e qualquer sociedade possui três características como: a 
multiplicidade de indivíduos, a interação e a previsão de comportamentos. 
Com base nessa informação, associe as duas colunas relacionando os 
conceitos de cada característica.
(1) Multiplicidade de 
indivíduos.
( ) Trata-se de um conjunto ou agrupamento 
de indivíduos; na deinição de Tomás de 
Aquino: “a reunião de homens para fazer 
algo em comum”.
(2) Interação.
( ) A interação, por seu turno, pressupõe uma 
previsão de comportamento, ou de reações 
ao comportamento de outros.
(3) Previsão de 
comportamentos.
( ) Não basta, porém, para a existência de uma 
sociedade, que indivíduos, em número 
maior ou menor, unam-se.
A sequência CORRETA dessa associação é:
a) ( ) (1), (3), (2).
b) ( ) (1), (2), (3).
c) ( ) (2), (1), (3).
d) ( ) (3), (2), (1).
2 O homem é um ser fundamentalmente social e obrigado a viver 
necessariamente em conjunto, necessitando de regras de sociais éticas, 
morais, religiosas e jurídicas. Com base nessa informação, assinale a 
alternativa CORRETA que aponta o conceito de moral.
a) ( ) Os processos de mútua inluência, de relações interindividuais e 
intergrupais, que se formam sob a força de variados interesses.
b) ( ) Norma contida no ordenamento jurídico, orienta como a pessoa deve 
proceder,ou determina caminhos a serem obedecidos.
c) ( ) Estabelecendo as limitações necessárias ao equilíbrio e à justiça nas 
relações.
d) ( ) A moral restringe-se unicamente ao plano íntimo, à consciência e sua 
pena máxima, se restringe no campo do remorso, do arrependimento, 
do desgosto, do pesar.
3 Como vimos, a vida em sociedade é regulamentada por normas e o direito está 
em função da vida social e sua inalidade é favorecer o amplo relacionamento 
entre as pessoas e os grupos sociais. Com base nessa airmação, assinale a 
alternativa CORRETA que aponta o conceito de Direito.
AUTOATIVIDADE
17
a) ( ) A ciência que estuda as normas de conduta que regem a vida em 
sociedade, trata-se de uma ciência ampla, com aplicação em todas as 
áreas do conhecimento.
b) ( ) Restringe-se unicamente ao plano íntimo, à consciência e sua pena 
máxima, se restringe no campo do remorso, do arrependimento, do 
desgosto, do pesar
c) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da moral 
sem o uso de regras.
d) ( ) É usado como instrumento de controle social, buscando regulamentar 
as relações sociais na busca da paz social apenas no campo da ética 
sem o uso de regras.
4 O direito está em função da vida social e sua inalidade é favorecer o amplo 
relacionamento entre as pessoas e os grupos sociais, que é uma das bases 
do progresso da sociedade. Com base nessa airmação, disserte sobre do 
Direito Positivo na sociedade.
5 O homem está condicionado, então, a regras sociais éticas, morais, religiosas 
e jurídicas, regras que foram ou são constituídas pelo próprio. Com base 
nessa airmação, disserte sobre a ética.
18
19
TÓPICO 2 — 
UNIDADE 1
DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
1 INTRODUÇÃO
Do que estudamos até agora, você viu que o direito traz o conjunto de normas 
aplicáveis às relações sociais. É a este conjunto de normas vigentes e impostas, que 
devem ser conhecidas e cumpridas por todos, que se denomina direito objetivo.
Quando mencionamos as fontes do direito, nos deparamos com um 
assunto cheio de contradições doutrinárias. Entretanto, tal contradição é quanto a 
aceitar o que realmente deve ser considerada como uma fonte do direito e aquelas 
que não podem, sendo que todos concordam em destacar o papel relevante que 
elas possuem no ordenamento jurídico, sendo elas escritas ou não, materiais ou 
formais, são necessárias a qualquer sistema jurídico.
2 CONCEITO DE DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
O direito dito objetivo é a norma; a lei que vigora em determinado Estado; 
tem por escopo regular a sociedade em busca do ordenamento das relações 
jurídicas e da paz social (VENOSA, 2018).
Para Nader (2019) do ponto de vista objetivo, o Direito é norma de organização 
social. É o chamado Jus norma agendi. E quando se trata de direito subjetivo: 
O direito subjetivo decorre da incidência de normas jurídicas sobre fatos 
sociais. As regras podem qualiicar os direitos tanto pela imposição 
de deveres jurídicos aos sujeitos que se encontrem em determinadas 
situações ou reconhecendo, diretamente, vantagens aos portadores 
de situações jurídicas especíicas. O direito subjetivo consiste, assim, 
na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as normas de Direito 
atribuem a alguém como próprio (NADER, 2019, p. 289).
O direito objetivo é obrigatório, enquanto o subjetivo é uma faculdade (eu 
exerço esta possibilidade se eu quiser).
IMPORTA
NTE
20
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
Porém, apesar de diferentes e inconfundíveis, o direito subjetivo e o objetivo 
estão ligados. “Não são duas realidades distintas, mas dois lados de um mesmo 
objeto. Entre ambos, não há uma antítese ou oposição” (NADER, 2019, p. 75).
FIGURA 11 – Direito objetivo e subjetivo
FONTE: A autora
3 FONTES DO DIREITO
A palavra “fonte” tem o sentido de “origem, gênese, de onde provém” 
(água):
Não precisamos sair do senso comum para entender o seu signiicado. 
Fonte é a nascente da água, e especialmente é a bica donde verte água 
potável para uso humano. De forma igurativa, então, o termo “fonte” 
designa a origem, a procedência de alguma coisa. A fonte é reveladora 
do que estava oculto, daquilo que ainda não havia surgido, uma vez 
que é exatamente o ponto de passagem do oculto ao visível (NUNES, 
2018, p. 114).
Isto posto, podemos dizer que a lei é a principal fonte do Direito, como se 
vê do art. 4º da Lei de Introdução do Código Civil: “Art. 4º Quando a lei for omissa, 
o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais 
de direito” (BRASIL, 1942). 
Além da Lei, também são fontes do Direito: a Doutrina, a Jurisprudência, 
a Equidade, a Analogia e os Princípios Gerais de Direito. Vejamos, a seguir, de 
forma sucinta, como se caracteriza cada uma destas fontes. “Em síntese, a fonte 
de direito constitui sempre uma estrutura normativa que processa e formaliza 
determinadas diretrizes de conduta ou determinadas esferas de competência, 
conferindo-lhes validade objetiva” (BETIOLI, 2015, p. 181).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
21
3.1 CARACTERIZAÇÃO DAS FONTES DO DIREITO
São vários os critérios para se estabelecer uma classiicação para as fontes do 
direito, mas, de forma geral, pode-se classiicar em fontes materiais e fontes formais.
FIGURA 12 – FONTES FORMAIS E MATERIAIS
FONTE: Adaptada de Betioli (2015)
Neste sentido conforme Betioli (2015, p. 61) discorre sobre o assunto:
Temos, aí, a gênese do direito natural. Diz-se, então, que as fontes 
primeiras do direito promanam do direito natural, da oicialização do 
direito natural, das concentrações de ideias comuns, de adaptações 
das condutas a padrões ixos e constantes. Estas são as fontes 
materiais, que nasceram com o indivíduo humano. Quando surgiu 
a necessidade de escrever esses ditames comuns e naturais, ou no 
momento em que se tornou indispensável documentar a regra cuja 
obediência se impunha como questão de sobrevivência, iniciaram 
a ser impostas por quem representava o poder, ou pelo mais forte, 
pelo líder. Eram escritas e divulgadas, constituindo a lei, o decreto, o 
regulamento, a norma, o julgado, o enunciado. Trata-se, nesse setor, 
das fontes formais, assim deinidas por Ricardo Luis Lorenzeti: “As 
fontes formais são as normas jurídicas gerais, mediante as quais se 
estabelecem obrigações, emanadas de autoridade competente, e nas 
que se pode incluir logicamente as normas de inferior hierarquia. Este 
princípio de autoridade que as sustenta brinda, aparentemente, as 
máximas seguranças”.
3.2 CLASSIFICAÇÃO DA HIERARQUIA DAS LEIS
Legislaç̃o é o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado, através 
de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema, o Poder 
Legislativo (NUNES, 2018, p. 116):
22
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
Como “legislação” é um conceito que advém do vocábulo “lei”, muitas 
vezes tais expressões são tomadas como sinônimas, deinindo-se, 
então, legislação como um conjunto de leis. Na verdade, é preciso que 
se faça um esclarecimento acerca do uso do termo “lei”. O vocábulo 
“lei” apresenta uma série de signiicados diversos [...] A lei jurídica 
propriamente, de sua parte, aponta também para alguns sentidos, que 
são análogos. A lei é tanto constitucional quanto uma lei ordinária, por 
exemplo o Código Civil, ou até uma cláusula contratual que se diz ser 
“leis entre as partes”.
Para Gusmão (2018, p. 115) “o Estado tem a função principal de elaboração 
das leis, denominado Assembleia Legislativa (Câmara dos Deputados etc.), a lei 
formal é a formulada pela Assembleia Legislativa e promulgada por seu presidente 
enunciada em um texto, publicada no órgão oicial. A “lei formal” é autônoma”. 
Lei delegada é a regra de direito outorgada pelo Poder Executivo, em virtude 
de delegação de poderes do Legislativo, que exclusivamente tem competência 
de formulá-la. A lei delegada depende de a Constituição permitir delegação de 
poderes. Trazemos, a seguir, algumas noçõesgerais sobre cada uma delas:
• Lei complementar: são complementares da Constituição, a ela submetendo-
se. “A sua elaboração opera-se em obediência a dispositivos constitucionais, 
regulando assuntos tratados genericamente pelo texto constitucional” 
(RIZZARDO, 2015, p. 74).
• Lei ordinária: “elaboradas pelo Poder Legislativo, não tratando de matéria 
constitucional” (RIZZARDO, 2015, p. 74).
• Leis delegadas: “embora a elaboração de lei seja da competência do Poder 
Legislativo, o art. 68 da Constituição Federal prevê a hipótese de o Presidente 
da República solicitar delegação ao Congresso Nacional para legislar sobre 
determinada matéria” (NADER,2019, p. 143). 
As leis ‘delegadas’, as quais, como a palavra deixa antever, são ou 
deveriam ser elaboradas pelo Poder Legislativo. Entrementes, em vista 
da delegação, transfere-se a incumbência a outro Poder Executivo. 
O art. 68 da Carta Maior coloca como condição para a delegação a 
antecedente solicitação ao Congresso Nacional pelo Presidente da 
República. Seu § 1o impede a delegação de atos da competência 
exclusiva do Congresso Nacional, os de competência privativa da 
Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, de matéria reservada à 
lei complementar, nem de legislação sobre:
I- organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e 
a garantia de seus membros;
II- nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; 
III- planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos 
(RIZZARDO, 2015, p. 75).
• Decreto legislativo: se enquadram no gênero de normas, mas que tratam dos 
assuntos da exclusiva competência do Congresso Nacional, “como, dentre 
outros casos, a ratiicação de tratados internacionais; o julgamento das contas 
do Presidente da República; a autorização do Presidente e do Vice-Presidente 
para se ausentarem do País, em prazo superior a quinze dias (art. 49 da CF)” 
(RIZZARDO, 2015, p. 76).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
23
Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:
I- resolver deinitivamente sobre tratados, acordos ou atos 
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao 
patrimônio nacional;
II- autorizar o Presidente da República a declarar guerra, a celebrar 
a paz, a permitir que forças estrangeiras transitem pelo território 
nacional ou nele permaneçam temporariamente, ressalvados os casos 
previstos em lei complementar;
III- autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se 
ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias;
IV- aprovar o estado de defesa e a intervenção federal, autorizar o 
estado de sítio, ou suspender qualquer uma dessas medidas;
V- sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do 
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;
VI- mudar temporariamente sua sede;
VII- ixar idêntico subsídio para os Deputados Federais e os Senadores, 
observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, 
§ 2º, I;
VIII- ixar os subsídios do Presidente e do Vice-Presidente da República 
e dos Ministros de Estado, observado o que dispõem os arts. 37, XI, 39, 
§ 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I;
IX- julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República 
e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo;
X- iscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, 
os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta;
XI- zelar pela preservação de sua competência legislativa em face da 
atribuição normativa dos outros Poderes;
XII- apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de 
emissoras de rádio e televisão;
XIII- escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da 
União;
XIV- aprovar iniciativas do Poder Executivo referentes a atividades 
nucleares;
XV- autorizar referendo e convocar plebiscito;
XVI- autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento 
de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais;
XVII- aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas 
com área superior a dois mil e quinhentos hectares (BRASIL,1988).
• Decreto regulamentar: constituem atos do Poder Executivo, revelando dupla 
inalidade: de um lado, como atos de governo, ou a execução das funções e da 
administração, e assim sobre a destinação de verbas autorizadas, a nomeação 
de ministros, a intervenção federal, a celebração de tratados; de outro lado, 
constituem atos que regulamentam ou completam as leis.
Dentro deste duplo caráter, ainda atual a lição de Décio Moreira: 
“O decreto é a forma do Executivo ditar normas disciplinadoras de 
ordem administrativa, com força de lei. O Estado (Executivo), seja na 
ordem Federal, Estadual ou Municipal, como amplitude, disciplina 
seus serviços através de publicação de decretos. O decreto que nomeia 
funcionários, o que disciplina a coleta de lixo etc. Paralelamente, muitas 
vezes, em decorrência da necessidade de facilitação da execução da 
lei, esta manda, obriga ao Executivo a regulamentá-la, o que é feito 
através do Decreto” (RIZZARDO, 2015, p. 77).
 
24
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
• Resoluções: se deinem como atos dos Poderes Executivo, Legislativo e 
Judiciário, sobre matéria mais de ordem interna, concernente à administração.
No caso do Poder Legislativo, mediante resolução a Mesa determinará 
a instauração do processo de perda de mandato do Deputado Federal 
ou do Senador (art. 55, §§ 2º e 3º, da Carta Federal). Além disso, das leis 
ou dos decretos emanam o poder concedido a certos órgãos de emitir 
resoluções, disciplinando especiicamente certos aspectos. Exemplo 
encontra-se na Lei nº 4.595, de 1964, cujo art. 4º, inc. IX, confere ao 
Conselho Monetário Nacional a função de limitar as taxas de juros às 
instituições que integram o Sistema Financeiro Nacional (RIZZARDO, 
2015, p. 77).
Além das resoluções, temos as ‘portarias’, ‘avisos’, ‘ordens de serviços’, 
‘as instruções’, produzindo atos de administração, ou de esclarecimentos, ou 
de imposições, dirigidos aos órgãos internos dos ministérios e das repartições, 
inerentes aos funcionários e ao funcionamento dos serviços que prestam ao 
público. Contudo, a força coativa não está propriamente nesses atos, e sim nas leis 
em que se embasam. “Regem os atos e as relações das partes, ainda, as sentenças 
judiciais, os contratos, os tratados, as convenções, os estatutos, os regulamentos 
internos, que devem ser havidos como a concretização de um comando legal” 
(RIZZARDO, 2015, p. 77).
3.3 COSTUMES
A necessidade e a conveniência em sociedade determinam a concepção 
do cumprimento de certas regras, que passam a formar o costume. As pessoas 
criam modos de agir, de relacionamentos, de vizinhança, de tratamento mútuo, 
de posturas frente a certos fatos, como de remuneração por serviços prestados, de 
pagamento em valores ajustados pelo transporte de mercadorias, de contratação de 
pessoas determinadas para a prestação de serviços em áreas portuárias, levando a 
um ressarcimento condigno, apesar de não legislada a situação. “As condutas, as 
ideias, o modo de ser adquirem corpo, repetem-se, reproduzem-se, multiplicam-se, 
formando um costume, um uso da população, até que se apresenta tão obrigatório 
como se fosse lei” (RIZZARDO, 2015, p. 85). Neste sentido temos que: 
Costume, juridicamente pode ser deinido como a regra de conduta 
usualmente observada em um meio social por ser considerada 
juridicamente obrigatória e necessária. É a forma usual de agir 
considerada no meio social juridicamente obrigatória. [...] Os elementos 
do costume são: repetição habitual, uniforme, ininterrupta. Resumindo: 
repetição habitual, uniforme, ininterrupta, por longo tempo, em um 
meio social, de um ato ou conduta de forma semelhante, da qual se 
deduz a sua obrigatoriedade e necessidade (GUSMÃO,2018, p. 120).
Deste modo o costume pode ser deinido como um “conjunto de normas 
de conduta social, criadas espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, 
uniforme e que geraa certeza de obrigatoriedade, reconhecidas e impostas pelo 
Estado” (NADER, 2019, p. 148).
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
25
3.4 JURISPRUDÊNCIA
A Jurisprudência é considerada um conjunto de decisões sobre 
interpretações de leis, feita pelos tribunais de determinada jurisdição. Neste 
sentido NADER (2019, p. 162) entende que:
Em seu contínuo labor de julgar, os tribunais desenvolvem a análise do 
Direito, registrando, na prática, as diferentes hipóteses de incidência 
das normas jurídicas. Sem o escopo de inovar, essa atividade oferece, 
contudo, importante contribuição à experiência jurídica. Ao revelar o 
sentido e o alcance das leis, o Poder Judiciário beneicia a ordem jurídica, 
tornando-a mais deinida, mais clara e, em consequência, mais acessível 
ao conhecimento. Para bem se conhecer o Direito que efetivamente rege 
as relações sociais, não basta o estudo das leis, é indispensável também a 
consulta aos repertórios de decisões judiciais. A jurisprudência constitui, 
assim, a deinição do Direito elaborada pelos tribunais.
FIGURA 13 – CONCEITO DE JURISPRUDÊNCIA
FONTE: A autora
3.5 DOUTRINA
A doutrina é considerada como um conjunto de indagações, pesquisas e 
pareceres dos estudiosos do Direito, nesse sentido, a doutrina é apreciada como 
fonte por sua contribuição para a aplicação e também preparação à evolução do 
direito. Deste modo, temos o entendimento de que:
A doutrina, ou Direito Cientíico, compõe-se de estudos e teorias, 
desenvolvidos pelos juristas, com o objetivo de interpretar e sistematizar 
as normas vigentes e de conceber novos institutos jurídicos, reclamados 
pelo momento histórico. É a communis opinio doctorum. Esse acervo 
de conhecimentos é resultado da experiência de juristas, mestres de 
Jurisprudência e dos juízes. Os estudos doutrinários localizamse nos 
tratados, monograias, sentenças prolatadas pelos mais sábios juízes 
(NADER, 2019, p. 172).
26
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
FIGURA 14 – CONCEITO DE DOUTRINA
FONTE: A autora
3.6 EQUIDADE
A equidade consiste na adequação da regra existente à situação concreta, 
obedecendo aos critérios de justiça. Entende-se, então, que a equidade concilia a 
regra a um caso especíico, com o propósito de deixá-la mais justa. É uma forma 
de se aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas 
partes. Entende-se assim:
Equidade é uma das mais antigas e frequentemente usadas fontes 
do direito, com o sentido de se fazer justiça para o caso concreto. 
Compreende a justiça que se funda na boa razão, na ética, no bom 
senso, no direito natural, visando suprir a imperfeição da lei ou 
amenizar os rigores de seus comandos (RIZZARDO, 2015, p. 98). 
 
FIGURA 15 – CONCEITO
FONTE: A autora
3.7 ANALOGIA
No ramo jurídico, a analogia é uma maneira de compor as brechas da lei. 
Ocorre analogia quando é realizada uma comparação entre casos diferentes, mas 
com um conlito parecido para seguir a mesma resposta. A analogia tem como 
suporte o princípio da igualdade jurídica, e também airma que deve ocorrer a 
mesma solução para a mesma infração ou razão da lei. Neste sentido entende-se:
TÓPICO 2 — DIREITO OBJETIVO E SUBJETIVO
27
A analogia é um recurso técnico que consiste em se aplicar, a uma 
hipótese não prevista pelo legislador, a solução por ele apresentada 
para uma outra hipótese fundamentalmente semelhante à não prevista. 
Destinada à aplicação do Direito, analogia não é fonte formal, porque 
não cria normas jurídicas, apenas conduz o intérprete ao seu encontro. 
O trabalho que desenvolve é todo de investigação. No sentido de 
criatividade, não elabora, pois o mandamento jurídico preexiste. 
Estabelecendo esse recurso técnico para a integração do Direito, o 
legislador simpliica a ordem jurídica, dando-lhe organicidade. A 
aplicação da analogia legal decorre necessariamente da existência de 
lacunas da lei (NADER, 2019, p. 184).
FIGURA 16 – CONCEITO DE ANALOGIA
FONTE: A autora
3.8 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO
Antes de iniciarmos o tema “Princípios Gerais do Direito” é necessário 
entender qual o signiicado da palavra princípio, o motivo de ser utilizado como 
meio de auxílio pelo legislador no âmbito jurídico de uma causa.
A palavra princípio possui dois entendimentos: o primeiro de natureza 
moral, em que são declaradas as condutas, as virtudes, em argumentos voltados 
às razões morais, e existe o segundo entendimento que é o de signiicado lógico, 
são verdades ou juízos fundamentais que servem de base ou de garantia de 
exatidão a um sistema de conhecimento, ilosóico ou cientíico. Neste sentido, 
temos o seguinte entendimento:
Os princípios gerais de Direito garantem, em última instância, o critério 
de julgamento. Malgrado o legislador pátrio se reira especiicamente 
ao juiz, na realidade dirigem-se os princípios aos destinatários do 
Direito em geral. Diante de uma situação fática, os sujeitos de direito, 
necessitando conhecer os padrões jurídicos que disciplinam a matéria, 
devem consultar, em primeiro plano, a lei. Se esta não oferecer 
a solução, seja por um dispositivo especíico, ou por analogia, o 
interessado deverá veriicar da existência de normas consuetudinárias. 
Na ausência da lei, de analogia e costume, o preceito orientador há de 
ser descoberto mediante os princípios gerais de Direito. Nesta situação, 
não haverá possibilidade, teórica ou prática, de não se revelar a norma 
reitora, pois, como bem airma Clóvis Beviláqua, “o jurista penetra 
em um campo mais dilatado, procura apanhar as correntes diretoras 
do pensamento jurídico e canalizá-lo para onde a necessidade social 
mostra a insuiciência do Direito positivo” (NADER, 2019, p. 188).
28
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
FIGURA 17 – QUADRO INFORMATIVO DAS FONTES DO DIREITO
 FONTE: A autora
Os princípios também podem estar associados às proposições ou normas 
fundamentais que norteiam os estudos, sobretudo os que regem o pensamento e a conduta. 
ATENCA
O
29
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Uma das principais classiicações do Direito é a que o divide em direito 
objetivo e subjetivo. 
• O que diferencia o direito objetivo é a coatividade, o que signiica que o direito 
objetivo são as normas impostas, de cumprimento obrigatório, enquanto o 
direito subjetivo representa a permissão de agir prevista em lei.
• Apesar de diferentes, o direito objetivo e o subjetivo estão ligados, formando 
“um todo”, que conhecemos por “direito”.
• As “fontes do direito” são as origens do Direito, ou seja, é através dessas que 
o direito nasce e evolui.
• A principal fonte do Direito é a Lei.
• Além da Lei, são também fontes do Direito: Doutrina, Equidade, 
Jurisprudência, Analogia, Costumes e os Princípios Gerais de Direito.
30
1 As normas aplicadas nas relações sociais são vigentes e impostas, que 
devem ser conhecidas e cumpridas por todos, que se denomina direito 
objetivo. Com base nessa informação, assinale a alternativa CORRETA a 
respeito do conceito de Direito Objetivo.
a) ( ) A lei que vigora em determinado Estado; tem por escopo regular a 
sociedade em busca do ordenamento das relações jurídicas e da paz 
social.
b) ( ) Consiste, assim, na possibilidade de agir e de exigir aquilo que as 
normas de Direito atribuem a alguém como próprio.
c) ( ) Decorre da incidência de normas jurídicas sobre fatos sociais, depende 
a vontade do indivíduo.
d) ( ) Decorre da incidência da moral jurídicas sobre fatos sociais, depende a 
vontade do indivíduo.
2 São vários os critérios para se estabelecer uma classiicação para as fontes 
do direito, mas, de forma geral, pode-se classiicar em fontes materiais e 
fontes formais. Com base nessa airmação, assinale a alternativa CORRETA 
a respeito do conceito de Fonte Formal.
a) ( ) São as normas jurídicas gerais, mediante as quais se estabelecem 
obrigações, emanadas de autoridade competente, e nas que se pode 
incluir logicamente as normas de inferior hierarquia.
b) ( ) Promanam do direito natural, da oicialização dodireito natural, das 
concentrações de ideias comuns, de adaptações das condutas a padrões 
ixos e constantes.
c) ( ) Todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que inluenciam a 
criação do direito em determinada sociedade.
d) ( ) Está inerente na elaboração de uma lei, ao valor que possui o fato 
social.
3 Legislação é o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado, através 
de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema, 
o Poder Legislativo. Com base nessa informação, assinale a alternativa 
CORRETA a respeito do conceito de Decreta Legislativo.
a) ( ) São complementares da Constituição, a ela submetendo-se. A sua 
elaboração opera-se em obediência a dispositivos constitucionais, 
regulando assuntos tratados genericamente pelo texto constitucional.
b) ( ) Embora a elaboração de lei seja da competência do Poder Legislativo, 
o art. 68 da Constituição Federal prevê a hipótese de o Presidente da 
República solicitar delegação ao Congresso Nacional para legislar 
sobre determinada matéria.
AUTOATIVIDADE
31
c) ( ) Se enquadram no gênero de normas, mas que tratam dos assuntos da 
exclusiva competência do Congresso Nacional, como, dentre outros 
casos, a ratiicação de tratados internacionais.
d) ( ) se deinem como atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, 
sobre matéria mais de ordem interna, concernente à administração.
4 A necessidade e a conveniência em sociedade determinam a concepção do 
cumprimento de certas regras, que passam a formar o costume. Com base 
nessa informação, disserte sobre o conceito de costume.
5 Legislação é o conjunto das normas jurídicas emanadas do Estado, através 
de seus vários órgãos, dentre os quais se realça, com relevo, nesse tema, 
o Poder Legislativo, de acordo com a classiicação e hierarquia das leis, 
disserte sobre a Jurisprudência.
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33
TÓPICO 3 — 
UNIDADE 1
NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
1 INTRODUÇÃO
Já vimos anteriormente que o Direito é uma ciência que estuda as normas 
jurídicas. Mas, o que são normas jurídicas? 
Este tópico objetiva estudar a teoria da norma jurídica, que é imprescindível 
no estudo do Direito, porque é a sua materialização. “Conhecer o Direito é conhecer 
as normas jurídicas em seu encadeamento lógico e sistemático. As normas ou 
regras jurídicas estão para o Direito de um povo, assim como as células estão para 
um organismo vivo” (NADER, 2019, p. 79). 
Essas palavras de Paulo Nader demonstram quão importante é o estudo 
deste tema e seu entendimento para também entendermos o Direito. Iniciaremos 
pelo conceito de norma jurídica, para depois estudarmos suas características. 
Então, vamos em frente...
Neste último tópico, além do conceito de norma jurídica, vamos estudar 
a relação jurídica. 
2 CONCEITO DE NORMA JURÍDICA
Relembrando o que estudamos até agora, temos que o Direito é o 
responsável por traçar normas de conduta que permitam às pessoas e aos grupos 
sociais viverem em harmonia, agindo preventivamente, para evitar o conlito, ou 
após sua ocorrência, a im de garantir a paz social.
A norma jurídica é, pois, o meio, o instrumento de que se utiliza o Direito 
para atingir seu objetivo. É através da norma jurídica que o Direito revela à 
sociedade os padrões de comportamento exigidos pelo Estado.
Podemos airmar, assim, que a norma ou regra jurídica “é um padrão de 
conduta imposto pelo Estado para que seja possível a convivência dos homens 
em sociedade. [...] Ela esclarece ao agente como e quando agir. [...] Em síntese, 
norma jurídica é a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social” 
(NADER, 2019, p. 79). No mesmo sentido:
34
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
As considerações precedentes nos permitiram constatar que o direito 
é “normativo”: disciplina o comportamento do homem, prescreve 
deveres para a realização de valores. E o faz por meio de certos 
esquemas ou padrões de organização e de conduta, que denominamos 
“normas” ou modelos jurídicos (BETIOLI, 2015, p. 173).
As normas jurídicas são necessárias devido à necessidade da natureza 
humana de viver em sociedade, cabendo a elas disciplinar o comportamento de 
seus membros, conforme (BETIOLI, 2015) o conceito de norma jurídica possui 
três características:
FIGURA 18 – CONCEITOS DE NORMA JURÍDICA
FONTE: Adaptada de Betioli (2015)
FIGURA 19 – QUADRO EXPLICATIVO SOBRE NORMA JURÍDICA
Normas jurídicas
Homem ser social necessidade de associar-se a outros indivíduos para conseguir os 
seus objetivos
deve obedecer a determinadas normas disciplinadoras para viver de forma segura
A norma jurídica é o instrumento de deinição da conduta exigida pelo Estado.
Norma jurídica é a conduta exigida ou o modelo imposto pela organização social (esclarece ao 
agente como e quando agir).
FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/11649429/>. Acesso em: 17 ago. 2020.
TÓPICO 3 — NORMA JURÍDICA E RELAÇÃO JURÍDICA
35
“No direito brasileiro, as normas podem ser federais, estaduais e 
municipais, de acordo com os entes da federação e a repartição de competências 
previstas pela Constituição Federal de 1988” (MASCARO, 2015, p. 90).
De acordo com Figueiredo (2016), objetiva-se, com a criação da norma, dar 
respostas de comportamento e conduta à sociedade, em face dos fatos produtores 
de consequências nem sempre desejáveis, dentro de uma linha daquilo que é 
razoavelmente necessário e estritamente proporcional a se exigir do indivíduo 
para a vida na coletividade. 
Conforme magistério consagrado de Hans Kelsen (2003), a norma jurídica 
deve ser analisada sob diversos planos de estudo, o qual se passa a discorrer, de 
forma sintética. Acompanhe o quadro a seguir:
QUADRO 4 – FORMA SINTÉTICA DA NORMA JURÍDICA
Existência: trata-se da veriicação se a norma ingressou no ordenamento 
jurídico, adquirindo vigência, mediante a obediência do devido processo 
legislativo para tanto.
Validade: cuida-se de veriicar se a norma em vigor se encontra 
procedimentalmente compatível (análise formal) e com conteúdo consonante 
(análise material), dentro do ordenamento jurídico vigente, com a norma que 
lhe é hierarquicamente superior.
Eicácia: é a qualidade e a aptidão da norma para produção de seus regulares 
efeitos jurídicos, no sentido de criar vínculos obrigacionais entre os indivíduos, 
gerando direitos e deveres entre estes.
Efetividade: trata-se da aceitação da norma no meio social em que ela produzirá 
seus regulares efeitos jurídicos, traduzindo-se na receptividade desta com seu 
consequente acolhimento entre os indivíduos.
Aplicabilidade: é a delimitação do campo de incidência da norma jurídica, 
no sentido de se circunscrever quais são os segmentos da sociedade que se 
encontram sob a égide da mesma, isto é, que se encontram sobre o império de 
sua observância cogente.
As expressões norma e regra jurídicas são sinônimas, apesar de alguns autores 
reservarem a denominação regra para o setor da técnica e, outros, para o mundo natural. 
“Distinção há entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das 
normas, que se manifestam também pelo Direito costumeiro e, em alguns países, pela 
jurisprudência” (NADER, 2019, p. 79).
IMPORTA
NTE
36
UNIDADE 1 — NOÇÕES GERAIS DE DIREITO
Revogaç̃o: é a retirada da norma do ordenamento jurídico, operando efeitos no 
campo da existência. Observe-se que somente uma norma de igual hierarquia é 
capaz de revogar outra, retirando-lhe do campo de existência.
Declaraç̃o de inconstitucionalidade: traduz-se no reconhecimento de 
incompatibilidade formal (procedimento) e/ou material (conteúdo) de uma 
norma em face daquela que lhe é hierarquicamente superior e lhe outorga 
validade. Assim, uma vez declarada inconstitucional determinado ato 
legislativo, constata-se que este não possui fundamento de validade que o torne 
apto à produção de seus regulares efeitos jurídicos.
FONTE: Adaptado de Figueiredo (2016)
2.1 CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA
De acordo com o que estudamos podemos concluir que, norma jurídica é um 
conjunto

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