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Fundamentos da Fotogra�a Aula 4: Fundamentos fotográ�cos: o obturador Apresentação O obturador é um dos três fundamentos básicos para a realização de fotogra�as com exposição correta (quantidade de luz para fazer a foto). O ajuste certo da velocidade de obturação proporciona imagens com movimentos congelados ou borrados, além da possibilidade de fazer fotogra�as de modo criativo com a realização de desenhos com a luz (pintando com a luz, o signi�cado da palavra fotogra�a, foto = luz + gra�a = escrever/pintar). As câmeras digitais DSLR possuem um obturador mecânico, assim como as re�exes (SLR) de �lme. O obturador no corpo da câmera, à frente do sensor, é chamado de obturador de plano focal. As digitais compactas e os celulares apresentam um obturador eletrônico, que permitem que os sensores recebam a luz no tempo ajustado. Alguns modelos de câmeras antigas de �lme apresentam o obturador no corpo da objetiva, atrás do anel de diafragma, é o chamado obturador concêntrico. Mas, todos têm a mesma função: regular o tempo de exposição da luz que atinge o sensor ou o �lme. Objetivos Identi�car a localização do obturador na câmera e reconhecer sua função; Aplicar os ajustes corretos para criação de imagens com movimentos congelados ou borrados. O que é obturador Com certeza você já viu fotogra�as em que um carro em alta velocidade ou um atleta em movimento rápido aparecem completamente estáticos na imagem, bem como fotos em que a paisagem está nítida e há riscos de luz mostrando o trajeto dos veículos à noite. Esses resultados nas fotos são obtidos com o ajuste do obturador, que é um mecanismo encontrado nas câmeras, responsável por congelar ou borrar os movimentos dos assuntos nas fotogra�as. O obturador — uma cortina que abre e fecha, mais rápida ou lentamente, de acordo com a con�guração ajustada na câmera — tem por �nalidade ajustar o tempo de exposição, luz correta para realização de fotos que atravessa a objetiva, passando pelo diafragma, chegando ao sensor ou �lme para atingir os pixels e formar a imagem. Exemplos de obturador aberto e obturador fechado Existem dois tipos de obturador: 1 – PLANO FOCAL – O obturador de Plano Focal é o mais conhecido, está localizado no corpo das câmeras pro�ssionais SLR (analógica ou digital), e recebe esse nome por está localizado logo à frente do �lme ou sensor onde ocorre o plano de foco nas câmeras. 2 – CONCÊNTRICO – Alguns modelos antigos de câmeras de �lme (analógicas) apresentam o obturador no interior da objetiva, logo atrás do diafragma, e é chamado de concêntrico. Nas câmeras digitais compactas e nas mobiles (câmeras de celulares), esse obturador é eletrônico, não há uma cortina, apenas um mecanismo que simula este tempo de abertura do obturador no momento da foto. A cortina do obturador é acionada para abrir e fechar com o acionamento do botão disparador da máquina fotográ�ca. De acordo com a con�guração da velocidade de obturação, essa cortina abre mais lenta ou rápido. Observe uma pequena escala de obturação encontrada nas câmeras fotográ�cas: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Essa escala, que está reduzida (temos, atualmente, câmeras com velocidades de 1/8000, além do modo Bulb, do qual falaremos depois), apresenta velocidade de obturação inteira, como encontramos nas câmeras re�ex mecânicas de �lme. As câmeras analógicas eletrônicas e as digitais têm, em sua escala, velocidades de obturação intermediárias entre esses inteiros. São os terços, muito úteis, pois, nem sempre, a medição correta da exposição à luz está na escala dos inteiros. Os números de obturação maiores (1/125 – 1/500 entre outros, por exemplo), são as velocidades de abertura e fechamento do obturador mais rápido, os menores (4”–1/8 – 1/15 entre outras, por exemplo) são do obturador mais lento. O obturador funciona em captura de avos do segundo, por isso, uma velocidade de 1/125, capta 125 avos do segundo, rápido o su�ciente para congelar aquele instante de um movimento, com assuntos em movimentação razoável. Mas, pode entrar na captura do segundo; quando ajustamos, por exemplo, 2” (dois segundos de exposição), expomos o sensor a dois segundos de luz, por �car mais tempo aberto (um tempo mais longo de exposição do sensor à luz). O que se encontra em movimento, aparece borrado na imagem. Exemplo de movimento congelado Exemplo de movimento borrado Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online • Ao trocar o ajuste da velocidade de obturação, na escala dos inteiros, de um número menor (1/60, por exemplo), para o maior (1/125), perdemos metade do tempo de exposição do sensor à luz. • Ao alteramos a velocidade de obturação de um tempo maior (1/500, por exemplo) para um tempo menor (1/250), dobramos o tempo de exposição do sensor à luz. Muitas vezes, o ganho (dobro) ou a perda (metade) é grande. Nas câmeras analógicas (�lme), não havia muito recurso para compensar isso, mas, a partir das câmeras eletrônicas e das digitais, foi possível incluir velocidades de obturação intermediárias entre esses inteiros (como vimos acima). Quando alteramos de 1/125 para 1/250, temos nas digitais e eletrônicas, as velocidades 1/160 e 1/200, facilitando o momento da foto, pois, muitas vezes, precisamos apenas perder ou ganhar um terço do tempo de exposição à luz. Esses intervalos de terços estão presentes entre todas as velocidades de obturação na captura dos avos do segundo, facilitando a medição de luz para foto. Na época das câmeras mecânicas (�lme), não havia essa possibilidade, apenas os ajustes de obturadores inteiros. Quando a leitura apresentava muita ou pouca luz, e na obturação inteira não era possível ter a medição correta de luz, fazia- se mais de uma foto, cada uma com uma medição diferente, para realizar a correção no laboratório fotográ�co de revelação. Uma alternativa era utilizar o recurso de iluminação externa, como �ash, quando possível, para melhorar a iluminação ou trocar de local para realização da foto, quando havia luz excessiva, por exemplo (não havia programas de edição de imagens para corrigir as fotos). A partir do momento em que foi possível utilizar os intervalos de terço para medição de quantidade de luz, �cou mais fácil saber a hora de capturar uma foto com a exposição correta. Exemplo do anel de obturação em câmera analógica com escala inteira Ajustes para imagens com movimentos congelados ou borrados A exposição correta de uma foto é obtida por meio do ajuste das seguintes variantes, que são os fundamentos básicos para realização de boas fotogra�as: 1 O obturador 2 O diafragma 3 O ISO Os três trabalham em conjunto para uma fotogra�a com a con�guração correta de iluminação, que é indicada pelo fotômetro da câmera e, também, de acordo com o efeito que se deseja mostrar na imagem. Nas próximas aulas, falaremos sobre o diafragma e o ISO, para compreendermos melhor esses ajustes na hora de fazermos uma fotogra�a e termos uma exposição de luz correta. < Fotogra�a Manual No modo de fotogra�a manual (M é a sigla de atalho no dial da câmera para fotografar em modo manual), é necessário ajustar o diafragma e o Iso para a régua do fotômetro indicar a luz exata para realização a foto. Prioridade De Obturação No modo de prioridade de obturação, em câmeras da Nikon, a sigla é S (shutter) e nas da Canon, a sigla é TV (shutter priority), o diafragma se autoajusta, de acordo com o obturador utilizado para a exposição correta para foto. Caso a foto não �que boa (escura ou clara demais), o ISO poderá ser alterado para melhorar a exposição. Atenção Então, se no modo de prioridade, sua foto �cou escura ou clara, veri�que o ajuste do ISO, ele pode ser um recurso para melhorar a exposição de sua fotogra�a, caso não queira ou não possa diminuir ou aumentar a velocidade para congelar ou borrar o movimento na imagem. Outro recurso encontrado nas câmeras, quando utilizamos o modo de prioridade no ajuste deobturação é a compensação de exposição. Ela é acionada em um botão no corpo da câmera, normalmente com a sigla EV ou os sinais de +/- , que movimentará sua régua do fotômetro para ajudar a clarear (coloque a régua para o lado do +) ou para escurecer (coloque a régua para o lado do -) sua fotogra�a. Essa opção é mais recomendada quando não é possível alterar a velocidade de obturação. Mas, lembre-se de que, depois de realizar a foto, é necessário voltar o ajuste de compensação da exposição para o zero, porque se não todas as outras fotos sairão com essa compensação para mais ou menos. Exemplos de imagens do botão de ajuste do EV Imagens com ajustes diferentes de EV Sabemos que para congelar algo que está em movimento na foto, precisamos utilizar velocidade de obturação mais alta, já que não existe um ajuste preciso para cada velocidade de movimento do assunto. Quanto maior for a velocidade do assunto, mais rápida (1/250 – 1/1000, por exemplo) deverá ser a velocidade de obturação para congelar o movimento. O contrário também se aplica: se quisermos borrar algo que está em movimento, quanto mais lenta (1/8 – 2” – 15”, por exemplo) estiver a velocidade de obturação, mais fácil de borrar assuntos em movimento, mesmo que ele não seja muito rápido. É necessário estabilizar a câmera em um tripé quanto mais baixa for a velocidade de obturação. Se a câmera não estiver estável, a foto �cará tremida, até mesmo o assunto que estiver imóvel. Nesse caso, nem mesmo o estabilizador de imagem conterá a movimentação da câmera no momento do disparo. Se você utilizar velocidade de 3, 4 ou 10 segundos de exposição, é impossível não tremer com a câmera na mão. Portanto, a utilização de um tripé para realizar esse tipo de fotogra�a é importante. No caso de não possuir um tripé, procure algo em que possa apoiar sua câmera, para que ela �que �rme e estável. Ao utilizarmos velocidades de obturação muito baixa, proporcionamos longos tempos de exposição do sensor/�lme à luz. Essa longa exposição pode causar efeitos bem criativos na foto, criando riscos com luzes de veículos. Podemos fotografar raios (já que não sabemos onde e quando eles cairão), permitindo que o obturador �que aberto por mais tempo, e fazendo várias fotos para tentar pegar o momento exato em que um raio risca o céu. Foto de raio com exposição de 8” (Foto Marcia Costa – arquivo pessoal da autora) Outro efeito bem interessante é a captura do movimento das estrelas, que se movimentam ao redor da Terra. Com um longo tempo de exposição, elas aparecem riscadas no céu como linhas que cruzam de um lado a outro, formando uma imagem bem diferente do que costumamos ver. As câmeras apresentam um modo de exposição chamado Bulb. É um ajuste que mantém o obturador aberto, pelo tempo que você quiser. Ele pode �car por horas, mas é necessário que o botão disparador permaneça pressionado. Para isso, o melhor é utilizar um disparador fora da câmera, para mantê-lo pressionado, com o obturador aberto pelo mesmo tempo. Fora do modo Bulb, o tempo mais longo é de 30 segundos. Você já deve ter visto fotogra�as em que são feitos desenhos com a luz (light paint). Essas imagens também são produzidas com longos tempos de exposição, para realização do desenho ou frase feita com uma fonte luz, normalmente uma lanterna. Lembre-se de que a câmera deverá estar no tripé ou estabilizada em cima de uma superfície plana e �xa. E, não esqueça de desligar o estabilizador de imagem, já que a câmera estará estabilizada. Você poderá criar efeitos e desenhos incríveis com longos tempos de exposição. Pode fazer com que pessoas desapareçam da imagem, se elas estiverem se movimentando. Desse modo, produzirá imagens de paisagens que deseja, em que há movimentação de pessoas, mas sem que elas apareçam em suas fotos. Com um tempo maior de exposição, mais luz entrando no sensor, você poderá não conseguir ter uma foto na exposição correta, por conta de muita luz, mesmo com diafragma mais fechado e Iso baixo. Nesse caso, poderá utilizar um �ltro de Densidade Neutra (ND), que ajuda a perder luz. É muito bem-vindo nessas ocasiões, em que o local é iluminado, e queremos fazer fotogra�as com baixas velocidades de obturação. Quando os lugares são mais escuros, apenas os ajustes da câmera já são su�cientes. Não existe uma velocidade de obturação exata para determinado tipo de fotogra�a. Tudo depende do que você deseja obter como resultado de sua imagem. Para isso, é necessário fotografar para saber como con�gurar a câmera quando se deparar com uma determinada situação que se deseja fazer uma foto. 1 Para congelar movimentos, velocidades mais altas. 2 Para borrar e fazer longos tempos de exposição, velocidades mais baixas, com uso de tripé. 3 O modo de prioridade é útil quando iniciamos na fotogra�a e ainda não temos domínio sobre os três fundamentos para fotometrar. 1 Faça testes, treine. 2 Repita fotogra�as de situações iguais, congelando e borrando os movimentos, para ter mais agilidade. Nas próximas aulas, conheceremos outros modos de ajustes e, aos poucos, você saberá utilizar sua câmera em modo manual, ajustando os recursos e obtendo boas e belas imagens. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1) O que é e qual a função do obturador? 2) Quais os tipos de obturador que podemos encontrar nas câmeras fotográ�cas pro�ssionais digital e analógica? a) Concêntrico e Plano Focal b) Plano Focal e Restrito c) Concêntrico e Plano de Fundo d) Restrito e Plano de Fundo e) Distância focal e Restrito 3) Se, ao realizar a fotogra�a de uma pessoa andando de bicicleta, você quiser congelar esse movimento, qual a velocidade de obturação é mais garantida para obtenção do resultado? a) 1/15 b) 2” c) 1/500 d) 30 segundos e) O modo bulb 4) Ao fotografar e alterar a velocidade de obturação de 1/125 para 1/250, o que acontece com o tempo de exposição do sensor/�lme à luz? a) A exposição é reduzida à metade b) A exposição é aumentada em dobro c) A exposição é reduzida em 1/3 d) A exposição é reduzida em 1/8 e) A exposição é aumentada em 1/10 Referências HEDGECOE, John. O novo manual da fotogra�a: Guia completo para todos os formatos. São Paulo: Senac, 2005. HEDGECOE, John. Guia de Fotogra�a para iniciantes. Biblioteca Fotografe Melhor. São Paulo: Europa, 2013. PETERSON, Bryan. Prática fotográ�ca: guia de consulta rápida como fazer ótimas fotos com qualquer câmera. Balneário Camboriú, SC: Photos, 2012 Próxima aula Onde está localizado e qual sua função do diafragma; Profundidade de campo e foco seletivo; Fotos mais nítidas, de acordo com a abertura do diafragma. Explore mais Leia os textos: • Obturador na Câmera Fotográ�ca; • Obturador; • Velocidade do Obturador: 9 Regras para Dominar esse Pilar da Fotogra�a!; • Tudo sobre a velocidade do obturador da câmera fotográ�ca. Assista ao vídeo: • Canon College – Tudo Sobre Obturador. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0);
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