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INTERAÇÃO-ESCOLA-FAMÍLIA-E-COMUNIDADE

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2 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3 
2 A FUNÇÃO DA ESCOLA ................................................................................ 4 
3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO ................................................ 6 
3.1 Processo de participação da família na escola ............................................. 8 
3.2 Separando os papéis .................................................................................. 12 
3.3 Reflexão sobre a relação escola e família .................................................. 13 
3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única .............................. 16 
4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA .......................................... 19 
4.1 Normas de convivência entre família e escola ........................................... 21 
5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 22 
5.1 A função da família e o ambiente escolar ................................................... 26 
6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA ............................... 28 
7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA ......... 31 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................... Error! Bookmark not defined. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
2 A FUNÇÃO DA ESCOLA 
Nesse duplo destino, nos colocamos como iguais, mas ao mesmo tempo 
diferentes dos outros, iguais porque pertencemos à mesma matriz cultural que nos 
permite fazer parte de um grupo e compartilhamos as mesmas coisas com os outros. 
O caminho do conhecimento, por sua vez, só é possível com o que podemos assimilar 
sozinhos, não há indivíduo possível fora da sociedade, da cultura. 
A função da escola é ministrar um conjunto de práticas preconcebidas 
destinadas a ajudar os alunos a instruir-se conteúdos sociais, culturais e 
críticos construtivos. Essa colocação social nos leva a duas dimensões: 
desenvolvimento pessoal, contexto social e cultural. (FREIRE, 2000. p. 132) 
 
“A função formal de uma escola é ser a principal responsável pela organização, 
sistematização e desenvolvimento das capacidades científicas, éticas e tecnológicas 
de uma nação.” (FORMIGA, 1999. p.2) Seguindo os princípios da liberdade e o ideal 
da solidariedade humana, visa o desenvolvimento integral do aluno, sua preparação 
para o exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho e as condições para 
progredir neste e em outros estudos. 
Portanto, o conhecimento hoje é entendido como um valor especial, ainda mais 
do que uma mercadoria material. Em meio à incerteza do atual momento de despertar, 
todos concordam em uma coisa: a importância do conhecimento para todos, 
principalmente os jovens, enfrentarem o presente e o futuro. Devemos treinar e instruir 
os indivíduos para o exercitar como cidadão e no contexto das sociedades complexas 
(GADOTTI, 2003, p. 50). 
Para Libâneo (1999, p. 56), “a educação deve oferecer um mapa de um mundo 
diferente e constantemente prazeroso, ao mesmo tempo em que oferece um 
instrumento de navegação para viajar” que será o pilar do conhecimento para todos: 
aprender a conhecer, aprender a fazer, aprendendo a conviver e aprender a ser 
humano. 
Devemos perceber que esses quatro saberes são um só, porque um depende 
do outro e sempre há necessidade de troca de informações entre eles nos seguintes 
casos: 
 
5 
 
 
Aprendendo a conhecer: para mostrar como devemos aprender a conhecer, 
é preciso lembrar que esse aprendizado tem propósito. A base é a alegria de 
compreender, conhecer e descobrir. Para tanto, a educação deve criar formas de 
ampliar a frequência escolar, ou seja, os adultos podem continuar a inscrever-se em 
novos cursos, pesquisas etc. Conscientizando de que o aumento do conhecimento lhe 
permita compreender melhor todos os aspectos do meio ambiente e, assim, ser mais 
crítico e atualizado. Nas crianças, desperte-as e aguce-as para torná-las mais felizes 
estudar, mas ela deve ter acesso ao método científico para que possa se tornar uma 
"amiga da ciência". 
Aprender a fazer: aprender a conhecer e aprender a fazer são em grande parte 
inseparáveis. Mas aprender a fazer tem maior significado de referência para o 
treinamento profissional. O indivíduo aprende e coloca seu conhecimento em prática. 
Devemos perceber que aprender a fazer coisas não pode apenas ensinar um jovem 
a assumir um papel no qual ele realizará tarefas materiais. Para tanto, os jovens 
devem ser constantemente atualizados de acordo com o desenvolvimento do setor. 
Aprenda a conviver com as pessoas: que todos aprendam a conviver com 
as pessoas, o papel da educação é muito importante, e o desafio também é grande, 
porque a opinião pública domina. Conhecer o conhecimento através da mídia é 
impotente. A história humana sempre foi escrita por conflitos étnicos e até religiosos. 
A educação deve mudar essa situação a partir de conceitos simples de não violência 
e não preconceito. No entanto, deve utilizar dois caminhos complementares, o 
primeiro é se descobrir gradativamente, e o segundo é se engajar em projetos comuns 
ao longo da vida, o que parece ser uma forma eficaz de evitar ou amenizar potenciais 
conflitos. 
Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento global da 
pessoa, mental, físico, intelectual, sensível, estético, responsabilidade pessoal e 
espiritualidade. Todos devem estar preparados através de sua educação para atuar 
em diferentes contextos da vida. Para isso, cada indivíduo deve ter um pensamento 
autônomo e crítico, ou seja, sua própria personalidade. 
O homem deve estar preparado para mudanças, principalmente a 
desumanização do mundo em conexão com desenvolvimentos técnicos. 
Exercer o poder de legitimar a educação também significa explicar o que 
fazemos e aconselhamos; significa ouvir, abrir portas e revisar o padrão 
 
6 
 
 
conforme necessário. Autoridade significa respeito pela personalidade 
estudantes, que devem ter o direito de expressar sua opinião. (SAVIANI, 
1992, p. 39). 
 
Crenças e princípios fortemente defendidos não devem ser gravados em pedra 
ou mudar a perspectiva de alguém, mas sim estar ausentes dela. Assim, a falta de 
desempenho convincente torna o aluno inútil e leva à sua angústia e insegurança, que 
serão utilizados por outros modelos para preencher as lacunas existentes. Nesse 
contexto, escolas e famílias precisam caminhar na mesma linha, sempre buscando 
uma relação mais ampla e melhor para a construção de conhecimentos diferenciados. 
3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO 
A constante mudança da sociedade e de seus padrões exige sempre uma certa 
reflexão e círculo de pensamento, pois essa mudança tem impacto na formação 
pessoal e escolar do indivíduo. Considerando que desde o nascimento os indivíduossão influenciados pelas características familiares, principalmente os pais e as mães 
são a base da formação global de cada um de nós, a formação da família pode afetar 
o caráter e o comportamento de uma pessoa. Assim, entre os maiores vilões do 
fracasso escolar, a indisciplina, as dificuldades de aprendizagem, os vínculos 
familiares relacionados a fatores internos, são fatores agravantes na situação das 
dificuldades acadêmicas. 
Segundo Stevanato (2003), um aspecto do processo de aprendizagem que 
realmente importa é o autoconceito. As crianças com dificuldades de aprendizagem 
experimentam sentimentos de inferioridade, insatisfação, insegurança e ansiedade. 
Tenha um autoconceito negativo. Assim, se uma pessoa cresce sem a atenção, 
incentivo e companhia dos pais e parentes próximos, ao longo do tempo, ela pode se 
sentir inferior e incompetente no relacionamento com os outros, o que pode levá-la a 
problemas e autoconceito negativo. 
A relação familiar é uma variável porque não tem manual e cada família faz o 
que acha certo; então em cada família os pais assumem diferentes posturas. 
Seguindo o raciocínio de Weber (2004), o seguinte modelo relações familiares: 
autoritarismo, caracterizado apenas por uma educação baseada em regras, onde o 
 
7 
 
 
pai é sempre o mestre da razão, e devemos aceitá-lo sem mais debate; o que é 
permitido, ou seja, a educação é caracterizada por nenhuma restrição, nenhuma 
regra, e pais e filhos são tratados com igualdade de acesso aos mesmos direitos e 
deveres; e um lugar democrático para pais e filhos exercerem diálogo, com regras, 
direitos e obrigações a serem discutidos e respeitados em conjunto. 
Cubero e Moreno (1995) compartilham a mesma visão do modelo de família 
seguido, segundo eles: filhos do modelo autoritário são menos agressivos e 
submissos, mas inseguros e tímidos. Isso se deve à baixa autoestima e autoconceito 
negativo, adquiridos ao longo de muitos anos de obediência e pouco diálogo; crianças 
com padrões permissivos geralmente são impulsivos, excessivamente levados pelas 
próprias emoções, irresponsáveis, incapazes de assumir compromissos e 
responsabilidades, baixa autoestima, mas se escondem de forma flagrante; os filhos 
do modelo democrático têm autocontrole, assumem facilmente as responsabilidades 
que lhes são confiadas, enfrentam os problemas com calma, com forte autoestima, 
porque estão sempre informados de qualquer decisão ou situação surgiu. Eles têm 
perseverança e lutam por seus ideais 
Com base nisso, percebemos que as relações familiares estão diretamente 
relacionadas à formação global dos indivíduos e podem influenciar no seu processo 
de aprendizagem. Neste momento, o máximo que você vê são professores 
reclamando da indisciplina e comportamento abusivo de alguns alunos em sala de 
aula, porque a maioria dessas crianças aprendeu a ficar em casa por meio de gritos, 
birras e comportamentos agressivos, que podem ser repassados à escola, na vida, 
eles acreditam que os professores devem se tornar "excepcionais" para notar sua 
presença. 
Assim, o comportamento escolar de uma pessoa é representativo de sua 
experiência familiar. Faça a seguinte reflexão: crianças que são indisciplinadas em 
casa muitas vezes não aceitam as regras e condições que devem ser seguidas no 
ambiente escolar, resultando em dificuldade de concentração e aprender. A sociedade 
como um todo, e os educadores em particular, querem uma visão positiva, consciente, 
marcada pelo respeito, responsabilidade, construção do conhecimento, interação, 
participação, formação de caráter e cidadania. 
 
8 
 
 
Começa em casa, começa com os pais, foram os primeiros modelos (SANTO, 
2007). 
 
3.1 Processo de participação da família na escola 
As escolas são um fenômeno relativamente novo na história da humanidade. 
Os aristocratas europeus não mandavam seus filhos para a escola; ele contratava 
santos como mentores para guiá-los no mundo das artes, ciências da época e crença 
religiosa. Também desempenhavam um papel importante na educação, pois quem se 
interessa pela vida religiosa pode adquirir conhecimentos formais e, assim, pode 
ensinar. Com a ascensão da burguesia, empresários abastados também exigiam de 
seus filhos o direito à educação formal, e conhecimentos antes limitados aos "bem 
nascidos" se expandiam um pouco naquele mundo socialmente estruturado. Não bem 
definida e líquida (ARRUDA, 2000, p.68). 
Segundo Outeiral e Cerezer (2003), "a instalação escolar foi criada apenas 
como uma prática conjunta em resposta às crescentes demandas de um mundo cada 
vez mais industrializado"(p. 51). A produtividade exigia trabalhadores mais bem 
equipados para operar máquinas, consertar engrenagens e entender os processos de 
produção. 
 Como resultado, pessoas com habilidades mínimas eram necessárias nas 
fábricas. No entanto, a popularização do saber escolar não privou a família de sua 
função intransferível: a instilação de valores morais e éticos. 
Se olharmos para o tema da participação dos pais na escola como fonte de 
a ampliação do campo de aprendizagem dos alunos, surge a questão: É possível 
planejar e realizar o processo de educação escolar independentemente do tema 
família? Participar do processo de ensino-aprendizagem na escola, o que fazer se a 
família não cooperar? E se a escola não cooperar? 
Para Pereira (2000, p. 62), todas essas questões merecem séria consideração, 
levando em conta os aspectos sociais, culturais e jurídicos da ampliação e mudança 
do relacionamento. Um exame da relação família-escola mostra que, ao longo da 
 
9 
 
 
história, a família passou por diversas mudanças importantes relacionadas ao 
ambiente socioeconômico e político do país, onde o casamento é baseado em 
interesses econômicos e as mulheres são destinadas à castidade, lealdade e 
obediência. 
Almeida (1987, p. 96) destaca que desde as últimas décadas do século XIX 
emergiu um novo modelo de família, a proclamação da república, o fim do trabalho 
escravo, novas práticas sociais e a industrialização, urbanização do Estado. O 
progresso e a modernização proporcionaram terreno fértil para a difusão do modelo 
burguês de origem europeia da família nuclear, a família composta por pai, mãe e 
alguns filhos. 
O homem ainda é o portador da autoridade e o "rei" do espaço público; 
enquanto a mulher assumiu uma nova posição: "rainha da lareira", "rainha do 
espaço privado da casa". Desde cedo, a menina é educada para atuar como 
mãe e esposa, para ver a educação dos filhos e para manter o lar (ALMEIDA, 
1987.p.22). 
 
No que diz respeito aos aspectos jurídicos das questões familiares, a 
Constituição Brasileira de 1988 trata das questões familiares nos artigos 5º, 7º, 201, 
208 e 226 a 230. Como novo conceito a família traz algumas inovações (artigo 226): 
“Um homem e uma mulher (§ 3º) e uma comunidade composta por um dos pais e seus 
descendentes (§ 4º). Os direitos e deveres relativos à sociedade conjugal são 
exercidos igualmente por homens e mulheres (§ 5º)”. 
Os fenômenos observados hoje são no mínimo curiosos. Por um lado, as 
escolas reclamam que as famílias não estão monitorando o desempenho acadêmico 
de seus filhos, os pais não têm a determinação de estabelecer limites para seus filhos 
e muitos estão tendo problemas para transmitir moralmente valores importante na vida 
social. Por outro lado, a família reclama das exigências excessivas das escolas que 
tornam os pais mais responsáveis pela aprendizagem de seus filhos, e a falta de 
currículo se concentra mais na disseminação de valores e preparação dos alunos para 
os desafios não acadêmicos da sociedade e do mundo do trabalho. 
Durante as últimas duas décadas, várias mudanças ocorreram nos aspectos 
sócio-político-econômicos associados ao processo de globalização da economia 
 
10 
 
 
capitalista. Intervir nas dinâmicas e estruturas familiares e provocar mudanças nos 
seus modelos organizacionaistradicionais. Segundo Pereira (1995, p.60), as mais 
óbvias são: 
 A fertilidade diminui devido ao acesso a contraceptivos e esterilização; 
 Tendências de envelhecimento populacional; 
 Diminuição do número de casamentos e aumento da dissolução, com 
acréscimo na vida de solteiros; 
 Aumento das taxas de coabitação para que as crianças possam aceitar 
outros valores, menos tradicionais; 
 Aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa, 
principalmente 
 Por mulheres, que trabalham fora e têm menos tempo para cuidar da 
casa e dos filhos. 
No entanto, tais mudanças não devem ser consideradas como tendências 
negativas, menos do que "ideia da crise, atualmente em evidência podem ser 
enganosas. A aparente a desorganização da família é um dos aspectos da 
reestruturação que sofre o que de um lado os problemas podem levar às outras 
soluções de rodadas. Também oferece a possibilidade de a emancipação 
dos segmentos é tradicionalmente aprisionada no espaço restritivo de muitas 
empresas de melhoria opressiva. 
Como resultado, os diferentes papéis sociais de homens e mulheres estão 
desaparecendo não só no lar, mas também no trabalho, na rua, no lazer e em outras 
áreas da atividade humana (PEREIRA 1995, p. 65) 
Embora cada momento histórico corresponda a um modelo de família 
dominante, ele não é único. Além disso, o surgimento de uma tendência não dissipa 
imediatamente outra tendência, comprovando que no início do século poderíamos 
identificar a existência de homens patriarcais, mulheres “rainhas da casa” e mulheres 
profissionais. Então, ao invés de falar da família, as pessoas falam da família para que 
a gente tente pensar nas várias relações que convivem na sociedade. Outro aspecto 
que deve ser ressaltado é o significado social da família, qual sua razão de ser? 
 
11 
 
 
Kaloustian (1988, p.30) argumenta que, independentemente do arranjo ou 
estrutura familiar, a família é um lugar indispensável para a sobrevivência e proteção 
adequada dos filhos e demais membros. As famílias fornecem contribuições 
emocionais, especialmente materiais necessários para o desenvolvimento e bem-
estar de seus membros. Ela desempenha um papel que é decisivo na educação formal 
e não formal e a assimilação de valores morais e humanitários em seus espaços e o 
aprofundamento dos laços de solidariedade. As marcas também são construídas ao 
longo de gerações, e valores culturais observados. 
Gokhale (1980, p. 80) acrescenta que a família não é apenas o berço da cultura 
e a base das sociedades futuras, mas também o centro da vida social, da criatividade 
e do comportamento produtivo dos adultos O desenvolvimento da personalidade e do 
caráter humano. 
Em uma organização social, ficou demonstrado o importante papel da família 
na proteção, no afeto e na educação. Onde devemos buscar as bases para a relação 
educação escola/casa? A responsabilidade da família pelo processo de escolarização 
e sua importância no ambiente escolar é reconhecida abertamente na legislação 
nacional e nas diretrizes aprovadas pelo Ministério da Educação na década de 1990, 
tais como: 
Incisos 4º e 55 da Lei da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90). Política 
Nacional de Educação Especial, como uma de suas diretrizes gerais: a utilização de 
mecanismos para promover a participação efetiva das crianças. A família está no 
desenvolvimento global do aluno. Entre seus objetivos específicos, temos: o 
envolvimento da família e da comunidade no desenvolvimento da personalidade do 
aluno. 
Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação (Lei 9.394/96), artigos 1º, 2º, 6º 
e 12º. 
 O Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10.172/2007), como uma 
de suas diretrizes, define a implementação de conselhos escolares e outras formas 
de participação das comunidades escolares (inclusive por meio da integração familiar) 
 
12 
 
 
e identidades locais para melhorar o funcionamento das escolas, instituições 
educacionais e uma grande variedade de ofertas e recursos de ensino. 
Não podemos deixar de mencionar a recente iniciativa do MEC, que designou 
o dia 24 de abril como o Dia Nacional da Família nas escolas. A este respeito, todas 
as escolas devem convidar os familiares dos alunos a participar nas suas atividades 
educativas, segundo o ex-ministro da Educação, “quando os pais se envolvem na 
educação dos filhos, aprendem mais”. 
Nesse caso, precisamos saber por que as famílias não estão atendendo às 
expectativas dos educadores quando se trata de engajamento na escola. Para tanto, 
é preciso abandonar a atitude do juiz de condenar sem conhecer a causa, e integrar 
o espírito de investigação à causa desconhecida. 
3.2 Separando os papéis 
Mesmo sabendo que a escola e a família desempenham um papel crucial na 
formação do indivíduo, é preciso também saber que cada um tem seu papel nessa 
função sem a ajuda do outro, daí a importância de um bom e saudável relacionamento, 
em que ambos cumprem seus respectivos papéis, tem maiores oportunidades de 
aprendizagem significativa. 
Sublinho que o papel da família na formação e aprendizagem das crianças 
jovens é único. Nenhuma escola, por melhor que seja, pode substituir a família. Por 
outro lado, o papel da escola na vida de uma criança é igualmente único. Mesmo que 
as famílias se esforcem para serem educadores, os aspectos sociais, os 
conhecimentos e relacionamentos não são adequadamente abordados em ambientes 
domésticos. (PAROLIN, 2008, p.01) 
Segundo Sutter (2007), na aula deve-se falar sobre amizades, a importância do 
grupo social e questões afetivas, a realidade é um pouco diferente, hoje não basta 
mais conhecer e transmitir conhecimento. 
É preciso ir mais longe e na maioria dos casos é preciso estar presente no 
ambiente escolas e famílias, tentando entender os alunos, como os laços familiares. 
Saiba que o papel do professor não é apenas um quadro-negro ou um caderno, é 
 
13 
 
 
transformar o sonho em realidade, é fazer com que os alunos saibam o céu é o limite 
para quem tem força de vontade. 
Seus métodos de ensino também devem ser flexíveis nesse sentido, sempre 
buscando melhorar a compreensão do que era considerado a melhor forma de ensinar 
ontem, ou melhor, um método pedagógico que hoje pode ser descartado ou 
substituído por métodos que reflitam a realidade considerando cada aluno, seu 
cotidiano e seu conhecimento empírico. 
Ficou claro que muito foi deslocado da família para a escola, muitas obrigações 
familiares foram “lançadas nas costas” das escolas, os pais esperam que a escola 
ensine e eduque seus filhos para a vida, o que de fato educar seria tarefa da família, 
hoje tornou-se um "dever" da escola, o pai espera que o filho saia da escola lendo, 
escrevendo e praticando conceitos de ética e moral que deveriam ter sido ensinados 
em casa com foco em seus reais suprir as necessidades que devem vir de casa e a 
família perde sua essência. 
O modelo de escola atual leva o professor a estar em contato com a realidade 
de cada um de seus alunos, como disse antes, o professor vai além das paredes da 
sala de aula e passa a vê-los de forma afetuosa e não apenas como meros potes e 
panelas. Lacunas esperando para serem totalmente preenchidas pelo conhecimento 
imposto. 
3.3 Reflexão sobre a relação escola e família 
A necessidade de examinar a relação entre família e escola é mantida e 
reforçada quando o professor busca olhar para o aluno sem perder de vista a pessoa 
como um todo, ou seja, entendendo que ele, ao ingressar no sistema escolar, não 
deixa de ser filho, irmão, amigo, etc. 
Paro (2000) estudou o papel da família no desenvolvimento da escola primária. 
A distância entre escola e casa não deveria ser tão grande, pois para ele a escola 
“dificilmente absorveu todos os avanços da psicologia e da pedagogia educacional, 
utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos ao senso comum 
predominante nas relaçõesfamiliares” (p. 16). O autor aponta que a escola atual das 
crianças é muito parecida com a escola que os pais frequentavam, e, portanto, esta 
 
14 
 
 
não deve se sentir tão distante do sistema educacional e também do professor, 
embora admita a necessidade do cuidado parental. Comprometido com a escola, não 
sabe como gerenciá-la. 
O autor aponta que a escola atual das crianças é muito parecida com a escola 
que os pais frequentavam, e, portanto, esta não deve se sentir tão distante do sistema 
educacional e também do professor, embora admita a necessidade do cuidado 
parental. Comprometido com a escola, não sabe como gerenciá-la. 
A família desempenha um papel importante no desempenho acadêmico das 
crianças, e concluiu-se que existe uma interdependência entre as condições sociais 
de origem. As famílias e sua relação com as escolas e as aparentes mudanças pelas 
quais passaram recentemente em termos de estruturas e dinâmicas internas. 
Manifesta uma intenção crescente de conexões entre os distritos: casa e escola. 
(NOGUEIRA, ROMANELLI e ZAGO, 2000, p. 11). 
Assim, esses estudos, em primeiro lugar, fornecem uma importante 
contribuição para repensar essa complexa relação, mas também utilizam dados 
semelhantes para reiterar as conclusões do senso comum colhidas na grande maioria 
dos discursos dos professores, seja desde a primeira infância, ensino fundamental, 
ensino médio: a discórdia familiar afeta negativamente o desenvolvimento acadêmico 
das crianças. Tais achados estão claramente expressos em afirmações como: "tendo 
aprendizes, são os que não frequentam"; "sei que as reuniões de pais e mestres nem 
sempre são agradáveis, mas temos de lhes dizer a verdade sobre as crianças"; "como 
pode um aluno ir bem na escola se o pai bebe álcool, e se sua mãe te abandonasse? 
"eu mando lição de casa e pesquisa, e o menino fica me dizendo que o pai ou a mãe 
não tem tempo para ajudá-lo. " 
Mas e os pais, quais são seus pensamentos? Se fosse feita a pergunta acima 
para eles, como eles responderiam? Sá (2001) observou em sua pesquisa que 
existem "dois lados do discurso", ou seja, que as famílias demonstram preocupação 
e desejo de participar dos assuntos escolares; por outro lado, as manifestações dos 
educadores indicam que os pais estão interessados em participar do que acontece 
fora dos muros da escola coisas como ajudar com a lição de casa. 
 
15 
 
 
Temendo que, ao expandir o poder sobre a administração escolar, esta se 
intrometesse em áreas que não lhe convêm, como exemplo: avaliação dos 
professores, definição do calendário escolar e currículo, os professores acabam 
oferecendo oportunidades de participação restritiva ou demandando conhecimentos 
que os pais não possuem, acabando por levar à alienação da família que, nas palavras 
do autor, "... Ao rejeitar as ofertas participativas que lhes são oferecidas, acreditam 
estar sendo tachados de pais negligentes, filhos despreocupados e irresponsáveis, 
facilmente culpados pelo possível fracasso de seus alunos” (PARO, 2000. p.97). 
A dificuldade em estruturar essa relação de forma eficaz, porém, é que o 
envolvimento dos pais é real, de forma a proporcionar condições de igualdade na 
relação entre as duas instituições, ou seja, uma parceria. Em vez de participar, eles 
enviam doações mensais, colaboram comprando sorteios ou vêm à escola para ouvir 
os professores As inúmeras dificuldades das crianças são um fato da vida na maioria 
dos estudos: o paralelismo entre as duas instituições de reportagem é rompido por 
raras e frágeis interseções. 
Segundo Paro (2000), podemos dizer que, além de problemas como a falta de 
formação dos professores e outros, a escola também fracassou, principalmente 
porque “não dava a devida importância ao que acontecia lá fora e à frente, com seus 
alunos “ (p. 15).Como ponto de partida para encontrar formas de abordar esta 
realidade, ele articula sua pesquisa, “…focando em formas de organização mais bem 
pesquisadas que integram os pais nas escolas com o objetivo de melhorar ensinar…” 
(2000, p. 15). 
Obviamente, a reunião de pais e professores representa o momento mais 
icônico dessa interface casa-escola. Lino e Macedo (1996) relatam os muitos 
sentimentos que permeavam essa relação na introdução do livro "Reunião de Pais: 
Sofrimento ou Prazer?", os autores propõem uma conferência para pais e professores 
trabalharem juntos para promover o desenvolvimento das crianças. 
É uma relação permeada pelos mais díspares fatores: a dor que os pais 
sofrem ao levar seus filhos; o desejo de que a escola lhes proporcione o 
melhor em todos os sentidos; a obrigação de garantir o melhor atendimento 
aos filhos; os pais compartilhando com os professores o ciúme infantil; o 
medo do fracasso escolar; compensação das próprias previsões erradas das 
 
16 
 
 
crianças; o pouco interesse na vida escolar; hiper exigibilidade dos pais; 
atitude de aceitação da criança; problemas de rejeição ou cancelamento; 
dificuldades pessoais dos pais; família com contexto histórico 
socioeconômico; autoritarismo; relação de amor e hostilidade; violência 
contra crianças ou familiares; atitudes, normas e valores morais da família. 
(MACEDO, 1996, p. 12). 
 
Apesar da enumeração incompleta dos aspectos dominantes na relação 
família-escola, como se vê, principalmente afetiva e moral, fica claro que a tarefa de 
construir uma parceria entre tais instituições é fundamental, pois a escola não apoia 
ou talvez nunca manteve a posição de substituta da família no papel educativo, nem 
corresponderá a adotar uma posição de resistência e rivalidade, baseada em uma 
abordagem unilateral que submeterá a família à consideração exagerada de possível 
ignorância e incapacidade para que estes se eduquem e se socializem. 
De fato, essa hegemonia da instituição escolar sobre a instituição familiar em 
termos de formação e/ou competência similar é irreal, pois o desenvolvimento do 
aluno depende de muitos fatores, mas principalmente da boa resolução desses 
aspectos citados acima. Falta de iniciativa dos professores: 
Sobre os pais que não possuem o conhecimento e a capacidade necessária 
para incentivar e influenciar positivamente seus filhos, um bom hábito de 
aprender e valorizar, percebe-se que os próprios professores não têm a 
iniciativa de atuar unido nessa área com os progenitores. Mesmo aqueles que 
mais enfatizaram que os pais preferem ajudar os filhos em casa, silenciaram 
sobre as orientações que poderiam dar, principalmente durante as reuniões 
de pais, quando as reuniões são realizadas. (PARO, 2000, p.65). 
 
Então as escolas precisam desse tipo de parceria com as famílias também, 
porque os professores precisam entender a dinâmica interna e o universo de 
experiências socioculturais que os alunos vivenciam para que possam respeitá-los, 
compreendê-los e poder intervir no desenvolvimento das expressões de sucesso. Eles 
também precisam dessa relação social para poder compartilhar aspectos do 
comportamento da criança com a família: desempenho escolar, qualidade da 
realização das tarefas, relacionamento com professores, colegas, atitudes, valores e 
cumprimento de regras. 
3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única 
 
17 
 
 
Durante séculos, a função da família foi educar as crianças sobre valores, 
religião, hábitos, costumes e tradições familiares. A escola é responsável por 
disseminar o conhecimento acadêmico e formar os jovens para as carreiras. Os dois 
lados confiam um no outro, e um lado concorda com as decisões e posições do outro. 
À medida que o mundo mudou ao longo do último século, esses papéis foram 
confundidos e, em alguns casos, até invertidos, pois não é mais tão claro distinguir 
qual é um papel e qual é o outro. No entanto, uma coisa é certa: ambos compartilham 
uma missão: a educação ao longo da vida. Isso já não é pouca coisa (PERRENOUD, 
2002, p. 
Em tempos turbulentos como o nosso. O que é educaçãono percurso da vida? 
Para Paro (2000, p.15), essa pode ser uma questão um tanto filosófica e profunda. 
Porque a preparação para a vida não inclui mais a transmissão de conhecimentos 
acadêmicos e formais em física, química, biologia, desenho geométrico, história, 
geografia, literatura, a educação remonta aos tempos antigos: preparar as crianças 
para a vida social, torná-las cidadãs do mundo, cidadãs de um mundo que não mais 
se limita à vida das cidades- estado, mas à vida global. Um cidadão do mundo, 
jantando em São Paulo hoje, almoçando em Los Angeles amanhã e tomando café da 
manhã em Tóquio no dia seguinte. 
Somente a experiência concreta pode nos ensinar a viver e conviver com os 
outros, não importa quem sejam ou qual seja sua raça. A coabitação é um aprendizado 
que só pode ser obtido no lar e na escola, geralmente, por exemplo, o pequeno balão 
que experimentamos a vida antes de cair reais (LÓPEZ, 2000, p. 98). 
Uma vez que a escola deixou de ser um espaço privilegiado para a aquisição 
de conhecimentos acadêmicos, sua missão mudou claramente, assim como a 
sociedade e a família, exigindo da escola uma nova postura em relação à educação. 
É nesse ponto que as coisas se complicam, pois a família exige da escola atual tudo 
o que ela exigia e a formação dos alunos como cidadãos do mundo. 
Agora, obviamente, esta é uma tarefa impossível. Mesmo que os alunos 
permaneçam na escola 24 horas, é impossível para a escola dar conta de toda sua 
educação. Escolas e famílias devem se unir para realizar essa tarefa, que se torna 
 
18 
 
 
mais complexa a cada dia. A educação sempre foi uma tarefa difícil e complexa, mas 
hoje, devido a todas as mudanças no mundo e na sociedade, a educação tornou-se 
ainda mais difícil, porque as crianças e os jovens são muito diferentes do passado. 
Nossos padrões educacionais são de pouca utilidade hoje e só se aplicam em 
algumas situações. Se alguma vez houve em um momento na história casa e escola 
precisam que a humanidade trabalhe em conjunto, agora é a hora (LÓPEZ, 2000, p. 
98). 
Neste contexto, é necessário procurar uma solução do dilema entre a família e 
a escola. Dizemos que trabalhar em conjunto ou a quatro mãos não é atropelar o 
trabalho do outro, mas sim apoiar e reconhecer o comportamento do outro. Assim 
como a escola não pode interferir na vida familiar, ela não pode e não deve interferir 
na escola. 
Por isso é importante escolher escolas com alto nível de mentalização e 
transparência, pois famílias e colégios devem ter uma linguagem única e atitudes 
iguais. Se houve um tempo em que a coesão era necessária, é hoje porque as 
pessoas nunca estiveram tão confusas, nem tão divididas, e sem soluções 
(MACHADO, 1999, p.90). 
Embora as diferenças entre casa e escola estejam bem definidas, busque mais 
apoio da primeira para entender a eficácia das ações normalizadora as escolas para 
crianças e adolescentes, com o conhecimento e aquiescência das famílias. No 
entanto, a escola mantém o direito ao conhecimento científico da área disciplinar e do 
processo de aprendizagem das crianças e adolescentes, ao conhecimento baseado 
nas ciências biológicas, psicológicas e sociais, mantendo assim o poder de lidar com 
as questões pedagógicas na gestão. - Problemas de ensino (CARVALHO, 2000, p. 
58). 
Hoje, vivemos em outra era mais complexa, diversa e perturbadora do que era 
há algumas décadas. O desafio para as escolas, além de dominar o conhecimento, 
em meio a mudanças permanentes e rápidas, é o desafio dos relacionamentos com 
os alunos, sejam crianças ou adolescentes. As questões disciplinares estão se 
 
19 
 
 
tornando um problema para um número significativo de instituições de ensino (PARO, 
2000, p. 17). 
Sem dúvida, esse contexto permeia problemas de outra natureza, entre os 
quais encontramos o dilema do desenho curricular a ser apresentado na 
contemporaneidade, o impasse na escolha da metodologia de relacionamento 
pedagógico mais adequado, limitando assim como a possibilidade de manter uma 
relação professor-aluno de qualidade e, sem dúvida, o reencontro com nossas 
famílias, é considerado um fator chave neste momento de crise. A escola não se 
ocupou da tarefa de educar os jovens e hoje forma o coro que une outros atores 
sociais que reivindica a retomada da autoridade na esfera familiar, sem a qual é 
intuitivo, ainda mais afirma que nada pode ser feito. Hoje, a família é responsabilizada 
pelos males causados pela violência, pela indisciplina e pelo sentimento de 
desrespeito que cerca os jovens e as crianças, tendo em vista que se concentram no 
papel de produtora e guardiã de valores essenciais para a construção da vida social. 
(LÓPEZ, 2000, p.100). 
4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA 
A essência de cada sujeito é construída a partir da família, as crenças 
e os princípios dependem muito do que se aprende no ambiente familiar, sendo a 
família também o primeiro lugar de educação e formação dos cidadãos. 
Na escola, o indivíduo encontra um porto seguro que contribui para sua 
ordem moral e para o desenvolvimento de seu autogoverno. A colaboração entre 
escola e família, embora não formal - já que de fato não há demarcações ou definições 
claras da esfera de influência de cada instituição na formação moral do indivíduo - 
precisa ser trabalhada para que ambos possam se beneficiar dela. 
Até recentemente, as funções esperadas de cada uma dessas instituições eram 
muito claras: a escola deveria fornecer apenas instrução e conhecimento formal, 
enquanto a família, além de manter bons costumes, deveria moldar valores e atitudes 
sociais. A intenção de educadores modernos é fazer com que a família assuma parte 
da responsabilidade pela educação formal. 
 
20 
 
 
A educação exige respeito e responsabilidade mútua entre família e escola na 
formação (moral e educativa) da pessoa. Nesse modelo, pais e professores têm 
espaço para expressar seus pontos de vista, e devem trabalhar juntos e em harmonia 
para que o aluno demonstre o mesmo respeito pelos professores e pela família, e vice-
versa. Essa relação de cooperação significa o enfrentamento das escolhas, da 
ansiedade e do desenvolvimento moral como construção do próprio sujeito, o que 
envolve um trabalho contínuo com estruturas lógicas e relações de confiança. 
A relação entre família e escola obriga os participantes a experimentar e mudar 
de papéis, melhorando a compreensão e corrigindo eventuais vieses. Afinal, é muito 
pertinente que educadores e escolas garantam que haja uma linha de comunicação 
aberta e direta para aumentar o envolvimento dos pais na vida escolar de seus filhos. 
Os professores precisam conhecer e compreender a real situação social e 
econômica de seus alunos e da comunidade em geral. A partir daí, ele deve propor e 
implementar mecanismos para otimizar a qualidade da educação. 
De um modo geral, não há regras para o relacionamento do educador com os 
alunos e seus responsáveis, mas deve haver um comportamento. Esta não é uma 
tentativa de identificar a família ou o estilo de vida atual como a causa do problema. 
Buscar apoio e envolvimento da família ou responsável é também tarefa do educador 
no processo de aprendizagem. Além disso, vale lembrar que tudo ao redor da criança 
é um mecanismo educativo; a formação e amadurecimento dos cidadãos também se 
dá por meio da percepção da comunidade e do mundo. 
Tanto a escola como a família desempenham um papel importante na 
educação e no desenvolvimento da criança, e cada uma tem a sua forma de agir. As 
crianças ganham quando podem atuar em paralelo, então as famílias são parceiras 
no aprimoramento dos alunos. A família tem uma vantagem na função educativa, e 
essa influência, embora primária, é necessária para a construção da educação; 
nenhum outro fundamento ou ação pode substituí-la. Por exemplo, se a 
responsabilidade da criança for quando a lição de casa é vista como um valor, ela teráum impacto muito maior do que se fosse valorizada apenas na escola. 
Até recentemente, os professores eram frequentemente os fornecedores de 
conhecimento. Atualmente, no entanto, eles se deparam com a necessidade de 
participar da formação do caráter do aluno como comunicador de crenças e 
 
21 
 
 
julgamentos. Neste caso a passagem de valores não pode acontecer se o ato de 
educar não for entendido apenas como uma forma de existência; contudo deve ser 
visto também como um ato de amor. 
Em consonância com isso, há a necessidade de rever os métodos de ensino. 
Os jovens estudantes hoje têm diferentes formas de obter informações 
e, bombardeados por todos os tipos de mídia, acabam por desenvolver um senso 
crítico sobre o que está sendo transmitido a eles em sala de aula. O professor que era 
o dono da verdade deve assumir uma posição intermediária entre as informações e o 
desenvolvimento do conhecimento. Considere o seguinte: 
O contato próximo e contínuo entre professores e pais levam muito mais do 
que informações mútuas... Pode até haver uma divisão de responsabilidades 
ao aproximar a escola da vida ou das preocupações dos pais, e proporcionar 
mutuamente o interesse dos pais pelos assuntos escolares (PIAGET, 2007, 
p. 50). 
 
O papel dos professores e dirigentes escolares na ação do núcleo familiar deve 
centrar-se em: inovação contínua nos métodos de produção e construção do 
conhecimento; estabelecimento de valores que os alunos devem carregar consigo 
como fundamento da vida adulta; e avaliação da oposição cultural, sempre em 
conjunto com a educação política, sempre em estreita concordância com o Projeto 
Político-Pedagógico (PPP) escolar. 
 
4.1 Normas de convivência entre família e escola 
 
Estabelecer comunicação direta com pais e responsáveis visam diretamente 
estabelecer práticas colaborativas de interação entre as escolas com a família. Essa 
interação deve passar pelo respeito entre todas as partes, fazendo da construção do 
conhecimento e da cidadania o principal objetivo a ser alcançado. 
O dinamismo da sociedade contemporânea exige que o diálogo seja o motor 
da busca do conhecimento nas escolas. Isso pode ser alcançado incentivando a 
reflexão e a análise. Além disso, as crianças devem ser ensinadas a encontrar 
maneiras de usar as habilidades de questionamento e interpretação para alcançar a 
autonomia. No espaço escolar podem ser desenvolvidos valores que estão 
intimamente relacionados com a capacidade de conviver, com viés para respeito e 
ética. 
 
22 
 
 
Para criar um ótimo ambiente para a convivência escolar, é necessário 
considerar e disseminar algumas premissas nas relações entre professores e alunos 
e entre professores e pais (ou responsáveis). A seguir, veja quais são essas 
premissas. 
 Meios de comunicação: algumas escolas usam portais eletrônicos para 
se comunicar com os pais sobre seus alunos. Mas nas escolas públicas 
ainda é preciso usar métodos mais tradicionais, como murais ou envio 
de cartas (com a criança como portadora). 
 
 Respeitar o horário: Este ponto significa que os alunos respeitam o 
horário e a pontualidade das aulas ao entrar e sair da escola. 
 
 Vestuário adequado ou uniforme: neste momento, é fundamental 
garantir a proteção térmica e o conforto ideais durante os exercícios 
físicos identificados no calendário semanal. 
 
 Compromisso de supervisionar as atividades escolares: em casa, os 
pais e responsáveis devem ajudar os alunos com atividades destinadas 
a melhorar o aprendizado e o desenvolvimento em sala de aula certas 
habilidades. Devem também incentivar a prática da aprendizagem e da 
leitura. Esta é uma forma de os pais e responsáveis se envolverem e 
entender ativamente o que é apresentado às crianças e como elas 
respondem a isso. As atividades realizadas em casa são baseadas nos 
critérios do professor e no PPP da escola. 
 
 Participação em Eventos Escolares: os pais e responsáveis devem ser 
convidados para eventos e atividades desenvolvidas pela escola e 
organizados pelos alunos com a maior frequência possível. Para 
envolver todos, podem ser criadas oportunidades para que a família 
participe ativamente da contação de histórias , musicais, saraus 
literários, peças de teatro, etc. 
 
Estabelecer a premissa e as regras de convivência harmoniosa permite que os 
participantes desenvolvam relações amistosas que valorizem e respeitem a 
diversidade intelectual e as diferenças sociais de cada um. 
5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 
A relação família e escola sempre traz desafios, pois questiona o papel e a 
responsabilidade de cada instituição na educação integral das crianças. A vida familiar 
 
23 
 
 
e a vida escolar se complementam. Nesse sentido, é importante que famílias e escolas 
desenvolvam parcerias que reconheçam os benefícios da participação e compartilhem 
a responsabilidade no processo de aprendizagem. Afinal, com atitude firme, o 
resultado será a consolidação de princípios que agenciem a aprendizagem e a 
desenvolvimento social das crianças. Nota-se: 
[...] a família tem atributos que distinguem da escola e suas obrigações a 
abordam dessa mesma instituição, a escola tem sua metodologia e filosofia 
para educar uma criança, mas ela precisa que ele se junte à família para 
reforçar sua educação (PAROLIN, 2003, p. 99). 
 
 
Neste conjunto, uma relação harmoniosa entre casa e escola é importante e 
indispensável, pois embora cada instituição tenha seus próprios valores e objetivos 
na educação das crianças, estes incidem sobre vários aspectos da formação docente 
global. 
O espaço familiar é considerado um espaço de privilégio e de socialização em 
que a criança fortalece sua primeira prática de convívio e responsabilidade. Na família, 
a criança demonstra a forma de convivência com os demais membros do centro 
familiar. 
No entanto, a família é a área onde se estuda inicialmente a prática cívica, 
seguindo os princípios do respeito, fraternidade, igualdade e direitos humanos. Como 
destacam Dessen e Polonia (2007, p. 23), “No ambiente familiar, as crianças 
aprendem a administrar e resolver conflitos, controlar suas emoções, expressar os 
diferentes sentimentos que compõem os relacionamentos e lidar com a diversidade e 
adversidade em suas vidas." 
Nesse sentido, deve-se ter em mente que o desenvolvimento emocional de 
uma criança se consolida por meio da influência das relações familiares. Como você 
sabe, um ambiente familiar pode ter um impacto positivo ou negativo no bem-estar de 
seus membros. Assim, as crianças refletem o comportamento da família em que vive, 
pois a família é a referência primordial para os valores morais e culturais de todos. 
Segundo Kaloustian (1998, p. 12), as situações familiares podem ser 
“caracterizadas por problemas sociais de diversas naturezas, como frequentes 
ataques aos direitos humanos, exploração e abuso, barreiras econômicas, sociais e 
 
24 
 
 
culturais ao aumento global de seus membros.” A formação da disciplina envolve 
diversos aspectos que precisam ser considerados e avaliados. 
Não é apropriado focar apenas em fatores dentro da família: também precisa 
ser considerado fatores condicionantes do ambiente familiar, como a política social do 
país. No contexto educacional, a família desempenha um papel importante no 
processo de educação formal e não formal, orientando a criança a se tornar um adulto 
responsável e com um futuro próspero. 
Juntos, famílias e escolas atuam na promoção do desenvolvimento social, 
emocional, cultural e cognitivo dos indivíduos, sendo também veículos de 
disseminação do conhecimento e valores morais e culturais. Analise o seguinte: 
 
Nas escolas, o conteúdo do currículo garante a instrução e a compreensão 
do conhecimento pedagogicamente centrado— aprender. Na família, os 
objetivos, conteúdos e métodos são diferentes e promovem o processo de 
socialização, proteção, e condições básicas dasobrevivência e o 
desenvolvimento de seus membros nos níveis social, cognitivo e emocional 
(DESSEN; POLÔNIA, 2007, p. 22). 
 
A lei sustenta a premissa da importância da relação casa-escola para o 
desempenho escolar das crianças. Veja o que diz o artigo. 205 da Constituição 
Federal: “A educação é direito de toda pessoa e obrigação do Estado e da família 
requerendo a colaboração social dirigindo o pleno adiantamento do ser humano, em 
preparação para o exercício da cidadania e designação para o trabalho.” (BRASIL, 
1988). 
A experiência escolar mostra que o envolvimento dos pais ou responsáveis é 
fundamental para o processo de aprendizagem e desenvolvimento e as crianças 
socializam. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 4ºorigina o 
seguinte: 
As famílias, as comunidades, a sociedade como um todo e o poder público 
têm a responsabilidade de garantir a efetivação dos direitos relacionados à 
família como prioridade absoluta a saúde, alimentação, educação, esporte, 
lazer, especialização, cultura, liberdade e convivência familiar e comunitária 
(BRASIL, 1990). 
 
 
25 
 
 
A Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação (LDB) também destaca a 
presença das famílias no processo de escolarização e no ambiente escolar - Lei nº 
9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Apresentada em seu art.1º. Considere o seguinte: 
"A educação inclui o processo de formação, o desenvolvilmento na vida familiar, 
convivência humana, trabalho, instituições de ensino e pesquisa, movimentos sociais 
e organizações sociais da sociedade civil e expressões culturais” (BRASIL, 1996). O 
art. 2º da LDB afirma que “a educação é responsabilidade da família e do Estado, 
inspirada nos princípios da liberdade e no ideal da solidariedade humana, visando o 
aumento integral do educando, a preparação para o exercício da cidadania” e a 
qualificação para o trabalho.” (BRASIl,1996). 
Ainda a legislação, e essas leis fornecerem toda a base de como solicitar a 
participação da família no ambiente escolar, ainda há grandes retrocessos em nosso 
sistema educacional. 
Em relação ao envolvimento dos pais nas atividades escolares, Szymanski 
(2003, p. 68) observou que “a situação das famílias trabalhadoras dificulta 
acompanhar de perto os estudos acadêmicos de uma criança”. Em muitos casos, os 
pais ou responsáveis têm baixos níveis de escolaridade. Mas mesmo assim, muitas 
famílias demostram boa vontade e cooperação. A família teve que superar vários 
desafios. Colaborar efetivamente nas atividades escolares. Fatores como baixa 
escolaridade dos pais ou responsáveis, condições econômicas e sociais da família e 
aspectos relacionados ao ambiente familiar (casos de violência doméstica, 
composição familiar) influenciam. 
No entanto, toda participação é muito importante: trata-se de acompanhar o 
desenvolvimento de seu filho. Outro aspecto é que quando uma criança sente a 
presença da família no ambiente escolar, ela se sente valorizada, acolhida e motivada 
a realizar suas atividades da melhor forma possível, deixando assim a família 
orgulhosa dela. Além disso, há a questão da valorização do ambiente escolar como 
espaço de socialização e construção baseada na interação. 
A presença dos pais como observadores e monitores do desempenho escolar 
não pretende apenas intervir desvios no comportamento dos alunos, mas também 
buscar e cooperar na busca de uma educação de qualidade. Ao mesmo tempo, o 
aluno e as duas entidades mais importantes da sociedade, a família e a escola, 
 
26 
 
 
precisam caminhar lado a lado, com muita interação, pois seu objetivo comum é 
construir um cidadão pleno e se integrado a sociedade. 
Um pré-requisito necessário para a relação família-escola é a criação de um 
clima de valorização mútua, sentimentos como confiança, competência, 
comprometimento e ajuda ganham espaço, mas ficam limitados à competência de 
atuação da respectiva instituição. O envolvimento da comunidade nos processos 
educativos possibilita o compartilhamento do conhecimento tão valorizado no 
ambiente escolar. 
A ideia é permitir intervenções e contribuições de uma perspectiva democrática, 
para que os envolvidos tentem resolver problemas e melhorar a qualidade do 
processo de ensino e aprendizagem, criando novos modelos educacionais abertos a 
mudanças constantes. 
Observe o que Mittler tem a dizer sobre a importância dessa relação e do 
trabalho com os pais: 
Encontrar novas maneiras de trazer professores e pais para uma melhor 
relação de trabalho é bom para a própria causa e também beneficia todas as 
crianças, pais e professores, além de impactar o aprendizado e a inclusão 
social das crianças, bem como a promoção da escola. Pais e mães são os 
primeiros, os principais e mais duradouros educadores de uma criança. 
Quando os pais e profissionais trabalham juntos na infância, os resultados 
têm um impacto positivo no desenvolvimento e na aprendizagem da criança. 
Portanto, a cooperação efetiva com os pais deve ser buscada em cada 
estágio de desenvolvimento (MITTLER 2003, p. 205) 
 
Por isso, é importante que as escolas estimulem a participação da família. 
Como os pais ou representantes sabem pouco ou nada sobre desenvolvimento 
cognitivo e psicológico, deve ser sua iniciativa valorizar e fortalecer o relacionamento. 
Em muitos casos, os pais deixam de participar da vida por desconhecimento do 
verdadeiro impacto e significado de suas ações da escola de seus filhos. 
 
5.1 A função da família e o ambiente escolar 
 
A família transformou ao longo da história. Porém, ainda é reconhecido como a 
instituição dos laços afetivos, nos quais cresce todo o processo de humanização do 
indivíduo. Um clima doméstico amoroso tem um impacto positivo no desenvolvimento 
de conhecimento e no desempenho escolar de uma criança. 
 
27 
 
 
Em contrapartida, o campo da psicopedagogia destaca os problemas e 
dificuldades de aprendizagem observados e vivenciados no ambiente escolar. Pode 
ser causada por fatores cognitivos, psicológicos, emocionais ou sociais. Tendo como 
exemplo, é comum que problemas, situações familiares instáveis, falta de afeto e 
estrutura social e econômica precária dissimulem o processo de aprendizagem da 
criança. Portanto, observa-se que as dificuldades de aprendizagem nas crianças 
podem ser decorrentes de problemas familiares. 
Com todos esses aspectos em mente, nota-se a importância dos pais ou 
responsáveis no processo de aprendizagem da criança. Nesse sentido, é evidente a 
necessidade de consolidar relações produtivas entre crianças, pais e escolas. Afinal, 
para alcançar uma formação crítica e completa, as crianças precisam se sentir 
seguras e amparadas tanto no ambiente doméstico quanto no ambiente escolar. Cabe 
à família e à escola garantir as condições de estudo para um desenvolvimento 
adequado das crianças e adolescentes. 
Veja o que Oliveira destaca: 
A família é a instituição central onde começa a socialização: é onde a criança 
começa como indivíduo social desde o nascimento. Depois tem a escola, 
trabalhando com a comunidade para inserir o indivíduo nela, o que acontece 
durante todo o processo de socialização vida. Assim, a família nunca pode 
abrir mão de sua função socializadora, embora na escola a interação social 
seja ampliada, assumindo uma nova dimensão, diversa e pluralista, tornando-
se um processo dinâmico que sempre funciona ou deveria funcionar em 
conjunto com a família (OLIVEIRA 2010, p. 7). 
 
Espera-se que famílias e escolas possam alcançar os mesmos objetivos de 
forma harmoniosa e, em conjunto, proporcionar aos alunos a aprendizagem de alta 
qualidade para desenvolver cidadãos críticos para superar as complexidades que 
surgem na sociedade. Na visão de Estevão (2012, p. 4), “As famílias devem se 
esforçar para momentos na vida de seus filhos, sua presença implica engajamento, 
comprometimento e cooperação, devem estar atentos às dificuldades, não apenas 
cognitivas, mastambém comportamentais”. 
Assim, as famílias devem se animar para estar mais envolvidas em todos os 
períodos da vida de seus filhos, incluindo a vida escolar. Contudo, esta presença 
implica empenho, dedicação e cooperação. A função dos pais é prosseguir o trabalho 
da escola e criar as categorias para que as crianças prosperem dentro e fora da sala 
de aula. 
 
28 
 
 
As famílias podem informar ativamente nas decisões sobre a escola de seus 
filhos. Candidatar-se a um cargo no conselho escolar é uma ótima maneira de 
supervisionar e amparar o trabalho dos administradores escolares. O conselho escolar 
é composto por pais, representantes dos alunos, professores, funcionários, membros 
da comunidade e diretores. Toda escola deve pôr regras transparentes e 
democráticas para a eleição dos membros do conselho. 
 
6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA 
As escolas fazem parte da comunidade e por isso requerem mecanismos de 
parceria harmoniosa com as famílias, tendo em conta as responsabilidades 
adequadas de cada instituição. Uma escola ideal é aquela que tem significado fora do 
espaço escolar, que foca na qualidade de vida dos alunos e contribui para a 
transformação da comunidade. 
Castro e Regattieri apontam algumas das ações realizadas pelas escolas 
públicas para promover a interação família-escola. Dentre eles, os mais destacados 
são: 
Professores ou agentes educativos fazem visitas às casas dos alunos e a 
autarquia trabalha com psicólogos para criar serviços especiais e assistentes 
sociais para preencher a lacuna entre as escolas. Em redes maiores, os 
mecanismos para falar e ouvir os familiares incluem fóruns, números gratuitos 
e publicações distribuídas em casa. (2009 apud ISHIDA; SOUZA, 2014, p. 8) 
 
Nesse contexto, é importante que o PPP da escola leve em consideração a 
participação da família no ambiente escolar em diferentes situações, não apenas 
aqueles relacionados ao conflito, infrequência e até mesmo baixo rendimento escolar. 
É importante cultivar um “sentido de pertencimento”, ou seja, as famílias também são 
responsáveis pela educação dos filhos. Isso possibilita que o comportamento 
interativo entre casa e escola contribua para o aprendizado e a formação integral das 
crianças e adolescentes. Ao planejar medidas que aproximem a família do ambiente 
escolar para a convivência na escola, deve-se considerar uma escola pública que leve 
em consideração os interesses da comunidade escolar. Ao acercar-se essa questão, 
Veiga destaca o seguinte: 
 
29 
 
 
Os programas de educação política são a identidade das escolas, 
educadores, funcionários, alunos e familiares que precisam determinar seu 
propósito: o tipo de escola que desejam e o tipo de cidadania que desejam 
formar. No entanto, podemos observar que as famílias estão envolvidas na 
formulação, implementação e na avaliação do PPP, por isso a comunidade 
escolar deve empreender um esforço para reconhecer as famílias de seus 
alunos, identificar os motivos da baixa participação e compreender as 
organizações familiares. (VEIGA 2004 apud ISHIDA; SOUZA, 2014, p. 6) 
 
Atitudes como essas promovem reconhecimento para a escola e para a 
comunidade escolar. Além disso, desenvolvem os vínculos da escola com a 
comunidade como um todo, fortalecendo a visão positiva da instituição. Essa 
dinâmica fortalece e promove ações que contribuem para melhorar a qualidade 
de vida da comunidade do entorno. Os benefícios resultantes dessa parceria 
entre família e escola são recíprocos, pois a comunidade também se beneficia 
dos serviços e ações comunitárias desenvolvidas no ambiente escolar. 
Além disso, os benefícios são sentidos pelos alunos, pois a abordagem 
comunitária permite que os pais ou responsáveis intervenham no desenvolvimento da 
aprendizagem de seus filhos, proporcionando uma educação participativa repleta de 
sentimentos e significados para os envolvidos. Seguem abaixo algumas ações que 
podem fortalecer a relação família-escola. 
1. A escola deve estar disponível para as famílias além de convites para 
reuniões de pais ou discussões sobre atitudes e comportamentos das 
crianças. 
2. As escolas devem estimular os pais ou responsáveis que espontaneamente 
procuram estabelecer um diálogo com eles. Este momento de acolhimento 
não é função exclusiva da gestão escolar, mas pertencem à direção de toda 
a equipe escolar. 
3. As famílias devem ser as vozes multiplicadoras das boas ações da escola na 
comunidade. Famílias satisfeitas com o trabalho escolar tendem a 
compartilhar suas boas experiências nas relações pessoais e sociais, o que 
pode gerar novas parcerias para a escola. 
4. As escolas devem aproveitar esta parceria para promover programas que 
envolvam a comunidade e o trabalho, incluindo responsabilidade social, o 
 
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voluntariado, a importância de pertencer e proteger os recursos escolares. 
5. Os planos de ação devem incluir temas de causas e aspirações comuns com 
a comunidade, respeito à diversidade e cultura local. 
6. As escolas devem incentivar atividades de ensino e aprendizagem que 
discutam questões de bairro e inspirem a conscientização de todos sobre as 
questões da comunidade. Para tanto, pode realizar ações que mobilizem a 
tomada de decisões coletivas para enriquecer a aprendizagem dos alunos e 
desenvolver seu senso de crítica e participação. E estimular a relação entre 
família e escola. 
7. As escolas precisam estabelecer canais de comunicação eficazes. Isso pode 
ser desenvolvido por meio de redes sociais, canais de ouvidoria, caixas de 
conselhos e reclamações, etc. É importante definir uma pessoa responsável 
por receber essas comunicações, direcioná-las, respondê-las e, sempre que 
possível, transformá-las em ação. 
8. As escolas devem, sempre que possível, abrir suas portas para a participação 
da família e da comunidade nas atividades escolares. Essa campanha pode 
levar a comunidade a entender o trabalho desenvolvido pela instituição. 
9. Como as famílias atualmente estão estruturadas de forma diferente e isso 
deve ser respeitado, é aconselhável planejar eventos em dias memoriais (por 
exemplo, dia das mães e dos pais) levando em consideração as 
especificidades das famílias dos alunos, há um evento do dia da família; isso 
significa que todas as crianças participam sem qualquer preconceito ou 
exclusão. 
10. Diante do novo conceito de família e do tempo e disponibilidade dos pais ou 
responsáveis, as escolas devem considerar ajustar seu horário e formulário 
de atendimento. 
11. As escolas devem encorajar as famílias a participar nos conselhos escolares 
e nas associações de pais e professores. Esse engajamento permite a 
aproximação e descoberta de habilidades e atitudes políticas. Além disso, 
 
31 
 
 
permite uma visão crítica das funções e responsabilidades sociais família-
escola. 
Para interagir, é preciso discutir formas de tornar a escola mais presente no 
cotidiano da comunidade e vice-versa. Ação coletiva para atingir seu objetivo, a 
comunidade escolar (pais, professores, direção, funcionários) devem assumir um 
compromisso com a educação. Assim, pode-se garantir que o objetivo seja alcançado 
em uma ação envolvendo todos, cada um em seu papel. 
7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA 
Segundo Abuchaim (2009), a relação entre escola e família tem se mostrado 
muito importante, pois as crianças se beneficiam desse novo modelo de 
comportamento, pois família e escola acabam formando uma grande família. Na 
medida em que ambos conhecem seu próprio papel na formação do indivíduo e atuam 
de acordo com sua competência, percebe-se que embora ambos sejam protagonistas, 
a escola tem o papel de aproximá-los da família. Portas abertas, eventos culturais, 
reuniões de pais e professores, onde pais e professores discutem decisões tomadas 
na escola. Primeiramente, as famílias são instruídas sobre seus direitos e obrigações 
como parte dacomunidade escolar. 
Por sua vez, os pais têm a responsabilidade de cuidar e participar da vida 
escolar dos filhos. A educação é dever de todos, comunidade, escola e família. Todo 
mundo tem que definir metas juntos, para que a educação de qualidade seja a base 
para a vida futura de uma criança. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
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Brasília: Presidência da República, 1988. 
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TANCREDI, R. M.S. Puccinelli; REALI, A.M. M. R. Visões dos professores sobre as 
famílias de seus alunos: um estudo na área de educação infantil. Publica 
 
	1 INTRODUÇÃO
	2 A FUNÇÃO DA ESCOLA
	3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO
	3.1 Processo de participação da família na escola
	3.2 Separando os papéis
	3.3 Reflexão sobre a relação escola e família
	3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única
	4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA
	4.1 Normas de convivência entre família e escola
	5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
	5.1 A função da família e o ambiente escolar
	6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA
	7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA
	8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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