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1 2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 3 2 A FUNÇÃO DA ESCOLA ................................................................................ 4 3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO ................................................ 6 3.1 Processo de participação da família na escola ............................................. 8 3.2 Separando os papéis .................................................................................. 12 3.3 Reflexão sobre a relação escola e família .................................................. 13 3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única .............................. 16 4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA .......................................... 19 4.1 Normas de convivência entre família e escola ........................................... 21 5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 22 5.1 A função da família e o ambiente escolar ................................................... 26 6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA ............................... 28 7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA ......... 31 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................... Error! Bookmark not defined. 3 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 4 2 A FUNÇÃO DA ESCOLA Nesse duplo destino, nos colocamos como iguais, mas ao mesmo tempo diferentes dos outros, iguais porque pertencemos à mesma matriz cultural que nos permite fazer parte de um grupo e compartilhamos as mesmas coisas com os outros. O caminho do conhecimento, por sua vez, só é possível com o que podemos assimilar sozinhos, não há indivíduo possível fora da sociedade, da cultura. A função da escola é ministrar um conjunto de práticas preconcebidas destinadas a ajudar os alunos a instruir-se conteúdos sociais, culturais e críticos construtivos. Essa colocação social nos leva a duas dimensões: desenvolvimento pessoal, contexto social e cultural. (FREIRE, 2000. p. 132) “A função formal de uma escola é ser a principal responsável pela organização, sistematização e desenvolvimento das capacidades científicas, éticas e tecnológicas de uma nação.” (FORMIGA, 1999. p.2) Seguindo os princípios da liberdade e o ideal da solidariedade humana, visa o desenvolvimento integral do aluno, sua preparação para o exercício da cidadania, sua qualificação para o trabalho e as condições para progredir neste e em outros estudos. Portanto, o conhecimento hoje é entendido como um valor especial, ainda mais do que uma mercadoria material. Em meio à incerteza do atual momento de despertar, todos concordam em uma coisa: a importância do conhecimento para todos, principalmente os jovens, enfrentarem o presente e o futuro. Devemos treinar e instruir os indivíduos para o exercitar como cidadão e no contexto das sociedades complexas (GADOTTI, 2003, p. 50). Para Libâneo (1999, p. 56), “a educação deve oferecer um mapa de um mundo diferente e constantemente prazeroso, ao mesmo tempo em que oferece um instrumento de navegação para viajar” que será o pilar do conhecimento para todos: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprendendo a conviver e aprender a ser humano. Devemos perceber que esses quatro saberes são um só, porque um depende do outro e sempre há necessidade de troca de informações entre eles nos seguintes casos: 5 Aprendendo a conhecer: para mostrar como devemos aprender a conhecer, é preciso lembrar que esse aprendizado tem propósito. A base é a alegria de compreender, conhecer e descobrir. Para tanto, a educação deve criar formas de ampliar a frequência escolar, ou seja, os adultos podem continuar a inscrever-se em novos cursos, pesquisas etc. Conscientizando de que o aumento do conhecimento lhe permita compreender melhor todos os aspectos do meio ambiente e, assim, ser mais crítico e atualizado. Nas crianças, desperte-as e aguce-as para torná-las mais felizes estudar, mas ela deve ter acesso ao método científico para que possa se tornar uma "amiga da ciência". Aprender a fazer: aprender a conhecer e aprender a fazer são em grande parte inseparáveis. Mas aprender a fazer tem maior significado de referência para o treinamento profissional. O indivíduo aprende e coloca seu conhecimento em prática. Devemos perceber que aprender a fazer coisas não pode apenas ensinar um jovem a assumir um papel no qual ele realizará tarefas materiais. Para tanto, os jovens devem ser constantemente atualizados de acordo com o desenvolvimento do setor. Aprenda a conviver com as pessoas: que todos aprendam a conviver com as pessoas, o papel da educação é muito importante, e o desafio também é grande, porque a opinião pública domina. Conhecer o conhecimento através da mídia é impotente. A história humana sempre foi escrita por conflitos étnicos e até religiosos. A educação deve mudar essa situação a partir de conceitos simples de não violência e não preconceito. No entanto, deve utilizar dois caminhos complementares, o primeiro é se descobrir gradativamente, e o segundo é se engajar em projetos comuns ao longo da vida, o que parece ser uma forma eficaz de evitar ou amenizar potenciais conflitos. Aprender a ser: a educação deve contribuir para o desenvolvimento global da pessoa, mental, físico, intelectual, sensível, estético, responsabilidade pessoal e espiritualidade. Todos devem estar preparados através de sua educação para atuar em diferentes contextos da vida. Para isso, cada indivíduo deve ter um pensamento autônomo e crítico, ou seja, sua própria personalidade. O homem deve estar preparado para mudanças, principalmente a desumanização do mundo em conexão com desenvolvimentos técnicos. Exercer o poder de legitimar a educação também significa explicar o que fazemos e aconselhamos; significa ouvir, abrir portas e revisar o padrão 6 conforme necessário. Autoridade significa respeito pela personalidade estudantes, que devem ter o direito de expressar sua opinião. (SAVIANI, 1992, p. 39). Crenças e princípios fortemente defendidos não devem ser gravados em pedra ou mudar a perspectiva de alguém, mas sim estar ausentes dela. Assim, a falta de desempenho convincente torna o aluno inútil e leva à sua angústia e insegurança, que serão utilizados por outros modelos para preencher as lacunas existentes. Nesse contexto, escolas e famílias precisam caminhar na mesma linha, sempre buscando uma relação mais ampla e melhor para a construção de conhecimentos diferenciados. 3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO A constante mudança da sociedade e de seus padrões exige sempre uma certa reflexão e círculo de pensamento, pois essa mudança tem impacto na formação pessoal e escolar do indivíduo. Considerando que desde o nascimento os indivíduossão influenciados pelas características familiares, principalmente os pais e as mães são a base da formação global de cada um de nós, a formação da família pode afetar o caráter e o comportamento de uma pessoa. Assim, entre os maiores vilões do fracasso escolar, a indisciplina, as dificuldades de aprendizagem, os vínculos familiares relacionados a fatores internos, são fatores agravantes na situação das dificuldades acadêmicas. Segundo Stevanato (2003), um aspecto do processo de aprendizagem que realmente importa é o autoconceito. As crianças com dificuldades de aprendizagem experimentam sentimentos de inferioridade, insatisfação, insegurança e ansiedade. Tenha um autoconceito negativo. Assim, se uma pessoa cresce sem a atenção, incentivo e companhia dos pais e parentes próximos, ao longo do tempo, ela pode se sentir inferior e incompetente no relacionamento com os outros, o que pode levá-la a problemas e autoconceito negativo. A relação familiar é uma variável porque não tem manual e cada família faz o que acha certo; então em cada família os pais assumem diferentes posturas. Seguindo o raciocínio de Weber (2004), o seguinte modelo relações familiares: autoritarismo, caracterizado apenas por uma educação baseada em regras, onde o 7 pai é sempre o mestre da razão, e devemos aceitá-lo sem mais debate; o que é permitido, ou seja, a educação é caracterizada por nenhuma restrição, nenhuma regra, e pais e filhos são tratados com igualdade de acesso aos mesmos direitos e deveres; e um lugar democrático para pais e filhos exercerem diálogo, com regras, direitos e obrigações a serem discutidos e respeitados em conjunto. Cubero e Moreno (1995) compartilham a mesma visão do modelo de família seguido, segundo eles: filhos do modelo autoritário são menos agressivos e submissos, mas inseguros e tímidos. Isso se deve à baixa autoestima e autoconceito negativo, adquiridos ao longo de muitos anos de obediência e pouco diálogo; crianças com padrões permissivos geralmente são impulsivos, excessivamente levados pelas próprias emoções, irresponsáveis, incapazes de assumir compromissos e responsabilidades, baixa autoestima, mas se escondem de forma flagrante; os filhos do modelo democrático têm autocontrole, assumem facilmente as responsabilidades que lhes são confiadas, enfrentam os problemas com calma, com forte autoestima, porque estão sempre informados de qualquer decisão ou situação surgiu. Eles têm perseverança e lutam por seus ideais Com base nisso, percebemos que as relações familiares estão diretamente relacionadas à formação global dos indivíduos e podem influenciar no seu processo de aprendizagem. Neste momento, o máximo que você vê são professores reclamando da indisciplina e comportamento abusivo de alguns alunos em sala de aula, porque a maioria dessas crianças aprendeu a ficar em casa por meio de gritos, birras e comportamentos agressivos, que podem ser repassados à escola, na vida, eles acreditam que os professores devem se tornar "excepcionais" para notar sua presença. Assim, o comportamento escolar de uma pessoa é representativo de sua experiência familiar. Faça a seguinte reflexão: crianças que são indisciplinadas em casa muitas vezes não aceitam as regras e condições que devem ser seguidas no ambiente escolar, resultando em dificuldade de concentração e aprender. A sociedade como um todo, e os educadores em particular, querem uma visão positiva, consciente, marcada pelo respeito, responsabilidade, construção do conhecimento, interação, participação, formação de caráter e cidadania. 8 Começa em casa, começa com os pais, foram os primeiros modelos (SANTO, 2007). 3.1 Processo de participação da família na escola As escolas são um fenômeno relativamente novo na história da humanidade. Os aristocratas europeus não mandavam seus filhos para a escola; ele contratava santos como mentores para guiá-los no mundo das artes, ciências da época e crença religiosa. Também desempenhavam um papel importante na educação, pois quem se interessa pela vida religiosa pode adquirir conhecimentos formais e, assim, pode ensinar. Com a ascensão da burguesia, empresários abastados também exigiam de seus filhos o direito à educação formal, e conhecimentos antes limitados aos "bem nascidos" se expandiam um pouco naquele mundo socialmente estruturado. Não bem definida e líquida (ARRUDA, 2000, p.68). Segundo Outeiral e Cerezer (2003), "a instalação escolar foi criada apenas como uma prática conjunta em resposta às crescentes demandas de um mundo cada vez mais industrializado"(p. 51). A produtividade exigia trabalhadores mais bem equipados para operar máquinas, consertar engrenagens e entender os processos de produção. Como resultado, pessoas com habilidades mínimas eram necessárias nas fábricas. No entanto, a popularização do saber escolar não privou a família de sua função intransferível: a instilação de valores morais e éticos. Se olharmos para o tema da participação dos pais na escola como fonte de a ampliação do campo de aprendizagem dos alunos, surge a questão: É possível planejar e realizar o processo de educação escolar independentemente do tema família? Participar do processo de ensino-aprendizagem na escola, o que fazer se a família não cooperar? E se a escola não cooperar? Para Pereira (2000, p. 62), todas essas questões merecem séria consideração, levando em conta os aspectos sociais, culturais e jurídicos da ampliação e mudança do relacionamento. Um exame da relação família-escola mostra que, ao longo da 9 história, a família passou por diversas mudanças importantes relacionadas ao ambiente socioeconômico e político do país, onde o casamento é baseado em interesses econômicos e as mulheres são destinadas à castidade, lealdade e obediência. Almeida (1987, p. 96) destaca que desde as últimas décadas do século XIX emergiu um novo modelo de família, a proclamação da república, o fim do trabalho escravo, novas práticas sociais e a industrialização, urbanização do Estado. O progresso e a modernização proporcionaram terreno fértil para a difusão do modelo burguês de origem europeia da família nuclear, a família composta por pai, mãe e alguns filhos. O homem ainda é o portador da autoridade e o "rei" do espaço público; enquanto a mulher assumiu uma nova posição: "rainha da lareira", "rainha do espaço privado da casa". Desde cedo, a menina é educada para atuar como mãe e esposa, para ver a educação dos filhos e para manter o lar (ALMEIDA, 1987.p.22). No que diz respeito aos aspectos jurídicos das questões familiares, a Constituição Brasileira de 1988 trata das questões familiares nos artigos 5º, 7º, 201, 208 e 226 a 230. Como novo conceito a família traz algumas inovações (artigo 226): “Um homem e uma mulher (§ 3º) e uma comunidade composta por um dos pais e seus descendentes (§ 4º). Os direitos e deveres relativos à sociedade conjugal são exercidos igualmente por homens e mulheres (§ 5º)”. Os fenômenos observados hoje são no mínimo curiosos. Por um lado, as escolas reclamam que as famílias não estão monitorando o desempenho acadêmico de seus filhos, os pais não têm a determinação de estabelecer limites para seus filhos e muitos estão tendo problemas para transmitir moralmente valores importante na vida social. Por outro lado, a família reclama das exigências excessivas das escolas que tornam os pais mais responsáveis pela aprendizagem de seus filhos, e a falta de currículo se concentra mais na disseminação de valores e preparação dos alunos para os desafios não acadêmicos da sociedade e do mundo do trabalho. Durante as últimas duas décadas, várias mudanças ocorreram nos aspectos sócio-político-econômicos associados ao processo de globalização da economia 10 capitalista. Intervir nas dinâmicas e estruturas familiares e provocar mudanças nos seus modelos organizacionaistradicionais. Segundo Pereira (1995, p.60), as mais óbvias são: A fertilidade diminui devido ao acesso a contraceptivos e esterilização; Tendências de envelhecimento populacional; Diminuição do número de casamentos e aumento da dissolução, com acréscimo na vida de solteiros; Aumento das taxas de coabitação para que as crianças possam aceitar outros valores, menos tradicionais; Aumento do número de famílias chefiadas por uma só pessoa, principalmente Por mulheres, que trabalham fora e têm menos tempo para cuidar da casa e dos filhos. No entanto, tais mudanças não devem ser consideradas como tendências negativas, menos do que "ideia da crise, atualmente em evidência podem ser enganosas. A aparente a desorganização da família é um dos aspectos da reestruturação que sofre o que de um lado os problemas podem levar às outras soluções de rodadas. Também oferece a possibilidade de a emancipação dos segmentos é tradicionalmente aprisionada no espaço restritivo de muitas empresas de melhoria opressiva. Como resultado, os diferentes papéis sociais de homens e mulheres estão desaparecendo não só no lar, mas também no trabalho, na rua, no lazer e em outras áreas da atividade humana (PEREIRA 1995, p. 65) Embora cada momento histórico corresponda a um modelo de família dominante, ele não é único. Além disso, o surgimento de uma tendência não dissipa imediatamente outra tendência, comprovando que no início do século poderíamos identificar a existência de homens patriarcais, mulheres “rainhas da casa” e mulheres profissionais. Então, ao invés de falar da família, as pessoas falam da família para que a gente tente pensar nas várias relações que convivem na sociedade. Outro aspecto que deve ser ressaltado é o significado social da família, qual sua razão de ser? 11 Kaloustian (1988, p.30) argumenta que, independentemente do arranjo ou estrutura familiar, a família é um lugar indispensável para a sobrevivência e proteção adequada dos filhos e demais membros. As famílias fornecem contribuições emocionais, especialmente materiais necessários para o desenvolvimento e bem- estar de seus membros. Ela desempenha um papel que é decisivo na educação formal e não formal e a assimilação de valores morais e humanitários em seus espaços e o aprofundamento dos laços de solidariedade. As marcas também são construídas ao longo de gerações, e valores culturais observados. Gokhale (1980, p. 80) acrescenta que a família não é apenas o berço da cultura e a base das sociedades futuras, mas também o centro da vida social, da criatividade e do comportamento produtivo dos adultos O desenvolvimento da personalidade e do caráter humano. Em uma organização social, ficou demonstrado o importante papel da família na proteção, no afeto e na educação. Onde devemos buscar as bases para a relação educação escola/casa? A responsabilidade da família pelo processo de escolarização e sua importância no ambiente escolar é reconhecida abertamente na legislação nacional e nas diretrizes aprovadas pelo Ministério da Educação na década de 1990, tais como: Incisos 4º e 55 da Lei da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90). Política Nacional de Educação Especial, como uma de suas diretrizes gerais: a utilização de mecanismos para promover a participação efetiva das crianças. A família está no desenvolvimento global do aluno. Entre seus objetivos específicos, temos: o envolvimento da família e da comunidade no desenvolvimento da personalidade do aluno. Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação (Lei 9.394/96), artigos 1º, 2º, 6º e 12º. O Plano Nacional de Educação (aprovado pela Lei nº 10.172/2007), como uma de suas diretrizes, define a implementação de conselhos escolares e outras formas de participação das comunidades escolares (inclusive por meio da integração familiar) 12 e identidades locais para melhorar o funcionamento das escolas, instituições educacionais e uma grande variedade de ofertas e recursos de ensino. Não podemos deixar de mencionar a recente iniciativa do MEC, que designou o dia 24 de abril como o Dia Nacional da Família nas escolas. A este respeito, todas as escolas devem convidar os familiares dos alunos a participar nas suas atividades educativas, segundo o ex-ministro da Educação, “quando os pais se envolvem na educação dos filhos, aprendem mais”. Nesse caso, precisamos saber por que as famílias não estão atendendo às expectativas dos educadores quando se trata de engajamento na escola. Para tanto, é preciso abandonar a atitude do juiz de condenar sem conhecer a causa, e integrar o espírito de investigação à causa desconhecida. 3.2 Separando os papéis Mesmo sabendo que a escola e a família desempenham um papel crucial na formação do indivíduo, é preciso também saber que cada um tem seu papel nessa função sem a ajuda do outro, daí a importância de um bom e saudável relacionamento, em que ambos cumprem seus respectivos papéis, tem maiores oportunidades de aprendizagem significativa. Sublinho que o papel da família na formação e aprendizagem das crianças jovens é único. Nenhuma escola, por melhor que seja, pode substituir a família. Por outro lado, o papel da escola na vida de uma criança é igualmente único. Mesmo que as famílias se esforcem para serem educadores, os aspectos sociais, os conhecimentos e relacionamentos não são adequadamente abordados em ambientes domésticos. (PAROLIN, 2008, p.01) Segundo Sutter (2007), na aula deve-se falar sobre amizades, a importância do grupo social e questões afetivas, a realidade é um pouco diferente, hoje não basta mais conhecer e transmitir conhecimento. É preciso ir mais longe e na maioria dos casos é preciso estar presente no ambiente escolas e famílias, tentando entender os alunos, como os laços familiares. Saiba que o papel do professor não é apenas um quadro-negro ou um caderno, é 13 transformar o sonho em realidade, é fazer com que os alunos saibam o céu é o limite para quem tem força de vontade. Seus métodos de ensino também devem ser flexíveis nesse sentido, sempre buscando melhorar a compreensão do que era considerado a melhor forma de ensinar ontem, ou melhor, um método pedagógico que hoje pode ser descartado ou substituído por métodos que reflitam a realidade considerando cada aluno, seu cotidiano e seu conhecimento empírico. Ficou claro que muito foi deslocado da família para a escola, muitas obrigações familiares foram “lançadas nas costas” das escolas, os pais esperam que a escola ensine e eduque seus filhos para a vida, o que de fato educar seria tarefa da família, hoje tornou-se um "dever" da escola, o pai espera que o filho saia da escola lendo, escrevendo e praticando conceitos de ética e moral que deveriam ter sido ensinados em casa com foco em seus reais suprir as necessidades que devem vir de casa e a família perde sua essência. O modelo de escola atual leva o professor a estar em contato com a realidade de cada um de seus alunos, como disse antes, o professor vai além das paredes da sala de aula e passa a vê-los de forma afetuosa e não apenas como meros potes e panelas. Lacunas esperando para serem totalmente preenchidas pelo conhecimento imposto. 3.3 Reflexão sobre a relação escola e família A necessidade de examinar a relação entre família e escola é mantida e reforçada quando o professor busca olhar para o aluno sem perder de vista a pessoa como um todo, ou seja, entendendo que ele, ao ingressar no sistema escolar, não deixa de ser filho, irmão, amigo, etc. Paro (2000) estudou o papel da família no desenvolvimento da escola primária. A distância entre escola e casa não deveria ser tão grande, pois para ele a escola “dificilmente absorveu todos os avanços da psicologia e da pedagogia educacional, utilizando métodos de ensino muito próximos e idênticos ao senso comum predominante nas relaçõesfamiliares” (p. 16). O autor aponta que a escola atual das crianças é muito parecida com a escola que os pais frequentavam, e, portanto, esta 14 não deve se sentir tão distante do sistema educacional e também do professor, embora admita a necessidade do cuidado parental. Comprometido com a escola, não sabe como gerenciá-la. O autor aponta que a escola atual das crianças é muito parecida com a escola que os pais frequentavam, e, portanto, esta não deve se sentir tão distante do sistema educacional e também do professor, embora admita a necessidade do cuidado parental. Comprometido com a escola, não sabe como gerenciá-la. A família desempenha um papel importante no desempenho acadêmico das crianças, e concluiu-se que existe uma interdependência entre as condições sociais de origem. As famílias e sua relação com as escolas e as aparentes mudanças pelas quais passaram recentemente em termos de estruturas e dinâmicas internas. Manifesta uma intenção crescente de conexões entre os distritos: casa e escola. (NOGUEIRA, ROMANELLI e ZAGO, 2000, p. 11). Assim, esses estudos, em primeiro lugar, fornecem uma importante contribuição para repensar essa complexa relação, mas também utilizam dados semelhantes para reiterar as conclusões do senso comum colhidas na grande maioria dos discursos dos professores, seja desde a primeira infância, ensino fundamental, ensino médio: a discórdia familiar afeta negativamente o desenvolvimento acadêmico das crianças. Tais achados estão claramente expressos em afirmações como: "tendo aprendizes, são os que não frequentam"; "sei que as reuniões de pais e mestres nem sempre são agradáveis, mas temos de lhes dizer a verdade sobre as crianças"; "como pode um aluno ir bem na escola se o pai bebe álcool, e se sua mãe te abandonasse? "eu mando lição de casa e pesquisa, e o menino fica me dizendo que o pai ou a mãe não tem tempo para ajudá-lo. " Mas e os pais, quais são seus pensamentos? Se fosse feita a pergunta acima para eles, como eles responderiam? Sá (2001) observou em sua pesquisa que existem "dois lados do discurso", ou seja, que as famílias demonstram preocupação e desejo de participar dos assuntos escolares; por outro lado, as manifestações dos educadores indicam que os pais estão interessados em participar do que acontece fora dos muros da escola coisas como ajudar com a lição de casa. 15 Temendo que, ao expandir o poder sobre a administração escolar, esta se intrometesse em áreas que não lhe convêm, como exemplo: avaliação dos professores, definição do calendário escolar e currículo, os professores acabam oferecendo oportunidades de participação restritiva ou demandando conhecimentos que os pais não possuem, acabando por levar à alienação da família que, nas palavras do autor, "... Ao rejeitar as ofertas participativas que lhes são oferecidas, acreditam estar sendo tachados de pais negligentes, filhos despreocupados e irresponsáveis, facilmente culpados pelo possível fracasso de seus alunos” (PARO, 2000. p.97). A dificuldade em estruturar essa relação de forma eficaz, porém, é que o envolvimento dos pais é real, de forma a proporcionar condições de igualdade na relação entre as duas instituições, ou seja, uma parceria. Em vez de participar, eles enviam doações mensais, colaboram comprando sorteios ou vêm à escola para ouvir os professores As inúmeras dificuldades das crianças são um fato da vida na maioria dos estudos: o paralelismo entre as duas instituições de reportagem é rompido por raras e frágeis interseções. Segundo Paro (2000), podemos dizer que, além de problemas como a falta de formação dos professores e outros, a escola também fracassou, principalmente porque “não dava a devida importância ao que acontecia lá fora e à frente, com seus alunos “ (p. 15).Como ponto de partida para encontrar formas de abordar esta realidade, ele articula sua pesquisa, “…focando em formas de organização mais bem pesquisadas que integram os pais nas escolas com o objetivo de melhorar ensinar…” (2000, p. 15). Obviamente, a reunião de pais e professores representa o momento mais icônico dessa interface casa-escola. Lino e Macedo (1996) relatam os muitos sentimentos que permeavam essa relação na introdução do livro "Reunião de Pais: Sofrimento ou Prazer?", os autores propõem uma conferência para pais e professores trabalharem juntos para promover o desenvolvimento das crianças. É uma relação permeada pelos mais díspares fatores: a dor que os pais sofrem ao levar seus filhos; o desejo de que a escola lhes proporcione o melhor em todos os sentidos; a obrigação de garantir o melhor atendimento aos filhos; os pais compartilhando com os professores o ciúme infantil; o medo do fracasso escolar; compensação das próprias previsões erradas das 16 crianças; o pouco interesse na vida escolar; hiper exigibilidade dos pais; atitude de aceitação da criança; problemas de rejeição ou cancelamento; dificuldades pessoais dos pais; família com contexto histórico socioeconômico; autoritarismo; relação de amor e hostilidade; violência contra crianças ou familiares; atitudes, normas e valores morais da família. (MACEDO, 1996, p. 12). Apesar da enumeração incompleta dos aspectos dominantes na relação família-escola, como se vê, principalmente afetiva e moral, fica claro que a tarefa de construir uma parceria entre tais instituições é fundamental, pois a escola não apoia ou talvez nunca manteve a posição de substituta da família no papel educativo, nem corresponderá a adotar uma posição de resistência e rivalidade, baseada em uma abordagem unilateral que submeterá a família à consideração exagerada de possível ignorância e incapacidade para que estes se eduquem e se socializem. De fato, essa hegemonia da instituição escolar sobre a instituição familiar em termos de formação e/ou competência similar é irreal, pois o desenvolvimento do aluno depende de muitos fatores, mas principalmente da boa resolução desses aspectos citados acima. Falta de iniciativa dos professores: Sobre os pais que não possuem o conhecimento e a capacidade necessária para incentivar e influenciar positivamente seus filhos, um bom hábito de aprender e valorizar, percebe-se que os próprios professores não têm a iniciativa de atuar unido nessa área com os progenitores. Mesmo aqueles que mais enfatizaram que os pais preferem ajudar os filhos em casa, silenciaram sobre as orientações que poderiam dar, principalmente durante as reuniões de pais, quando as reuniões são realizadas. (PARO, 2000, p.65). Então as escolas precisam desse tipo de parceria com as famílias também, porque os professores precisam entender a dinâmica interna e o universo de experiências socioculturais que os alunos vivenciam para que possam respeitá-los, compreendê-los e poder intervir no desenvolvimento das expressões de sucesso. Eles também precisam dessa relação social para poder compartilhar aspectos do comportamento da criança com a família: desempenho escolar, qualidade da realização das tarefas, relacionamento com professores, colegas, atitudes, valores e cumprimento de regras. 3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única 17 Durante séculos, a função da família foi educar as crianças sobre valores, religião, hábitos, costumes e tradições familiares. A escola é responsável por disseminar o conhecimento acadêmico e formar os jovens para as carreiras. Os dois lados confiam um no outro, e um lado concorda com as decisões e posições do outro. À medida que o mundo mudou ao longo do último século, esses papéis foram confundidos e, em alguns casos, até invertidos, pois não é mais tão claro distinguir qual é um papel e qual é o outro. No entanto, uma coisa é certa: ambos compartilham uma missão: a educação ao longo da vida. Isso já não é pouca coisa (PERRENOUD, 2002, p. Em tempos turbulentos como o nosso. O que é educaçãono percurso da vida? Para Paro (2000, p.15), essa pode ser uma questão um tanto filosófica e profunda. Porque a preparação para a vida não inclui mais a transmissão de conhecimentos acadêmicos e formais em física, química, biologia, desenho geométrico, história, geografia, literatura, a educação remonta aos tempos antigos: preparar as crianças para a vida social, torná-las cidadãs do mundo, cidadãs de um mundo que não mais se limita à vida das cidades- estado, mas à vida global. Um cidadão do mundo, jantando em São Paulo hoje, almoçando em Los Angeles amanhã e tomando café da manhã em Tóquio no dia seguinte. Somente a experiência concreta pode nos ensinar a viver e conviver com os outros, não importa quem sejam ou qual seja sua raça. A coabitação é um aprendizado que só pode ser obtido no lar e na escola, geralmente, por exemplo, o pequeno balão que experimentamos a vida antes de cair reais (LÓPEZ, 2000, p. 98). Uma vez que a escola deixou de ser um espaço privilegiado para a aquisição de conhecimentos acadêmicos, sua missão mudou claramente, assim como a sociedade e a família, exigindo da escola uma nova postura em relação à educação. É nesse ponto que as coisas se complicam, pois a família exige da escola atual tudo o que ela exigia e a formação dos alunos como cidadãos do mundo. Agora, obviamente, esta é uma tarefa impossível. Mesmo que os alunos permaneçam na escola 24 horas, é impossível para a escola dar conta de toda sua educação. Escolas e famílias devem se unir para realizar essa tarefa, que se torna 18 mais complexa a cada dia. A educação sempre foi uma tarefa difícil e complexa, mas hoje, devido a todas as mudanças no mundo e na sociedade, a educação tornou-se ainda mais difícil, porque as crianças e os jovens são muito diferentes do passado. Nossos padrões educacionais são de pouca utilidade hoje e só se aplicam em algumas situações. Se alguma vez houve em um momento na história casa e escola precisam que a humanidade trabalhe em conjunto, agora é a hora (LÓPEZ, 2000, p. 98). Neste contexto, é necessário procurar uma solução do dilema entre a família e a escola. Dizemos que trabalhar em conjunto ou a quatro mãos não é atropelar o trabalho do outro, mas sim apoiar e reconhecer o comportamento do outro. Assim como a escola não pode interferir na vida familiar, ela não pode e não deve interferir na escola. Por isso é importante escolher escolas com alto nível de mentalização e transparência, pois famílias e colégios devem ter uma linguagem única e atitudes iguais. Se houve um tempo em que a coesão era necessária, é hoje porque as pessoas nunca estiveram tão confusas, nem tão divididas, e sem soluções (MACHADO, 1999, p.90). Embora as diferenças entre casa e escola estejam bem definidas, busque mais apoio da primeira para entender a eficácia das ações normalizadora as escolas para crianças e adolescentes, com o conhecimento e aquiescência das famílias. No entanto, a escola mantém o direito ao conhecimento científico da área disciplinar e do processo de aprendizagem das crianças e adolescentes, ao conhecimento baseado nas ciências biológicas, psicológicas e sociais, mantendo assim o poder de lidar com as questões pedagógicas na gestão. - Problemas de ensino (CARVALHO, 2000, p. 58). Hoje, vivemos em outra era mais complexa, diversa e perturbadora do que era há algumas décadas. O desafio para as escolas, além de dominar o conhecimento, em meio a mudanças permanentes e rápidas, é o desafio dos relacionamentos com os alunos, sejam crianças ou adolescentes. As questões disciplinares estão se 19 tornando um problema para um número significativo de instituições de ensino (PARO, 2000, p. 17). Sem dúvida, esse contexto permeia problemas de outra natureza, entre os quais encontramos o dilema do desenho curricular a ser apresentado na contemporaneidade, o impasse na escolha da metodologia de relacionamento pedagógico mais adequado, limitando assim como a possibilidade de manter uma relação professor-aluno de qualidade e, sem dúvida, o reencontro com nossas famílias, é considerado um fator chave neste momento de crise. A escola não se ocupou da tarefa de educar os jovens e hoje forma o coro que une outros atores sociais que reivindica a retomada da autoridade na esfera familiar, sem a qual é intuitivo, ainda mais afirma que nada pode ser feito. Hoje, a família é responsabilizada pelos males causados pela violência, pela indisciplina e pelo sentimento de desrespeito que cerca os jovens e as crianças, tendo em vista que se concentram no papel de produtora e guardiã de valores essenciais para a construção da vida social. (LÓPEZ, 2000, p.100). 4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA A essência de cada sujeito é construída a partir da família, as crenças e os princípios dependem muito do que se aprende no ambiente familiar, sendo a família também o primeiro lugar de educação e formação dos cidadãos. Na escola, o indivíduo encontra um porto seguro que contribui para sua ordem moral e para o desenvolvimento de seu autogoverno. A colaboração entre escola e família, embora não formal - já que de fato não há demarcações ou definições claras da esfera de influência de cada instituição na formação moral do indivíduo - precisa ser trabalhada para que ambos possam se beneficiar dela. Até recentemente, as funções esperadas de cada uma dessas instituições eram muito claras: a escola deveria fornecer apenas instrução e conhecimento formal, enquanto a família, além de manter bons costumes, deveria moldar valores e atitudes sociais. A intenção de educadores modernos é fazer com que a família assuma parte da responsabilidade pela educação formal. 20 A educação exige respeito e responsabilidade mútua entre família e escola na formação (moral e educativa) da pessoa. Nesse modelo, pais e professores têm espaço para expressar seus pontos de vista, e devem trabalhar juntos e em harmonia para que o aluno demonstre o mesmo respeito pelos professores e pela família, e vice- versa. Essa relação de cooperação significa o enfrentamento das escolhas, da ansiedade e do desenvolvimento moral como construção do próprio sujeito, o que envolve um trabalho contínuo com estruturas lógicas e relações de confiança. A relação entre família e escola obriga os participantes a experimentar e mudar de papéis, melhorando a compreensão e corrigindo eventuais vieses. Afinal, é muito pertinente que educadores e escolas garantam que haja uma linha de comunicação aberta e direta para aumentar o envolvimento dos pais na vida escolar de seus filhos. Os professores precisam conhecer e compreender a real situação social e econômica de seus alunos e da comunidade em geral. A partir daí, ele deve propor e implementar mecanismos para otimizar a qualidade da educação. De um modo geral, não há regras para o relacionamento do educador com os alunos e seus responsáveis, mas deve haver um comportamento. Esta não é uma tentativa de identificar a família ou o estilo de vida atual como a causa do problema. Buscar apoio e envolvimento da família ou responsável é também tarefa do educador no processo de aprendizagem. Além disso, vale lembrar que tudo ao redor da criança é um mecanismo educativo; a formação e amadurecimento dos cidadãos também se dá por meio da percepção da comunidade e do mundo. Tanto a escola como a família desempenham um papel importante na educação e no desenvolvimento da criança, e cada uma tem a sua forma de agir. As crianças ganham quando podem atuar em paralelo, então as famílias são parceiras no aprimoramento dos alunos. A família tem uma vantagem na função educativa, e essa influência, embora primária, é necessária para a construção da educação; nenhum outro fundamento ou ação pode substituí-la. Por exemplo, se a responsabilidade da criança for quando a lição de casa é vista como um valor, ela teráum impacto muito maior do que se fosse valorizada apenas na escola. Até recentemente, os professores eram frequentemente os fornecedores de conhecimento. Atualmente, no entanto, eles se deparam com a necessidade de participar da formação do caráter do aluno como comunicador de crenças e 21 julgamentos. Neste caso a passagem de valores não pode acontecer se o ato de educar não for entendido apenas como uma forma de existência; contudo deve ser visto também como um ato de amor. Em consonância com isso, há a necessidade de rever os métodos de ensino. Os jovens estudantes hoje têm diferentes formas de obter informações e, bombardeados por todos os tipos de mídia, acabam por desenvolver um senso crítico sobre o que está sendo transmitido a eles em sala de aula. O professor que era o dono da verdade deve assumir uma posição intermediária entre as informações e o desenvolvimento do conhecimento. Considere o seguinte: O contato próximo e contínuo entre professores e pais levam muito mais do que informações mútuas... Pode até haver uma divisão de responsabilidades ao aproximar a escola da vida ou das preocupações dos pais, e proporcionar mutuamente o interesse dos pais pelos assuntos escolares (PIAGET, 2007, p. 50). O papel dos professores e dirigentes escolares na ação do núcleo familiar deve centrar-se em: inovação contínua nos métodos de produção e construção do conhecimento; estabelecimento de valores que os alunos devem carregar consigo como fundamento da vida adulta; e avaliação da oposição cultural, sempre em conjunto com a educação política, sempre em estreita concordância com o Projeto Político-Pedagógico (PPP) escolar. 4.1 Normas de convivência entre família e escola Estabelecer comunicação direta com pais e responsáveis visam diretamente estabelecer práticas colaborativas de interação entre as escolas com a família. Essa interação deve passar pelo respeito entre todas as partes, fazendo da construção do conhecimento e da cidadania o principal objetivo a ser alcançado. O dinamismo da sociedade contemporânea exige que o diálogo seja o motor da busca do conhecimento nas escolas. Isso pode ser alcançado incentivando a reflexão e a análise. Além disso, as crianças devem ser ensinadas a encontrar maneiras de usar as habilidades de questionamento e interpretação para alcançar a autonomia. No espaço escolar podem ser desenvolvidos valores que estão intimamente relacionados com a capacidade de conviver, com viés para respeito e ética. 22 Para criar um ótimo ambiente para a convivência escolar, é necessário considerar e disseminar algumas premissas nas relações entre professores e alunos e entre professores e pais (ou responsáveis). A seguir, veja quais são essas premissas. Meios de comunicação: algumas escolas usam portais eletrônicos para se comunicar com os pais sobre seus alunos. Mas nas escolas públicas ainda é preciso usar métodos mais tradicionais, como murais ou envio de cartas (com a criança como portadora). Respeitar o horário: Este ponto significa que os alunos respeitam o horário e a pontualidade das aulas ao entrar e sair da escola. Vestuário adequado ou uniforme: neste momento, é fundamental garantir a proteção térmica e o conforto ideais durante os exercícios físicos identificados no calendário semanal. Compromisso de supervisionar as atividades escolares: em casa, os pais e responsáveis devem ajudar os alunos com atividades destinadas a melhorar o aprendizado e o desenvolvimento em sala de aula certas habilidades. Devem também incentivar a prática da aprendizagem e da leitura. Esta é uma forma de os pais e responsáveis se envolverem e entender ativamente o que é apresentado às crianças e como elas respondem a isso. As atividades realizadas em casa são baseadas nos critérios do professor e no PPP da escola. Participação em Eventos Escolares: os pais e responsáveis devem ser convidados para eventos e atividades desenvolvidas pela escola e organizados pelos alunos com a maior frequência possível. Para envolver todos, podem ser criadas oportunidades para que a família participe ativamente da contação de histórias , musicais, saraus literários, peças de teatro, etc. Estabelecer a premissa e as regras de convivência harmoniosa permite que os participantes desenvolvam relações amistosas que valorizem e respeitem a diversidade intelectual e as diferenças sociais de cada um. 5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM A relação família e escola sempre traz desafios, pois questiona o papel e a responsabilidade de cada instituição na educação integral das crianças. A vida familiar 23 e a vida escolar se complementam. Nesse sentido, é importante que famílias e escolas desenvolvam parcerias que reconheçam os benefícios da participação e compartilhem a responsabilidade no processo de aprendizagem. Afinal, com atitude firme, o resultado será a consolidação de princípios que agenciem a aprendizagem e a desenvolvimento social das crianças. Nota-se: [...] a família tem atributos que distinguem da escola e suas obrigações a abordam dessa mesma instituição, a escola tem sua metodologia e filosofia para educar uma criança, mas ela precisa que ele se junte à família para reforçar sua educação (PAROLIN, 2003, p. 99). Neste conjunto, uma relação harmoniosa entre casa e escola é importante e indispensável, pois embora cada instituição tenha seus próprios valores e objetivos na educação das crianças, estes incidem sobre vários aspectos da formação docente global. O espaço familiar é considerado um espaço de privilégio e de socialização em que a criança fortalece sua primeira prática de convívio e responsabilidade. Na família, a criança demonstra a forma de convivência com os demais membros do centro familiar. No entanto, a família é a área onde se estuda inicialmente a prática cívica, seguindo os princípios do respeito, fraternidade, igualdade e direitos humanos. Como destacam Dessen e Polonia (2007, p. 23), “No ambiente familiar, as crianças aprendem a administrar e resolver conflitos, controlar suas emoções, expressar os diferentes sentimentos que compõem os relacionamentos e lidar com a diversidade e adversidade em suas vidas." Nesse sentido, deve-se ter em mente que o desenvolvimento emocional de uma criança se consolida por meio da influência das relações familiares. Como você sabe, um ambiente familiar pode ter um impacto positivo ou negativo no bem-estar de seus membros. Assim, as crianças refletem o comportamento da família em que vive, pois a família é a referência primordial para os valores morais e culturais de todos. Segundo Kaloustian (1998, p. 12), as situações familiares podem ser “caracterizadas por problemas sociais de diversas naturezas, como frequentes ataques aos direitos humanos, exploração e abuso, barreiras econômicas, sociais e 24 culturais ao aumento global de seus membros.” A formação da disciplina envolve diversos aspectos que precisam ser considerados e avaliados. Não é apropriado focar apenas em fatores dentro da família: também precisa ser considerado fatores condicionantes do ambiente familiar, como a política social do país. No contexto educacional, a família desempenha um papel importante no processo de educação formal e não formal, orientando a criança a se tornar um adulto responsável e com um futuro próspero. Juntos, famílias e escolas atuam na promoção do desenvolvimento social, emocional, cultural e cognitivo dos indivíduos, sendo também veículos de disseminação do conhecimento e valores morais e culturais. Analise o seguinte: Nas escolas, o conteúdo do currículo garante a instrução e a compreensão do conhecimento pedagogicamente centrado— aprender. Na família, os objetivos, conteúdos e métodos são diferentes e promovem o processo de socialização, proteção, e condições básicas dasobrevivência e o desenvolvimento de seus membros nos níveis social, cognitivo e emocional (DESSEN; POLÔNIA, 2007, p. 22). A lei sustenta a premissa da importância da relação casa-escola para o desempenho escolar das crianças. Veja o que diz o artigo. 205 da Constituição Federal: “A educação é direito de toda pessoa e obrigação do Estado e da família requerendo a colaboração social dirigindo o pleno adiantamento do ser humano, em preparação para o exercício da cidadania e designação para o trabalho.” (BRASIL, 1988). A experiência escolar mostra que o envolvimento dos pais ou responsáveis é fundamental para o processo de aprendizagem e desenvolvimento e as crianças socializam. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em seu art. 4ºorigina o seguinte: As famílias, as comunidades, a sociedade como um todo e o poder público têm a responsabilidade de garantir a efetivação dos direitos relacionados à família como prioridade absoluta a saúde, alimentação, educação, esporte, lazer, especialização, cultura, liberdade e convivência familiar e comunitária (BRASIL, 1990). 25 A Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação (LDB) também destaca a presença das famílias no processo de escolarização e no ambiente escolar - Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 - Apresentada em seu art.1º. Considere o seguinte: "A educação inclui o processo de formação, o desenvolvilmento na vida familiar, convivência humana, trabalho, instituições de ensino e pesquisa, movimentos sociais e organizações sociais da sociedade civil e expressões culturais” (BRASIL, 1996). O art. 2º da LDB afirma que “a educação é responsabilidade da família e do Estado, inspirada nos princípios da liberdade e no ideal da solidariedade humana, visando o aumento integral do educando, a preparação para o exercício da cidadania” e a qualificação para o trabalho.” (BRASIl,1996). Ainda a legislação, e essas leis fornecerem toda a base de como solicitar a participação da família no ambiente escolar, ainda há grandes retrocessos em nosso sistema educacional. Em relação ao envolvimento dos pais nas atividades escolares, Szymanski (2003, p. 68) observou que “a situação das famílias trabalhadoras dificulta acompanhar de perto os estudos acadêmicos de uma criança”. Em muitos casos, os pais ou responsáveis têm baixos níveis de escolaridade. Mas mesmo assim, muitas famílias demostram boa vontade e cooperação. A família teve que superar vários desafios. Colaborar efetivamente nas atividades escolares. Fatores como baixa escolaridade dos pais ou responsáveis, condições econômicas e sociais da família e aspectos relacionados ao ambiente familiar (casos de violência doméstica, composição familiar) influenciam. No entanto, toda participação é muito importante: trata-se de acompanhar o desenvolvimento de seu filho. Outro aspecto é que quando uma criança sente a presença da família no ambiente escolar, ela se sente valorizada, acolhida e motivada a realizar suas atividades da melhor forma possível, deixando assim a família orgulhosa dela. Além disso, há a questão da valorização do ambiente escolar como espaço de socialização e construção baseada na interação. A presença dos pais como observadores e monitores do desempenho escolar não pretende apenas intervir desvios no comportamento dos alunos, mas também buscar e cooperar na busca de uma educação de qualidade. Ao mesmo tempo, o aluno e as duas entidades mais importantes da sociedade, a família e a escola, 26 precisam caminhar lado a lado, com muita interação, pois seu objetivo comum é construir um cidadão pleno e se integrado a sociedade. Um pré-requisito necessário para a relação família-escola é a criação de um clima de valorização mútua, sentimentos como confiança, competência, comprometimento e ajuda ganham espaço, mas ficam limitados à competência de atuação da respectiva instituição. O envolvimento da comunidade nos processos educativos possibilita o compartilhamento do conhecimento tão valorizado no ambiente escolar. A ideia é permitir intervenções e contribuições de uma perspectiva democrática, para que os envolvidos tentem resolver problemas e melhorar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem, criando novos modelos educacionais abertos a mudanças constantes. Observe o que Mittler tem a dizer sobre a importância dessa relação e do trabalho com os pais: Encontrar novas maneiras de trazer professores e pais para uma melhor relação de trabalho é bom para a própria causa e também beneficia todas as crianças, pais e professores, além de impactar o aprendizado e a inclusão social das crianças, bem como a promoção da escola. Pais e mães são os primeiros, os principais e mais duradouros educadores de uma criança. Quando os pais e profissionais trabalham juntos na infância, os resultados têm um impacto positivo no desenvolvimento e na aprendizagem da criança. Portanto, a cooperação efetiva com os pais deve ser buscada em cada estágio de desenvolvimento (MITTLER 2003, p. 205) Por isso, é importante que as escolas estimulem a participação da família. Como os pais ou representantes sabem pouco ou nada sobre desenvolvimento cognitivo e psicológico, deve ser sua iniciativa valorizar e fortalecer o relacionamento. Em muitos casos, os pais deixam de participar da vida por desconhecimento do verdadeiro impacto e significado de suas ações da escola de seus filhos. 5.1 A função da família e o ambiente escolar A família transformou ao longo da história. Porém, ainda é reconhecido como a instituição dos laços afetivos, nos quais cresce todo o processo de humanização do indivíduo. Um clima doméstico amoroso tem um impacto positivo no desenvolvimento de conhecimento e no desempenho escolar de uma criança. 27 Em contrapartida, o campo da psicopedagogia destaca os problemas e dificuldades de aprendizagem observados e vivenciados no ambiente escolar. Pode ser causada por fatores cognitivos, psicológicos, emocionais ou sociais. Tendo como exemplo, é comum que problemas, situações familiares instáveis, falta de afeto e estrutura social e econômica precária dissimulem o processo de aprendizagem da criança. Portanto, observa-se que as dificuldades de aprendizagem nas crianças podem ser decorrentes de problemas familiares. Com todos esses aspectos em mente, nota-se a importância dos pais ou responsáveis no processo de aprendizagem da criança. Nesse sentido, é evidente a necessidade de consolidar relações produtivas entre crianças, pais e escolas. Afinal, para alcançar uma formação crítica e completa, as crianças precisam se sentir seguras e amparadas tanto no ambiente doméstico quanto no ambiente escolar. Cabe à família e à escola garantir as condições de estudo para um desenvolvimento adequado das crianças e adolescentes. Veja o que Oliveira destaca: A família é a instituição central onde começa a socialização: é onde a criança começa como indivíduo social desde o nascimento. Depois tem a escola, trabalhando com a comunidade para inserir o indivíduo nela, o que acontece durante todo o processo de socialização vida. Assim, a família nunca pode abrir mão de sua função socializadora, embora na escola a interação social seja ampliada, assumindo uma nova dimensão, diversa e pluralista, tornando- se um processo dinâmico que sempre funciona ou deveria funcionar em conjunto com a família (OLIVEIRA 2010, p. 7). Espera-se que famílias e escolas possam alcançar os mesmos objetivos de forma harmoniosa e, em conjunto, proporcionar aos alunos a aprendizagem de alta qualidade para desenvolver cidadãos críticos para superar as complexidades que surgem na sociedade. Na visão de Estevão (2012, p. 4), “As famílias devem se esforçar para momentos na vida de seus filhos, sua presença implica engajamento, comprometimento e cooperação, devem estar atentos às dificuldades, não apenas cognitivas, mastambém comportamentais”. Assim, as famílias devem se animar para estar mais envolvidas em todos os períodos da vida de seus filhos, incluindo a vida escolar. Contudo, esta presença implica empenho, dedicação e cooperação. A função dos pais é prosseguir o trabalho da escola e criar as categorias para que as crianças prosperem dentro e fora da sala de aula. 28 As famílias podem informar ativamente nas decisões sobre a escola de seus filhos. Candidatar-se a um cargo no conselho escolar é uma ótima maneira de supervisionar e amparar o trabalho dos administradores escolares. O conselho escolar é composto por pais, representantes dos alunos, professores, funcionários, membros da comunidade e diretores. Toda escola deve pôr regras transparentes e democráticas para a eleição dos membros do conselho. 6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA As escolas fazem parte da comunidade e por isso requerem mecanismos de parceria harmoniosa com as famílias, tendo em conta as responsabilidades adequadas de cada instituição. Uma escola ideal é aquela que tem significado fora do espaço escolar, que foca na qualidade de vida dos alunos e contribui para a transformação da comunidade. Castro e Regattieri apontam algumas das ações realizadas pelas escolas públicas para promover a interação família-escola. Dentre eles, os mais destacados são: Professores ou agentes educativos fazem visitas às casas dos alunos e a autarquia trabalha com psicólogos para criar serviços especiais e assistentes sociais para preencher a lacuna entre as escolas. Em redes maiores, os mecanismos para falar e ouvir os familiares incluem fóruns, números gratuitos e publicações distribuídas em casa. (2009 apud ISHIDA; SOUZA, 2014, p. 8) Nesse contexto, é importante que o PPP da escola leve em consideração a participação da família no ambiente escolar em diferentes situações, não apenas aqueles relacionados ao conflito, infrequência e até mesmo baixo rendimento escolar. É importante cultivar um “sentido de pertencimento”, ou seja, as famílias também são responsáveis pela educação dos filhos. Isso possibilita que o comportamento interativo entre casa e escola contribua para o aprendizado e a formação integral das crianças e adolescentes. Ao planejar medidas que aproximem a família do ambiente escolar para a convivência na escola, deve-se considerar uma escola pública que leve em consideração os interesses da comunidade escolar. Ao acercar-se essa questão, Veiga destaca o seguinte: 29 Os programas de educação política são a identidade das escolas, educadores, funcionários, alunos e familiares que precisam determinar seu propósito: o tipo de escola que desejam e o tipo de cidadania que desejam formar. No entanto, podemos observar que as famílias estão envolvidas na formulação, implementação e na avaliação do PPP, por isso a comunidade escolar deve empreender um esforço para reconhecer as famílias de seus alunos, identificar os motivos da baixa participação e compreender as organizações familiares. (VEIGA 2004 apud ISHIDA; SOUZA, 2014, p. 6) Atitudes como essas promovem reconhecimento para a escola e para a comunidade escolar. Além disso, desenvolvem os vínculos da escola com a comunidade como um todo, fortalecendo a visão positiva da instituição. Essa dinâmica fortalece e promove ações que contribuem para melhorar a qualidade de vida da comunidade do entorno. Os benefícios resultantes dessa parceria entre família e escola são recíprocos, pois a comunidade também se beneficia dos serviços e ações comunitárias desenvolvidas no ambiente escolar. Além disso, os benefícios são sentidos pelos alunos, pois a abordagem comunitária permite que os pais ou responsáveis intervenham no desenvolvimento da aprendizagem de seus filhos, proporcionando uma educação participativa repleta de sentimentos e significados para os envolvidos. Seguem abaixo algumas ações que podem fortalecer a relação família-escola. 1. A escola deve estar disponível para as famílias além de convites para reuniões de pais ou discussões sobre atitudes e comportamentos das crianças. 2. As escolas devem estimular os pais ou responsáveis que espontaneamente procuram estabelecer um diálogo com eles. Este momento de acolhimento não é função exclusiva da gestão escolar, mas pertencem à direção de toda a equipe escolar. 3. As famílias devem ser as vozes multiplicadoras das boas ações da escola na comunidade. Famílias satisfeitas com o trabalho escolar tendem a compartilhar suas boas experiências nas relações pessoais e sociais, o que pode gerar novas parcerias para a escola. 4. As escolas devem aproveitar esta parceria para promover programas que envolvam a comunidade e o trabalho, incluindo responsabilidade social, o 30 voluntariado, a importância de pertencer e proteger os recursos escolares. 5. Os planos de ação devem incluir temas de causas e aspirações comuns com a comunidade, respeito à diversidade e cultura local. 6. As escolas devem incentivar atividades de ensino e aprendizagem que discutam questões de bairro e inspirem a conscientização de todos sobre as questões da comunidade. Para tanto, pode realizar ações que mobilizem a tomada de decisões coletivas para enriquecer a aprendizagem dos alunos e desenvolver seu senso de crítica e participação. E estimular a relação entre família e escola. 7. As escolas precisam estabelecer canais de comunicação eficazes. Isso pode ser desenvolvido por meio de redes sociais, canais de ouvidoria, caixas de conselhos e reclamações, etc. É importante definir uma pessoa responsável por receber essas comunicações, direcioná-las, respondê-las e, sempre que possível, transformá-las em ação. 8. As escolas devem, sempre que possível, abrir suas portas para a participação da família e da comunidade nas atividades escolares. Essa campanha pode levar a comunidade a entender o trabalho desenvolvido pela instituição. 9. Como as famílias atualmente estão estruturadas de forma diferente e isso deve ser respeitado, é aconselhável planejar eventos em dias memoriais (por exemplo, dia das mães e dos pais) levando em consideração as especificidades das famílias dos alunos, há um evento do dia da família; isso significa que todas as crianças participam sem qualquer preconceito ou exclusão. 10. Diante do novo conceito de família e do tempo e disponibilidade dos pais ou responsáveis, as escolas devem considerar ajustar seu horário e formulário de atendimento. 11. As escolas devem encorajar as famílias a participar nos conselhos escolares e nas associações de pais e professores. Esse engajamento permite a aproximação e descoberta de habilidades e atitudes políticas. Além disso, 31 permite uma visão crítica das funções e responsabilidades sociais família- escola. Para interagir, é preciso discutir formas de tornar a escola mais presente no cotidiano da comunidade e vice-versa. Ação coletiva para atingir seu objetivo, a comunidade escolar (pais, professores, direção, funcionários) devem assumir um compromisso com a educação. Assim, pode-se garantir que o objetivo seja alcançado em uma ação envolvendo todos, cada um em seu papel. 7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA Segundo Abuchaim (2009), a relação entre escola e família tem se mostrado muito importante, pois as crianças se beneficiam desse novo modelo de comportamento, pois família e escola acabam formando uma grande família. Na medida em que ambos conhecem seu próprio papel na formação do indivíduo e atuam de acordo com sua competência, percebe-se que embora ambos sejam protagonistas, a escola tem o papel de aproximá-los da família. Portas abertas, eventos culturais, reuniões de pais e professores, onde pais e professores discutem decisões tomadas na escola. Primeiramente, as famílias são instruídas sobre seus direitos e obrigações como parte dacomunidade escolar. Por sua vez, os pais têm a responsabilidade de cuidar e participar da vida escolar dos filhos. A educação é dever de todos, comunidade, escola e família. Todo mundo tem que definir metas juntos, para que a educação de qualidade seja a base para a vida futura de uma criança. 32 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, R. M. G. A gestão escolar participativa e o papel do diretor na busca da transformação: reflexões teóricas e práticas. Orientadora: Neila Pedrotti Drabach, 2010. BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Presidência da República, 1988. BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1990. BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Presidência da República, 1996. DESSEN, M. A.; POLONIA, A. C. 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Publica 1 INTRODUÇÃO 2 A FUNÇÃO DA ESCOLA 3 A FAMÍLIA E A FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO 3.1 Processo de participação da família na escola 3.2 Separando os papéis 3.3 Reflexão sobre a relação escola e família 3.4 Pais e professores em busca de uma linguagem única 4 ASPECTOS DA RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA 4.1 Normas de convivência entre família e escola 5 A RELAÇÃO FAMÍLIA–ESCOLA E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM 5.1 A função da família e o ambiente escolar 6 AÇÕES E INTERFACES ENTRE FAMÍLIA E ESCOLA 7 COMO REALIZAR A APROXIMAÇÃO ENTRE ESCOLA E FAMÍLIA 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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