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Análise de Riscos em Obras com Estruturas Provisórias

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ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCOS ASSOCIADOS À SEGURANÇA NO 
TRABALHO EM OBRAS COM ESTRUTURAS PROVISÓRIAS 
 
 
Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso Munhoz 
 
 
Projeto de Graduação apresentado ao 
Curso de Engenharia Civil da Escola 
Politécnica, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, como parte dos requisitos 
necessários à obtenção do título de 
Engenheiro. 
 
 
Orientador: Profº. Eduardo Linhares Qualharini 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
Fevereiro de 2018
 
 
ii 
 
ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCOS ASSOCIADOS À SEGURANÇA NO 
TRABALHO EM OBRAS COM ESTRUTURAS PROVISÓRIAS 
 
Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso Munhoz 
 
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO CURSO 
DE ENGENHARIA CIVIL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS 
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO CIVIL. 
 
Examinada por: 
 
 
 
______________________________________________ 
Prof. Eduardo Linhares Qualharini (orientador). 
 
 
______________________________________________ 
Prof. Elaine Garrido Vazquez. D. Sc 
 
 
______________________________________________ 
Prof. Osvaldo Ribeiro da Cruz Filho. D. Sc. 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
Fevereiro de 2018 
 
 
 
 
iii 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Munhoz, Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso 
 
 Análise qualitativa de riscos associados à segurança no trabalho 
em obras com estruturas provisórias / Paulo Antonio Maldonado 
Silveira Alonso Munhoz 
– Rio de Janeiro: UFRJ / Escola Politécnica, 2018. 
 XII, 64 p.: il.; 29,7 cm. 
 Orientador: Eduardo Linhares Qualharini 
 Projeto de graduação – UFRJ/ Escola Politécnica / Curso 
de Engenharia Civil, 2017. 
 Referências bibliográficas: p. 61-63. 
 1. Introdução 2. Estruturas Provisórias e Segurança no 
Trabalho 3. Gerenciamento de Riscos 4. Exemplo de 
Aplicação 5. Considerações Finais 
 I. Eduardo Linhares Qualharini. II. Universidade Federal 
do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia 
Civil. III. Engenheiro Civil. 
 
 
 
 
 
 
iv 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço ao meu orientador Eduardo Linhares Qualharini pelas instruções e 
ensinamentos dados durante toda a graduação e a todos os professores do curso de 
Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro que contribuíram para 
minha formação profissional. 
Agradeço a minha família, em especial meus pais e irmãos, que deram base para 
todo o meu desenvolvimento pessoal, acadêmico e me incentivaram em todas as etapas 
da minha vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
v 
 
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte 
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil. 
 
ANÁLISE QUALITATIVA DE RISCOS ASSOCIADOS À SEGURANÇA NO 
TRABALHO EM OBRAS COM ESTRUTURAS PROVISÓRIAS 
 
Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso Munhoz 
Fevereiro/2018 
 
 
Orientador: Eduardo Linhares Qualharini 
Curso: Engenharia Civil 
 
 
Esta pesquisa tem como objetivo analisar os riscos à segurança humana 
associados aos envolvidos diretamente em obras civis, que se utilizam de estruturas 
tubulares provisórias. O gerenciamento de riscos visa obter um maior entendimento 
sobre os processos para conquistar melhorias na execução dos serviços e, no caso do 
estudo, resguardar a segurança dos trabalhadores envolvidos neste tipo de 
empreendimento. A pesquisa visa analisar as possíveis causas de riscos e acidentes que 
afetem diretamente a integridade física dos trabalhadores e, com os processos de 
gerenciamento de riscos, estabelecer estratégias de ação. Para isso, conta-se com um 
exemplo de aplicação real das boas práticas de gerenciamento de riscos que resulta em 
resultados em termos de selecionar os riscos mais temerários ao projeto e estabelecer 
condutas baseadas nas normativas para mitigá-los ou preveni-los. 
 
Palavras-chave: Riscos, Estruturas provisórias, Segurança. 
 
 
 
 
vi 
 
Abstract of Monograph present to Poli/UFRJ as a partial fulfillment of the requirements 
for degree of Civil Engineer. 
 
RISK QUALITATIVE ANALISYS ASSOCIATED WITH SAFETY IN WORK IN CONSTRUCTIONS 
WITH PROVISIONAL STRUCTURES 
 
Paulo Antonio Maldonado Silveira Alonso Munhoz 
February/2018 
 
 
Advisor: Eduardo Linhares Qualharini 
Course: Civil Engineering 
 
 
 This research analyzes the risks associated with those directly involved in civil 
works, which use tubular structures. Risk management aims to obtain a better 
understanding of the processes to achieve improvements in the execution of services 
and, in the case of the study, to safeguard the safety of workers involved in this type of 
enterprise. This paper aims to evaluate the practices used in the case study comparing 
best practices with the light of the literature, to point out improvements and to obtain 
gains to the companies and employees. An example of the actual application of good 
risk management practices results in results in terms of selecting the most risky risks to 
the project and establishing policy-based behavior to mitigate or prevent them. 
 
 
Keywords: Risks, Provisional Structures, Safety. 
 
 
 
 
 
 
 
vii 
 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 1 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................... 1 
1.2 OBJETIVO ................................................................................................ 3 
 1.3 JUSTIFICATIVA...............................................................................................3 
1.4 METODOLOGIA ...................................................................................... 4 
1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO ........................................................ 4 
2. ESTRUTURAS PROVISÓRIAS E SEGURANÇA NO TRABALHO.............. 6 
2.1 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ............................................................ 6 
2.2 SISTEMAS DE ESTRUTURAS TUBULARES ......................................... 8 
 2.2.1 ESTRUTURA TUBULAR CONVENCIONAL..........................................8 
 2.2.2 ESTRUTURAS COM PEÇAS SOLDADAS.............................................14 
 2.2.3 ESTRUTURA CONCOPO.........................................................................16 
 2.2.4 ESTRUTURA COM SISTEMA MULTIDIRECIONAL...........................17 
2.3 ARMAZENAGEM E TRANSPORTE ...................................................... 19 
2.4 MONTAGEM E MÃO-DE-OBRA...........................................................21 
2.5 NORMAS RELATIVAS À SEGURANÇA NO TRABALHO .................. 22 
 2.5.1 NR-18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA 
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO.................................................................................23 
 2.5.2 NORMA TÉCNICA PETROBRAS - MONTAGEM E DESMONTAGEM 
DE ANDAIMES..............................................................................................................24 
 2.5.3 NBR 6494: SEGURANÇA NOS ANDAIMES..........................................26 
 2.5.4 NR-35: TRABALHO EM ALTURA.........................................................28 
 2.5.5 NR-6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI..............30 
3. GERENCIAMENTO DE RISCOS ................................................................ 34 
3.1 DEFINIÇÃO DE RISCOS... .................................................................... 34 
3.2 PROCESSOS PARA GERENCIAMENTO DE RISCOS.......................... 34 
3.3 PLANEJAMENTO DO GERENCIAMENTO DE RISCOS ...................... 35 
3.4 IDENTIFICAÇÃO DOS RISCOS ............................................................ 36 
 
 
viii 
 
3.5 ANÁLISE QUALITATIVA ..................................................................... 38 
3.6 ANÁLISE QUANTITATIVA ..................................................................41 
3.7 RESPOSTAS AOS RISCOS .................................................................... 43 
3.8 CONTROLE E MONITORAMENTO ...................................................... 44 
4. EXEMPLO DE APLICAÇÃO.. .................................................................... 47 
4.1 EVENTO, EMPRESA E CONTEXTO… ................................................. 47 
 4.2 RISCOS ENVOLVIDOS E PLANEJAMENTO.............................................52 
 4.3 CONSOLIDAÇÃO DOS RESULTADOS.......................................................58 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................60 
5.1 COMENTÁRIOS ..................................................................................... 60 
5.2 SUGESTÕES ........................................................................................... 60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 61 
INDICAÇÕES ELETRÔNICAS ............................................................................ 62 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ix 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 – Representação de andaime simplesmente apoiado ........................................ 7 
Figura 2 – Andaime fachadeiro ....................................................................................... 7 
Figura 3 – Modelos de utilização das braçadeiras ............................................................ 8 
Figura 4 – Tipos de braçadeiras...................................................................................... 9 
Figura 5 – Informações técnicas tubos e braçadeiras ....................................................... 9 
Figura 6 – Chave de catraca............................................................................................10 
Figura 7 – Andaime com as nomenclaturas.................................................................... 13 
Figura 8 – Escada com guarda-corpo ............................................................................. 13 
Figura 9 – Quadros modulares ....................................................................................... 14 
Figura 10 – Encaixe concopo ......................................................................................... 16 
Figura 11 – Sequência de montagem concopo ............................................................... 17 
Figura 12 – Andaime multidirecional e roseta ............................................................... 18 
Figura 13 – Garras encaixadas em roseta ....................................................................... 18 
Figura 14 – Reações nas ligações garra e roseta ............................................................ 19 
Figura 15 – Cinto de segurança e talabarte..................................................................... 31 
Figura 16 – Linha de vida em andaimes multidirecionais...............................................32 
Figura 17 – Planejar o gerenciamento dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e 
saídas 
 ........................................................................................................................................ 36 
Figura 18 – Riscos durante o projeto .............................................................................. 37 
Figura 19 – Realizar a análise qualitativa dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e 
saídas. 
 ........................................................................................................................................ 39 
Figura 20 – Escalas para análise qualitativa dos riscos .................................................. 39 
Figura 21 – Matriz de probabilidade e impacto .............................................................. 40 
Figura 22 – Realizar a análise quantitativa dos riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e 
saídas...............................................................................................................................41 
Figura 23 – Elementos de uma árvore de decisão...........................................................42 
Figura 24 – Controlar os riscos: entradas, ferramentas e técnicas, e saídas....................45 
Figura 25 – Processos de Monitoramento ..................................................................... 45 
 
 
x 
 
Figura 26 – Homens trabalhando no andaime ............................................................... 49 
Figura 27 – Etapa final da construção da primeira torre ............................................... 49 
Figura 28 – Torres na lateral esquerda do palco principal ............................................ 50 
Figura 29 – Detalhe de pisos, escada e estrutura multidirecional .................................. 50 
Figura 30 – Torre com propaganda colocada ................................................................ 51 
Figura 31 – Torre com painel de LED ........................................................................... 51 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Equipamentos e funções...............................................................................11 
Quadro 2 – Equipamentos andaimes modulares .............................................................15 
Quadro 3 – Rendimento de Montagem por homem hora...............................................22 
Quadro 4 – Riscos envolvidos.........................................................................................53 
 
 LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Escala de riscos ............................................................................................ 54 
Tabela 2 – Matriz probabilidade x impacto ................................................................... 55 
 
GLOSSÁRIO 
 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
NBR – Norma Brasileira 
NR – Norma Regulamentadora 
PMI – Project Management Institute 
SENAI – Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
 
 
1 
 
1. INTRODUÇÃO 
1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
As estruturas de andaimes são utilizadas pelos homens há mais de cinco milênios. Na 
cidade de Tebas, no Egito, foram encontradas pinturas em um túmulo que remetem a utilizam 
de andaimes para facilitar a construção de obeliscos. Segundo o historiador Herótodo, a 
primeira pirâmide foi construída em degraus, como uma escada. As pedras que foram 
utilizadas na construção das pirâmides foram levantadas por meio de um pequeno andaime de 
madeira. Desta forma, elas foram erguidas da terra para o primeiro “degrau da escada”; lá elas 
foram colocadas em outro andaime, com o qual foram levantadas para o segundo degrau, e 
assim por diante. O acabamento foi iniciado na direção inversa, do topo até o nível mais 
baixo. 
Enquanto isso, em torno de 200 a.C, foi realizada a obra da muralha da China e os 
trabalhadores se utilizaram de andaimes de bambu para alcançar locais de difícil acesso. O 
bambu é um material leve, porém, suficientemente forte para suportar o peso dos 
trabalhadores e dos seus equipamentos. Devido seu peso e durabilidade, os trabalhadores 
conseguiam realizar a montagem dos andaimes sem necessidade de nenhum maquinário o que 
conferia maior grau de autonomia aos serviços. Apesar de os andaimes de metal serem 
comuns atualmente no país, os andaimes de bambu ainda são amplamente utilizados em 
algumas regiões. (CREA-SC, 2017) 
No século XX, os andaimes sofreram mudanças nos materiais utilizados pois, viu-se no 
aço uma melhor solução para as estruturas. No ano de 1906, os irmãos Daniel Palmer-Jones e 
David Henry-Jones criaram uma empresa especializada na fabricação de andaimes. Em 1919, 
eles introduziram o scaffixer – um conjunto de fixações que servia para segurar pedaços de 
madeira ou de metal, de uma maneira mais segura do que as tradicionais fixações com corda. 
Após alguns serviços prestados eles receberam a oportunidade de trabalhar nareconstrução do 
Palácio de Buckingham em 1913, o que garantiu a consolidação do sucesso de sua invenção. 
Na Europa, algumas empresas continuaram com sucesso a história das estruturas tubulares 
em aço como, por exemplo, a Echafaudages Tubulaires Mills. Em 1939, os engenheiros 
Théodore Coppel e Jacques Coulon criaram em sociedade a empresa que viria a ser referência 
mundial na área. Em 1946, a empresa participou na reconstrução do pós-guerra utilizando 
somente seus tubos e braçadeiras. No ano de 1958, a empresa realizou uma obra que utilizou 
duzentos e oitenta quilômetros de estrutura tubular para escorar o cofre do Congresso 
Nacional de Informação Turística (CNIT) e, se posicionou como uma das maiores empresas 
 
2 
 
do mercado. Alguns anos depois, em 1961, os engenheiros fundadores da empresa uniram 
esforços para elaborar e publicar o livro “Echafaudages Tubulaires” que, até os dias de hoje, é 
referência para os cálculos de andaimes e escoramentos. Com o passar dos anos e a grandeza 
da empresa na França, majoritariamente as grandes obras públicas de engenharia civil, 
contavam com o apoio das estruturas da Mills e, em 1968, as obras para a Olimpíada de 
Inverno de Grenoble tiveram suas instalações esportivas construídas com a participação da 
empresa. Nos anos subsequentes, a empresa realizou algumas obras de destaque e expandiu 
suas atuações para outros países como Brasil e Japão. (MILLS, 2015) 
Com o passar dos anos as soluções criadas pelos irmãos Jones chegaram ao Brasil por 
meio do estabelecimento de grandes empresas. Dentre elas, destaca-se a Mills, que tem 
grande força no território brasileiro desde 1952 quando, o romeno José Nacht, começa a 
importar os equipamentos tubulares da Echafaudages Tubulaires Mills na França. Antes do 
surgimento desta empresa as obras se utilizavam de andaimes em madeira, o que resultava em 
desmatamento e falta de segurança para os trabalhadores envolvidos. Pelo fato de ser a 
primeira empresa a utilizar no Brasil as estruturas tubulares de aço, a Mills conseguiu no ano 
de sua inauguração fechar contrato para realizar a obra da cúpula da Igreja da Sé em São 
Paulo. Ainda na década 1950, algumas obras de destaque foram realizadas pela empresa como 
a construção da Avenida Perimetral e o reparo do relógio da Central do Brasil, ambas no Rio 
de Janeiro, e as obras de infraestrutura da cidade de Brasília. Nos anos 60, a empresa 
conseguiu ganhar ainda mais força no mercado da construção civil brasileira e realizou obras 
em todo território nacional como a reconstrução dos Arcos da Lapa, obra do Maracanãzinho, 
Barragem de Jupiá e da Ponte Fronteira Santa Catarina. Ao final desta década, Cristian Nacht, 
filho do fundador, passa a atuar na equipe de administração da empresa e exerce função de 
liderança como Presidente do Conselho de Administração até os dias de hoje. Com o passar 
dos anos a empresa foi escrevendo sua história com obras de suma importância para os 
cidadãos como a construção da Ponte Rio-Niterói, Usina de Itaipú e Rodoanel Metropolitano 
de São Paulo e, também, de grandes eventos como a construção do palco do Rock in Rio II. 
Ao longo das décadas foram surgindo outras empresas no mesmo ramo que merecem 
destaque pelas obras de qualidade, inovação tecnológica e melhorias na infraestrutura das 
cidades como a Rohr S.A. Estruturas Tubulares, a Estub Estruturas Tubulares do Brasil S.A. e 
a Servicon Hunnebeck (SH). (MILLS, 2015) 
Por outro lado, é sabido que as obras com estes materiais representam, atualmente, parcela 
significativa dos acidentes na construção civil (HEMBECKER, 2008). As obras que se 
utilizam desses equipamentos podem apresentar durações muito curtas devido à necessidade 
 
3 
 
de, por exemplo, um palco ou torre para um evento com data marcada. A necessidade de 
trabalhar rápido para entregar a obra na data estabelecida pode influenciar na atenção e 
organização dos trabalhadores e, com isso, acidentes podem acontecer. Além disso, quase 
majoritariamente as obras são realizadas em alturas elevadas, com riscos elevados, devendo-
se sempre estar utilizando todos os equipamentos de segurança estabelecidos por norma para 
realização dos trabalhos. A queda de nível e de objetos podem causar sequelas aos operários 
que, dependendo da gravidade podem levar à morte e a responsabilidade para evitar tais 
acidentes é atribuída aos operários, aos engenheiros responsáveis por gerenciar a obra e à 
empresa como instituição. Portanto, os problemas relacionados à segurança física dos 
funcionários em obra são inúmeros e suas causas podem ser das mais variadas devendo a 
empresa estabelecer meios de minimizar as intercorrências durante o período do projeto. 
Atualmente, a segurança e gestão de riscos em projetos são temas muito discutidos e 
tratados pelas equipes de gerenciamento de obras civis das empresas pelo fato de, segundo 
Gherardi et al. (1998), todos os planos, projetos e ideias humanas envolverem riscos e 
segurança. As literaturas de gestão de risco associada à segurança dos trabalhadores envolvem 
uma carga alta de planejamento e antecipação das empresas para evitar acidente e isso já é 
bastante realizado, majoritariamente em empresas de grande porte, por apresentarem maior 
maturidade em gestão de projetos. Porém, em tempos com grande competitividade no 
mercado de construção e vastas legislações associadas à segurança todas as empresas devem 
procurar se alinhar e se antever aos problemas para conseguir estabelecer seu espaço entre as 
concorrentes. 
 
1.2 OBJETIVO 
O presente trabalho tem como objetivo pontuar os riscos associados à segurança do 
trabalhador em obras civis com estruturas tubulares provisórias utilizando as metodologias e 
boas práticas de gestão e gerenciamento de riscos. 
 
1.3 JUSTIFICATIVA 
O estudo dos riscos em relação à segurança dos trabalhadores é de grande valia para a 
integridade física dos funcionários e consequente sucesso dos empreendimentos. A análise 
mostra-se essencial para as empresas e funcionários que lidam diretamente com estas 
 
4 
 
estruturas e, que serão beneficiados através da utilização destas boas práticas em obras 
futuras. 
 
1.4 METODOLOGIA 
A fim de alcançar os objetivos propostos o presente trabalho utiliza-se da pesquisa 
bibliográfica e de um exemplo de aplicação. A pesquisa bibliográfica será o embasamento 
teórico para a estruturação do trabalho e, dará suporte para a análise que será realizada ao 
final do presente trabalho. 
 O exemplo de aplicação será construído em cima dos processos da gestão de riscos 
estabelecidos pelo Project Management Institute e se baseará nas legislações vigentes de 
segurança no trabalho e de andaimes. Esta análise será de relevante importância por tratar de 
obras com elevado grau de risco associado ao trabalhador. O desenvolvimento do estudo de 
caso tratará de todas as etapas de um evento que conta com estas estruturas, ou seja, desde a 
saída dos materiais da empresa até o término do evento e consequente volta dos materiais. 
 
1.5 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO 
Este trabalho é composto de cinco capítulos desenvolvidos de forma a promover o estudo 
sobre estruturas provisórias e seus possíveis riscos relacionados à segurança humana. Serão 
apresentadas boas práticas que poderão ser aplicadas em empresas que se utilizam destas 
estruturas. 
O primeiro capítulo trata do objetivo e metodologia empregada para a estruturação do 
trabalho. A escolha do tema em questão foi baseada na necessidade de se antecipar as 
incertezas de projetos com estruturas tubulares que apresentam diversos riscos para o 
trabalhador durante o ciclo do projeto. 
O segundo capítulo tem como objeto de estudo as estruturas provisórias e suas mais 
diversas utilizações. Este capítulo visa discorrer sobre as tecnologias que vem sendo 
empregadas no mercado de construção civil apresentando de forma técnica seus benefícios e 
possíveisdificuldades encontradas no emprego de estruturas provisórias. Além disso, serão 
apresentadas as normas de segurança que se aplicam à estas estruturas e aos trabalhadores. 
O terceiro capítulo discorre sobre as metodologias e boas práticas da gestão de riscos em 
projetos. As informações são consolidadas em revisão bibliográfica de órgãos 
internacionalmente reconhecidos como o PMI. 
 
5 
 
O quarto capítulo apresenta o exemplo de aplicação de gerenciamento de riscos 
associados à segurança no trabalho em obras com a utilização de estruturas provisórias. A 
análise será do projeto com um todo, ou seja, serão analisados os processos de retirada dos 
materiais do galpão para levar ao local da obra, execução de toda a obra com a estrutura 
provisória, desmontagem e a volta do material para o galpão. 
O quinto e último capítulo expõe as considerações finais do trabalho, as conclusões tiradas 
sobre o estudo e sugestões para trabalho futuros. 
Após isso, serão apresentados os anexos e as referências bibliográficas utilizadas para a 
construção desta pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
2. ESTRUTURAS PROVISÓRIAS E SEGURANÇA NO TRABALHO 
As estruturas provisórias apresentam caráter transitório, sendo preferencialmente 
removidas quando cessada sua necessidade. Na construção civil usam-se as estruturas 
tubulares para a montagem de andaimes e estruturas de cimbramento. No presente estudo será 
tratado apenas das estruturas de andaimes devido sua utilização particular e com grande 
importância no apoio de obras e eventos. 
 
2.1 DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO 
Os andaimes são estruturas provisórias auxiliares que, utilizam plataformas horizontais 
elevadas, suportadas por elementos estruturais de seção reduzida que viabilizam suporte às 
obras de engenharia, trabalhos em locais de difícil acesso e estruturalmente servem também 
de apoio para necessidades em eventos de curta duração. Segundo a norma NBR-6494:1990, 
os andaimes são “plataformas necessárias à execução de trabalhos em lugares elevados, onde 
não possam ser executados em condições de segurança a partir do piso. São utilizados em 
serviços de construção, reforma, demolição, pintura, limpeza e manutenção”. 
Segundo a norma de segurança nos andaimes NBR-6494:1990, estas estruturas podem ser 
classificadas em três esquemas estruturais baseados nos seus apoios e grau de liberdade que 
são: 
a) Andaimes suspensos mecânicos: estes andaimes são subdivididos em pesados ou leves 
conforme as solicitações resistivas da estrutura. A sustentação dos estrados é realizada 
por travessas metálicas ou madeira e suportado por cabos de aço que, com o auxílio de 
guinchos, se movimentam no sentido vertical. 
b) Andaimes em balanço: são andaimes que apresentam uma projeção para o lado 
externo da edificação e são suportados por vigamentos ou estruturas calculadas para 
resistir os esforços solicitantes do balanço a partir de engastamentos ou 
contrabalançamentos executados no interior da edificação. 
c) Andaimes simplesmente apoiados: a estrutura trabalha simplesmente apoiada, ou seja, 
independe da edificação para sua estabilidade. Estes andaimes são subdivididos em 
leves e pesados conforme sua necessidade e a sua sapata pode ser fixa ou deslocável. 
Os andaimes são escolhidos conforme a necessidade da obra e devem estar atendendo as 
cargas de serviço e conforto para mobilidade da área de trabalho que será utilizada pelos 
trabalhadores. A imagem a seguir é um exemplo de um andaime simplesmente apoiado que 
 
7 
 
apresenta estrutura leve, ou seja, tem baixa capacidade de receber esforços e apresenta a sua 
sapata fixa ao solo: 
 
 
Figura 1 – Representação de andaime simplesmente apoiado 
 www.aluga.com (2017) 
Além destas classificações, a Norma técnica da Petrobras, ainda inclui uma quarta 
classificação de andaime quanto a sua utilização. O andaime fachadeiro é bastante semelhante 
ao simplesmente apoiado, porém, o fato de ser apoiado e ancorado na fachada de uma 
edificação ou equipamento permite a sua separação em uma categoria única por se tratar de 
um andaime bastante específico e utilizado com frequência em obras de engenharia civil. A 
figura a seguir mostra um andaime fachadeiro construído para realizar a manutenção da 
fachada de uma fábrica: 
 
 
Figura 2 – Andaime fachadeiro 
www.aluga.com (2017) 
 
8 
 
2.2 SISTEMAS DE ESTRUTURAS TUBULARES 
As estruturas tubulares foram com o passar dos anos, sofrendo alterações significativas 
nos modos de encaixe dos seus componentes e algumas gerações marcaram o mercado de 
produção destas peças. As estruturas podem ser divididas em estrutura tubular convencional, 
estruturas com peças soldadas, estrutura concopo e estrutura multidirecional. 
 
2.2.1 ESTRUTURA TUBULAR CONVENCIONAL 
Este sistema de estrutura tubular padrão é extremamente adaptável e prático, pois a 
construção é realizada com tubos de aço ou alumínio unidos por conexões e sua desmontagem 
é ágil e simples possibilitando a reutilização do equipamento para os mais diferentes usos. As 
uniões entre tubos são executadas por equipamentos conhecidos como braçadeiras que, 
conectam os tubos em qualquer ponto da estrutura. 
Conforme as explanações do manual técnico SH, a utilização das braçadeiras permite o 
apoio dos tubos em três situações que são: engastado, articulado e nó de três braçadeiras 
conforme a figura a seguir: 
 
Figura 3 – Modelos de utilização das braçadeiras 
 Manual SH (2012) 
Estas utilizações de braçadeiras são estabelecidas no projeto conforme a necessidade de 
estabelecer resistência às solicitações nos nós. O engastamento representa uma situação em 
que os tubos estão fixos de forma a resistir tanto aos esforços cortante e normal quanto aos 
momentos, enquanto isso, ao estabelecer um nó articulado o tubo preso à braçadeira está 
sujeito a rotações. A execução de um nó de três braçadeiras tem como objetivo reforçar os nós 
mais solicitados da estrutura para estabelecer solicitações resistivas maiores e evitar 
complicações no uso da estrutura. 
 
9 
 
 A estrutura tubular padrão apresenta braçadeiras que, segundo o Manual SH de fôrmas 
para concreto e escoramentos metálicos, podem ser fixas, móveis ou de perfil conforme a 
necessidade do projeto. A braçadeira fixa é utilizada para unir dois tubos perpendiculares 
entre si enquanto a móveis permite variações em relação ao ângulo de colocação, 
apresentando maior flexibilidade. Já a braçadeira de perfil é uma peça para fixar os tubos em 
uma estrutura de perfis metálicos. As imagens a seguir representam estes modelos utilizados 
em ampla escala no mercado da construção civil: 
 
Figura 4 – Tipos de braçadeiras 
 Catálogo SH (2015) 
 A utilização do emprego dos tubos com o perfil circular se dá por motivos estruturais. 
Este perfil de tubo tem a capacidade de receber esforços de compressão e transmitir as cargas 
para a base da estrutura e posteriormente ao solo por ser uma estrutura circular e admitir 
melhor os esforços de compressão. Além disso, este perfil de tubos, padronizado pela norma 
regulamentadora NBR-8261:2010, é interessante para o trabalho em estruturas desmontáveis 
por se tratar de um perfil universal e aplicável em qualquer tipo de necessidade. É possível 
salientar também que o armazenamento, projeto, montagem e desmontagem são facilitados 
nas estruturas tubulares convencionais. Sendo assim, as empresas conseguem materiais 
padronizados e com suas informações técnicas muito semelhantes conforme a figura a seguir: 
 
Figura 5 – Informações técnicas tubos e braçadeiras 
 Manual SH (2012) 
A padronização dos equipamentos é essencial para o modelo de estrutura tubular padrão 
devido à uniformidade do diâmetro das braçadeiras, ou seja, como todos os tubos apresentam 
 
10 
 
o diâmetro externo idêntico, salvo pequenas irregularidades, não há necessidade de utilização 
de braçadeirascom diâmetros específicos. Esta padronização dos equipamentos e consequente 
simplicidade acarretam em ganhos de agilidade, praticidade e evita erros técnicos durante a 
montagem das estruturas. Pode-se dizer então que a estrutura tubular padrão utiliza tubos de 
diâmetro nominal 1	1 2"⁄ e externo de 48,3mm com parede 3,0mm. 
A fixação da estrutura tubular convencional é realizada por meio de parafusos e porcas 
que são apertados com o auxílio de uma chave de catraca especialmente elaborada para esta 
finalidade. Esta ferramenta é utilizada na montagem e desmontagem das estruturas tubulares 
e, por não necessitar realizar o reposicionamento da chave ao final do movimento, confere um 
maior grau de produtividade e ganhos de agilidade na obra. Além disso, esta ferramenta é 
construída com dimensões específicas de modo a garantir um torque ideal para fixação dos 
parafusos da braçadeira, função do tamanho do cabo da chave e um esforço normal do braço 
de um homem. A figura a seguir representa a chave de catraca utilizada pelos montadores de 
andaimes: 
 
 
Figura 6 – Chave de catraca 
 Catálogo Mills (2015) 
Além destes equipamentos primordiais, as estruturas tubulares padrão contam com outros 
equipamentos que desempenham diversos papéis nas estruturas conforme o explicado no 
quadro a seguir: 
 
 
 
 
 
11 
 
Quadro 1 –Equipamentos e funções 
Autor (2018) 
 
Equipamentos Funções 
Base ajustável (macaco) 
 
É uma placa metálica de assentamento que 
transmite as cargas da estrutura para o terreno na 
qual está apoiada. Estas peças permitem a 
montagem do andaime em desníveis graças à sua 
base regulável. 
Rodízio 
 
É um equipamento utilizado em andaimes com 
pouca altura e com necessidade de realizar 
movimentações da estrutura durante a obra. 
Luvas 
 
A emenda com luvas tem como função unir tubos 
de topo a topo. As luvas trabalham para a 
transmissão axial dos esforços e normalmente são 
utilizadas nos elementos verticais da estrutura. 
Forcado 
 
Tem como função o apoio de outras peças que 
serão utilizadas como vigas principais. 
Pisos 
 
Os pisos são apoiados nas estruturas dos tubos e 
tem como função estabelecer patamares de 
trabalho nas estruturas tubulares. 
 
 
12 
 
Para a melhor comunicação na elaboração dos projetos de estruturas tubulares e, até 
mesmo, na execução dos serviços viu-se necessária a atribuição de nomenclaturas para os 
tubos conforme a função desempenhada estruturalmente. Portanto, conforme o manual 
técnico SH, temos as seguintes denominações em um andaime tubular: 
a) Postes: são os tubos que ficam nas posições verticais. 
b) Longarinas: são os tubos que estão na posição horizontal no sentido da maior distância 
entre postes. Também são conhecidas como travessas longitudinais. 
c) Transversinas: são tubos horizontais no sentido da menor distância entre os postes do 
andaime. Podem ser chamadas de travessas transversais. 
d) Travessa intermediária: tubos colocados entre duas travessas com o intuito de reduzir 
os vãos da estrutura aumentando a estabilidade. 
e) Diagonal: tubos inclinados entre dois níveis do andaime que podem ser unidos aos 
elementos horizontais com braçadeiras fixas ou aos postes com braçadeiras móveis 
f) Diagonal horizontal: é caracterizado por um tubo na posição horizontal colocado na 
diagonal entre dois postes. 
g) Guarda-corpo: é um tubo colocado com a finalidade de fornecer proteção contra queda 
e garantir o espaçamento no primeiro nível no andaime. A NR-18:1990 exige 
colocação de guarda-corpo em todos os níveis do trabalho. 
h) Mão francesa: é uma escora inclinada destinada a apoiar extremidades do andaime 
para realizar um reforço estrutural. 
A figura a seguir representa um andaime com as suas nomenclaturas para facilitar o 
entendimento das peças da estrutura: 
 
 
13 
 
 
Figura 7 – Andaime com as nomenclaturas 
Manual SH (2012) 
 
Além da classificação das partes do andaime pelos tubos apresentados na sua 
composição é necessária a instalação de acessos para estas estruturas. As escadas de 
marinheiro possibilitam o acesso a todos os níveis da estrutura e são equipadas com guarda-
corpo para a segurança dos trabalhadores envolvidos na obra. A figura a seguir mostra uma 
escada de marinheiro do catálogo da empresa Mills: 
 
Figura 8 – Escada com guarda-corpo 
Catálogo Mills (2015) 
 
Sendo assim, as estruturas tubulares convencionais apresentam diversas peças e equipamentos 
para sua composição e execução de andaimes. A quantidade excessiva de peças e encaixes 
realizados durante a obra foram os pontos principais para a elaboração das gerações 
 
14 
 
subsequentes que passaram a usar peças soldadas para determinado tipo de obra. Por outro 
lado, as soluções improvisadas e diferentes encontradas com as estruturas tubulares 
convencionais são pontos positivos da tecnologia de encaixe que permite a realização de 
qualquer tipo de encaixe e de saídas para resolução de problemas. 
 
2.2.2 ESTRUTURAS COM PEÇAS SOLDADAS 
Esta geração de estrutura tubular é marcada pela modulação de grandes peças para 
conferir agilidade aos processos de montagem e desmontagem, ou seja, foram criados quadros 
compostos de, por exemplo, dois postes, duas travessas e de mão francesa para ajudar na 
estabilidade, unidos por soldas. Estes equipamentos variam muito de empresa para empresa, 
porém, muitos deles já apresentam soldados nos quadros escadas de marinheiro e cruzetas 
para estabilidade. A figura do catálogo de equipamentos da empresa SH mostra alguns 
exemplos de quadros: 
 
Figura 9 – Quadros modulares 
Catálogo SH (2015) 
 
Com o intuito de agilizar a montagem e desmontagem das estruturas estes equipamentos 
apresentam um sistema de encaixe do tipo macho e fêmea que além de facilitar este serviço, 
diminui consideravelmente os erros de montagem. 
Os andaimes com peças soldadas são muito utilizados para obras com grande esforços 
solicitantes devido sua grande capacidade de cargas. Estas estruturas apresentam algumas 
 
15 
 
particularidades e peças elaboradas especificamente para seu bom funcionamento conforme o 
apresentado no quadro a seguir: 
Quadro 2 – Equipamentos andaimes modulares 
Autor (2018) 
Equipamentos Funções 
Base regulável ou base dupla 
 
As bases apresentam as mesmas funções da 
estrutura tubular convencional, porém, devido as 
maiores cargas de utilização, pode ser necessária 
uma base dupla que transmita melhor os esforços. 
Conector 
 
Os conectores realizam as conexões dos quadros 
com as estruturas verticais. 
Console ou trapézio 
 
Elemento rígido de encaixe macho e fêmea que 
tem como objetivo evitar a flambagem do poste. 
Ao realizar o encaixe a carga admissível do poste 
é reduzida pela metade. 
Cruzeta 
 
Tem como função primordial a transmissão de 
forças de dois eixos em diferentes ângulos. 
Pino trava 
 
Elemento de segurança que é aplicado em todos 
os encaixes de cruzetas e consoles. 
 
2.2.3 ESTRUTURAS CONCOPO 
 
16 
 
O sistema de encaixe concopo foi elaborado para realizar conexões rápidas entre os tubos 
verticais e horizontais presentes na estrutura. Em relação ao sistema convencional de tubos e 
braçadeiras eram visíveis os ganhos de agilidade nos processos de montagem e desmontagem 
dos andaimes. 
Este sistema de estrutura tubular é caracterizado pela presença de dois copos juntos aos 
elementos verticais. Os copos visam unir os postes às travessas dos andaimes, porém têm 
particularidades próprias; um dos copos é soldado no próprio poste e fica fixo para o 
recebimento das travessas enquanto o outro é um copo móvel que vem por cima das travessas 
para garantir o engastamento do nó. A imagem a seguir exemplifica como funciona este 
sistema de encaixe com a presença de dois copos: 
 
Figura 10 – Encaixe concopo 
Catálogo Mills (2015) 
 
Neste modelo de encaixe os tubos utilizados na direção horizontal sofreram uma pequenamudança para se adaptar aos copos e, nas suas extremidades, passaram a apresentar patas 
soldadas que são facilmente acopladas aos postes sem a necessidade de chaves de catraca. 
A montagem deste sistema é realizada por montadores de andaimes devido a algumas 
limitações do sistema da estrutura. Para a colocação de tubos com alguma angulação diferente 
do ângulo reto é necessária a presença de braçadeiras fixas ou móveis para complementar o 
sistema; caracterizando um sistema misto entre o tubular convencional e o concopo. Porém, as 
vantagens de colocação de todos os tubos verticais acoplados aos horizontais através do 
encaixe concopo são muito relevantes na montagem e justificam seu emprego. Para executar 
esta tarefa basta colocar a pata das travessas no copo fixo e acoplar o copo móvel na parte 
 
17 
 
superior da pata realizando uma rotação do copo, no sentido anti-horário, para a fixação e 
engastamento dos tubos conforme o exemplificado na figura a seguir: 
 
Figura 11 – Sequência de montagem concopo 
 Catálogo Contub (2017) 
 
2.2.4 ESTRUTURAS COM SISTEMA MULTIDIRECIONAL 
Segundo o manual SH, o sistema de encaixe multidirecional proporciona ganhos de 
velocidade e produtividade em relação aos outros modelos de andaimes além de, dispensar a 
necessidade de mão de obra especializada para realizar a montagem e desmontagem das 
estruturas. 
Os andaimes são compostos por torres com diagonais e travessas unidas por rosetas, 
fixadas nos elementos verticais da estrutura a cada 50 cm (cinquenta centímetros). A presença 
das rosetas com oito furos, confere versatilidade para a montagem da torre em formas 
circulares e poligonais e a sua utilização em qualquer modulação facilita a distribuição de 
carga. Portanto, a presença das rosetas com alto grau de liberdade para executar qualquer tipo 
de projeto é o ponto de destaque deste modelo de andaime. Esta geração de andaimes é a mais 
evoluída por permitir os encaixes de elementos verticais, horizontais e diagonais. A figura a 
seguir exemplifica o andaime multidirecional montado com seus elementos verticais, 
horizontais e diagonais, como também a roseta de encaixe utilizada por algumas empresas 
especializadas: 
 
18 
 
 
Figura 12 – Andaime multidirecional e roseta 
Autor (2018) 
 
As travessas e diagonais se unem aos postes através de garras e cunhas sem a 
necessidade do uso de uma ferramenta específica como a chave de catraca; somente é 
necessária uma marreta ou martelo para realizar o pleno encaixe. A inexistência do uso de 
porcas e parafusos na montagem facilita o trabalho do operário e o controle de materiais 
utilizados nas obras com estas estruturas. A única diferença entre estes componentes da 
estrutura tubular padrão para o multidirecional é a presença destas garras para a fixação 
dispensando-se o uso das braçadeiras, conforme o exemplificado na figura abaixo: 
 
 
Figura 13 – Garras encaixadas em roseta 
 www.emef.com.br (2017) 
 
 A roseta permite que sejam realizados ângulos entre 30 e 60°, além dos ângulos retos 
conferindo maior liberdade para o projeto destes andaimes. Os pontos de encaixe na roseta 
 
19 
 
quando são utilizados conferem cargas axiais, verticais e momentos que devem ser 
considerados nos cálculos estruturais. Sendo assim, a figura abaixo apresenta as cargas 
existentes na região do encaixe, para facilitar o entendimento, ao se fazer uso destes modelos 
multidirecionais. 
 
Figura 14 – Reações nas ligações garra e roseta 
www.emef.com.br (2017) 
O sistema de encaixe multidirecional é o mais recente no mercado da construção civil e 
vem ganhando espaço frente aos outros modelos por sua engenharia mais simplificada. Os 
andaimes que são executados com esta tecnologia apresentam diversas vantagens como: 
a) Dispensa o uso de mão de obra qualificada. 
b) Não utiliza chaves de catraca; somente martelo. 
c) Total travamento nas regiões de nós (rígidos), garantindo o perfeito engastamento dos 
elementos da estrutura, dando assim a ela maior estabilidade. 
d) Peças parametrizadas evitam erros de montagem e viabilizam projetos de maior 
qualidade. 
e) Ganhos de agilidade na montagem e desmontagem do sistema, chegando a ter um 
rendimento de até 3 vezes maior que o tubular convencional. 
f) Menor uso de peças para garantir a estabilidade do andaime, devido ao perfeito 
engastamento dos elementos. 
g) Vence com facilidade desafios geométricos (andaimes com formatos dos mais 
variados). 
 
2.3 ARMAZENAGEM E TRANSPORTE 
As estruturas tubulares apresentam seu armazenamento facilitado devido ao formato 
tubular e aos comprimentos padronizados. As empresas que possuem estes equipamentos 
 
20 
 
costumam empilhar os tubos de mesmo comprimento um sobre o outro para distinguir as 
pilhas por comprimento de tubo. Em relação às braçadeiras a forma de estocagem é bastante 
parecida dividindo-se as braçadeiras por funcionalidade e amontoando-as uma sobre a outra. 
As empresas se utilizam de estruturas de pallets ou empilham os materiais diretamente no 
chão dos galpões para estocagem. Segundo Doughty (1986), sempre que possível os tubos e 
braçadeiras devem ser separados por tamanho ou funcionalidade e estocados em prateleiras. 
Porém, se não for possível esta forma de estocagem, eles devem ser colocados em forma de 
pirâmides. Além disso, os outros materiais como pisos, forcados e sapatas são comumente 
armazenados em pilhas em cima de pallets de madeira. 
Para Doughty (1986), a empresa deve realizar vistorias no material e nos galpões para 
verificar se os equipamentos estão sendo guardados em condições que não comprometam a 
qualidade das peças. A fim de evitar maiores avarias nos equipamentos, a equipe responsável 
pelos materiais em estoque deve tomar alguns cuidados como escovar os tubos que se 
encontram com algum ponto de corrosão ou, até mesmo, descartar o equipamento caso a 
corrosão seja grande o suficiente para atrapalhar a funcionalidade estrutural da peça. Além 
disso, os responsáveis devem evitar que o empilhamento de material alcance grandes alturas a 
ponto da sua base não suportar o peso próprio dos tubos acima colocados. 
A inspeção dos materiais deve ser realizada pela equipe de engenheiros da empresa antes 
de carregar os caminhões para o transporte. Dessa forma os equipamentos fora dos padrões 
são identificados e destinados a reparos antes de sair da empresa. Segundo Doughty (1986), 
para garantir a estabilidade do andaime os tubos devem ser inspecionados antes da utilização 
e os pontos verificados são: 
a) Os tubos devem estar retos e alinhados por todo seu comprimento. 
b) As extremidades dos tubos devem ser verificadas em relação à sua perpendicularidade 
ao resto do tubo. 
c) Os tubos devem estar livres de corrosão, falhas, divisões, amassados ou outros danos 
visíveis. 
d) Os tubos devem apresentar uma camada protetora (galvanização) principalmente se 
forem utilizados em áreas molhadas ou com umidade. 
As braçadeiras também são de grande importância e devem ser inspecionadas antes do 
envio para a obra. Os pontos que podem afetar a segurança do andaime caso as braçadeiras 
não estejam em conformidade , segundo Doughty (1986), são as distorções, ferrugens ou 
corrosões e parafusos espanados. Para realizar o envio destas peças para a obra é importante 
 
21 
 
banhá-las em uma tina com óleo para lubrificação das peças, visando a consequente melhoria 
e conservação das mesmas para a sua utilização durante a montagem e desmontagem. 
Todos os equipamentos têm suas peculiaridades e pontos a serem conferidos para realizar 
o envio dos materiais à obra, apresentando importância significativa para a boa execução dos 
serviços. Os pisos podem ser de madeira, aço galvanizado ou alumínio. Os responsáveis 
devem analisar pontos específicos, como por exemplo, para a utilização de pisos de madeira, 
os mesmos devem ser livres de apodrecimento, fendas e cortes na madeira.Porém, caso o piso 
seja de outro material, pontos como empenamentos e amassados na estrutura são cruciais, 
pois podem comprometer a estabilidade. Sendo assim, os responsáveis devem estar atentos 
para problemas nos equipamentos antes do material sair do galpão e, também, antes do início 
da montagem para evitar comprometimento na resistência da estrutura. 
Para realizar o transporte das estruturas e equipamentos do galpão até o local da obra são 
requisitados caminhões com alta capacidade de carga. As empresas podem contar com estes 
caminhões ou contratá-los de empresas especializadas neste tipo de frete. Para realizar a 
movimentação dos tubos armazenados para o caminhão é necessária à presença de um 
operário que retira manualmente os equipamentos e os coloca no caminhão. Enquanto isso, 
um encarregado realiza a contagem e conferência das peças que estão saindo da empresa. 
Além deste modo manual, é possível realizar de maneira mecanizada com a presença de 
um operário operando um carro hidráulico específico para o manuseio de pallets. O carro 
permite retirar e levantar o pallet, com os tubos devidamente presos com cintas metálicas, 
para colocação dentro do caminhão. Com todo o equipamento devidamente colocado os 
operários podem prender os tubos ou qualquer equipamento que possa se movimentar durante 
o transporte com cordas evitando avarias e prejuízos para a empresa. 
Depois de realizado o transporte dos equipamentos, os operários descarregam o caminhão 
do mesmo modo que fizeram no galpão e alocam os materiais no canteiro de obras conforme 
o solicitado pelos engenheiros responsáveis. 
 
2.4 MONTAGEM E MÃO -DE-OBRA 
A montagem de estruturas tubulares depende de fatores que afetam diretamente a 
produtividade dos funcionários envolvidos como a altura da estrutura, condições 
meteorológicas e o local onde a obra será realizada. 
A altura da estrutura influencia nos riscos associados à montagem e no rendimento do 
trabalhador que se sente mais confortável e consegue realizar os trabalhos com mais agilidade 
em obras com menores alturas. Da mesma forma, o local da obra pode influenciar a 
 
22 
 
produtividade dos funcionários, pois nestes modelos de obra rápidas raramente são 
construídos barracões obrigando com que os trabalhadores tenham grandes deslocamentos 
entre a moradia e o local de trabalho. Além disso, a condição do tempo é essencial para a boa 
produção dos funcionários que tendem a render menos em situações adversas com muito sol, 
neve, chuva ou frio. (MUNHOZ, 2005) 
Para quantificar o rendimento das montagens com estruturas tubulares, estas foram 
dividias conforme o grau de dificuldade de execução. O quadro a seguir exemplifica o 
rendimento médio dos trabalhadores em função da colocação de braçadeiras para execução de 
estruturas tubulares convencionais: 
Quadro 3 – Rendimento de Montagem por homem hora 
MUNHOZ (2005) 
Classificação Rendimento 
Obras difíceis 2 braçadeiras / homem / hora 
Obras normais 4 braçadeiras / homem / hora 
Obras fáceis 8 braçadeiras / homem / hora 
 
 A mão-de-obra primordial para a execução de obras com estruturas tubulares é o montador 
de andaime. A formação destes profissionais se dá por muitos anos de formação e prática 
dentro das empresas que se utilizam destes materiais, porém, órgãos como o SENAI também 
passaram a oferecer cursos profissionalizantes para esta atividade. A experiência nestes 
modelos de obras é bastante importante devido os riscos envolvidos nas montagens e, as 
empresas devem buscar mão-de-obra qualificada mesmo sendo esta escassa. 
 Os montadores de andaimes tem a responsabilidade de executar as montagens conforme 
especificações do projeto, verificar os equipamentos que estão sendo colocados, realizar e 
conferir o aperto das braçadeiras e outros encaixes. Sendo assim, o montador de andaimes 
apresenta função essencial e deve realizar seu trabalho de forma a evitar acidentes e 
problemas com a estrutura do andaime e, suas atividades devem ser monitoradas e controladas 
por engenheiros e técnicos responsáveis. 
 
2.5 NORMAS RELATIVAS À SEGURANÇA NO TRABALHO 
A segurança no trabalho é uma área de conhecimento que pode ser considerada 
conjuntural nas organizações, pois cria ações e procedimentos para proteção no ambiente de 
trabalho. As empresas visam uma constante diminuição da probabilidade de ocorrência dos 
 
23 
 
riscos aos quais estão expostos os trabalhadores, pois, apesar dos avanços tecnológicos, 
qualquer atividade envolve certo grau de insegurança (BOZZA, 2010). 
 
2.5.1 NR-18: CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO 
A norma regulamentadora 18 estabelece diretrizes para as atividades de construção civil 
no campo da administração, planejamento e organização para que as empresas estabeleçam 
estratégias e sistemas de prevenção para garantir a saúde e integridade física dos trabalhadores 
da indústria da construção civil. 
 A norma aborda os aspectos relacionados ao bem estar e condições necessárias para a 
atuação dos profissionais envolvidos em obras civis e coloca requisitos em relação à 
alojamentos, vestiários, chuveiros, lavatórios, entre outros. Por ser uma norma bastante 
extensa, trata de diversas atividades na construção, porém, reserva um tópico para a análise de 
andaimes e plataformas de trabalho. 
Segundo a norma NR-18:2015, o projeto e dimensionamento de andaimes deve ser realizado 
por profissional habilitado e sua estrutura deve suportar, com segurança, todas as solicitações 
ao qual está submetido. As empresas que executam obras devem ser credenciadas pelos 
órgãos responsáveis, como o CREA, e cada projeto executado deve apresentar um documento 
de responsabilidade técnica (ART – Anotação de Responsabilidade Técnica), indicando o 
profissional responsável, o local do empreendimento, tempo de duração com a indicação do 
início e término da obra. Em termos da estabilidade da estrutura que acarreta na garantia da 
segurança dos usuários e trabalhadores é previsto na norma que os equipamentos devem 
possuir travamentos ao serem conectados que impossibilitem a movimentação das peças ou 
desencaixes. 
Conforme o especificado na norma, os funcionários que realizam as montagens e 
desmontagens devem ser capacitados, realizar treinamentos específicos para aperfeiçoar suas 
funções, e estar com os exames médicos em dia e; quando estiverem em atividade é 
obrigatório o uso de cintos paraquedistas com duplo talabarte que evitem quedas. Além do 
trabalhador, a norma prevê a utilização de ferramentas com amarração para evitar quedas 
acidentais de equipamentos de trabalho (NORMA REGULAMENTADORA 18, 2015). 
 
24 
 
Para a boa utilização dos andaimes é necessário que os materiais sejam de boa qualidade e 
dimensionados por profissionais legalmente habilitados. Em relação aos pisos, a norma, 
estabelece que estes possam ser metálicos ou mistos, com a forração comumente em madeira 
e, para garantir a segurança dos usuários é necessários que estes sejam antiderrapantes e 
fixados de maneira segura. Os materiais utilizados devem ser previamente analisados pelos 
responsáveis para que os pisos estejam em boas condições, ou seja, a madeira deve ser de boa 
qualidade, estar seca e sem nós ou rachaduras para garantir a resistência do projeto. Outra 
estrutura dos andaimes bastante abordada pela normativa é a escada que pode ser de do tipo 
marinheiro ou de uso coletivo. A escada de marinheiro é normalmente utilizada pelos 
trabalhadores para acessar os níveis enquanto a de uso coletivo é utilizada, normalmente, pelo 
público e, portanto, deve apresentar os pisos com sistemas antiderrapantes. 
A norma subdivide as recomendações pela classificação de andaimes e, em relação aos 
andaimes simplesmente apoiados, deve-se reiterar as seguintes disposições: 
a) Os andaimes com os pisos de trabalho localizados acima de um metro devem contar 
com escadas. 
b) As torresnão podem exceder mais do que quatro vezes a menor dimensão da base de 
apoio. 
c) As sapatas devem ser niveladas e capazes de resistir aos esforços solicitantes dos 
montantes. 
Por se tratar de uma norma bastante extensa e com diversas recomendações para os mais 
diversos serviços de construção civil é perceptível que as exigências da norma se tornam 
bastante abrangentes e sem grande especificidade. Portanto, esta norma não apresenta tanta 
rigidez como as normas que serão apresentadas posteriormente no trabalho. 
 
2.5.2 NORMA TÉCNICA PETROBRAS – MONTAGEM E DESMONTAGEM DE ANDAIMES 
A norma técnica da empresa Petrobras é bastante completa e rígida em relação aos 
padrões de segurança em obras com estruturas tubulares. A norma apresenta pontos que não 
são considerados nas outras normativas brasileiras como a divisão das funções 
desempenhadas pelos trabalhadores. A norma estabelece que os recursos humanos tenham as 
seguintes funções: 
a) Engenheiro 
b) Técnico de Montagem e/ou Supervisor 
c) Mestre de Montagem 
d) Montador de andaime 
 
25 
 
e) Profissional de Segurança no Trabalho 
Para a realização de obras com andaimes na Petrobras faz-se necessária a presença de 
todos estes profissionais que devem ser devidamente capacitados para exercer as funções. A 
empresa exige que os funcionários antes do início das atividades tenham um treinamento 
técnico e psicológico para aprofundar os conhecimentos de montagem, desmontagem, 
materiais e técnicas, regras do trabalho em altura, utilização de equipamentos de proteção 
individual, análise de riscos, entre outros. 
O alto nível de exigência em relação aos profissionais envolvidos também é aplicado aos 
materiais utilizados. A norma técnica da Petrobras exige que as ferramentas e equipamentos 
utilizados na obra sejam disponibilizados pela contratada de forma racional que permite altos 
índices de produtividade da equipe e que os mesmo estejam com suas certificações válidas e 
em conformidade com os padrões de qualidade exigidos na contratação dos serviços. 
A normativa estabelece uma divisão dos andaimes quanto sua utilização e, vale ressaltar 
que os andaimes simplesmente apoiados são considerados aqueles cujos montantes estão 
apoiados nas bases fixas ou móveis diretamente ao solo ou mesmo com algum elemento para 
distribuição de cargas. A empresa permite que a montagem dos andaimes se utilize do sistema 
de encaixe multidirecional, do sistema tradicional, com a aplicação de tubos metálicos unidos 
por braçadeiras ou luvas de união, ou mesmo através de um sistema de engates e encaixe. 
Em relação ao projeto dos andaimes a Norma Petrobras estabelece que profissionais 
legalmente habilitados elaborem projetos que atendam com segurança as solicitações e 
estejam em conformidade com os requisitos legais e normas brasileiras. As cargas 
consideradas nos cálculos são as permanentes, variáveis e excepcionais de forma que os 
requisitos de segurança sejam amplamente considerados. Em termos dos dispositivos de 
segurança, o projeto deve detalhar quais serão necessários e apropriados para o caso. 
Após o projeto a equipe deve receber os equipamentos e, para isso, a norma estabelece 
alguns parâmetros para o recebimento e armazenamento das estruturas. Ao receber dos 
contratados a equipe de funcionários da Petrobras deve verificar a integridade das peças que, 
devem estar em perfeitas condições de uso e apresentem alta qualidade. Em termos do 
andaime multidirecional, a norma, exige que o andaime seja constituído apenas deste tipo de 
encaixe e sem peças de fabricantes variados. Após isso, a equipe deve armazenar as peças em 
local iluminado, nivelado, não escorregadio, protegido de intempéries e de forma segura para 
a colocação e retirada dos funcionários. A armazenagem dos equipamentos deve garantir que 
a retirada ocorra de forma simplificada garantindo uma sequência de utilização planejada e, 
também, permitir que a circulação dos trabalhadores e materiais seja facilitada. 
 
26 
 
A empresa estabelece que os tubos sejam armazenados por tamanho em estantes com 
identificação da modulação para facilitar a retirada e aumentar a agilidade dos trabalhadores. 
O mesmo é feitos com os rodapés e pisos de madeira ou metal, porém, com as braçadeiras ou 
outros materiais que necessitam de lubrificação a armazenagem é feita em baias ou caixas em 
locais adequados e cobertos. 
Para liberar o início dos serviços a normativa estabelece que sejam realizados algumas 
verificações e estudos para garantir que a execução venha ser bem sucedida. É necessário 
planejar as atividades, realizar análise dos riscos, estabelecer contato diário com os 
funcionários alertando sobre os riscos, realizar o isolamento da área, atentar para evitar 
simultaneidade de tarefas, entre outros. Após estas verificações é iniciada a obra e são 
estabelecidos os cuidados necessários para o trabalhador durante a montagem e desmontagem 
que são listados a seguir: 
a) Utilização dos equipamentos e ancoragens individuais. 
b) Não deixar materiais soltos nas plataformas do andaime. 
c) Travar os materiais a serem transportados. 
d) Utilização de braçadeiras com qualidade e lubrificadas. 
e) Colocar guarda-corpo a uma altura de 1,20m para o travessão superior e 0,70m para o 
travessão inferior (andaime padrão). Para o multidirecional as alturas são 1,00m e 
0,50m respectivamente. 
f) Peças que possam sofrer deslocamentos com o vento devem ser travadas. 
g) Não exceder 2,00m de altura entre os travamentos horizontais. 
h) Colocar contraventamentos para eliminar oscilações. 
i) Colocar placas vermelhas com os dizeres “ANDAIMES NÃO LIBERADOS” caso a 
montagem ainda esteja em curso. 
j) Proibido retirada de dispositivos de segurança em qualquer caso. 
Todos os processos durante a montagem devem ser monitorados por profissionais 
especializados em segurança no trabalho e inspeções diárias na qualidade dos materiais 
devem ser realizadas a fim de alcançar parâmetros de alta qualidade nos serviços da empresa. 
 
2.5.3 NBR 6494: SEGURANÇA NOS ANDAIMES 
Esta normativa visa fixar as condições necessárias para a segurança de andaimes quanto à 
sua condição estrutural, bem como de segurança das pessoas que neles trabalham e transitam, 
porém, não se aplica para a segurança de terceiros devendo ser regida pela legislação 
específica dos órgãos públicos responsáveis. 
 
27 
 
Em relação ao projeto e construção dos andaimes é essencial que a resistência de projeto 
esteja em concordância com as solicitações de utilização e, para isso acontecer, os materiais 
devem ser de qualidade, estar em bom estado e com suas propriedades de resistência 
inalteradas conforme as normas brasileiras de estruturas tubulares. Os andaimes devem 
apresentar alguns dispositivos de segurança para o trabalhador previstos em projeto e algumas 
particularidades, principalmente em relação aos pisos, que devem apresentar rugosidade o 
suficiente para não permitir escorregamentos e deve ser bem fixado na horizontal para evitar 
quedas provocadas por ventos fortes. Sendo assim, em projeto já são consideradas medidas de 
segurança. 
No parágrafo disposto para análise propriamente dita da segurança e proteção nos 
andaimes a norma estabelece estratégias para minimizar os acidentes com o uso da estrutura 
tubular. Em relação aos guarda-corpos é obrigatória a presença em todas as faces externas e 
internas quando houver riscos de queda e, é exigido que os mesmos não se movimentassem 
em qualquer direção, sob hipótese alguma. O posicionamento dos tubos que servirão como 
guarda-corpo é de 0,5 e 1,0 metros a partir do estrado e os rodapés devem ser instalados à 
0,15 metros do nível de trabalho. Além disso, a norma estabelece que a carga máxima por 
guarda corpo é de 350N considerando a aplicação na parte mais desfavorável. 
A proteção e sinalização do andaime contra fatores externos como, por exemplo, carros e 
equipamentosdevem ser previstas pela empresa responsável que, também, deve tomar 
precauções especiais em relação à movimentação do andaime e dos funcionários em obras 
muito próximas a redes elétricas. As redes elétricas e, até mesmo, as fiações utilizadas em 
conjunto com o andaime podem ser bastante perigosos para os usuários e por isso devem estar 
com os cabos devidamente isolados, além de se dever fazer o aterramento das estruturas. 
A utilização propriamente dita dos andaimes é bastante abordada pela norma 
regulamentador NBR-6494:1990, que, em termos de segurança, reitera que o risco de queda 
de ferramentas e materiais dos andaimes são altos e para evitar isso não é recomendado 
realizar empilhamentos nos níveis e as sobras devem ser descartadas por dutos. Para realizar a 
movimentação de equipamentos durante a montagem ou desmontagem os trabalhadores 
devem se utilizar de cordas para içar o que é necessário na direção vertical. A queda de 
materiais pode ser prevenida com a instalação de telas por todo o exterior do andaime e, 
assim, garantir a segurança dos funcionários nos níveis inferiores. 
Além disso, o trabalho em andaimes sob intempéries, como ventos fortes e chuva, é 
vedado pela normativa, porém, cabe aos responsáveis pelo acompanhamento da obra entender 
quando é necessária a paralisação para evitar incidentes. As condições climáticas afetam 
 
28 
 
diretamente a saúde e condição do trabalhador e cabe aos responsáveis fornecer boas 
condições de trabalho. 
Ao final da normativa são abordados aspectos da utilização de equipamentos de proteção 
individual de forma bastante semelhante ao apresentado na norma regulamentadora NR-6. 
Segundo a normativa NBR-6494:1990, os trabalhadores devem estar equipados com cinturões 
de segurança e trava-quedas com sua extremidade fixada na estrutura da edificação 
independente do andaime e o trabalho não pode ser realizado somente por um funcionário 
para, em casos de emergência, os mesmos terem auxílio se necessário. 
 
2.5.4 NR-35: TRABALHO EM ALTURA 
É comprovado por estudos estatísticos que os acidentes advindos do trabalho em altura 
são representativos e, na maioria das vezes citadas como as principais causas de lesões 
ocupacionais com morte do indivíduo (HEMBECKER, 2008). Sendo assim, a norma 
regulamentadora NR-35:2014 visa estabelecer padrões de segurança a serem seguidos para 
reduzir estes dados estatísticos. 
De acordo com a norma regulamentadora NR-35:2014 as atividades executadas acima de 
2,00m (dois metros) do nível da base da estrutura e com algum risco de queda são 
consideradas trabalho em altura. Além disso, a norma define as responsabilidades do 
empregador, dos trabalhadores, as definições sobre capacitação, planejamento de obras e 
análises de risco. Sendo assim, majoritariamente as montagens de estruturas tubulares devem 
se enquadrar nas exigências desta normativa. 
A norma estabelece que as responsabilidades do empregador começam antes do início das 
atividades quando se faz necessário o planejamento dos procedimentos operacionais que serão 
realizados durante o serviço e a realização de uma análise de risco e, quando aplicável, 
emissão da permissão de trabalho. Para que os trabalhos em altura se iniciem é necessário que 
todas as medidas definidas pela norma sejam aplicadas e os trabalhadores tenham 
informações atualizadas sobre os riscos e como controlá-los. Durante a realização dos 
trabalhos em altura, é imprescindível que a empresa responsável disponibilize um funcionário 
com experiência para realizar a supervisão da equipe e, caso venha a ocorrer uma situação de 
risco não prevista, é necessário que a empresa pare os trabalhos imediatamente visto que o 
risco não pode ser neutralizado ou eliminado. 
As responsabilidades e deveres dos trabalhadores para o cumprimento das exigências da 
norma são mais simples, porém, de suma importância para o atendimento dos objetivos da 
normativa. Os funcionários que estão trabalhando em altura devem colaborar com o 
 
29 
 
empregador para a implementação das disposições desta norma e cumprir com as exigências 
previstas. Além disso, durante a execução dos serviços o trabalhador deve zelar pela saúde e 
integridade física dos que estão no mesmo ambiente de trabalho e, principalmente por sua 
saúde analisando as situações de risco e interrompendo o seu trabalho caso constate-se 
evidências de que riscos graves possam ocorrer. 
Para a boa execução dos trabalhos e a garantia da segurança dos envolvidos é estabelecido 
que as etapas de planejamento tivessem grande representatividade dentro do projeto. A equipe 
de planejamento deve ser capacitada e selecionar trabalhadores autorizados e com a saúde 
avaliada para exercício de tais atividades. Em relação aos exames médicos exigidos, cabe ao 
empregador garantir que o funcionário faça avaliações periódicas e estes sejam pertencentes 
ao Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, no qual, as patologias que 
originam mal súbito e queda de altura são avaliadas para garantir que o funcionário esteja apto 
para exercer suas funções. Além disso, o planejamento deve estabelecer medidas para evitar 
as quedas de funcionários e, também, implantar estratégias que minimizem as consequências 
de uma possível queda. 
Segundo a normativa, todo o trabalho em altura deve ser precedido de uma Análise de 
Risco. Esta análise contém todos os riscos inerentes ao trabalho e, também, é de grande 
importância o local em que se está realizando o serviço em altura para consideração das 
influências externas e, assim, realizar o isolamento e sinalização do entorno. As considerações 
desta análise são baseadas nas exigências de outras normativas, como por exemplo, a NR-6 e 
os equipamentos utilizados pelos trabalhadores que devem estar em concordância com as 
mesmas, mas, particularmente a análise de riscos prevê a obrigatoriedade de pontos de 
ancoragem para o complemento do uso dos equipamentos de proteção individual. Além destes 
pontos, a análise de riscos deve antecipar o risco de quedas de materiais e ferramentas, as 
condições impeditivas e, principalmente estabelecer estratégias para casos de emergência e 
planos de primeiros socorros ágeis. Sendo assim, esta análise é um documento de grande valia 
para a empresa que permite a antecipação de situações e diminuição de incertezas em relação 
ao trabalho em altura. 
Em termos da organização das atividades e das funções de cada funcionário, a normativa 
prega que a empresa estabeleça um plano operacional para facilitar o entendimento dos 
funcionários e dos supervisores em relação ao trabalho em altura. É essencial para os 
funcionários que as atividades sejam detalhadas, funções e responsabilidades sejam definidas 
e os equipamentos de proteção coletiva e individual sejam fornecidos. Além disso, o plano 
operacional abrange as orientações administrativas da empresa e requisitos das tarefas para 
que os objetivos em relação ao trabalho sejam alcançados. 
 
30 
 
A norma regulamentadora NR-35:2014 se complementa com a norma de EPI’s 
principalmente no que trata aos sistemas de proteção de quedas. A norma regulamentadora, 
afirma ser obrigatória a presença destes sistemas quando não se pode evitar o trabalho em 
altura e exige que os sistemas de proteção sejam adequados exatamente para o serviço 
prestado pelo funcionário previamente selecionado na Análise de Riscos. Para a 
implementação destes sistemas é imprescindível a presença de um profissional especializado 
em segurança do trabalho que verificará se os equipamentos estão em conformidade com as 
normativas nacionais ou, caso seja aplicável, às internacionais e, também, verificar se a 
resistência dos equipamentos suporta forças máximas em caso de quedas. Com o passar do 
tempo, todos os equipamentos que previnem quedas do trabalhador devem ser vistoriados 
periodicamente para identificar possíveis defeitos ou deformações e, se necessário,descartar 
as peças não conformes. A vistoria antes da utilização das peças é tida como essencial para 
prevenir acidentes. 
Além disso, a norma que regulamenta o trabalho em altura prevê algumas definições entre 
análise de riscos, proteção contra quedas e equipamentos de proteção coletiva e individuais, 
porém, a norma se torna bastante similar ao apresentado na NR-6:2017. A NR-35:2014, ainda 
estabelece critérios para emergência e salvamento que devem ser seguidas pelo empregador e 
trabalhador. O empregador deve fornecer os recursos necessários para que a equipe tenha 
respostas rápidas às ameaças e disponibilizar uma equipe para ajudar no caso de emergências. 
A equipe de salvamento ou ajuda pode ser própria ou terceirizada, mas deve ser apta a 
executar o resgate e realizar os primeiros socorros. 
Sendo assim, esta norma é bastante extensa e envolve fases de planejamento de riscos e 
operacional, execução do serviço e resposta aos possíveis problemas encontrados durante a 
realização do serviço. Portanto, as empresas que seguem a norma com fidelidade não devem 
encontrar problemas em suas atividades por se tratar de uma norma extensa e que abrange 
outras normas de segurança no trabalho. 
 
2.5.5 NR-6: EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – EPI 
Para minimizar os acidentes e entrar em concordância com as legislações vigentes as 
empresas fornecem equipamentos para a proteção dos funcionários no ambiente de trabalho. 
Conforme o descrito na norma regulamentadora NR-6:2017, considera-se Equipamento de 
Proteção Individual – EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual, destinado à 
proteção do trabalhador em relação às ameaças à saúde advindas do trabalho. O equipamento 
de segurança deve apresentar o Certificado de Aprovação – CA, expedido pelo órgão 
 
31 
 
responsável associado ao Ministério do Trabalho e deve ser fornecido gratuitamente para 
todos os trabalhadores em estado de conservação e funcionamento adequados. Os principais 
equipamentos utilizados pelos funcionários em relação aos andaimes e trabalho em altura são: 
a) Cinto de segurança: a função primordial é a união do trabalhador à corda, porém, 
alguns requisitos como a liberdade de movimentos e o ajuste adequado ao funcionário 
são essenciais para o bom funcionamento e adaptação ao EPI. 
O cinto de segurança modelo paraquedista é o utilizado pelas empresas de construção 
civil para a proteção dos trabalhadores e, atualmente, conta com diversos dispositivos 
de segurança e prevenção de falhas. O ponto de ancoragem deve ser robusto e, 
dependendo da necessidade, deve-se apresentar mais de um ponto de ancoragem; 
menor número de costuras possível e um sistema de regulagem fácil e prático. 
 
b) Talabarte: é um dispositivo de união no sistema do cinto de segurança com a função 
de conectar o trabalhador à estrutura ou se tornar um elo entre o cinturão e o 
dispositivo de ancoragem utilizado pelo trabalhador. A figura a seguir exemplifica um 
modelo do cinto de segurança mais popular do mercado com a presença de um 
talabarte: 
 
Figura 15 – Cinto de segurança e talabarte 
www.superepi.com.br (2017) 
c) Trava quedas: é um dispositivo para ser acoplado com o cinto de segurança e à 
estrutura de trabalho e evitar acidentes no trabalho em altura com movimentações 
verticais ou horizontais. O trava quedas é, geralmente, associado à linhas de vida e, 
caso venha a ocorrer uma queda, o trabalhador tende a cair menos metros do que com 
o uso do talabarte. 
d) Linha de vida: este equipamento depende de mão-de-obra qualificada para que 
funcione corretamente e facilite os trabalhos em altura. As linhas de vida são cordas 
 
32 
 
ou fitas com boa resistência que são acopladas aos cintos e trava quedas para aumentar 
a mobilidade do funcionário. A linha de vida pode ser temporária ou fixa, dependendo 
da sua necessidade na obra. A figura a seguir representa um trabalhador com uma 
linha de vida no alto de um andaime: 
 
 
Figura 16 – Linha de vida em andaimes multidirecionais 
 www.epituiuti.com.br (2017) 
e) Calçado: os funcionários devem utilizar botinas de segurança para proteger os pés do 
trabalhador contra impactos, danos térmicos, umidade e produtos químicos. O material 
empregado nas botinas é reforçado e oferece segurança contra “topadas” e quedas de 
objetos e, além disso, possui tecnologia que evita que os pés fiquem extremamente 
quentes ou frios oferecendo conforto para o trabalhador. A norma NR-6:2017 
regulamenta as proteções necessárias para os calçados dos trabalhadores para que os 
fornecedores ofereçam produtos com alta confiabilidade e eficácia. 
f) Capacete: conforme a norma regulamentadora NR-6:2017, os capacetes podem ser 
para proteção contra o impacto da queda de objetos sobre o crânio do funcionário, para 
proteção contra choques elétricos ou mesmo proteção da face e rosto contra agentes 
térmicos. A necessidade de cada tipo de capacete é analisada conforme o projeto 
porém, o capacete mais simples que alivia o impacto de objetos se torna o mais 
utilizado em obras de andaimes. 
g) Luvas: a utilização desta proteção individual é dada para evitar que agentes cortantes 
ou perfurantes entrem em contato direto com as mãos do trabalhador no caso de 
andaimes. Entretanto, a norma regulamentadora estabelece que a utilização de luvas é 
 
33 
 
necessária caso haja possibilidade de choques elétricos, vibrações, contra umidade em 
trabalhos com água, entre outros. 
Além destes equipamentos de proteção, a norma regulamentadora NR-6:2017 estabelece 
alguns outros itens que como óculos, protetor facial, máscara para solda, protetor auditivo e 
vestimentas que podem ser utilizados pelos trabalhadores dependendo da obra. A utilização 
das máscaras de soldas, por exemplo, é utilizada por profissionais especializados que realizam 
a manutenção das estruturas tubulares dentro do galpão das empresas e se torna essencial para 
a proteção dos olhos. 
Em relação à utilização dos equipamentos de proteção individual a norma estabelece as 
funções do funcionário e do empregador para o bom cumprimento das normas e, 
principalmente, para resguardar a integridade física dos envolvidos. Sendo assim, cabe ao 
empregador: 
a) Adquirir os equipamentos necessários para cada tipo de atividade exercida. 
b) Exigir que o trabalhador faça uso dos EPI’s. 
c) Fornecer somente produtos certificados pelos órgãos responsáveis. 
d) Orientar e treinar o trabalhador para que o uso dos equipamentos seja correto. 
e) Substituir, em imediato, todos os equipamentos não conformes. 
f) Higienizar e realizar manutenção preventiva nos EPI’s. 
As exigências da norma NR-6:2017 em relação ao trabalhador são tão importantes se 
comparado ao empregador, sendo assim, o funcionário deve fazer uso dos equipamentos no 
local de trabalho e realizar a conservação e guarda das peças. Além disso, cabe ao funcionário 
seguir as recomendações dadas pelos profissionais da empresa e, também, relatar alguma não 
conformidade ou alteração no comportamento dos equipamentos para que o empregador tome 
as providências necessárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
3. GERENCIAMENTO DE RISCOS 
Segundo Kezner (2009), o gerenciamento de riscos é o ato ou prática de lidar com as 
incertezas. Para garantir maiores probabilidades de êxito no projeto as atitudes da equipe 
devem ser proativas e positivas para antecipar as situações e gerenciar os riscos de forma 
apropriada. 
Para Freitas (2009, p.1): “O gerenciamento de risco é o meio pelo qual estas incertezas são 
sistematicamente gerenciadas para garantir que os objetivos (prazo, custo e qualidade) do 
projeto sejam alcançados”. 
Alencar et al. (2010), afirma que a gerência de riscos define uma modelo previsível para 
atuar em cenários imprevistos tornando as situações futuras mais palpáveis e dentro de uma 
faixa de controle no projeto. 
 
3.1 DEFINIÇÃO DE RISCOS 
O risco para um projeto é uma condição de

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